Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CURSO DE MEDICINA - AFYA NOTA FINAL Aluno: Componente Curricular: Teste de Progresso Institucional - MEDICINA Professor (es): Período: 202301 Turma: Data: TESTE DE PROGRESSO INSTITUCIONAL_MEDICINA_2023.1_25 MAIO 2023 RELATÓRIO DE DEVOLUTIVA DE PROVA PROVA 07639 - CADERNO 005 1ª QUESTÃO Resposta comentada: Os Conselhos Federal, Estadual e Muncipal têm papel fundamental na gestão do SUS, pois são responsáveis por acompanhar e fiscalizar as políticas de saúde em suas respectivas esferas de atuação, bem como elaborar e aprovar propostas para a melhoria do sistema. REFERÊNCIA: Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8142.htm. Acesso em: 18 maio 2023. 2ª QUESTÃO Resposta comentada: A ELA é a doença do neurônio motor progressiva mais comum, sendo uma das principais doenças neurodegenerativas, sendo uma das doenças autoimunes que nenhum tratamento detém o processo patológico subjacente. Na ELA, o citoesqueleto do neurônio motor é comprometido logo no início da doença. Aumentos focais são frequentes nos axônios motores proximais; ao exame ultraestrutural, esses “esferoides” compõem-se de acúmulos de neurofilamentos e outras proteínas. Também se observa proliferação da astróglia e da micróglia, que inevitavelmente acompanha todos os processos degenerativos do sistema nervoso central (SNC). REFERÊNCIA: KASPER, Dennis L.. Medicina interna de Harrison. 20. ed. Porto Alegre: AMGH Editora, 2017. 1 v., p. 3141/3147. 3ª QUESTÃO Resposta comentada: Essa paciente tem um nódulo pulmonar solitário incidental visto na radiografia de tórax. Com base em modelos preditivos quantitativos, o nódulo tem baixo risco de malignidade. A tranquilização é o próximo passo mais apropriado no manejo dessa paciente que não fuma e tem um nódulo de 3 mm com bordas lisas no campo pulmonar médio. Nódulos pulmonares com tamanho ≤ 4 mm e baixo risco de malignidade não requerem avaliação ou acompanhamento adicional. Na presença de certos fatores radiológicos (ou seja, tamanho do nódulo ≥ 5 mm, localização nos campos pulmonares superiores e bordas irregulares, espiculadas e recortadas) ou fatores clínicos (idade avançada, histórico de tabagismo ou exposição ao amianto, histórico pessoal ou familiar de malignidade), avaliação adicional é 000076.390010.201ff7.70062a.d88b17.789d60.af4fda.9cda7 Pgina 1 de 76 necessária (tomografia computadorizada seriada, FDG-PET, biópsia e/ou excisão cirúrgica). DISTRATORES: A avaliação de um nódulo pulmonar solitário incidental envolve uma avaliação do risco do nódulo para malignidade. Nódulos sólidos entre 6–8 mm de tamanho podem ser monitorados com uma tomografia computadorizada de acompanhamento dentro de 6–12 meses. No entanto, o nódulo dessa paciente tem 3 mm de tamanho e apresenta baixo risco de malignidade. Uma tomografia computadorizada de acompanhamento seria indicada se o nódulo da paciente fosse maior em tamanho ou tivesse um risco intermediário ou alto de malignidade. Uma radiografia de tórax de acompanhamento não é apropriada para reavaliar um nódulo pulmonar sólido solitário incidental; a melhor modalidade de imagem para acompanhamento é a tomografia computadorizada. A avaliação de um nódulo pulmonar solitário incidental envolve uma avaliação do risco do nódulo para malignidade. Embora o exame histopatológico do tecido retirado de uma biópsia possa fornecer informações diagnósticas sobre um nódulo pulmonar, esse procedimento é inapropriado neste momento porque seus riscos superam seus benefícios. A biópsia seria indicada se o nódulo desse paciente fosse maior e/ou associado a um risco intermediário de malignidade. Além disso, uma abordagem transtorácica guiada por TC não é uma técnica de biópsia apropriada para lesões localizadas centralmente, como as dessa paciente. A avaliação de um nódulo pulmonar solitário incidental envolve uma avaliação do risco do nódulo para malignidade. Embora o exame histopatológico do tecido retirado de uma biópsia possa fornecer informações diagnósticas sobre um nódulo pulmonar, esse procedimento é inapropriado neste momento porque seus riscos superam seus benefícios. Uma biópsia seria indicada se o nódulo desse paciente fosse maior e/ou associado a um risco intermediário de malignidade. Uma abordagem transbrônquica é apropriada para biópsia de lesões localizadas centralmente, como o nódulo pulmonar observado neste paciente. REFERÊNCIA: BMJ Best Practice. Avaliação do nódulo pulmonar solitário. Última atualização em 30 de outubro de 2018. Disponível em: https://bestpractice.bmj.com/topics/pt-br/547 4ª QUESTÃO 000076.390010.201ff7.70062a.d88b17.789d60.af4fda.9cda7 Pgina 2 de 76 Resposta comentada: A paciente tem sinais e sintomas clínicos típicos de insuficiência mitral (IM). Seu tratamento vai depender do grau de acometimento da valva, sintomas e de fatores complicadores. Pacientes com IM importante assintomáticos devem ser periodicamente reavaliados quanto ao desenvolvimento ou não de alterações anatômicas e/ou funcionais secundárias à doença valvar. São complicadores e que podem levar o paciente a ser operado: disfunção sistólica do ventrículo esquerdo (VE) (fração de ejeção do VE [FEVE] < 60%), dilatação do VE (diâmetro sistólico do VE [DSVE] ≥ 40 mm), HP (PSAP ≥ 50 mmHg em repouso ou ≥ 60mmHg ao esforço) e FA de início recente (desencadeada nos últimos meses). Os pacientes com IM deverão ter definida a etiologia da valvopatia, uma vez que o seguimento clínico e a programação terapêutica (momento e tipo de intervenção), quando indicada, poderão ser diferentes conforme a causa da IM. No nosso meio a causa mais prevalente é a reumática e não prolapso mitral. Apesar dos avanços nos métodos diagnósticos, o ecocardiograma transtorácico ainda é o primeiro e principal exame indicado para diagnóstico (e não o transesofágico). Se presente esse complicador, a fibrilação atrial poderá ser manejada tanto com os anticoagulantes diretos, quanto com varfarina. A plastia mitral é o procedimento de escolha e não a troca valvar, caso a anatomia seja favorável. REFERÊNCIAS: Tarasoutchi F, Montera MW, Ramos AIO, Sampaio RO, Rosa VEE, Accorsi TAD, Lopes ASSA, Fernandes JRC, Pires LJT, Spina GS, Vieira MLC, Lavitola PL, Bignoto TC, Togna DJD, Mesquita ET, Esteves WAM, Atik FA, Colafranceschi AS, Moisés VA, Kiyose AT, Pomerantzeff PMA, Lemos Neto PA, Brito Júnior FS, Weksler C, Brandão CMA, Poffo R, Simões R, Rassi S, Leães PE, Rocha RM, Pena JLB, Jatene FB, Barbosa MM, Souza Neto JD, Saraiva JFK. Atualização das Diretrizes Brasileiras de Valvopatias: Abordagem das Lesões Anatomicamente Importantes. ArqBrasCardiol. 2017;109(6 suppl 2):1-34. Portuguese. doi: 10.5935/abc.20180007. Erratum in: ArqBrasCardiol. 2018 May;110(5):497. PMID: 29513780. 5ª QUESTÃO Resposta comentada: A paciente apresenta ascite e história prévia de etilismo. Além disso, tem hipoalbuminemia. A hipoalbuminemia provocada pela deficiente síntese de albumina reduz a pressão oncótica do plasma e concorre para a formação do edema. REFERÊNCIAS: COELHO, Eduardo Barbosa. Mecanismos de formação de edemas. Medicina (Ribeirão Preto), v. 37, n. 3/4, p. 189-198, 2004. DA SILVA, LEONARDO SOARES. MANEJO PRÁTICO DA ASCITE. BRITO, Ana Paula Santos Oliveira et al. Manejo da Ascite: revisão sistemática da literatura. Brazilian Journal of Health Review, v. 5, n. 1, p. 3022-3031, 2022. 6ª QUESTÃO 000076.390010.201ff7.70062a.d88b17.789d60.af4fda.9cda7 Pgina 3 de 76 Resposta comentada: Trata-se de um caso clássico de convulsão febril simples benigna da infância. Para esse diagnóstico, não há indicação de dosagem de eletrólitos, punção liquórica, tomografia de crânio nem eletroencefalograma. Caso a criança apresentasse febre sem sinais localizatórios poder-se- ia aplicar o protocolo, e, em alguns casos, solicitar sumário de urina e/ou hemograma. Porém, essa criança tem um foco para a febre que é uma infecção de via aérea superior, portanto ela não se beneficia de nenhum exame complementar. REFERÊNCIA: Tratado de Pediatria da Sociedade Brasileira de Pediatria. 5ª Edição,2022. 7ª QUESTÃO Resposta comentada: A febre induz a saída de um tipo de célula branca chamada neutrófilo do seu local de produção, a medula óssea, direcionando a sua migração para o local da infecção. Os neutrófilos são a principal célula imune envolvida no combate às infecções nos seus estágios iniciais. A febre também aumenta a atividade de uma célula muito importante no combate precoce a infecções virais, a célula NK. O aumento da temperatura para a faixa febril também aumenta a sensibilidade de duas importantes células sentinelas envolvidas na detecção da presença de patógenos: os macrófagos e as células dendríticas. Essa última célula é um elemento importantíssimo para a ativação do braço da imunidade que responde de maneira específica às infecções e que é responsável pela nossa memória imunológica, a imunidade adaptativa. Quando a célula dendrítica é ativada pela presença de infecção, ela sai do tecido infeccionado e migra até o gânglio linfático mais próximo onde ela ativa a célula-chave da resposta adaptativa, a célula T. As células T, quando expostas a temperaturas febris, também são mais facilmente ativáveis na ocorrência de uma infecção. A febre também tem um efeito benéfico de facilitar a entrada e a concentração de células T nos gânglios linfáticos, onde elas são normalmente ativadas. Isso aumenta a possibilidade de as poucas células T capazes de reconhecer o agente patogênico serem rapidamente ativadas contra a infecção. Esse efeito que o calor tem na migração das células T do sangue para dentro de um determinado tecido está sendo explorado hoje como terapia adjuvante no combate ao câncer. Por fim, a febre funciona como um mecanismo adaptativo próprio dos seres vivos e é uma das manifestações mais comuns da infecção e da inflamação. As células fagocíticas, ao exercerem suas funções, liberam proteínas conhecidas como pirógenos endógenos. Dentre essas proteínas citamos as interleucinas 1 e 6 (IL-1 e IL-6), o fator de necrose tumoral (TNF) e os interferons do tipo I. A sensação ruim que sente a pessoa febril faz com que ela poupe energia e descanse. Além disso, o aumento da temperatura corpórea para além dos 37,5 ºC inibe a proliferação de bactérias. REFERÊNCIA: Evans, S., Repasky, E. & Fisher, D. Fever and the thermal regulation of immunity: the immune system feels the heat. Nat Rev Immunol 15, 335–349 (2015). https://doi.org/10.1038/nri3843. 8ª QUESTÃO 000076.390010.201ff7.70062a.d88b17.789d60.af4fda.9cda7 Pgina 4 de 76 Resposta comentada: O planejamento e o desenvolvimento de algumas atividades estratégicas que incluíam ações voltadas para: (1) a busca ativa e diagnóstico da hanseníase: resultará em um aumento na detecção de novos casos da doença. (2) a busca ativa de sintomáticos respiratórios: resultará em um aumento da incidência de tuberculose. (3) a condução de grupo de orientação alimentar para pessoas com diabetes mellitus e hipertensão arterial sistêmica: resultará no aumento do controle glicêmico e pressórico destes pacientes, o que levará à diminuição da taxa de internação por infarto do miocárdio e acidente vascular encefálico. (4) a implementação de campanha de incentivo à realização de testes rápidos para a detecção de hepatites virais B e C: resultará no aumento da prevalência destas doeças, já que estas são incuráveis. REFERÊNCIA: Rouquayrol, Epidemiologia. 9ª QUESTÃO Resposta comentada: Paciente com quadro de cardite reumática que evolui com insuficiência mitral leve tem a recomendação de profilaxia secundária até os 25 anos ou durante 10 anos após o último surto, o que durar mais tempo. REFERÊNCIA: JÚNIOR, Dioclécio C.; BURNS, Dennis Alexander R.; LOPEZ, Fábio A. Tratado de Pediatria. 5ª edição. Barueri -SP: editora Manole, 2021. 10ª QUESTÃO 000076.390010.201ff7.70062a.d88b17.789d60.af4fda.9cda7 Pgina 5 de 76 Resposta comentada: Os grupos populacionais com risco elevado para o desenvolvimento do câncer de mama são: Mulheres com história familiar de pelo menos um parente de primeiro grau (mãe, irmã ou filha) com diagnóstico de câncer de mama, abaixo dos 50 anos de idade; Mulheres com história familiar de pelo menos um parente de primeiro grau (mãe, irmã ou filha) com diagnóstico de câncer de mama bilateral ou câncer de ovário, em qualquer faixa etária; Mulheres com história familiar de câncer de mama masculino; Mulheres com diagnóstico histopatológico de lesão mamária proliferativa com atipia ou neoplasia lobular in situ. Contraindicações Absolutas à Terapia Hormonal: Câncer de Mama; Câncer de Endométrio; Doença Hepática Grave; Sangramento Genital Não Esclarecido; História de Tromboembolismo Agudo e Recorrente; Porfiria. Entre as contraindicações relativas estão a hipertensão arterial e o diabetes mellitus não controlados, a endometriose e a miomatose uterina. Os benzodiazepínicos não são efetivos em relação aos fogachos. Os antidepressivos tricíclicos possuem ação no sistema nervoso central, podendo aliviar os sintomas de fogachos e melhorar a qualidade do sono, sem ação hormonal. REFERÊNCIA: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Manual de Atenção à Mulher no Climatério/Menopausa / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2008. 192 p. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos) (Série Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos – Caderno, n.9) 11ª QUESTÃO Resposta comentada: Os sintomas de anedonia, humor deprimido, redução de energia e ruminações negativas formam como principal hipótese diagnóstica para o caso o de transtorno depressivo. As automutilações não são exclusivas dos transtornos de personalidade e podem ocorrer em diversos outros transtornos mentais, inclusive na depressão, o que é o caso da paciente. Além disso, automutilações são comuns na infância e na adolescência, mas podem evoluir para tentativas concretas de suicídio. Antidepressivos já podem ser usados nessa faixa etária. Deve- se questionar sobre ideação suicida. O tratamento psicoterápico de primeira linha é a terapia cognitivo-comportamental. REFERÊNCIA: Kaplan, H.I; Sadock, B.J. Compêndio de Psiquiatria. Ciências do Comportamento e Psiquiatria Clínica. 11ª ed. Editora Artes Médicas, Porto Alegre, 2017. 12ª QUESTÃO 000076.390010.201ff7.70062a.d88b17.789d60.af4fda.9cda7 Pgina 6 de 76 Resposta comentada: De acordo com a norma técnica "Atenção Humanizada ao Abortamento", do Ministério da Saúde, todas as alternativas estão corretas. Diante de uma situação de aborto emergencial/aborto inseguro: Trata-se de uma EMERGÊNCIA médica, mesmo que a mulher tenha provocado o aborto na clandestinidade, o médico tem que fazer o atendimento. Qualquer situação de aborto juridicamente permitido: RISCO de vida da mulher (para salvar a vida dela – evidentemente que a opinião do médico NÃO pode estar acima da vida dessa paciente), no caso de uma gestação decorrente de ESTUPRO e no caso de ANENCEFALIA. A mulher pode ser encaminhada a um serviço de referência que faça o ABORTO LEGAL, desde que esse ATRASO no atendimento não provoque um DANO à sua vida ou à sua vida reprodutiva. Caso não se consiga encaminhar de forma ágil ou que se coloque a vida da mulher em risco, NÃO pode haver recusa. REFERÊNCIA: Brasil. Ministério da Saúde. Atenção Humanizada ao Abortamento: norma técnica/Ministério da Saúde– Série Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos, Caderno nº 4. Brasília: Ministério da Saúde, 2005. 13ª QUESTÃO Resposta comentada: Área: Pediatria Subárea: Neonatologia Tema: Aleitamento Materno O trauma mamilar (fissura) é a dificuldade mais frequente enfrentada pelas nutrizes no período pós-parto imediato. Acredita-se que a causa mais comum de dor e trauma mamilar seja técnica inadequada de amamentação. Estudos ultrassonográficos mostram que, quando o recém- nascido tem pega adequada, o mamilo fica posicionado na parte posterior do palato, protegido da fricção e compressão, prevenindo traumas mamilares.Por conseguinte, existe consenso de que a base da prevenção e do tratamento das dores e do trauma dos mamilos é a correção da técnica de amamentação. REFERÊNCIA: Tratado de Pediatria: Sociedade Brasileira de Pediatria, 5ª edição, Barueri, SP: Manole,2022. 14ª QUESTÃO 000076.390010.201ff7.70062a.d88b17.789d60.af4fda.9cda7 Pgina 7 de 76 Resposta comentada: Menor de 9 meses tem como marcos do desenvolvimento: – Transfere objetos de uma mão para outra. – Pinça polegar-dedo. – Balbucia. – Senta sem apoio. – Estranhamento (tem preferência por pessoas do seu convívio). – Brinca de "esconde-achou". – Tem crianças que engatinham, tem outras que já andam sem engatinhar. Engatinhar não é um marco obrigatório. Deve-se seguir calendário de puericultura, já que o lactente se encontra com desenvolvimento neuropsicomotor adequado, não sendo necessário encaminhamento para o especialista. REFERÊNCIA: JÚNIOR, Dioclécio C.; BURNS, Dennis Alexander R.; LOPEZ, Fábio A. Tratado de pediatria. v.1. Barueri, SP: Editora Manole, 2021. 15ª QUESTÃO Resposta comentada: A hanseníase indeterminada é a forma inicial da doença, caracterizada por manchas hipocrômicas ou eritemato-hipocrômicas com hipoestesia. Possui como agente etiológico o Micobacterium leprae, bacilo que tem a capacidade de infectar grande número de indivíduos e atinge principalmente a pele e os nervos periféricos com capacidade de ocasionar lesões neurais, conferindo à doença um alto poder incapacitante. A transmissão ocorre quando uma pessoa com hanseníase, na forma infectante da doença e sem tratamento, elimina o bacilo para o meio exterior, presente em gotículas emitidas pelas vias aéreas superiores, infectando outras pessoas quando há um contato mais próximo e prolongado. O agente etiológico é o Mycobacterium leprae, um bacilo álcool-ácido resistente, fracamente gram-positivo, que infecta os nervos periféricos e, mais especificamente, as células de Schwann. Sintomas como diminuição da sudorese no local e diminuição do pelo podem ocorrer. A hanseníase se desenvolve lentamente com incubação de 2 a 7 anos ou mais. REFERÊNCIA: TALHARI, Sinésio; NEVES, René Garrido; PENNA, Gerson. Oliveira; OLIVEIRA, Maria Leide Del Rey de. Dermatologia Tropical: hanseníase. 1. ed. Editora Manaus: Manaus, 5 ed., 2014. 16ª QUESTÃO 000076.390010.201ff7.70062a.d88b17.789d60.af4fda.9cda7 Pgina 8 de 76 Resposta comentada: A síndrome nefrótica, por si só, é caracterizada pela tríade: edema generalizado, proteinúria de grande monta e hipoalbuminemia. Pode vir acompanhada de dislipidemia, hipocalcemia (já que o cálcio sérico total se reduz devido à hipoalbuminemia) e hiponatremia (por elevação do hormônio ADH desencadeado pela hipovolemia relativa). A micro-hematúria pode ser vista em até 20% dos casos. A síndrome nefrótica pode ser primária ou secundária a infecções, doenças autoimunes, neoplasias ou medicamentos. A forma primária de lesões mínimas não consome complemento e geralmente não elava a creatinina sérica. Consumo de complemento e elevação de creatinina sérica sugerem origem secundária. REFERÊNCIA: KASPER, Dennis L.. Medicina interna de Harrison. 20. ed. Porto Alegre: AMGH Editora, 2017. 1 v., p. 2131/2149. 17ª QUESTÃO Resposta comentada: Na República Velha, predominavam as doenças transmissíveis, como a febre amarela urbana, a varíola, tuberculose, a sífilis, além das endemias urbanas. A assistência médica era prestada à população carente por meio de instituições de caridade, como as Santas Casas de Misericórdia. As pessoas com alto poder econômico eram assistidas por médicos e serviços de saúde particulares. Nessa época, a assistência à saúde pública e à privada era de baixa qualidade e resolutividade. Destaca-se, ainda, que, em 1923, foram criadas as Caixas de Aposentadoria e Pensão (CAPs), que deram início à assistência médica previdenciária, restrita a trabalhadores de determinadas empresas. REFERÊNCIAS: BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria de consolidação nº2, de 28 de setembro de 2017. Consolidação das normas sobre as políticas nacionais de saúde do Sistema único de Saúde. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 28 set. 2017. BIBLIOTECA VIRTUAL EM SAÚDE. Áreas temáticas BVS MS, Sistema Único de Saúde. 2009. Disponével em: <http://bvsms.saude.gov/bvs/sus/universo_atuacao.php>. Acesso em: 06/03/2023 às 21:30h. 18ª QUESTÃO Resposta comentada: Dentre os vários escores propostos na literatura sobre hiperemese gravídica, sobressai o Pregnancy Unique Quantification of Emesis (PUQE), inicialmente utilizado para essa finalidade por Magee et al. (2002). Esse escore se apresenta como ferramenta de grande utilidade pelo melhor desempenho apresentado. Tabela para determinação da gravidade da NVG – Escore de PUQE (Pregnancy Unique Quantification of Emesis) Por quanto tempo se sentiu nauseada nas últimas 24 horas? Nunca (1) – Até 4 horas (2) – Até 8 horas (3) – Até 12 horas (4) – > de 12 horas (5) Quantos episódios de vômitos apresentou nas últimas 24 horas? Nenhum (1) – Um episódio (2) – Até 3 episódios (3) Até 4 episódios (4) – Mais de cinco (5) 000076.390010.201ff7.70062a.d88b17.789d60.af4fda.9cda7 Pgina 9 de 76 Em quantos momentos observou intensa salivação e esforço de vômito nas últimas 24 horas? Nenhum (1) – Até 3 vezes (2) – Até 5 vezes (3) – Até 8 vezes (4) – Todo tempo (5) Classificação – Pontuação ≤ 6 (forma leve); entre 7 e 11 (forma moderada); ≥ 12 (forma grave) Nas formas moderadas e graves do quadro de NVG (> 6 do escore de PUQE), a gestante deve ser abordada de maneira multidisciplinar em ambiente hospitalar. O reconhecimento da hiperêmese gravídica é fundamental para evitar a elevada morbidade associada ao atraso do tratamento. A hiperêmese gravídica apresenta evolução nítida de comprometimento materno, como se segue: • Fase de desidratação: Náusea e ptialismo intensos, vômitos fortes levando a quadro de desidratação. A paciente apresenta-se com diminuição do turgor e da elasticidade da pele, olhos encovados, mucosas secas e pegajosas, língua áspera, taquicardia, hipotensão e hipotermia. Distúrbios hidroeletrolíticos podem estar presentes. O hematócrito encontra-se um pouco aumentado. • Fase metabólica: Ao quadro clínico anterior, somam-se distúrbios nutricionais (perda de peso maior que 5%); alterações da função hepática com elevação de enzimas e bilirrubinas (icterícia discreta); cetoacidose e cetonúria 2 ou 3+; hipoalbuminemia, hiponatremia e hipopotassemia. Hipoglicemia já ocorre nessa fase. Pode ocorrer hipotermia e torpor. • Fase neurológica: Os achados anteriores somados a quadro de comprometimento oftálmico com lesões retinianas e alterações neurológicas iniciais com hiporreflexia e dor à palpação das panturrilhas e coxas. • Fase da psicose de Wernicke-Korsakoff: Trata-se de uma encefalopatia amoniacal, caracterizada por instabilidade hemodinâmica de difícil controle, alucinações e coma. Esse quadro é irreversível na maioria das vezes. Conduta mais adequada: Internação: Torna-se necessária tanto para o tratamento como para retirar a paciente do ambiente de estresse. Controle de peso e de diurese diário. Correção de distúrbios hidroeletrolíticos. Evitar suplementação de derivados de ferro, pois aumentam os sintomas. Apoio psicológico. Jejum por 24 a 48 horas. Alimentação parenteral pode ser necessária em casos mais graves. Hidratação venosa e reposição iônica: A hidratação parenteral deve ser iniciada de imediato, sendo indicada reposição de 2.000 a 4.000 mL em 24 horas. Nos casos de hidratação venosa prolongada, repor vitamina B1 e B6. A reposição de potássio está indicada nos casos de hipopotassemia. Medicamentos: Recomenda-se a dose de 8 mg de ondansetrona por via venosa a cada 6 horas. O antiemético de segunda escolha nesse quadro será a metoclopramida na dose de 10 mg por via venosa a cada 6 horas. Em situações emergenciais com baixa resposta às medidas até aqui sugeridas, recorre-se aos corticosteroides. É importante lembrar que todas essas drogas devem estar sempre associadas àadministração de vitaminas do complexo B, principalmente B1 e B6. REFERÊNCIA: FERNANDES, Cesar E. Febrasgo – Tratado de Obstetrícia. Grupo GEN, 2018. E-book.ISBN 9788595154858. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595154858/. Acesso em: 08 maio 2023. 000076.390010.201ff7.70062a.d88b17.789d60.af4fda.9cda7 Pgina 10 de 76 19ª QUESTÃO Resposta comentada: A neurite ótica se manifesta com redução do campo visual ou redução da acuidade ou da visão de cores; está relacionada ao etambutol, em geral em doses altas ou por uso prolongado. Suspender o etambutol e reiniciar esquema especial sem a referida medicacã̧o. A neurite óptica é dose dependente e reversıv́el, quando detectada precocemente. Raramente acontece durante os dois primeiros meses com as doses recomendadas (ver capıt́ulo de esquemas especiais). REFERÊNCIA: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. – Brasília: Ministério da Saúde, 2019. Quadro 33. pág. 129. 20ª QUESTÃO Resposta comentada: A ocorrência de nefrite intersticial aguda está frequentemente associada a medicações, dentre elas os antibióticos, como as cefalosporinas (ceftriaxona). O diagnóstico é sugerido pela presença de IRA não oligúrica, especialmente em associação a sinais de hipersensibilidade sistêmica, tais como febre, rash cutâneo e eosinofilia. A piúria estéril e a hematúria microscópica são achados comuns, e a proteinúria não nefrótica pode estar presente. A terapia envolve a interrupção do agente causal, podendo, em alguns casos, ser necessário o uso de glicocorticoides. REFERÊNCIAS: JOHNSON, Richard et al. Nefrologia clínica. Abordagem abrangente. 5. ed., 2016. RIELLA, M.C. Príncipios de nefrologia e distúrbios hidroeletrolíticos. 6. ed., 2018. 21ª QUESTÃO 000076.390010.201ff7.70062a.d88b17.789d60.af4fda.9cda7 Pgina 11 de 76 Resposta comentada: Em pacientes com TOF, a obstrução da via de saída do ventrículo direito (VD) por estenose e hipoplasia da valva pulmonar central determina a gravidade da cianose e a intensidade do sopro sistólico. O sangue flui preferencialmente pelo caminho de menor resistência. Quando há um alto grau de obstrução do fluxo de saída do VD, o sangue fluirá através do VSD em vez da artéria pulmonar para oxigenação nos pulmões. Como resultado, o sangue desoxigenado entrará no ventrículo esquerdo através do VSD e será bombeado para a aorta e para a circulação sistêmica. Se houver obstrução mínima do fluxo de saída do VD, o sangue fluirá pela vasculatura pulmonar e será oxigenado antes de atingir o ventrículo esquerdo, resultando em redução da cianose. No TOF, o S2 único pode resultar de um componente pulmonar atenuado (P2), que, muitas vezes, não é auscultado. Crianças mais velhas com TOF tendem a se agachar durante os períodos de hipóxia, o que alivia os sintomas ao aumentar a resistência vascular sistêmica e, por sua vez, a resistência ao fluxo de saída do ventrículo esquerdo. Isso cria pressões ventriculares esquerdas mais altas, de modo que o sangue no ventrículo direito seja direcionado através da vasculatura pulmonar em vez do VSD. O aumento do fluxo sanguíneo através da obstrução da saída do VD durante o agachamento também está associado ao aumento da intensidade do sopro de ejeção. Distratores: Embora a hipertrofia ventricular direita (RVH) seja uma das quatro características da TOF, ela não é o principal determinante da cianose. A HVR é um mecanismo compensatório contra a obstrução da via de saída, que ajuda a reduzir a cianose, aumentando o fluxo através da vasculatura pulmonar estenótica, de modo que o sangue desoxigenado não flua através do DSV para a circulação sistêmica. No entanto, o RVH pode compensar apenas um pequeno grau para melhorar o fluxo circulatório normal e é, portanto, apenas um determinante menor da cianose. Em pacientes com TOF, a obstrução da via de saída do ventrículo direito (VD) por estenose e hipoplasia da valva pulmonar central determina a gravidade da cianose e a intensidade do sopro sistólico. O sangue flui preferencialmente pelo caminho de menor resistência. Quando há um alto grau de obstrução do fluxo de saída do VD, o sangue fluirá através do VSD em vez da artéria pulmonar para oxigenação nos pulmões. Como resultado, o sangue desoxigenado entrará no ventrículo esquerdo através do VSD e será bombeado para a aorta e para a circulação sistêmica. Se houver obstrução mínima do fluxo de saída do VD, o sangue fluirá pela vasculatura pulmonar e será oxigenado antes de atingir o ventrículo esquerdo, resultando em redução da cianose. No TOF, o S2 único pode resultar de um componente pulmonar atenuado (P2), que, muitas vezes, não é auscultado. Um defeito do septo ventricular (CIV) é uma das quatro características do TOF, mas não é o principal determinante da cianose. Em vez disso, são as diferenças de pressão no VSD que determinam o grau de cianose. Especificamente, pressões mais altas do ventrículo direito e/ou pressões mais baixas do ventrículo esquerdo estão associadas ao aumento do shunt direita- esquerda e, portanto, ao aumento da cianose. A comunicação interatrial (CIA) não é uma das quatro características da TOF. No entanto, em um paciente com TOF, a presença de um ASD concomitante pode levar a um maior shunt direita-esquerda e, assim, exacerbar a cianose. REFERÊNCIA: MOORE, K. L.; PERSAUD, T. V. N. Embriologia clínica. 8. ed. Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2008. 22ª QUESTÃO 000076.390010.201ff7.70062a.d88b17.789d60.af4fda.9cda7 Pgina 12 de 76 Resposta comentada: Trata-se de Restrição do Crescimento Fetal (RCF). Define-se RCF quando o feto apresenta peso estimado pela ultrassonografia menor que o percentil 10 para a idade gestacional. A RCF é classificada em três tipos: simétrico (tipo I), assimétrico (tipo II) e intermediário. No tipo simétrico o recém-nascido tem acometimento global, ou seja, peso, estatura e circunferência cefálica abaixo do percentil 10. Geralmente, a instalação é precoce (fatores genéticos e infecções congênitas) e acomete a fase de hiperplasia celular. No tipo assimétrico, há acometimento da fase de hipertrofia. A circunferência abdominal será mais afetada que outras medidas, como polo cefálico e ossos longos. O diagnóstico clínico da RCF baseia-se na avaliação da altura uterina. Quando existe suspeita de RCF por meio de fatores de risco ou exame clínico, a ultrassonografia deve ser o método escolhido para ratificar ou excluir esse diagnóstico. As medidas utilizadas são as do diâmetro biparietal (DBP), circunferência cefálica (CC), comprimento do fêmur (F) e circunferência abdominal (CA), além de relações biométricas, como a relação circunferência cefálica/circunferência abdominal (CC/CA). Uma vez que o peso fetal estimado esteja menor que o percentil 10, podemos avaliar o tipo de RCF. Para isso, pode- se utilizar a relação CC/CA ou F/CA. Uma relação CC/CA > 1,0 (após 34 semanas) ou F/CA > 23,5 (segunda metade da gestação) sugerem RCF assimétrica, por estar a CA mais afetada que os outros parâmetros. A dopplervelocimetria da artéria umbilical consiste no primeiro exame a ser solicitado após a suspeita ultrassonográfica da RCF e reflete a resistência vascular no território placentário. Diante do achado de doppler de artéria umbilical anormal, ou seja, PI acima do percentil 95 para a IG, e na ausência de outras alterações das provas de vitalidade fetal, pode-se tentar levar a gestação até 37 semanas. Na diástole zero, interrompe-se a gestação a partir de 34 semanas. Nos casos de vitalidade fetal preservada e apresentação cefálica, a preferência é pela via vaginal. REFERÊNCIA: FERNANDES, Cesar E. Febrasgo – Tratado de Obstetrícia. Grupo GEN, 2018. E-book. ISBN 9788595154858. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595154858/. Acesso em:08 maio 2023. 23ª QUESTÃO Resposta comentada: A Política de Saúde voltada à População privada de liberdade/População vulnerável é fundamental para prevenir, diagnosticar e tratar a Tuberculose, pois a doença é mais comum em ambientes com condições precárias de higiene e saúde. A Tuberculose é uma doença infecciosa que afeta principalmente os pulmões, e é transmitida por meio de gotículas de saliva que são expelidas quando uma pessoa infectada tosse, espirra ou fala. Essa doença é mais comum em ambientes com condições precárias de higiene e saúde, como é o caso de algumas prisões e comunidades vulneráveis. Por isso, a Política de Saúde voltada à População privada de liberdade/População vulnerável é fundamental para prevenir, diagnosticar e tratar a Tuberculose nessas populações. Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil, publicado pelo Ministério da Saúde em 2019. O capítulo 8 do manual aborda a Tuberculose na População Privada de Liberdade e em Situação de Rua, e destaca a importância da implementação da Política de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no controle da doença. REFERÊNCIA: Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/manual_tb_2019.pdf Acesso em: 12 mar. 2023. 24ª QUESTÃO 000076.390010.201ff7.70062a.d88b17.789d60.af4fda.9cda7 Pgina 13 de 76 Resposta comentada: A fertilização in vitro – FIV é uma das técnicas mais recomendadas e indicadas para mulheres com problemas morfológicos, como o citado, a hipoplasia tubária bilateral. Os gametas feminino e masculino são retirados e colocados em placa para fertilização, início do desenvolvimento embrionário (até blastocisto). As tentativas de implantação feitas a fresco são as de maior sucesso. REFERÊNCIAS: CHUA, S. J. et al. Age-related natural fertility outcomes in women over 35 years: A systematic review and individual participant data meta-analysis. Human Reproduction, v. 35, n. 8, p. 1808–1820, 20 ago. 2020. DOI 10.1093/humrep/deaa129. VAN EEKELEN, R. et al. IVF for unexplained subfertility; whom should we treat? Human Reproduction (Oxford, England), v. 34, n. 7, p. 1249–1259, 8 jul. 2019. 25ª QUESTÃO Resposta comentada: Segundo o "Manual de Atenção Básica à Mulher no Climatério", do Ministério da Saúde, o encaminhamento para especialidade deve ocorrer nos casos de indicação cirúrgica, doenças endócrinas, pulmonares, psiquiátricas (depressão), em busca de resolução do fator primário correlacionado, ou ajuste do tratamento, de modo a abordar a mulher de forma integral, respeitando sempre seu protagonismo; o tratamento de reposição hormonal, principalmente o local, pode ser oferecido inicialmente. O reaquecimento da relação com o parceiro deve ser um dos objetivos da orientação inicial. A masturbação pode reativar o estímulo e aumentar a lubrificação vaginal antes e durante a relação sexual. REFERÊNCIA: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Manual de Atenção à Mulher no Climatério/Menopausa/Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2008. 192 p. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos) (Série Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos – Caderno, n. 9). 26ª QUESTÃO Resposta comentada: A paciente em questão pode realizar a laqueadura sem problemas, pois está na quarta cesariana, e uma próxima gravidez seria de alto risco, por causa da possibilidade de rotura uterina e demais complicações. O TCLE deve ser assinado 60 dias antes do parto, e foi realizado conforme os ditames da lei. A idade mínima para laqueadura, segundo a Lei n. 14.443, de 2 de setembro de 2022, é de 21 anos. Já com relação ao caso clínico, os riscos de um parto normal nessa paciente superam os benefícios, sendo indicada a cesariana por iteratividade. REFERÊNCIA: SECRETARIA GERAL DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, LEI Nº 14.443, DE 2 DE SETEMBRO DE 2022. 000076.390010.201ff7.70062a.d88b17.789d60.af4fda.9cda7 Pgina 14 de 76 27ª QUESTÃO Resposta comentada: A resposta correta é a realização de acompanhamento clínico com ultrassonografias seriadas a cada 6 meses. A paciente apresenta um nódulo mamário classificado como BI-RADS 3, o que indica uma probabilidade de malignidade entre 0 e 2%. De acordo com as diretrizes do Colégio Americano de Radiologia, nesses casos, é recomendado o acompanhamento clínico com ultrassonografias seriadas a cada 6 meses, em vez de realizar biópsia ou outras intervenções invasivas. Essa abordagem permite avaliar a estabilidade ou a progressão do nódulo e ajuda a decidir se uma biópsia é necessária no futuro. REFERÊNCIA: American College of Radiology (ACR). (2013). Breast imaging reporting and data system (BI- RADS). 5th ed. Reston, VA: American College of Radiology. 28ª QUESTÃO Resposta comentada: As principais causas de HPP são a atonia uterina, as lacerações do trajeto, as desordens placentárias e a coagulopatia, (os quatro Ts: tônus, trauma, tecido e trombina), cada uma exigindo uma abordagem específica. Sangramento uterino anormal: Chamar ajuda, acesso venoso, máscara de oxigênio, massagem uterina, infundir ocitocina, investigar e tratar a causa do sangramento (4 Ts). Está incorreta porque não denomina o diagnóstico como hemorragia pós-parto e não enfatiza a necessidade de providenciar 2 acessos calibrosos. Hemorragia pós-parto: Avisar a paciente, 2 acessos calibrosos, infundir soro fisiológico para hidratar a paciente, encaminhar para o centro cirúrgico para retirada do útero. Está incorreta porque menciona uma abordagem errada, como retirada do útero como primeira escolha terapêutica. Hemorragia pós-parto: Chamar ajuda, 2 acessos calibrosos, máscara de oxigênio, massagem uterina, infundir ocitocina e inserir 400 mcg de misoprostol via vaginal, encaminhar paciente para centro cirúrgico para investigar e tratar a causa do sangramento (4 Ts) em laparotomia. Está incorreta, pois a indicação é de 600 mcg de misoprostol por via sublingual e não realizar abordagem cirúrgica imediatamente ou, no caso do Brasil, 800 mcg via retal, pois não temos disponível via sublingual. Sangramento uterino anormal: Avisar a paciente, 2 acessos calibrosos, hidratação venosa e transfusão sanguínea de urgência, massagem uterina, levar a paciente para UTI para estabilização. Está incorreta, pois não se refere ao diagnóstico de hemorragia pós-parto e não indica a terapêutica correta, como administração de ocitocina e indicação de transfusão sanguínea como primeira escolha sem antes ter realizado exame laboratorial. REFERÊNCIAS: ALSO, Brasil. Advanced Life Support in Obstetrics – Manual e Programa de Estudos: São Paulo: Sarvier Editora de Livros Médicos, 2018. Organização Pan-Americana da Saúde. Recomendações assistenciais para prevenção, diagnóstico e tratamento da hemorragia obstétrica. Brasília: OPAS; 2018 ALVES, A.L.L. et al. Hemorragia pós-parto: prevenção, diagnóstico e manejo não cirúrgico. FEBRASGO, Rio de Janeiro, n. 5, p. 1-8, nov, 2020. Disponível em: https://www.febrasgo.org.br/images/pec/CNE_pdfs/FPS---N5---Novembro-2020---portugues.pdf 000076.390010.201ff7.70062a.d88b17.789d60.af4fda.9cda7 Pgina 15 de 76 29ª QUESTÃO Resposta comentada: Os sintomas dessa paciente (dor torácica subesternal aguda e esmagadora, diaforese) e alterações no ECG indicam o diagnóstico de síndrome coronariana aguda (SCA). A angiografia mostrando uma estenose da artéria descendente anterior confirma o diagnóstico. A SCA é causada principalmente pela aterosclerose. O desenvolvimento da aterosclerose começa com um fator externo (por exemplo, as citocinas inflamatórias atraem os macrófagos, que então formam células espumosas captando o colesterol dos lipídios oxidados de baixa densidade. Essas células espumosas se acumulam para formar estrias gordurosas (lesões ateroscleróticas precoces). Finalmente, a produção de colágeno por macrófagos carregados de lipídios e SMCs transforma essas estrias gordurosas em umaplaca fibrosa. DISTRATORES: O acúmulo de células espumosas na íntima é consequência da infiltração de macrófagos na íntima e da ingestão de colesterol do LDL oxidado. Essas células espumosas se acumulam e formam estrias gordurosas. No entanto, o acúmulo de células espumosas na íntima não é o passo inicial da aterosclerose. A infiltração de monócitos na íntima é um dos primeiros passos na patogênese da aterosclerose. Após a adesão ao endotélio, os monócitos emigram através do endotélio para a íntima. Como o endotélio é fisiologicamente impermeável aos monócitos, a infiltração de monócitos não é o passo inicial da aterosclerose. A ativação plaquetária libera uma variedade de mediadores inflamatórios e, assim, recruta células inflamatórias para o local da lesão aterosclerótica. No entanto, as plaquetas só são ativadas após a adesão ao endotélio dos vasos afetados. Portanto, a ativação plaquetária não é o passo inicial da aterosclerose. A oxidação da lipoproteína de baixa densidade (LDL) libera colesterol, que é então ingerido por macrófagos, induzindo a formação de células espumosas. No entanto, a atração e ativação dos macrófagos acontecem antes da formação das células espumosas. Portanto, a oxidação do LDL não é o passo inicial da aterosclerose. REFERÊNCIA: FILHO, Geraldo B. Bogliolo. Patologia. Grupo GEN, 2021. E-book. ISBN 9788527738378. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527738378/. Acesso em: 07 mar. 2023. p. 137. 30ª QUESTÃO 000076.390010.201ff7.70062a.d88b17.789d60.af4fda.9cda7 Pgina 16 de 76 Resposta comentada: Esse caso se trata de uma gestação ectópica confirmada por BHCG sérico positivo associado à dor pélvica e imagem anexial sugestiva. A paciente se apresenta estável hemodinamicamente e tem desejo reprodutivo, o que nos faz pensar em conduta conservadora. Para que isso seja possível, alguns critérios devem ser considerados como saco gestacional menor que 3,5 cm, feto sem atividade cardíaca, BHCG menor que 5.000 mUi/mL e estabilidade hemodinâmica. Após a administração do metrotexato, deve-se monitorizar a queda do BHCG sérico, que sinaliza sucesso do tratamento. A salpingectomia, ooforectomia e laparotomia não devem ser realizadas, visto que a paciente tem critérios para tratamento conservador, aumentando as chances de preservação da fertilidade, já que ela apresentou desejo de novas gestações. O BHCG considerado para tratamento conservador é o inicial, sendo assim não há indicação de repetir o BHCG. O ultrassom transvaginal foi realizado no dia do atendimento, não tendo benefício em se repetir em 2 dias REFERÊNCIA: ZUGAIB, Marcelo; FRANCISCO, Rossana Pulcineli Vieira; CANÇADO, Sírio José Braz. Zugaib obstetrícia. [S.l: s.n.], 2016. 31ª QUESTÃO 000076.390010.201ff7.70062a.d88b17.789d60.af4fda.9cda7 Pgina 17 de 76 Resposta comentada: As características clínicas dessa paciente e os achados da endoscopia e da biópsia sugerem doença do refluxo gastroesofágico (DRGE). A história desta paciente de dor torácica retroesternal intermitente que piora à noite, em conjunto com a hiperemia do terço distal do esôfago e a biópsia mostrando epitélio escamoso estratificado não queratinizado com hiperplasia da camada basal e infiltrados inflamatórios neutrofílicos, é compatível com DRGE. A disfunção da junção gastroesofágica permite que o conteúdo do estômago volte para o esôfago, causando inflamação do epitélio esofágico. Os fatores de risco para DRGE incluem disfunção do esfíncter esofágico inferior devido à ruptura anatômica (por exemplo, devido à hérnia hiatal), diminuição da tensão (por exemplo, devido ao tabagismo) e relaxamento transitório (por exemplo, devido à obesidade). DISTRATORES: Aumento do tônus do esfíncter esofágico inferior (EEI), como observado na acalasia, geralmente se manifesta com disfagia tanto para sólidos quanto para líquidos, embora sintomas de refluxo esofágico também possam estar presentes. Outras características incluem dor retroesternal e perda de peso. Essa paciente não apresenta sintomas de disfagia, tornando acalasia um diagnóstico improvável. Aumento da produção de colágeno e fibrose podem ser observados na síndrome CREST, que pode estar associada à dismotilidade esofágica e esofagite de refluxo. No entanto, a síndrome CREST é uma condição incomum e improvável de se manifestar apenas com esofagite de refluxo; outras características da síndrome CREST, como calcinose cutânea, fenômeno de Raynaud, esclerodactilia e telangiectasia, não são observadas nessa paciente. A disseminação de células neoplásicas, como observada no câncer de esôfago, provavelmente não causaria os achados da paciente. O epitélio escamoso não queratinizado é um achado patológico não maligno e não ocorre como resultado da disseminação maligna de células. A transformação metaplásica do epitélio esofágico é a marca registrada do esôfago de Barrett, no qual o epitélio escamoso normal é substituído por epitélio colunar metaplásico. A esofagite de refluxo de longa duração pode levar ao esôfago de Barrett, que é uma lesão precursora do câncer de esôfago. Os achados da biópsia dessa paciente mostram epitélio escamoso estratificado não queratinizado com hiperplasia da camada de células basais em vez de metaplasia, tornando o diagnóstico improvável de esôfago de Barrett. BMJ Best Practice. Doença do refluxo gastroesofágico. Última atualização em 02 de janeiro de 2023. Disponível em: https://bestpractice.bmj.com/topics/pt-br/82. 32ª QUESTÃO 000076.390010.201ff7.70062a.d88b17.789d60.af4fda.9cda7 Pgina 18 de 76 Resposta comentada: Considera-se o paciente com sífilis congênita, uma vez que sua mãe apresenta VDRL do terceiro trimestre com titulação 1:16 (positivo) e não recebeu tratamento adequado antes do parto. Diante desse cenário, deve-se ainda solicitar a propedêutica completa para o RN com teste não treponênico, radiografia de ossos longos, coleta de líquor e glicemia, além de teste não treponêmico simultaneamente para sua mãe. O teste treponênico citado não deve ser utilizado nesses casos, pois não reflete o diagnóstico atual do paciente. REFERÊNCIA: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Prevenção da Transmissão Vertical do HIV, Sífilis e Hepatites Virais - 2ª ed revisada / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. – Brasília: Ministério da Saúde, 2022. 33ª QUESTÃO Resposta comentada: Dentre os fatores associados à redução de morbimortalidade por causas externas, o único que apresenta alto nível de evidência e grau de recomendação é o rastreamento de alcoolismo, dentre os rastreamentos de dislipidemias e câncer. Em outras palavras, existem evidências fortes de que o rastreamento de alcoolismo em todos os adultos está associado à redução da morbimortalidade, ou seja, da manutenção da saúde. Isto se deve ao fato de que o alcoolismo aumenta a incidência de morte e doença por causas externas (acidentes e violência), que são a maior causa de morte em pessoas de 20 a 59 anos no Brasil, especialmente homens. Além disso, este homem apresenta um fator de risco adicional: ele anda de motocicleta e se envolveu em acidente há uma semana, o que indica risco de novos episódios no futuro. REFERÊNCIA: Stein A, Simões DC, Zelmanowicz AM, Falavigna M. RASTREAMENTO DE ADULTOS PARA TRATAMENTO PREVENTIVO. IN: Duncan, Bruce, B. et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. Disponível em: Minha Biblioteca, (5th edição). Grupo A, 2022. 34ª QUESTÃO 000076.390010.201ff7.70062a.d88b17.789d60.af4fda.9cda7 Pgina 19 de 76 Resposta comentada: Área: Ginecologia e Obstetrícia Subárea: Obstetrícia. Assistência Pré-Natal Tema: Diabetes Gestacional A dosagem da glicose de jejum é o método utilizado atualmente para o diagnóstico do diabetes gestacional. Dosagem acimade 92 mg/dL e inferior a 126 mg/dL, na primeira consulta, permite fazer o diagnóstico de diabetes gestacional. Essa definição inclui o diagnóstico realizado pela primeira vez na gravidez. Basta dosar uma única vez no início da gravidez. Quando o resultado é inferior a 92 mg/dL, é necessário realizar o Teste de Tolerância à Glicose com 75 g, entre 24- 28 semanas de gestação. A hemoglobina glicada não serve para o diagnóstico do diabetes gestacional. REFERÊNCIA: Cunningham, F.G., Leveno, K.J., Bloom, S.; JL. Williams. Obstetrics. 26th Ed. Mc Graw Hill. New York, 2022. 35ª QUESTÃO Resposta comentada: A leucemia linfoblástica aguda (LLA) é um tipo de câncer que afeta as células precursoras dos linfócitos B ou T. É o tipo mais comum de câncer em crianças e adolescentes. O tratamento da LLA envolve uma combinação de quimioterapia, radioterapia e, às vezes, terapia-alvo. A quimioterapia é o tratamento principal para a LLA em crianças. Consiste em medicamentos que destroem as células cancerígenas e impedem sua disseminação. A quimioterapia pode ser administrada por via oral ou por via intravenosa. O tratamento é geralmente dividido em várias fases, que podem durar de meses a anos, dependendo do risco e da resposta ao tratamento. A radioterapia pode ser usada em combinação com a quimioterapia em alguns casos, como quando a leucemia se espalha para o sistema nervoso central. No entanto, a radioterapia é menos comum em crianças com LLA, devido aos riscos de efeitos colaterais a longo prazo. A imunoterapia e a terapia-alvo são tratamentos mais recentes que estão sendo investigados para o tratamento da LLA em crianças. A imunoterapia usa o sistema imunológico do próprio paciente para combater o câncer, enquanto a terapia-alvo usa medicamentos que atacam especificamente as células cancerígenas, deixando as células saudáveis intactas. No entanto, atualmente, a quimioterapia continua sendo o tratamento padrão para a LLA em crianças. A escolha do tratamento depende do tipo e estágio da leucemia, bem como do perfil de risco do paciente. REFERÊNCIA: Tsuchida Y, Shimada H. Pediatric Oncology: A Comprehensive Guide. Springer; 2019. 36ª QUESTÃO 000076.390010.201ff7.70062a.d88b17.789d60.af4fda.9cda7 Pgina 20 de 76 Resposta comentada: A prevenção pode ser feita nos períodos de pré-patogênese e patogênese. A prevenção primária se faz com a intercepção dos fatores pré-patogênicos e inclui promoção da saúde e proteção específica. A prevenção secundária é realizada no indivíduo, já sob a ação do agente patogênico, no nível do estado de doença, inclui diagnóstico, tratamento precoce e limitação da invalidez. A prevenção terciária consiste na prevenção da incapacidade mediante adoção de medidas destinadas à reabilitação (ROUQUAYROL, 2017). No caso em questão são considerados prevenção PRIMÁRIA: 1. Vacinação de 100% das crianças, na faixa etária de 0 a 5 anos de idade, com as vacinas BCG, pentavalente e a vacina inativada poliomielite (VIP). 2. Expansão da rede de água tratada para 100% da população urbana e 50% para a rural no ano de 2023. 3. Intensificação da inspeção dos domicílios para busca de focos do mosquito Aedes aegypti e seus criadouros. 37ª QUESTÃO Resposta comentada: Os guidelines indicam que devemos fazer a hidratação correta, dentro de 10 a 20 mL/kg, seguido de reposição de potássio somente quando este estiver abaixo de 3,3 mEq/L, pois caso iniciemos a reposição de potássio antes desse nível, pode ser que se inicie a bomba concomitante à reposição e tenha-se uma hipocalemia severa. Após corrigir o potássio, estando este acima de 3,3 MEq/L, deve-se infundir a insulina, mantendo a reposição de potássio, até que os níveis atinjam 5,2 mEq/L. REFERÊNCIA: JÚNIOR, Dioclécio C.; BURNS, Dennis Alexander R.; LOPEZ, Fábio A. Tratado de pediatria. v.1. Barueri. SP: Editora Manole, 2021. E-book. ISBN 9786555767476. 38ª QUESTÃO 000076.390010.201ff7.70062a.d88b17.789d60.af4fda.9cda7 Pgina 21 de 76 Resposta comentada: A análise do partograma evidencia parada secundária da dilatação cervical, secundária à hiperatividade contrátil. Até a sexta hora do partograma ocorreu discinesia por hipoatividade, porém a administração de ocitocina apresentou como efeito adverso a elevação da frequência das contrações uterinas. A conduta mais adequada nestes casos é iniciar analgesia peridural, mudança do decúbito dorsal para lateral e oferecer apoio emocional (acompanhante ou profissional habilitado). A administração de tocolíticos são indicados somente para ressuscitação intrauterina, nos casos de asfixia fetal grave, enquanto a cesariana é preparada. O aumento da oferta de oxigênio nasal não melhora o quadro de asfixia fetal. Além do mais, os sinais de bradicardia ocasional e aparecimento de mecônio não são patognomônicos de asfixia fetal. A cesariana de emegência não está indicada, pois a discinesia por hiperatividade deve ser corrigida e não há diagnóstico de certeza de asfixia fetal. REFERÊNCIA: FERNANDES, Cesar E. Febrasgo – Tratado de Obstetrícia. Grupo GEN, 2018. E-book. ISBN 9788595154858. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595154858/. Acesso em: 01 maio 2023. 39ª QUESTÃO Resposta comentada: O CAGE é um questionário curto, e pode ser utilizado como triagem. Sua sigla é composta por palavras-chave de cada pergunta do teste, e duas ou mais respostas positivas indicam uso abusivo do álcool 10 (Quadro 243.3). Para os indivíduos que desenvolvem problemas de uso crônico, o tratamento deve ser ofertado em níveis crescentes de intensidade, restrições e custos. O indivíduo, cujos problemas demonstraram melhora junto à APS, provavelmente não necessitará de outros níveis assistenciais. O compartilhamento do cuidado e a construção de projetos terapêuticos singulares (PTS) com outros profissionais da rede de apoio, como as equipes do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) e da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), são importantes estratégias para lidar com casos complexos. Caso essa abordagem inicial não seja suficiente e o problema persistir, é necessária uma nova pactuação entre o usuário, a equipe de APS e outros níveis assistenciais. REFERÊNCIA: Tratado de medicina de família e comunidade : princípios, formação e prática [recurso eletrônico] / Organizadores, Gustavo Gusso, José Mauro Ceratti Lopes, Lêda Chaves Dias; [coordenação editorial: Lêda Chaves Dias]. 2. ed. Porto Alegre : Artmed, 2019. 2 v. 40ª QUESTÃO 000076.390010.201ff7.70062a.d88b17.789d60.af4fda.9cda7 Pgina 22 de 76 Resposta comentada: As condições sensíveis à Atenção Primária à Saúde são aquelas que podem ser prevenidas, tratadas ou controladas por meio de ações realizadas na atenção primária. Entre elas, destacam-se as doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares, doenças respiratórias crônicas, entre outras. As outras opções apresentadas também podem ser tratadas na atenção primária, mas não são consideradas condições sensíveis. REFERÊNCIA: BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 221, de 17 de abril de 2008. Define as diretrizes e objetivos para a organização da atenção básica no Sistema Único de Saúde. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 18 abr. 2008. Seção 1, p. 48. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2008/prt0221_17_04_2008.html. 41ª QUESTÃO Resposta comentada: O VCM está abaixo do valor de referência, o que indica uma microcitose no paciente, e incluindo o valor de e HCM que se apresenta abaixo do valor de referência, o que conota uma hipocromia. HEMOGRAMA ► De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a anemia em adultos é definida como hemoglobina (Hb) inferior a 13 g/dL em homens e inferior a 12 g/dL em mulheres. Os sistemas de classificação das anemias enfatizam tanto o tamanho da hemácia quanto o mecanismo que reduz o número de células vermelhas. O hemograma avalia quantitativa e qualitativamente os elementos do sangue. A avaliação quantitativa é feita por meio de contadores eletrônicos que registramo número de células, além de índices hematimétricos (volume corspuscular médio [VCM], concentração de Hb corpuscular média [CHCM], Hb corpuscular média [HCM], red cell distribution width [RDW]). A análise qualitativa é realizada observando-se a morfologia do esfregaço de sangue periférico, sendo descritas anormalidades de forma das hemácias (p. ex., esferócitos, esquizócitos, etc.). A Figura 57.1 apresenta um algoritmo para abordagem inicial das anemias. Os dados presentes no hemograma na avaliação quantitativa para a abordagem das anemias são os seguintes: Hb – É o índice mais fidedigno para o diagnóstico e a avaliação da gravidade da anemia. Hematócrito (Ht) – É o percentual do sangue ocupado pelas hemácias. Os contadores de células calculam o Ht de acordo com o VCM e com a contagem de hemácias. VCM – O VCM das hemácias é medido em fentolitros (fL). Classifica as anemias em macrocíticas (> 100 fL), microcíticas (< 80 fL) ou normocíticas (80-100 fL). RDW – É o índice de anisocitose, avaliando objetivamente a heterogeneidade das hemácias em relação ao seu tamanho. REFERÊNCIAS: SILVA, Paulo Henrique et al. Hematologia laboratorial: teoria e procedimentos. Porto Alegre: Artmed, 2016. XAVIER, Ricardo M.; DORA, José M.; BARROS, Elvino. Laboratório na prática clínica. Grupo A, 2016. E-book. ISBN 9788582713082. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582713082/. Acesso em: 08 mai. 2023. 42ª QUESTÃO 000076.390010.201ff7.70062a.d88b17.789d60.af4fda.9cda7 Pgina 23 de 76 Resposta comentada: O protocolo esclarece que, em situações de agressões graves com animais domésticos (cão ou gato) impossibilitados de serem observados por 10 dias, deverá ser adotada a utilização do soro antirrábico humano até o 7º dia pós-agressão, baseado no peso do paciente e quatro doses de vacina (0, 3, 7 e 14 dias). Salienta ainda sobre o fato de não suturar os ferimentos, apenas aproximar as bordas da lesão para não tornar o fechamento da lesão um meio propício para a absorção e multiplicação do vírus da raiva. REFERÊNCIAS: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Articulação Estratégica de Vigilância em Saúde. Guia de Vigilância em Saúde [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Articulação Estratégica de Vigilância em Saúde. 5. ed. – Brasília : Ministério da Saúde, 2021. 1.126 p. : il. Nota Técnica nº 08/2022 – CGZV/DEIDT/SVS/MS, de 10 de março de 2022, Informa sobre atualizações no Protocolo de Profilaxia pré, pós e reexposição da raiva humana no Brasil. 43ª QUESTÃO Resposta comentada: Infecções por arboviroses não são transmitidas por meio do material compartilhado, e o diagnóstico padrão ouro é a sorologia. Tipagem sanguínea não define quadro de arboviroses. O diagnóstico é realizado por sorologia, e não por exame de imagem. Arboviroses não são transmitidas por meio de fluidos corporais. O quadro clínico da chamada Dengue Clássica é muito variável. De início é a febre alta (39° a 40°), seguido de cefaleia, mialgia, prostração, artralgia, náuseas, vômitos e exantema. Hepatomegalia dolorosa pode ocorrer, desde o aparecimento da febre. Os adultos podem apresentar pequenas manifestações hemorrágicas, como petéquias, epistaxe, gengivorragia, sangramento gastrointestinal, hematúria e metrorragia. A doença tem uma duração de 5 a 7 dias. A forma mais grave da enfermidade é nomeada de febre hemorrágica, com sintomas semelhantes à forma comum da doença, porém há um agravamento do quadro no terceiro ou quarto dia de evolução, com o surgimento das manifestações hemorrágicas e o colapso circulatório. O exame para o diagnóstico da dengue mais solicitado é o hemograma completo, pois a série branca, no caso o leucograma, é extremamente importante, juntamente do hematócrito e da contagem de plaquetas. Ainda há pesquisa de IgM, ou seja, de anticorpos referentes ao vírus a partir do sexto dia e isolamento do vírus com coleta de sangue, até o quinto dia. REFERÊNCIA: BRASIL. Ministério da Saúde. Fundacão Nacional de Saúde. Dengue: aspectos epidemiológicos, diagnóstico e tratamento / Ministério da Saúde, Fundação Nacional de Saúde. Brasília: Fundação Nacional de Saúde, 2002. 44ª QUESTÃO 000076.390010.201ff7.70062a.d88b17.789d60.af4fda.9cda7 Pgina 24 de 76 Resposta comentada: Paciente com evolução aguda, menos de 6 horas, não apresenta sinais clínicos de sofrimento de alça, como náuseas e vômitos, sem alteração dos sinais vitais, que consideramos. Uma hérnia inguinal encarcerada, não redutível. A protrusão do conteúdo herniário medial aos vasos epigástricos é designada como hérnia inguinal direta (Quando lateral aos vasos = hérnia inguinal indireta). O reparo cirúrgico urgente é indicado para as hérnias agudas encarceradas. A abordagem cirúrgica ideal não é conhecida, mas uma abordagem laparoscópica pode ser considerada na ausência de estrangulamento. Às vezes, é possível reduzir uma hérnia encarcerada com o paciente sedado, mas é preciso tomar cuidado para se evitar empurrar uma porção morta do intestino com o saco herniário para dentro da cavidade peritoneal (hérnia em massa). O reparo com tela é indicado se o intestino for viável, mas o reparo sem tela é indicado se o intestino for inviável ou se a sua viabilidade for duvidosa. Na ausência de necrose ou contaminação, o intestino pode ser reduzido e a hérnia reparada com uma tela. Se o intestino não for viável (gangrenoso) ou for constatada contaminação durante a cirurgia, geralmente a ressecção do intestino é necessária, sendo feito um reparo da hérnia com tecido primário sem tela. Deve-se evitar o reparo com tela nesta situação por causa do risco de infecção da tela. REFERÊNCIAS: SABISTON, D. C. Jr. et al. Tratado de cirurgia: A Base Biológica da Prática Cirúrgica Moderna. 19. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. BMJ Best Practice. Hérnias inguinais em adultos. Última atualização em 29 jul 2022. 45ª QUESTÃO 000076.390010.201ff7.70062a.d88b17.789d60.af4fda.9cda7 Pgina 25 de 76 Resposta comentada: A sarcoidose consiste numa doença inflamatória de envolvimento sistêmico, que se caracteriza pela formação de granulomas não caseosos nos órgãos envolvidos. Afeta tipicamente adultos jovens. Em mais de 90% dos casos há envolvimento pulmonar, no entanto essa patologia pode afetar virtualmente qualquer órgão/sistema. A sua etiologia não é conhecida, contudo pensa-se que existe uma tendência genética adquirida para o desenvolvimento de resposta imunológica quando de exposição a determinadas partículas, contribuindo para a lesão orgânica. A sintomatologia pode ser muito variável, dependendo dos órgãos envolvidos. A sarcoidose pode envolver qualquer órgão, no entanto, em mais de 90% dos casos, manifesta- se por adenopatias intra-torácicas, envolvimento pulmonar, sinais ou sintomas cutâneos ou oculares, ou combinação destes. Em aproximadamente metade dos casos, o diagnóstico é estabelecido “acidentalmente” por alterações imagiológicas em exame radiológico de tórax de rotina, em doentes assintomáticos. As manifestações respiratórias mais frequentes incluem tosse, dispneia e toracalgia, podendo estar associadas a astenia, mal-estar, febre ou perda ponderal. Do exame físico, fervores são incomuns e sibilos podem estar presentes quando existe envolvimento endobrônquico ou bronquiectasias de tracção. O diagnóstico da sarcoidose baseia-se na presença de manifestações clínicas e imagiológicas compatíveis, evidência histológica de granulomas não caseosos e exclusão de outras doenças granulomatosas. O tratamento da sarcoidose tem, como objetivos, a prevenção e controle da deterioração orgânica, o alívio sintomático e a melhoria da qualidade de vida. REFERÊNCIA: BMJ Brest Practice. Sarcoidose. Úlima atualização em 28 de março de 2018. 46ª QUESTÃO Resposta comentada: O diagnóstico de RPMO é essencialmente clínico, sendo firmado com anamnese e exame físico em 90% das vezes. Na história, a queixa típica será de perda de líquido por via vaginal de formaabrupta, em quantidade moderada, que molha as roupas da paciente, sendo um líquido com cheiro e aspecto peculiares (não parecendo ser urina nem corrimento). O exame especular, no qual se observa a presença de líquido amniótico no fundo de saco posterior ou saindo pelo canal cervical, confirma o diagnóstico. Se não houver escoamento espontâneo, poder-se-á pedir que a gestante execute a manobra de Valsalva. Toque vaginal deverá ser evitado, realizando-se apenas se houver trabalho de parto. Caso o exame físico deixe dúvidas quanto à amniorrexe, pode utilizar testes com cristalização do muco, pH e outros. A usg pode auxiliar no diagnóstico, principalmente em avaliações seriadas documentando a diminuição do líquido, porém apenas uma usg não confirma a amniorrexe, mesmo que esta apresente oligoâmnio. REFERÊNCIA: FERNANDES, Cesar E. Febrasgo – Tratado de Obstetrícia. [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2018. E-book.ISBN 9788595154858. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595154858/. Acesso em: 08 maio 2023. 000076.390010.201ff7.70062a.d88b17.789d60.af4fda.9cda7 Pgina 26 de 76 47ª QUESTÃO Resposta comentada: A doação de rim vindo de doador vivo fornece o melhor transplante e os melhores resultados de sobrevida dos pacientes, melhores que doador cadáver; e sim, o transplante de pâncreas deve ser considerado uma alternativa aceitável para pacientes diabéticos que necessitam de insulina contínua e apresentem doença renal terminal. É correto afirmar que a disponibilidade de órgãos doadores adequados continua sendo o problema mais urgente, impedindo que a maioria dos receptores em potencial faça um transplante que possa conservar sua vida; mas os progressos na engenharia de tecidos são contínuos, podendo, num futuro, fornecer um suprimento de órgãos transplantáveis seguros. REFERÊNCIA: SABISTON. Tratado de cirurgia: a base biológica da prática cirúrgica moderna / Courtney M. Townsend ... [et al.]; tradução GEA ; [colaboração Cary B. Aarons ... [et al.]]. 19. ed. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. 48ª QUESTÃO Resposta comentada: A Manobra de Heimlich para bebês é um dos procedimentos mais conhecidos e recomendados para lidar com obstruções de vias aéreas em um ambiente não hospitalar e recomendada pela Sociedade Brasileira de Pediatria. O correto é colocar o bebê de bruços em cima de seu braço e fazer 5 batidas firmes com a mão, entre as escápulas e ,depois, virar o bebê de barriga para cima e fazer 5 compressões torácicas, mantendo o ritmo até o bebê desengasgar ou ficar consciente. REFERÊNCIA: Porto, Celmo C. Semiologia Médica, 8ª edição. Disponível em: Minha Biblioteca, Grupo GEN, 2019. 49ª QUESTÃO Resposta comentada: A alternativa correta é a que refere que novos casos notificados estão relacionados à incidência, que é a ocorrência de novos casos de uma determinada doença, no caso a dengue, num determinado período, oriundo de uma população sob risco de adoecer no início da observação. História natural não é o mesmo que doenças pregressas. Índice de mortalidade não é o mesmo que letalidade. Endemia e epidemia são conceitos diferentes. Morbidade e letalidade são conceitos diferentes. REFERÊNCIA: ALMEIDA FILHO, Naomar de; BARRETO, Mauricio L. Epidemiologia & Saúde - Fundamentos, Métodos e Aplicações. Guanabara Koogan, 2011. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/978-85-277-2119-6/pageid/0. 50ª QUESTÃO 000076.390010.201ff7.70062a.d88b17.789d60.af4fda.9cda7 Pgina 27 de 76 Resposta comentada: Os cardiomiócitos atriais são estimulados pelo aumento do estiramento atrial para produzir o peptídeo natriurético atrial (ANP). A diminuição da reabsorção de sódio do túbulo contorcido distal e do ducto coletor cortical é um dos efeitos do ANP, que responde ao aumento do estiramento atrial (por exemplo, na hipertensão ou sobrecarga de volume), aumentando a natriurese e a diurese no corpo. Além de diminuir a reabsorção de sódio, o ANP aumenta a excreção de sódio e água por meio do aumento da TFG via dilatação da arteríola aferente e constrição da arteríola eferente. Por fim, o ANP inibe a secreção de renina e, portanto, o RAAS. Juntas, essas mudanças trabalham para reduzir o volume sanguíneo, a pressão arterial e o débito cardíaco. DISTRATORES: O aumento da excreção de íons potássio e hidrogênio nos túbulos distais e ductos coletores do rim, bem como a reabsorção de sódio, são efeitos da aldosterona, e não do ANP. A aldosterona é estimulada pelo SRAA, aumento do potássio sérico, ACTH, sistema nervoso simpático e diminuição da pressão arterial média. O óxido nítrico (NO) resulta em vasodilatação e diminuição da agregação plaquetária. O NO é produzido por células endoteliais vasculares em resposta a uma variedade de gatilhos, incluindo lesão vascular e hipóxia. Embora o ANP cause vasodilatação, não tem efeito sobre a agregação plaquetária. O aumento da reabsorção de água livre de soluto é um efeito da vasopressina (ADH), e não do ANP. O ADH atua aumentando a transcrição e inserção de aquaporinas nos ductos coletores renais. O ADH é secretado se o corpo detectar aumento da osmolalidade plasmática ou diminuição do volume sanguíneo arterial. A vasoconstrição sistêmica e a estimulação da sede, assim como a retenção de sódio e o aumento da reabsorção de água, são estimulados pelo SRAA, e não pelo ANP. O SRAA é ativado em resposta à diminuição da perfusão glomerular e pelo sistema nervoso simpático renal e, na verdade, é inibido pelo ANP. REFERÊNCIA: HALL, John E.; GUYTON, Arthur C. Guyton & Hall Fundamentos de Fisiologia.Pag.194: Grupo GEN, 2017. 9788595151550. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595151550/. Acesso em: 08 ago. 2022. 51ª QUESTÃO 000076.390010.201ff7.70062a.d88b17.789d60.af4fda.9cda7 Pgina 28 de 76 Resposta comentada: Há um consenso de que, atualmente, deve-se tolerar níveis baixos de SO2 mesmo em lactentes com SO2 entre 90-96%. Isso permite alta mais precoce sem expor o paciente a riscos. A bronquiolite é diferente da pneumonia da asma. Nestas últimas, não é possível tolerar valores tão baixos de saturação. O agente etiológico mais comum da bronquiolite é o vírus sincicial respiratório. Não há indicação para uso de corticoide no tratamento para bronquiolite viral aguda. Só há indicação de oxigênio quando o lactente tem saturação menor que 90% (Tratado Brasileiro de Pediatria da SBP – 2022). Não há indicação de realizar radiografia de tórax para o diagnóstico de bronquiolite viral aguda. Não há indicação para uso de antibióticos para pacientes com bronquiolite viral aguda. REFERÊNCIA: JÚNIOR, Dioclécio C.; BURNS, Dennis Alexander R.; LOPEZ, Fábio A. Tratado de pediatria. v.1. Barueri. SP: Editora Manole, 2021. E-book. ISBN 9786555767476. 52ª QUESTÃO 000076.390010.201ff7.70062a.d88b17.789d60.af4fda.9cda7 Pgina 29 de 76 Resposta comentada: Infecções congênitas por TORCH. Coriorretinite, calcificações intracranianas difusas e hidrocefalia (indicada por ventriculomegalia) em um recém-nascido são características da toxoplasmose congênita. O consumo de carne contaminada e mal cozida é a causa mais comum de infecção por Toxoplasma gondii durante a gravidez. Embora a probabilidade de transmissão transplacentária seja baixa no início da gravidez, o risco de toxoplasmose sintomática no recém-nascido é maior se a infecção ocorrer no primeiro trimestre. A toxoplasmose materna geralmente é assintomática, mas pode se manifestar com sintomas gerais, como febre baixa e linfadenopatia cervical. Outras fontes de infecção materna incluem ingestão acidental de fezes de gato contaminadas e ingestão de leite de cabra não pasteurizado. DISTRATORES: A exposição de uma gestante não vacinada a crianças não vacinadas é um fator de risco para infecção materna por doenças exantemáticas da infância, como rubéola e varicela. A síndrome da rubéola congênita geralmente se manifesta com defeitos cardíacos, catarata e defeitos cocleares (tríade de Gregg). Embora coriorretinite e ventriculomegaliapossam ser observadas na infecção congênita por varicela, outros sintomas, como cicatrizes hipertróficas e hipoplasia de membros, também são esperados. Nenhuma das condições está associada a calcificações intracranianas. Além disso, a mãe não relatou uma erupção cutânea característica de nenhuma das doenças. A relação sexual desprotegida durante a gravidez é um fator de risco para infecções sexualmente transmissíveis (por exemplo, HIV, CMV, HSV-2, sífilis), que podem levar a infecções congênitas. Este recém-nascido apresenta coriorretinite, calcificações intracranianas e ventriculomegalia, todos consistentes com infecção congênita por CMV. Além disso, os sintomas da mãe durante o início da gravidez (febre baixa, linfadenopatia cervical) são uma possível manifestação de mononucleose por CMV. No entanto, as calcificações intracranianas são geralmente limitadas à região periventricular na infecção congênita por CMV, ao contrário do padrão difuso visto aqui. A infecção pelo vírus Zika (por exemplo, através de picadas de mosquito) durante a gravidez pode levar a defeitos congênitos, como ventriculomegalia e calcificações intracranianas. No entanto, a infecção congênita por Zika não está associada à coriorretinite. Além disso, a mãe não relatou sintomas típicos da infecção por Zika, como erupção maculopapular pruriginosa ou artralgia, nem viajou para uma região endêmica. O consumo de produtos lácteos crus de vaca durante a gravidez é um fator de risco para infecção por Listeria monocytogenes, que pode levar à granulomatose infantisséptica em recém-nascidos. Esta condição é caracterizada por desconforto respiratório e lesões cutâneas. Embora a doença febril inespecífica da mãe no início da gravidez possa ter sido uma manifestação de listeriose, os sintomas de seu filho sugerem toxoplasmose congênita. A infecção por Toxoplasma gondii tem sido associada à ingestão de leite cru de cabra contaminado, em vez de produtos lácteos de vaca. REFERÊNCIAS: NEVES, David Pereira. Parasitologia Humana. 13ª ed. São Paulo: Atheneu, 2016. REY, L. Bases da Parasitologia Médica. 3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. 53ª QUESTÃO 000076.390010.201ff7.70062a.d88b17.789d60.af4fda.9cda7 Pgina 30 de 76 Resposta comentada: O prolapso de parede vaginal anterior é caracterizado como cistocele. Devido à fraqueza da parede anterior da vagina, a bexiga começa a fazer saliência no local e passa a aparecer na fúrcula vaginal, podendo se apresentar, como nessa paciente, até o hímen ou mesmo se exteriorizar. A sensação que a paciente tem é de uma “bola na vagina”, expressão muito comum utilizada pelas pacientes para descrever o sintoma. Em relação à incontinência, a característica da incontinência de urgência é a perda de urina quando há sensação de "vontade de ir ao banheiro", e devido a contrações do músculo da bexiga, o detrusor, a paciente não consegue segurar a urina até chegar ao vaso. Na incontinência de esforço, a paciente perde urina quando tosse, espirra, tem crises de riso ou mesmo ao pegar peso, ou seja, aos esforços e manobras de valsalva, o que não é o caso dessa paciente. O tratamento para "cistocele" é a colporrafia anterior. Geralmente, esse tratamento resolve o problema da urgeincontinência urinária. As terapias comportamentais, como treinamento vesical, redução de ingesta de líquido e alimentos estimulantes do detrusor, são a conduta inicial para o tratamento da bexiga hiperativa. O botox intravesical só deve ser utilizado como terceira linha de tratamento, em casos refratários aos tratamentos iniciais. O sling de uretra média só tem indicação nas incontinências urinárias de esforço. REFERÊNCIA: BEREK, J. S. (Ed.). Berek & Novak. Tratado de Ginecologia. 15. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. 54ª QUESTÃO 000076.390010.201ff7.70062a.d88b17.789d60.af4fda.9cda7 Pgina 31 de 76 Resposta comentada: REFERÊNCIA HERRING, Guilherme. Radiologia Básica - Aspectos Fundamentais . [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2021. E-book. ISBN 9788595158719. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595158719/. Acesso em: 03 mar. 2023. Página 2: no RX o ar é o tom mais escuro possível (menos denso). Líquidos (p. ex., sangue) e tecidos moles (p. ex., músculo) têm a mesma densidade nas radiografias convencionais, aparecem mais brancas, pois tem densidade maior. Página 3: Substâncias menos densas, que absorvem menos raios X, têm números de TC baixos. Diz-se que elas apresentam atenuação diminuída e são exibidas como densidades mais escuras nas imagens de TC. Nas radiografias convencionais, essas substâncias (como ar e gordura) também parecem mais pretas e têm densidade diminuída (ou maior radiolucência). Página 61: À medida que o derrame subpulmonar aumenta em volume, ele primeiro preenche e, assim, vela o seio costofrênico posterior, visível na incidência em perfil do tórax. Isso ocorre com aproximadamente 75 mℓ de líquido. Quando o derrame alcança um volume de cerca de 300 mℓ, vela o seio costofrênico lateral, visível na radiografia de tórax em PA. Página 65: derrame pleural se acumula na região dorsal. Página 280: a identificação da linha pleural visceral no RX do tórax faz o diagnóstico definitivo de um pneumotórax. Página 281: na TC do tórax o paciente encontra-se em decúbito dorsal, no pneumotórax o ar acumula anteriormente. 55ª QUESTÃO 000076.390010.201ff7.70062a.d88b17.789d60.af4fda.9cda7 Pgina 32 de 76 Resposta comentada: A alternatina I está correta pois no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, ocorrem entre 19 mil a 22 mil acidentes ofídicos por ano. Existem aproximadamente 250 espécies de serpentes, sendo que destas, 70 são peçonhentas. A maioria destes acidentes deve-se a serpentes do gênero Bothrops (jararaca, jararacuçu, urutu e outros) e Crotalus (cascavel), sendo raros os produzidos por Lachesis (surucucu, surucutinga) e Micrurus (coral). A ocorrência do acidente ofídico está, em geral, relacionada a fatores climáticos e aumento da atividade humana nos trabalhos no campo. A faixa etária acometida varia de 15 a 49 anos, sendo o sexo masculino o mais prevalente. Quanto ao local da picada, o pé e a perna são os mais atingidos. A alternativa II está correta pois as alterações fisiopatológicas possuem ação proteolítica, produzindo lesão tecidual; ação coagulante, causando afibrinogenemia e incoagulabilidade sanguínea; ação hemorrágica, pela presença de hemorraginas e ação neurotóxica, com ação do tipo estimulação vagal, alterações de sensibilidade no local da picada, da gustação e da olfação. A alternativa III está correta pois na avaliação laboratorial, encontramos como resultado da miólise, valores elevados de creatinofosfoquinase (CPK), desidrogenase lática (LDH) e aspartase-alanino-transferase (ALT). O aumento da CPK é precoce, com pico de máxima elevação dentro das primeiras 24 horas após o acidente. O aumento da LDH é lento e gradual, constituindo-se, pois, um exame para diagnóstico tardio do envenenamento crotálico. O hemograma pode mostrar leucocitose, com neutrofilia e desvio à esquerda. O TC freqüentemente está prolongado. O exame de urina pode apresentar proteinúria discreta, presença de mioglobina, com ausência de hematúria. Elevação dos níveis de uréia, creatinina, ácido úrico, fósforo, potássio e diminuição da calcemia, são observadas na fase oligúrica da IRA A alternativa IV está correta pois o tratamento específico é a infusão do soro anticrotálico (SAC) ou o soro antibotrópico-crotálico (SABC) endovenosamente, com a dose variando com a gravidade do caso, devendo-se ressaltar que a quantidade a ser administrada na criança é a mesma da do adulto. O tratamento geral inclui medidas simples, porém de grande importância para o prognóstico. É recomendado lavar a região afetada com água e sabão, analgesia e profilaxia do tétano, se necessário. Os pacientes devem ser bem hidratados para prevenir a insuficiência renal. A alcalinização da urina e a diurese osmótica estão indicadas nos casos que evoluam com mioglobinúria, no intuito
Compartilhar