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Arquitetura Sustentável

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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
ARQUITETURA SUSTENTÁVEL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
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CURSO DE 
ARQUITETURA SUSTENTÁVEL 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição 
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido 
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
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SUMÁRIO 
 
 
MÓDULO I 
 
1 SUSTENTABILIDADE 
1.1 CONCEITUAÇÃO 
1.2 HISTÓRICO 
1.3 PRINCIPAIS CONFERÊNCIAS E TRATADOS 
1.3.1 Conferência de Estocolmo – 1972 
1.3.2 Comissão de Brundtland – 1984 
1.3.3 Protocolo de Montreal – 1987 
1.3.4 Cúpula da Terra do Rio de Janeiro (ECO-92) – 1992 
1.3.5 Protocolo de Quioto – 1997 
1.3.6 Cúpula da Terra de Johanesburgo (Rio + 10) – 2002 
1.3.7 Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas – Bali – 
2007 
1.3.8 Protocolo de Quito – 2012 
1.4 IMPACTOS CAUSADOS PELA OCUPAÇÃO HUMANA 
1.5 SUSTENTABILIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL 
2 INTRODUÇÃO A ARQUITETURA SUSTENTÁVEL 
2.1 MUDANÇAS E PARADIGMAS 
2.1.1 Os sistemas de certificações 
2.2 DIRETRIZES PROJETUAIS 
2.2.1 A implantação 
2.2.2 Os acessos 
2.2.3 O projeto e as considerações bioclimáticas 
2.2.4 Gestão da água 
2.2.5 Especificação de materiais e escolha de técnicas construtivas 
 
 
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MÓDULO II 
 
3 PERMACULTURA 
3.1 HISTÓRICO 
3.2 PRINCÍPIOS DA PERMACULTURA 
3.2.1 Princípio 01: observe e interaja 
3.2.2 Princípio 02: capte e armazene energia 
3.2.3 Princípio 03: obtenha rendimento 
3.2.4 Princípio 04: pratique a autorregulação e aceite o feed back 
3.2.5 Princípio 05: use e valorize os serviços e recursos renováveis 
3.2.6 Princípio 06: não produza desperdícios 
3.2.7 Princípio 07: design partindo de padrões para chegar aos detalhes 
3.2.8 Princípio 08: integrar ao invés de segregar 
3.2.9 Princípio 09: use soluções pequenas e lentas 
3.2.10 Princípio 10: use e valorize a diversidade 
3.2.11 Princípio 11: use as bordas e valorize os elementos marginais 
3.2.12 Princípio 12: use criativamente e responda às mudanças 
3.3 TÉCNICAS CONSTRUTIVAS 
3.3.1 Adobe 
3.3.2 Super Adobe 
3.3.3 Taipa 
3.3.4 Pau a pique 
3.3.5 Sanitário seco 
3.3.6 Telhado verde 
3.4 ESTUDO DE CASOS – MODELOS E PROPOSTAS 
3.4.1 Mapa temático da estação de Permacultura: Casa Colmeia 
3.4.2 IPEMA – Ubatuba 
3.4.3 Chácara Asa Branca – Brasília 
4 USO E REUSO DOS RECURSOS E ENERGIAS NATURAIS 
4.1 RECURSOS NATURAIS 
4.1.1 Hídricos 
4.1.2 Energia solar 
4.1.3 Energia eólica 
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MÓDULO III 
 
5 A SUSTENTABILIDADE A FAVOR DO CONFORTO NA ARQUITETURA 
5.1 CONFORTO TÉRMICO 
5.2 CONFORTO LUMÍNICO 
5.3 CONFORTO ACÚSTICO 
6 VANTAGENS DE UMA ARQUITETURA SUSTENTÁVEL 
GLOSSÁRIO 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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MÓDULO I 
 
 
1 SUSTENTABILIDADE 
 
 
FIGURA 01 – SUSTENTABILIDADE 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://feedcarreira.com.br/cultura-de-sustentabilidade-a-coisa-certa-a-se-
fazer/>. Acesso em: 08 jun. 2013. 
 
 
A sustentabilidade é um tema que pode ser considerado bastante recente, 
todavia existem registros de diversos movimentos que surgiram em várias regiões do 
planeta. A verdade é que tais movimentos surgiram a partir da triste constatação de 
que as consequências negativas geradas, a partir das intervenções e ocupações 
humanas, comprometem seriamente, não só a existência da raça humana, como de 
todos os ecossistemas que formam o planeta. 
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1.1. CONCEITUAÇÃO 
 
 
No ano de 1987 com Brundtland Report, apareceu a primeira definição de 
desenvolvimento sustentável, onde foi idealizado um conceito de que o 
desenvolvimento sustentável seria aquele que atende às necessidades do presente, 
sem comprometer o atendimento às necessidades das gerações futuras (Nosso 
Futuro Comum, Relatório Brundtland, 1987). 
Temos muitas definições para “sustentabilidade” e “desenvolvimento 
sustentável”. Poderíamos sintetizar que a sustentabilidade é respeitar os 
ecossistemas conforme eles são dispostos na natureza. Quanto ao desenvolvimento 
sustentável é possível assumir, que seria a forma de proceder para chegarmos ao 
propósito da sustentabilidade. 
 
 
1.2. HISTÓRICO 
 
 
Nos últimos anos da década de 70, no século passado, os líderes políticos 
depararam-se com uma constatação: em todas as regiões do planeta, crises 
ambientais despontavam e prejudicavam tanto as nações menos desenvolvidas 
como os países industrializados. Várias ONGs (Organizações Não Governamentais) 
foram criadas em distintos países com o intuito de lutar por questões ambientais e 
promover o desenvolvimento sustentável. 
A ONU (Organização das Nações Unidas) criou a primeira Conferência das 
Nações Unidas sobre o Ambiente Humano em 1972, em Estocolmo na Suécia. 
Outras Conferências Internacionais aconteceram e como consequências foram 
criados tratados e planos de ação dentro do tema ambiental. 
 
 
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FIGURA 02 - EMBLEMA DO PROGRAMA AMBIENTAL DAS NAÇÕES UNIDAS 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://vimeo.com/unep>. Acesso em: 08 ago. 2013. 
 
 
1.3. PRINCIPAIS CONFERÊNCIAS E TRATADOS 
 
 
1.3.1. Conferência de Estocolmo – 1972 
 
 
Esse foi o marco inicial e oficial do ambientalismo, na tratativa dos 
problemas constatados que assolavam e ainda assolam o mundo. O objetivo do 
evento era o estudo de estratégias que corrigissem os problemas do meio ambiente 
em todo o planeta. O principal resultado foi a criação do Programa Ambiental das 
Nações Unidas (UNEP), que recebeu a incumbência de colocar em prática os 26 
princípios da Declaração de Estocolmo. 
De uma forma mais objetiva, foi elaborado um plano de ação englobando os 
recursos naturais, direitos humanos, desenvolvimento sustentável e normas de meio 
ambiente em cada país. 
 
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http://vimeo.com/unep
 
 
 
 
1.3.2. Comissão de Brundtland – 1984 
 
 
O ano de 1984, em Genebra, assinalou mais uma marcante Conferência 
organizada pela ONU. O fato mais marcante foi a publicação do relatório da 
Comissão Brundtland. 
No relatório constavam questões referentes à população, alimentação, 
segurança, saúde, energia, indústria e uma ampla variedade de desafios urbanos. 
Conclui-se que problemas referentes ao estado degradado do planeta são ligados 
aos problemas sociais das populações. 
O relatório, o tempo todo, reforça alguns componentes, como se pode ver: 
 
“se o desenvolvimento econômico aumenta a vulnerabilidade às crises, ele 
é insustentável. Uma seca pode obrigar os agricultores a sacrificarem 
animais que seriam necessários para manter a produção dos anos 
seguintes. Uma queda nos preços pode levar os agricultores e outros 
produtores a explorarem excessivamente os recursos naturais, a fim de 
manter rendas. Mas pode-se reduzir a vulnerabilidade usando tecnologias 
que diminuam os riscos de produção, dando preferência a opções 
institucionais que reduzam flutuações de mercado e acumulando reservas, 
sobretudo de alimentos e divisas... Mas não basta ampliar a gama das 
variáveis econômicas a serem consideradas. Para haver sustentabilidade, é 
preciso uma visão das necessidades e do bem-estar humano que incorpora 
variáveis não econômicas, como educação e saúde, água e ar puros e a 
proteção das belezas naturais. Também, é preciso eliminar as limitações 
dos grupos menos favorecidos, muitos dos quais vivem em áreas 
ecologicamente vulneráveis” (RELATÓRIO BRUNDTLAND, 1991,p. 57). 
 
 
1.3.3. Protocolo de Montreal – 1987 
 
 
Temos como herança desse encontro o tratado conhecido como Protocolo 
de Montreal para Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio. A partir dessa 
ratificação obtivemos melhorias nas práticas de construção e em substâncias que 
retardam o fogo e que compõem materiais de limpeza, pois exigiu a extinção gradual 
dos CFCs (clorofluorcarbonos), que agrediam e destruíam a camada de Ozônio. 
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1.3.4. Cúpula da Terra do Rio de Janeiro (ECO-92) – 1992 
 
 
FIGURA 03: EMBLEMA DA ECO-92 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.senado.gov.br/noticias/Jornal/emdiscussao/rio20/a-
rio20/conferencia-rio-92-sobre-o-meio-ambiente-do-planeta-desenvolvimento-sustentavel-dos-
paises.aspx>. Acesso em: 08 jun. 2013. 
 
 
O Brasil foi palco de encontro para 179 governos participantes da 
Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento. Foram 
gerados cinco relatórios: 
• Declaração do Rio; 
• Agenda 21; 
• Declaração dos Princípios das Florestas; 
• Convenção sobre Diversidade Biológica; 
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• Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. 
 
Podemos destacar como maior relevância a Agenda 21. O documento está 
estruturado em quatro seções com subdivisão de 40 capítulos, destacando: 
• Dimensões econômicas e sociais; 
• Conservação e questão dos recursos para o desenvolvimento; 
• Revisão dos instrumentos necessários para a execução das ações 
propostas; 
• A aceitação do formato e conteúdo da Agenda. 
 
Ficou determinado que cada país é responsável pela sua Agenda 21. No 
Brasil a entidade representativa e que centraliza as discussões é a CDPS (Comissão 
de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 21 Nacional). A Agenda 
21 no Brasil estipula como premissas a inclusão social, a sustentabilidade, as ações 
prioritárias da Agenda 21 brasileira são o desenvolvimento sustentável como 
premissa para a conservação ambiental, justiça social e crescimento econômico. 
 
 
1.3.5. Protocolo de Quioto – 1997 
 
 
Foi ratificado pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças 
Climáticas (UNFCCC). Exigiu que os países efetivassem o comprometimento com a 
redução dos gases de efeito estufa, incluindo o Dióxido de Carbono (CO2). 
A redução da emissão dos gases, proposta no Protocolo de Quioto, acaba 
refletindo diretamente na construção de edificações, já que na extração, manufatura 
e transporte dos insumos são gerados altos contingentes de Dióxido de Carbono. 
O ano de 2005 foi determinado como a data de implantação e 141 países 
assim o ratificaram, com o compromisso de reduzir suas emissões de gases que 
contribuíam com o efeito estufa. 
 
 
 
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1.3.6. Cúpula da Terra de Johanesburgo (Rio + 10) – 2002 
 
 
FIGURA 04: EMBLEMA DA CÚPULA DA TERRA DE JOANESBURGO 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/sobre/meio-ambiente/iniciativas/acordos-
globais/print>. Acesso em: 08 jun. 2013. 
 
 
Essa foi a quarta Conferência que aconteceu a partir da Conferência de 
Estocolmo, realizada em Johanesburgo, na África do Sul. 
A Cúpula reconheceu a tríplice conceitual estabelecida em 1992: o 
desenvolvimento econômico, o desenvolvimento social e a proteção ambiental. 
Um fato marcante foi que os Estados Unidos não compareceram à 
Conferência. 
Entre os principais avanços destaca-se a importância do desenvolvimento 
sustentável e a construção sustentável para os países menos desenvolvidos. 
 
 
 
 
 
 
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1.3.7. Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas – Bali – 
2007 
 
 
Entidades não Governamentais e 180 Representações Governamentais 
participantes do evento de 1997 em Quioto voltaram a se reunir para discutirem 
propostas internacionais com o intuito de diminuir emissões de carbono seguindo o 
Tratado de Quioto. 
 
 
1.3.8. Protocolo de Quito – 2012 
 
 
No dia 08 de dezembro de 2012, no Catar, 194 países reafirmaram o 
Protocolo de Quioto, prorrogando por mais oito anos o compromisso estabelecido 
em 2002. O grande saldo negativo e preocupante é que os grandes poluidores não 
se fizeram presentes, sendo que Japão, Rússia, Canadá, Nova Zelândia e EUA são 
as nações contrárias ao Protocolo. Japão, Rússia e Nova Zelândia participaram, 
mas não assinaram o termo de compromisso, ao passo que o Canadá retirou-se e 
os EUA não participaram. O caso do EUA é bastante pontual, pois não ratificaram o 
compromisso nem se quer no primeiro encontro. Restou a Austrália, União Europeia 
e mais alguns países do eixo europeu que se comprometeram, porém representam 
apenas 15% do total de contribuição de poluentes lançados no meio ambiente. 
(FONTE: Disponível em: <http://www.publico.pt/ecosfera/noticia/onu-prolonga-quioto-mas-adia-novas-
decisoes-sobre-o-clima-1576645>. Acesso em: 08 jun. 2013). 
 
É de comum conhecimento que é muito pouco e em 2014 haverá uma 
revisão quanto às metas a serem traçadas. Até essa data, as Nações Unidas 
pretendem ter um tratado climático mundial que envolva também os países em 
desenvolvimento e não só os do eixo dito desenvolvido. Sendo assim países como a 
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http://www.publico.pt/ecosfera/noticia/onu-prolonga-quioto-mas-adia-novas-decisoes-sobre-o-clima-1576645
http://www.publico.pt/ecosfera/noticia/onu-prolonga-quioto-mas-adia-novas-decisoes-sobre-o-clima-1576645
 
China, Índia e Brasil terão de assumir compromissos de redução de emissão de 
CO2 no planeta. 
 
 
1.4. IMPACTOS CAUSADOS PELA OCUPAÇÃO HUMANA 
 
 
Toda e qualquer ocupação feita pelo homem gera impactos diretos nos 
ecossistemas que são subjugados. Sempre que acontece o estabelecimento de uma 
edificação em uma área qualquer, todas as atividades que são desenvolvidas 
acarretam algum tipo de consequência direta nas condições naturais da zona de 
implantação. A verdade é que o microclima local acaba sendo alterado em virtude 
das alterações que são feitas na flora, fauna e incidência de recursos naturais 
peculiares da região que sofreu a intervenção. 
Os movimentos de terra realizados em escavações e terraplanagens, e a 
derrubada de espécies vegetais, são dois processos que deveriam passar por 
análise e concessões municipais antes de serem realizadas. Infelizmente não 
existem regras claras que impeçam a ação indiscriminada do ser humano em todos 
os municípios, por meio de secretarias específicas para tal fiscalização. O ideal é 
que todo empreendimento novo a ser implantado pudesse passar por uma análise 
de seu impacto ambiental, para que as medidas necessárias pudessem ser tomadas 
na minimização ou em alguns casos a inviabilização do mesmo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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FIGURA 05 – RETIRADA DE VEGETAÇÃO FIGURA 06 – ESCAVAÇÃO 
 
FIGURA 05 - FONTE: Disponível em: <http://www.fatimadosul.ms.gov.br>. Acesso em: 08 jun. 2013. 
FIGURA 06 - FONTE: Disponível em: <http://www.umarizal.com>. Acesso em: 08 jun. 2013. 
 
 
Não só durante o processo de estabelecimento do empreendimento que 
acontecem as agressões ao meio ambiente, é durante a execução dele que vamos 
verificar um alto índice de poluição, causados pelos resíduos de obra. É durante 
essa etapa que são constatadas igualmente o descarte de recursos naturais e falta 
de bom senso em sua utilização. 
 
 
FIGURA 07 – RESÍDUOS DE OBRA FIGURA 08 – DESPERÍCIO DE ÁGUA 
FIGURA 07 - FONTE: Disponível em: <http://www.recriarcomvoce.com.br/blog_recriar/tag/casa-
sustentavel/page/5/>. Acesso em: 08 jun. 2013. FIGURA 08 - FONTE: Disponível em: 
<http://www.ecodesenvolvimento.org/noticias/ana-lanca-edital-para-gestao-da-agua-na-construcao>. 
Acesso em: 08 jun. 2013. 
 
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http://www.fatimadosul.ms.gov.br/
http://www.umarizal.com/
http://www.recriarcomvoce.com.br/blog_recriar/tag/casa-sustentavel/page/5/http://www.recriarcomvoce.com.br/blog_recriar/tag/casa-sustentavel/page/5/
http://www.ecodesenvolvimento.org/noticias/ana-lanca-edital-para-gestao-da-agua-na-construcao
 
Para a realização das atividades no canteiro de obras são necessários 
equipamentos e insumos para que os trabalhadores possam constituir os diversos 
elementos construtivos. Se pensarmos que toda a matéria-prima que entrou na obra 
passou pelo processo de extração, manufatura e transporte até chegar ao local de 
sua utilização, chegaremos à conclusão de que os diversos processos geraram de 
alguma forma e em uma determinada intensidade, um percentual significativo de 
poluição no planeta. 
 
 
FIGURA 09 – EXTRAÇÃO DE MADEIRA FIGURA 10 – POLUIÇÃO 
 
FIGURA 09 - FONTE: Disponível em: 
<http://www.colheitademadeira.com.br/informativos/270/extracao-de-madeira-shovel-logging.html>. 
Acesso em: 08 jun. 2013. FIGURA 10 - FONTE: Disponível em: 
<http://www.brasilescola.com/biologia/poluicao.htm>. 
Acesso em: 08 ago. 2013. 
 
 
Finalizado o processo de execução do imóvel, começa uma nova etapa 
dentro das consequências da ocupação humana. Uma vez habitando ou utilizando o 
imóvel, o homem passa a gerar resíduos que agridem o local em que está 
estabelecido e também os possíveis destinos dados a esse lixo. Outro fator negativo 
é o desperdício dos recursos naturais, bem como a falta de políticas de reutilização 
ou reaproveitamento dessas fontes naturais. Na imagem a seguir podemos ver um 
protótipo que serve de modelo para uma residência, em que são potencializados o 
uso inteligente e reaproveitamento de recursos naturais, tais como: captação de 
energia solar, utilização da água da chuva para fins específicos, tratamento de 
esgoto, separação de resíduos, etc. 
 
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http://www.colheitademadeira.com.br/informativos/270/extracao-de-madeira-shovel-logging.html
http://www.brasilescola.com/biologia/poluicao.htm
 
 
 
FIGURA 11 – MODELO DE RESIDÊNCIA SUSTENTÁVEL 
 
FONTE: Disponível em: <http://criadordesites.tehospedo.com.br/Sites/c24b4a7b-dd04-4f65-838c-
5691ee56d6ec/page000.aspx>. Acesso em: 08 jun. 2013. 
 
 
1.5. SUSTENTABILIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL 
 
 
Ao fazermos uma análise criteriosa da demanda de energia e os impactos 
gerados pelo setor da construção civil no meio ambiente, vamos nos deparar com 
índices preocupantes e passíveis de reflexão. 
Segundo alguns dados levantados, os percentuais a cerca de dados 
relacionados à construção civil podem ser resumidos nos seguintes itens 
(SINDUSCON-SP, 2009): 
• A construção civil consome 40% dos recursos naturais e da energia 
produzida; 
• São consumidos 34% da água disponível nos processos construtivos; 
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http://criadordesites.tehospedo.com.br/Sites/c24b4a7b-dd04-4f65-838c-5691ee56d6ec/page000.aspx
http://criadordesites.tehospedo.com.br/Sites/c24b4a7b-dd04-4f65-838c-5691ee56d6ec/page000.aspx
 
• Os processos construtivos consomem 55% da madeira não certificada; 
• São gerados 67% da massa total de resíduos sólidos urbanos; 
• São gerados 50% do volume total de resíduos. 
 
Dentre as tipologias construtivas, pode-se subdividir quanto à geração de 
resíduos sólidos: 
• Reformas: 59% de contribuição; 
• Residências novas: 20% de contribuição; 
• Prédios novos: 21% de contribuição. 
 
Outro dado relevante diz respeito ao consumo de energia elétrica para 
sustentação dos três setores da economia, na seguinte ordem: 
• Indústria: 25% de consumo; 
• Transportes: 25% de consumo; 
• Construção civil e operações das edificações: 50% do total de 
consumo. 
 
De posse de números tão reveladores, já é passada a hora de adotar uma 
postura diferente em relação aos processos construtivos. Passa pelos profissionais 
envolvidos nas etapas de projeto a primeira atitude de remediar a atual situação em 
que nos encontramos. A partir de um projeto melhor pensado, uma especificação 
criteriosa de materiais e técnicas construtivas e compromissos de sustentabilidade é 
que poderemos ir de encontro a uma realidade que já afeta nosso presente e 
compromete as gerações futuras. 
A Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura - AsBEA, o Conselho 
Brasileiro de Construção Sustentável - CBCS e outras instituições 
apresentam diversos princípios básicos da construção sustentável: 
• Aproveitamento de condições naturais locais; 
• Utilização mínima de terreno e integrar-se ao ambiente natural; 
• Implantação e análise do entorno; 
• Não provocar, ou reduzir impactos no entorno – paisagem, 
temperaturas e concentração de calor, sensação de bem-estar; 
• Qualidade ambiental interna e externa; 
• Gestão sustentável da implantação da obra; 
• Adaptar-se às necessidades atuais e futuras dos usuários; 
• Uso de matérias-primas que contribuam com a ecoeficiência do 
processo; 
• Redução do consumo energético; 
• Redução do consumo de água; 
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• Reduzir, reutilizar, reciclar e dispor corretamente os resíduos sólidos; 
• Introduzir inovações tecnológicas sempre que possível e viável; 
• Educação ambiental: conscientização dos envolvidos no processo. 
(CÂMARA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO/FEDERAÇÃO DAS 
INDÚSTRIAS DO ESTADO DE MINAS GERAIS, 2008, p.15). 
 
 
2 INTRODUÇÃO A ARQUITETURA SUSTENTÁVEL 
 
 
FIGURA 12 – PROJETOS DE ARQUITETURA 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://exame.abril.com.br/rede-de-blogs/o-que-te-
motiva/2011/03/02/arquitetos-brasileiros-em-alta-na-australia/>. 
Acesso em: 08 jun. 2013. 
 
 
O processo criativo e diretivo de um projeto civil seja residencial unifamiliar 
ou multifamiliar, industrial, comercial, público ou corporativo, é realizado pelo 
arquiteto. É esse o profissional que dá início ao processo de concepção de um novo 
empreendimento na construção civil. Capacitado pelo período de estudos e 
conhecimentos adquiridos é ele que deve estudar o local de implantação, analisar os 
condicionantes e a partir de uma correta implantação, propor uma intervenção que 
esteja dentro de parâmetros que potencializem as premissas de prevenção e 
minimização dos impactos nocivos ao ambiente. 
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http://exame.abril.com.br/rede-de-blogs/o-que-te-motiva/2011/03/02/arquitetos-brasileiros-em-alta-na-australia/
http://exame.abril.com.br/rede-de-blogs/o-que-te-motiva/2011/03/02/arquitetos-brasileiros-em-alta-na-australia/
 
Junto desse profissional trabalham outros técnicos que são os engenheiros 
civis, engenheiros mecânicos, topógrafos, técnicos em edificações, estudantes e 
trabalhadores da construção civil. Todavia, a cadeia é formada por diversos setores 
da sociedade e todos eles têm uma parcela de compromisso dentro da temática. 
 
 
FIGURA 13 – INTEGRANTES DA CADEIA CONSTRUTIVA 
 
 
FONTE: Imagem própria do autor (Arq. Fabiano Volpatto). 
 
 
2.1 MUDANÇAS E PARADIGMAS 
 
 
O ambiente do setor da construção civil apresenta alguns paradigmas que 
estão encrustados nos modelos de gestão e execução dos empreendimentos. É 
sabido que a construção civil é um setor da cadeia produtiva em que ainda 
predomina a base manufatureira, sendo um tanto quanto, ainda artesanal na maioria 
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das atividades. Esse atraso em relação ao setor da indústria tem como fatores 
principais: 
• Condições de trabalho severas e nas mais diversas situações 
adversas; 
• Mão de obra sem especialização; 
• Baixa produtividade da mão de obra; 
• Ausência de tecnologias adequadas aos processos construtivos; 
• Variedade de insumos e recursos que dificultam uma integração 
na execução das tarefas; 
• Tecnologias retrógradas e ultrapassadas; 
• Falta de comprometimento para evitar o desperdício que atinge 
patamares muito altos. 
 
A preocupação com a extensão dos danos causados pelo homem, e 
também com a sua reparação, assim como com projetos de que causem menor 
impacto ambiental só adquiriram importância muito recentemente. Por isso mesmo, 
os estudos e teoriasdesenvolvidos, bem como as novas práticas que passaram a 
ser adotadas, por serem novas, não permitem o claro entendimento de muitos dos 
termos frequentemente utilizados e, principalmente, o significado destes quando 
aplicados a intervenções urbanas e arquitetônicas (SATTLER, 2007). 
Temos muito caminho a percorrer no sentido de consertar os estragos 
realizados ao longo dos anos em virtude das interferências nocivas no meio 
ambiente. Infelizmente, só fomos nos dar conta dos prejuízos quando as 
consequências se mostraram evidentes e o mal bateu a nossa porta. Independente 
das práticas serem recentes, a mudança de postura e quebra de paradigmas deve 
acontecer gradualmente sem prorrogação de prazos. 
A incorporação de práticas sustentáveis na construção civil é uma tendência 
que cresce no mercado. Adotar essa política é inevitável, a tal ponto que já se 
registram exigências postuladas pelos consumidores, investidores e governos junto 
ao setor da construção civil, pressionando para que aconteça uma mudança na 
gestão dos empreendimentos visando à sustentabilidade na cadeia produtiva. 
Qualquer empreendimento que vise à sustentabilidade deve atender de uma forma 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 21 
 
equilibrada sua adequação ambiental dentro de uma viabilidade econômica, com 
justiça social e respeito à cultura local. 
Na verdade, muitos dos conceitos presentes nas cartilhas que pregam uma 
adesão aos conceitos de sustentabilidade são bastante óbvios e o bom senso nos 
traz a coerência das práticas a serem respeitadas. Algumas atitudes são simples e 
exigem somente um pouco de sanidade e sensibilidade por parte de todos os 
envolvidos na concepção e uso dos imóveis. Podemos pontuar: 
• Utilizar com cautela e de maneira inteligente todas as formas de água; 
• Dar preferência à utilização de recursos energéticos renováveis; 
• Reduzir o uso de materiais de construção, e entre os disponibilizados 
pelo mercado, optar pelos que possuam certificação ambiental; 
• Quando construir, buscar maximizar a durabilidade da edificação, 
assim como, nas novas construções, fazendo uso de materiais já usados 
anteriormente e minimizar perdas. 
 
 
2.1.1 Os sistemas de certificações 
 
 
FIGURA 14 – SELO U.S. GREEN BUILDING COUNCIL 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://ambientalsustentavel.org/2012/leed-certifica-primeiras-edificacoes-
brasileiras-em-2012/>. Acesso em: 10 jun. 2013. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 22 
http://ambientalsustentavel.org/2012/leed-certifica-primeiras-edificacoes-brasileiras-em-2012/
http://ambientalsustentavel.org/2012/leed-certifica-primeiras-edificacoes-brasileiras-em-2012/
 
Outra tratativa a cerca da busca por menores agressões ao meio ambiente e 
regulamentações que propiciem o estabelecimento de empreendimentos voltados à 
preservação do planeta, foram as certificações ambientais para projetos e execução 
de imóveis. 
Os sistemas de certificação não são iguais às ferramentas de avaliação de 
desempenho, impacto ambiental ou ciclo e vida, ainda que o processo possa 
fornecer avaliações de impacto e outros dados pertinentes de importância relevante 
a respeito das edificações avaliadas (BURKE; KEELER, 2010). 
Alguns itens que são observados, de uma forma geral, pelos diversos 
organismos que fornecem os selos das certificações, levam em conta: 
• Uma melhor e coordenada compactação urbana, diversidade dos usos 
e redução de deslocamentos da população; 
• Relação harmoniosa do edifício com o seu entorno de inserção; 
• Prédios com conforto ambiental e eficiência energética; 
• Escolha integrada dos processos e dos materiais construtivos; 
• Consumo inteligente dos recursos em geral; 
• Desenho funcional da edificação; 
• Sistemas de coleta e tratamento de água e esgoto; 
• Políticas e posturas para reduzir a geração de resíduos; 
• Projetos com modularidade, detalhamentos e padronizações; 
• Adequação ao uso e vida útil da edificação; 
• Adaptabilidade às mudanças de uso e desconstrução; 
• Organização e setorização de acessos; 
• Preparo da edificação para o envelhecimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 23 
 
 
 
FIGURA 15 – SELO AQUA 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://geracaomeioambiente.blogspot.com.br/2012/09/artigo-selos-
ambientais-na-hotelaria.html>. Acesso em: 10 jun. 2013. 
 
 
Vejamos na tabela a seguir, onde levantamos um breve histórico dos 
principais métodos de certificação existentes, incluindo os três sistemas que estão 
presentes no Brasil em nossa atualidade: 
 
 HISTÓRICO DAS CERTIFICAÇÕES 
Selo Ano - País Significado 
BREEAM 1990 – Inglaterra Building Research Establishment 
Environmental Assessment Method 
LEED 1998 - EUA Leadershipin Energy and Environmental 
Design 
HQE 2002 – França Haute Qualité Environnementale 
CASBEE 2002 – Tóquio Comprehensive Assessment System for 
Building Environmental Efficiency 
AQUA 2007 – Brasil Alta Qualidade Ambiental 
PROCEL/ 2008 – Brasil 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 24 
http://geracaomeioambiente.blogspot.com.br/2012/09/artigo-selos-ambientais-na-hotelaria.html
http://geracaomeioambiente.blogspot.com.br/2012/09/artigo-selos-ambientais-na-hotelaria.html
 
Edifica 
Selo Casa 
Azul/CEF 
2010 - Brasil 
FONTE: Tabela própria do autor (Arq. Fabiano Volpatto). 
Acesso em: 08 ago. 2013. 
 
 
Ao analisarmos os sistemas e interpretar sua abrangência e resultados 
obtidos, podemos elencar três grupos principais que se enquadram dentro dos 
beneficiários quando aplicamos a certificação por um selo. Temos o 
empreendimento em si quanto à consciência ambiental, a sua valorização 
econômica, os empreendedores e os usuários. 
Tabulando os imóveis, que formalizaram a intensão e obtiveram algum dos 
selos, por meio de pesquisas de mercado encontraremos a constatação de que o 
valor agregado e a preferência pelo consumidor potencializam a escolha por 
empreendimentos sustentáveis. “Os consumidores afirmam que trocariam de 
fornecedor se um produto fosse certificado e que optariam pela compra de tal 
produto” (AEA, 2013, p. 55). Estatísticas imobiliárias, nos grandes centros de 
atuação dos organismos de certificação, determinam um incremento nas vendas de 
produtos voltados à construção sustentável. 
 
Benefícios obtidos por meio dos sistemas de avaliação para o setor da 
construção civil: 
• Obtenção de prêmio aos empreendimentos que apresentam as 
melhores práticas ambientais do setor; 
• Obriga e potencializa o aperfeiçoamento dos projetos; 
• Capacita a possibilidade de efetuar comparações entre as atuações e 
empreendimentos; 
• Melhora a imagem do setor agregando pontos positivos a uma área de 
atuação que apresenta falhas e atrasos tecnológicos; 
• Alavanca iniciativas e estímulos ao mercado de produtos sustentáveis; 
• Serve de base e inspiração para a criação de legislações e normas. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 25 
 
 
Benefícios aos empreendedores e usuários: 
• Qualidade de vida; 
• Conforto interno e ambientes com saúde; 
• Despesas de manutenção reduzidas e em alguns casos eliminadas; 
• Patrimônio não perde valor de mercado com o passar do tempo, 
podendo ainda se valorizar; 
• A questão de ser sustentável e ecologicamente correto oportuniza um 
diferencial de negócio e consequente valorização imobiliária; 
• Auxílio ao planeta com menor impacto ambiental e social; 
• Órgãos ambientais e comunidades mais afinadas no relacionamento; 
• Desenvolvimento de consciência ambiental. 
 
As certificações presentes e atuantes no Brasil são: LEED, AQUA, Procel 
Edifica e mais recentemente o Selo Casa Azul/CEF. 
Dados estatísticos colocam o Brasil entre os países que detêm o maior 
número de empreendimentos certificados com algum selo entre todas as nações do 
mundo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 26 
 
 
 
FIGURA 16 – SELO PROCEL 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.arcoweb.com.br/tecnologia/procel-edifica-etiqueta-de-11-12-2009.html>. Acesso em: 10 jun. 2013. 
 
 
Vamos ver alguns exemplos de cada um das certificações, sendo o primeiro 
de duas torres no estado de São Paulo. O empreendimento é certificado com o selo 
GBC – Green Building Council - com o LEED na categoria Gold. Para a obtenção da 
certificação foram atendidos quatro critérios: redução do consumo de energia e dos 
custos operacionais e de manutenção; diminuição do uso de recursos ambientais 
não renováveis; melhora da qualidade do ar interno do edifício; melhora da 
qualidade de vida e da saúde dos usuários otimizando a qualidade do ambiente 
construído. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 27 
http://www.arcoweb.com.br/tecnologia/procel-edifica-etiqueta-de-11-12-2009.html
http://www.arcoweb.com.br/tecnologia/procel-edifica-etiqueta-de-11-12-2009.html
 
 
 
FIGURA 17 – TORRES ROCHAVERÁ: CERTIFICAÇÃO LEED 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.metodo.com.br/imprensa/noticias/68/Rochavera-recebe-
certificacao-LEED.aspx>. Acesso em: 11 jun. 2013. 
 
 
O processo Selo Casa Azul/CEF traz como exemplo um empreendimento 
habitacional com 171 unidades habitacionais em uma área de revitalização e 
urbanização de favelas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 28 
 
 
 
FIGURA 18 – LEROY MERLIN LONDRINA: CERTIFICAÇÃO SELO CASA 
AZUL/CEF 
 
FONTE: Disponível em: 
<http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/habitacao/noticias/?p=23360>. 
Acesso em: 11 jun. 2013. 
 
 
Um exemplo de certificação AQUA que atingiu todos os quesitos com 
graduações distintas foi o empreendimento comercial Leroy Merlin Londrina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 29 
http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/habitacao/noticias/?p=23360
 
 
 
FIGURA 19 – LEROY MERLIN LONDRINA: CERTIFICAÇÃO AQUA 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://promoview.com.br/parana/238328-leroy-merlin-chega-a-londrina/>. 
Acesso em: 11 jun. 2013. 
 
 
Seguindo, vamos ter abaixo um exemplo de certificação pelo processo 
INMETRO/Eletrobrás do selo Procel/Edifica. 
 
 
 
 
 
 
 
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 30 
http://promoview.com.br/parana/238328-leroy-merlin-chega-a-londrina/
 
 
 
FIGURA 20 – FATENP: CERTIFICAÇÃO PROCEL-EDIFICA 
 
 
FONTE: Disponível em: 
<http://www.abrinstal.org.br/eventos/realizados/ws2011nov_apres_lamberts.pdf>. Acesso em: 11 jun. 
2013. 
 
 
2.2 DIRETRIZES PROJETUAIS 
 
 
Um empreendimento que atenda a princípios de sustentabilidade deve 
respeitar algumas diretrizes que dizem respeito não só ao projeto e sua consequente 
execução, mas também o estudo de viabilidade e implantação na área determinada 
para sua localização. 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 31 
http://www.abrinstal.org.br/eventos/realizados/ws2011nov_apres_lamberts.pdf
 
 
 
2.2.1 A implantação 
 
 
O estudo da área em que o empreendimento será executado possui 
características em relação a sua topografia, flora, fauna e microclima próprio. Se 
levarmos em consideração que existem ecossistemas estabelecidos no local, toda e 
qualquer alteração ou intervenção na área gerará consequências que podem 
determinar até a extinção do mesmo. 
No caso de existirem vegetações de espécies nativas sobre o terreno, 
sempre o primeiro caminho é respeitar a sua geografia, e então tirar partido para 
compor o espaço edificado com as áreas de paisagismo. 
Na eventualidade de necessitar efetuar a retirada, sempre obedecer aos 
processos de licenças ambientais fornecidas pelas entidades municipais e 
estaduais, prevendo o seu replantio em outra área. 
A topografia original do terreno pode apresentar áreas com aclive, declive ou 
planicidade em relação a sua locação no contexto urbano. O ideal seria locar o 
empreendimento respeitando a topografia original do terreno. A retirada de material 
para implantar a edificação pode ser necessária, porém sempre se faz conveniente a 
utilização na própria área do material excedente. Escavações e aterros sempre 
agridem o local de forma considerável, portanto quanto menor a alteração, melhor o 
ecossistema se adapta ao novo contexto. 
Vejamos no exemplo a seguir uma residência implantada em um terreno 
com aclive. A disposição e volumetria da edificação seguiu a diferença de alturas 
que o terreno apresentava. 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 32 
 
 
 
FIGURA 21 – CASA EM TERRENO COM ACLIVE 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.archdaily.com.br/74900/casa-am-arte-urbana-arquitetos/>. 
Acesso em: 11 jun. 2013. 
 
 
2.2.2 Os acessos 
 
 
A questão da acessibilidade passa por um primeiro estágio quando se 
estabelece a logística do canteiro de obras. Nesse interim deve se ater ao propósito 
de lançar os postos de trabalho, bem como o almoxarifado e depósito de materiais, 
para que as tarefas possam acontecer sem que os operários despendam tempo e 
trajetos desnecessários. Uma vez bem dispostos os materiais e equipamentos a 
serem utilizados, potencializa-se a economia de material e o desperdício, grande 
chaga da construção civil, é reduzido consideravelmente. Um layout bem pensado 
ajuda o desenvolvimento operacional como um todo. 
Quando falamos na acessibilidade em nível projetual é inevitável que 
atentemos para que todos tenham seu direito garantido de ir e vir, seja da área 
externa para o interior da habitação, ou pelos espaços internos dos prédios. Existe 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 33 
 
uma norma específica da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) que 
regulamenta as exigências nessa área, que é a NBR 9050:2005 – Acessibilidade a 
edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. 
 
 
FIGURA 22 – ACESSIBILIDADE 
 
FONTE: Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=3674>. 
Acesso em: 11 jun. 2013. 
 
 
Alguns pontos relevantes para o cumprimento dessa diretriz são: 
 Vias e equipamentos urbanos adequados aos portadores de 
deficiência, tais como travessias, rebaixos de calçadas, sinalização tátil, etc.; 
 Respeito a larguras adequadas dos acessos, portas e corredores; 
 Presença de rampas e elevadores em desníveis, além de escadas; 
 Dimensões dos ambientes de uso comum, tais como banheiros, que 
permitam a locomoção de cadeirantes. 
 
 
2.2.3 O projeto e as considerações bioclimáticas 
 
 
O homem sempre buscou nas habitações, desde as mais rudimentares no 
começo da história, até os dias atuais, a proteção contra as intempéries e a própria 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 34 
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=3674
 
sobrevivência contra agentes externos. Ainda que a habitação forneça a proteção 
básica, é impreterível que em seu interior possamos encontrar as condições 
necessárias para uma habitabilidade com conforto. Conforto esse, que se refere a 
ambientes que tenham boa condição térmica, acústica e lumínica. 
Quando falamos em gestão energética levamos em conta o conforto humano 
que é determinado pelo clima interno e as características da arquitetura dos 
espaços. As características climáticas são determinadas pela presença de 
vegetação, ventos, topografia, água, incidência solar, etc. 
Uma vez pontuadas as características do clima e sua influência, estamos 
munidos de informações para buscarmos as melhores alternativas de projeto para a 
adoção de métodos e elementos de construção. Os estudos das formas, dimensões 
e funções dos espaços em conjunto com a influência dos recursos naturais 
determinam a eficiência energética e o conforto que é propiciado pelo 
empreendimento. Dentre algumas posturas estão: 
• Preferência pela luz natural ao invés da luz artificial; 
• Sempre que possível estabelecer a posição das aberturas para permitir 
que aconteça a ventilação cruzada nos ambientes; 
• Aproveitar a luz solar para aquecer os ambientes nas temporadas de 
frio e criar elementos que barrem a entrada dela em temporadas de calor; 
• Emprego da vegetação para criar ambientes comsombreamento e 
consequente amenização do calor, seja por tetos verdes ou paredes protegidas; 
• Proteção contra ruídos tirando partido da vegetação ou topografia do 
terreno. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 35 
 
 
 
FIGURA 23 – TELHADO VERDE 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.zap.com.br/revista/imoveis/arquitetura-e-urbanismo/tetos-e-
paredes-verdes-oferecem-conforto-termico-e-reduzem-os-impactos-ambientais-20090828/>. 
Acesso em: 11 jun. 2013. 
 
 
FIGURA 24 – VENTILAÇÃO CRUZADA 
 
FONTE: Disponível em: <http://giodas.blogspot.com.br/2011/08/sustentabilidade-na-arquitetura.html>. 
Acesso em: 12 abr. 2013. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 36 
http://www.zap.com.br/revista/imoveis/arquitetura-e-urbanismo/tetos-e-paredes-verdes-oferecem-conforto-termico-e-reduzem-os-impactos-ambientais-20090828/
http://www.zap.com.br/revista/imoveis/arquitetura-e-urbanismo/tetos-e-paredes-verdes-oferecem-conforto-termico-e-reduzem-os-impactos-ambientais-20090828/
 
 
 
2.2.4 Gestão da água 
 
 
Inevitável que o proceder na utilização desse recurso, que já é escasso em 
algumas regiões do planeta, seja o mais racional possível. Dentre as medidas mais 
salutares está à geratriz de todas, que é a economia e parcimônia na utilização da 
água potável. Além disso, podemos destacar: 
• Emprego de equipamentos que visem à economia e que evitem o 
desperdício; 
• Captação e acondicionamento da água da chuva para 
reaproveitamento em funções que não exijam a água potável, tais como: irrigação, 
lavagens externas, descarga de bacias sanitárias, etc.; 
• Possibilidade de reaproveitamento das águas provenientes dos 
esgotos por meio de unidades de tratamento; 
• Separação de hidrômetros em condomínios. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 37 
 
 
 
FIGURA 25 – CAPTAÇÃO E ACÚMULO DA ÁGUA DA CHUVA 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.ecocasa.com.br/aproveitamento-de-agua-de-chuva.asp>. 
Acesso em> 12 abr. 2013. 
 
 
2.2.5 Especificação de materiais e escolha de técnicas construtivas 
 
 
As características da região devem determinar a especificação de materiais 
e técnicas construtivas. 
A sustentabilidade passa também pela opção de insumos que estejam 
próximos ao seu local de utilização, pois dessa forma minimizam a energia 
despendida para seu transporte. 
Da mesma forma o emprego de técnicas construtivas presentes no meio 
minimizam o desperdício e patologias pela possível falta de treinamento da equipe 
de trabalho. 
A consequência direta desse tipo de postura é uma obra mais qualificada e 
com menos patologias, aumentando assim a vida útil da edificação. E é justamente 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 38 
 
esse o propósito da construção sustentável: reduzir desperdício e aumentar a vida 
útil da edificação. 
A escolha do material construtivo passa pela análise do seu ciclo de vida, 
ressaltando a importância da avaliação dos impactos causados desde a extração à 
produção, utilização e posterior descarte. 
Os materiais corretos são determinados por algumas premissas: 
• Atendimento às certificações ambientais vigentes; 
• Em sua extração e manufatura eliminar baixos índices de CO2; 
• Menor geração de resíduos sólidos na fase de construção; 
• Menor devastação de vegetação na sua extração; 
• Menor demanda de energia e água em suas fases de manufatura e 
posterior utilização; 
• Maior possibilidade de reutilização no final de seu ciclo de vida. 
 
Na fase de construção, é indispensável que tenhamos uma condição de 
durabilidade e possibilidade de reutilização dos materiais. Essa condição de 
desmontagem passa pela modulação de peças e facilidade de reagrupamento em 
um novo destino dado ao material. 
O final ideal, na cadeia do processo da vida de um material, é que os 
resíduos possam ser incorporados na produção de novos materiais ou edificações. 
Igualmente que elementos construtivos possam se adaptar e serem 
reutilizados em outros fins ou em outros empreendimentos, valorizando assim sua 
durabilidade. 
 
 
 
 
 
 
 
FIM DO MÓDULO I 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 39 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 40 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
ARQUITETURA SUSTENTÁVEL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 41 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
ARQUITETURA SUSTENTÁVEL 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO II 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição 
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido 
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 42 
 
 
MÓDULO II 
 
 
3 PERMACULTURA 
 
 
Vejamos a definição de Permacultura por um de seus criadores: 
 
Uma definição mais atual de permacultura, que reflete a ampliação da 
abordagem implícita no livro Permacultura Um, é: “Paisagens 
conscientemente desenhadas que reproduzem padrões e relações 
encontradas na natureza e que, ao mesmo tempo, produzem alimentos, 
fibras e energia em abundância e suficientes para prover as necessidades 
locais.” As pessoas, suas edificações e a forma como se organizam são 
questões centrais para a permacultura. Assim, a visão da permacultura de 
uma agricultura permanente ou sustentável evoluiu para uma visão de uma 
cultura permanente sustentável. (HOLMGREN, 2007, p. 3) 
 
 
FIGURA 26 – FLOR DA PERMACULTURA 
 
FONTE: Disponível em: <http://naturaekos.com.br/blog/design-sustentavel/voce-sabe-o-que-e-
permacultura/. 
Acesso em: 12 jun. 2013. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 43 
 
Essa filosofia prega a reprodução dos modelos da natureza, criando 
sistemas ecologicamente corretos, viáveis economicamente e que se sustentem ao 
longo de sua aplicação. Três diretrizes definem a ética da Permacultura, que são: 
 
 RESPEITO COM AS PESSOAS: orientação de como atender de forma 
satisfatória as principais necessidades humanas, a saber – abrigo, alimentação, 
educação, saúde e trabalho. Sua importância é significativa em virtude da 
intervenção humana em seu meio e as consequências do antes, durante e 
principalmente após esse estabelecimento. 
 CUIDADO COM A TERRA: aconselha no método de como proceder 
com os seres vivos e inanimados. Utilização racional dos recursos com um sistema 
de viver coerente. 
 COERÊNCIA COM A DISTRIBUIÇÃO DOS EXCEDENTES: determina 
a quantidade de tempo, capital e energia para alcançar as metas traçadas no 
cuidado com a Terra e as pessoas, ou seja, sempre que atendidas nossas 
necessidades e tendo os sistemas devidamente racionalizados em nosso favor, 
poderemos e deveremos nos organizar para que nosso semelhante alcance os 
mesmos propósitos. 
 
Dentro da filosofia da Permacultura existem alguns princípios que 
determinam as ações em qualquer local de sua inserção. Vejamos de uma forma 
sintética a seguir (SATTLER, 2007): 
 Cada elemento (casa, estrada, açude, horta, etc.) é posicionado em 
relação ao contexto auxiliando-se mutuamente; 
 Cada elemento deverá ter o maior número de funções possíveis ao ser 
escolhido; 
 Sempre buscar suprir as necessidades básicas, tais como, a água, 
alimentação, energia, por meio de duas ou mais maneiras; 
 Prever o emprego eficiente da energia. O uso dos recursos naturais é 
elementar e essencial; 
 Usar preferencialmente recursos biológicos em detrimento de 
combustíveis fósseis; 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 44 
 Lançar mão da reciclagem de resíduos; 
 Exercer a policultura e diversidade de espécies; 
 Emprego de padrões naturais; 
 Criar a consciência de que não existem problemas, mas sim 
oportunidades. 
 
A Permacultura traz inerente a sua filosofia, a não agressãoà natureza pelo 
ser humano em suas possíveis técnicas de intervenção. Algumas associações 
realizadas com essa linha de pensamento podem ser registradas com o paisagismo 
produtivo: produção de alimentos isentos de produtos químicos. Podem também 
evidenciar a utilização e reutilização dos recursos naturais. 
 
 
3.1 HISTÓRICO 
 
 
A Permacultura teve sua criação no final dos anos 1970 por Bill Mollison e 
David Holmgren, na Austrália, não tratando unicamente dos elementos de um 
sistema, mas principalmente, dos relacionamentos que podem ser criados entre 
eles, por meio da forma com que os colocamos no terreno (SATTLER, 2007). 
A primeira nomenclatura foi agricultura permanente. Depois veio a definição 
de cultura permanente, para se transformar no que chamamos hoje de 
Permacultura. Uma prática de vida adotada em diversas regiões do planeta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 45 
 
 
FIGURA 27 – DAVID HOLMGREN E OS PRINCÍPIOS DA PERMACULTURA 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.permanentculturenow.com/permaculture-pioneers-david-
holmgren/. 
Acesso em 12 jun. 2013. 
 
 
 
FIGURA 28 – BILL MOLLISON 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.vebu.de/alt/nv/nv_2001_1__Was_ist_Permakultur.htm>. 
Acesso em 12 jun. 2013. 
 
http://www.vebu.de/alt/nv/nv_2001_1__Was_ist_Permakultur.htm
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 46 
 
 
3.2 PRINCÍPIOS DA PERMACULTURA 
 
 
São aplicáveis de uma forma universal com o intuito de acelerar o 
desenvolvimento do uso sustentável da terra e dos recursos, seja em qualquer 
circunstância, tanto de abundância como de escassez. 
O procedimento para satisfazer as necessidades da população dentro de 
parâmetros ecológicos requer uma mudança de postura cultural. 
Vamos ver um breve resumo dos princípios da sustentabilidade, encontrados 
no livro “Os Fundamentos da Permacultura” de autoria de David Holmgren. 
 
 
3.2.1 Princípio 01: observe e interaja 
 
 
Uma relação livre e com harmonia, entre a natureza e o homem, aliada à 
observação atenta geram um bom design. O produto é gerado por meio de uma 
interação contínua com o objeto de observação. A Permacultura utiliza essas 
condições para desenvolver, de maneira consciente e contínua, sistemas de uso da 
terra e de vida que possam sustentar as pessoas pela era de energia decrescente. 
Mais do que a adoção e duplicação de soluções que se mostraram 
satisfatórias, o objetivo primordial desse princípio é facilitar a geração de 
pensamentos em longo prazo. Assim, em todo e qualquer nível é preciso acreditar 
nas habilidades de observação e interação cuidadosa para encontrarmos a linha de 
conduta mais indicada para a ação desejada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 47 
 
 
3.2.2 Princípio 02: capte e armazene energia 
 
 
Vivemos em um mundo com muitas riquezas coletadas de combustíveis 
fósseis, as quais foram utilizadas ao longo dos anos, e em consequência os 
estoques vêm diminuindo. Precisamos aprender a economizar as riquezas que 
estamos consumindo e desperdiçando para um futuro próximo. 
Algumas fontes de energia podem ser decorrentes do sol, ventos, água e 
recursos desperdiçados, pelo setor agrícola, industrial ou comercial. 
 
 
3.2.3 Princípio 03: obtenha rendimento 
 
 
No princípio anterior vimos a necessidade de utilizar os recursos existentes 
para investimentos em longo prazo. Porém, necessitamos nos manter também 
agora, no presente. 
O terceiro princípio diz respeito ao planejamento de qualquer sistema que 
nos proporcione autossuficiência em qualquer nível, fazendo uso de energia 
capturada e armazenada eficientemente. 
Sem a produção útil e satisfatória, qualquer coisa projetada tenderá a 
enfraquecer, enquanto elementos que gerem produção imediata terão sucesso. 
 
 
3.2.4 Princípio 04: pratique a autorregulação e aceite o feedback 
 
 
Sistemas autorreguláveis são a busca da Permacultura. Um sistema que 
possui em sua composição elementos autossuficientes e independentes é mais 
eficiente e resistente às turbulências. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 48 
O desenvolvimento de culturas e comportamentos mais condizentes com 
aceitação de feedback da natureza, evita a exploração abusiva dos recursos 
naturais. O feedback negativo precisa de direção para produzir uma mudança 
corretiva, mas não excessiva a ponto de prejudicar ou impossibilitar o 
desenvolvimento do sistema. 
 
 
3.2.5 Princípio 05: use e valorize os serviços e recursos renováveis 
 
 
Os recursos renováveis são aqueles que são repostos por processos 
naturais ao longo de períodos coerentes, sem a necessidade de grandes insumos 
que não possuem renovação. 
Os serviços renováveis são aqueles que obtemos de plantas, animais, solo e 
água vivos, sem consumi-los. 
O design da permacultura pontua o melhor uso dos recursos naturais que 
não envolvam consumo para minimizar novas demandas e potencializar as boas 
relações entre a natureza e os seres humanos. 
 
 
3.2.6 Princípio 06: não produza desperdícios 
 
 
Nesse princípio são reunidos os valores tradicionais da frugalidade e 
cuidado com os bens materiais, a preocupação moderna com a poluição e a 
perspectiva mais radical que relaciona os desperdícios como recursos e 
oportunidades. 
Os processos desenvolvidos dentro da indústria são caracterizados pelo 
modelo insumo-produto, em que os insumos são materiais naturais e energia, e os 
produtos são coisas ou serviços. Dando um passo além, no futuro, vamos perceber 
que todas essas coisas produzidas acabam virando lixo e que o mais insignificante 
dos serviços redunda na degradação de recurso e energia em resíduos que não 
podem ser aproveitados. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 49 
“Hoje deveríamos reconhecer aqueles que reusam criativamente os 
desperdícios como a verdadeira essência de uma vida com mínimo impacto na 
Terra” (HOLMGREN, 2007, p.18). 
Ainda que seja menos interessante do que buscar maneiras de usar 
abundâncias indesejadas, a manutenção daquilo que já temos vai se tornar um 
assunto potencial em um mundo com energias em declínio. 
 
 
3.2.7 Princípio 07: design partindo de padrões para chegar aos detalhes 
 
 
A ideia que originou a Permacultura foi a floresta tomada como modelo para 
a agricultura. Apesar de existirem ainda muitas críticas e limitações nesse modelo, 
ainda é considerável o pensamento. 
 
Enquanto que os modelos tradicionais de uso da terra nos fornecem muitos 
modelos para o design de sistemas completos, as pessoas imersas na 
cultura local necessitam uma experiência nova que lhes permita enxergar a 
paisagem e suas comunidades de uma maneira nova. (...) O contexto mais 
amplo da comunidade, ao invés de fatores técnicos, pode geralmente, 
determinar o sucesso de uma solução. (HOLMGREN, 2007, p. 19) 
 
 
3.2.8 Princípio 08: integrar ao invés de segregar 
 
 
Os diversos tipos de relacionamentos que aproximam os elementos em 
sistemas mais estreitamente interligados, e os métodos de design mais vançados de 
comunidades de plantas, animais e pessoas para obter benefícios desses 
relacionamentos, é o objetivo desse princípio. 
 
A habilidade do designer para criar sistemas que sejam estreitamente 
interligados depende de uma ampla visão de inter-relacionamentos de 
encaixe perfeito que carcaterizam as comunidades sociais e ecológicas. 
Tanto como um design predefinido, temos que antecipar, e acomodar, as 
relações sociais e ecológicas efetivas que se desenvolvem a partir da auto-
organização e crescimento.(...) Quando se tem um arranjo adequado de 
plantas, animais, obras de terra e outros tipos de infra-estrutura, é possível 
se desenvolver um grau mais elevado de integração e autorregulação sem a 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 50 
necessidade de intervenções humanas constantes para manejo corretivo. 
(...) A permacultura pode ser vista como parte de uma longa tradição de 
conceitos que enfatizam os inter-relacionamentos mutuamante e comsimbiose em relação aos demais que são competitivos e predatórios. 
(HOLMGREN, 2007, p.20-21) 
 
 
3.2.9 Princípio 09: use soluções pequenas e lentas 
 
 
Os sistemas devem ser concebidos para que as funções sejam executadas 
em menor escala de forma prática e eficiente no uso da energia para determinada 
função. A escala e capacidade humana deveriam ser a unidade de medida para uma 
sociedade sustentável democrática e humana. 
Podemos colocar como exemplo as grandes cidades com elevada 
densidade populacional. A aparente facilidade propiciada pelos automóveis 
congestiona o trânsito e prejudica a qualidade de vida, enquanto as bicicletas, mais 
eficientes na economia de energia, proporcionam liberdade de movimento sem 
barulho e poluição. Sem contar, que as bicicletas, podem ser fabricadas e montadas 
de maneira mais eficiente e em indústrias de menor porte que a automobilística. 
 
 
3.2.10 Princípio 10: use e valorize a diversidade 
 
 
É importante sempre dispor do que o planeta nos fornece e valorizar a 
diversidade dos ecossistemas, aproveitando o que a natureza nos disponibiliza no 
local de implantação. 
 
A enorme diversidade de formas, funções e interações na natureza e na 
humanidade são a fonte da complexidade sistêmica que evolui ao longo dos 
tempos. O valor da diversidade na natureza, cultura e Permacultura são 
dinâmicos, complexos, e às vezes, aparentemente contraditórios em si 
mesmos. A diversidade necessita ser vista como o resultado do equilíbrio e 
da tensão existente na natureza entre a variedade e possibilidade de um 
lado, e de produtividade e força de outro. (...) Embora muitos movimentos 
sociais e ambientais somente reconheçam a diversidade biológica e cultural 
pré-existente, a Permacultura também está ativamente engajada em criar 
novas biodiversidades biorregionais a partir da fusão de elementos 
herdados da natureza e da cultura. (HOLMGREN, 2007, p. 23) 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 51 
 
 
3.2.11 Princípio 11: use as bordas e valorize os elementos marginais 
 
 
Aqui predomina o cuidado na observação não só dos protagonistas de um 
sistema, mas também dos coadjuvantes que integram o conjunto como um todo. 
Cada integrante tem seu papel para acontecer o perfeito funcionamento do 
ecossistema. 
Uma vez reconhecidos e devidamente valorizados, esses aspectos podem 
ser aproveitados de uma maneira mais abrangente, contribuindo indireta e 
diretamente com a potencialização na produtividade geral. 
Fazer distinções e deixar de lado pequenos agentes pode acabar por 
comprometer todo sistema. 
 
 
3.2.12 Princípio 12: use criativamente e responda às mudanças 
 
 
Encontramos aqui duas vertentes: realização de um design levando em 
conta as mudanças de uma forma deliberada e cooperativa, e responder de forma 
criativa ao design de mudanças de larga escala do sistema que escapa ao nosso 
controle. 
“A Permacultura diz respeito à durabilidade de sistemas vivos naturais e da 
cultura humana, mas essa durabilidade depende de certa flexibilidade e mudança” 
(HOLMGREN, 2007, p.25). 
As mudanças são inevitáveis. O universo passa por transformações 
constantes e reinventa-se a todo o momento. Devemos estar atentos aos sinais e 
responder de forma inteligente, para que possamos nos adaptar rapidamente ao 
novo cenário que aparece. 
O mais importante é que respondamos de forma criativa, sem agredir o 
meio, para que a coexistência seja harmoniosa. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 52 
 
 
3.3 TÉCNICAS CONSTRUTIVAS 
 
 
Listamos nesse capítulo algumas das práticas de sucesso que levam em 
conta os princípios da Permacultura, especificamente dentro da temática 
arquitetônica. 
Técnicas que datam de longos períodos e que incorpora em sua essência a 
prática primordial da sustentabilidade. Práticas que visam o aproveitamento dos 
recursos disponíveis, no local de implantação da edificação. Métodos simples e 
baratos, mas o principal, altamente eficientes quanto à economia de energia e 
conforto humano. 
Em regiões rurais as práticas ainda são empregadas, sobretudo onde a 
escassez de recursos financeiros aparece como um condicionante, contudo não se 
deve rotular esse sistema em virtude dessa utilização. São formologias construtivas 
que podem satisfazer empreendimentos de maior vulto sem desmerecer sua 
importância. 
 
 
3.3.1 Adobe 
 
 
A técnica do adobe consiste em criação de tijolos de terra crua, água e palha 
e algumas vezes outras fibras naturais, moldados em formas por processo artesanal 
ou semi-industrial. 
Pelas características físicas que constituem o barro, as casas apresentam 
em seu interior um microclima agradável. Em virtude desse fator, é comum que em 
áreas de clima quente severo, seja empregado o adobe, pois sua inércia térmica, 
garante diminuição de calor em relação ao ambiente externo, ao mesmo tempo em 
que evita a perda de calor para o exterior em momentos de temperatura mais baixa. 
Igualmente para climas que possuem variação entre as estações de calor e 
frio, o acondicionamento térmico é garantido pelas características do material. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 53 
Vantagens dessa técnica: 
• Conforto térmico; 
• Material encontrado no local de utilização; 
• Preparação in loco; 
• Rapidez de confecção dos tijolos; 
• Sistema acessível e barato. 
 
 
FIGURA 29 – TIJOLO DE ADOBE FIGURA 30 – PAREDE DE ADOBE 
 
FIGURA 29 
FONTE: Disponível em: <http://cilpes.blogspot.com.br/2012/05/solucoes-e-tecnicas-tradicionais-
o.html>. Acesso em: 15 jun. 2013. 
FIGURA 30 
FONTE: Disponível em: <http://pt.dreamstime.com/foto-de-stock-parede-de-tijolo-de-adobe-
image16404670>. Acesso em: 15 jun. 2013. 
 
 
 
3.3.2 Super Adobe 
 
 
Essa técnica utiliza sacos de polipropileno preenchidos com terra que são 
sobrepostos e moldam as paredes e a cobertura da edificação. Em seguida passa-
se um pilão para solidificar a mistura. 
 
 
 
 
 
http://cilpes.blogspot.com.br/2012/05/solucoes-e-tecnicas-tradicionais-o.html
http://cilpes.blogspot.com.br/2012/05/solucoes-e-tecnicas-tradicionais-o.html
http://pt.dreamstime.com/foto-de-stock-parede-de-tijolo-de-adobe-image16404670
http://pt.dreamstime.com/foto-de-stock-parede-de-tijolo-de-adobe-image16404670
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 54 
 
 
FIGURA 31 – CONSTRUÇÃO DE PAREDE EM SUPERADOBE 
 
FONTE: Disponível em: <http://ambiente.hsw.uol.com.br/adobe4.htm>. 
Acesso em: 15 jun. 2013. 
 
 
Para uma maior proteção contra a umidade as paredes podem ser feitas 
sobre uma base de pedra. Uma largura admissível seria de 40 a 50 centímetros para 
uma estrutura mais sólida. 
 
 
FIGURA 32 – CONSTRUÇÃO DE PAREDE EM SUPERADOBE 
 
FONTE: Disponível em: <http://ambiente.hsw.uol.com.br/adobe4.htm>. 
Acesso em: 15 jun. 2013. 
 
 
http://ambiente.hsw.uol.com.br/adobe4.htm
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 55 
Para demarcar janelas e portas são utilizados espaçadores. A cobertura 
recebe ripas de madeira e telhas ou simplesmente a própria moldura de adobe em 
forma de iglu. 
 
 
FIGURA 33 – CONSTRUÇÃO DE PAREDE EM SUPERADOBE 
 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://ambiente.hsw.uol.com.br/adobe4.htm>. 
Acesso em: 15 jun. 2013. 
 
 
FIGURA 34 – CONSTRUÇÃO DE PAREDE EM SUPERADOBE 
 
FONTE: Disponível em: <http://ambiente.hsw.uol.com.br/adobe4.htm>.Acesso em: 15 jun. 2013. 
 
http://ambiente.hsw.uol.com.br/adobe4.htm
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 56 
 
 
3.3.3 Taipa 
 
 
O primeiro passo, para construir uma parede de taipa é a locação de taipas 
de madeira, ou seja, duas pranchas que delimitam a espessura da parede a ser 
feita. Depois disso, o barro é colocado e amassado até ganhar consistência. Uma 
vez seca a camada de barro, retira-se as taipas de madeira e instalam-se as 
mesmas logo acima da parede terminada para construir uma nova fiada de parede. 
 As características do barro conferem aos ambientes uma boa acústica e 
excelente conforto térmico, semelhante à técnica do adobe. Outro fatorpositivo é 
que o barro é encontrado no local de construção e não tem valor agregado como os 
materiais de construção, tornando a obra barata e fácil de ser executada, pois não 
requer tecnologia apurada para sua execução. 
A grande diferença entre os outros sistemas que utilizam como matéria-
prima o barro, é que a parede de taipa constitui-se por um único elemento, ou seja, 
um bloco maciço de terra, conferindo dessa forma uma durabilidade mais estendida. 
 
 
FIGURA 35 – CONSTRUÇÃO DE PAREDE EM TAIPA 
1 2 3 
 
FONTE: Disponível em: <http://ambiente.hsw.uol.com.br/adobe6.htm>. 
Acesso em: 10 jan. 2013. 
 
http://ambiente.hsw.uol.com.br/adobe6.htm
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 57 
 
 
3.3.4 Pau a pique 
 
 
A técnica do pau a pique é basicamente a aplicação de camadas de barro 
em uma parede feita de trama de madeira, geralmente o bambu. 
Erguem-se as tramas de madeira que formam as paredes e constituem-se 
assim as delimitações e fechamentos da habitação. O passo seguinte é abrir as 
áreas onde ficarão as janelas e portas. O passo seguinte é cobrir a casa, então é 
instalado o madeiramento do telhado e posteriormente a cobertura. Para constituir a 
cobertura são usadas telhas cerâmicas, ou em casos mais modestos, folhas de 
coqueiro e carnaúba. Em ambos os casos é deixado, em todo o perímetro da casa, 
um prolongamento do telhado, conhecido como beiral, para proteção contra o sol, 
vento e chuva. 
O último passo é aplicar o barro na parte externa e interna das tramas de 
madeira até conformar as paredes. A finalização das paredes é feita com a 
aplicação de uma camada de cal para conferir uma maior estanqueidade e por 
consequência aumentar a durabilidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 58 
 
 
FIGURA 36 – CONSTRUÇÃO DE PAREDE EM PAU A PIQUE 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.coopertecti.com.br/desenvolvimento-sustentavel>. 
Acesso em: 10 jan. 2013. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 59 
 
 
3.3.5 Sanitário seco 
 
 
FIGURA 37 – BANHEIRO SECO 
 
FONTE: Disponível em: <http://sitiorefazenda.blogspot.com.br/2011/08/sanitario-seco-ou-
compostavel-cont.html>. Acesso em: 19 jun. 2013. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 60 
 
 
FIGURA 38 – ELIMINAÇÃO DOS DEJETOS COM AUXÍLIO DA SERRAGEM 
 
FONTE: Disponível em: <http://especiais.ne10.uol.com.br/vocemais20/016-produtos-quimicos-e-
dejetos.html>. Acesso em: 19 jun. 2013. 
 
 
O seu funcionamento reside basicamente no acúmulo dos dejetos humanos 
em uma câmara fechada durante um tempo necessário para sofrer o processo de 
decomposição, sendo assim, os dejetos, papel higiênico e serragem se misturam e 
transformam-se em adubo. Uma vez utilizado o banheiro, joga-se uma porção de 
serragem e por queda todos os componentes chegam a uma câmara de acúmulo, 
sem a utilização de água para eliminação. 
Como mostra a figura 37, com o esquema de montagem do banheiro, temos 
um cano que funciona como exaustor e uma chapa que fecha a câmara, pintados de 
preto para absorver calor para prevenir agentes patológicos e odores excessivos. 
Para um melhor desempenho é conveniente que se posicione a câmara em direção 
ao Norte para absorver mais calor durante o dia. 
Nos banheiros ecológicos mais eficientes acontece a separação da urina e 
dos dejetos sólidos, consistindo basicamente em termos um local distinto do outro, 
onde a urina pode ser acumulada e utilizada como fertilizante de solo, enquanto os 
dejetos acumulados são utilizados como adubo natural. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 61 
Em uma realidade em que grande parte da população brasileira não possui 
banheiro em suas casas, essa seria uma técnica barata, eficiente e ecologicamente 
correta, pois não faz uso de água, não contamina o solo e não depende de rede de 
esgoto e saneamento da cidade para funcionar. 
 
 
FIGURA 39 – SANITÁRIO COM SEPARADOR DE URINA E DEJETOS. 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://banheirosecoecologico.blogspot.com.br/>. 
Acesso em: 19 jun. 2013. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://banheirosecoecologico.blogspot.com.br/
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 62 
 
 
3.3.6 Telhado verde 
 
 
FIGURA 40 – TELHADO VERDE 
 
FONTE: Disponível em: 
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Nor%C3%B0rag%C3%B8ta,_Faroe_Islands_(2).JPG>. 
Acesso em: 19 jun. 2013. 
 
 
Telhado verde é uma prática que consiste na montagem de uma estrutura 
acima da cobertura da casa composta por camadas de preparo (distintos materiais 
conforme figura 41), solo e vegetação. 
Entre as suas principais características positivas estão: drenagem, 
isolamento térmico, isolamento acústico, compensação da área permeável utilizada 
para implantação da edificação e o agradável aspecto visual proporcionado. 
Consegue-se também, com essa técnica, benefícios para a saúde ambiental 
e equilíbrio da biodiversidade. O teto verde mantém a umidade relativa do ar 
constante em torno da edificação, formando um microclima local agradável e 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 63 
purificando a atmosfera local. As plantas utilizadas, sempre adequadas aos impactos 
gerados pelo sol e intempéries, acabam por realizar uma filtragem da água que pode 
ser armazenada e reutilizada para fins diversos, inclusive consumo humano. 
 
FIGURA 41 – CORTE ESQUEMÁTICO 
 
FONTE: Disponível em: <http://amacedofilho.blogspot.com.br/2010/07/telhados-verdes-e-jardins-
verticais.html>. Acesso em: 19 jun. 2013. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 64 
 
 
FIGURA 42 – TELHADO VERDE EM EDIFÍCIO 
 
FONTE: Disponível em: 
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:20080708_Chicago_City_Hall_Green_Roof.JPG>. 
Acesso em: 19 jun. 2013. 
 
 
3.4 ESTUDO DE CASOS – MODELOS E PROPOSTAS 
 
 
3.4.1 Mapa temático da estação de Permacultura: Casa Colmeia 
 
 
Temos nessa proposta modelo um exemplo de diversas técnicas e 
procedimentos que poderiam ser adotados para ter como fim uma estação de 
convivência dentro dos princípios da Permacultura (CASA COLMEIA, 2013): 
 
 
 
 
 
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:20080708_Chicago_City_Hall_Green_Roof.JPG
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 65 
 
 
FIGURA 43 – CASA COLMEIA – ESTAÇÃO PERMACULTURA 
 
FONTE: Disponível em: 
<http://ptbr.protopia.wikia.com/wiki/Constru%C3%A7%C3%A3o/Permacultura> 
Acesso em: 19 jun. 2013. 
 
 
• 1. Casa Mãe: bioconstrução de custo baixo onde temos a cozinha e 
espaço para oficinas. 
• 2. Abrigo da Família: construção com material reciclado e reutilizado 
para sua construção. 
• 3. Banheiro Seco: não usa água e sim serragem para tirar o odor das 
fezes humanas, depositadas em uma câmara para formação de húmus. 
• 4. Abrigo para Voluntários: construído em pneu e barro socado, essa 
construção serve para acomodar e hospedar visitantes em caso de emergência. 
• 5. Lago: espaço para criação de peixes e plantas aquáticas para 
promover a biodiversidade. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 66 
• 6. Horta Mandala: jardim produtivo com hortaliças e plantas 
comestíveis. São em formato circular para reter melhor os nutrientes e compor uma 
harmonia estética visual. 
• 7. Forno Solar: uso da energia solar para cozinhar e assar a 
alimentação. 
• 8. Espiral de Ervas Medicinais: temperos e ervas funcionais, uma 
verdadeira farmácia natural. 
• 9. Composteira: onde se recicla o lixo orgânico. 
• 10. Pia Reciclada: feita de vidro, bambu e pneus de automóveis, onde 
se lava a louça da casa. 
• 11. Minhocário: criação de minhocas que auxiliam a processar restos 
orgânicos e transformar o húmus para adubo do solo. 
• 12. Combosteira: onde são compostadas as fezes humanas. É uma 
câmara pintada de preto para aquecer e eliminar elementos patológicos. Após é 
utilizado como adubagem. 
• 13. Reciclagem: depósito de materiais que podem ser reciclados e 
reutilizados em alguma outra função, com separaçãode vidros, metais, plásticos, 
papéis e outros. 
• 14. Calçada Produtiva: objetivo de servir para produzir alimentos para a 
comunidade. 
• 15. Secador Solar: para secar alimentos ao sol, como tomates, frutas, 
sementes e chás. 
• 16. Roça Circular: plantação de milho, feijão, batata, mandioca, 
girassol, etc. 
• 17. Circulo de Bananeiras: são os filtros biológicos das águas das pias 
e banhos. Usa-se sabão biodegradável feito a partir de óleo reutilizado. 
• 18. Teto vivo: os telhados das casas são cobertos por plantas, para 
substituir telhas manufaturadas e proporcionar conforto térmico interno, além do 
conforto visual. 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 67 
 
 
3.4.2 IPEMA – Ubatuba 
 
 
FIGURA 44 – VIVEIRO DE MUDAS FIGURA 45 – VIVEIRO DE MUDAS 
 
FIGURA 44 
Fonte: http://ecoviagem.uol.com.br/blogs/expedicao-aguas-do-brasil/boletins/as-belezas-de-
ubatuba-e-a-permacultura-8254.asp>. Acesso em: 19 jun. 2013. 
FIGURA 45 
Fonte: http://ecoviagem.uol.com.br/blogs/expedicao-aguas-do-brasil/boletins/as-belezas-de-
ubatuba-e-a-permacultura-8254.asp>. Acesso em: 19 jun. 2013. 
 
 
O IPEMA, Instituto de Permacultura e Eco vilas da Mata Atlântica, possui um 
sistema de orientação de atividades e espaço físico dentro da filosofia da 
Permacultura. 
Todas as construções são de materiais reciclados. As casas são construídas 
pelos próprios moradores e feitas de pau a pique e os pisos são constituídos 
igualmente de diversos materiais reciclados. 
Os banheiros são secos e a energia solar é utilizada para fins diversos. 
Uma parte dos alimentos que são consumidos provém do próprio local. A 
produção não recebe agentes químicos, mas sim os adubos criados pelo acúmulo 
de lixo orgânico e banheiros secos. 
A irrigação da horta é feita com a reutilização das águas cinza, devidamente 
purificadas por filtros biológicos. 
 
 
 
 
http://ecoviagem.uol.com.br/blogs/expedicao-aguas-do-brasil/boletins/as-belezas-de-ubatuba-e-a-permacultura-8254.asp
http://ecoviagem.uol.com.br/blogs/expedicao-aguas-do-brasil/boletins/as-belezas-de-ubatuba-e-a-permacultura-8254.asp
http://ecoviagem.uol.com.br/blogs/expedicao-aguas-do-brasil/boletins/as-belezas-de-ubatuba-e-a-permacultura-8254.asp
http://ecoviagem.uol.com.br/blogs/expedicao-aguas-do-brasil/boletins/as-belezas-de-ubatuba-e-a-permacultura-8254.asp
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
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FIGURA 46 – CASA SUSTENTÁVEL 
 
FONTE: Disponível em: <http://ecoviagem.uol.com.br/blogs/expedicao-aguas-do-brasil/boletins/as-
belezas-de-ubatuba-e-a-permacultura-8254.asp>. Acesso em: 19 jun. 2013. 
 
 
3.4.3 Chácara Asa Branca – Brasília 
 
 
Complexo com quatro casas de barro em uma área afastada do centro da 
cidade, onde é captada a água da chuva para todos os fins e os banheiros seguem a 
metodologia do banheiro seco. 
O barro utilizado para a construção das casas deixou um buraco no terreno 
que foi utilizado para fazer o reservatório da água. 
Os cômodos das casas são vazados para entrada de luz e ventilação 
natural, e vidros reciclados foram utilizados nas paredes para ampliar a área de 
iluminação natural. Temos ainda a utilização do telhado verde na cobertura das 
casas. 
 
http://ecoviagem.uol.com.br/blogs/expedicao-aguas-do-brasil/boletins/as-belezas-de-ubatuba-e-a-permacultura-8254.asp
http://ecoviagem.uol.com.br/blogs/expedicao-aguas-do-brasil/boletins/as-belezas-de-ubatuba-e-a-permacultura-8254.asp
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 69 
As mudas são produzidas em viveiros, onde o adubo é composto pela 
compostagem das fezes humanas do banheiro seco e restos de matéria orgânica. 
Na verdade são encontrados nessa proposta, os principais tópicos que são 
difundidos e cultuados pela filosofia da Permacultura, respeito à natureza e menor 
agressão possível na intervenção humana no meio natural. 
 
 
FIGURA 47 – CASA SUSTENTÁVEL 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.ipoema.org.br/ipoema/visite-a-asa-branca-setembro/>. 
Acesso em: 19 jun. 2013. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.ipoema.org.br/ipoema/visite-a-asa-branca-setembro/
 
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4 USO E REÚSO DOS RECURSOS E ENERGIAS NATURAIS 
 
 
FIGURA 48 – USO DE RECURSOS NATURAIS 
 
FONTE: Disponível em: <https://www.facebook.com/RENOVARECO. 
Acesso em: 12 jun. 2013. 
 
 
Os recursos naturais presentes na natureza, nem sempre são utilizados de 
forma adequada, ou em situações críticas são simplesmente deixados de lado. Por 
meio de técnicas simples e posturas ecologicamente corretas podemos não só 
utilizar de forma racional os recursos naturais, como fomentar a sua reutilização, 
prevenindo assim a sua renovabilidade. 
 
 
4.1 RECURSOS NATURAIS 
 
 
Separamos em três tópicos os principais recursos naturais disponíveis em 
nosso planeta, que são: os recursos hídricos, a energia solar e a energia eólica. 
Recursos esses que podem ser utilizados para diversos fins pelo homem, na 
execução e ocupação de edificações. 
 
https://www.facebook.com/RENOVARECO
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 71 
 
 
4.1.1 Hídricos 
 
 
Os recursos hídricos representam todas as águas superficiais ou 
subterrâneas disponíveis em nosso universo. 
 
 
FIGURA 49 – RECURSOS HÍDRICOS 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.mma.gov.br/agua/recursos-hidricos>. Acesso em: 19 jun. 2013. 
 
 
A água potável, ou seja, a água doce presente na natureza é bastante 
restrita. 
Aproximadamente 97,61% da água total do planeta é proveniente das águas 
dos oceanos. As calotas polares e geleiras representam 2,08%, água subterrânea 
0,29%, água doce de lagos 0,009%, água salgada de lagos 0,008%, água misturada 
no solo 0,005%, rios 0,00009% e vapor d’água na atmosfera 0,0009% (BRASIL 
ESCOLA, 2013). 
Diante desses percentuais, apenas 2,4% da água é doce, porém, somente 
0,02% está disponível em lagos e rios que abastecem as cidades e pode ser 
consumida (BRASIL ESCOLA, 2013). 
 
http://www.mma.gov.br/agua/recursos-hidricos
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 72 
Diante de números, que para muitos, causa uma grande surpresa, nos 
deparamos com outro dado ainda mais alarmante: a poluição de lagos, riachos, rios 
e seus afluentes. 
O meio urbano em todo o Brasil, apresenta altos índices de poluição dos 
seus rios e arroios. A ação desmedida do ser humano depreda e compromete não 
só o futuro, mas também o nosso momento presente. 
Mudar posturas e procedimentos, por parte do cidadão, é imprescindível 
para que possamos alterar esse panorama desanimador. Ao governo cabe o 
compromisso de firmar políticas de divulgação e fiscalização para engajamento da 
sociedade na defesa desse recurso que é essencial para todos os ecossistemas 
presentes em nosso planeta. 
Na arquitetura temos que nos comprometer com algumas práticas que 
possam minimizar impactos e potencializar o uso e reutilização da água. 
O primeiro passo é uma especificação de materiais que evitem desperdícios 
de água dentro da edificação. Tubos e conexões de qualidade e bem executados 
evitam que surjam vazamentos que acarretam não só o prejuízo à edificação, 
sobretudo ao desperdício desse recurso valioso. 
Outra medida recomendada é adoção de equipamentos que comprovem a 
economia no consumo da água. Já existem no mercado, torneiras, pias, vasos 
sanitários e eletrodomésticos que atendem a esse quesito. Alguns métodos 
inovadores podem ajudar bastante para consolidação desse propósito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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FIGURA 50 – SISTEMA DE RECICLAGEM DE ÁGUA 
 
FONTE: Disponível em: <http://eficienciahidrica.wordpress.com/2012/02/08/sistema-economiza-e-
recicla-agua-da-casa-de-banho/>. 
Acesso em: 19 jun. 2013. 
 
 
Outro recurso que ainda não é utilizado em grande escala é o aproveitamento 
da água da chuva. A implantação desse sistema é de baixo custo e de fácil 
instalação. A partir dos telhados da edificação a água passa por um recolhimento e 
filtragem para acondicionamento em cisternas.

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