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DIREITO TRIBUTÁRIO RAFAEL NOVAIS PARTE 01 APRESENTAÇÃO DIREITO TRIBUTÁRIO Analisa os aspectos jurídicos e práticos do tributo na ótica constitucional e infraconstitucional, tendo como base a análise dos princípios constitucionais tributários e os tributos em espécie. Professor(a): Rafael Novais DIREITO TRIBUTÁRIO 3 DIREITO TRIBUTÁRIO RAFAEL NOVAIS Mestre em Direito pela Universidade Católica de Pernambuco – UNICAP. Especialista em Direito Público e Tributário. Especialista em Giustizia Constituzionale e Tutela Giurisdizionale dei Diritti pela Universidade de Pisa/It. Palestrante, consultor e doutrinador. Instrutor e Assessor Jurídico no Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco – TJPE. Instrutor na Escola Fazendária da Secretaria da Fazenda Pública de Pernambuco – ESAFAZ. Professor Ética, Direito e Processo Tributário em diversos cursos preparatórios para concursos públicos e exames da OAB em todo o Brasil. Autor de obras jurídicas. 4 Introdução Receita de Direito Privado X Receita de Direito Público a) Reparações de Guerra b) Multas c) Tributos Conceito Art. 3º, CTN: Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Características 1º – Prestação Pecuniária em Moeda ou cujo valor nela se possa Exprimir: • Vedação ao pagamento “in labore” & “in natura”; • Indexadores da Economia; • LC nº 104/2001; • Questão do Distrito Federal X Licitação. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUICIONALIDADE. OFENSA AO PRINCÍPIO DA LICITAÇÃO (CF, ART. 37, XXI). I – Lei ordinária distrital – pagamento de débitos tributários por meio de dação em pagamento. II – Hipótese de criação de nova causa de extinção do crédito tributário. III – Ofensa ao princípio da licitação na aquisição de materiais pela administração pública. IV – Confirmação do julgamento cautelar em que se declarou a inconstitucionalidade da lei ordinária distrital 1.624/1997. (STF – ADI: 1917 DF , Relator: RICARDO LEWANDOWSKI, Data de Julgamento: 26/04/2007, Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJe-087 DIVULG 23-08-2007 PUBLIC 24-08-2007 DJ 24-08-2007 PP-00022 EMENT VOL-02286-01 PP-00059 RDDT n. 146, 2007, p. 234-235 LEXSTF v. 29, n. 345, 2007, p. 53-63 RT v. 96, n. 866, 2007, p. 106-111). 5 2º – Compulsório e Instituído por Lei: • Arts. 5º, II, e 150, I da CF/88; • Art. 97, I e II, CTN; • Obrigação “Ex lege” X “Ex Voluntate”; • Reserva Legal (LO x LC x MP). 3º – Não constitua sanção por ato ilícito: • Tributo X Multa; • Vedação na utilização de tributo como penalidade; • Princípio do“Pecunia Non Olet”. 6 ACRÉSCIMO DE 200% AO IMPOSTO IMOBILIÁRIO SOBRE IMÓVEIS ONDE HAJA CONSTRUÇÕES IRREGULARES. ACRÉSCIMO QUE CONFIGURA SANÇÃO A ILICITO ADMINISTRATIVO. O ARTIGO 3. DO CTN NÃO ADMITE QUE SE TENHA COMO TRIBUTO PRESTAÇÃO PECUNIARIA COMPULSORIA QUE CONSTITUA SANÇÃO DE ATO ILICITO. O QUE IMPLICA DIZER QUE NÃO E PERMITIDO, EM NOSSO SISTEMA TRIBUTÁRIO, QUE SE UTILIZE DE UM TRIBUTO COM A FINALIDADE EXTRAFISCAL DE SE PENALIZAR A ILICITUDE. TRIBUTO NÃO E MULTA, NEM PODE SER USADO COMO SE O FOSSE. SE O MUNICÍPIO QUER AGRAVAR A PUNIÇÃO DE QUEM CONSTROI IRREGULARMENTE, COMETENDO ILICITO ADMINISTRATIVO, QUE CRIE OU AGRAVE MULTAS COM ESSA FINALIDADE. O QUE NÃO PODE – POR SER CONTRARIO AO ARTIGO 3. DO CTN, E, CONSEQUENTEMENTE, POR NÃO SE INCLUIR NO PODER DE TRIBUTAR QUE A CONSTITUIÇÃO FEDERAL LHE CONFERE – E CRIAR ADICIONAL DE TRIBUTO PARA FAZER AS VEZES DE SANÇÃO PECUNIARIA DE ATO ILICITO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO CONHECIDO E PROVIDO, DECLARADA A INCONSTITUCIONALIDADE DA REDAÇÃO DADA, PELA LEI 7.785, DE 20 DE SETEMBRO DE 1972, AO INCISO I DO ARTIGO 15 DA LEI 6.989, JA ALTERADO PELA LEI 7.572, DE 29 DE DEZEMBRO DE 1970, TODAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO. (STF – RE: 94001 SP , Relator: Min. MOREIRA ALVES, Data de Julgamento: 11/03/1982, TRIBUNAL PLENO, Data de Publicação: DJ 11-06-1982 PP-05680 EMENT VOL-01258- 02 PP-00537 RTJ VOL-00104-03 PP-01129) Habeas corpus. Penal. Processual penal. Crime contra a ordem tributária. Artigo 1º, inciso I, da Lei nº 8.137/90. Desclassificação para tipo previsto no art. 2º, inciso I, da indigitada lei. Questão não analisada pelo Superior Tribunal de Justiça. Supressão de instância. Inadmissibilidade. Precedentes. Alegada atipicidade da conduta baseada na circunstância de que os valores movimentados nas contas bancárias do paciente seriam provenientes de contravenção penal. Artigo 58 do Decreto-Lei nº 6.259/44 – Jogo do Bicho. Possibilidade jurídica de tributação sobre valores oriundos de prática ou atividade ilícita. Princípio do Direito Tributário do non olet. Precedente. Ordem parcialmente conhecida e denegada. 1. A pretendida desclassificação do tipo previsto no art. 1º, inciso I, para art. 2º, inciso I, da Lei nº 8.137/90 não foi analisada pelo Superior Tribunal de Justiça. Com efeito sua análise neste ensejo configuraria, na linha de precedentes, verdadeira supressão de instância, o que não se admite. 2. A jurisprudência da Corte, à luz do art. 118 do Código Tributário Nacional, assentou entendimento de ser possível a tributação de renda obtida em razão de atividade ilícita, visto que a definição legal do fato gerador é interpretada com abstração da validade jurídica do ato efetivamente praticado, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos. Princípio do non olet. Vide o HC nº 77.530/RS, Primeira Turma, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de 18/9/98. 3. Ordem parcialmente conhecida e denegada. (STF – HC: 94240 SP, Relator: Min. DIAS TOFFOLI, Data de Julgamento: 23/08/2011, Primeira Turma, Data de Publicação: DJe- 196 DIVULG 11-10-2011 PUBLIC 13-10-2011 EMENT VOL-02606-01 PP-00026). 4º – Atividade plenamente vinculada. • 4º - Atividade plenamente vinculada. Características Hipótese de Incidência Fato Gerador Lançamento Crédito Tributário Execução Fiscal 7 Finalidades Finalidades FISCAL EXTRAFISCAL PARAFISCAL Classificação Espécies Tributárias Contribuições de Melhoria (Arts. 81, CTN + 145, III, CF) Empréstimos Compulsórios (Arts. 15, CTN + 148, CF) Contribuições Especiais (Art. 149 & 149 - A, CF) Taxas (Arts. 77, CTN + 145,II, CF) Impostos (Arts. 16, CTN + 145, I, CF) 8 IMPOSTOS Fato Gerador • Art. 145, I, CF + Art. 16, CTN; • Tributo não-vinculado/Contributivo; • Normas Gerais: Definidas em Lei Complementar (Art. 146, III, a, CF). Bases de Cálculos & Contribuintes TRIBUTÁRIO – CONTRIBUINTE DO IPTU – CONTRA-PRESTAÇÃO DO ESTADO AO RECOLHIMENTO DO IMPOSTO – INEXISTÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL – CONCEITOS DE CONTRIBUINTE E CONSUMIDOR – EQUIPARAÇÃO – IMPOSSIBILIDADE – CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR – INAPLICABILIDADE IN CASU. 1. Os impostos, diversamente das taxas, têm como nota característica sua desvinculação a qualquer atividade estatal específica em benefício do contribuinte. 2. Consectariamente, o Estado não pode ser coagido à realização de serviços públicos, como contraprestação ao pagamento de impostos, quer em virtude da natureza desta espécie tributária, quer em função da autonomia municipal, constitucionalmente outorgada, no que se refere à destinação das verbas públicas. 3. A relação de consumo não guarda semelhança com a relação tributária, ao revés, dela se distancia, pela constante supremacia do interesse coletivo, nem sempre encontradiço nas relações de consumo. 4. O Estado no exercício do jus imperii que encerra o Poder Tributário subsume-se às normas de Direito Público, constitucionais, complementares e até ordinárias, mas de feição jurídica diversa da do Código de Defesa do Consumidor. Sob esse ângulo, o CTN é lex specialis e derroga a lex generalis que é o CDC. 5. Recurso Especial desprovido (STJ – REsp: 478958 PR 2002/0109326-8, Relator: Ministro LUIZ FUX, Data de Julgamento: 24/06/2003, T1 – PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: DJ 04.08.2003 p. 237REVJMG vol. 165 p. 446RJADCOAS vol. 49 p. 105).Competência Comum & Privativa Competência • Comum & Privativa União Estados Municípios - IE - ICMS - IPTU - II - IPVA - ITBI - IPI - ITCMD - ISS - IR - IOF - ITR Distrito Federal - IGF* (Art.147, CF) 9 Impostos Residuais (Art. 154, I, CF) • Criados por Lei Complementar; • Fato Gerador e Base de Cálculo diferentes; • Não-cumulativo; • Destino parcial da Arrecadação (Art. 157, II, CF). Atenção: Não recepção Art. 17, CTN Impostos Extraordinários de Guerra – IEG (Art.154, II, CF) • Fato Gerador & Base de Cálculo; • Ausência de Limites de Competência; • Exceção Anterioridades; • Prazo máximo de 5 anos para supressão (Art. 76, CTN). TAXAS Fatos Geradores • Art. 145, II, CF + Art. 77, CTN; • Tributo vinculado/Contraprestacional. 10 Competência Comum • Art. 80, CTN. CTN, Art. 80. Para efeito de instituição e cobrança de taxas, consideram-se compreendidas no âmbito das atribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, aquelas que, segundo a Constituição Federal, as Constituições dos Estados, as Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios e a legislação com elas compatível, competem a cada uma dessas pessoas de direito público. Taxas Poder de Polícia Art. 78 do CTN Serviços Públicos Art. 79 do CTN TAXA DE POLÍCIA “O Estado vê-se compelido a manter uma estrutura administrativa, com vistas à realização das atividades fiscalizadoras. Essa estrutura, por certo, acarreta um ônus financeiro ao Poder Público. Pois bem, com o objetivo de se recuperar do custo empenhado, o Estado pode promover a instituição da taxa, a ser exigida daquelas pessoas a quem se dirige a atividade realizada: os fiscalizados, eis que, mediante atos seus, dão causa a que o Estado tenha de manter o aparato fiscalizador”. João Marcelo Rocha • Conceito de Poder de Polícia (Art. 78, CTN) – Limitações de Liberdades individuais em prol do interesse da coletividade. • Regularidade (Art. 78, PÚ, CTN) • Potencial X Presumida TRIBUTÁRIO. TAXA DE FISCALIZAÇÃO DO IBAMA. 1. O STF reconheceu a constitucionalidade da nova Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental, entendendo que a cobrança, independentemente de fiscalização direta por agente, não descaracteriza a natureza do fato gerador, bem como que a base de cálculo estabelecida mediante critério de razoabilidade, tendo em vista o potencial poluidor e o porte da empresa, é válida. 2. A exigência de lei formal em matéria tributária dá-se tanto para a instituição ou majoração de tributos (a legalidade estrita do art. 150, I, da CF) como para a concessão de isenções e de quaisquer outras diminuições ou dispensas da carga tributária (art. 150, § 6º, da CF). Logo, é ilegal a Portaria que concede isenção de taxas a determinadas entidades. (TRF-4 – AC: 22964 RS 2004.71.00.022964- 5, Relator: LEANDRO PAULSEN, Data de Julgamento: 24/04/2007, SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: D.E. 09/05/2007). 11 TAXA DE SERVIÇOS PÚBLICOS Base De Cálculo • Art. 145, § 2º, CF/88 X Art.77, P. Ú., CTN/66 • Atenção! Súmula Vinculante 29. É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra. Jurisprudências & Súmulas • Taxa de Limpeza Pública Súmula Vinculante nº 19. A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, não viola o artigo 145, II, da Constituição Federal. • Taxa de Iluminação Pública Súmula Vinculante nº 41. O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa (Súmula 670, STF) • Taxa de Segurança Pública • (Art. 144, V, CF) • (ADin 1.942/PA) 12 • Taxa de Pavimentação Inconstitucional (RE nº 89.749/GO). • Taxas X Preços Públicos Súmula 545, STF. Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas, diferentemente daqueles, são compulsórias e tem sua cobrança condicionada a prévia autorização orçamentária, em relação a lei que as instituiu. CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA “Origina-se da máxima de ‘proibição ao enriquecimento sem causa’, evitando que o particular experimente aumento patrimonial às custas de receitas do Poder Público. O acréscimo de riqueza alcançado pela valorização do imóvel, em decorrência da obra pública, desenvolverá o dever de ressarcimento aos cofres públicos dos custos desempenhados”. Rafael Novais 13 Fato Gerador • Art. 145, III, CF + Art. 81, CTN; • Tributo vinculado/Contraprestacional; • Competência Comum. V VALORIZAÇÃO I IMOBILIÁRIA P DECORRENTE DE OBRA PÚBLICA Limites Limites TOTAL • O VALOR TOTAL GASTO PARA REALIZAR A OBRA INDIVIDUAL • VALORIZAÇÃO PROPORCIONAL DE CADA IMÓVEL INDIVIDUALMENTE Base de Cálculo TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA. EDITAL. BASE DE CÁLCULO. VALORIZAÇÃO IMOBILIÁRIA. D.L. 195/67, ART. 5º – LEI 5.172/66, ART. 82 EC 01/69, ART. 18, § 1º – PRECEDENTES STF E STJ. “- O D.L 195, de 24 de fevereiro de 1967 teve o condão de revogar o art. 82 CTN que, à época não possuía a força de lei complementar, o que só ocorreu após a promulgação da EC nº 01, de 1969 (art. 18, § 1º). “- A partir do D. L. 195/67, a publicação do edital é necessária para cobrança da contribuição de melhoria, mas não para realização da obra pública. “- A base de cálculo da contribuição de melhoria é a valorização imobiliária, ou seja, a diferença entre o valor do imóvel antes do início da obra e o valor do mesmo após a conclusão da obra. “- Não havendo aumento do valor do imóvel, impossível a cobrança do tributo. “Violação de lei federal e divergência jurisprudencial não configuradas. “- Recurso não conhecido” (recurso especial 143.996/ SP) 14 Características • Edital Prévio (Art. 82, I, CTN); • Impugnação e Processo Administrativo (Art. 82, II e III, CTN); • Jurisprudências: IPTU / Asfaltamento. EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS Características • Art. 15, CTN + Art. 148, CF; • Competência Exclusiva União; • Matéria de Lei Complementar; • Fato Gerador e Base de Cálculo; • Destino Arrecadação (Art. 148, PÚ, CF); • Restituição em Dinheiro (RE 175.385/CE); • Prazo (Art. 15, P.Ú, CTN). Espécies de Empréstimos Artigo 148 da CF Calamidade Pública Guerra Externa ou a sua Iminência Investimento Público Urgente e de Relevante Interesse Nacional Artigo 15 do CTN I - Guerra externa, ou sua iminência II – Calamidade Pública III – Conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo. Espécies de Empréstimos 15 CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS Dispositivos • Art. 149, CF + Art. 149-A, CF; • Competência da União, com ressalvas; • Espécie afetada ou tributo finalístico; • Receita Vinculada. Competência Contribuições Especiais Contribuições de competência da União Sociais 149 da CF Seguridade Social 195 da CF Seguridade Social Residual 195, §4º, CF Sociais Genéricas 212, §5º, CF CIDE 149 da CF Corporativas 149 da CF Contribuição de competência Comum Contribuição da Seguridade Social Previdenciária do Servidor Público (art. 149, §1º, CF) Contribuição de Competência dos Municípios e do D.F. COSIP 149-A da CF Competência 16 Sindicatos perdem 90% da Contribuição Sindical no 1º ano após reforma. Sindicatos de trabalhadores e de patrões tiveram os recursos drenados pelo fim da obrigatoriedade da contribuição sindical, como era esperado. Dados oficiais mostram que em 2018, primeiro ano cheio da reforma trabalhista, a arrecadação do imposto caiu quase 90%, de R$ 3,64 bilhões em 2017 para R$ 500 milhões no ano passado. A tendência é que o valor seja ainda menor neste ano. O efeito foi uma brutal queda dos repasses às centrais, confederações, federações e sindicatos tanto de trabalhadores como de empregadores. Muitas das entidades admitem a necessidade de terem de se reinventar para manter estruturas e prestação de serviços. Disponível em: https://economia.uol.com.br/noticias/estadao-conteudo/2019/03/05/ sindicatos-perdem-90-da-contribuicao-sindical-no-1-ano-da-reforma-trabalhista.htm?cmpid=copiaecola17 LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR Conceito “O exercício do poder de tributar supõe o respeito às fronteiras do campo material de incidência definido pela Constituição e a obediência às demais normas constitucionais ou infraconstitucionais que complementam a demarcação desse campo e balizam o exercício daquele poder”. Luciano Amaro Considerações Iniciais Limites oponíveis ao poder público Conjunto integrado de princípios e regras; Previsão normativa constitucional & infraconstitucional; Cláusulas Pétreas (ADI 939-2/DF) PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS "Esses princípios gerais tributários aglutinam-se em torno dos dois valores jurídicos fundamen- tais e sempre perseguidos por uma sociedade que se quer democrática: a segurança jurídica e a justiça. Cuida-se de valores abstratos e de difícil definição" João Marcelo Rocha Princípio da Legalidade • Arts. 5º, II, & 150, I, CF/88; • Arts. 3º & 97, CTN; • LO X LC. 18 Exceções ao Princípio da Legalidade Alíquotas II,IE,IPI,IOF (Extrafiscais) Ato do Executivo/Decreto CIDE Combustíveis Redução e Restabelecimento Ato do Executivo/Decreto ICMS Combustíveis Definição Convênio CONFAZ Definição de Prazo e Obrigação acessória Legislação Tributária Atualização monetária Ato do Executivo/Decreto • Modificação do Prazo de Recolhimento – Art. 160, CTN • TRIBUTÁRIO. ICMS. MINAS GERAIS. DECRETOS N.ºS 30.087/89 E 32.535/91, QUE ANTECIPARAM O DIA DE RECOLHIMENTO DO TRIBUTO E DETERMINARAM A INCIDÊNCIA DE CORREÇÃO MONETÁRIA A PARTIR DE ENTÃO. ALEGADA OFENSA AOS PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE, DA ANTERIORIDADE E DA NÃO-CUMULATIVIDADE. Improcedência da alegação, tendo em vista não se encontrar sob o princípio da legalidade estrita e da anterioridade a fixação do vencimento da obrigação tributária; já se havendo assentado no STF, de outra parte, o entendimento de que a atualização monetária do débito de ICMS vencido não afronta o princípio da não-cumulatividade (RE 172.394). Recurso não conhecido. (STF – RE: 195218 MG , Relator: ILMAR GALVÃO, Data de Julgamento: 28/05/2002, Primeira Turma, Data de Publicação: DJ 02-08-2002 PP-00084 EMENT VOL- 02076-05 PP-00929) • Atualização Monetária (Art. 97, § 2º, CTN) • Súmula 160, STJ. É defeso, ao Município, atualizar o IPTU, mediante decreto, em percentual superior ao índice oficial de correção monetária. • CONSTITUCIONAL. (2) TRIBUTÁRIO. (3) ICMS. CORREÇÃO MONETÁRIA. (4) NÃO SE COMPREENDE NO CAMPO RESERVADO À LEI, PELO TEXTO CONSTITUCIONAL, A DEFINIÇÃO DO VENCIMENTO E DO MODO PELO QUAL SE PROCEDERÁ À ATUALIZAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES TRIBUTÁRIAS. PRECEDENTE: RE 172.394 (PLENO). (5) AGRAVO NÃO PROVIDO. (STF – RE: 193531 SP , Relator: Min. NELSON JOBIM, Data de Julgamento: 03/03/1998, Segunda Turma, Data de Publicação: DJ 15-05-1998 PP-00051 EMENT VOL- 01910-04 PP-00699). 19 Princípio da Isonomia Arts. 5º, caput, & 150, II, CF Acepção doutrinária de “igualdade” Conteúdo abstrato e dependente da espécie tributária Capacidade Contributiva para os Impostos (Art. 145, §1º, CF) Exceções Previsões Constitucionais discriminatórias: • a)Art. 43, §2º, III, CF • b)Art. 146, inciso III, alíneas c & d, CF. • c)Art. 155, §6º, inciso II, CF • d)Art. 195, §9º, CF Súmula nº 539, SSTTFF • É constitucional a lei do Município que reduz o imposto predial urbano sobre imóvel ocupado pela residência do proprietário, que não possua outro. • a) Art. 43, § 2º, III, CF; • b) Art. 146, inciso III, alíneas c & d, CF; • c) Art. 155, § 6º, inciso II, CF; • d) Art. 195, § 9º, CF. Previsões Constitucionais discriminatórias: • a)Art. 43, §2º, III, CF • b)Art. 146, inciso III, alíneas c & d, CF. • c)Art. 155, §6º, inciso II, CF • d)Art. 195, §9º, CF Súmula nº 539, SSTTFF • É constitucional a lei do Município que reduz o imposto predial urbano sobre imóvel ocupado pela residência do proprietário, que não possua outro. • É constitucional a lei do Município que reduz o imposto predial urbano sobre imóvel ocupado pela residência do proprietário, que não possua outro. Princípio da Segurança JurídicaPrincípio da Segurança Jurídica Segurança Jurídica Irretroatividade Anterioridade Anual Anterioridade Nonagesimal 20 Princípio da Irretroatividade • Arts. 5º, XXXVI & 150, III, “a”, CF; • Respeito aos sistemas jurídicos passados: Regra de Vigência; • Aplicação da Lei & interpretação jurídica do “Fato Gerador” (Art. 144, CTN); • Quanto a Legislação Tributária: Arts. 105 & 106, CTN. Princípio da Anterioridade Anual • Art. 150, III, “b”, CF; • Regra de Eficácia; • Exercício Financeiro: Art. 34, Lei nº 4.320/64; • Exceções Constitucionais: Art. 150, § 1/Art. 155, § 4º, IV, c /Art. 177, § 4º, I, b / Art. 195, § 6º. Princípio da Anterioridade Nonagesimal • Arts. 150, III, “c”, & 195, § 6º, CF; • Origem: EC nº 42 de 19/12/03; • Regra de Eficácia; • Exceções: Art. 150, § 1º. QUADRO DE EXCEÇÕES CONSTITUCIONAIS DAS ANTERIORIDADES ANUAL NONAGESIMAL Empréstimos Compulsórios (Guerra ou Calamidade) (art. 148, I, da CF) Empréstimos Compulsórios (Guerra ou Calamidade) (art. 148, I, da CF) ICG (art. 154, II, da CF) ICG (art. 154, II, da CF) II, IF, IPI, IOF (art. 153, I, II, IV, V, da CF) II, IF, IR, IOF (art. 153, I, II, III, V, da CF) Cont. Sociais Seguridade Social (art. 195, § 6º, da CF) Base de Cálculo IPVA & IPTU (art. 155, III, da CF) (art. 156, I, da CF) ICMS + CIDE – Combustíveis (art. 155, § 4º, IV, "c", da CF (art. 177, § 4º, I, "b", da CF) 21 Princípio da Vedação ao Confisco • Art. 150, IV, CF/88; • Vetor Axiológico do direito de propriedade; • STF = Análise Total da Carga Tributária (ADI nº 2.010/DF) ; • Perspectiva Estática e Dinâmica da Tributação; • Confisco nas penalidades (ADI nº1.075/DF & 551/RJ). Princípio da Liberdade de Tráfego • Arts. 5º, XV & 150, V, CF “nada impede que existam tributos que atinjam a circulação (ICMS, por exemplo). No entanto, eles devem-se mostrar razoáveis para que a tributação não signifique impedimento à liberdade de circulação das pessoas, bem como de seus bens’ João Marcelo Rocha. • Natureza Jurídica do Pedágio Jurisprudência TRIBUTÁRIO E CONSTITUCIONAL. PEDÁGIO. NATUREZA JURÍDICA DE PREÇO PÚBLICO. DECRETO 34.417/92, DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. CONSTITUCIONALIDADE. 1. O pedágio cobrado pela efetiva utilização de rodovias conservadas pelo Poder Público, cuja cobrança está autorizada pelo inciso V, parte final, do art. 150 da Constituição de 1988, não tem natureza jurídica de taxa, mas sim de preço público, não estando a sua instituição, consequentemente, sujeita ao princípio da legalidade estrita. 2. Ação direta de -· inconstitucionalidade julgada improcedente. (ADI 800, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em 11/06/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-125 DIVULG 27-06- 2014 PUBLIC 01-07-2014) Princípio da Transparência Art. 150, § 5º, CF Elemento Social Lei nº 12.741/12 Benefícios Fiscais: Lei específica (§6º) Exceção: CONFAZ? 22 Princípio da Unidade Geográfica Art. 151, I, CF União: Tributação Federal Proteção ao pacto federativo (Art. 1º, CF) & Desigualdades Regionais (Art. 3, III, CF) Exceção: Desenvolvimento Uniforme da Região (Art. 43, §2, III, CF) ZFM (Art. 40, 92 & 92- A, ADCT Princípio da Uniformidade na Renda • Art. 151, II, CF; • Corolário da isonomia Proteção: • a) Seleção de Servidores; • b) Emissão de Títulos da Dívida Pública. Princípio da Proibição das Isenções Heterônomas Art. 151, III, CF/88 Inovação Constitucional Autonomia Federativa (Art. 18, CF/88) Exceções: • ISS – Exportações (Art. 156, § 3º, II, CF); • ICMS – Exportações (Art. 155, § 2º, XII, e, CF); • Tratados e Convenções Internacionais (Art. 96, CTN) + Art. 21, I + Art. 84, VIII, CF/88. 23 Entendimento Sumulado • Súmula 575, STF. A mercadoria importada de país signatário do GATT, ou membro da ALALC, estende-se a isenção do imposto sobre circulação de mercadorias concedida a similar nacional. • Súmula 20, STJ. A mercadoria importadade país signatário do GATT é isenta do ICM, quando contemplado com esse favor o similar nacional. • Súmula 71, STJ. O bacalhau importado de país signatário do GATT é isento do ICM. Princípio da Não Discriminação de Procedência ou Destino • Art. 152, CF/88; • Aplicabilidade; • Proteção ao Pacto Federativo; • IPVA veículo importado (STF, AI: 203.845/RJ). AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. TRIBUTÁRIO. ICMS. BENEFÍCIO FISCAL. REDU- ÇÃO DA CARGA TRIBUTÁRIA CONDICIONADA À ORIGEM DA INDUSTRIALIZAÇÃO DA MER- CA DORIA. SAÍDAS INTERNAS COM CAFÉ TORRADO OU MOÍDO. DECRETO DE 35.528/2004 DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. VIOLAÇÃO DO ART. 152 DA CONSTITUÇÃO. O Decreto 35.528/2004, do estado do Rio de Janeiro, ao estabelecer um regime diferenciado de tributa- ção para as operações das quais resultem a saída interna de café torrado ou moído, em função da procedência ou do destino de tal operação, viola o art. 152 da Constituição. Ação Direta de Inconstitucionalidade conhecida e julgada procedente. (STF – ADI: 3389 RJ , Relator: Min. JOA- QUIM BARBOSA, Data de Julgamento: 06/09/2007, Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJe-018 DIVULG 31-01-2008 PUBLIC 01-02-2008 EMENT VOL-02305-01 PP-00168). IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS Não Incidência Isenção Alíquota Zero 24 “A imunidade é uma regra negativa de competência. A Constituição Federal fixa competências tributárias de maneira positiva, prevendo os tributos que cada ente federado poderá instituir e, de maneira negativa, afastando a possibilidade desses mesmos entes tributarem determinadas situações”. Robinson Sakiyama Barreirinhas Características Limitação de Competência CF/88 Denominação Jurídica Proteção Política X Histórica Subjetivas X Objetiva X Mista Autoaplicáveis X Não autoaplicáveis Obrigações Tributárias Quadro das Imunidades Gerais dos Impostos IMUNIDADE Previsão na CFRB Previsão no CTN Recíproca 150, VI, "a" 9º, IV, "a" Templos de Qualquer Culto 150, VI, "b" 9º, IV, "b" Instituições (PP, FPP, ST, EA) 150, VI, "c" 9º, IV, "c" Cultural 150, VI, "d" 9º, IV, "d" Obras Musicais Nacionais 150, VI, "e" Sem previsão Imunidade Recíproca 25 • Art. 150, VI, “a”, CF + Art. 9º, IV, a, CTN; • Autonomia dos Entes Federados (Arts. 18 & 60, § 4º, I, CF/88); • Autarquias e Fundações: Art. 150, § 2º, CF; • Finalidade essencial e decorrente; • Atividade Econômica: Art. 150, § 3º, CF. Jurisprudência e Súmulas • Empresas Públicas & Sociedade de Economia Mista • A) INFRAERO (RE 638.315/BA) • B) CORREIOS em atividade própria (RE 407.099/RS) & em atividade extra (RE 601.392/PR). • D) CAERD (AC 1.550-2/RO) & CODESP (RE 253.472/SP) 26 Imóveis • Pagamento – IPTU Súmula nº 583, STF. Promitente-comprador de imóvel residencial transcrito em nome de autarquia é contribuinte do imposto predial territorial urbano. • Aquisição – ITBI Súmula 75, STF. Sendo vendedora uma autarquia, a sua imunidade fiscal não compreende o imposto de transmissão "inter vivos", que é encargo do comprador. Inovações 27 Inovações Imunidade Religiosa • Art. 150, VI, “b”, CF + Art. 9, IV, b, CTN; • Estado Laico (Art. 19, I, CF); • Proteção de crença e local do culto (Art. 5º, VI, CF); • Acepção da Palavra “Templo”; • Entidade (§ 4º). 28 Jurisprudência e Súmulas Maçonaria (RE 562.351/RS) Cemitérios (RE 578.562/BA) IPTU de Imóvel Alugado (RE 325.822/SP) IR oferta e arrendamentos ICMS dos Artesanatos Religiosos Imunidade das Instituições Imunidade das Instituições • Art. 150, VI, “c”, CF + Art. 9º, IV, c, CTN; • Atuação Social das Instituições; • Pluripartidarismo: art. 1º, V e 17, CF; • Dupla Imunidade Assistência: Art. 195, § 7º, CF; • LC = Art. 14, CTN: Requisitos; • Presunção (RE 470.520/SP); • Remuneração Dirigentes: Art. 12, § 2º e § 4º, Lei nº 9.532/97. 29 • Escola Profissionalizante (RE 235.737/SP) • Espaço de Recreação e Lazer (RE 236.174/SP) • ICMS (RE 186.175/SP) Jurisprudência e Súmulas • Previdência Privada Fechada: Súmula 730, STF. A imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem fins lucrativos pelo art. 150, VI, c, da Constituição, somente alcança as entidades fechadas de previdência social privada se não houver contribuição dos beneficiários. Imunidade Cultural • Art. 150, VI, “d”, CF + Art. 9º, IV, d, CTN; • Acesso a Cultura; • Livraria (RE 206.774/RS); • Insumos: Derivações do papel (RE 199.183/SP); • Súmula 657, STF. A imunidade prevista no art. 150, VI, d, da CF abrange os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos. 30 Jurisprudência e Súmulas • Tintas (RE 216.857/RS) Secagem (RE 204.234/RS) • Tiras em plástico (RE AgR 208.638/RS) • Serviços Gráficos (RE 659.637/MG) • Serviços de entrega de jornais (RE 530.121/PR) • Equipamento de parque gráfico (RE 215.798/RS) Livro em Plástico & Brinquedo (RE 640.474/SP) Maquinário (RE 202.149/RS – Carmem Lúcia) Apostila (RE 183.403/SP) Propagandas (RE 213.094/ES) Lista telefônica (RE 199.183/SP) Álbuns de Figurinhas (RE 222.239/SP) Meios Eletrônicos (RE 330.817 & 595.676) Nem penso que o vocábulo "papel" seja essencial ao conceito desse bem final. Com efeito, o suporte das publicações é apenas o continente (corpus mechanicum) que abrange o conteúdo (corpus misticum) das obras, não sendo ele o essencial ou o condicionante para o gozo da imunidade. Ministro Dias Toffoli Imunidade Musical • Art. 150, VI, “e”, CF “fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser”. (EC nº 75, 15/10/13). Obra/status Imune Imune Imune Não Imune Autor Nacional Nacional Estrangeiro Estrangeiro Intérprete Nacional Estrangeiro Nacional Estrangeiro 31 Imunidades Específicas ESPÉCIES Previsão na Constituição Taxas Artigo 5º, XXXIV;LXXIII;LXXVI;LXXXVIIArtigo 206, IV e 226, § 1º CIDE e Contribuições Sociais Artigo 149, § 2º, I Contribuições sociais da seguridade social Artigos 195, II e 195, § 7º Todos os impostos Artigo184, § 5º Todos os impostos exceto II, IE e ICMS Artigo 155 § 3º ITBI Artigo 156, § 2º, I IPI Artigo 153, § 3º, III ITR Artigo 153, § 4º, III ICMS Artigos 155, § 2, X, a, b, c, d; 155 § 5º DIREITO TRIBUTÁRIO RAFAEL NOVAIS PARTE 02 APRESENTAÇÃO DIREITO TRIBUTÁRIO Analisa os aspectos jurídicos e práticos do tributo na ótica constitucional e infraconstitucional, tendo como base a análise dos princípios constitucionais tributários e os tributos em espécie. Professor(a): Rafael Novais DIREITO TRIBUTÁRIO 3 DIREITO TRIBUTÁRIO Legislação Tributária – Artigo 96 do CTN VIGÊNCIA, APLICAÇÃO, INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA Vigência da Legislação Tributária a) No Espaço: Art. 102, CTN b) No Tempo: Arts. 101, 103 e 104, CTN. + Art. 1º, LINDB (Dec. Lei nº 4.657/42) Aplicação da Legislação Tributária • Regra: Irretroatividade CTN, Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início mas não esteja completa nos termos do artigo 116. 4 Exceções • Art. 106, CTN• Art. 106, CTN Deixar de tratar como contrário a ação ou omissão Comine penalidade menos severa Deixar de Definir como Infração Lei Interpretativa Exceções • Art. 144, § 1º, CTN § 1º Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros. Interpretação e Integração • Características: a) Previsão Tributária(Art. 107, CTN) b) Integração da Legislação (Art. 108, CTN) Utilização dos Institutos do Direito Privado (Arts. 109 e 110, CTN) Art. 109. Os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da definição, do con- teúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas não para definição dos respecti- vos efeitos tributários. Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Mu- nicípios, para definir ou limitar competências tributárias. Interpretação Literal (Art. 111, CTN) Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre: 5 I – suspensão ou exclusão do crédito tributário; II – outorga de isenção; III – dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias. Dúvida (Art. 112, CTN) OBRIGAÇÕES TRIBUTÁRIAS E O FATO GERADOR Obrigações Tributárias Características (Art. 113, CTN): • Principal (Tributo + Multa) – Previsão em Lei (Art. 114, CTN) • Acessória (Deveres Instrumentais) – Previsão em Legislação (Art. 115, CTN) • Relativa Independência • Conversão da Obrigação Acessória (Art. 113, § 3º, CTN) Elisão Fiscal ≠ Evasão Fiscal ≠ Elusão Fiscal • Regra Antielisão/elusão Fiscal: Art. 116, § Único, CTN. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária. Negócios Jurídicos Condicionais (Art. 121, CC + Art. 117, CTN): • Suspensiva (Inciso I) • Resolutória (Inciso II) Interpretação do Fato Gerador: Art. 118, CTN a) Abstração da validade dos atos e natureza do objeto (Inciso I) b) Abstração dos Efeitos (Inciso II) Natureza Econômica & “pecunia non olet” 6 SUJEITOS DA RELAÇÃO TRIBUTÁRIA Sujeito Ativo • Pessoa Jurídica de Direito Público (Art. 119, CTN) • Pessoa Jurídica de Direito Público (Art. 119, CTN) • Subrrogação (Art. 120, CTN) Sujeito Ativo Competência em sentido estrito Instituir/Criar tributo (indelegável) Capacidade ativa Arrecadar, Fiscalizar e Executar (delegável) Competência em sentido amplo (gênero) • Subrrogação (Art. 120, CTN) Sujeito Passivo • Obrigação Principal: Art. 121, § Único, CTN• Obrigação Principal: Art. 121, §§ Único, CTN Sujeito Passivo Sujeito Passivo Contribuinte De Direito De Fato Responsável Vinculação • Obrigações Acessórias: Art. 122, CTN • Convenções Particulares: Art. 123, CTN CTN, Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias corresponden- tes. • Solidariedade Tributária: Art. 124, CTN • Efeitos: Art. 125, CTN I. Pagamento II. Isenção ou Remissão III. Interrupção Prazo Prescrição 7 • Capacidade Tributária: Art. 126, CTN a) Civil ≠ Tributário b) Abstração da validade (Art.118, CTN) • Domicílio Tributário: Art. 127, CTN a) Importância & Regra – “Domicílio de Eleição” b) Espécies: Incisos + § 1º RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA Responsabilidade por Sucessão • Momento de aplicação: CTN, Art. 129. O disposto nesta Seção aplica-se por igual aos créditos tributários defini- tivamente constituídos ou em curso de constituição à data dos atos nela referidos, e aos constituídos posteriormente aos mesmos atos, desde que relativos a obrigações tributárias surgidas até a referida data. • Aquisição Imobiliária (Art. 130, CTN) • Exceções: Prova da Quitação & Hasta Pública • Aquisição e Remição de Bens Móveis (Art. 131, I, CTN) • Remissão X Remição (Art. 876, CPC) • Responsabilidade Seguradora sobre tributos de Veículos Furtados (REsp 692.619) • Aplicação Análoga da Arrematação em Hasta Pública (REsp 807.455/RS – 2ª T & REsp 905.208/SP – 3º T) • Sucessão Causa Mortis (Art. 131, II e III, CTN) – Inversão natural na sequência dos Incisos – Responsabilidade pelo Crédito Tributário: Tributo + Multa (REsp 499.147/PR – 1ª T) (REsp 86.149/RS – 2ª T) Sucessão Empresarial • Responsabilidade pela Fusão, Transformação e Incorporação: Art. 132, CTN. a) Cisão parcial ou total (Art. 233, Lei nº 6.404/76) b) Exploração por Sócio remanescente c) Exploração pelo Espólio 8 • Responsabilidade por Aquisição: Art. 133, CTN – Requisitos & Espécies – Exceções na Falência e Recuperação de Empresas (§ 1º) – Exceção da Exceção (§ 2º) Responsabilidade de Terceiro • Dever legal: Art. 134, CTN – Responsabilidade tecnicamente Subsidiária – Requisitos: I. Impossibilidade de exigência do Contribuinte. II. Ação ou Omissão Imputada a Terceiro • Responsabilidade Pessoal do terceiro: Art. 135, CTN • Atuação excessiva e infracional Súmula nº 430, STJ. O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera, por si só, a responsabilidade solidária do sócio-gerente. Súmula nº 435, STJ. Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redireciona- mento da execução fiscal para o sócio-gerente Responsabilidade por Infração • Responsabilidade OBJETIVA: Art. 136, CTN Possibilidade de responsabilização Subjetiva • Responsabilidade Pessoal: Art. 137, CTN I. Cometer Infração tipificada como Crime ou Contravenção. II. Quando o Dolo específico seja elementar do Tipo Penal III. Quando o Sujeito utiliza de Dolo Específico 9 • Denúncia Espontânea: Art. 138, CTN – Multa punitiva e moratória (REsp nº 1.232.357/SP) – Obrigação Acessória (AREsp nº 534.943/RS) – Parcelamento (REsp nº 284.189/SP) Súmula nº 208, TFR. A simples confissão da dívida, acompanhada do seu pedido de parcela- mento, não configura denúncia espontânea. Súmula nº 360, STJ. O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo. DIREITO TRIBUTÁRIO RAFAEL NOVAIS PARTE 02 APRESENTAÇÃO DIREITO TRIBUTÁRIO Analisa os aspectos jurídicos e práticos do tributo na ótica constitucional e infraconstitucional, tendo como base a análise dos princípios constitucionais tributários e os tributos em espécie. Professor(a): Rafael Novais DIREITO TRIBUTÁRIO 3 DIREITO TRIBUTÁRIO CRÉDITO TRIBUTÁRIO Lançamento Tributário CTN, Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Características: a) Ato/Procedimento: “Fase contenciosa & litigiosa” b) Competência Privativa/Exclusiva c) Atividade Vinculada: Art. 142, P.Ú., CTN d) Relativa Presunção de Legitimidade Modalidades de Lançamento Modalidades de Lançamento De Ofício Por Homologação Por Declaração 4 TRIBUTÁRIO. LANÇAMENTO FISCAL. REQUISITOS DO AUTO DE INFRAÇÃO E ONUS DA PROVA. O LANÇAMENTO FISCAL, ESPECIE DE ATO ADMINISTRATIVO, GOZADA PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE; ESSA CIRCUNSTANCIA, TODAVIA, NÃO DISPENSA A FAZENDA PÚBLICA DE DEMONSTRAR, NO CORRESPONDENTE AUTO DE INFRAÇÃO, A METODOLOGIA SEGUIDA PARA O ARBITRAMENTO DO IMPOSTO – EXIGENCIA QUE NADA TEM A VER COM A INVERSÃO DO ONUS DA PROVA, RESULTANDO DA NATUREZA DO LANÇAMENTO FISCAL, QUE DEVE SER MOTIVADO. RECURSO ESPECIAL NÃO CONHECIDO. (STJ – REsp nº 48.516/SP, Relator: Ministro ARI PARGENDLER, Data de Julgamento: 23/09/1997, T2 – SEGUNDA TURMA). SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO CTN, Art. 151. Suspendem a exigibilidade o créditotributário: I – moratória; II – o depósito do seu montante integral; III – as reclamações e os recursos, nos termos das lei reguladoras do processo tributário administrativo; IV – a concessão de medida liminar em mandado de segurança; V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial; VI – o parcelamento Súmula Vinculante 21. É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo. Súmula nº 373, STJ. É ilegítima a exigência de depósito prévio para admissibilidade de recurso administrativo. EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO CTN, Art. 156. Extinguem o crédito tributário: I – o pagamento; II – a compensação; III – a transação; IV – remissão; V – a prescrição e a decadência; VI – a conversão de depósito em renda; VII – o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no artigo 150 e seus §§ 1º e 4º; 5 VIII – a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo 164; IX – a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória; X – a decisão judicial passada em julgado. XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei. Parágrafo único. A lei disporá quanto aos efeitos da extinção total ou parcial do crédito sobre a ulterior verificação da irregularidade da sua constituição, observado o disposto nos artigos 144 e 149. TRIBUTÁRIO. IMPOSTO PREDIAL E TERRITORIAL URBANO. ESBULHO POSSESSORIO PRATICA- DO PELO PROPRIO MUNICIPIO QUE EXIGE OTRIBUTO. OS LITIGIOS POSSESSORIOS ENTRE PAR- TICULARES NÃOAFETAM A OBRIGAÇÃO DE PAGAR O IMPOSTO PREDIAL E TERRITORIAL URBA- NO, RESOLVENDO-SE ENTRE ELES A INDENIZAÇÃO ACASO DEVIDA A ESSE TITULO; JA QUEM, SENDO CONTRIBUINTE NA SO CONDIÇÃO DE POSSUIDOR, E ESBULHADO DA POSSE PELO PRO- PRIO MUNICIPIO, NÃO ESTA OBRIGADO A RECOLHER O TRIBUTO ATE NELA SER REINTEGRA- DOPOR SENTENÇA JUDICIAL, A MINGUA DO FATO GERADOR PREVISTO NOART. 32/CTN, CON- FUNDINDO-SE NESSE CASO O SUJEITO ATIVO E O SUJEITO PASSIVO DO IMPOSTO. AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO. (STJ – AgRg no Ag: 117895 MG 1996/0044328-9, Relator: Ministro ARI PARGENDLER, Data de Julgamento: 10/10/1996, T2 – SEGUNDA TURMA, Data de Publica- ção: DJ 29/10/1996 p. 41639). EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO CTN, Art. 175. Excluem o crédito tributário: I – a isenção; II – a anistia. Parágrafo único. A exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou dela consequente. apostila-ea-banking-direito-tributario-parte-1-rafael-novais apostila-ea-banking-direito-tributario-parte-2-rafael-novais apostila-ea-banking-direito-tributario-parte-3-rafael-novais
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