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Doença Renal Crônica Diabética

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Clínica Médica I 
Doença Renal Crônica Diabética 
❖ A doença renal crônica no paciente diabético segue os mesmos critérios de classificação 
e progressão que na DRC não diabética. A mudança consiste em saber identificar a 
diferença fisiopatológica entre elas e sua conduta. 
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO 
❖ Ao iniciar IECA ou BRA no paciente, existem 3 possibilidades. A primeira possibilidade 
consiste no aumento de menos de 30% dos níveis de creatinina acompanhada de 
normocalemia, o que permite o aumento da dose de IECA/BRA. 
❖ A segunda possibilidade consiste no aumento de potássio em mais de 5,5 mEq/L, sendo 
que, nesse cenário, é necessário reavaliar os medicamentos em uso do paciente 
(diuréticos depletores de potássio – furosemida e tiazídicos) e realizar uma gasometria 
(elevação de bicarbonato ou alterações eletrolíticas podem induzir a elevação 
secundária do potássio). 
❖ A terceira possibilidade consiste no aumento de mais de 30% de creatinina, devendo-se 
buscar por mecanismos secundários como causa, como estenose de artéria renal. 
❖ É recomenda a associação com antagonista de receptor mineralocorticoide, como a 
espironolactona ou a finerenona. 
MEDIDAS DE REDUÇÃO DO POTÁSSIO 
✓ Redução de dietas hipercalêmicos (folhagens verdes, alimentos industrializados, frutas 
ressecadas); 
✓ Ajuste de diuréticos espoliadores de potássio (furosemida e tiazídicos); 
✓ Uso de bicarbonato (em caso de acidose); 
Suco de laranja é quelante de potássio!!! 
CRITÉRIOS DE SUSPENSÃO DE IECA/BRA 
✓ IRA; 
✓ Hiperpotassemia refratária; 
✓ Aumento da creatina em > 30% do basal; 
✓ Hipotensão sintomática; 
✓ Tosse crônica (trocar IECA por BRA). 
CONTROLE GLICÊMICO 
❖ Deve ser feito com a dosagem de hemoglobina glicada (exceto se houver um clearence 
de creatinina menor que 15-20, nesses casos é recomendado a realização de glicemia 
capilar). 
❖ Deve-se estimular uma correta dieta balanceada, isto é, rica em vegetais, frutas (exceto 
banana), fibras, grão, cereais, gorduras não saturadas e restrição de carboidratos. A 
partir de um clearance de creatinina abaixo de 60, é recomendado a redução da 
ingestão proteica (carnes, ovos e leites – se menor que 40, deve haver restrição 
completa). No mais, recomenda-se a restrição de sal e exercícios físicos 30min/dia 5x 
por semana. 
TERAPÊUTICA MEDICAMENTOSA 
❖ A droga de escolha inicial para DM2 é a metformina, sendo indicada para casos com 
clearance de creatinina acima de 30. Ela ajuda na perda de peso, podendo causar 
alguns efeitos adversos (como diarreia autolimitada e deficiência de vitamina B12). 
❖ A segunda escolha, de forma isolada ou combinada com a metformina, indica-se os 
inibidores do SGLT2 (empagliflozina, dapagliflozina) devido suas ações na diminuição da 
progressão de nefropatia além do controle glicêmico. Além, também atua reduzindo 
mortes cardiovasculares e internações de causa renal. Ainda, pode causar redução da 
PA e redução do peso. 
❖ A terceira escolha consiste nos agonistas de GLP1. 
ABORDAGENS NÃO FARMACOLÓGICAS 
❖ Deve-se educar o paciente, estimular a formação de grupos de apoio e discussão, 
formação de times de cuidados multiprofissionais, estimular a proatividade dos pacientes 
e fornecer leituras instrutivas sobre complicações e maneiras de evita-las.

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