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TEXTO 1_II BIM_2022_MATERIAL 1

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TEXTO 1_II BIM_2022 – COMO APLICAR AS CITAÇÕES E AS COERÊNCIA DE TEXTO
file:///C:/Documents%20and%20Settings/CCE/Meus%20documentos/Downloads/83-126-1-PB%20(2).pdf 
1 - OS RECURSOS QUE AS CITAÇÕES PERMITEM
Como já discutimos em textos anteriores, o desenvolvimento da ciência é dirigido pela produção e pelo fluxo de informação. Esse contato com o saber é que gera conhecimento. Dentro disso, uma das obrigações dos pesquisadores é disseminar o conhecimento científico através da divulgação dos resultados de qualquer investigação, disponibilizando-os para a comunidade e, dessa forma, reforçando e mantendo o processo de comunicação científica. No entanto, mesmo antes de falarmos em texto científico, já fizemos esse contato com citações em outras situações de nossas vidas. Em tempos de internet, corriqueiramente recebemos textos assinados por grandes autores, achamos bonitas as palavras e até passamos adiante por meio das mais diversas e atuais ferramentas tecnológicas.
É justamente sobre essa divulgação via internet que o blog “poeme-se” traz algumas considerações, questionando como é possível saber quem é realmente o autor de uma citação. São discutidos diversos casos de autorias atribuídas de forma equivocada. Problemática que inspirou a estampa da mais nova camiseta do site, uma ideia ousada com uma frase atribuída a Machado de Assis (!): “O problema das citações da internet é que nunca sabemos se elas são verdadeiras”, assinada por Machado de Assis, com sua data de nascimento e morte, muito antes da evolução da internet.
Tomemos como exemplo apenas os três primeiros destaques. A frase que muitos citam, atribuindo os créditos a Maquiavel, mas que provavelmente foi feita por alguém que buscava resumir as ideias do autor: “Os fins justificam os meios”. Outro exemplo é a frase do poema MUDE: “Mude. Mas comece devagar, porque a direção é mais importante que a velocidade”, que geralmente é atribuída a Clarice Lispector, mas que possui registro oficial na Fundação Biblioteca Nacional do Ministério da Cultura, sendo de Edson Marques. Ainda o texto: “A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original”, conferida a Albert Einstein, por sua genialidade, mas advinda do médico americano Oliver Wendell Holmes.
Não queremos, com esses exemplos, deixar entender que essas frases precisam parar de ser citadas ou disseminadas. Podemos continuar admirando-as, desde que seu uso não tenha finalidade científica, ou seja, se para ser científico, o objeto precisa ser comprovado, somente podemos colocar algo, em nosso texto, que permita ao nosso leitor ter acesso à fonte verdadeira. Caso contrário, estamos comprometendo a essência desse gênero textual. Esse deve ser o comportamento geral entre os cientistas, pois enquanto outros procedimentos são específicos de cada área do conhecimento, a comunicação científica tem a mesma importância para todas as áreas, conforme já apontaram Vans e Caregnato (2003).
As autoras salientam que o termo literatura científica se refere à existência de publicações que contêm a documentação dos trabalhos produzidos pelos cientistas. Esse acesso ao conhecimento já registrado faz referência às ideias e resultados de pesquisas de autores anteriores, gerando uma lista de referências bibliográficas a serem consultadas. Embora, formalmente haja um reconhecimento de que as citações indicam a atividade científica, ainda é subjetivo o comportamento dos pesquisadores ao realizarem o processo. Desse modo, o mínimo que se espera de cada um desses disseminadores do conhecimento é o aprendizado das normas que regem o procedimento e a honestidade e fidelidade em sua disseminação.
2 - APRENDENDO A FAZER CITAÇÕES
Comecemos essa fase de aprendizado, tomando como nosso “livro de cabeceira” as Normas para apresentação gráfica de trabalhos científicos segundo a ABNT (2002), de acordo com a NBR 10520. O documento considera as citações como sendo de fundamental importância para o enriquecimento da pesquisa, visto que expõem o posicionamento de diferentes autoridades com experiência no assunto.
No entanto, deixa claro o que não se pode, de forma alguma fazer: transcrever integralmente, ou parcialmente um conteúdo de outro autor, sem fazer a devida referência. De acordo com a NBR 10520 da ABNT (2002), a citação é “menção no texto de uma informação colhida em outra fonte. Pode ser uma transcrição ou paráfrase, direta ou indireta, de fonte escrita ou oral”. Assim, tem-se divididos os três tipos de citação: direta, indireta e citação de citação.
A primeira, pode ser chamada de Citação direta ou literal, reconhecida por ser a transcrição exata de palavras e trechos de um autor, seguindo integralmente sua redação, ortografia, acentuação e pontuação. Caso seja feita, a citação deverá conter o nome do autor ou da instituição responsável ou do título de entrada, seguida do ano de publicação e da página consultada. Ela pode ser ainda curta ou longa.
Quando as transcrições no texto atingem até três linhas devem estar realizadas entre aspas duplas. Exemplo: Segundo Severino (2007, p. 171) “tão logo iniciada a digitação, o usuário deve dar início ao salvamento do texto, evitando risco de perdas das partes já digitadas”. Quando a citação direta for composta por mais de três linhas, deve ser apresentada num parágrafo independente, recuado a 4 cm da margem esquerda, com letra menor (tamanho 10), sem parágrafo na primeira linha da citação e em espaço simples (1,0). Exemplo:
O comando para salvar um texto encontra-se no menu arquivo, sob a designação salvar como e este o comando que deve ser usado quando se tratar do primeiro salvamento do texto e toda vez que se vai gravar pela primeira vez num disquete. Quando se tratar de ir salvando as demais partes do texto, à medida que forem sendo digitadas, basta servir-se do comando salvar ou do correspondente ícone (SEVERINO, 2007, p. 171-172).
Na opinião de Carvalho (1975, p.119), não se pode esperar que todos os autores sejam cuidadosos, objetivos e conscientes no momento de mencionar suas fontes de consulta. Alguns pecam por excesso, outros por omissão. No entanto, algumas omissões podem seriamente prejudicar nosso trabalho como um todo. Neste caso, por exemplo, das citações diretas, não podemos esquecer, de forma alguma, de inserir o sobrenome do autor, o ano e a página. Essa referência no corpo do texto obrigatoriamente deve ser realizada, sob pena de os trechos serem considerados plágio, demonstrando assim a credibilidade da pesquisa realizada, seguindo as regras da ABNT, o que discutiremos mais a diante.
A Citação indireta, por sua vez, consiste na transcrição não literal do que diz o autor, feita a partir da interpretação de um texto consultado, do qual se quer retirar uma parte importante, fazendo um resumo com as próprias palavras (paráfrase), mas, não deixando de respeitar a ideia do autor. Nesse caso, não se utilizamos aspas, nem fazemos menção à página. Tomemos como exemplo as palavras de Severino sobre a internet como fonte de pesquisa: A internet é responsável por eliminar barreiras de tempo e espaço, permitindo o acesso a milhares de informações armazenadas em seus Web sites, por meio dos quais se pode consultar e colher elementos informativos de toda ordem (SEVERINO, 2007).
Vale acrescentar que essa menção ao nome do autor e ao ano pode ocorrer no próprio texto, antes da citação com apenas a primeira letra do nome maiúscula, ou depois da citação, dentro dos parênteses, com todas as letras maiúsculas. Observemos o mesmo exemplo, colocando o nome do autor anteriormente. Teríamos: Segundo Severino (2007), a internet é responsável por eliminar barreiras de tempo e espaço... Essa opção de mencionar o autor no próprio texto, antes da citação, ou depois dela, pode ocorrer nos três tipos de citações, dependendo da escolha de quem escreve.
Por último, a citação de citação, realizada quando o autor do trabalho acadêmico utiliza uma citação direta ou indireta de outro texto, já que não teve acesso ao original. De forma bem geral seria citar algum autor quejá tenha sido citado por outro. Nesse caso, a expressão latina apud (que tem o mesmo sentido de citado por, conforme, de acordo com e segundo) identifica ser esse tipo de citação. Pode ser usada tanto no texto como em notas de rodapé. A menção tem início com o sobrenome do autor original e ano (no caso de citação direta, a página) apud sobrenome do autor que fez a citação e demais complementos (ano e página) conforme necessário. Voltemos a um exemplo retirado do livro de Severino (2007).
Na página 87, Severino faz uma citação direta do autor Maritain (1994, p. 38). Caso eu, escrevendo meu texto científico, quisesse citar a mesma frase, eu precisaria fazer uma citação de citação, visto ser Severino o autor da obra que eu teria em mãos. Exemplo: “o ato da mente pelo qual ela afirma ou nega alguma coisa, unindo ou separando dois conceitos por intermédio de um verbo” (MARITAIN, 1994, p. 38, apud SEVERINO, 2007, p. 87). Caso fossem mencionados antes do texto: De acordo com Maritain, (1994, p. 38), apud Severino (2007, p. 87): “o ato da mente pelo qual ele afirma...”.
Esse sistema, da escolha e escrita das citações é denominado sistema Autor- data, que conforme NBR 10520/2002 da ABNT, ocorre no corpo do texto, indicando a fonte pelo sobrenome do autor em caixa alta e baixa, seguida da data de publicação do documento entre parênteses. As citações devem ser feitas através do sistema autor-data, em que se deve colocar o sobrenome do autor ou da instituição responsável ou título de entrada, seguido da data de publicação do documento, separado por vírgula. Caso indique apenas um trecho da obra, depois do ano coloca-se a vírgula, a abreviatura de página (p.) e finalmente o número da página. Exemplos: (IBGE, 2008) ou (SILVA, 2008, p. 22). Citação no corpo do texto: Severino (2007, p. 174) expõe que as citações são os elementos retirados dos documentos pesquisados...Indicação de autor dentro de parênteses: As citações são os elementos retirados dos documentos pesquisados... (SEVERINO, 2007, p. 174). Nem sempre, a obra citada, foi escrita por apenas um autor. Assim, caso sejam até três autores, eles devem ser separados por ponto e vírgula. ex: (SILVA; CHAUÍ; VARGAS, 2000).
Caso a citação seja de uma obra de mais de três autores, apenas o nome do primeiro aparece, seguido pela expressão latina et al., indicando todos os outros que não aparecem: (SOBREIRA et al., 1996, p.30). Caso queiramos citar várias obras de um mesmo autor publicadas no mesmo ano, a diferenciação far-se-á por letras (CHAUI, 2001a, p.35), (CHAUI, 2001b, p.60), (CHAUI, 2001c, p. 550).
Há, ainda, a probabilidade de citarmos vários autores, que tiveram o mesmo pensamento, por nós citado. Nesse caso, todos devem aparecer, em ordem alfabética. Ex (ALMEIDA, 2007; CHAUÍ, 2001, SANTOS, 2000).
3 - OS SISTEMAS DE NOTAS DE RODAPÉ
Outro sistema é o das notas de rodapé, que vem através da sequência numérica para a indicação do autor da obra citada, podendo ter algumas variações. Caso o autor seja citado várias vezes no texto, na primeira nota, coloca-se a citação da obra com referência completa.
Na segunda menção, insere-se a expressão latina ibidem ou ibid. (que significa, na mesma obra), indicando que a obra citada é a mesma da imediatamente anterior. Deve ser indicada na mesma página ou folha de citação a que se refere: ¹ SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 23. ed. São Paulo: Cortez, 2007. ²Ibid., p. 70.
A expressão idem ou id. indica obras do mesmo autor anteriormente citado. Coloca-se na mesma página ou folha de citação a que se refere. ¹MEDEIROS, João Bosco. Português instrumental. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1996, p. 60. ²Id., Redação científica. São Paulo: Atlas, 1998, p. 76.
A expressão op. cit. (obra citada) é usada no caso de ocorrerem citações que se repetem, mas intermediadas por outros autores. ¹ SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 23. ed. São Paulo: Cortez, 2007. ²MEDEIROS, João Bosco. Português instrumental. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1996, p. 60. ³SEVERINO, op. cit., p. 21. Por último, retomando, aparece a expressão apud (citado por), que indica um autor citado por outro autor. ¹ MARITAIN, 1994, p. 38, apud SEVERINO, 2007, p. 87.
RESUMO: Se escrevemos com nossas palavras o que alguém já disse, estamos diante de uma citação indireta, mas mesmo assim, mencionamos a fonte sem ponto aqui e com ponto só no fim (SOBRENOME, 2018). Se copiamos “igualzinho, já que sabemos que pode existir cópia diferente, colocamos entre aspas, caso seja até três linhas e precisamos da página” (SOBRENOME, 2018, p. 2). Lembrando que o autor pode ser citado antes, no seu texto, assim, por exemplo, segundo Fulano (ANO), e aí escrevemos com nossas palavras o que precisamos dizer. PONTUAÇÃO: Quando fazemos a citação em nosso texto e usamos expressões como Segundo Fulano (ANO), ou De acordo com Fulano (ANO), elas devem vir seguidas de vírgula. No entanto, essa vírgula não ocorre caso comecemos pelo autor, que funcionará como sujeito. Fulano (ANO) afirma que.... (Não se separa com vírgula o sujeito do resto da oração.
4 – OS CUIDADOS COM A LINGUAGEM CIENTÍFICA
Como observamos no início de nossas conversas escritas, temos uma infinidade de textos e, na hora de escrever, precisamos estar aptos para reconhecer e enquadrar nossa escrita dentro de cada estrutura. É necessário que cada tipo de composição esteja de acordo com o que seu escritor deseja expressar. No caso da redação científica alguns pontos são relevantes para a condução dessa informação: a ressaltar seu caráter formal e impessoal.
De modo bem simples e explicativo, por linguagem formal entendemos aquela que empregamos em situações que exigem de nós certa seriedade. Aquela para a qual nos preparamos nos bancos escolares, para realizarmos os tão diversos e temidos exames. Podemos também empregá-la na oralidade, quando pretendemos demonstrar respeito e consideração, geralmente, por pessoas mais velhas ou de um cargo superior ao nosso, ou ainda quando precisamos elaborar um discurso para ser pronunciado a um grupo maior de pessoas.
É importante considerarmos que esse emprego da linguagem formal não exclui a possibilidade de empregarmos a linguagem informal, em outras ocasiões. Em casa, com os familiares, nos grupos com os quais convivemos ela é totalmente cabível. Não falamos aqui em uma forma correta e outro errada, uma melhor e outra pior, mas tratamos de ADEQUAÇÃO, ou seja, nossa fala e escrita devem estar adequadas às diversas circunstâncias sociais com as quais estabelecemos contato.
Além da formalidade, outra característica do texto científico é a impessoalidade, que apaga qualquer marca específica da pessoa, do escritor, em si, procurando dar a ideia de algo geral. Portanto, deve-se evitar a construção da escrita em primeira pessoa, seja do singular como em: “Eu concluo, ou afirmo..., ou do plural: “Percebemos, verificamos...”. Essas marcas pessoais cedem espaço a uma escrita impessoal: “Verifica-se, nota-se, é importante afirmar., analisar-se-á, foi dito que...”.
Vale ainda, fazer uso de uma linguagem concisa e direta, por meio de classes principais como substantivos e verbos, evitando adjetivação extrema ou muitos advérbios. Por mais que o texto científico peça uma clareza na exposição das ideias, sua construção deve ocorrer de forma clara, precisa e concisa, evitando repetições e parágrafos longos demais. É importante dividir o assunto em partes, exprimindo uma unidade de raciocínio. Quando mudamos o que querermos dizer, temos a necessidade de outro parágrafo.
4.1 SOBRE A COESÃO E A COERÊNCIA NA REDAÇÃO
Quando falamos em coesão textual entendemos a respeito dos mecanismos que nossa língua possui para “ligar”, relacionar as palavras, frases ou parágrafos de um texto, garantindo organização e continuidade. Esses elementos podem indicar
Oposição ou contraste: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, embora, contra, apesar de, não obstante, ao contrário, etc. - causa e consequência: porque, visto que, em virtude de, uma vez que, devido a, por motivo de, graças a,em razão de, em decorrência de, por causa de, etc.
Finalidade: a fim de, a fim de que, com intuito de, para, para a, tanto quanto, tanto mais, a menos que, etc. - esclarecimento: vale dizer, ou seja, quer dizer, isto é, etc. - proporção: à medida que, à proporção que, ao passo que, tanto quanto, tanto mais, a menos que, etc.
Tempo: em pouco tempo, logo que, assim que, antes que, depois que, em vista disso, etc. - condição: se, caso, contanto que, a não ser que, a menos que, etc. - conclusão: portanto, então, logo, por isso, por conseguinte, pois, de modo que, em vista disso, etc.
Esses elementos coesivos podem ser utilizados na construção das citações. Pode-se, por exemplo, ao se remeter a um autor, começar pelo seu sobrenome, seguido de algumas expressões também coesivas, como:
"Fulano (ANO, p. 00) afirma que, conceitua, aponta que, assevera, ressalta, considera, apresenta reflexões sobre ... De acordo com Fulano (ANO)... De acordo com os dados obtidos no trabalho de... Conforme as estatísticas demonstradas... É o que se pode verificar, por exemplo, na tabela, ou no gráfico... Com base nos autores consultados verifica-se ou observa-se, ou nota-se.
Os dados permitem afirmar que... Em um primeiro momento é importante ressaltar... Nessa perspectiva, faz-se interessante saber... Como reflexo desta situação, é possível demonstrar, ou evidenciar... Salientando-se ainda, que... É importante ainda destacar... É importante considerar que... Apesar desse fato, deve-se ainda ressaltar que...
No entanto, a situação precisa ainda ser analisada por outra perspectiva... Apesar da complexidade do assunto, é necessário reforçar... Outro fator existente... Cumpre evidenciar que... Considerando ainda... Por outro lado... De outro modo... De modo contrário ou adverso... Em outro sentido... De outra forma... Não obstante.. Faz-se oportuno, portanto... Torna-se necessário... Faz-se necessário... Torna-se evidente ou fundamental... Em virtude dos fatos mencionados... Levando- -se em consideração estes aspectos... Tendo em vista os fatores observados...”
Ao lado da coesão, caminha a coerência, que não mais tem relação com elementos estruturais, mas está atrelada à significação, ou seja, um texto científico não pode apresentar ideias que se contradizem, quebrando, portanto, a lógica daquilo que é possível de ocorrer. Não pode também repetir as ideias de maneira exaustiva, ou fragmentar o texto colocando em uma sequência trechos que não possuem relação entre si.
Koch e Travaglia (1993) explicam que a coerência não está na superfície linguística, estando profunda e não ficando marcada enquanto que a coesão é linear, aparecendo na superfície do texto por meio dos elementos linguísticos.
Os autores reiteram que o texto só fará sentido se houver coerência e coesão. Ambos os elementos estão correlacionados ao processo de produção e compreensão do texto, sendo que a coesão ajuda a estabelecer a coerência, mas não à garante. Observemos este exemplo, que mostra como é possível escrever com coesão, mas sem coerência.
EXEMPLO: Coesão sem coerência: i) Fui a praia me bronzear porque estava nevando e, quando isso ocorre, o calor aumenta, o que faz com que sintamos frio; ii) As janelas da casa foram pintadas de azul, mas os pedreiros estão almoçando. A água da piscina parece limpa, entretanto foi tratada com cloro. A vista que tenho da casa é muito agradável (<http://criancasdetodosostempos.blogspot.com.br/>. Acesso em: ago. 2017).
O contrário, pode também ocorrer. Notemos este poema de Drummond, onde marcas de elementos coesivos não são encontradas, mas o sentido pode ser nitidamente obtido.
Cidadezinha qualquer
Casas entre bananeiras
Mulheres entre laranjeiras
Pomar amor cantar
Um homem vai devagar
Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar.
Devagar... as janelas olham.
Eta vida besta, meu Deus.
REFERÊNCIAS
CARVALHO, Maria Martha de. Análises Bibliométricas da Literatura de Química no Brasil. Ciência da Informação, Brasília, DF, v. 4, n. 2, p. 119-141, 1975.
KOCH, Ingedore G. Villaça & TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Texto e Coerência. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1993.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 23. ed. rev. e atual. São Paulo: Cortez, 2007.
VANS, S. A. de S; CAREGNATO, S. L. Em Questão, Porto Alegre, v. 9, n. 2, p. 295-307, jul./dez. 2003. Disponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/129317/000435543.pdf?sequence=1>. Acesso em: ago. 2017.
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