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Direito Processual Civil IV - Título executivo judicial - Título executivo judicial: documento que traduz uma obrigação e permite o início da fase de cumprimento de sentença (CPC, art. 515) Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos previstos neste Título: I - as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa; (uma sentença) II - a decisão homologatória de autocomposição judicial; (acordo feito no fórum) III - a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza; - (Ex: meu cliente é devedor de 10 mil, procuro credor e falo que 10 mil não dá, mas 7 mil da, se o acordo for feito e homologado (transação), extingue a obrigação anterior, a não ser que haja clausula no próprio acordo; mas se não há, será executado no cumprimento de sentença 7 mil, e não mais 10 mil) - Incisos II e III são iguais? não, no inciso II há demanda na qual se formula pedido e, depois, há o acordo. No inciso III, não há demanda prévia, e as partes apenas celebram o acordo e o submetem à homologação do juiz (e o acordo pode, eventualmente, não passar pelo judiciário, e poderá ser título executivo extrajudicial) IV - o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal; V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários tiverem sido aprovados por decisão judicial; - (todo mundo que ajudou juiz num processo, e não foram pagos pelas partes, podem executar esse crédito) VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado; - (porque sentença penal condenatória é título executivo judicial? há uma diferença grande entre processo civil e penal; /no civil vigora a chamada verdade formal [é verdadeiro todo e qualquer fato que não foi rebatido pela parte contraria; presume-se verdadeiro], então não se sabe, e não precisa haver prova, se aquilo é ou foi verdade, sistema se satisfaz com a mera não impugnação, e sabemos que o sistema se satisfaz pela revelia e produção de provas que recai sobre os fatos ''controvertidos''/ no processo penal vigora o que se chama de verdade real [não existem e não incidem presunções no processo penal, porque o CPP é claro em dizer que o ônus da prova é de quem acusa; 1) porque o réu pode ficar em silencio, e não significa confissão, admissão de culpa; 2) porque o réu não é obrigado a provar nada; 3) para que o juiz condene é necessário que o juiz conclua pela prova de que o crime aconteceu (materialidade), e pela autoria]; Além disso, qualquer dúvida pende em favor do réu (art. 386, CPP); Assim, se essa decisão transitar em julgado, nenhum outro juiz, em qualquer outra esfera, poderá dizer o contrário. O que isso implica? implica que em uma ação civil, o juiz não poderá tomar conclusão diferente daquela advinda do processo penal, porque ele está absolutamente vinculado nessas situações, mas não cabe na ação civil a rediscussão das coisas sobre as quais já houve conclusão no processo penal. Se houver ação civil reparadora de dano em andamento, e ação penal ao mesmo tempo, juiz civil deve suspender o andamento do seu processo, porque ele não pode tomar sentença diversa. Qual valor a ser pago para a vítima? normalmente, sentença penal não traz liquides, assim, haverá uma ação civil de liquidação da sentença penal para fixação do valor do dano. Entretanto, se a sentença penal já fixar valor líquido, já pode executar. (Ex: sentença penal fixa 10 mil reais de indenização. Assim, há os 3 elementos do título executivo [certeza, liquidez e exigibilidade], e já pode executar. VII - a sentença arbitral; - Arbitragem para na sentença [também chamada de laudo arbitral]; - Arbitro não tem poder de força de execução que o Estado tem; assim, execução de sentença arbitral será sempre no poder judiciário) - Por opção legislativa, sentença arbitral é título executivo judicial VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça; IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça; Os incisos VIII e IX: Decisões judiciais estrangeiras homologadas pelo STJ (em que o STJ diz que pode cumprir no Brasil). X - (VETADO). § 1º Nos casos dos incisos VI a IX, o devedor será citado no juízo cível para o cumprimento da sentença ou para a liquidação no prazo de 15 (quinze) dias. - §1º: ocorre porque não existiu ação de conhecimento anterior. § 2º A autocomposição judicial pode envolver sujeito estranho ao processo e versar sobre relação jurídica que não tenha sido deduzida em juízo. (Se houver acordo) - §2º: no acordo podem participar pessoas que não eram integrantes da dívida anterior. Além disso, o acordo pode dizer respeito a outras lides, não aquele que originou o processo. E pode fazer acordo de algo que ainda não está no Judiciário e depois homologar no Judiciário, pois a partir do momento que o Judiciário homologa, vira um título executivo judicial; se não for homologado será um título executivo extrajudicial.
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