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Toxicologia Social aula 1 - Fármacos e drogas que causam dependência Estuda os efeitos nocivos decorrentes do uso não médico de fármacos ou drogas, causando danos não somente ao indivíduo mas também a sociedade. Uso irracional de medicamentos (sem prescrição); uso não médico (prescrição) Uma prática individual acomete não apenas o indivíduo mas também a sociedade. - Terminologias Droga: matéria-prima de origem animal, vegetal ou mineral que contém um ou mais fármacos ex: folha da maconha Fármaco: é o princípio ativo ex: Δ9-THC Fármacos psicoativos: tem a capacidade de afetar as atividades cerebrais (emoções, sono, comportamento). Uso não médico: exposição a uma droga ou fármaco pelo uso ocasional, frequente ou compulsivo, aceito ou não pelos padrões da sociedade. - Classificação Psicoestimulantes Depressores do SNC Inalantes Tabaco Cannabis Psicodélicos (alucinógenos) - Pilares da farmacodependência - Potencial de reforço É a capacidade de um fármaco ou droga gerar auto-administração repetida Velocidade de reforço: intervalo entre uma experimentação e outra (tendência é diminuir) Intensidade de reforço: o quanto vai usar (tendência é aumentar) Daianne Martins - 6 sem LATOX Farmácia UNISANTOS li Circuito recompensa e Neuroadaptação Circuito recompensa: da área tegmentar o estímulo vai para o núcleo accumbens e em seguida para o córtex pré-frontal. Cujos neurônios têm numerosos receptores para o neurotransmissor Dopamina, a "molécula do prazer". Neuroadaptação: quando ocorre a síntese de receptores para receber a dopamina. Quando a pessoa inicia o uso frequente da droga, essa substância passa a incorporar seu organismo, exigindo assim uma nova homeostasia. Dessa forma, o corpo adapta seu funcionamento, encarando a droga como um atuante permanente. O Sistema de Recompensa Cerebral foi descoberto por James Olds e Peter Milner nos anos 50. Seus experimentos consistiam em implantar eletrodos em diferentes regiões do cérebro de ratos e ativá-los com eletricidade. Os cientistas perceberam que os animais pareciam gostar de determinados estímulos. Mudando um pouco os procedimentos, deixaram que os próprios animais acionassem a corrente por meio de uma alavanca. Com isso, mapearam as áreas do cérebro que se mostravam mais prazerosa. Com os eletrodos nos pontos certos, os ratos passavam o dia se autoestimulando. Desistiam do sexo e até da comida. Em uma palavra, estavam viciados. O sistema de recompensa, ou via mesocorticolímbica dopaminérgica, está envolvido na promoção das sensações de prazer e euforia, bem como na busca por ações ou substâncias que possam promover essas sensações. Ele é constituído, principalmente, pela área tegmental ventral (ATV), onde estão os corpos neuronais, núcleo accumbens (NAcc), amígdala e córtex pré-frontal, para onde se dirigem às fibras. A ATV apresenta em sua maioria neurônios dopaminérgicos e alguns neurônios GABAérgicos. O NAcc, além de compor o sistema de recompensa, é a principal estrutura do sistema límbico, responsável por emoções e percepções. Quando realizamos alguma atividade que aciona esse sistema, os neurônios dopaminérgicos da ATV liberam dopamina na fenda sináptica no NAcc e na amígdala, de onde os sinais são enviados ao córtex pré-frontal, local de controle do raciocínio e do planejamento. De forma resumida, o que acontece é que a ativação do NAcc cria uma relação positiva com a substância promotora, no caso as drogas, ativando o giro do cíngulo que, juntamente com a amígdala, proporciona a formação de memória positiva. O sinal, ao chegar no córtex, irá modular aquela atividade de forma social, determinando a frequência e o modo de uso. Os neurônios GABAérgicos são capazes de inibir a liberação de dopamina na ATV e nas outras áreas, cessando o estímulo prazeroso. Isso ocorre de forma natural ao longo do dia, possibilitando a atividade influenciadora da área de recompensa. Esse mecanismo é importante, pois é através dele que recebemos o estímulo de realizar atividades essenciais à manutenção da vida. Depois de comer ou dormir, por exemplo, o sistema de recompensa é ativado, proporcionando felicidade e aumentando a propensão a repetição da atividade, como uma “recompensa” por realizar tal ato. Daianne Martins - 6 sem LATOX Farmácia UNISANTOS II A hipótese que melhor explica esse comportamento é a da neuroadaptação, que pode ser comprovada pelos mecanismos de tolerância e síndrome de abstinência. - Potencial de Abuso São os fatores secundários que induzem o indivíduo à farmacodependência. Neuroadaptação: Adaptação do SNC em resposta à presença de um fármaco ou droga e que gera distúrbios físicos quando há retirada ou diminuição da dose. Ex.: Síndrome de abstinência. Tolerância metabólica: É consequência da indução de sistemas existentes no fígado (CYP-450). Ex.: álcool Tolerância aguda: Tolerância desenvolvida logo após administração de única ou pequena dose. Ex.: Alucinógenos Fenômeno da preferência condicionada por lugar: Auto-administração ou não da droga ou farmaco relacionado com o ambiente/lugar. Ex.: Recaída em ex usuários. Daianne Martins - 6 sem LATOX Farmácia UNISANTOS
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