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Contabilidade para Micro e Pequenos Empresários

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DOCÊNCIA EM 
SAÚDE 
 
 
 
 
 
CONTABILIDADE PARA MICRO E PEQUENOS 
EMPRESÁRIOS 
 
 
 
1 
 
Copyright © Portal Educação 
2012 – Portal Educação 
Todos os direitos reservados 
 
R: Sete de setembro, 1686 – Centro – CEP: 79002-130 
Telematrículas e Teleatendimento: 0800 707 4520 
Internacional: +55 (67) 3303-4520 
atendimento@portaleducacao.com.br – Campo Grande-MS 
Endereço Internet: http://www.portaleducacao.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - Brasil 
 Triagem Organização LTDA ME 
 Bibliotecário responsável: Rodrigo Pereira CRB 1/2167 
 Portal Educação 
P842c Contabilidade para micro e pequenos empresários / Portal Educação. - 
Campo Grande: Portal Educação, 2012. 
 122p. : il. 
 
 Inclui bibliografia 
 ISBN 978-85-8241-255-8 
 1. Contabilidade gerencial. 2. Microempresários - Contabilidade. 3. 
Empresas de pequeno porte. I. Portal Educação. II. Título. 
 CDD 658.1511 
 
 
2 
 
SUMÁRIO 
 
 
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 4 
2 FORMAS DE ORGANIZAÇÃO DAS EMPRESAS ..................................................................... 6 
2.1 Aspectos Tributários Relacionados com as Empresas ........................................................ 9 
3 A CONTABILIDADE ................................................................................................................. 12 
4 RELATÓRIOS CONTÁBEIS ..................................................................................................... 17 
4.1 Balanço Patrimonial ................................................................................................................ 17 
4.1.1 A Estrutura das Contas do Balanço Patrimonial .................................................................. 21 
4.2 Demonstração do Resultado do Exercício ............................................................................ 29 
5 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS “COMO ESTÁ A SAÚDE DE MINHA 
EMPRESA?” ....................................................................................................................................... 38 
6 FERRAMENTAS PARA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ........................... 42 
6.1 Análise Horizontal e Vertical .................................................................................................. 42 
6.2 Análise de Índices ................................................................................................................... 44 
6.3 Análise do Capital de Giro ...................................................................................................... 55 
7 ALAVANCAGEM FINANCEIRA ............................................................................................... 59 
8 COMO INTERPRETAR EM CONJUNTO OS ÍNDICES? .......................................................... 62 
9 DEFINIÇÕES BÁSICAS: CUSTOS E DESPESAS ................................................................... 63 
9.1 Margem de Contribuição (Mc) ................................................................................................ 67 
10 MÉTODOS DE CUSTEIO .......................................................................................................... 68 
10.1 Custeio Variável ou Direto ...................................................................................................... 68 
10.2 Custeio por Absorção ............................................................................................................. 69 
11 SISTEMA DE ACUMULAÇÃO DOS CUSTOS ......................................................................... 70 
12 ANÁLISE DO PONTO DE EQUILÍBRIO ................................................................................... 71 
 
 
3 
 
12.1 Cálculo do Ponto de Equilíbrio para Vários Produtos ......................................................... 76 
13 FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA ...................................................................................... 79 
13.1 Metodologia para Formação do Preço de Venda .................................................................. 79 
14 PROJEÇÃO DA DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO PERÍODO ................................... 88 
14.1 Identificação da Receita no Ponto de Equilíbrio .................................................................. 88 
14.2 Análise de Sensibilidade ......................................................................................................... 90 
15 MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS ................................................................................. 92 
16 PLANO DE CONTAS ................................................................................................................ 93 
17 LANÇAMENTOS CONTÁBEIS ................................................................................................. 95 
18 CONTABILIDADE POR BALANÇOS SUCESSIVOS ............................................................... 97 
18.1 Eventos .................................................................................................................................... 97 
19 BALANCETE DE VERIFICAÇÃO ............................................................................................ 106 
20 LIVROS CONTÁBEIS .............................................................................................................. 108 
21 SISTEMAS DE CONTROLE DO ESTOQUE............................................................................ 110 
21.1 Inventário Periódico .............................................................................................................. 111 
21.2 Inventário Permanente .......................................................................................................... 113 
CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................................ 117 
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 118 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A Contabilidade permite traduzir as ações que ocorrem no mundo dos negócios em um 
conjunto de números. Esses números são apresentados por meio dos relatórios contábeis, 
dentre eles Balanços Patrimonial (BP) e a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). 
Todas as empresas devem ter um contador, seja um funcionário contratado pela 
empresa ou o que acontece com a maioria dos micros e pequenos empresários, a contratação 
de serviços de um escritório de Contabilidade. 
Atualmente é fundamental que todos os empresários tenham conhecimento, pelo 
menos básico sobre a Contabilidade, pois a adequada análise nos Relatórios Contábeis serve de 
apoio à tomada de decisão. Os relatórios contábeis existem não somente para atender às 
exigências fiscais e legais, mas como ferramenta de apoio ao processo decisório. A 
Contabilidade deve estar muito bem organizada, pois assim o empresário pode precaver-se 
contra uma possível insolvência da empresa. 
Para o processo decisório, o adequado é a análise nos Relatórios Contábeis, além é 
claro, considerar-se o feeling do empresário. 
Santos (2008) afirma que, “apesar de representar quase 98% do total de empresas do 
País e responder por cerca de 60% dos empregos formais e por 20% do PIB nacional, as micro e 
pequenas empresas ainda sofrem com o fantasma da mortalidade, antes mesmo destas 
completarem dois anos de vida”. 
Dentre os fatores que mais contribuem com essa mortalidade,citam-se: a carga 
tributária, incapacidade administrativa, falta de escrituração contábil, e falta de planejamento 
financeiro, tributário e gerencial. 
Este curso está dividido em quatro módulos e tem como objetivo capacitar os 
empresários com conhecimentos essenciais de Contabilidade para serem utilizadas quando do 
processo decisório. 
O módulo um tem como objetivo geral apresentar a estrutura, bem como a importância 
dos principais relatórios contábeis. 
 
 
5 
 
O módulo dois tem como objetivo oferecer ferramentas para que o gestor possa 
analisar as demonstrações contábeis e tomar conhecimento sobre a saúde da empresa. 
O módulo três tem como objetivo apresentar a terminologia e a classificação utilizada 
em custos. 
Finalmente, o objetivo geral do módulo quatro é apresentar o método utilizado para a 
operacionalização do processo contábil. 
 
 
 
6 
 
2 FORMAS DE ORGANIZAÇÃO DAS EMPRESAS 
 
O novo Código Civil (Lei 10406, de 10 de janeiro de 2002) que entrou em vigor em 10 
de janeiro de 2003, classifica as sociedades em: Sociedades Personificadas e Sociedades Não 
Personificadas. A Figura 1 evidencia as formas societárias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1 - Formas societárias 
 
A Sociedade Personificada está dividida em: Sociedade Simples e Sociedade 
Empresária. Sociedade Personificada é aquela que adquiriu a personalidade jurídica ao efetuar o 
seu registro no órgão competente, ao contrário das sociedades não personificadas, que não 
registraram o ato constitutivo no órgão competente. 
As sociedades simples reúnem pessoas que exercem profissão intelectual, de natureza 
científica, literária ou artística e as cooperativas. Essas são registradas em Cartório. 
Como exemplo de Sociedade Simples Verne (2003) afirma que: “Uma sociedade de 
contadores que execute serviço exclusivamente por meio de seus sócios, estará classificada 
como uma Sociedade Simples. Caso este mesmo escritório contábil contrate outros contadores 
 
 
 
 
7 
 
para execução do objeto social da sociedade, não estaremos mais diante do conceito de 
sociedade simples, mas sim no de uma Sociedade Empresária”. 
As sociedades empresárias exercem atividade econômica organizada para a produção 
ou circulação de bens ou de serviços e com o objetivo de lucro. A Sociedade Empresária 
constitui-se, de modo geral, por um dos seguintes tipos societários: sociedade limitada ou 
sociedade anônima. 
Na sociedade limitada o capital é dividido em quotas ou cotas, enquanto que na 
sociedade anônima o capital é dividido em ações, onde cada ação representa uma parte do 
capital. 
As sociedades em comum não têm contrato registrado no órgão competente, logo são 
consideradas sociedades não personificadas, por não estarem juridicamente constituídas como 
pessoa jurídica. Na verdade, suas atividades são desenvolvidas de maneira informal. 
Fortes (2003) afirma que “essa informalidade não lhe tira a essência da existência da 
sociedade, que não é necessariamente o mesmo que pessoa jurídica”. É o tipo de sociedade 
não recomendada, pois a mesma fere a legislação por não estar devidamente registrada. 
O novo Código Civil, no artigo 967, determina que seja obrigatória a inscrição do 
empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de 
suas atividades. 
Salienta-se que, de modo geral, no Brasil, as empresas desenvolvem suas atividades 
de maneira formal, com o respectivo registro no órgão competente. 
As sociedades em conta de participação diferenciam-se das sociedades em comum, 
por estarem dispensadas do arquivamento dos seus atos constitutivos no órgão competente. 
Essa sociedade não possui patrimônio próprio e nem personalidade jurídica, sendo formada para 
realizar negócios de curta duração, extinguindo-se após a execução. 
De acordo com o Código Civil, na sociedade em conta de participação, a atividade 
constitutiva do objeto social é exercida unicamente pelo sócio ostensivo, em seu nome individual 
e sob sua própria e exclusiva responsabilidade, participando os demais dos resultados 
 
 
 
8 
 
correspondentes. A joint venture e as representações comerciais são exemplos de sociedades 
em conta de participação. 
O Consórcio Simples, onde poderão participar as microempresas e as empresas de 
pequeno porte, que optaram pelo Simples Nacional, pode ser considerado como um exemplo 
para sociedades em conta de participação. 
Conforme o art. 2º do Decreto 6451, de 12 de maio de 2008 – que regulamenta o artigo 
56 da Lei Complementar nº 123, o Consórcio Simples não tem personalidade jurídica e as 
consorciadas somente se obrigam nas condições previstas no respectivo contrato, cada uma 
respondendo por suas obrigações, sem presunção de solidariedade, salvo se assim estabelecido 
entre as consorciadas. 
O Consórcio Simples pode ser constituído por tempo indeterminado, e ter como objeto 
a compra ou a venda de bens ou serviços para o mercado nacional e internacional. Destaca-se 
que o consórcio simples não poderá ser concomitantemente de venda e de compra, salvo no 
caso de compra de insumos para industrialização, de acordo com o art. 1º do Decreto referido. 
O quadro a seguir mostra as principais mudanças que ocorreram com as formas 
societárias em função do Novo Código Civil. 
Antes e depois do Novo Código Civil 
Antes do NCC Com o NCC 
Atividades intelectuais - Sociedade civil Sociedade simples 
Atividade comercial, industrial – 
sociedades comerciais 
Sociedade empresária 
Comerciante individual – com registro na 
junta comercial – antigas firmas individuais 
Empresário (civil e o comercial) – exerce 
profissionalmente atividade econômica 
organizada para a produção ou a circulação de 
bens ou serviços – exerce nome próprio 
atividade econômica organizada. 
 
 
9 
Prestação de serviços não intelectuais – 
Sociedades Civis 
Sociedade empresária 
 
 
2.1 Aspectos tributários relacionados com as empresas 
 
A Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, Lei Complementar 123/2006 classifica a 
Micro Empresa (ME) e a Empresa de Pequeno Porte (EPP), de acordo com a receita bruta. 
Para os efeitos dessa Lei Complementar, consideram-se microempresas ou empresas 
de pequeno porte, a sociedade empresária, a sociedade simples e o empresário, devidamente 
registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, 
conforme classificação apresentada a seguir. 
 
Classificação das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte 
Descrição Microempresas Empresas de Pequeno Porte 
Receita bruta anual 
Igual ou inferior a R$ 
240.000,00 
Superior a R$ 240.000,00 e igual ou 
inferior a R$ 2.400.000,00 
Fonte: Lei complementar 123/2006 
 
As microempresas e as empresas de pequeno porte podem ingressar no regime do 
Simples Nacional, onde podem unificar o recolhimento dos seus impostos. Abrange a 
participação de todos os entes federados, União, Estados, Distrito Federal e Municípios. É 
administrado por um Comitê Gestor composto por oito integrantes: quatro da Secretaria da 
Receita Federal do Brasil (RFB), dois dos Estados e do Distrito Federal e dois dos Municípios. 
Abrange os tributos apresentados na Figura 2. São eles: 
a) Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ); 
 
 
10 
 
b) Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL); 
c) Contribuição para o Programa de Integração Social (PIS) e de Formação do 
Patrimônio do Servidor Público (PASEP); 
d) Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS); 
e) Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) – exceto o incidente na importação; 
f) Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços de Interestadual e 
Intermunicipal e de Comunicação (ICMS); 
g) Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) e 
h) Contribuição para a Seguridade Social (INSS), a cargo da pessoa jurídica patronal. 
Tributos abrangidos pelo Simples NacionalO Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas (SEBRAE) classifica 
assim as empresas: 
Classificação das empresas conforme o número de empregados 
Porte/Setor Indústria Comércio/Serviços 
Microempresas Até 19 Até 9 empregados 
Empresas de pequeno porte De 20 a 99 De 10 a 49 
Médias De 100 a 499 De 50 a 99 
Grandes 500 ou mais 100 ou mais 
Fonte: Sebrae 
 
 
 
11 
 
É fundamental que os empresários saibam que existem outras modalidades para 
pagamento dos impostos, que não o Simples Nacional. 
No que se refere ao pagamento do imposto de renda e da contribuição social, existe a 
modalidade de Lucro Presumido, de Lucro Real e o Lucro Arbitrado. É necessário que o 
empresário tenha o suporte de um profissional de contabilidade, para que se possa fazer uma 
avaliação da melhor modalidade para pagamento dos impostos, sempre que possível. 
Caso a opção seja pelo Lucro Presumido, pode acontecer de a empresa estar pagando 
imposto mesmo que esteja incorrendo em prejuízo, em função de que a base de cálculo para 
pagamento desses impostos é a receita bruta total. Considera-se como receita bruta total, o 
produto da venda de bens ou da prestação de serviços, somado aos ganhos de capital e às 
demais receitas e resultados positivos, dentre elas as receitas financeiras. 
Salienta-se que a empresa só poderá optar pelo Lucro Presumido, caso não esteja 
obrigada pela legislação ao pagamento pelo Lucro Real. 
Esse fato não acontece quando optam pelo Lucro Real, caso em que pagam o Imposto 
de Renda e a Contribuição Social sobre o Lucro, com base no lucro. Pois assim, pagam esses 
impostos apenas se tiverem lucro. É necessário que o empresário tenha uma contabilidade 
devidamente organizada, que possibilite o cálculo preciso das receitas, dos custos e das 
despesas. 
A grande dificuldade encontrada pelos empresários de menor porte para opção pela 
tributação com base no Lucro Real é que eles geralmente não têm controles internos e muitas 
vezes não emitem notas fiscais sob a alegação de que assim pagarão menos impostos. Fato 
esse, que pode ser contraditório e para isso é importante elaborar um planejamento tributário 
que permita uma análise mais acurada sobre a melhor forma de tributação da empresa. 
O Lucro Presumido é aplicável pelo contribuinte ou pela autoridade tributária, nos 
casos em que a empresa deixar de cumprir as obrigações acessórias relativas à determinação 
do lucro real ou do lucro presumido. 
 
 
 
12 
 
3 A CONTABILIDADE 
 
O Código Civil Brasileiro, em seu art. 1179, destaca que “todas as empresas são 
obrigadas a manter um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração 
uniforme de seus livros e em documentação comprobatória”. 
Destaca-se que o pequeno empresário – o empresário individual, caracterizado como 
microempresa, que aufira receita bruta anual de até R$ 36.000,00 (trinta e seis mil reais) está 
desobrigado da escrituração contábil, com base na Lei Complementar 123/2006, em seu artigo 
68. 
A Contabilidade para cumprir o seu papel, recebe dados, processa-os e evidencia a 
situação patrimonial das entidades, sejam elas, com ou sem fins lucrativos, por meio dos 
relatórios contábeis. Sendo assim, torna-se muito conveniente conceituá-la como um sistema de 
informação. 
Algumas definições de Contabilidade: 
 
AUTORES DEFINIÇÃO 
Fipecafi (2003, p. 48) Contabilidade é objetivamente, um sistema de 
informação e avaliação destinado a prover 
seus usuários com demonstrações e análises 
de natureza econômica, financeira, física e de 
produtividade, com relação à entidade objeto 
de contabilização. 
D´Auria, apud D´Amore (1967, p. 50) Contabilidade é a ciência que estuda e pratica 
as funções de orientação, controle e registro 
relativos aos atos e fatos da administração 
econômica. 
Hendriksen, apud Padoveze (2005, p. 4) A Contabilidade é um processo de 
 
 
13 
comunicação de informação econômica para 
propósitos de tomada de decisão tanto pela 
administração como por aqueles que 
necessitam fiar-se nos relatórios externos 
 
Observa-se que a Contabilidade é definida pelos autores citados, como sistema de 
informação, ciência e como um processo de comunicação. Como ciência vale salientar que está 
enquadrada como Ciência Social, visto que, tem como objetivo principal, evidenciar para a 
sociedade a situação patrimonial das entidades. 
Padoveze (2003, p. 45) afirma que: “A Ciência Contábil se traduz naturalmente dentro 
de um sistema de informação. Poderá ser argüido que fazer um sistema de informação contábil 
com a Ciência da Contabilidade é um vício de linguagem, já que a própria Contabilidade nasceu 
sob a arquitetura de um sistema informacional”. 
A ciência contábil surgiu para gerar informações para controle e tomada de decisão. A 
Contabilidade vem sendo atualmente chamada também de Controladoria, em função do 
alargamento do seu campo de atuação, por isso a Controladoria é o atual estágio evolutivo da 
Contabilidade. 
Moscove (2002, p. 24) diz que “em muitos aspectos, a contabilidade em si é um 
sistema de informações. Ela é um processo comunicativo que coleta, armazena, processa e 
distribui informações para os que precisam delas.” 
O Sistema de Informação Contábil (SIC) é um sistema de informação que cobre a 
empresa toda, focalizando os processos de negócio. 
A visão do SIC como um sistema de informação para a empresa toda considera as 
ligações entre os sistemas de informações gerenciais e a Contabilidade Financeira. A 
Contabilidade é o principal produtor e distribuidor de informações da entidade. 
A Contabilidade tem como funções principais: coletar dados e informações, armazenar, 
processar e distribuir a informação para os tomadores de decisão. A figura seguinte apresenta 
essas funções com destaque. 
 
 
 
14 
 
Principais funções da Contabilidade 
 
 
 
 
 
 
O SIC possui dois componentes informacionais básicos: Contabilidade Financeira e 
Contabilidade Gerencial. 
A Contabilidade Financeira fornece principalmente informações para usuários externos. 
Dentre os usuários de informações financeiras incluem-se investidores atuais e potenciais, 
órgãos fiscais federais e estaduais, credores, sindicatos, instituições financeiras, dentre outros. 
Ainda que a Contabilidade Financeira forneça informações para os usuários externos, 
muitas pessoas dentro de uma entidade, como por exemplo, os gerentes, também as usam para 
planejar, tomar decisões e controlar a empresa. Desse modo, um gerente encarregado de 
determinada departamento estaria interessado na lucratividade desse segmento da entidade. 
Gerentes podem usar as informações sobre a lucratividade para tomar decisões quanto a 
investimentos futuros. A comparação entre a lucratividade passada e a lucratividade atual da 
empresa pode ajudar a controlar melhor as despesas. 
O componente formado pela Contabilidade Gerencial de um SIC tem como principal 
objetivo fornecer informações relevantes para os gerentes de uma empresa. A Contabilidade 
Gerencial pode ser formada pela Contabilidade de Custos, orçamento e estudos de sistemas, 
que são os três componentes do sistema gerencial de uma empresa. 
A Contabilidade Gerencial nasceu da necessidade do empresário em explorar mais os 
dados constantes em seu Sistema de Contabilidade, por isso fornece principalmente 
informações para os usuários internos. 
 
 
 
15 
 
Carlberg (2003, p. 4) afirma que “para usar as informações contábeis para a tomada 
rotineira de decisão, não é preciso explorar em profundidade as nuanças e os detalhes técnicos 
da profissão da contabilidade”. O importante é entender essas informações o suficiente para usá-
las rotineiramente. 
Os dois componentes do Sistema de Contabilidade fazem parte de um todo, que é a 
ciência contábil. Os componentes da Contabilidade Gerencial e Financeira não são mutuamente 
exclusivos; isto é, as informações do componente de ContabilidadeFinanceira são utilizadas 
dentro do componente de Contabilidade Gerencial e vice-versa. 
 
Componentes informacionais da Contabilidade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O cerne do SIC é o subsistema de Contabilidade Financeira, que tem como pano de 
fundo as necessidades legais, societárias e fiscais. 
O componente do SIC – Contabilidade Gerencial é um que pode ser operacionalizado 
a partir do subsistema de Contabilidade Financeira. 
 
Componentes
informacionais
de um SIC
Contabilidade
Gerencial
Contabilidade
Financeira
Relatórios Relatórios
Usuários
externos
Usuários
internos
 
 
 
16 
 
Geralmente, os micros e pequenos empresários deixam de explorar a Contabilidade 
Gerencial, pois se preocupam mais com a Contabilidade Financeira, ou seja, aquela necessária 
para atender o fisco. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
4 RELATÓRIOS CONTÁBEIS 
 
Os relatórios que podem ser gerados pela Contabilidade Financeira para o 
atendimento informacional dos usuários externos são: 
 Balanço Patrimonial (BP), 
 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), 
 Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados, 
 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, 
 Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos, 
 Demonstração do Fluxo de Caixa. 
A Norma Brasileira de Contabilidade Técnica (NBC T 19.13), emitida pelo Conselho 
Federal de Contabilidade, destaca que “as microempresas e as empresas de pequeno porte 
devem elaborar, ao final de cada exercício social, o Balanço Patrimonial (BP) e a Demonstração 
do Resultado (DRE)”. Portanto, as demais demonstrações mencionadas anteriormente são 
facultativas; em função disso o foco deste curso será no BP e na DRE. 
O BP e a DRE devem ser transcritos no Livro Diário da empresa, ao término do 
exercício social, e ao final ser assinado pelo contabilista e pelo empresário. 
 
4.1 Balanço Patimonial 
 
O Patrimônio das entidades é 
evidenciado por meio do Balanço Patrimonial. 
O Patrimônio é o conjunto de bens, direitos e 
obrigações da entidade. 
O Patrimônio Líquido constitui-se na 
diferença entre o Ativo e as obrigações da 
empresa. 
 
 
 
18 
 
A tabela a seguir apresenta um exemplo de cálculo do Patrimônio Líquido. Supondo-se 
que a empresa possua bens e direitos no valor total de $ 168.600 e que suas obrigações 
totalizem $ 38.000, o patrimônio líquido será a diferença entre os ativos e as obrigações, o que 
equivale a um Patrimônio Líquido de $ 130.600. 
 
Exemplo de cálculo do Patrimônio Líquido 
Descrição Valor em $ 
A – Relação de bens e direitos 
Terreno 40.000 
Carro 20.000 
Aplicações financeiras 5.000 
Dinheiro em caixa 600 
Edifício 100.000 
Contas a receber 3.000 
Total (bens+direitos) 168.600 
B - Relação de dívidas (obrigações) 
Financiamento do carro 8.000 
Contas a pagar 30.000 
Total obrigações 38.000 
C – PATRIMÔNIO LÍQUIDO (A – B) 130.600 
 
A próxima tabela evidencia um exemplo de Patrimônio para uma empresa, compondo-
se o Ativo por bens e direitos, bem como o Passivo por obrigações e pelo Patrimônio Líquido. 
 
 
19 
 
Exemplo de estrutura do Patrimônio 
ATIVO PASSIVO 
Descrição Valor (em $) Descrição Valor (em $) 
Terreno 40.000 Financiamento do carro 8.000 
Carro 20.000 Contas a pagar 30.000 
Aplicações financeiras 5.000 
Dinheiro em caixa 600 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 130.600 
Edifício 100.000 
Contas a receber 3.000 
TOTAL ATIVO 168.600 TOTAL DO PASSIVO 168.600 
 
Diante disso, pode-se visualizar a equação fundamental da Contabilidade: 
 
 
Ou 
 
 
 
O Balanço Patrimonial (BP) resume a posição financeira de uma entidade no final de 
determinado período. Esse período pode ser um mês, um trimestre ou um ano, de acordo com a 
necessidade da empresa ou conforme exigência legal. 
O BP é formado por dois grandes grupos que são: Ativo e Passivo. 
BENS + DIREITOS = OBRIGAÇÕES + PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 
ATIVO = PASSIVO 
 
 
20 
 
O Ativo é composto por todos os bens e direitos da empresa, desde que sejam: de 
propriedade da empresa (com exceção do leasing ou arrendamento mercantil), avaliáveis em 
dinheiro e que representem benefícios presentes ou futuros para a empresa. 
No caso do leasing, a empresa tem a posse do bem e não possui a propriedade, 
mesmo assim, atualmente a determinação legal é que o contabilize no Ativo da empresa. 
 
Exemplo de contas que fazem parte do Ativo e Passivo para uma empresa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 6 – Exemplo de contas de Ativo e Passivo 
Figura 6-ativo e passivo 
 
No Ativo as contas devem ser apresentadas em ordem decrescente de grau de 
liquidez. Assim são apresentadas, em primeiro lugar, as contas que representem o dinheiro da 
empresa e depois aquelas que tenham maior possibilidade de se transformar em dinheiro para a 
empresa. Por isso, geralmente aparecem no Balanço, como contas de Ativo, as contas Caixa, 
Bancos, Duplicatas a receber e Estoques. 
O Passivo é composto pelas obrigações contraídas perante terceiros, como as dívidas 
com os fornecedores, com instituições financeiras, com o governo, com os funcionários da 
empresa, dentre outras. 
 
 
 
21 
 
O Patrimônio Líquido corresponde aos recursos próprios da entidade, ou seja, ao 
recurso entregue pelos proprietários ou sócios para a formação da entidade. Esses recursos 
entregues pelos sócios estão sujeitos aos acréscimos e reduções, conforme a empresa venha a 
incorrer em lucros ou prejuízos durante o período correspondente. 
O Passivo evidencia a origem dos recursos e o Ativo evidencia a aplicação desses 
recursos. 
A empresa pode obter recursos por meio dos sócios, ou por meio de terceiros, 
instituições financeiras, por exemplo. 
 
As origens e as aplicações dos recursos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4.1.1 A estrutura das contas do balanço patrimonial 
 
O BP de acordo com as determinações da Lei 6404 está dividido nos seguintes grupos 
e subgrupos de contas, conforme apresentado na figura 8. 
 
 
 
 
22 
 
A Lei 6.404, de 15 de dezembro de 1976, é a Lei das Sociedades Anônimas, mas 
regulamenta normas para todas as empresas, inclusive para as sociedades limitadas. Essa lei 
recentemente recebeu alterações, por meio da Lei 11.638 de 28 de dezembro de 2007. 
 
BALANÇO PATRIMONIAL – ESTRUTURA 
ATIVO PASSIVO 
ATIVO CIRCULANTE (AC) PASSIVO CIRCULANTE (PC) 
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO (ARLP) P. EXIGÍVEL A LONGO PRAZO (PELP) 
ATIVO PERMANENTE (AP) RES. DE EXERCÍCIOS FUTUROS (REF) 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO (PL) 
Fonte: Lei 6404, de 15/12/76 
 
ATIVO CIRCULANTE 
 
O Ativo Circulante evidencia as disponibilidades da empresa, os direitos realizáveis no 
curso do exercício social e as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte. Ou 
seja, corresponde a todos os valores que poderão ser convertidos em moeda, dentro do prazo 
de um ano (a contar da data do Balanço). A Figura 9 mostra a composição do Ativo Circulante. 
Quando na empresa, o ciclo operacional tiver duração maior que o exercício social, a 
classificação no circulante ou no longo prazo terá como base esse ciclo. 
Segundo Marion (1998, p. 47) “entende-se como ciclo operacional o período de tempo 
que uma indústria, por exemplo, leva para produzir seu estoque, vendê-lo e receber as 
duplicatas geradas na venda, entrando em caixa”. 
 
 
 
23 
 
Dessa forma, para a classificação das contas tanto de ativo como de passivo em 
Circulante ou Longo Prazo, é essencial verificar o ciclo operacional da empresa. Um 
supermercado, por exemplo, tem em média 
um ciclo operacional que varia entre 30 a 
60 dias. 
Sendo assim, a regra geral para 
essa classificação é considerar-se 
circulante o período de doze meses ou o 
Ciclo Operacional, valendo o maior. 
O Exercício Social corresponde 
ao período de tempo, geralmente de um 
ano, coincidente como o ano civil, durante 
o qual se processam asatividades 
operacionais da empresa. 
 
Disponibilidades 
 
As disponibilidades são representadas pelos recursos financeiros com disponibilidade 
imediata para a empresa, exemplo as contas, caixa e os recursos financeiros que a empresa tem 
depositado nos bancos. 
 
Direitos realizáveis no curso do exercício social 
 
Os direitos realizáveis no curso do exercício social podem ser representados pelas 
duplicatas a receber, que a empresa tenha de seus clientes, demais contas a receber, 
adiantamentos a empregados ou fornecedores, dentre outras. Além disso, os estoques em 
 
Composição do Ativo Circulante 
 
 
 
 
24 
 
mercadorias para revenda, produtos acabados, produtos em elaboração, matérias-primas e 
também, pelas aplicações financeiras, que não sejam de liquidez imediata. 
 
Aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte 
 
Neste item serão registradas as despesas que irão beneficiar exercícios futuros da 
empresa. São exemplos as despesas pagas antecipadamente; as mais comuns são despesas 
de seguros, aluguéis, juros. 
 
ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 
 
Neste subgrupo do Ativo são registrados os direitos realizáveis após o término do 
exercício seguinte. São exemplos, as contas a receber que tiverem vencimento a longo prazo, 
geralmente com vencimento superior a um ano. 
 
ATIVO PERMANENTE 
 
No Ativo Permanente estão aplicados 
os recursos em caráter permanente; sendo 
assim, não se destinam à venda. O Ativo 
Permanente está dividido em Investimentos, 
Imobilizado, Intangível e Diferido. 
 
Investimentos 
 
 
 
25 
 
Os investimentos são representados pelas aplicações em outras empresas e em bens 
destinados a produzir renda. São exemplos: as participações em outras empresas e os bens 
destinados à renda, como imóveis. 
 
Imobilizado 
 
Com a nova redação dada para a Lei nº 6.404 de 15 de dezembro de 1976, exige-se 
que as empresas registrem em seu sistema de contabilidade os bens de terceiros que possam 
lhes trazer riscos ou benefícios. O artigo 179 da referida lei, destaca que: “Devem ser 
contabilizados na conta do ativo imobilizado, os direitos que tenham por objeto bens corpóreos 
destinados à manutenção das atividades da companhia ou exercidos com esta finalidade, 
inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia, os benefícios, riscos e 
controle destes bens”. 
Sendo assim, este grupo pode ser representado pelas seguintes contas: máquinas de 
uso da empresa, móveis e utensílios, veículos utilizados nas atividades operacionais. 
É importante salientar que as depreciações e os gastos com a manutenção de bens 
podem ser dedutíveis para fins de pagamento de impostos, desde que a opção de pagamento do 
imposto de renda e da contribuição social, seja o lucro real. 
Para que se calcule a depreciação é necessário um bom controle do Ativo Imobilizado 
da empresa. 
 
Intangível 
 
Neste subgrupo do Ativo são apresentados os direitos que tenham por objeto bens 
incorpóreos destinados à manutenção da empresa. São exemplos: fundo de comércio adquirido, 
registro de marcas e patentes. 
 
 
26 
 
Diferido 
 
O Diferido corresponde às despesas pré-operacionais e aos gastos de reestruturação 
que contribuirão, efetivamente, para o aumento do resultado de mais de um exercício social e 
que não configurem tão-somente uma redução de custos ou acréscimo na eficiência operacional. 
São exemplos: despesas de reorganização, despesas com pesquisa, despesas pré-
operacionais. Essas despesas devem ser amortizadas. 
 
PASSIVO CIRCULANTE 
 
No passivo circulante encontramos as obrigações que geralmente são pagas dentro de 
um ano. Dentre elas: dívidas com fornecedores, contas a pagar de modo geral (energia elétrica, 
telefone, salários, encargos trabalhistas), empréstimos e financiamentos, impostos. 
 
PASSIVO EXIGÍVEL DE LONGO PRAZO 
 
Neste subgrupo do Passivo estão as dívidas (obrigações) com vencimento em um ano, 
a contar da data do último balanço. 
 
RESULTADO DE EXERCÍCIOS FUTUROS 
 
Neste subgrupo do passivo são evidenciadas as receitas recebidas antecipadamente, 
diminuídas dos custos e despesas respectivos. Por exemplo, aluguéis recebidos 
antecipadamente, desde que não haja nenhuma perspectiva de devolução do valor recebido. 
 
 
 
27 
 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 
O Patrimônio Líquido é formado principalmente pelo Capital investido pelos sócios da 
empresa, com os lucros e/ou prejuízos acumulados. Dessa forma, ele é conhecido como o 
capital próprio. 
Interessante observar-se que na estrutura do Patrimônio Líquido não aparecem os 
lucros, e somente prejuízos acumulados. 
 
A 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A redação atual da Lei 6.404, de 15 de dezembro de 1976, eliminou a possibilidade de 
existência de saldo positivo na conta lucros acumulados, no encerramento do exercício social. 
Eventual saldo positivo remanescente na conta Lucros ou Prejuízos Acumulados deve ser 
destinado para a conta Reserva de Lucros, nos termos dos artigos 194 a 197 da Lei nº 6.404, de 
15 de dezembro de 1976, ou distribuído como dividendo, no caso das sociedades anônimas. 
Sendo assim, todo o lucro líquido do exercício acaba tendo destinação legal. 
Subdivisão do Patrimônio Líquido 
 
 
 
Fonte: Lei nº 6404 de 15 de dezembro de 1976 
 
 
28 
 
A demonstração da movimentação da conta lucros acumulados deve ser apresentada 
de forma isolada ou, no caso das companhias abertas, como parte da Demonstração das 
Mutações de Patrimônio Líquido. Entretanto, a conta referida, passou a ter natureza 
absolutamente transitória, e será utilizada para servir de contrapartida às reversões das reservas 
de lucros e às destinações de lucro. 
A Norma Brasileira de Contabilidade – NBC T 19.13, emitida pelo Conselho Federal de 
Contabilidade, dispõe sobre a escrituração simplificada de micros e pequenas empresas. A 
norma referida aplica-se à entidade definida como empresário e sociedade empresária 
enquadrada como microempresa ou empresa de pequeno porte. 
Essa norma apresenta um modelo de Plano de Contas simplificado, com requisitos 
mínimos para as microempresas e empresas de pequeno porte. Salienta-se que, quando da 
elaboração do Plano de Contas, devem-se levar em conta as especificidades, porte e natureza, 
bem como as necessidades informacionais da empresa. 
Destaca-se que as microempresas e as empresas de pequeno porte podem adotar a 
escrituração contábil simplificada, porém isso não as desobriga de manter uma escrituração 
contábil uniforme dos seus atos e fatos administrativos que provocaram ou possam vir a 
provocar alteração do seu patrimônio. 
De acordo com a norma referida, o Patrimônio Líquido pode ser composto pelas contas 
apresentadas na figura a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
 
4.2 Demonstração de Resultado do Exercício 
 
É uma poderosa demonstração para a tomada de decisão. Ela evidencia o fluxo de 
dinheiro e a relação entre as receitas, custos e despesas ao longo de um período de tempo. Ela 
nos mostra quanto de dinheiro foi ganho no período, e o quanto foi gasto em termos de 
despesas e custos em um determinado período. 
O resultado do período pode ser visualizado por meio do Regime de Caixa e pelo 
Regime de Competência. 
Supondo-se que uma empresa teve uma receita com a venda de mercadorias no valor 
de $ 200.000 no mês, sendo que apenas 30% foram recebidos nesse mesmo mês, os custos e 
despesas desse mês totalizaram $ 160.000, sendo que, desse total somente foram pagos 70%. 
A Tabela abaixo evidencia os resultados obtidos pelos regimes de caixa e de 
competência. 
Composição do Patrimônio Líquido 
 
 
 
 
30 
 
Comparação de resultados entre Regime de caixa e de competência 
Descrição Regime de caixa Regime de competência 
Receita com vendas $ 60.000 $ 200.000 
( - ) custos e despesas ( $ 112.000) $ 160.000 
( = ) Resultado ( $ 52.000) $ 40.000 
 
Pelo regime decaixa, confrontam-se na demonstração do resultado do período, as 
receitas efetivamente recebidas com as despesas efetivamente pagas. Pelo Regime de Caixa, a 
empresa registra a receita quando o dinheiro é recebido e os custos ou as despesas quando o 
dinheiro é gasto. 
Conforme o exemplo apresentado, pelo Regime de Caixa, a empresa obteria um 
prejuízo de $ 52.000, enquanto que pelo Regime de Competência a empresa obteria um lucro de 
$ 40.000. 
Pelo regime de competência confrontam-se as receitas efetivamente incorridas no 
período, com as despesas também efetivamente incorridas, independentemente do recebimento, 
bem como do pagamento dos custos e despesas. Por esse regime, a receita não é igual ao 
dinheiro recebido, e a despesa não é igual ao dinheiro gasto. 
As empresas devem escriturar contabilmente suas receitas, despesas e custos com 
base no regime de competência. O Regime de Caixa pode ser utilizado para fins gerenciais. A 
Contabilidade pelo regime de competência (accrual accounting) envolve duas etapas: 
a) identificação da receita para determinado período; 
b) identificação dos custos e despesas associados àquela receita. 
De acordo com a Lei nº 6.404, Lei das Sociedades Anônimas, que dispõe sobre 
normas não somente para as sociedades anônimas como também para as demais sociedades, a 
Demonstração do Resultado do Exercício pode ser formada pelas contas, conforme 
apresentadas a seguir. 
 
 
31 
 
Demonstração do Resultado do Exercício 
 Receita bruta das vendas e serviços 
 Deduções de vendas, abatimentos, impostos 
 Receita líquida das vendas e serviços 
 Custo das mercadorias e serviços vendidos 
 Lucro bruto 
 Despesas com vendas 
 Despesas financeiras deduzidas das receitas 
 Despesas gerais e administrativas 
 Outras despesas operacionais 
 Lucro ou prejuízo operacional 
 Receitas e despesas não operacionais 
 Resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda 
 Provisão para o imposto 
 Participação de debêntures, de empregados e administradores e de instituições ou 
fundos de assistência ou previdência de empregados 
 Lucro ou prejuízo líquido do exercício 
Fonte: Lei nº 6.404 
 
A seguir, apresentam-se conceitos fundamentais para um melhor entendimento sobre 
as contas evidenciadas no modelo da Demonstração do Resultado do Exercício. 
 
Receitas: A Receita é todo recurso financeiro que a empresa recebe ou vai receber. As receitas 
decorrem da prestação de serviços, da venda de mercadorias ou de produtos. As receitas 
podem decorrer de aplicações financeiras, e assim recebem a denominação de receitas 
financeiras. 
 
Custos: Os custos constituem-se pelo valor gasto para produzir determinado bem, quando da 
atividade industrial. Exemplos: materiais aplicados na produção, valor gasto com a mão-de-obra, 
a depreciação das máquinas utilizadas na produção, dentre outros. 
O custo pode ser visualizado na atividade comercial, calculando-se todo o valor gasto 
para adquirir o bem, ou a mercadoria que será vendida pela empresa. Desse modo podem-se 
considerar os valores pagos ao fornecedor, os valores gastos com o frete e seguros 
 
 
32 
 
provenientes dessas mercadorias. Além disso, os impostos que a empresa não possa recuperar 
também podem ser classificados como custos. 
Para a prestadora de serviços, consideram-se todos os gastos aplicados para prestar 
os serviços. 
 
Despesas: As despesas, de modo geral, são os gastos aplicados para vender os produtos, 
mercadorias e/ou serviços oferecidos pela empresa. Esses podem ser as despesas para vender 
os produtos como as despesas com a 
comissão e salário dos vendedores. 
As despesas podem ser também 
classificadas como administrativas, o 
salário e encargos sobre a folha de 
pagamento. 
 
A depreciação pode ser 
classificada tanto como custo ou como 
despesa. Ela consiste no reconhecimento, por meio do registro contábil, do desgaste ocorrido 
nos bens materiais da empresa, classificados no Ativo Imobilizado. Esse desgaste pode ocorrer 
nos veículos, máquinas, equipamentos de informática da empresa, dentre outros. 
A depreciação possibilita à empresa, optante pelo pagamento do imposto de renda 
pelo Lucro Real, considerar como custo ou despesa o valor da depreciação, e melhor ajustar o 
seu resultado do período. Para outras formas de tributação, também é interessante registrar a 
depreciação dos bens. Quando a empresa registra o valor da depreciação pode melhor conhecer 
os seus custos e/ou despesas. 
De modo geral, micros e pequenas empresas, quando optantes pelo Simples, deixam 
de registrar a depreciação; dessa forma, deixam de saber o custo ou despesa da empresa e 
porventura deixam de conhecer o seu lucro ou o resultado do período. 
 
Classificação das despesas 
 
 
 
33 
 
Depreciação do Ativo Imobilizado: A depreciação pode ser visualizada no BP e na DRE da 
empresa. No BP aparece como depreciação acumulada e na DRE pode aparecer como custo ou 
despesa do período. 
A depreciação considerada como custo decorre do desgaste ocorrido nos bens 
utilizados na produção, enquanto que, a 
depreciação considerada como despesa decorre 
do desgaste ocorrido nos bens não relacionados 
com a produção. 
A depreciação acumulada aparece no 
Balanço Patrimonial da empresa conforme 
evidenciado na figura ao lado. 
A depreciação é feita com base no custo 
de aquisição e no prazo estimado de vida útil dos 
bens, a partir do momento em que eles forem 
instalados ou postos em serviço. Pode ser feita até que o valor acumulado da depreciação atinja 
100% do valor do custo de aquisição. 
Na DRE da tabela a seguir, pode-se visualizar a depreciação sendo considerada como 
custo ou despesa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
ATIVO PERMANENTE 
Investimentos 
Imobilizado 
Móveis e utensílios 
Máquinas e equipamentos 
Veículos 
( - ) Depreciação acumulada 
Diferido 
Intangível 
 
 
 
34 
 
Apresentação da depreciação na DRE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Taxas de depreciação: A taxa anual de depreciação é fixada em função da vida útil do bem, ou 
seja, do prazo de utilização pela empresa, levando-se em conta o período em que ele pode 
proporcionar a geração de benefícios. A taxa de depreciação aplicável a cada caso é obtida 
 
Demonstração do Resultado do Exercício 
Receita bruta com vendas 1.000 
 ( - ) Impostos sore vendas 120 
( = ) Receita líquida com vendas 880 
( - ) Custo dos Produtos Vendidos (CPV) 450 
Matéria-prima 120 
Mão-de-obra direta 180 
CIF ( ex: depreciação, mão-de-obra indireta) 150 
( = ) Lucro Bruto 430 
( - ) Despesas Operacionais 310 
Despesas com vendas (ex: depreciação) 180 
Despesas Administrativas (ex: depreciação) 80 
Despesas Financeiras (Resultado Financeiro) 50 
( = ) Lucro Operacional 120 
( - ) Despesa não-operacional 10 
( + ) Receita não-operacional 20 
( = ) Lucro antes do Imposto de Renda 130 
( - ) Provisão para o I.R e CSLL 40 
( = ) Lucro Líquido 90 
 
 
 
35 
 
mediante a divisão de 100% pelo prazo de vida útil, em meses, trimestres ou em anos. Assim, 
apura-se a taxa mensal, trimestral ou anual a ser utilizada. 
As taxas de depreciação são fixadas por meio de Instrução Normativa da Secretaria da 
Receita Federal (SRF). Caso a empresa pretenda utilizar taxas diferenciadas de depreciação 
poderá utilizar, desde que, para fins gerenciais. 
 
Algumas taxas de depreciação 
Descrição do bem Taxa anual Anos de vida útil 
Veículos automóveis para transporte de 
mercadoria 
25% 4 
Computadores periféricos (hardware) 20% 5 
Veículos de passageiros 20% 5 
Fonte: Adaptado da Instrução Normativa SRF nº 162 
 
Apresenta-se como exemplo para cálculo da depreciação o caso de um veículo 
adquirido pela empresa, no ano de X1, pelo valor de $ 30.000. Supondo-se que esse veículo 
seja utilizado para realizar a entrega dos produtos vendidos pela empresa, a depreciação é 
considerada como despesa para a empresavender, ou seja, despesa com vendas. O custo de 
aquisição do veículo é de $ 30.000, e a taxa de depreciação é de 25% ao ano. 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
Exemplo de cálculo da depreciação 
DESCRIÇÃO ANO X1 ANO 
X2 
ANO X3 ANO X4 
VEÍCULO 30.000 30.000 30.000 30.000 
DEP. 
ACUMULADA 
7500 15.000 22.500 30.000 
VALOR 
CONTÁBIL 
22.500 15.000 7.500 0 
 
 Conforme o exemplo apresentado o veículo, ao término de sua vida útil, 
apresentará um valor contábil de zero. Nesse caso, calculou-se a depreciação pelo Método 
Linear. Esse método é aceito pela legislação do Imposto de Renda. Existem outros métodos de 
depreciação que não serão abordados neste curso. 
Destaca-se que neste exemplo, a contrapartida do valor da depreciação apareceria na 
DRE como depreciação, no campo de despesas com vendas da empresa. 
O resultado do exercício da empresa é evidenciado por meio da Demonstração do 
Resultado do Exercício (DRE). Esse resultado irá compor o Patrimônio Líquido da empresa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
Exemplo de composição do Patrimônio Líquido 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
É fundamental a distinção entre custos e despesas para que se possa desenvolver um 
bom sistema de contabilidade gerencial; além disso, para o cumprimento de obrigações 
tributárias e societárias. 
Finalmente, vale ressaltar ainda, que são parte integrante dos demonstrativos 
contábeis, as notas explicativas, e outros quadros analíticos e informações suplementares. 
Essas são originadas dos demonstrativos contábeis, porém não são obrigatórias para micros e 
pequenas empresas. As notas explicativas podem conter informações financeiras sobre as 
divisões de negócios, taxas de juros das obrigações de longo prazo, dentre outras. 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
5 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS - “COMO ESTÁ A SAÚDE DE MINHA 
EMPRESA?” 
 
 
Este módulo do curso tem como objetivo oferecer ferramentas para que o gestor possa 
analisar as demonstrações contábeis e tomar conhecimento sobre a saúde de sua empresa. 
As demonstrações contábeis que servirão como fonte de informação são o Balanço 
Patrimonial (BP) e a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). 
Com base nisso, o gestor pode obter subsídios para o processo decisório, ou seja, é 
possível o gestor transformar dados obtidos por meio dos relatórios contábeis e transformá-los 
em informações úteis para o processo decisório. 
As informações obtidas por meio da análise das demonstrações contábeis podem ser 
utilizadas para melhorar o desempenho das empresas. Além disso, Salazar e Benedicto (2004, 
p. 248) afirmam que a “análise das demonstrações financeiras pode ser usada para: prever 
como as decisões estratégicas ou a expansão das atividades econômicas de uma empresa são 
capazes de afetar os desempenhos financeiros futuros”. 
As demonstrações financeiras, como o BP e a DRE, serão chamadas neste curso, de 
demonstrações contábeis. 
As informações obtidas por meio da análise das demonstrações contábeis podem ser 
utilizadas pelos gestores para melhorar e avaliar o desempenho das atividades operacionais 
desenvolvidas pela empresa. 
Além disso, a análise oferece informações visando comparar o desempenho da 
empresa com o desempenho de outras do mesmo setor de atividade, avaliar tendências nas 
operações de longo prazo. Auxilia o gestor no processo de identificação dos pontos fracos, para 
que ele possa então empreender ações para melhorar cada vez mais o desempenho. A análise 
das demonstrações contábeis tem auxiliado os gestores de crédito na tarefa de decidir se vale a 
pena ou não conceder créditos a seus clientes. 
 
 
 
39 
 
Todas as demonstrações contábeis podem ser analisadas, mas maior ênfase é dada 
para o Balanço Patrimonial (BP) e a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). 
Para este módulo, no intuito de melhor exemplificar as ferramentas utilizadas para 
análise das Demonstrações Contábeis, toma-se como base um Balanço e uma DRE de uma 
empresa fictícia. O BP está apresentado na Tabela 1, enquanto que a DRE está apresentada na 
Tabela 2. 
A Tabela 1 apresenta um exemplo de Balanço Patrimonial com os resultados de uma 
empresa hipotética, obtidos nos anos X1 e X2. Ao passo que a Tabela 2 evidencia a DRE, com 
os resultados obtidos pela mesma empresa também nos anos X1 e X2. 
De posse desses dados, é possível aplicar as ferramentas de Análise das 
Demonstrações Contábeis e verificar como está a saúde da empresa. Sendo assim, nos 
próximos tópicos serão apresentados os indicadores e serão feitas algumas simulações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
Tabela 1 – Balanço Patrimonial de uma empresa hipotética 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ATIVO 
 31.12.x1 31.12.x2 
ATIVO CIRCULANTE 
Caixa $253.000,00 $245.641,00 
Clientes $614.923,68 $614.923,68 
Bancos conta movimento $188.912,00 $879.303,80 
Aplicações financeiras $338.129,32 $338.129,32 
Estoques $370.593,00 $374.593,00 
TOTAL CIRCULANTE $1.765.558,00 $2.452.590,80 
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 
Créditos judiciais $17.263,00 $17.263,00 
TOTAL REALIZÁVEL LONGO PRAZO $17.263,00 $17.263,00 
ATIVO PERMANENTE 
Máquinas e equipamentos $17.495,00 $17.495,00 
Veículos $47.594,00 $47.594,00 
Móveis e utensílios $26.453,00 $26.453,00 
Instalações $65.943,00 $65.943,00 
Equipamentos de computação $49.867,00 $45.867,00 
TOTAL PERMANENTE $207.352,00 $203.352,00 
TOTAL ATIVO $1.990.173,00 $2.673.205,80 
 
PASSIVO 
 31.12.x1 31.12.x2 
PASSIVO CIRCULANTE 
Fornecedores $55.359,56 $50.000,56 
Impostos a recolher $15.847,00 $15.847,00 
Salários a pagar $30.242,00 $30.242,00 
Empréstimos a pagar $129,00 $129,00 
Encargos sociais a recolher $2.645,00 $2.645,00 
TOTAL CIRCULANTE $104.222,56 $98.863,56 
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 
Empréstimos de longo prazo $12.000,00 $10.000,00 
TOTAL EXIGÍVEL A LONGO PRAZO $12.000,00 $10.000,00 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
Capital $154.476,00 $154.476,00 
Lucros acumulados $1.719.474,44 $2.409.866,24 
TOTAL PATRIMÔNIO LÍQUIDO $1.873.950,44 $2.564.342,24 
TOTAL PASSIVO $1.990.173,00 $2.673.205,80 
 
 
 
41 
 
Tabela 2 – DRE de uma empresa hipotética 
 
 
 
 
 
Encerrado em 31.12.x1 31.12.x2 
RECEITA BRUTA DE VENDAS $2.931.531,66 $3.315.001,00 
 
(-) Dedução de 
Vendas $452.264,87 $511.504,65 
 
(=) RECEITA 
LÍQUIDA $2.479.266,79 $2.803.496,35 
 
(-) Custo das Mercadorias Vendidas $1.683.163,37 $1.903.473,54 
 
(=) LUCRO BRUTO $796.103,42 $900.022,81 
 
(-) Despesas com vendas $99.646,26 $99.646,26 
(-) Despesas Administrativas $50.561,45 $50.561,45 
(-) Outras Despesas Operacionais $14.339,29 $14.339,29 
 
(=)LUCRO OPERACIONAL $631.556,42 $735.475,81 
 
 
 
(=)LUCRO ANTES DO IMP. RENDA $631.556,42 $735.475,81 
 
(-)IRPJ e Contribuição Social $39.890,64 $45.084,01 
 
(=)LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO $591.665,78 $690.391,80 
 
 
 
42 
 
6 FERRAMENTAS PARA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
 
a) Análise horizontal e vertical; 
b) Análise de índices; 
c) Análise do capital de giro; 
d) Alavancagem financeira. 
 
6.1 Análise Horizontal e Análise Vertical 
 
Análise Horizontal 
 
A análise horizontal é realizada estabelecendo-se o ano inicial da série analisada, 
como índice básico 100 e expressando as cifras relativas aos anos posteriores, com relação ao 
índice básico 100. 
Segundo Assaf Neto (2005, p. 105), “o crescimento desses valores é obtido por meio 
de números-índices, ou seja, relacionando-se cada resultado obtido em determinada data com o 
verificado em data anterior, definida como data-base, e multiplicando-se esse quociente por 
100”. 
O ideal é que se faça a análise de pelo menos três exercícios. Apresenta-se a seguir 
um exemplo de análise, considerando-se a conta caixa de apenas dois exercícios, ou seja, os 
anos x1 e x2, baseando-se nos dados apresentadosna Tabela1 
 
 
 
Aplicando-se a Análise Horizontal verificam-se os seguintes cálculos: 
 31.12.x1 31.12.x2 
Caixa $253.000,00 $245.641,00 
 
 
 
43 
 
 
 
Percebe-se que a empresa teve uma redução na conta caixa em 19x2, de 2,91%. Para 
que a Análise Horizontal seja completa, pode-se proceder conforme o exemplo, considerando-se 
cada conta constante no BP e na DRE e avaliar os acréscimos ou reduções percentuais. 
 
Análise Vertical 
 
Segundo Reis (2003, p. 187), “consiste na determinação dos percentuais de cada 
conta ou grupo de contas do Balanço Patrimonial em relação ao valor total do Ativo ou do 
Passivo”. 
No caso para a DRE, se compara cada item com o total da Receita Líquida com 
vendas ou com serviços conforme o apresentado na Tabela 3. 
Percebe-se que o Lucro Líquido do Exercício no ano de x1 representava 23,86% da 
Receita Líquida, enquanto que no ano de x2 teve uma participação de 24,63% da Receita 
Líquida. Sendo assim, houve uma melhora na margem líquida da empresa em 0,77 pontos 
percentuais. 
É importante destacar que a análise horizontal e a vertical se complementam para se 
fazer uma análise adequada. 
 
 
 
 
 
 
 31.12.x1 31.12.x2 
Caixa 100,000% 97,091% 
 
 
 
44 
 
Tabela 3 – Exemplo de Análise Vertical 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6.2 Análise de Índices 
 
Segundo Marion (2002, p. 36), “os índices são relações que se estabelecem entre duas 
grandezas; facilitam sensivelmente o trabalho do analista, uma vez que a apreciação de certas 
relações ou percentuais é mais significativa (relevante) que a observação de montantes, por si 
só”. 
 
Descrição 
31.12.x1 31.12.X2 
Valor absoluto AV Valor absoluto AV 
RECEITA BRUTA DE VENDAS $2.931.531,66 $3.315.001,00 
(-) Dedução de Vendas $452.264,87 $511.504,65 
(=) RECEITA LÍQUIDA $2.479.266,79 100,00% $2.803.496,35 100,00% 
(-) Custo das Mercadorias Vendidas $1.683.163,37 67,89% $1.903.473,54 67,90% 
(=) LUCRO BRUTO $796.103,42 32,11% $900.022,81 32,10% 
(-) Despesas com vendas $99.646,26 4,02% $99.646,26 3,55% 
(-) Despesas Administrativas $50.561,45 2,04% $50.561,45 1,80% 
(-) Outras Despesas Operacionais $14.339,29 0,58% $14.339,29 0,51% 
(=) LUCRO OPERACIONAL $631.556,42 25,47% $735.475,81 26,23% 
(=) LUCRO ANTES DO IMP. 
RENDA $631.556,42 25,47% $735.475,81 26,23% 
(-) IRPJ e Contribuição Social $39.890,64 1,61% $45.084,01 1,61% 
(=) LUCRO LÍQUIDO DO 
EXERCÍCIO $591.665,78 23,86% $690.391,80 24,63% 
 
 
 
45 
 
É essencial destacar também a importância de conhecer a natureza do negócio, 
especialmente sua orientação de vendas, antes de interpretar o índice (VASCONCELOS, 2005, 
p. 69). 
Matarazzo (1995, p. 154) afirma que o importante não é o cálculo de grande número de 
índices, mas de um conjunto de índices que permita conhecer a situação da empresa, segundo o 
grau de profundidade desejada da análise. 
A análise por meio de índices possibilita ao gestor avaliar a situação econômica e 
financeira da empresa. A situação econômica da empresa pode ser visualizada na DRE, bem 
como a situação financeira no BP. 
Os índices podem ser classificados: 
 
SITUAÇÃO FINANCEIRA SITUAÇÃO ECONÔMICA 
Índices de liquidez Índices de rentabilidade 
Índices de estrutura de capitais 
 
Índices de liquidez 
 
Os índices de liquidez são extraídos apenas do BP e têm como objetivo avaliar a 
situação financeira da empresa, ou seja, evidenciar a solidez da empresa. A empresa que tem 
índices de liquidez satisfatórios apresenta boas condições para pagamento de suas dívidas. 
Tipos de Índices de Liquidez 
Índices de liquidez Prazo para avaliação 
Liquidez Imediata Imediato 
Liquidez Corrente Curto 
Liquidez Seca Curto 
 
 
46 
Liquidez Geral Longo 
 
Liquidez Imediata 
 
Este índice pode responder à seguinte pergunta: O volume de disponibilidade da 
empresa é suficiente para cobrir as obrigações em curto prazo? 
Geralmente as disponibilidades não são suficientes para cobrir as obrigações de curto 
prazo, mesmo assim isso não é tão preocupante para a empresa. O disponível são os recursos 
financeiros disponíveis para a empresa, só que, o que acontece é que na maioria das vezes a 
empresa deixa seus recursos em aplicações financeiras, que exigem certo tempo de carência, 
no intuito de obter maiores rentabilidades. 
A fórmula aplicável para cálculo desse índice é: Disponível dividido pelo Passivo 
Circulante (PC) e multiplicado por 100, para se obter a percentagem. 
 
Liquidez Corrente 
 
Este índice indica se a quantidade de recursos que a empresa tem no ativo circulante é 
suficiente para pagar as dívidas constantes no passivo circulante. O cálculo é feito dividindo-se o 
Ativo Circulante (AC) pelo Passivo Circulante (PC) e o resultado multiplicando-se por 100. Caso 
não se queira multiplicar por 100, pode-se deixar o resultado em decimais e realizar a devida 
interpretação do resultado. 
Permite conhecer como está a liquidez da empresa em curto prazo. 
 
Liquidez Seca 
 
O índice de Liquidez Seca consiste no Ativo Circulante menos os estoques e dividindo-
se pelo Passivo Circulante. 
 
 
47 
 
A exclusão dos estoques é para verificar se a empresa depende das vendas para 
liquidar seus compromissos. 
 
Liquidez Geral 
 
O índice de Liquidez Geral consiste na divisão do Ativo Circulante somado ao Ativo 
Realizável a Longo Prazo pela soma do Passivo Circulante e do Exigível a Longo Prazo. Permite 
conhecer como está a liquidez da empresa para longo prazo. 
 
Aplicações dos índices de liquidez realizadas no exercício de x1 (hipotética) 
ÍNDICES FÓRMULA RESULTADO 
IMEDIATA DISPONÍVEL/PC 7,48 
CORRENTE AC/PC 16,89 
SECA AC- estoques/PC 17,53 
GERAL AC+ARLP/PC+PELP 34,25 
 
 Interpretação dos índices de liquidez 
 
Liquidez Imediata 
 
Para o cálculo do índice de liquidez imediata foram consideradas disponíveis as 
seguintes contas: caixa, bancos conta movimento e aplicações financeiras. 
O resultado obtido foi $ 7,48, isso significa que para cada $ 1,00 de obrigações de 
curto prazo, a empresa tem $ 7,48 de disponível. A situação está muito boa. Mesmo que o 
resultado fosse inferior a $ 1,00, não seria tão preocupante para a empresa. Visto que, esse 
 
 
48 
 
índice compara os recursos financeiros que a empresa tem hoje, com dívidas que irão vencer 
geralmente em até 12 meses. 
 
Liquidez Corrente 
 
O Índice de Liquidez Corrente apresentou um resultado de $ 16,89. Isso significa que, 
para cada $ 1,00 de dívidas de curto prazo a empresa possui $ 16,89 de bens e direitos. Caso a 
empresa tivesse que cobrir todas as suas dívidas, ainda sobrariam recursos. 
 
Liquidez Seca 
 
Este índice indicou que a empresa não depende das vendas para liquidar seus 
compromissos, visto que o resultado foi de $ 17,53. 
 
Liquidez Geral 
 
A Liquidez Geral da empresa apresentou-se muito satisfatória, pois para cada $ 1,00 
de compromissos, a empresa possui $ 34,25 para a cobertura. 
 
Índices de Estrutura de Capitais 
 
Os Índices de estrutura de capitais evidenciam como está o endividamento da 
empresa. 
 
 
 
49 
 
Índice Fórmula Revela 
Participação de 
capitais de terceiros PL
CT
 
Quanto a empresa tomou de capitais de terceiros (CT) 
para cada unidade de capital próprio (PL) 
Composição do 
endividamento CT
PC
 
O percentual de obrigações de curto prazo (PC) em 
relação às obrigações totais da empresa (CT) 
Imobilização do 
Patrimônio Líquido PL
AP
 
Quanto a empresa aplicou no Ativo Permanente (AP) em 
relação ao seu Patrimônio Líquido (PL) 
Imobilização dos 
recursos não 
correntes 
ELPPL
AP

 
O percentual de recursos não correntes (Patrimônio 
Líquido e Exigível a Longo Prazo) que foi destinado ao 
Ativo Permanente (AP) 
 
Participação de capitais de terceiros 
 
Segundo Matarazzo (1995, p. 160), “do ponto de vista de obtenção de lucro, pode ser 
vantajoso para a empresa trabalhar com capitais de terceiros,se a remuneração paga a esses 
capitais de terceiros for menor do que o lucro conseguido com a sua aplicação nos negócios”. 
Quanto maior for a participação de capitais de terceiros em relação ao capital próprio, 
maior será a dependência financeira da empresa. 
 
Composição do endividamento 
 
Este índice possibilita à empresa conhecer a composição de todo o seu endividamento, 
se a participação maior é com a dívida de curto ou de longo prazo. Considerando-se que, as 
dívidas de curto prazo, geralmente vencem no prazo de até doze meses, enquanto as dívidas de 
longo prazo vencem em prazo superior a doze meses. Sendo assim, a princípio é mais vantajoso 
para a empresa ter mais dívidas de longo prazo, do que de curto prazo, em função do prazo de 
vencimento. As dívidas de longo prazo oferecem maior tempo para a empresa efetuar o 
pagamento. 
 
 
50 
 
É claro que é necessária uma análise mais aprofundada no momento do 
endividamento, tendo em vista que as dívidas de longo prazo são onerosas para a empresa; por 
isso devem ser avaliadas as despesas financeiras. 
 
Imobilização do Patrimônio Líquido 
 
Este índice revela quanto do PL da empresa foi investido no AP. Matarazzo (1995, p. 
164) afirma que “quanto mais a empresa investir no Ativo Permanente, menos recursos próprios 
sobrarão para o Ativo Circulante e, em conseqüência, maior será a dependência a capitais de 
terceiros para o financiamento do Ativo Circulante”. 
O recomendável é que o Patrimônio Líquido seja suficiente para cobrir o Ativo 
Permanente da empresa, pois assim, menor será a dependência financeira da empresa. 
 
Imobilização dos recursos não correntes 
 
Este índice evidencia o montante de recursos não correntes que estão aplicados no 
Ativo Permanente da empresa. 
A lógica para se fazer essa análise consiste em que, como o imobilizado da empresa 
possui uma vida útil em torno de 5, 10 ou 50 anos, é perfeitamente aceitável que ela financie seu 
imobilizado com recursos de longo prazo e não somente com recursos próprios. 
 
 
 
 
 
 
 
51 
 
Índices de Rentabilidade 
 
Os índices de rentabilidade evidenciam o quanto renderam os investimentos efetuados 
pela empresa. A rentabilidade pode ser entendida como o grau de remuneração de um negócio. 
Retorno é o lucro obtido pela empresa. 
Por isso, pode ser analisada a lucratividade de um negócio e também as condições em 
que o lucro é gerado, 
Os indicadores de rentabilidade são, dentre outros, os que mais interessam aos sócios, 
pois demonstram a remuneração dos recursos aplicados. 
Segundo Vasconcelos (2005, p. 138), no cálculo de indicadores de rentabilidade, o 
analista poderá usar diversos conceitos de lucro (do lucro bruto ao lucro líquido). 
Para melhor entendimento das fórmulas apresentadas no Quadro 4 destacam-se 
alguns conceitos utilizados: 
 
 A receita líquida corresponde à receita bruta deduzida as devoluções de clientes, 
impostos sobre as vendas e outros. 
 O Ativo Operacional Líquido compreende os ativos aplicados na atividade principal 
do negócio, ou seja, o imobilizado (saldos líquidos da depreciação), ativo 
circulante (clientes, disponível e estoques), e o realizável a longo prazo. 
 O Lucro Operacional Líquido é o lucro decorrente das operações antes do IR, 
diminuídas todas as despesas e receitas associadas à atividade financeira (ajuste 
extracontábil). 
 
 
 
 
 
 
52 
 
Índices de Rentabilidade 
Índice Fórmula Revela 
Giro do ativo 
AT
VL
 
Quanto a empresa teve de vendas líquidas (VL) em 
relação ao seu investimento, ou seja, ao total do seu Ativo 
(A). 
Margem líquida 
VL
LL
 
Quanto a empresa obtém de lucro líquido (LL) em relação 
às vendas líquidas (VL) 
Rentabilidade do 
Ativo AT
LL
 
Quanto a empresa obtém de lucro em relação ao seu 
Ativo Total (AT) 
Rentabilidade do 
Patrimônio Líquido PL
LL
 
Quanto a empresa obtém de lucro em relação ao seu 
Patrimônio Líquido (PL). 
 
Giro do Ativo 
 
O volume de vendas é um fator fundamental do sucesso de uma empresa. Existe uma 
relação direta entre o volume de vendas e o montante de seus investimentos, ou o montante de 
Ativo. 
 
Margem líquida 
 
É um indicador de margem de lucro. Este indicador evidencia o lucro obtido pela 
empresa em relação às suas vendas líquidas. 
Pode-se também calcular a Margem de lucro bruto, que consiste na capacidade de 
mercado da empresa em absorver preços. A Margem de lucro bruto mostra capacidade das 
receitas em absorver as despesas operacionais, o desempenho da produção no controle dos 
custos. E indica o impacto do Custo da Mercadoria vendida sobre o lucro. 
 
 
 
53 
 
Além disso, pode-se calcular a Margem operacional, que consiste na relação entre o 
Lucro operacional e as Vendas Líquidas. Evidencia o impacto das despesas e custos 
operacionais sobre o desempenho da empresa em sua atividade operacional. 
 
Rentabilidade do Ativo 
 
Indica o quanto a empresa obtém de lucro comparado com o seu investimento total, ou 
seja, o total de seu Ativo. 
O Retorno sobre o investimento (do inglês Return On Investiment): segundo Marion 
(2002, p. 164), investimento é toda a aplicação realizada pela empresa com o objetivo de obter 
lucro (retorno). As aplicações estão evidenciadas no Ativo. Assim, temos as aplicações em 
disponíveis, estoques, imobilizados, investimentos etc. A combinação de todas essas aplicações 
proporciona resultado para a empresa: lucro ou prejuízo. 
 
 Retorno sobre o Patrimônio Líquido 
 
O Retorno sobre o Patrimônio Líquido, do inglês, Return On Equity (ROE): segundo 
ASSAF NETO (2005, p. 120), “este índice mensura o retorno dos recursos aplicados na empresa 
por seus proprietários.” Evidencia quanto de lucro foi obtido pelo proprietário para cada unidade 
monetária de recursos próprios. 
Para o cálculo desse índice pode ser considerado o Patrimônio Líquido médio da 
empresa. 
 
 Índices de Prazos Médios 
 
 
 
 
54 
 
Estes índices permitem que se identifique, por meio da contabilidade, o número de dias 
que a empresa espera para receber as suas duplicatas, bem como o prazo médio de pagamento 
para os fornecedores e o prazo médio para renovação do seu estoque. Estes índices são 
também conhecidos como índices de atividade. 
 
Índices de prazos médios 
Índice Fórmula Revela 
Prazo médio de recebimento 
das vendas 
Valor médio das duplicatas a 
receber / Vendas anuais a 
prazo x 360 
Prazo médio (em dias) em que 
a empresa recebe as vendas 
realizadas a prazo. 
Prazo médio de renovação 
do estoque 
Valor médio dos (estoques) 
produtos acabados / CPV) x 
360 
 
Prazo médio (em dias) que o 
produto acabado permanece 
estocado à espera de ser 
vendido, isto é, prazo médio 
de estocagem do produto 
acabado. 
Prazo médio de pagamento 
aos fornecedores 
Valor médio das duplicatas a 
pagar / Compras anuais a 
prazo x 360 
Prazo médio (em dias) em que 
a empresa paga seus 
fornecedores 
 
Os índices de prazos médios devem ser analisados sempre em conjunto e permitem 
ao gestor definir estratégias relacionadas aos prazos de compra, venda e estocagem das 
mercadorias ou produtos. 
O Prazo Médio de Recebimentos das Vendas (PMRV), expressa o tempo decorrido 
entre a venda e o recebimento. 
O Prazo Médio de Renovação de Estoques (PMRE) representa, na empresa comercial, 
o tempo médio de estocagem de mercadorias; na empresa industrial, o tempo de produção e 
estocagem. 
 
 
 
55 
 
Em uma empresa comercial, a soma dos prazos PMRE mais o PMRV, representam o 
que se chama de Ciclo Operacional, ou seja, o tempo decorrido entre a compra e o recebimento 
da venda de mercadoria. 
O Ciclo Operacional mostra o prazo de investimento. Paralelamente ao Ciclo 
Operacional ocorre o financiamento concedido pelos fornecedores, a partir do momento da 
compra. Até o momento do pagamento aos fornecedores, a empresa não precisa preocupar-se 
com o financiamento,o qual é automático. Se o Prazo Médio de Pagamento de Compras 
(PMPC) for superior ao Prazo Médio de Renovação de Estoques (PMRE), então os fornecedores 
financiarão também uma parte das vendas da empresa. 
O Ciclo Econômico se estende desde o momento da aquisição da matéria-prima ou 
mercadoria até o momento da venda dos produtos ou mercadorias. 
O Ciclo de Caixa, também chamado de Ciclo Financeiro, é a diferença entre o Ciclo 
Operacional menos o PMPC. 
O Ciclo de Caixa corresponde ao número de dias em que a empresa financia, sozinha, 
o ciclo operacional. 
Sendo assim, a conjugação dos três índices de prazos médios leva à análise dos ciclos 
operacional e de caixa, elementos fundamentais para a determinação de estratégias 
empresariais, tanto comerciais quanto financeiras, geralmente vitais para a determinação do 
fracasso ou sucesso de uma empresa. 
 
6.3 Análise do Capital de Giro 
 
 Necessidade de Capital de Giro (NCG) 
 
Para Matarazzo (1995, p.343), necessidade de Capital de Giro, é não só um “conceito 
fundamental para a análise da empresa do ponto de vista financeiro, ou seja, análise de caixa, 
mas também de estratégias de financiamento, crescimento e lucratividade” mas Capital de Giro 
 
 
56 
 
significa o capital circulante ou capital de trabalho, e corresponde ao Ativo Circulante da 
empresa. Representa o volume de aplicações necessário para iniciar o ciclo operacional da 
empresa. 
Segundo Mairon (1998, p. 55), “a parte do Capital de Giro (Ativo Circulante) que não 
estiver comprometida com terceiros (Passivo Circulante) será da própria empresa (não será 
entregue a terceiros)”. Por isso, a expressão Capital de Giro Próprio. 
O sucesso de qualquer empreendimento depende em grande parte da gestão 
adequada do capital de giro. O capital de giro líquido ou capital de giro próprio é o Capital 
Circulante Líquido (CCL), ou seja, a diferença entre o ativo e passivo circulantes. 
O Capital de giro possui duas fontes de recursos: próprios e de terceiros. O Capital 
Próprio corresponde ao capital social, reservas de lucros. O Capital de terceiros corresponde às 
operações de financiamento, empréstimos. 
Quando uma empresa deixa de fazer o seu planejamento financeiro, os seus efeitos 
são refletidos no índice de NCG. 
 
 Metodologia para determinar a Necessidade de Capital de Giro 
 
Para que se possa determinar a NCG, é necessário que se faça uma reclassificação no 
Ativo e Passivo Circulante da empresa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
57 
 
Reclassificação do Circulante 
ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE 
ATIVO CIRCULANTE FINANCEIRO (ACF) 
caixa e bancos, aplicações de liquidez 
imediata. 
 
PASSIVO CIRCULANTE FINANCEIRO (PCF) 
empréstimos bancários, operações não 
decorrentes do operacional da empresa 
ATIVO CIRCULANTE OPERACIONAL (ACO) 
 
contas a receber, estoques, adiantamento a 
fornecedores, despesas do exercício 
seguinte. 
PASSIVO CIRCULANTE OPERACIONAL 
(PCO) 
fornecedores, salários e encargos, impostos a 
recolher etc. 
 
 
A reclassificação consiste na subdivisão do Ativo e do Passivo Circulante em 
Financeiro e Operacional. No subgrupo Financeiro ficam classificadas as contas que não estão 
diretamente relacionadas com o ciclo operacional da empresa, ao passo que no subgrupo 
Operacional estão classificadas as contas diretamente relacionadas com o ciclo operacional da 
empresa. As contas que fazem parte do Operacional, para o Ativo, são estoques, contas a 
receber, dentre outras. No Passivo Operacional estão classificadas as contas com os 
fornecedores, com o salário dos funcionários, dentre outras. 
As situações comuns que ocorrem em uma empresa, com relação à NCG podem ser 
resumidas: 
Descrição Interpretação 
ACO > PCO A empresa necessita de capital de giro – quadro normal na maioria dos 
negócios. 
ACO < PCO A empresa não necessita de capital de giro. 
ACO = PCO A empresa não necessita de outras formas de financiamento para o seu giro – 
excesso de financiamentos operacionais. 
 
 
 
58 
 
Quando a empresa apresenta um ACO>PCO, o que pode estar acontecendo é que a 
empresa pode estar com estoques e não ter capital de giro para pagar as suas contas. Por meio 
desse índice é possível o gestor refletir sobre o que está ocasionando a dificuldade de capital de 
giro, ou se o capital de giro atende às necessidades de financiamento da empresa. 
Possibilita uma visão da empresa em nível operacional, pois permite a visualização dos 
efeitos do aumento das vendas, ou aumento do prazo de recebimento sobre o comportamento 
do capital de giro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
59 
 
7 ALAVANCAGEM FINANCEIRA 
 
 
A maioria das pequenas e microempresas fecha a portas nos seus dois primeiros anos 
de vida pela inconseqüente alavancagem financeira e operacional. Neste módulo tratar-se-á 
somente da Alavancagem Financeira. 
Para o cálculo da Alavancagem Financeira, são necessários controles contábeis que 
permitam ao micro e pequeno empresário saber se o negócio está proporcionando lucro ou 
prejuízo. 
Segundo Vasconcelos (2005, p. 146), ela reporta à capacidade da empresa em utilizar-
se dos encargos financeiros para maximizar o retorno. 
A análise de alavancagem engloba três índices: 
 
 
 
 
 
 
Figura 1: Alavancagem Financeira 
 
Os três índices são: Retorno sobre o Ativo (RSA), custo da dívida (CD) e Retorno 
sobre o Patrimônio Líquido (RSPL). 
O Retorno sobre o Ativo (RSA) evidencia qual é a rentabilidade do negócio, por isso, 
quanto maior o índice, maior a eficiência. 
 
 
 
60 
 
O custo da dívida (CD) corresponde ao ônus que a empresa paga por utilizar capitais 
de terceiros. Quando o CD for maior que o Retorno sobre o Ativo (RSA), significa que os 
empresários estão cobrindo a diferença com sua parte de lucro, ou até com o próprio capital. 
Quando o custo da dívida for menor que o RSA, significa que os empresários ganham a 
diferença. A taxa de retorno sobre o patrimônio líquido (RSPL), então, será maior que a taxa de 
RSA. 
Por fim, o que interessa mesmo para a empresa é o RSPL. Os dois outros índices, ou 
seja, o RSA e o CD correspondem à informação gerencial de como a empresa atingiu o retorno 
sobre o PL. São, no entanto, essenciais para a definição de estratégias empresariais. 
A razão entre as taxas de RSPL e de RSA chama-se grau de alavancagem financeira 
(GAF). A Figura 2 apresenta a fórmula para cálculo do GAF. 
 
Fórmula para cálculo do GAF 
 
 
 
 
 
 
A expressão alavancagem financeira significa o que a empresa consegue alavancar, 
ou seja, aumentar o lucro líquido através da estrutura de financiamento. 
Segundo Matarazzo (1995), alavancagem financeira é “o efeito da estrutura de 
financiamento no lucro dos acionistas”. 
Segundo Assaf Neto (2005), alavancagem financeira é o “efeito de tomar recursos de 
terceiros a determinado custo, aplicando-os nos ativos com outra taxa de retorno. 
RSA
RSPL
 
 
 
61 
 
O RSPL corresponde ao lucro líquido dividido pelo patrimônio líquido e o custo da 
dívida corresponde às despesas financeiras divididas pelo passivo não-oneroso da empresa. O 
passivo não-oneroso corresponde àquelas dívidas que não são originadas com ônus financeiro, 
ao contrário dos empréstimos e financiamentos, que são originados com despesas financeiras. 
Toda empresa utiliza recursos tanto de capitais de terceiros quanto de capitais próprios 
e busca gerar lucro para remunerar esses capitais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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8 COMO INTERPRETAR EM CONJUNTO OS ÍNDICES? 
 
Para Iudícibus (1998, p. 127), “nenhuma fórmula ou ‘receita de bolo’ ou quadro 
especial, etc. irá substituir o julgamento e a “arte” de cada analista, em cada caso”. 
Para uma análise mais completa sobre o desempenho da empresa, é importante que 
os índices sejam comparados historicamente dentro da própria empresa. 
A comparação pode ser feita com

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