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7ª aula PP Art.63: Transitada em julgado a sentença condenatória, poderão promover-lhe a execução, no juízo cível, para o efeito da reparação do dano, o ofendido, seu representante legal ou seus herdeiros. Parágrafo Único: Transitada em julgado a sentença condenatória, a execução poderá ser fixada nos termos do inciso IV do art 387 deste código, sem prejuízo da liquidação para a apuração do dano efetivamente sofrido. · Sentença Condenatória como título executivo: uma vez tendo tornado-se definitiva a decisão, após o seu trânsito em julgado, poderá ser levada ao juízo cível para que a vítima obtenha a reparação do dano. Não mais se discutirá se esta é devida, mas tão somente o quanto é devido pelo réu. Trata-se de grande ganho, no que diz respeito a celeridade processual eis que não se discutirá a culpa, merecendo debate somente o valor da indenização · O parágrafo único possibilita ao juiz a determinação de valor mínimo correspondente aos danos sofridos, já na própria sentença penal condenatória. Tal dispositivo visou amenizar os prejuízos para quem já sofreu a lentidão da justiça no processo criminal. · Em relação a sentença cujo teor concede o perdão judicial, registra-se que não impede que o perdoado seja obrigado a reparar o dano na esfera cível. Afinal, não se perdoa quem é inocente, apenas quem é culpado. Terá também peso de título executivo no cível. · Em relação as sentenças que reconhecem a extinção da punibilidade pela prescrição, há que se fazer a seguinte ressalva: Quando a prescrição se der sob a pretensão punitiva,(transito em julgado antes da sentença condenatória) não haverá efeitos secundários ou seja, afastará a hipótese de criação de título executivo. Já se a prescrição se der sob a Pretensão executória, ou seja o lapso temporal se deu após o trânsito em julgado da sentença condenatória, permanecem os efeitos secundários da sentença, inclusive o de tornar título executivo. · Uma vez considerado procedente a Revisão Criminal, implicando em absolvição, tem o condão de eliminar o título executivo que a sentença anterior constituiu. Logo, se ainda não iniciada a execução, deverá o juiz extingui-la por considerar o juiz a inexigibilidade do título. A caso já tenha sido paga, caberá ação de restituição dos valores. Art. 64: Sem prejuízo do disposto no art. Anterior, a ação para ressarcimento do dano poderá ser proposta no juízo cível, contra o autor do crime, e se for o caso, contra o responsável civil. Parágrafo único: Intentada a Ação Penal, o juiz da ação civil poderá suspender o curso desta, até o julgamento definitivo daquela. *Ressarcimento do dano: poderá se dar através da restituição da coisa, quando for possível, mas também em pagamento do prejuízo causado, incluindo lucros cessantes. Lembremos ainda, que há prejuízos que não podem ser quantificados em dinheiro, pela falta de correspondência ao patrimônio, merecendo, então, que a indenização se dê pelo dano moral causado. Responsável Civil: De acordo com o artigo 932 do CC: São também responsáveis pela reparação civil: I – os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia. II – tutor e curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições III – o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; IV – os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos V – os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia. Pode a ação transitada em julgado opor-se como título executivo aos responsáveis elencados no art. 932 do CC? Há duas correntes. A primeira entende que sim, é possível cobrar dos responsáveis, ainda que estes não tenham tomado parte no processo criminal. A segunda sustenta a impossibilidade face o Princípio do devido processo legal. Os que assim entendem justificam seu pronunciamento no sentido de que a sentença não poderá figurar como fato incontroverso e definitivo, aquele que não participou da ação penal. Assim o correto seria cobrar diretamente do autor do ilícito. E a caso este não possa paga-lo ingresse com ação contra o seu empregador, por exemplo, permitindo a este em processo de conhecimento a ampla defesa e o contraditório. Ocorre que, segundo Tourinho Filho, se fosse possível a reabertura dessa discussão, haveria possibilidade de decisões contrastantes, criando situações de contundente extravagância. Pois que a coisa julgada não atingiu o terceiro co-responsável caber-lhe-í-a rediscutir todos os pontos de forma abrangente. Em igual prisma Mirabete. Art. 65: Faz coisa julgada no cível a sentença penal que reconhecer ter sido o ato praticado em estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento do dever legal ou no exercício regular de direito. Trata-se de excludentes de ilicitude, as quais servem para afastar a antijuridicidade do fato típico. A sentença que reconhecer qualquer das circunstâncias não afastará o direito a indenização no cível. Remessa ao art. 188 do CC – regras para indenização civil no contexto que ora se estuda. Afinal nem tudo que é licito penalmente também o será civilmente. Art.66: Não obstante a sentença absolutória no juízo criminal, a ação civil poderá ser proposta quando não t iver sido , categoricamente, reconhecida a inexistência material do fato. Depreende-se do artigo que sentença absolutória não é garantia de impedimento à indenização civil. Remetamo-nos ao art. 386 CPP: O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça: II - não haver prova da existência do fato; III- não constituir o fato infração penal; V- não existir prova de ter o réu concorrido para infração penal; VI- existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena, ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua existência VII- não existir prova suficiente para condenação. Em qualquer destas situações o juiz não fechou a questão em torno de o fato existir ou não, nem afastou, por completo, a autoria em relação a determinada pessoa, assim como não considerou lícita a conduta. Apenas se limitou a dizer que não se provou a existência do fato, o que ainda pode ser feito no cível; disse que não é o fato infração penal – mas pode ser ilícito civil; declarou que não há provas de o réu ter concorrido para a infração penal o que se pode apresentar na esfera cível; disse haver insuficiência de provas para uma condenação, consagrando o princípio In Dubio Pro Reo – embora essas provas possam ser conseguidas e apresentadas no cível. Decisão que julgou extinta a punibilidade: afasta a pretensão punitiva do Estado mas não tira o direito de indenização da vítima Fazem coisa julgada no cível: a) declarar o juiz penal que está provada a inexistência do fato (386,ICPP) b) considerar o juiz penal, expressamente, que o réu não foi o autor de infração penal ou efetivamente, não concorreu para a sua prática( 386, IV, CPP) Reabrir-se o debate dessas questões na esfera civil, possibilitando decisões contraditórias, é justamente o que quis a lei evitar (art. 935, 2ª parte CC).1 Art. 67: Não impedirão igualmente a propositura da ação civil: I – o despacho de arquivamento do IP ou das peças de informação; II – a decisão que julgar extinta a punibilidade; III – a sentença absolutória que decidir que o fato não constitui crime. Já comentado. 1 NUCCI, Guilherme de Souza. Código Processo Penal Comentado. P. 185 Art.68: quando o titular do direito à reparação do dano for pobre, a execução da sentença condenatória ou a ação civil será promovida, a seu requerimento, pelo Ministério Público. J U R I S D I Ç Ã O : é o p o d e r a t r i b u í d o , constitucionalmente ao Estado para aplicar a , lei ao caso concreto, compondo litígios e resolvendo conflitos. Princípios Regentes da JURISDIÇÃO:Princípio da Indeclinabilidade: O juiz não poderá abster-se de julgar os casos que lhe forem apresentados. Princípio da Improrragabilidade: As partes , mesmo que entrem em acordo, não podem subtrair ao juízo, o conhecimento de determinada causa na esfera criminal. Princípio Indelegabilidade: Não pode o juiz transmititir o poder jurisdicional a quem não o possui COMPETÊNCIA: Conceito: Trata-se da delimitação da jurisdição, ou seja, o espaço dentro do qual pode determinada autoridade judiciária aplicar o direito aos litígios que lhe forem apresentados compondo-os. Divide-se em Absoluta e Relativa: Absoluta é aquela, cujas hipóteses de fixação de competência não permite prorrogação, isto é deve o processo ser remetido ao juiz natural determinado por normas constitucionais ou processuais penais sob pena de nulidade do feito. Encaixam-se nesse perfil a competência em relação a matéria (civil ou criminal, federal ou estadual, matéria criminal geral ou especializada) e em relação a prerrogativa de função (ex: julgamento de juiz de direito deverá ser feito pelo tribunal de justiça). Relativa é a hipótese que admite-se a prorrogação da competência, ou seja, uma vez não invocada , em tempo, a competência do foro, reputa-se competente o juízo que conduz a causa, não se admitindo qualquer alegação posterior de nulidade. Art. 69: Determinará a competência da jurisdição: I – o lugar da infração; II – o domicílio ou residência do réu III – a natureza da infração IV – a distribuição V – a conexão e a continência VI – a prevenção VII – a prerrogativa de função Competência Originária para o julgamento: Caberá ao Supremo Tribunal Federal: a)o julgamento nas infrações penais comuns envolvendo: Presidente da República, Vice-Presidente da República, membros do congresso nacional, seus próprios ministros e o Procurador Geral da República. b)Nas infrações penais comuns e crimes de responsabilidade os Ministros de Estado ( verificar os incluídos pela lei 10683/03 ex:titulares de ministérios, chefe da casa civil, chefe do gabinete de segurança institucional da presidência da república, chefe da secretaria geral da presidência da república, chefe da secretaria-geral da presidência da república....) Caberá ao Superior Tribunal de Justiça: a) nas infrações penais comuns: Governadores dos estados e Distrito Federal b) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade: desembargadores do tribunal de justiça dos Estados e do DF, membros dos tribunais de contas dos Estados e do DF, Integrantes dos TRFs, membros dos Conselhos ou Tribunais de contas dos municípios e do Ministério Público da União, oficiantes nestes tribunais Caberá ao Superior Tribunal militar: a) nos crimes militares: os oficiais generais das forças armadas e todos os demais casos afetos à sua jurisdição, como habeas corpuas, mandado de segurança, quando o órgão coator for o Tribunal de Justiça Militar Estadual, que julga policiais militares e bombeiros militares, não são da sua competência mas, sim do STJ. Caberá aos Tribunais Regionais Federais: a) nas infrações penais comuns e de responsabilidade: juízes federaisda área de sua jurisdição, incluídos os magistrados da justiça do trabalho, militar, bem como ministério público da união (exceto o que concerne a justiça eleitoral Caberá aos Tribunais Regionais Eleitorais: a) nas infrações eleitorais: juízes e promotores eleitorais Caberá ao Tribunal de Justiça dos Estados: a) processar e julgar as infrações penais comuns e de responsabilidade dos juízes de direito e membros do Ministério Público ( exceto o que concerne a justiça eleitoral) b) nas infrações penais comuns: vice-governador, secretários de estado, deputados estaduais, procurador-geral do Estado, defensor público e os prefeitos municipais. Note-se que o prefeito deverá ser julgado pelo tribunal de justiça, de acordo com art. 29, X da CF. Por isso deveria ser de competência do pleno ou de órgão especial, o que não acontece devido ao grande nº de processos em relação aos chefes do executivo municipal que de pronto iriam congestionar a pauta. Por esta razão, são julgados pelas câmaras. Peculiaridades a cerca do enunciado pelo artigo 69: * Como regra o local da infração como primeira regra de determinação de competência. Afinal foi o local onde a infração ocorreu,atingindo o resultado, perturbando a tranqüilidade social e abalando a paz e o sossego daquela comunidade. *Subsidiariamente, quando não se tem certeza de onde a infração se consumou adota-se o domicílio do réu como competente para julgar a infração. Também chamado de foro supletivo ou foro subsidiário. *Há, no inciso III a possibilidade de estabelecer a competência em razão da matéria a ser julgada. Ex. Justiça militar *Registra-se que quando houver mais de um juiz competente para julgar matéria criminal, sem haver qualquer distinção em razão da matéria atinge-se o critério de fixação da competência por distribuição. *Regras de alteração da competência. Os institutos da conexão e da competência visam a alteração da competência e não a sua fixação inicial. Abstraídas ambas o feito poderia ser julgado por determinado juiz, escolhido pelas regras expostas nos incisos anteriores. Entretanto, por haver alguma razão particular, de forma a facilitar a colheita de provas e fomentar a economia processual, bem como evitar decisões contraditórias, permite a lei que a competência seja modificada. * Critério residual para fixação da competência: não sendo possível utilizar os vários outros critérios para estabelecer a competência do juiz, por que há mais de um que, pela situação gerada, poderia conhecer o caso, deve-se aplicar o critério da PREVENÇÃO, que significa conhecer em primeiro lugar de uma questão jurisdicional, proferindo qualquer decisão a seu respeito. Art. 70: A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução. §1º: Se iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora dele, a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticada no Brasil, o último ato de execução. §2º: Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional. Será competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou devia produzir seu resultado. §3º: Quando incerto o limite territorial entre as duas ou mais jurisdições, ou quando incerta a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela PREVENÇÃO. Peculiaridades a cerca do art. 70: O CPP adotou a Teoria do resultado, atribuindo a competência ao local onde se consumou o delito. Nos crimes qualificados pelo resultado definir-se-á a competência pelo local onde se consumou o fato qualificador . ex: roubo seguido de morte Há quem sustente conflito aparente entre os arts. 4º e 6º do CP e o art. 70 que ora se estuda. A corrente majoritária entende que não há conflito devendo-se primar pela supremacia nacional e soberania da lei brasileira sob qualquer crime que tenha tocado o solo brasileiro. Crimes de estelionato por meio de saque de conta bancária mediante uso de cartão magnético. Competência do local onde foi sacado o dinheiro e não onde é mantida a conta. Crimes de Imprensa: Regra é o art. 42 da lei 5250-67 que determina que competente é o foro onde foi impresso o jornal ou estúdio de onde surgiu a informação. No entanto em caso de jornais de pequena circulação que são impressos em um lugar, mas, distribuídos em outro utiliza-se o foro do local onde circulou a informação. Crimes cometidos a distância; valerá a regra do art. 6º do CP. Teoria da Ubiqüidade , sendo competente para apurar o fato tanto a nação onde a execução teve início, quanto aquela onde ocorreu o resultado. Art. 71: Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em territóriosde duas ou mais jurisdições , a competência firmar-se-á pela PREVENÇÃO. Art. 72: Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo domicílio ou residência do réu. §1º: Se o réu tiver mais de uma residência a competência firmar-se-á pela prevenção. §2º: Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado seu paradeiro, será competente o juiz que primeiro tomar conhecimento do fato. Art. 73: Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro de domicílio ou da residência do réu, ainda quando conhecido o local da infração.
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