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3 - Política Nacional De Saúde

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POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE 
AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Marlise Lima Brandão 
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ANTECEDENTES DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE DO BRASIL: 
CONTEXTO HISTÓRICO 
CONVERSA INICIAL 
Nesta aula é de suma importância contextualizarmos historicamente a 
Política Nacional de Saúde. Os antecedentes sociais são fundamentais para 
designar os caminhos das políticas públicas, não sendo diferente com o sistema 
de saúde brasileiro. As necessidades de saúde da população, bem como os 
interesses políticos e econômicos, foram fundamentais para a organização das 
ações de saúde do país. 
Esta aula será composta por pontos históricos do desenvolvimento das 
políticas públicas de saúde no Brasil. Objetiva-se aqui descrever o processo 
histórico desde o Brasil colônia até o advento da Constituição de 1988. 
TEMA 1 – A SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL COLÔNIA/IMPÉRIO (1808/1889) E 
NA PRIMEIRA REPÚBLICA (1889-1930) 
A Proclamação da República, em 1889, veio com a ideia de modernizar o 
Brasil e elevou os trabalhadores brasileiros à condição de capital humano. 
Assim, reconheceu-se que as funções produtivas são as fontes geradoras da 
riqueza das nações e que a capacitação física e intelectual dos operários e dos 
camponeses seria o caminho indicado para alterar a história do país. Nesse 
contexto, a medicina comprometeu-se a garantir a melhoria da saúde individual 
e coletiva (Bertoli Filho, 2004). 
O Brasil das três primeiras décadas do século XX era predominantemente 
rural, com 70% de analfabetos. Naquele contexto, emergia a questão social 
associada às primeiras manifestações operárias urbanas. No âmbito das 
políticas sociais, pela Constituição de 1891, cabia aos estados a 
responsabilidade pelas ações de saúde, de saneamento e de educação. 
As políticas de saúde, cujo início efetivo ocorreu na década de 1910, 
encontravam-se associadas aos problemas da integração nacional e às doenças 
transmissíveis. Foi o resultado do encontro de um movimento sanitarista, 
organizado em torno da proposta de políticas de saúde e saneamento, com a 
crescente consciência por parte das elites políticas sobre os efeitos negativos do 
quadro sanitário existente no país. (Lima; Fonseca; Hochman, 2005). 
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A falta de um modelo sanitário para o país deixava as cidades brasileiras 
à mercê das epidemias, como na cidade do Rio de Janeiro, que apresentava um 
quadro sanitário caótico com a presença de diversas doenças graves como a 
varíola, a malária, a febre amarela e, posteriormente, a peste. 
A incorporação dos novos conhecimentos clínicos e epidemiológicos às 
práticas de proteção da saúde coletiva levou os governos republicanos, pela 
primeira vez na história do país, a elaborar minuciosos planos de combate às 
enfermidades que reduziam a vida produtiva da população. Diferentemente dos 
períodos anteriores, a participação do Estado na área da saúde se estendia por 
todo o tempo e a todos os setores da sociedade, revelando a criação de uma 
“política de saúde” (Gerschman; Edler; Suárez, 2005). 
A atenção para as epidemias nas cidades, como a de peste bubônica em 
1899, no porto de Santos, definiu a criação, em 1900, das duas principais 
instituições de pesquisa biomédica e saúde pública do país: o Instituto 
Soroterápico Federal – transformado posteriormente em Instituto Oswaldo Cruz 
(1908) e Fundação Oswaldo Cruz (1970) – no Rio de Janeiro, e o Instituto 
Butantan, em São Paulo. Nessas instituições, uma nova geração de médicos, 
formados segundo o paradigma da bacteriologia, começaria a exercer forte 
influência nas concepções sobre as doenças transmissíveis e nas propostas de 
ações em saúde pública (Lima; Fonseca; Hochman, 2005). Em outubro de 1904, 
Oswaldo Cruz instituiu a vacinação antivaríola obrigatória para todo o território 
nacional – Reforma das Vacinas. Em 1920, Carlos Chagas, sucessor de 
Oswaldo Cruz, reestruturou o Departamento Nacional de Saúde e introduziu a 
propaganda e a educação sanitária. 
Um ativo movimento de Reforma Sanitária emergiu no Brasil durante a 
Primeira República, sob a liderança da nova geração de médicos higienistas. 
Nessa época, estabeleceram-se as bases para a criação de um Sistema 
Nacional de Saúde, caracterizado pela concentração e pela verticalização das 
ações no governo central. 
As medidas de proteção social e, em particular, a assistência médica só 
viriam a ter reconhecimento legal como política pública com a aprovação da Lei 
Elói Chaves, de 1923, a qual regulamentou a criação das Caixas de 
Aposentadorias e Pensões (CAPs) e tem sido indicada como o marco inicial da 
responsabilização do Estado pela regulação da concessão de benefícios e 
serviços, especialmente da assistência médica. Tratava-se de organizações de 
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direito privado, criadas para grupos específicos de servidores e organizadas 
segundo princípios de seguro social, ou seja, um modelo em que os benefícios 
dependiam das contribuições dos segurados (Escorel; Nascimento; Edler, 2005). 
Tratando-se de um sistema restrito ao âmbito das grandes empresas 
privadas e públicas, as CAPs possuíam administração própria para os seus 
fundos, formada por um conselho composto de representantes dos empregados 
e dos empregadores. O Estado não participava propriamente do custeio das 
Caixas, que, de acordo com o determinado pelo artigo 3° da Lei Elói Chaves, era 
mantido por empregados das empresas (3% dos respectivos vencimentos), 
empresas (1% da renda bruta) e consumidores dos serviços destas (Cordeiro, 
2004). 
TEMA 2 – A SAÚDE PÚBLICA NA ERA VARGAS (1930-1945) E NO PERÍODO 
DA INSTABILIDADE DEMOCRÁTICA (1945-1964) 
O primeiro governo Vargas é reconhecido pela literatura como um marco 
na configuração de políticas sociais no Brasil. A ampla reforma política e 
administrativa moldou a política pública brasileira, estabelecendo um arcabouço 
jurídico e material que conformaria o sistema de proteção social até um período 
recente. Foi criado o Ministério da Educação e Saúde Pública (MESP) e, ao 
longo da década de 1930, a Previdência Social se consolidou, por meio da 
substituição das antigas CAPs pela criação dos Institutos de Aposentadoria e 
Pensão (IAPs) das diversas categorias profissionais (Brasil, 2011). 
Com a promulgação de uma nova Constituição em 1946, o país inicia um 
período de 19 anos de experiência democrática. A saúde pública teve sua 
estrutura centralizada com múltiplos programas e serviços verticalizados para 
implementar campanhas e ações sanitárias, assim como sua burocracia foi 
confrontada com novos contextos e contornos políticos e sociais que 
caracterizaram o Brasil até 1964 (Brasil, 2011). 
A partir do final dos anos 1950, inicia-se no Brasil um processo de 
transformações caracterizado por um movimento de “modernização” do setor de 
saúde. Esse movimento era condizente com todos os demais movimentos que 
ocorreram na sociedade brasileira da época, ou seja, o aprofundamento do 
desenvolvimento capitalista. 
Em 1953, o Ministério da Saúde foi desmembrado do Ministério da 
Educação pela Lei n. 1.920. Porém, pode-se dizer que, antes do advento do 
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SUS, a atuação do Ministério da Saúde se resumia a restritas atividades de 
promoção de saúde e prevenção de doenças (ações de imunização), realizadas 
em caráter universal. Já a assistência médico-hospitalar gratuita era destinada a 
poucos grupos de doentes, principalmente aos indigentes. 
O último grande marco desse período foi a 3ª Conferência Nacional de 
Saúde, em 1963, que trouxe a rediscussão da distribuição de responsabilidades 
entre os entes federativos, a avaliação crítica da realidade sanitária do paíse a 
proposição de municipalização dos serviços de saúde. 
TEMA 3 – A SAÚDE PÚBLICA NO GOVERNO MILITAR (1964-1980) E O 
MOVIMENTO DA REFORMA SANITÁRIA 
A partir do período militar (1964-1984), o Sistema Nacional de Saúde 
implantado no Brasil caracterizou-se pelo predomínio financeiro das instituições 
previdenciárias e pela hegemonia de uma burocracia técnica que atuava no 
sentido da mercantilização crescente da saúde (Brasil, 2011). 
A saúde pública tornou-se uma máquina ineficiente (cuja atuação 
restringia-se a campanhas de baixa eficácia e a carência de recursos, que não 
chegavam a 2% do PIB) e colaborava com o quadro de penúria e decadência, 
com graves consequências para a saúde da população 
O governo militar unificou, em 1966, os Institutos de Aposentadoria e 
Pensões (IAPs) no Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) que 
concentrava todas as contribuições previdenciárias. Esse novo órgão passou a 
gerir as aposentadorias, as pensões e a assistência médica de todos os 
trabalhadores formais, embora excluísse dos benefícios os trabalhadores rurais 
e uma gama de trabalhadores urbanos informais (Brasil, 1990) 
Nesse mesmo ano, o Ministério da Saúde passou a coordenar a Política 
Nacional de Saúde, atuando sobre as ações de prevenção de doenças e 
promoção à saúde; a vigilância sanitária de fronteiras e de portos marítimos, 
fluviais e aéreos; controle de drogas, medicamentos e alimentos e controle de 
pesquisa na área da saúde. 
Foram criados os Departamentos de Medicina Preventiva (DMPs) que 
constituíram a base institucional que produziu conhecimentos sobre a saúde da 
população e o modo de organizar as práticas sanitárias. A Lei da Reforma 
Universitária de 1968 incorporou a medicina preventiva no currículo das 
faculdades e tornou obrigatórios os DMPs (UNA-SUS, 2015) 
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A medicina preventiva foi o locus com base no qual começou a ser 
organizado o movimento sanitário, que buscava conciliar a produção do 
conhecimento e a prática política simultaneamente com a ampliação do seu 
campo de ação, envolvendo-se nas demandas pela democratização do país 
(Escorel,1998). 
No final dos anos 1960, o modelo inserido pelo INPS, começa a ser 
questionado. Os programas de medicina comunitária propõem a 
“desmedicalização” da sociedade, com programas alternativos de autocuidado 
da saúde, com atenção primária realizada por pessoal não profissional e a 
valorização da medicina tradicional (Escorel; Nascimento; Edler, 2005). 
Em 1975, foi promulgada a Lei n. 6.229, que dispõe sobre a organização 
do Sistema Nacional de Saúde (SNS), em uma tentativa de institucionalização e 
racionalização do modelo vigente. Nesse mesmo ano foi criado o Programa de 
Interiorização das Ações de Saúde e Saneamento (PIASS), que só foi 
implementado a partir de 1977, abrangendo a região Nordeste do país (Brasil, 
2011). 
Surgiram os primeiros projetos de medicina comunitária, realizados por 
instituições acadêmicas e algumas Secretarias de Saúde e as primeiras 
experiências de municipalização da saúde. Nesses espaços de construção da 
medicina comunitária, foi gestado e difundido o Movimento Sanitário (Escorel, 
1998; Brasil, 2011). 
Esse movimento, coordenado por grupos de intelectuais localizados em 
espaços acadêmicos e institucionais, articulados com partidos políticos de 
esquerda, constituiu-se na base político-ideológica da Reforma Sanitária 
Brasileira. (Escorel, 2008; Paiva; Teixeira, 2014) O movimento sanitário 
caracterizou-se, gradualmente como uma força política construída a partir da 
articulação de propostas contestatórias ao regime (Brasil, 2011). 
Em virtude da ineficiência da saúde pública do país, movimentos sociais 
começaram a ser articulados, tornaram-se mais frequentes as denúncias sobre 
a situação da saúde pública e dos serviços previdenciários de atenção médica e 
amplificaram-se as reivindicações de solução imediata para os problemas 
criados pelo modelo de saúde existente (UNA-SUS, 2015). 
A Conferência Internacional sobre a Atenção Primária à Saúde, realizada 
em Alma-Ata (localizada no atual Cazaquistão), em 1978, foi o ponto alto na 
discussão contra a elitização da prática médica, bem como contra a 
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inacessibilidade dos serviços médicos às grandes massas populacionais. Na 
conferência, reafirmou-se ser a saúde um dos direitos fundamentais do homem, 
sob a responsabilidade política dos governos (Brasil, 2011). 
Em função do acúmulo dessas discussões, a OMS expediu um 
documento como produto da conferência em Alma-Ata: a “Declaração de Alma 
Ata”, que reafirma a definição de saúde defendida pela OMS, como o “completo 
bem-estar físico, mental e social, e não simplesmente a ausência de doença ou 
enfermidade”, e a defende como direito universal e como a principal meta social 
de todos os governos. A declaração de Alma-Ata inspirou o movimento sanitário 
brasileiro na construção de diretrizes que culminaram no que há na Constituição 
Federal sobre o direito à saúde. 
TEMA 4 – A SAÚDE PÚBLICA NO PERÍODO DA REDEMOCRATIZAÇÃO (A 
PARTIR DE 1980) 
A década de 1980 inicia-se com um movimento cada vez mais forte de 
contestação ao sistema de saúde governamental. As propostas alternativas ao 
modo oficial de atenção à saúde caracterizam-se pelo apelo à democratização 
do sistema, com participação popular, à universalização dos serviços, à defesa 
do caráter público do sistema de saúde e à descentralização. 
Em setembro de 1981, por meio do Decreto n. 86.329 da Presidência da 
República, foi criado o Conselho Consultivo de Administração da Saúde 
(Conasp) como órgão do Ministério da Previdência e Assistência Social, para 
operar como organizador e racionalizador da assistência médica e procurar 
instituir medidas moralizadoras na área da saúde (Brasil, 2011). 
As Ações Integradas de Saúde (AIS), programa dentro do Plano do 
Conasp, foram implantadas em 1983 como um programa de atenção médica 
para áreas urbanas. Elas significaram avanços consistentes no fortalecimento 
da rede básica ambulatorial, na contratação de recursos humanos, na 
articulação com os serviços públicos municipais, na revisão do papel dos 
serviços privados e, em alguns casos, na participação da população na gestão 
dos serviços. (Escorel, 1998; Brasil, 2011). 
Em março de 1986, ocorreu o evento político-sanitário mais importante 
para a saúde no século XX, a 8ª Conferência Nacional de Saúde. Nela foram 
lançadas as bases doutrinárias de um novo sistema público de saúde, e tinha 
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como temas oficiais: saúde como dever do Estado e direito do cidadão, 
reformulação do Sistema Nacional de Saúde e financiamento setorial. 
A partir da criação do Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde 
(SUDS), uma estratégia-ponte para “a reorientação das políticas de saúde e para 
a reorganização dos serviços” (Cordeiro, 2004), o SUDS também tinha como 
princípios básicos: a universalização, a equidade, a descentralização, a 
regionalização, a hierarquização e a participação comunitária. (Brasil, 2011). 
No mesmo período se instalava Comissão Nacional de Reforma Sanitária 
(CNRS), que apesar de seu caráter fortemente institucional, foi capaz de elaborar 
uma proposta de conteúdo de saúde que subsidiou a Constituinte, além de um 
projeto para a nova lei do SUS. 
TEMA 5 – CONSTITUIÇÃO DE 1988: A SAÚDE DIREITO DE TODOS E DEVER 
DO ESTADO – NASCE O SUS 
Como resultado das diversas propostas em relação ao setor de saúde 
apresentadas na Assembleia Nacional Constituinte, a Constituição Federal de 
1988 aprovou a criação do Sistema Único de Saúde (SUS): a saúde foi 
reconhecida como um direito a ser assegurado pelo Estado (Art. 196) e pautado 
pelos princípios de universalidade, equidade,integralidade, organizado de 
maneira descentralizada, hierarquizada e com participação da população. 
(Brasil, 1988, Brasil, 2011) 
As Leis Orgânicas da Saúde (8080/90 e 8142/90) regulamentam o SUS 
como um sistema público, único em cada esfera de governo, descentralizado e 
com a participação da sociedade. As ações e serviços de saúde constituem um 
direito social que deve ser assegurado pelo Estado e gerido sob 
responsabilidade das três esferas autônomas de governo. O SUS segue uma 
mesma doutrina e os mesmos princípios em todo o território nacional. Princípios 
doutrinários: universalidade, integralidade, equidade e participação social. 
Princípios organizativos: regionalização, hierarquização, resolutividade e 
descentralização. 
NA PRÁTICA 
A ineficiência das políticas públicas adotadas desde o período do Brasil 
Colônia até a fase de redemocratização culminou no movimento da Reforma 
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Sanitária Brasileira. Atuando sob forte pressão do regime autoritário, o 
movimento sanitário caracterizou-se, gradualmente, como uma força política 
construída com base na articulação de uma série de propostas contestatórias ao 
regime. Destaca-se a convocação, em 1986, da 8ª Conferência Nacional de 
Saúde. Assim, foi na 8ª Conferência Nacional de Saúde que se aprovou a criação 
de um Sistema Único de Saúde, com a separação total da saúde em relação à 
Previdência. 
FINALIZANDO 
 1904 – Revolta da Vacina – Campanha de Osvaldo Cruz contra varíola; 
 1923 – Lei Elói Chaves – criação das Caixas de Aposentadoria e 
Pensão (CAP); 
 1930’s – Criação dos Institutos de Aposentadoria e Pensão (IAPs); 
 1953 – Criação do Ministério da Saúde desmembrado do Ministério da 
Educação; 
 1967 – Unificação dos IAPs no Instituto Nacional de Previdência Social 
(INPS); 
 1970 – 1ºs movimentos de medicina comunitária; 
 1974 – Criação do Instituto Nacional de Assistência Médica da 
Previdência Social INAMPS e Criação da Secretaria Nacional de Saúde e 
SUCAM; 
 1975 – Organização do Sistema Nacional de Saúde (SNS) e Criação do 
Programa de Interiorização das Ações de Saúde e Saneamento (PIASS) 
– implementado em 1977; 
 1977 – Criação do Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social 
(SINPAS); 
 1978 – Publicação da “Declaração de Alma Ata”; 
 1983 – Implantação das Ações Integradas de Saúde (AIS); 
 1986 – Realização da 8ª Conferência Nacional de Saúde; 
 1987 – Implantação do Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde 
(SUDS); 
 1988 – Constituição Federal – reconhecimento da saúde enquanto direito. 
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REFERÊNCIAS 
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2004. 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. 
Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 5 out. 1988. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Nacional de Assistência à Saúde. ABC 
do SUS: doutrinas e princípios. Brasília, DF, 1990. Disponível em: 
<http://www.foa.unesp.br/include/arquivos/foa/pos/files/abc-do-sus-doutrinas-e-
principios.pdf>. Acesso em: 10 dez. 2018. 
BRASIL. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Sistema Único de 
Saúde. Brasília, DF: CONASS, 2011. (Coleção Para Entender a Gestão 
do SUS 2011. 1). Disponível em: <http://www.conass.org.br/bibliotecav3/pdfs/c
olecao2011/livro_1.pdf>. Acesso em: 10 dez. 2018. 
CORDEIRO, H. O Instituto de Medicina Social e a luta pela reforma sanitária: 
contribuição à história do SUS. Physis, n. 14, v. 2, p. 343-362, 2004. Disponível 
em: <http://www.scielo.br/pdf/physis/v14n2/v14n2a09.pdf>. Acesso em: 10 dez. 
2018. 
ESCOREL, S. Reviravolta na saúde: origem e articulação do movimento 
sanitário. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1998 
ESCOREL, S.; NASCIMENTO, D. R.; EDLER, F. C. As origens da reforma 
sanitária e do SUS. In: LIMA, N. T.; GERSCHMAN, S.; EDLER, F. C.; SUÁREZ, 
J. M. (Org.). Saúde e democracia: história e perspectivas do SUS. Rio de 
Janeiro: Fiocruz, 2005, p. 59-81. 
GERSCHMAN, S.; EDLER, F. C.; SUÁREZ, J. M. (Org.). Saúde e democracia: 
história e perspectivas do SUS. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2005. p. 59-81. 
LIMA, N. T.; FONSECA, C. M. O.; HOCHMAN, G. A saúde na construção do 
estado nacional no Brasil: reforma sanitária em perspectiva histórica. In: LIMA, 
N. T.; GERSCHMAN, S.; EDLER, F. C.; SUÁREZ, J. M. (Org.). Saúde e 
democracia: história e perspectivas do SUS. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2005. p. 
27-58. 
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MACHADO, R.; LOUREIRO, A.; LUZ, R.; MURICY, K. Danação da norma: 
medicina social e constituição da psiquiatria no Brasil. Rio de Janeiro: Graal, 
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PAIVA, C. H. A.; TEIXEIRA, L. A. Reforma sanitária e a criação do Sistema Único 
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Manguinhos, v. 21, n. 1, p. 15-36, 2014. 
UNASUS/UFMA. Políticas de saúde no Brasil e a assistência farmacêutica. 
Curso EAD. Unasus, 2011. Disponível em: 
<http://repocursos.unasus.ufma.br/assistencia_farmaceutica/modulo_1/und1/9.
html>. Acesso em: 10 dez. 2018. 
 
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CONVERSA INICIAL 
O Sistema Único de Saúde (SUS) é, segundo o art. 4º da Lei do SUS (Lei 
n. 8.080/1990), o conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos 
e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da administração direta 
e indireta, e das fundações mantidas pelo poder público. A iniciativa privada 
poderá participar em caráter complementar. O SUS foi criado pela Constituição 
de 1988 e somente regulamentado em 1990 pela Lei Orgânica da Saúde – Leis 
n. 8.080/1990 e n. 8.142/1990. Os princípios do SUS, fixados na Constituição 
Federal em 1988 e detalhados na Lei Orgânica da Saúde, foram o resultado de 
um longo processo histórico e social, que buscou interferir nas condições de 
saúde e na assistência prestada à população brasileira 
 Está aula será composta pelo arcabouço legal que rege a organização e 
o financiamento, e os princípios organizativos e doutrinários do SUS. 
O objetivo será apresentar a base legal e as características principais do 
SUS. 
TEMA 1 – CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988 
– A CONSTITUIÇÃO CIDADÃ 
 A partir da Constituição da República Federativa do Brasil de1988 (Brasil, 
1988), o Brasil se organiza em um sistema político federativo constituído por três 
esferas de governo. Na sua Seção II, do art. 196 até o art. 200, a Constituição 
trata especificamente do direito à saúde e define que “A saúde é direito de todos 
e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem 
à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e 
igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação” 
(Brasil, 1988). 
 Estabelece, ainda, que o custeio do Sistema deverá ser essencialmente de 
recursos governamentais da União, estados e municípios e DF, e as ações 
governamentais submetidas a órgãos colegiados oficiais, os Conselhos de 
Saúde, com representação paritária entre usuários e prestadores de serviços 
(Brasil, 1988). 
 O SUS, um dos maiores e mais complexos sistemas de saúde pública do 
mundo, garante acesso integral, universal e gratuito para toda a população do 
país, sem discriminação. A atenção integral à saúde passou a ser um direito de 
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todos os brasileiros, desde a gestação e por toda a vida, com foco na saúde com 
qualidade de vida, visando a prevenção e a promoçãoda saúde. (Brasil, 2011) 
 As ações e serviços de saúde são declaradas de “relevância pública”. As 
competências decorrentes dessa relevância pública envolvem o exercício de um 
poder regulador, de arbitragem e de intervenção executiva por parte das esferas 
do Poder Público e, por consequência, de suas agências de prestação de 
serviços. Por isso, é atribuído ao Estado a regulamentação, a fiscalização e o 
controle das ações e dos serviços de saúde (CONOF/CD, 2011). 
TEMA 2 – PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SUS 
 Desde a VIII Conferência Nacional de Saúde (1986) e a Constituinte (1987 
a 1988), um alto grau de consenso político veio a constituir o fator decisivo para 
a conformação federativa do SUS. Tal consenso defendeu três teses 
convergentes: 
1. Gestão compartilhada nos âmbitos federal, estadual e municipal, com 
direção única em cada esfera de governo; 
2. Descentralização que concede papel destacado à gestão municipal; 
3. Funcionamento obrigatório do controle social, por meio dos conselhos de 
saúde. 
 No contexto do SUS, as ações e serviços de saúde constituem um direito 
social que deve ser assegurado pelo Estado e gerido sob responsabilidade das 
três esferas autônomas de governo. O SUS segue uma mesma doutrina e os 
mesmos princípios e diretrizes, em todo o território nacional (Brasil, 1990c; Brasil, 
2011; CONOF/CD, 2011). 
2.1 Princípios 
 Universalização – O indivíduo passa a ter direito de acesso a todos os 
serviços públicos de saúde, assim como àqueles contratados pelo poder 
público, independentemente de sexo, raça, renda, ocupação, ou outras 
características sociais ou pessoais (Matta; Pontes, 2007; Brasil, 1990c). 
 Equidade – Significa tratar desigualmente os desiguais, investindo mais 
onde a carência é maior. Apesar de todos terem direito aos serviços, as 
pessoas não são iguais e, por isso, têm necessidades diferentes. Portanto 
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se investe mais onde a carência é maior (Matta; Pontes, 2007; Brasil, 
1990c). 
 Integralidade – Significa considerar a pessoa como um todo, fornecendo 
um conjunto articulado e contínuo de ações e serviços preventivos, 
curativos e coletivos, exigidos em cada caso para todos os níveis de 
complexidade de assistência, atendendo a todas as suas necessidades. 
Para isso, é importante a integração de ações, incluindo a promoção da 
saúde, a prevenção de doenças, o tratamento e a reabilitação (Matta; 
Pontes, 2007; Brasil, 1990c). 
2.2 Diretrizes 
 Hierarquização e regionalização – A hierarquização é dada em níveis 
de atenção para garantir formas de acesso aos serviços que componham 
toda a complexidade requerida para o caso, no limite dos recursos 
disponíveis numa dada região. Os serviços devem ser organizados em 
níveis de complexidade tecnológica crescente, circunscritos a uma área 
geográfica delimitada (regionalização), planejados com base em critérios 
epidemiológicos e com a definição e o conhecimento da clientela a ser 
atendida (Matta; Pontes, 2007; Brasil, 1990c). 
 Descentralização – Descentralizar é redistribuir poder e 
responsabilidades entre os três níveis de governo. No SUS, a 
responsabilidade pela saúde deve ser descentralizada até o município, 
significando dotar o município de condições gerenciais, técnicas, 
administrativas e financeiras para exercer esta função (Matta; Pontes, 
2007; Brasil, 1990c). 
Para fazer valer o princípio da descentralização, existe a concepção 
constitucional do mando único. Cada esfera de governo é autônoma e 
soberana nas suas decisões e atividades, respeitando os princípios gerais 
e a participação da sociedade. Assim, o comando é exercido na União 
pelo ministro da Saúde, nos estados pelos secretários estaduais de saúde 
e nos municípios pelos secretários municipais ou órgão equivalente. 
(Matta; Pontes, 2007; Brasil, 1990c) 
 Participação Popular – Baseia-se no pressuposto de que a participação 
da sociedade não deve se esgotar nas discussões que deram origem ao 
SUS. Para garantir a efetividade do exercício do controle social, devem 
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ser criados canais de participação popular na gestão do SUS em todas as 
esferas: conselhos e conferências de saúde, que têm como função 
formular estratégias, controlar e avaliar a execução da política de saúde 
(Matta; Pontes, 2007; Brasil, 1990c). 
TEMA 3 – MARCO LEGAL DO SUS: LEI N. 8080/1990 E LEI N. 8142/1990 
 Apesar de o SUS ter sido definido pela Constituição de 1988, ele somente 
foi regulamentado pela Lei Orgânica da Saúde, ou seja, a Lei n. 8.080, de 19 de 
setembro de 1990 (Lei do SUS) e a Lei n. 8.142, de 28 de dezembro de 1990. 
3.1 Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990 
 A Lei n. 8.080/1990 “dispõe sobre as condições para a promoção, proteção 
e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços 
correspondentes e dá outras providências”. Essa lei institui o SUS e define o 
modelo operacional, propondo a sua forma de organização e de funcionamento 
e é constituída pelo conjunto de ações e serviços de saúde prestados por órgãos 
e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da administração direta 
e indireta e das fundações mantidas pelo poder público. Diz, ainda, que a 
iniciativa privada poderá participar em caráter complementar (Brasil, 1990a; 
Brasil, 2011; CONOF/CD, 2011). 
 Regula em todo o território nacional as ações e os serviços de saúde, 
executados isolada ou conjuntamente, em caráter permanente ou eventual, por 
pessoas naturais ou jurídicas de direito público ou privado (Brasil, 1990a). 
 A direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é única, de acordo com o 
inciso I do art. 198 da Constituição Federal, sendo exercida em cada esfera de 
governo pelos seguintes órgãos: 
I. no âmbito da União, pelo Ministério da Saúde; 
II. no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, pela respectiva 
Secretaria de Saúde ou órgão equivalente; e 
III. no âmbito dos Municípios, pela respectiva Secretaria de Saúde ou 
órgão equivalente. (Brasil, 1990a) 
 Enfim, a Lei n. 8.080/1990 trata: 
a. da organização, da direção e da gestão do SUS; 
b. da definição das competências e das atribuições das três esferas de 
governo; 
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c. do funcionamento e da participação complementar dos serviços privados 
de assistência à saúde; 
d. da política de recursos humanos e; 
e. dos recursos financeiros, da gestão financeira, do planejamento e do 
orçamento. 
3.2 Lei n. 8.142, de 28 de dezembro de 1990 
 Já a Lei n. 8.142/1990 “dispõe sobre a participação da comunidade na 
gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências 
intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras 
providências” (Brasil, 1990b) e normatiza a participação da comunidade na 
gestão do SUS e as transferências de recursos do Ministério da Saúde para as 
outras esferas de governo. 
 Na Lei n. 8.142/1990, ficou estabelecido que a Conferência Nacional de 
Saúde (CNS) fosse realizada a cada quatro anos, “com a representação dos 
vários segmentos sociais, para avaliar a situação de saúde e propor diretrizes 
para a formulação de políticas de saúde nos níveis correspondentes, 
convocadas pelo Poder Executivo ou, extraordinariamente, por este ou pelo 
Conselho de Saúde” (Brasil, 2011). 
 Nos arts 2º e 3º, a Norma trata do Fundo Nacional de Saúde (FNS) e 
informa como e onde os recursos desse fundo serão aplicados. O art. 2º 
estabelece que os recursos só podem ser utilizados para financiar: 
 Despesas de custeio e de capital do Ministério da Saúde, seus órgãos e 
entidades, da administração direta e indireta; 
 Investimentos previstos em lei orçamentária, de iniciativa do Poder 
Legislativo e aprovados pelo Congresso Nacional; 
 Investimentos previstosno Plano Quinquenal do Ministério da Saúde; 
 A cobertura das ações e serviços de saúde a serem implementados pelos 
Municípios, Estados e Distrito Federal (Brasil, 2011; CONOF/CD, 2011). 
TEMA 4 – PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE-
SUS 
 Como qualquer planejamento governamental é baseado na programação 
financeira da administração pública, assim é o planejamento do SUS. Neste, o 
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processo de planejamento e de orçamento é ascendente, do nível local até o 
federal. Deverá haver compatibilidade entre as necessidades da política de 
saúde e a disponibilidade de recursos nos planos de saúde dos municípios, dos 
estados, do Distrito Federal e da União. (Brasil, 1990a; CONOF/CD, 2011, 
CONASS, 2018). Sempre há supremacia do interesse nacional sobre o local. 
 Assim sendo, a realização de obras (como construção de hospitais) em 
determinada localidade não pode ser analisada tão somente sob a ótica e os 
anseios da sociedade local, mas é preciso levar em consideração também o 
planejamento estatal para o setor. Os instrumentos básicos, que dão expressão 
concreta à atuação desse sistema, são plano de saúde, programação anual em 
saúde e relatório anual de gestão. As orientações gerais acerca desses 
instrumentos foram aprovadas pela Portaria n. 3.332, de 29 de dezembro de 
2007 (CONOF/CD, 2011). 
 Os planos de saúde serão a base das atividades e programações de cada 
nível de direção do SUS, e seu financiamento será previsto na respectiva 
proposta orçamentária, sendo vedada a transferência de recursos para o 
financiamento de ações não previstas nos planos de saúde, exceto em situações 
emergenciais ou de calamidade pública. Cabe ao Conselho Nacional de Saúde 
estabelecer as diretrizes a serem observadas na elaboração dos planos de 
saúde, em função das características epidemiológicas e da organização dos 
serviços em cada jurisdição administrativa. A Lei n. 8.142, de 1990, prevê a 
participação da comunidade na gestão do SUS e regula as transferências 
intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde (Brasil, 1990a; 
CONOF/CD, 2011, CONASS, 2018). 
TEMA 5 – CRITÉRIOS DE ALOCAÇÃO DOS RECURSOS DO SUS 
 O Ministério da Saúde, utilizando a prerrogativa conferida pelo art. 5º da 
Lei n. 8.142/90, editou diversas portarias – dentre as quais as que instituíram as 
Normas Operacionais Básicas (NOB) e Normas de Assistência à Saúde (NOAS) 
– a fim de fomentar a municipalização da saúde e estabelecer critérios para a 
transferência de recursos aos demais entes federados (Brasil, 1990a, 1990b; 
CONOF/CD, 2011, CONASS, 2018). 
 A aprovação da Emenda Constitucional n. 29, em 2000 (Brasil, 2000), 
representou uma importante conquista da sociedade para a construção do SUS, 
pois estabeleceu a vinculação de recursos nas três esferas de governo para um 
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processo de financiamento mais estável do SUS, além de regulamentar a 
progressividade do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), de reforçar o 
papel do controle e fiscalização dos Conselhos de Saúde e de prever sanções 
para o caso de descumprimento dos limites mínimos de aplicação em saúde. 
 Os critérios levados em consideração na distribuição dos recursos do SUS 
aos demais entes federados estão definidos no art. 35 da Lei n. 8.080/1990. E a 
Lei Complementar n. 141 de 13 de janeiro de 2012, veio regulamentar o 
parágrafo 3º do art. 198 da Constituição Federal para dispor sobre os valores 
mínimos a serem aplicados anualmente pela União, estados, Distrito Federal e 
municípios em ações e serviços públicos de saúde, estabelecendo os critérios 
de rateio dos recursos de transferências para a saúde e as normas de 
fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde nas três esferas de 
governo (Costa, 2003, Brasil, 2012). 
NA PRÁTICA 
 Os resultados obtidos pelo SUS nestes vinte e oito anos são 
inquestionáveis (Brasil, 2011): 
 A estratégia Saúde da Família iniciou o ano de 2010 com 30.300 equipes 
prestando serviços de atenção primária em saúde em mais de 5.000 
municípios e cobertura de 96 milhões de habitantes (SIAB). Com esse 
resultado, tem havido uma redução significativa da mortalidade infantil, a 
ampliação do número de consultas de pré-natal, a diminuição da 
desnutrição e a ampliação da adesão à vacinação; 
 O Brasil eliminou o sarampo em 2007; interrompeu a transmissão do 
cólera, em 2005; da rubéola em 2009; e a transmissão vetorial de Chagas 
em 2006; 
 Foram reduzidas as mortes de outras 11 doenças transmissíveis, como 
tuberculose, hanseníase, malária e aids; 
 O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) atende 105 milhões 
de brasileiros e oferece uma resposta rápida à população. 
FINALIZANDO 
O Sistema Único de Saúde (SUS) compreende o conjunto de ações e 
serviços de saúde prestados por órgãos e instituições públicas federais, 
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estaduais e municipais, da administração direta e indireta, e das fundações 
mantidas pelo poder público. A iniciativa privada poderá participar em caráter 
complementar. 
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, do art. 196 até 
o art. 200 trata especificamente do direito à saúde e incorpora novas dimensões 
Os princípios do SUS, fixados na Constituição Federal em 1988 e 
detalhados na Lei Orgânica da Saúde são os seguintes: universalização, 
integralidade, hierarquização e da regionalização, descentralização e comando 
único, participação popular e resolubilidade. 
Marco Legal do SUS - Lei Orgânica da Saúde: 
 Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para 
a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o 
funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. 
 Lei n. 8.142, de 28 de dezembro de 1990 - Dispõe sobre a participação 
da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as 
transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da 
saúde e dá outras providências 
 Planejamento e Orçamento do Sistema Único de Saúde (SUS) – o 
planejamento do SUS é baseado na programação financeira da administração 
pública. Sempre há supremacia do interesse nacional sobre o local. Os 
instrumentos básicos do sistema são o plano de saúde, a programação anual em 
saúde e o relatório anual de gestão. 
Critérios alocativos dos recursos do SUS – A aprovação da Emenda 
Constitucional n. 29, em 2000, representou uma importante conquista da 
sociedade para a construção do SUS. Os critérios levados em consideração na 
distribuição dos recursos do SUS aos demais entes federados estão definidos 
no art. 35 da Lei n. 8.080/1990 regulamentado pela Lei Complementar n. 141 de 
13 de janeiro de 2012. 
 
 
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REFERÊNCIAS 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. 
Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 5 out. 1988. 
_____. Emenda Constitucional n. 29, de 13 de setembro de 2000. Diário Oficial 
da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 14 set. 2000. 
_____. Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990. Diário Oficial da União, Poder 
Legislativo, Brasília, DF, 1990a. 
_____. Lei n. 8.142, de 28 de dezembro de 1990. Diário Oficial da União, Poder 
Legislativo, Brasília, DF, 31 dez. 1990b. 
_____. Lei complementar n. 141, de 13 de janeiro de 2012. Diário Oficial da 
União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 16 jan. 2012. 
BRASIL. Ministério da Saúde, Secretaria Nacional de Assistência. ABC DO SUS. 
Brasília/DF: Ministério da Saúde; 1990c. Disponível em: 
<http://www.foa.unesp.br/include/arquivos/foa/pos/files/abc-do-sus-doutrinas-e-
principios.pdf>. Acesso em: 10 dez. 2018 
BRASIL. Conselho Nacionalde Secretários de Saúde. Sistema Único de 
Saúde. Brasília, DF: CONASS, 2011. (Coleção Para Entender a Gestão do SUS 
2011, 1). Disponível em: <http://www.conass.org.br/bibliotecav3/pdfs/colecao20
11/livro_1.pdf>. Acesso em: 10 dez. 2018. 
_____. Guia de Apoio à Gestão Estadual do SUS: O processo de planejamento 
e orçamento no SUS [Internet]. 2018a. Disponível em: 
<http://www.conass.org.br/guiainformacao/planejamento-e-orcamento-no-sus/>. 
Acesso em: 2 de outubro de 2018 
CONASS – CONSELHO NACIONAL DE SECRETÁRIOS DE SAÚDE. 
Disponível em: <http://www.conass.org.br/>. Acesso em: 10 dez. 2018. 
CONOF/CD – Núcleo de Saúde da Consultoria de Orçamento e Fiscalização 
Financeira da Câmara dos Deputados. Nota Técnica n. 10, de 2011 – 
CONOF/CD: a saúde no Brasil. Brasília/DF, 2011. Disponível em: 
<http://arquivo.edemocracia.camara.leg.br/documents/114806/114830/Nota+t%C3
%A9cnica+-+Consultoria+de+Or%C3%A7amento+da+C%C3%A2mara/d43ec74e-
6896-44af-8e5f-fdf917db2bf4?version=1.0>. Acesso em: 10 dez. 2018. 
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COSTA, L. R. L. Os critérios de alocação de recursos financeiros do 
Ministério da Saúde destinados à assistência à saúde, aos governos 
estaduais e municipais: evolução da NOB 01/1991 à NOAS 01/2002. 
Dissertação (Mestrado em Administração Hospitalar e Sistemas de Saúde) – 
EAESP/FGV, São Paulo, 2003. 
MATTA, G. C.; PONTES, A. L. M. Políticas de saúde: organização e 
operacionalização do Sistema Único de Saúde. Rio de Janeiro: EPSJV/Fiocruz, 
2007. 
 
 
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POLÍTICAS PÚBLICAS DE 
SAÚDE 
AULA 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Marlise Lima Brandão 
 
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CONVERSA INICIAL 
 A organização e o funcionamento do SUS têm sido orientados pelas 
Normas Operacionais Básicas do SUS (NOB/SUS), que definem as 
competências de cada esfera de governo e as condições necessárias para que 
estados e municípios possam assumir as novas posições no processo de 
implantação do SUS. A necessidade de reformas institucionais do SUS evoluiu 
para a construção do Pacto pela Saúde e, com o avanço tecnológico e dos 
saberes, instituiu-a a Política Nacional de Informação e Informática em Saúde. 
Esta aula será composta pelos seguintes temas: NOB/SUS 01/93 e 01/96; 
Norma Operacional de Assistência à Saúde(NOAS/SUS); o Pacto pela Saúde e; 
Sistema de Informação em Saúde. 
 O objetivo será apresentar as principais características de cada 
instrumento. 
TEMA 1 – NORMA OPERACIONAL BÁSICA: NOB/SUS 01/1993 
A Norma Operacional Básica do SUS 01/93 foi editada pela Portaria 
GM/MS n. 545, de 20 de maio de 1993 (Brasil, 1993) e formalizou os princípios 
aprovados na 9ª Conferência Nacional de Saúde (Brasil, 1992), que teve como 
tema central “a municipalização é o caminho”. A Portaria estabeleceu as normas 
e procedimentos reguladores do processo de descentralização da gestão das 
ações e serviços de saúde. Os objetivos desta NOB foram: regulamentar o 
processo de descentralização da gestão dos serviços e ações no âmbito do SUS 
e estabelecer os mecanismos de financiamento das ações saúde, em particular 
da assistência hospitalar e ambulatorial. 
1.1 Pressupostos da descentralização 
 Deve ser entendida como um processo de redistribuição de poder e 
redefinição de papéis das três esferas de governo. 
 Envolve dimensões políticas, sociais e culturais e sua efetivação 
pressupõe diálogo, negociação e pactuação entre os atores. 
 A responsabilidade pelo financiamento das ações de saúde tem que ser 
compartilhada pelas três esferas de governo. 
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 O objetivo mais importante foi a implantação do modelo de assistência 
integral universalizada e equânime, regionalizada e hierarquizada, e para 
a prática da responsabilidade sanitária em cada esfera de governo. 
1.2 Gerenciamento do processo de descentralização 
Tem como eixo a prática do planejamento integrado em cada esfera de 
governo e como foros de negociação e deliberação as Comissões Intergestores 
e os Conselhos de Saúde. No âmbito nacional: Comissão Intergestores Tripartite 
(Ministério da Saúde e Secretários Municipais de Saúde) e Conselho Nacional 
de Saúde; no âmbito estadual: Comissão Integestores Bipartite (Secretaria 
Estadual de Saúde e Secretários Municipais de Saúde do estado) e Conselho 
Estadual de Saúde (permanente e deliberativa) e; no âmbito municipal, Conselho 
Municipal de Saúde (permanente e deliberativa). 
Os Estados e Municípios teriam que se habilitar a uma das três formas de 
gestão: incipiente, parcial ou semiplena, de acordo com o nível organizacional e 
comprometimento com o SUS. Para os Estados, havia as formas parcial e 
semiplena. Cada uma das formas representava um nível diferente e progressivo 
de transferência de responsabilidades e autonomia de gestão. Aqueles 
Municípios e Estados habilitados na condição semiplena receberiam recursos 
pelo mecanismo de transferência fundo a fundo, como previsto na Lei n. 
8.080/90. Para os Estados e Municípios que não recebiam fundo a fundo foram 
definidos novos tetos para substituir o teto por internações que existiam antes. 
Foram criados um teto financeiro para cada estado e um teto global de 
assistência ambulatorial e hospitalar que substituiu a Unidade de Cobertura 
Ambulatorial. (Mansur, 2001; Scatena; Tanaka, 2001) 
TEMA 2 – NORMA OPERACIONAL BÁSICA: NOB/SUS 01/1996 
A Portaria GM/MS n. 2.203, de 5 de novembro de 1996 aprovou a Norma 
Operacional Básica do SUS 01/96, a qual redefine o modelo de gestão do 
Sistema Único de Saúde, constituindo, por conseguinte, instrumento 
imprescindível à viabilização da atenção integral à saúde da população e ao 
disciplinamento das relações entre as três esferas de gestão do Sistema”. A 
presente NOB tem por finalidade primordial promover e consolidar o pleno 
exercício, por parte do poder público municipal e do Distrito Federal, na função 
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de gestor da atenção à saúde dos seus munícipes, com a consequente 
redefinição das responsabilidades dos Estados, do Distrito Federal e da União, 
avançando na consolidação dos princípios do SUS. 
2.1 Objetivos gerais da NOB 01/96 
 Descentralizar a responsabilidade pela gestão e execução direta da 
atenção básica de saúde aos municípios; 
 Aumentar o percentual da transferência fundo a fundo dos recursos 
federais a estados e municípios; 
 Fortalecer a gestão do SUS por meio das Comissões Intergestores 
Bipartite e Tripartite (Brasil, 1996; Brasil 2011). 
2.2 Principais características observadas na NOB/SUS 01/96 
 Repasse fundo a fundo dos recursos financeiros de forma regular e 
automática aos municípios habilitados como Plena da Atenção Básica 
 Criação do Piso Assistencial Básico, posteriormente chamado de Piso da 
Atenção Básica (PAB). 
 Reorganização da gestão dos procedimentos de média complexidade 
ambulatorial e criação da Autorização de Procedimentos de Alta 
Complexidade/Custo (Apac). 
 Incorporação das ações de Vigilância Sanitária e de ações de 
epidemiologia e controle de doenças. 
 Ampliação de cobertura do Programa de Saúde da Família e do Programa 
de Agentes Comunitários de Saúde. 
 Definição das responsabilidades, prerrogativas e requisitos das 
Condições de Gestão Plena da Atenção Básica e Plena de Sistema 
Municipal de Saúde para os municípios, e Avançada do Sistema Estadual 
e Plena de Sistema Estadual para os estados (Brasil, 1996; Brasil 2011). 
TEMA 3 – NORMAS OPERACIONAIS DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE 
A publicação das Normas Operacionais de Assistência à Saúde 
(NOAS/SUS) foi o resultado de um longo processo de negociação que envolveu 
o Ministérioda Saúde, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) 
e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). 
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3.1 NOAS/SUS - 01/2001 – Portaria n. 95, de 26 de janeiro de 2001 
Esta norma amplia as responsabilidades dos municípios na atenção 
básica; define o processo de regionalização da assistência; cria mecanismos 
para o fortalecimento da capacidade de gestão do Sistema Único de Saúde e 
procede à atualização dos critérios de habilitação de estados e municípios. 
(Brasil, 2001). Teve como objetivo “promover a equidade e a integralidade”. 
Estabeleceu o processo de regionalização como estratégia de 
hierarquização dos serviços de saúde e de busca de maior equidade e instituiu 
o Plano Diretor de Regionalização (PDR) como instrumento de ordenamento do 
processo de regionalização da assistência em cada estado e no Distrito Federal 
com a perspectiva de garantir o acesso a um conjunto de ações e serviços o 
mais próximo possível da residência do indivíduo. 
A NOAS/SUS 01/2001 instituiu, aos municípios, a gestão plena da 
Atenção Básica Ampliada e Gestão Plena de Sistema Municipal de Saúde e aos 
estados a Gestão Avançada do Sistema Estadual e Gestão Plena de Sistema 
Estadual. 
Para o fortalecimento da capacidade de gestão no SUS ficou definido que 
as unidades federativas devem encaminhar ao Ministério da Saúde uma versão 
consolidada da Programação Pactuada e Integrada (PPI). 
3.2 NOAS/SUS 01/2002 – Portaria n. 373 de 27 de fevereiro de 2002 
Considerando o contínuo movimento de pactuação entre os três níveis de 
gestão, visando o aperfeiçoamento do Sistema Único de Saúde, o Ministro da 
Saúde aprovou a Norma Operacional da Assistência à Saúde – NOAS-SUS 
01/2002. As principais modificações introduzidas pela NOAS/SUS 01/02 foram 
as seguintes: 
 O município-sede de módulo assistencial pode estar habilitado em Gestão 
Plena de Sistema Municipal quando em situação de comando único 
municipal ou em Gestão Plena da Atenção Básica Ampliada (GPAB-A) 
quando em situação de comando único estadual. 
 Estabeleceu que cabe aos estados a gerência de unidades públicas de 
hemonúcleos/hemocentros e de laboratórios de referência para controle 
de qualidade, Vigilância Sanitária e Vigilância Epidemiológica e gestão 
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sobre o sistema de hemonúcleos/hemocentros e laboratórios de saúde 
pública. 
 Foi estabelecida a transferência regular e automática dos recursos 
correspondentes ao financiamento per capita do conjunto mínimo de 
serviços de média complexidade em regiões ou microrregiões 
qualificadas, nos casos em que o município-sede do módulo assistencial 
estiver habilitado em GPAB-A. 
TEMA 4 – PACTO PELA SAÚDE E COMPONENTES 
O Pacto pela Saúde (Brasil, 2006a) é um conjunto de reformas 
institucionais do SUS pactuado entre as três esferas de gestão (União, Estados 
e Municípios) com o objetivo de promover inovações nos processos e 
instrumentos de gestão, visando alcançar maior eficiência e qualidade das 
respostas do SUS. Ao mesmo tempo, o Pacto pela Saúde redefine as 
responsabilidades de cada gestor em função das necessidades de saúde da 
população e na busca da equidade social. 
A implementação do Pacto pela Saúde se dá pela adesão de Municípios, 
Estados e União ao Termo de Compromisso de Gestão (TCG). O TCG substitui 
os processos de habilitação das várias formas de gestão anteriormente vigentes 
e estabelece metas e compromissos para cada ente da federação, sendo 
renovado anualmente. Entre as prioridades definidas estão a redução da 
mortalidade infantil e materna, o controle das doenças emergentes e endemias 
(como dengue e hanseníase) e a redução da mortalidade por câncer de colo de 
útero e da mama, entre outras. 
As formas de transferência dos recursos federais para estados e 
municípios também foram modificadas pelo Pacto pela Saúde, passando a ser 
integradas em cinco grandes blocos de financiamento (atenção, básica, média e 
alta complexidade da assistência, vigilância em saúde, assistência farmacêutica 
e gestão do SUS), substituindo, assim, as mais de cem “caixinhas” que eram 
utilizadas para essa finalidade (Brasil, 2006b; Brasil, 2011). 
4.1 O pacto pela vida 
O Pacto pela Vida está constituído por um conjunto de compromissos 
sanitários, expressos em objetivos de processos e resultados e derivados da 
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análise da situação de saúde do país e das prioridades definidas pelos governos 
federal, estaduais e municipais. As prioridades do Pacto pela Vida e seus 
objetivos são: implantar a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa; redução 
da mortalidade por câncer de colo do útero e de mama; reduzir a mortalidade 
materna, infantil neonatal, infantil por doença diarreica e por pneumonias; 
fortalecer a capacidade de resposta do sistema de saúde às doenças 
emergentes e endemias; Elaborar e implantar a política nacional de promoção 
da saúde; consolidar e qualificar a estratégia da saúde da família como modelo 
de atenção básica à saúde (Brasil, 2006a; Brasil, 2011). 
4.2 O pacto em defesa do SUS 
O Pacto em Defesa do SUS envolve ações concretas e articuladas pelas 
três instâncias federativas no sentido de reforçar o SUS como política de Estado; 
e de defender, vigorosamente, os princípios basilares dessa política pública, 
inscritos na Constituição Federal. Suas prioridades são: Implementar um projeto 
permanente de mobilização social; elaborar e divulgar a carta dos direitos dos 
usuários do SUS (Brasil, 2006a; Brasil, 2011). 
4.2 O pacto de gestão do SUS 
 O pacto de gestão estabelece as responsabilidades claras de cada ente 
federado de forma a diminuir as competências concorrentes e a tornar mais claro 
quem deve fazer o quê, contribuindo, assim, para o fortalecimento da gestão 
compartilhada e solidária do SUS. As prioridades do pacto de gestão são: definir 
de forma inequívoca a responsabilidade sanitária de cada instância gestora do 
SUS; estabelecer as diretrizes para a gestão do SUS, com ênfase na 
descentralização; regionalização; financiamento; programação pactuada e 
integrada; regulação; participação e controle social; planejamento; gestão do 
trabalho e educação na saúde (Brasil, 2006a; Brasil, 2011). 
TEMA 5 – SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE 
Em 2015, por meio da Portaria n. 589, de 20 de maio de 2015, foi instituída 
a Política Nacional de Informação e Informática em Saúde (PNIIS) com finalidade 
definir os princípios e as diretrizes a serem observados pelas entidades públicas 
e privadas de saúde no âmbito do SUS e pelas entidades vinculadas ao 
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Ministério da Saúde para a melhoria da governança no uso da informação e 
informática e dos recursos de informática, visando à promoção do uso inovador, 
criativo e transformador da tecnologia da informação nos processos de trabalho 
em saúde (Brasil, 2015; Brasil, 2016). 
O Sistema de Informação em Saúde (SIS) é o conjunto de componentes 
inter-relacionados que coletam, processam, armazenam e distribuem informação 
para apoiar o processo tomada de decisão e auxiliar o controle das organizações 
de saúde. A informação em saúde tem a finalidade de identificar problemas 
individuais e coletivos do quadro sanitário de uma população (Brasil, 2011). 
5.1 Bases de dados de alimentação obrigatória 
Os SIS, considerados essenciais para o planejamento e o monitoramento 
de ações e serviços no âmbito do SUS, são de alimentação obrigatória para 
estados e municípios, por decisão da Comissão Intergestores Tripartite. O não 
cumprimento dessa determinação implica usualmente a suspensão das 
transferências de recursos financeiros (Brasil, 2011): 
 SIA-SUS (Sistema de InformaçõesAmbulatórias do SUS); Sinan (Sistema 
de Informação de Agravos de Notificação); SI-PNI(Sistemas de 
Informação do Programa Nacional de Imunização); Sinasc (Sistema de 
informação de Nascidos Vivos); SIM (Sistema de Informação de 
Mortalidade); SIH-SUS (Sistema de Informações Hospitalares do SUS); 
Siscolo (relacionado ao controle do câncer de colo de útero); Sismama 
(Sistema de Informação do Controle do Câncer de Mama); CNES 
(Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde) e; CNS/Cadsus 
(Cadastro do Cartão Nacional de Saúde). 
5.2 Indicadores de interesse para a gestão da saúde 
Desde o fim da década de 1990, indicadores vêm sendo utilizados para 
mensurar resultados desejáveis em saúde, a serem alcançados por meio de 
ações convergentes nas três esferas de governo: indicadores demográficos; 
indicadores socioeconômicos; indicadores de mortalidade (materna e infantil); 
indicadores de morbidade e fatores de risco; indicadores de recursos e; 
indicadores de cobertura (Brasil, 2011). 
 
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NA PRÁTICA 
Programa Mãe Curitiba é uma ação de saúde que trouxe diminuição da 
mortalidade materno-infantil na Cidade de Curitiba e cumpre um dos objetivos 
do pacto pela saúde no componente pacto pela vida. 
FINALIZANDO 
 Habilita municípios como gestores; 
 Cria transferência regular e automática (fundo a fundo) do teto global da 
assistência para municípios em gestão semiplena; 
 São constituídas as Comissões Intergestores Bipartite (de âmbito 
estadual) e Tripartite (nacional) como importantes espaços de 
negociação, pactuação, articulação e integração entre gestores; 
 Define o papel dos Estados de forma frágil, mas esses, ainda assim, 
passam a assumir o papel de gestor do sistema estadual de saúde. 
 
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REFERÊNCIAS 
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Poder Legislativo, Brasília, DF, 1990. 
BRASIL. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Sistema Único de 
Saúde. Brasília, DF: CONASS, 2011. (Coleção Para Entender a Gestão do SUS 
2011, 1). Disponível:http://www.conass.org.br/bibliotecav3/pdfs/colecao2011/livr
o_1.pdf. Acesso em: 12 dez. 2018. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n. 545, de 20 de maio de 1993.Aprova a 
Norma Operacional Básica do Sistema Único de Saúde – NOB-SUS, n. 1 de 
1993, Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 21 maio 1993. 
_____. Relatório IX Conferência Nacional de Saúde: Municipalização é o 
caminho. Brasília/DF: Fiocruz, 1992. Disponível em: 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/9_conferencia_nacional_saude_rela
torio_final.pdf. Acesso em: 12 dez. 2018 
_____. Portaria n. 2.203, de 5 de novembro de 1996. Diário Oficial da União, 
Poder Legislativo, Brasília, DF, 6 nov. 1996. 
_____. Portaria n. 95, de 26 de janeiro de 2001. Diário Oficial da União, Poder 
Legislativo, Brasília, DF, 27 jan. 2001. 
_____. Portaria n. 373 de 27 de fevereiro de 2002. Diário Oficial da União, 
Poder Legislativo, Brasília, DF, 28 fev. 2002. 
_____. Portaria n. 399, de 22 de fevereiro de 2006. Diário Oficial da União, 
Poder Legislativo, Brasília, DF, 23 fev. 2006a. 
_____. Portaria n. 589, de 20 de maio de 2015. Diário Oficial da União, Poder 
Legislativo, Brasília, DF, 21 mai. 2015. Disponível em: 
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2015/prt0589_20_05_2015.html
>. Acesso em: 12 dez. 2018. 
_____. Política Nacional de Informação e Informática em Saúde. Secretaria 
Executiva: Departamento de Monitoramento e Avaliação do SUS. Brasília/DF, 
2016. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_naci
onal_infor_informatica_saude_2016.pdf>. Acesso em: 12 dez. 2018. 
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BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Pacto pela Saúde, 
2006b. Disponível em: <http://conselho.saude.gov.br/webpacto/index.htm>. 
Acesso em: 12 dez. 2018. 
MANSUR, M. C. O financiamento federal da saúde no Brasil: tendências da 
década de 1990. Dissertação (Mestrado) – Fundação Oswaldo Cruz, Escola 
Nacional de Saúde Pública; 2001. 
SCATENA, J. H. G.; TANAKA, O. Y. Os instrumentos normalizadores (NOB) no 
processo de descentralização da saúde. Saúde e Sociedade, v. 10, n. 2, p. 41–
74, 2001. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/sausoc/v10n2/05.pdf>. 
Acesso em: 12 dez. 2018 
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POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE 
AULA 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Marlise Lima Brandão 
 
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CONVERSA INICIAL 
O Ministério da Saúde publicou a Portaria n. 2.436, de 21 de setembro de 
2017, que estabelece a revisão de diretrizes da Política Nacional de Atenção 
Básica (PNAB), no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). O novo texto da 
Política foi aprovado pela Comissão Intergestores Tripartite (CIT) no final de 
agosto do mesmo ano (Brasil, 2017a; 2017b). 
Segundo o Departamento de Atenção Básica (DAB), no ministério, 
O SUS tem apostado nos últimos dois anos em um modelo de 
organizar a Atenção Básica que se mostrou bem-sucedido, do ponto 
de vista da capacidade de resolver demandas da população, que é a 
Estratégia de Saúde da Família. Na nova PNAB reafirma-se esse 
formato e avança-se em outras diretrizes, como o financiamento de 
equipes de Atenção Básica, a continuidade do uso dos sistemas de 
informação em saúde, a integração com as vigilâncias, entre outros. 
(Brasil, 2017b) 
 Esta aula será composta por uma descrição geral sobre a portaria que 
regulamentou a nova PNAB (Brasil, 2017a) e pela apresentação dos principais 
pontos da nova PNAB. 
TEMA 1 – DISPOSIÇÕES GERAIS DA ATENÇÃO BÁSICA 
 A Atenção Básica (AB) ou Atenção Primária à Saúde (APS) é o conjunto 
de ações de saúde (Art. 2º) individuais, familiares e coletivas que 
envolvem promoção, prevenção, proteção, diagnóstico, tratamento, 
reabilitação, redução de danos, cuidados paliativos e vigilância em saúde, 
desenvolvida por meio de práticas de cuidado integrado e gestão 
qualificada, realizada com equipe multiprofissional e dirigida à população 
em território definido, sobre as quais as equipes assumem 
responsabilidade sanitária. 
 A AB será a principal porta de entrada (art. 2º, parágrafo 1º) e centro de 
comunicação da Rede de Atenção à Saúde (RAS), coordenadora do 
cuidado e ordenadora das ações e serviços disponibilizados na rede. 
 A Saúde da Família é estratégia prioritária para expansão e consolidação 
da AB (art. 4º), porém serão reconhecidas outras estratégias de AB, desde 
que observados os princípios e diretrizes previstos nesta portaria e 
tenham caráter transitório, devendo ser estimulada sua conversão em 
estratégia Saúde da Família. 
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A integração entre Vigilância em Saúde e Atenção Básica (art. 5º) é 
condição essencial para o alcance de resultados que atendam às necessidades 
de saúde da população. 
O parágrafo 2º do art. 2º estabelece que a Atenção Básica será ofertada 
integralmente e gratuitamente a todas as pessoas, de acordo com suas 
necessidades e demandas do território. Esse dispositivo atende de forma 
absoluta ao disposto constitucional, ou seja, à integralidade e à universalidade. 
A PNAB segue os princípios e diretrizes do SUS (Brasil, 2017a). 
TEMA 2 – A ATENÇÃO BÁSICA NA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE 
A portaria (Brasil, 2017a) define a organização na RAS, como estratégia 
à integralidade e à equidade. As RAS constituem-se em arranjos organizativos 
formados por ações e serviços de saúde com diferentes configurações 
tecnológicas e missões assistenciais, articulados de forma complementar e combase territorial. A AB é o primeiro ponto de atenção e é constituída por equipe 
multidisciplinar. 
A AB é a base do ordenamento para a efetivação da integralidade e 
precisa reconhecer as demandas de saúde da população sob sua 
responsabilidade e organizá-las em relação aos outros pontos de atenção à 
saúde. Para tanto, é necessário que a AB tenha alta resolubilidade, com 
capacidade clínica e de cuidado, além da articulação com outros pontos da RAS 
(Brasil, 2017a). 
A incorporação das ferramentas de telessaúde às decisões clínicas e aos 
processos de regulação do acesso serve como ferramenta de gestão e de 
cuidado. Isso pode vir a contribuir com o aumento da resolubilidade na AB, pois 
evita a exposição das pessoas a consultas e/ou procedimentos desnecessários; 
promove o uso racional dos recursos em saúde; impede deslocamentos 
desnecessários e traz maior eficiência (Brasil, 2017a). 
É de responsabilidade da gestão municipal, dentro da AB: 
a. Ordenar o fluxo das pessoas nos demais pontos de atenção da RAS; 
b. Gerir a referência e contrarreferências em outros pontos de atenção; e 
c. Estabelecer relação com os especialistas que cuidam das pessoas do 
território. 
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TEMA 3 – INFRAESTRUTURA, AMBIÊNCIA E FUNCIONAMENTO DA 
ATENÇÃO BÁSICA 
Todos os estabelecimentos de saúde que prestem ações e serviços de 
AB, no âmbito do SUS, de acordo com esta portaria (art. 6º) serão denominados 
Unidade Básica de Saúde (UBS) (Brasil, 2017a). 
3.1 Infraestrutura e ambiência 
A infraestrutura de uma UBS deve estar adequada ao quantitativo de 
população adscrita e suas especificidades, aos processos de trabalho das 
equipes e à atenção à saúde dos usuários; deve também considerar a densidade 
demográfica, a composição, a atuação e os tipos de equipes, o perfil da 
população e as ações e serviços de saúde a serem realizados. Poderão ser 
pontos de apoio para o atendimento de populações dispersas com 
reconhecimento no SCNES (Brasil, 2017a). 
A ambiência de uma UBS refere-se ao espaço físico, entendido como 
lugar social, profissional e de relações interpessoais, com atenção acolhedora e 
humana às pessoas, e ser um ambiente saudável ao trabalho dos profissionais 
de saúde. Para um ambiente adequado, recomenda-se: uma recepção sem 
grades; identificação dos serviços existentes; escala dos profissionais; horários 
de funcionamento e sinalização de fluxos; espaços adaptados para as pessoas 
com deficiência em conformidade com as normativas vigentes (Brasil, 2017a). 
Tipos de unidades e equipamentos de Saúde: Unidade Básica de Saúde; 
Unidade Básica de Saúde Fluvial e; Unidade Odontológica Móvel. 
3.2 Funcionamento 
 Carga horária mínima de 40 horas/semanais, no mínimo 5 dias por 
semana e nos 12 meses do ano; 
 População adscrita por equipe de Atenção Básica (eAB) e de Saúde da 
Família (eSF) de 2.000 a 3.500 pessoas, localizada dentro do território; 
 Podem existir outros arranjos de adscrição facultando aos gestores, eAB, 
CMS ou CLS; 
 Quatro (4) eAB ou eSF por UBS, para que possam atingir seu potencial 
resolutivo; 
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 Teto máximo por UBS (AB ou SF), com ou sem profissional de saúde 
bucal - Município e DF: população/2000; 
 Municípios ou territórios < 2000 hab.: 1 eAB ou eSF. 
 As ações e serviços da AB, deverão seguir: 
 Padrões essenciais – ações e procedimentos básicos relacionados a 
condições básicas/essenciais de acesso e qualidade na AB; e 
 Padrões ampliados – ações e procedimentos considerados estratégicos 
para alcançar padrões elevados de acesso e qualidade na AB, 
considerando especificidades locais, indicadores e parâmetros 
estabelecidos nas Regiões de Saúde. 
TEMA 4 – TIPOS DE EQUIPE 
4.1 Equipe de Saúde da Família (eSF): 
É a estratégia prioritária de atenção à saúde e visa à reorganização da 
Atenção Básica no país. É considerada como estratégia de expansão, 
qualificação e consolidação da AB. 
Composição mínima: médico (especialista em medicina de família e 
comunidade), enfermeiro (especialista em saúde da família); auxiliar e/ou técnico 
de enfermagem e agente comunitário de saúde (ACS). Aceita: agente de 
combate às endemias (ACE) e os profissionais de saúde bucal. O número de 
ACS por equipe é definido de acordo com base populacional (critérios 
demográficos, epidemiológicos e socioeconômicos) de acordo com a gestão 
local, sendo obrigatória a carga horária de 40 horas semanais para todos os 
profissionais de saúde membros da ESF (Brasil, 2017a). 
Em áreas de grande dispersão territorial, áreas de risco e vulnerabilidade 
social: cobertura de100% da população com número máximo de 750 pessoas 
por ACS. 
4.2 Equipe da Atenção Básica (eAB) 
A gestão municipal poderá compor equipes de Atenção Básica (eAB) de 
acordo com características e necessidades do município. Como modelo 
prioritário é a ESF, as eAB podem posteriormente se organizar tal qual o modelo 
prioritário (Brasil, 2017a). 
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Composição mínima: médico (especialista em medicina de família e 
comunidade), enfermeiro (especialista em saúde da família); auxiliar e/ou técnico 
de enfermagem. Aceita dentistas, auxiliar ou técnico de saúde bucal, ACS e 
Agentes de Combate a Endemias (ACE). A carga horária mínima por categoria 
deve ser de 10 horas, com no máximo três (3) profissionais por categoria. A 
distribuição de carga horária é de responsabilidade do gestor. 
4.3 Equipe de Saúde Bucal (eSB) 
Os profissionais de saúde bucal que compõem as eSF e eAB devem estar 
vinculados à uma UBS ou a Unidade Odontológica Móvel, podendo se organizar 
em duas modalidades: Modalidade I: cirurgião-dentista e auxiliar em saúde bucal 
(ASB) ou técnico em saúde bucal (TSB) e; Modalidade II: cirurgião-dentista, TSB 
e ASB, ou outro TSB. 
4.4 Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (Nasf – AB) 
Constitui uma equipe multiprofissional e interdisciplinar composta por 
categorias de profissionais da saúde, complementar às equipes que atuam na 
AB. Atua de maneira integrada para dar suporte (clínico, sanitário e pedagógico) 
aos profissionais das eSF e eAB. 
Compete especificamente à equipe do Nasf-AB: 
 Participar do planejamento conjunto com as equipes que atuam na AB à 
que estão vinculadas; 
 Contribuir para a integralidade (ampliação da clínica) auxiliando no 
aumento da capacidade de análise e de intervenção sobre problemas e 
necessidades de saúde, tanto em termos clínicos quanto sanitários; 
 Realizar discussão de casos, atendimento individual, compartilhado, 
interconsulta, construção conjunta de projetos terapêuticos, educação 
permanente 
 Desenvolver intervenções no território e na saúde de grupos 
populacionais de todos os ciclos de vida, e da coletividade; 
 Promover ações intersetoriais, ações de prevenção e promoção da saúde, 
discussão do processo de trabalho das equipes dentre outros, no 
território. 
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4.5 Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde (EACS): 
É prevista a implantação da Estratégia de Agentes Comunitários de 
Saúde nas UBS como uma possibilidade para a reorganização inicial da AB com 
vistas à implantação gradual da eSF ou como uma forma de agregar os agentes 
comunitários a outras maneiras de organização da AB. São itens necessários à 
implantação desta estratégia: 
 A existência de uma UBD, inscrita no SCNES; 
 O número de ACS e ACE por equipe deverá ser definido de acordo com 
base populacional (critérios demográficos, epidemiológicos e 
socioeconômicos), conforme legislação vigente; 
 Carga horária integral de 40 horas semanais por toda a equipe de agentes 
comunitários, por cada membro da equipe; composta por ACS e 
enfermeiro supervisor; O enfermeiro supervisor e os ACS devem estar cadastrados no SCNES; 
 Cada ACS deve ter uma microárea, com até 750 pessoas; 
 A atividade do ACS deve se dar pela lógica do planejamento do processo 
de trabalho a partir das necessidades do território, com priorização para 
população com maior grau de vulnerabilidade e de risco epidemiológico; 
 A atuação em ações básicas de saúde deve visar à integralidade do 
cuidado no território; e 
 Cadastramento, preenchimento e informação dos dados por meio do SIS 
para a Atenção Básica. 
TEMA 5 – FINANCIAMENTO DAS AÇÕES DE ATENÇÃO BÁSICA 
O financiamento da Atenção Básica deve ser tripartite e com 
detalhamento apresentado pelo Plano Municipal de Saúde, garantido nos 
instrumentos conforme especificado no Plano Nacional, Estadual e Municipal de 
gestão do SUS. No âmbito federal, o montante de recursos financeiros 
destinados a ações de AB à saúde compõe o bloco de financiamento de Atenção 
Básica (Bloco AB) (Brasil, 2017a). 
Os repasses aos municípios são efetuados em conta corrente específica 
para este fim, de acordo com a normatização geral de transferências de recursos 
fundo a fundo do Ministério da Saúde com o objetivo de facilitar o 
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acompanhamento pelos Conselhos de Saúde no âmbito dos municípios, dos 
estados e do Distrito Federal. 
5.1 Composição do financiamento federal para as ações de Atenção Básica 
I. Recursos per capita; que levem em consideração aspectos 
sociodemográficos e epidemiológicos; 
II. Recursos condicionados à implantação de estratégias e programas da 
AB: equipes de Saúde da Família (eSF), equipes de Atenção Básica 
(eAB), equipes de Saúde Bucal (eSB), Agentes Comunitários de Saúde 
(EACS), Núcleos Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (Nasf-
AB), Consultórios na Rua (eCR), Saúde da Família Fluviais (eSFF) e 
Ribeirinhas (eSFR) e Programa Saúde na Escola e Programa Academia 
da Saúde; 
III. Recursos condicionados à abrangência da oferta de ações e serviços; 
IV. Recursos condicionados ao desempenho dos serviços de AB com 
parâmetros, aplicação e comparabilidade nacional, tal como o Programa 
de Melhoria de Acesso e Qualidade; 
V. Recursos de investimento. 
NA PRÁTICA 
A revisão das diretrizes da Política Nacional de Atenção Básica, publicada 
na Portaria n. 2.436/2017 concede aos municípios autonomia para o 
direcionamento dos recursos, preferencialmente para a Estratégia Saúde da 
Família (ESF) e do Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS). 
Também revisou a forma de trabalho dos ACS, ampliando suas ações. 
Segundo o Ministério da Saúde, a revisão da PNAB aumentará a 
resolubilidade da atenção básica e atenderá de forma absoluta o disposto 
constitucional: a integralidade e a universalidade. 
FINALIZANDO 
 A AB é o conjunto de ações de saúde que podem ser individuais, 
familiares ou coletivas (promoção, prevenção, proteção, diagnóstico, 
tratamento, reabilitação, redução de danos, cuidados paliativos e 
vigilância em saúde); 
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 Segue os princípios do SUS; 
 Aumenta a resolubilidade da AB; 
 Prioridade para Estratégias de Saúde da Família; 
 UBS aberta 5 d/semana, 40h/semana, 12 meses ano; 
 Equipes: Saúde da Família, Atenção Básica, Saúde Bucal e Núcleo 
Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (Nasf-AB); 
 Todos municípios poderem cadastrar equipes no Cnes. 
 
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REFERÊNCIAS 
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n. 2.436, de 21 de setembro de 2017. 
Diário Oficial da União, Brasília, DF, 22 set. 2017a. 
_____. Nova PNAB é publicada. DAB, 21 set. 2017b. Disponível em: 
<http://dab.saude.gov.br/portaldab/noticias.php?conteudo=_&cod=2457>. 
Acesso em: 12 dez. 2018. 
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POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE 
AULA 5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Marlise Lima Brandão 
 
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CONVERSA INICIAL 
A Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS) foi instituída pela 
Portaria MS/GM n. 687, de 30 de março de 2006 (Brasil, 2006) e ratificou o 
compromisso do Estado brasileiro com a ampliação e a qualificação de ações de 
promoção da saúde nos serviços e na gestão do SUS. A partir de então, foi 
inserida na agenda estratégica dos gestores do SUS e nos Planos Nacionais de 
Saúde subsequentes, ampliando as possibilidades das políticas públicas 
existentes. 
A promoção da saúde vem sendo discutida desde o processo de 
redemocratização do Brasil, tornando a saúde um direito social irrevogável, 
como os demais direitos humanos e de cidadania. Neste contexto, a Constituição 
de 1988 assegurou o acesso universal, integral e equânime (Brasil, 2015). 
A reelaboração da PNPS, por meio da Portaria MS/GM n. 2.446/2014, 
garante os princípios e as diretrizes do SUS e reconhece a constante 
necessidade de qualificar e atualizar as ações e os serviços prestados pelos 
gestores e pelos trabalhadores do SUS, revendo o papel do setor Saúde na 
articulação e na indução de outras políticas públicas. 
A promoção da saúde é um conjunto de estratégias e formas de produzir 
saúde, no âmbito individual e coletivo, que se caracteriza pela articulação e 
cooperação intrassetorial e intersetorial e pela formação da Rede de Atenção à 
Saúde, buscando articulação com as demais redes de proteção social, com 
ampla participação e amplo controle social (Brasil, 2015) 
O objetivo desta aula será apresentar as características da Portaria 
MS/GM n. 2.446/2014. 
TEMA 1 – VALORES, PRINCÍPIOS, DIRETRIZES E OBJETIVOS 
1.1 Valores e princípios 
Os valores e princípios (arts. 3º e 4º) configuram-se como expressões 
fundamentais de todas as práticas e ações no campo de atuação da promoção 
da saúde. A PNPS: 
a. Reconhece a subjetividade das pessoas e dos coletivos no processo de 
atenção e cuidado em defesa da saúde e da vida; 
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b. Considera a solidariedade, a felicidade, a ética, o respeito às 
diversidades, a humanização, a corresponsabilidade, a justiça e a 
inclusão social como valores fundantes no processo de sua 
concretização; 
c. Adota como princípios a equidade, a participação social, a autonomia, o 
empoderamento, a intersetorialidade, a intrassetorialidade, a 
sustentabilidade, a integralidade e a territorialidade. 
1.2 Objetivo geral 
Promover a equidade e a melhoria das condições e dos modos de viver, 
ampliando a potencialidade da saúde individual e coletiva e reduzindo 
vulnerabilidades e riscos à saúde decorrentes dos determinantes sociais, 
econômicos, políticos, culturais e ambientais. 
1.3 Diretrizes 
I. O estímulo à cooperação e à articulação intrassetorial e intersetorial; 
II. O fomento ao planejamento de ações territorializadas; 
III. O incentivo à gestão democrática, participativa e transparente; 
IV. A ampliação da governança no desenvolvimento de ações de 
promoção da saúde; 
V. O estímulo à pesquisa, à produção e à difusão de experiências, que 
apoiem a tomada de decisão, a autonomia, o empoderamento coletivo 
e a construção compartilhada de ações de promoção da saúde; 
VI. O apoio à formação e à educação permanente em promoção da 
saúde; 
VII. A incorporação das intervenções de promoção da saúde no modelo 
de atenção à saúde, especialmente na atenção básica em saúde; 
VIII. A organização dos processos de gestão e de planejamento 
objetivando a implantação da PNPS na Rede de Atenção à Saúde 
(RAS). (Brasil, 2014) 
TEMA 2 – TEMAS TRANSVERSAIS E EIXOS OPERACIONAIS 
Os temas transversais são referências para a formulação de agendas de 
promoção da saúde e para a adoção de estratégias e temas prioritários.

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