Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Sistema de Proteção - semana 3 SISTEMAS DE PROTEÇÃO E MEDIÇÃO CCE1701 Objetivos Apresentar o transformador de corrente (TC). Mostrar a importância do TC dentro de um sistema de proteção e de medição. Ilustrar as características elétricas e construtivas de um TC. 2 Transformadores de Instrumentos Parte 1 Transformadores de Corrente TRANSFORMADORES DE MEDIDA São equipamentos que permitem aos instrumentos de medição e proteção funcionar adequadamente sem que seja necessário possuírem correntes e tensões nominais de acordo com a corrente de carga e a tensão do circuito principal. Os transformadores de corrente -TCs e os transformadores de potencial -TPs, são os transfomadores de medida utilizados no sistema de proteção. Transformadores de corrente -TCs TCs são utilizados para suprir aparelhos que apresentam baixa resistência elétrica, tais corno as bobinas de corrente dos amperímetros, relés, medidores de energia, de potência etc. O TC opera com tensão variável, dependente da corrente primária e da carga ligada no seu secundário. A relação de transformação das correntes primária e secundária é inversamente proporcional á relação entre o número de espiras dos enrolamentos primário e secundário. Transformadores de potencial –TPs TPs são equipamentos que permitem aos instrumentos de medição e proteção funcionar adequadamente sem que seja necessário possuírem tensão de isolamento de acordo com a da rede à qual estão ligados. OsTPs, na sua forma mais simples, possuem um enrolamento primário de muitas espiras e um enrolamento secundário através do qual se obtém a tensão desejada, normalmente padronizada em 115 V ou 115/1,73 V. São empregados indistintamente nos sistemas de proteção e medição de energia elétrica. Em geral, são instalados junto aos TCs. A figura 2.1 mostra a vista lateral de uma subestação de 230 kV com os seus respectivos transformadores de corrente e de potencial para uso externo. Características construtivas e elétricas do TC Os TCs podem ser construídos de diferentes formas e para diferentes usos, destacam-se o TC tipo barra, TC a óleo mineral, TC tipo enrolado, TC tipo janela, etc. Relação de Transformação do TC (RTC) É dada pela relação entre o número de espiras (N) do TC em função das correntes no primário (Ip) e secundário (Is). Dada pela equação. TC tipo Janela Vídeo Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=to-q7B7nFo8&list=WL&index=4 Cargas nominais de um TC Os TCs devem ser especificados de acordo com a carga que será ligada no seu secundário. Dessa forma, a NBR 6856 padroniza as cargas secundárias de acordo com a Tabela 2.3. A carga secundária nominal é a impedância ligada aos terminais secundários do TC, cujo valor corresponde à potência para a exatidão garantida, sob corrente nominal. Por exemplo, para uma TC com capacidade nominal de 200 VA-5 A, a impedância de carga nominal é calculada como: A carga de um transformador de corrente, independente de ser destinado à medição ou à proteção, é dada por: Σ Cap – soma das cargas correspondentes às bobinas de corrente dos aparelhos considerados, em VA; Is – corrente nominal secundária, normalmente igual a 5 A; Zc – impedância do condutor, em W/m; Lc – comprimento do fio condutor, em m. Componentes Ôhmicos de condutores para o cálculo de R é a Resistência e X é a Reatância. Onde: Cabo 4 mm2: resistência: 5,5518mW/m; reatância: 0,1279mW/m. Cabo 6 mm2: resistência: 3,7035mW/m; reatância: 0,1225mW/m. Cabo 10 mm2: resistência: 2,2221mW/m; reatância: 0,1207mW/m. Cabo 16 mm2: resistência: 1,3899mW/m; reatância: 0,1173mW/m. Exercício 1 Calcular a carga do transformador de corrente destinado à proteção de sobrecorrente principal de uma subestação de 230 kV. O cabo de interligação entre os TCs e os relés digitais é de 6 mm2 de seção transversal e tem um comprimento de 120 m, ou seja: 2 × 60 m. A carga do relé digital é de 2,8 VA. Solução Lousa. Fator de sobrecorrente do TC Também chamado de fator de segurança, é o fator pelo qual se deve multiplicar a corrente nominal primária do TC para se obter a máxima corrente no circuito primário até o limite de sua classe de exatidão. A NBR 6856 especifica este fator para serviço de proteção em 20 vezes a corrente nominal. Para TCs para uso na medição, o fator de sobrecorrente vale 4 vezes a corrente nominal. Quando a carga ligada a um TC de corrente for inferior à carga nominal desse equipamento, o fator de sobrecorrente é alterado, sendo inversamente proporcional à referida carga. Assim a proteção natural que o TC oferece ao aparelho fica prejudicada. A Equação (2.2) fornece o valor que assume o fator de sobrecorrente, em função da relação entre a carga nominal do TC e a carga ligada ao seu secundário. Cs – carga ligada ao secundário, em VA; Fs – fator de sobrecorrente nominal ou de segurança, igual a 20; Cn – carga nominal, em VA. Observe que a saturação do TC só ocorreria para o valor de F1 superior a Fs (valor nominal), o que submeteria os aparelhos a uma grande intensidade de corrente. Exercício 2 Calcular o fator de sobrecorrente de um transformador de corrente C12,5 destinado ao serviço de proteção quando no seu secundário há uma carga ligada (2,5 + j1,8) VA através de um fio de cobre de 10 mm2 e 70 m de comprimento. Solução Lousa. Carga no Secundário do TC Consiste na carga máxima que se pode conectar no secundário de um TC para que a máxima tensão de sua classe de exatidão não seja ultrapassada. Para o cálculo da carga no secundário do TC, utiliza-se a equação a seguir. Onde : é a corrente no secundário do TC (A). é a máxima carga (Ω). é a máxima tensão no secundário do TC (V). Exemplo Na figura abaixo ilustra-se um TC Classe 10H400. Sabendo que ocorreu um curto circuito onde a corrente no secundário excedeu em 20 vezes a corrente nominal de 5 A, fazendo com que sua tensão secundária máxima atingisse os 400 V. Calcule a carga máxima que se pode conectar no secundário do TC. Solução Calcula-se a carga máxima pela equação: Exercício 3 A figura abaixo ilustra a conexão de um TC 10H400. Dê o que se pede. Calcule a corrente no secundário do TC quando no seu primário circula 480 A. Calcule a corrente no secundário para o curto circuito no primário do TC. Calcule a máxima carga no secundário para a manutenção da classe de exatidão do TC. Solução lousa. REFERÊNCIAS FREITAS, Walmir e SATO, Fuijo. Análise de Curto Circuito e Princípios de Proteção em Sistemas de Energia Elétrica. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. MAMEDE Filho, João e MAMEDE, Daniel Ribeiro. Proteção de Sistemas Elétricos de Potência. Rio de Janeiro: LTC, 2011. SILVA, Eliel Celestino da. Proteção de Sistemas Elétricos de Potência. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2014. 22
Compartilhar