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DIREITO INTERNACIONAL 1 DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO - TRATADOS INTERNACIONAIS E CORTES INTERNACIONAIS Conceito: o direito internacional público é o ramo do direito internacional que cuida dos interesses jurídicos dos Estados Soberanos. TRATADOS INTERNACIONAIS Conceito: os tratados internacionais são fontes do direito internacional, ou seja, são instrumentos que permitem a criação de normas internacionais. O conceito de tratado foi definido no artigo 2º da Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados de 1969 (CVDT/69). Com efeito, o artigo 2º da CVDT/69, prevê que tratados são acordos celebrados por escrito entre Estados Soberanos cuja denominação é irrelevante. Com base na interpretação do artigo 2º da CVDT/69, pode-se extrair as seguintes conclusões: A. não existem tratados orais ou tratados não escritos. A forma escrita do tratado é imprescindível; B. tendo em vista que a denominação do tratado é irrelevante, não há diferenças entre os termos tratado; acordo; pacto; convenção ou protocolo. EXCEÇÃO: existe um tratado específico cuja denominação é relevante no direito internacional. Trata-se da concordata, que é o nome atribuído para os tratados celebrados pela Santa Sé. A Santa Sé é a autoridade político-religiosa da igreja católica. QUATRO ETAPAS DE INCORPORAÇÃO DE TRATADOS INTERNACIONAIS NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO CUJA DEFINIÇÃO FOI FEITA PELO STF O STF DIREITO INTERNACIONAL 2 Conceito: por meio da sua jurisprudência, definiu que os tratados internacionais exigem 4 etapas de incorporação para que possam fazer parte do ordenamento jurídico brasileiro, são elas: 1. negociação e assinatura Conceito: o artigo 84, VIII da Constituição Federal, prevê que é competência privativa do Presidente da República, atuar na celebração de tratados internacionais, ou seja, negociar e assinar os tratados. Entende-se por negociação, a etapa por meio da qual os Estados Soberanos discutem os termos do tratado e elaboram sua redação, não há prazo para negociação. Após o encerramento das negociações, ocorre a assinatura do tratado. Com a assinatura, os Estados signatários não poderão alterar a redação do tratado. O estado que não tiver de acordo com alguma cláusula poderá reservar a ele o direito de não cumprir tais dispositivos. 2. referendo, aprovação ou decisão definitiva do Congresso Nacional Conceito: nesta etapa o Congresso nacional irá apreciar o tratado assinado pelo Presidente da República e, caso concorde com o seu teor, expedirá, após aprovação do tratado em votação, um decreto legislativo. A finalidade do decreto legislativo é autorizar o Presidente da República a proceder em relação à etapa três do processo de incorporação do tratado, que é a ratificação do mesmo. ATENÇÃO: o Congresso Nacional não ratifica o contrato, apenas pode referendar, aprovar ou decidir definitivamente tratados. 3. ratificação do tratado pelo Presidente da República Conceito: a ratificação é um ato internacional de competência do Presidente da República. Por meio da ratificação, o Estado signatário é transformado em Estado-parte do tratado internacional. O Estado-parte é aquele que deve cumprir os termos do tratado, isto é, o Estado em relação ao qual o tratado adquiriu vigência internacional. DIREITO INTERNACIONAL 3 Observação: a forma por meio da qual ocorrerá a ratificação do tratado é prevista no texto do próprio tratado a ser ratificado. 4. promulgação interna do tratado Conceito: o tratado internacional é promulgado internamente por meio de um decreto presidencial. Após a ratificação internacional do tratado, o Presidente da República expede um decreto presidencial (executivo) que inclui o tratado internacional no ordenamento jurídico brasileiro. CORTES INTERNACIONAIS Conceito: a criação de cortes internacionais é um processo verificado de modo acentuado após o fim da segunda guerra mundial. Existem várias cortes internacionais, todas elas criadas por meio de tratados internacionais, porém, para efeitos de prova, interessa estudar as competências de duas cortes internacionais sediadas em Haia, na Holanda, são elas: I. Corte Internacional de Justiça (CIJ) Conceito: a CIJ foi criada no ano de 1945, juntamente com a criação da ONU. A CIJ é um órgão da ONU e tem jurisdição civil, julgando ilícitos civis. A CIJ tem duas competências distintas, a saber: A. competência litigiosa (artigo 93 da Carta da ONU): a competência litigiosa da CIJ permite que apenas Estados Soberanos (e não indivíduos) levem seus litígios para serem julgados pela CIJ. Ao final do julgamento, a CIJ expedirá uma sentença obrigatória e vinculante para os Estados Soberanos litigantes. IMPORTANTE: a CIJ poderá julgar litígios que envolvam Estados-membros e Estados que não são membros da ONU, devendo apenas ser Estados Soberanos. DIREITO INTERNACIONAL 4 B. competência consultiva (artigo 96 da Carta da ONU): por meio da competência consultiva, a CIJ poderá atender pedidos formulados pelos órgãos da ONU (exemplo: assembleia geral, conselho de segurança) e emitir opiniões ou pareceres consultivos que não são vinculantes, o teor das opiniões ou pareceres ou consultivos não é obrigatório e nem vinculante. II. O Tribunal Penal Internacional (TPI) Conceito: o TPI foi criado pelo Estatuto de Roma de 1998. Trata-se de uma corte internacional que tem jurisdição penal, isto é, julgam indivíduos (não Estados Soberanos) que tenham cometidos, um dos quatro crimes de sua competência. O Estatuto de Roma prevê que o TPI tem competência para julgar os seguintes crimes: 1. crimes contra à humanidade; 2. crimes de genocídio; 3. crimes de guerra; 4. crimes de agressão. ATENÇÃO: esses quatro crimes podem também ser julgados pelo poder judiciário nacional dos Estados-partes do Estatuto de Roma, o que inclui o Brasil, que é signatário, pois a jurisdição do TPI é complementar (não exclui) à jurisdição dos Estados Nacionais.
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