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Polícia Militar de Pernambuco PM-PE ON-LINE conteúdo VIDEOAULAS SOLDADO Conhecimentos de Língua Portuguesaæ Conhecimentos de Matemáticaæ Conhecimentos de Geografiaæ Conhecimentos de Históriaæ Conhecimentos de Direitos e Garantias æ Fundamentais Polícia Militar de Pernambuco PM-PE Soldado NV-009ST-21 Cód.: 7908428800956 Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos pela Lei nº 9.610/1998. É proibida a reprodução parcial ou total, por qualquer meio, sem autorização prévia expressa por escrito da editora Nova Concursos. Essa obra é vendida sem a garantia de atualização futura. No caso de atualizações voluntárias e erratas, serão disponibilizadas no site www.novaconcursos.com.br. Para acessar, clique em “Erratas e Retificações”, no rodapé da página, e siga as orientações. Dúvidas www.novaconcursos.com.br/contato sac@novaconcursos.com.br Obra PM-PE – Polícia Militar de Pernambuco Soldado Autores CONHECIMENTOS DE LÍNGUA PORTUGUESA • Monalisa Costa, Ana Cátia Collares, Giselli Neves, Isabella Ramiro e Nelson Sartori CONHECIMENTOS DE MATEMÁTICA • Kairton Batista (Prof. Kaká) e Sérgio Mendes CONHECIMENTOS DE GEOGRAFIA • Idelmar Medeiros CONHECIMENTOS DE HISTÓRIA • Jean Talvani CONHECIMENTOS DE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS • Samara Kich Edição: Setembro/2021 APRESENTAÇÃO Um bom planejamento é determinante para a sua preparação de sucesso na busca pela tão almejada aprovação. Por isso, pen- sando no máximo aproveitamento de seus estudos, esse livro foi organizado de acordo com os itens mais relevantes do últi- mo edital da PM-PE, para o cargo de Soldado. O conteúdo programático foi sistematizado em um sumário, facilitando a busca pelos temas do edital, no entanto, nem sem- pre a banca organizadora do concurso dispõe os assuntos em uma sequência lógica. Por isso, elaboramos este livro abor- dando os principais itens do último edital e reorganizando-os quando necessário, de uma maneira didática para que você realmente consiga aprender e otimizar os seus estudos. Ao longo da teoria, você encontrará boxes – Importante e Dica – com orientações, macetes e conceitos fundamentais cobrados nas provas, além de Questões Comentadas de diferentes bancas e a seção Hora de Praticar, trazendo exercícios gabaritados da banca IAUPE, organizadora do último certame. A obra que você tem em suas mãos é resultado da competência de nosso time editorial e da vasta experiência de nossos profes- sores e autores parceiros – muitos também responsáveis pelas aulas que você encontra em nossos Cursos Online – o que será um diferencial na sua preparação. Nosso time faz tudo pensan- do no seu sonho de ser aprovado em um concurso público. Ago- ra é com você! Intensifique ainda mais a sua preparação acessando os con- teúdos complementares disponíveis on-line para este livro em nossa plataforma: Curso Bônus com 5 horas de videoaulas. Para acessar, basta seguir as orientações na próxima página. CONTEÚDO ON-LINE Para intensificar a sua preparação para concursos, oferecemos em nossa plataforma on- line materiais especiais e exclusivos, selecionados e planejados de acordo com a proposta deste livro. São conteúdos que tornam a sua preparação muito mais eficiente. BÔNUS: • Curso On-line. à Conhecimentos de Língua Portuguesa: Interpretação de Texto: Conceitos Importantes; Pontuação à Conhecimentos de Matemática: Progressão Aritmética e Progressão Geométrica à Conhecimentos de Direitos e Garantias Fundamentais: Direitos Políticos COMO ACESSAR O CONTEÚDO ON-LINE Se você comprou esse livro em nosso site, o bônus já está liberado na sua área do cliente. Basta fazer login com seus dados e aproveitar. Mas, caso você não tenha comprado no nosso site, siga os passos abaixo para ter acesso ao conteúdo on-line. Acesse o endereço novaconcursos.com.br/bônus Digite o código que se encontra atrás da apostila (conforme foto ao lado) Siga os passos para realizar um breve cadastro e acessar seu conteúdo on-line sac@no vaconcursos.com.br VERSO DA APOSTILA NV-003MR-20 Código Bônus DÚVIDAS E SUGESTÕES NV-003MR-20 9 088121 44215 3 Código Bônus SUMÁRIO CONHECIMENTOS DE LÍNGUA PORTUGUESA .......................................................9 LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS ......................................................................................... 9 ASPECTOS SEMÂNTICOS DO VOCABULÁRIO DA LÍNGUA (NOÇÕES DE POLISSEMIA, SINONÍMIA E ANTONÍMIA) ............................................................................................................... 12 RELAÇÕES COESIVAS E SEMÂNTICAS ENTRE ORAÇÕES, PERÍODOS OU PARÁGRAFOS ........ 12 EXPRESSÃO ESCRITA: DIVISÃO SILÁBICA, ORTOGRAFIA E ACENTUAÇÃO (V. REFORMA ORTOGRÁFICA VIGENTE) .......................................................................................... 19 TRAÇOS SEMÂNTICOS DE RADICAIS, PREFIXOS E SUFIXOS....................................................... 21 PRONOMES DE TRATAMENTO ......................................................................................................... 22 NORMAS DA FLEXÃO DOS VERBOS REGULARES E IRREGULARES ............................................. 25 FORMAÇÃO DE PALAVRAS: DERIVAÇÃO, COMPOSIÇÃO, HIBRIDISMO ETC ............................. 25 EFEITOS DE SENTIDO DECORRENTES DO EMPREGO EXPRESSIVO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO....................................................................................................................................... 27 PADRÕES DE CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL .................................................................... 30 PADRÕES DE REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL ............................................................................... 35 EMPREGO DO SINAL INDICADOR DE CRASE .................................................................................. 37 QUESTÕES NOTACIONAIS DA LÍNGUA: POR QUE, POR QUÊ, PORQUE OU PORQUÊ; MAL OU MAU ...................................................................................................................................... 39 FIGURAS DE LINGUAGEM ................................................................................................................. 40 CONHECIMENTOS DE MATEMÁTICA ......................................................................49 FUNÇÃO .............................................................................................................................................. 49 PROGRESSÃO ARITMÉTICA ............................................................................................................. 65 PROGRESSÃO GEOMÉTRICA ............................................................................................................ 67 JUROS SIMPLES E COMPOSTOS .................................................................................................... 69 ANÁLISE COMBINATÓRIA ................................................................................................................ 72 PROBABILIDADE ................................................................................................................................ 77 CONHECIMENTOS DE GEOGRAFIA ..........................................................................89 FORMAÇÃO TERRITORIAL DE PERNAMBUCO ............................................................................... 89 PROCESSOS DE FORMAÇÃO ...........................................................................................................................89 MESORREGIÕES ...............................................................................................................................................89 MICRORREGIÕES ..............................................................................................................................................91 REGIÕES DE DESENVOLVIMENTO (RD) ...........................................................................................................93 ASPECTOS FÍSICOS........................................................................................................................... 95 CLIMA ................................................................................................................................................................95 VEGETAÇÃO ......................................................................................................................................................97 RELEVO ..............................................................................................................................................................98 HIDROGRAFIA ...................................................................................................................................................98 ASPECTOS HUMANOS E INDICADORES SOCIAIS ........................................................................100 POPULAÇÃO ...................................................................................................................................................100 ECONOMIA ......................................................................................................................................................102 ESPAÇO RURAL DE PERNAMBUCO ...............................................................................................................103 URBANIZAÇÃO EM PERNAMBUCO ...............................................................................................................103 MOVIMENTOS CULTURAIS EM PERNAMBUCO ...........................................................................................104 A QUESTÃO AMBIENTAL EM PERNAMBUCO ...............................................................................105 CONHECIMENTOS DE HISTÓRIA ............................................................................113 OCUPAÇÃO PRÉ-COLONIAL DO ATUAL ESTADO DE PERNAMBUCO .........................................113 OCUPAÇÃO PRÉ-HISTÓRICA DE PERNAMBUCO .........................................................................................113 CARACTERÍSTICAS SOCIOCULTURAIS DAS POPULAÇÕES INDÍGENAS QUE HABITAVAM O TERRITÓRIO DO ATUAL ESTADO DE PERNAMBUCO, ANTES DOS PRIMEIROS CONTATOS EURO-AMERICANOS ......................................................................................................................................113 A CAPITANIA DE PERNAMBUCO ....................................................................................................114 A “GUERRA DOS BÁRBAROS” ........................................................................................................................114 A LAVOURA AÇUCAREIRA E MÃO DE OBRA ESCRAVA ...............................................................................115 A GUERRA DOS MASCATES ...........................................................................................................................116 AS INSTITUIÇÕES ECLESIÁSTICAS E A SOCIEDADE COLONIAL................................................................116 INSURREIÇÃO PERNAMBUCANA ..................................................................................................................116 A PROVÍNCIA DE PERNAMBUCO NO I E II REINADO ....................................................................118 PERNAMBUCO NO CONTEXTO DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL ..............................................................118 MOVIMENTOS LIBERAIS ................................................................................................................................118 Confederação do Equador ............................................................................................................................118 Revolução Praieira .........................................................................................................................................118 O TRÁFICO TRANSATLÂNTICO DE ESCRAVOS PARA TERRAS PERNAMBUCANAS ................................119 COTIDIANO E FORMAS DE RESISTÊNCIA ESCRAVA EM PERNAMBUCO ..................................................119 CRISE DA LAVOURA CANAVIEIRA .................................................................................................................121 A PARTICIPAÇÃO DOS POLÍTICOS PERNAMBUCANOS NO PROCESSO DE EMANCIPAÇÃO/ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA ..........................................................................................121 PERNAMBUCO REPUBLICANO .......................................................................................................121 VOTO DE CABRESTO E POLÍTICA DOS GOVERNADORES ...........................................................................121 PERNAMBUCO SOB A INTERVENTORIA DE AGAMENON MAGALHÃES ....................................................122 MOVIMENTOS SOCIAIS E REPRESSÃO DURANTE A DITADURA CIVIL-MILITAR (1964-1985) EM PERNAMBUCO ..........................................................................................................................................122 HERANÇA AFRO-DESCENTE EM PERNAMBUCO .........................................................................123 PROCESSO POLÍTICO EM PERNAMBUCO (2001-2015) ..............................................................124 CONHECIMENTOS DE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS ........ 133 DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS ..............................................................133 DOS DIREITOS SOCIAIS ...................................................................................................................141 DA NACIONALIDADE ........................................................................................................................142 DOS DIREITOS POLÍTICOS ..............................................................................................................144 DOS PARTIDOS POLÍTICOS .............................................................................................................144 C O N H EC IM EN TO S D E LÍ N G U A P O RT U G U ES A 9 CONHECIMENTOS DE LÍNGUA PORTUGUESA LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS INTRODUÇÃO A interpretação e a compreensão textual são aspectos essenciais a serem dominados por aqueles candidatos que buscam a aprovação em seleções e concursos públi- cos. Trata-se de um assunto que abrange questões especí- ficas e de conteúdo geral nas provas; conhecer e dominar estratégias que facilitem a apreensão desse assunto pode ser o grande diferencial entre o quase e a aprovação. Além disso, seja a compreensão textual, seja a interpretação textual, ambas guardam uma relação de proximidade com um assunto pouco explorado pelos cursos de português: a semântica, que incide suas relações de estudo sobre as relações de sentido que a forma linguística pode assumir. Portanto, neste material você encontrará recursos para solidificar seus conhecimentos em interpreta- ção e compreensão textual, associando a essas temá- ticas as relações semânticas que permeiam o sentido de todo amontoado de palavras, tendo em vista que, qualquer aglomeração textual é, atualmente, consi- derada texto e, dessa forma, deve ter um sentido que precisa ser reconhecido por quem o lê. Assim, vamos começar nosso estudo fazendo uma breve diferença entre os termos compreensão e inter- pretação textual. Para muitos, essas palavras expressam o mesmo sentido, mas, como pretendemos deixar claro neste material, ainda que existam relações de sinonímia entre palavras do nosso vocabulário, a opção do autor por um termo ao invés de outro reflete um sentido que deve ser interpretado no texto, uma vez que a interpretação realiza ligações com o texto a partir das ideias que o leitor pode concluir com a leitura. Já a compreensão busca a análise de algo exposto no texto, e, geralmente, é marcada por uma palavra ou uma expressão, e apresenta mais relações semânticas e sintáti- cas. A compreensão textual estipula aspectos linguísticosessencialmente relacionados à significação das palavras e, por isso, envolve uma forte ligação com a semântica. Sabendo disso, é importante separarmos os con- teúdos que tenham mais apelo interpretativo ou compreensivo. Neste material, você encontrará um forte conteúdo que relaciona semântica e interpreta- ção, contendo questões sobre os assuntos: inferência; figuras de linguagem; vícios de linguagem; e intertex- tualidade. No que se refere aos estudos que focam na compreensão e semântica, os principais tópicos são: semântica dos sentidos e suas relações; coerência e coesão; gêneros textuais (mais abordados em provas de concursos); tipos textuais e, ainda, as variações lin- guísticas e suas consequências para o sentido. Todos esses assuntos completam o estudo basilar de semântica com foco em provas e concursos, sempre de olho na sua aprovação. Por isso, convidamos você a estudar com afinco e dedicação, sem esquecer de pra- ticar seus conhecimentos realizando os exercícios de cada tópico, bem como, a seleção de exercícios finais, selecionados especialmente para que este material cumpra o propósito de alcançar sua aprovação. INFERÊNCIA – ESTRATÉGIAS DE INTERPRETAÇÃO A inferência é uma relação de sentido conhecida desde a Grécia Antiga e que embasa as teorias sobre interpretação de texto. Dica Interpretar é buscar ideias, pistas do autor do tex- to, nas linhas apresentadas. Porém, apesar de, aparentemente, parecer algo subjetivo, existem “regras” para se buscar essas pistas. A primeira e mais importante delas é identificar a orientação do pensamento do autor do texto, que fica perceptível quando identificamos como o raciocínio dele foi exposto, se de maneira mais racional, a partir da análise de dados, informações com fontes confiáveis ou se de maneira mais empirista, partindo dos efeitos, das consequências, a fim de se identificar as causas. Por isso, é preciso compreender como podemos interpretar um texto mediante estratégias de leitura. Muitos pesquisadores já se debruçaram sobre o tema, que é intrigante e de grande profundidade acadêmica; neste material, selecionamos as estratégias mais efica- zes que podem contribuir para sua aprovação em sele- ções que avaliam a competência leitora dos candidatos. A partir disso, apresentamos estratégias de leitura que focam nas formas de inferência sobre um texto. Dessa forma, é fundamental identificar como ocorre o processo de inferência, que se dá por dedução ou por indução. Para entender melhor, veja esse exemplo: O marido da minha chefe parou de beber. Observe que é possível inferir várias informações a partir dessa frase. A primeira é que a chefe do enun- ciador é casada (informação comprovada pela expres- são “marido”), a segunda é que o enunciador está trabalhando (informação comprovada pela expressão “minha chefe”) e a terceira é que o marido da chefe do enunciador bebia (expressão comprovada pela expres- são “parou de beber”). Note que há pistas contextuais do próprio texto que induzem o leitor a interpretar essas informações. Tratando-se de interpretação textual, os processos de inferência, sejam por dedução ou por indução, par- tem de uma certeza prévia para a concepção de uma interpretação, construída pelas pistas oferecidas no texto junto da articulação com as informações acessa- das pelo leitor do texto. A seguir, apresentamos um fluxograma que repre- senta como ocorre a relação desses processos: INFERÊNCIA DEDUÇÃO → CERTEZA → INTERPRETAR INDUÇÃO → INTERPRETAR → CERTEZA A partir desse esquema, conseguimos visualizar melhor como o processo de interpretação ocorre. Agora, iremos detalhar esse processo, reconhecendo as estra- tégias que compõem cada maneira de inferir informa- ções de um texto. Por isso, vamos apresentar nos tópicos seguintes como usar estratégias de cunho dedutivo, indu- tivo e, ainda, como articular a isso o nosso conhecimento de mundo na interpretação de textos. 10 A INDUÇÃO As estratégias de interpretação que observam métodos indutivos analisam as “pistas” que o texto oferece e, posteriormente, reconhecem alguma certe- za na interpretação. Dessa forma, é fundamental bus- car uma ordem de eventos ou processos ocorridos no texto e que variam conforme o tipo textual. Sendo assim, no tipo textual narrativo, podemos iden- tificar uma organização cronológica e espacial no desen- volvimento das ações marcadas, por exemplo, pelo uso do pretérito imperfeito; na descrição, podemos organi- zar as ideias do texto a partir da marcação de adjetivos e demais sintagmas nominais; na argumentação, esse encadeamento de ideias fica marcado pelo uso de conjun- ções e elementos que expõem uma ideia/ponto de vista. No processo interpretativo indutivo, as ideias são organizadas a partir de uma especificação para uma generalização. Vejamos um exemplo: Eu não sou literato, detesto com toda a paixão essa espécie de animal. O que observei neles, no tempo em que estive na redação do O Globo, foi o bastante para não os amar, nem os imitar. São em geral de uma las- timável limitação de ideias, cheios de fórmulas, de receitas, só capazes de colher fatos detalhados e impotentes para generalizar, curvados aos for- tes e às ideias vencedoras, e antigas, adstritos a um infantil fetichismo do estilo e guiados por conceitos obsoletos e um pueril e errôneo critério de beleza. (BARRETO, 2010, p. 21) O trecho em destaque na citação do escritor Lima Barreto, em sua obra “Recordações do escrivão Isaías Caminha” (1917), identifica bem como o pensamento indutivo compõe a interpretação e decodificação de um texto. Para deixar ainda mais evidente as estraté- gias usadas para identificar essa forma de interpretar, deixamos a seguir dicas de como buscar a organiza- ção cronológica de um texto. PROCURE SINÔNIMOS A propriedade vocabular leva o cérebro a aproximar as pa- lavras que têm maior asso- ciação com o tema do texto ATENÇÃO AOS CONECTIVOS Os conectivos (conjunções, preposições, pronomes) são marcadores claros de opiniões, espaços físicos e localizadores textuais A DEDUÇÃO A leitura de um texto envolve a análise de diversos aspectos que o autor pode colocar explicitamente ou de maneira implícita no enunciado. Em questões de concurso, as bancas costumam procurar nos enunciados implícitos do texto aspectos para abordar em suas provas. No momento de ler um texto, o leitor articula seus conhecimentos prévios a partir de uma informação que julga certa, buscando uma interpretação; assim, ocorre o processo de interpretação por dedução. Con- forme Kleiman (2016, p. 47): Ao formular hipóteses o leitor estará predizendo temas, e ao testá-las ele estará depreendendo o tema; ele estará também postulando uma possível estru- tura textual; na predição ele estará ativando seu conhecimento prévio, e na testagem ele estará enri- quecendo, refinando, checando esse conhecimento. Fique atento a essa informação, pois é uma das primeiras estratégias de leitura para uma boa inter- pretação textual: formular hipóteses, a partir da macroestrutura textual; ou seja, antes da leitura ini- cial, o leitor deve buscar identificar o gênero textual ao qual o texto pertence, a fonte da leitura, o ano, entre outras informações que podem vir como “aces- sórios” do texto e, então, formular hipóteses sobre a leitura que deverá se seguir. Uma outra dica impor- tante é ler as questões da prova antes de ler o texto, pois, assim, suas hipóteses já estarão agindo conforme um objetivo mais definido. O processo de interpretação por estratégias de dedu- ção envolve a articulação de três tipos de conhecimento: z Conhecimento Linguístico; z Conhecimento Textual; z Conhecimento de Mundo. O conhecimento de mundo, por tratar-se de um assunto mais abrangente, será abordado mais adiante. Os demais, iremos abordar detalhadamente a seguir. Conhecimento Linguístico Esse é o conhecimento basilar para compreensão e decodificação do texto, envolve o reconhecimento das formas linguísticasestabelecidas socialmente por uma comunidade linguística, ou seja, envolve o reco- nhecimento das regras de uma língua. É importante salientar que as regras de reconhe- cimento sobre o funcionamento da língua não são, necessariamente, as regras gramaticais, mas as regras que estabelecem, por exemplo, no caso da língua por- tuguesa, que o feminino é marcado pela desinência -a, que a ordem de escrita respeita o sistema sujeito-ver- bo-objeto (SVO) etc. Ângela Kleiman (2016) afirma que o conhecimento linguístico é aquele que “abrange desde o conhecimento sobre como pronunciar português, passando pelo conhe- cimento de vocabulário e regras da língua, chegando até o conhecimento sobre o uso da língua” (2016, p. 15). Um exemplo em que a interpretação textual é preju- dicada pelo conhecimento linguístico é o texto a seguir: Fonte: https://bit.ly/3kCyWoI. Acesso em: 22/09/2020. C O N H EC IM EN TO S D E LÍ N G U A P O RT U G U ES A 11 Como é possível notar, o texto é uma peça publici- tária escrita em inglês, portanto, somente os leitores proficientes nessa língua serão capazes de decodificar e entender o que está escrito; assim, o conhecimento linguístico torna-se crucial para a interpretação. Essas são algumas estratégias de interpretação em que podemos usar métodos dedutivos. Conhecimento Textual Esse tipo de conhecimento atrela-se ao conheci- mento linguístico e se desenvolve pela experiência leitora. Quanto maior exposição a diferentes tipos de textos, melhor se dá a sua compreensão. Nesse conhe- cimento, o leitor desenvolve sua habilidade porque prepara sua leitura de acordo com o tipo de texto que está lendo. Não se lê uma bula de remédio como se lê uma receita de bolo ou um romance. Não se lê uma reportagem como se lê um poema. Em outras palavras, esse conhecimento relaciona- -se com a habilidade de reconhecer diferentes tipos de discursos, estruturas, tipos e gêneros textuais. Conhecimento de Mundo O uso dos conhecimentos prévios é fundamental para a boa interpretação textual, por isso, é sempre importante que o candidato a cargos públicos reserve um tempo para ampliar sua biblioteca e buscar fontes de informações fidedignas, para, dessa forma, aumen- tar seu conhecimento de mundo. Conforme Kleiman (2016), durante a leitura, nosso conhecimento de mundo que é relevante para a com- preensão textual é ativado; por isso, é natural ao nosso cérebro associar informações, a fim de compreender o novo texto que está em processo de interpretação. A esse respeito, a autora propõe o seguinte exer- cício para atestarmos a importância da ativação do conhecimento de mundo em um processo de interpre- tação. Leia o texto a seguir e faça o que se pede: Como gemas para financiá-lo, nosso herói desa- fiou valentemente todos os risos desdenhosos que tentaram dissuadi-lo de seu plano. “Os olhos enga- nam” disse ele, “um ovo e não uma mesa tipificam corretamente esse planeta inexplorado.” Então as três irmãs fortes e resolutas saíram à procura de provas, abrindo caminho, às vezes através de imen- sidões tranquilas, mas amiúde através de picos e vales turbulentos (KLEIMAN, 2016, p. 24). Agora tente responder as seguintes perguntas sobre o texto: Quem é o herói de que trata o texto? Quem são as três irmãs? Qual é o planeta inexplorado? Certamente, você não conseguiu responder nenhu- ma dessas questões, porém, ao descobrir o título des- se texto, sua compreensão sobre essas perguntas será afetada. O texto se chama “A descoberta da América por Colombo”. Agora, volte ao texto, releia-o e busque responder às questões; certamente você não terá mais as mesmas dificuldades. Ainda que o texto não tenha sido alterado, ao voltar seus olhos por uma segunda vez a ele, já sabendo do que se trata, seu cérebro ativou um conhecimento pré- vio que é essencial para a interpretação de questões. EXERCÍCIOS COMENTADOS 1. (FGV – 2019) “Quando se julga por indução e sem o necessário conhecimento dos fatos, às vezes chega- -se a ser injusto até mesmo com os malfeitores”. Indução é um processo lógico que parte do particular para o geral, como ocorre no seguinte raciocínio: a) Todos os dias o metrô está cheio; hoje deve estar também; b) Após as chuvas, as ruas ficam alagadas; hoje deve ter chovido durante toda a noite; c) A torcida do Corinthians está presente em todos os jogos; domingo não deve ser diferente; d) O estacionamento do restaurante está cheio de carros; o lucro desse restaurante deve ser alto; e) Os carros brasileiros ainda mostram deficiências; o meu automóvel enguiçou ontem. Indução é um processo lógico que parte do particu- lar para o geral. Se houver alguma dúvida na reso- lução, é só ir por exclusão das alternativas a) Todos os dias.../ hoje... b) as ruas/ toda a noite c) em todos os jogos/ domingo... d) Resposta certa e) Os carros.../ meu automóvel... Resposta: Letra D. 2. (CESPE-CEBRASPE – 2014) Julgue o item, relativo à dedução e indução. A conclusão de um argumento dedutivo é uma con- sequência necessária da verdade da conjunção das premissas, o que significa que, sendo verdadeiras as premissas, é impossível a conclusão ser falsa. ( ) CERTO ( ) ERRADO O pensamento dedutivo parte do conhecimento geral, visando ao conhecimento particular, assim, para a lógica dedutiva as premissas verdadeiras não podem gerar enunciados falsos. Resposta: Certo. 3. (UFPE – 2018 - Adaptada) Na temática da Lógica, leia o texto a seguir sobre os tipos de inferência: A dedução e a indução são conhecidas com o nome de inferência, isto é, concluir alguma coisa a partir de outra já conhecida. Sobre a indução e a dedução, entende-se como inferências mediatas. (CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 1996, p. 68.) Adaptado. A autora acima enfatiza a singularidade dos tipos de inferência no âmbito da razão discursiva. Sobre isso, observe a seguinte inferência: Sócrates é homem e mortal Platão é homem e mortal Aristóteles é homem e mortal Logo, todos os homens são mortais. A inferência expressa o raciocínio: a) Dialético. b) Disjuntivo. c) Indutivo. d) Conjuntivo. e) Argumentativo. O raciocínio é indutivo porque parte de premissas particulares para outras mais genéricas. Resposta: Letra C. 12 ASPECTOS SEMÂNTICOS DO VOCABULÁRIO DA LÍNGUA (NOÇÕES DE POLISSEMIA, SINONÍMIA E ANTONÍMIA) Polissemia (Plurissignificação) Multiplicidade de sentidos encontradas em algu- mas palavras, dependendo do contexto. As palavras polissêmicas guardam uma relação de sentido entre si, diferenciando-as das palavras homônimas. A polis- semia é encontrada no exemplo a seguir: Fonte: https://bit.ly/3jynvgs. Acessado em: 17/10/2020. Sinonímia São palavras ou expressões que, empregadas em um determinado contexto, têm significados seme- lhantes. É importante entender que a identidade dos sinônimos é ocasional, ou seja, em alguns contextos uma palavra pode ser empregada no lugar de outra, o que pode não acontecer em outras situações. O uso das palavras “chamar”, “clamar” e “bradar”, por exemplo, pode ocorrer de maneira equivocada se uti- lizadas como sinônimos, uma vez que a intensidade de suas significações é diferente. O emprego dos sinônimos é um importante recur- so para a coesão textual, uma vez que essa estratégia revela, além do domínio do vocabulário do falante, a capacidade que ele tem de realizar retomadas coesi- vas, o que contribuiu para melhor fluidez na leitura do texto. Antonímia São palavras ou expressões que, empregadas em um determinado contexto, têm significados opostos. As relações de antonímia podem ser estabelecidas em gradações (grande/pequeno; velho/jovem); reciproci- dade (comprar/vender) ou complementaridade (ele é casado/ele é solteiro). Vejamos o exemplo a seguir: Fonte: https://bit.ly/3kETkpl. Acesso em: 16/10/2020. A relação de sentido estabelecida na tirinha é construída a partir dos sentidos opostos das palavras “prende” e “solta”, marcando o uso de antônimos,nes- se contexto. RELAÇÕES COESIVAS E SEMÂNTICAS ENTRE ORAÇÕES, PERÍODOS OU PARÁGRAFOS CONJUNÇÕES Assim como as preposições, as conjunções também são invariáveis e também auxiliam na organização das orações, ligando termos e, em alguns casos, ora- ções. Por manterem relação direta com a organização das orações nas sentenças, as conjunções podem ser: coordenativas ou subordinativas. Conjunções Coordenativas As conjunções coordenativas são aquelas que ligam orações coordenadas, ou seja, orações que não fazem parte de uma outra ou, em alguns casos, essas conjunções ligam núcleos de um mesmo termo da ora- ção. As conjunções coordenadas podem ser: z Aditivas: E, nem, bem como, não só, mas também, não apenas, como ainda, senão (após não só). Ex.: Não fiz os exercícios nem revisei. O gato era o pre- ferido, não só da filha, senão de toda família. z Adversativa: Mas, porém, contudo, todavia, entre- tanto, não obstante, senão (equivalente a mas). Ex.: Não tenho um filho, mas dois. A culpa não foi a população, senão dos vereadores (equivale a “mas sim”). � Importante: a conjunção E pode apresentar valor adversativo, principalmente quando é antecedido por vírgula: Estava querendo dor- mir, e o barulho não deixava. z Alternativas: Ou, ou...ou, quer...quer, seja...seja, ora...ora, já...já. Ex.: Estude ou vá para a festa. Seja por bem, seja por mal, vou convencê-la. � Importante: a palavra senão pode funcionar como conjunção alternativa: Saia agora, senão chamarei os guardas! (podemos trocá-la por ou). z Explicativas: Que, porque, pois, (se vier no início da oração), porquanto. Estude, porque a caneta é mais leve que a enxada! � Importante: Pois com sentido explicativo ini- cia uma oração e justifica outra. Ex.: Volte, pois sinto saudades. Pois conclusivo fica após o verbo, deslocado entre vírgulas: Nessa instabilidade, o dólar voltará, pois, a subir. z Conclusiva: Logo, portanto, então, por isso, assim, por conseguinte, destarte, pois (deslocado na fra- se). Ex.: Estava despreparado, por isso, não fui aprovado. As conjunções e, nem não devem ser empregadas juntas (e nem), tendo em vista que ambas indicam a mesma relação aditiva o uso concomitante acarreta em redundância. C O N H EC IM EN TO S D E LÍ N G U A P O RT U G U ES A 13 Conjunções Subordinativas Tal qual as conjunções coordenativas, as subor- dinativas estabelecem uma ligação entre as ideias apresentadas em um texto; porém, diferentemente daquelas, estas ligam ideias apresentadas em orações subordinadas, ou seja, orações que precisam de outra para terem o sentido apreendido. z Causal: Haja vista, que, porque, pois, porquanto, visto que, uma vez que, como (equivale a porque) etc. Ex.: Como não era vaidosa, nunca se arrumava. z Consecutiva: Que (depois de tal, tanto, tão), de modo que, de forma que, de sorte que etc. Ex.: Estudei tanto que fiquei com dor de cabeça. z Comparativa: Como, que nem, que (depois de mais, menos, melhor, pior, maior) etc. Ex.: Corria como um touro. z Conformativa: Conforme, como, segundo, de acordo com, consoante etc. Ex.: Tudo ocorreu con- forme o planejado. z Concessiva: Embora, conquanto, ainda que, mes- mo que, em que pese, posto que etc. Ex.: Teve que aceitar a crítica, conquanto não tivesse gostado. z Condicional: Se, caso, desde que, contanto que, a menos que, somente se etc. Ex.: Se eu quisesse falar com você, teria respondido sua mensagem. z Proporcional: À proporção que, à medida que, quanto mais...mais, quanto menos...menos etc. Ex.: Quanto mais estudo, mais chances tenho de ser aprovado. z Final: Final, para que, a fim de que etc. Ex.: A pro- fessora dá exemplos para que você aprenda! z Temporal: Quando, enquanto, assim que, até que, mal, logo que, desde que etc. Ex.: Quando viajei para Fortaleza, estive na Praia do Futuro. Mal che- guei à cidade, fui assaltado. Os valores semânticos das conjunções não se prendem às formas morfológicas desses elementos. O valor das conjunções é construído contextualmen- te, por isso, é fundamental estar atento aos sentidos estabelecidos no texto. Ex.: Se Mariana gosta de você, por que você não a procura? (SE = causal = já que); Por que ficar preso na cidade, quando existe tanto ar puro no campo. (quando = causal = já que). Conjunções Integrantes As conjunções integrantes fazem parte das orações subordinadas e, na realidade, elas apenas integram uma oração principal à outra, subordinada. Existem apenas dois tipos de conjunções integrantes: que e se. z Quando é possível substituir o que pelo pronome isso, estamos diante de uma conjunção integrante. Ex.: Quero que a prova esteja fácil. Quero = isso. z Sempre haverá conjunção integrante em orações substantivas e, consequentemente, em períodos compostos. Ex.: Perguntei se ele estava em casa. Perguntei = isso. 1 Palavras deverbais são substantivos que expressam, de forma nominal e abstrata, o sentido de um verbo com o qual mantêm relação. Exemplo: A filmagem, O pagamento, A falência etc. Geralmente, os nomes deverbais são acompanhados por preposições e, sintaticamente, o termo que completa o sentido desses nomes é conhecido como complemento nominal. z Nunca devemos inserir uma vírgula entre um ver- bo e uma conjunção integrante. Ex.: Sabe-se, que o Brasil é um país desigual (errado). Sabe-se que o Brasil é um país desigual (certo). EXERCÍCIO COMENTADO 1. (CESPE-CEBRASPE – 2018) O uso da conjunção “embora” pela conjunção “conquanto” prejudicaria o sentido original do texto: ( ) CERTO ( ) ERRADO Nem precisamos ler o texto mencionado pela ques- tão para sabermos que o item está errado, pois conquanto, assim como embora, é uma conjunção concessiva. Resposta: Errado. PREPOSIÇÕES Conceito São palavras invariáveis que ligam orações ou outras palavras. As preposições apresentam funções importantes tanto no aspecto semântico quanto no aspecto sintático, pois complementam o sentido de verbos e/ou palavras cujo sentido pode ser alterado sem a presença da preposição, modificando a transiti- vidade verbal e colaborando para o preenchimento de sentido de palavras deverbais1. As preposições essenciais são: a, ante, até, após, com, contra, de, desde, em, entre, para, per, peran- te, por, sem, sob, trás. Existem, ainda, as preposições acidentais, assim chamadas pois pertencem a outras classes gramaticais, mas, ocasionalmente, funcionam como preposições. Eis algumas: afora, conforme (quando equivaler a “de acordo com”), consoante, durante, exceto, salvo, segundo, senão, mediante, que, visto (quando equi- valer a “por causa de”). Locuções Prepositivas São grupos de palavras que equivalem a uma pre- posição. Ex.: Falei sobre o tema da prova; Falei acerca do tema da prova. A locução prepositiva na segunda frase substitui perfeitamente a preposição sobre. As locuções pre- positivas sempre terminam em uma preposição, e há apenas uma exceção: a locução prepositiva com sen- tido concessivo “não obstante”. A seguir, elencamos alguns exemplos de locuções prepositivas: Abaixo de; acerca de; acima de; devido a; a despeito de; adiante de; defronte de; embaixo de; em frente de; graças a; junto de; perto de; por entre; por trás de; quan- to a; a fim de; a respeito de; por meio de; em virtude de. Algumas locuções prepositivas apresentam seme- lhanças morfológicas, mas significados completamen- te diferentes, como: A opinião dos diretores vai ao encontro do pla- nejamento inicial = Concordância. / As decisões do público foram de encontro à proposta do programa = Discordância. 14 Em vez de comer lanches gordurosos, coma frutas = substituição. / Ao invés de chegar molhado, chegou cedo = oposição. Fonte: instagram.com/academiadotexto. Acessado em: 19/11/2020. Combinações e Contrações As preposições podem ser contraídas com outras classes de palavras, veja: z Preposição + artigo: A + a, as, o, os: à, às, ao, aos. De + a, as, o, os, um, uns, uma, umas: da, das, do, dos, dum, duns,duma, dumas. Por + a, as, o, os: pela, pelas, pelo, pelos. Em + a, as, o, os, um, uns, uma, umas: na, nas, no, nos, num, nuns, numa, numas. z Preposição + pronome demonstrativo: A + aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo: àque- le, àqueles, àquela, àquelas, àquilo. Em + este, esta, estes, estas, isto, esse, essa, esses, essas, isso, aquele, aquela, aqueles, aquelas, aqui- lo: neste, nesta, nestes, nestas, nisto, nesse, nes- sa, nesses, nessas, nisso, naquele, naquela, na- queles, naquelas, naquilo. De + este, esta, estes, estas, isto, esse, essa, esses, es- sas, isso, aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo: deste, desta, destes, destas, disto, desse, dessa, desses, dessas, disso, daquele, daquela, daque- les, daquelas, daquilo. z Preposição + advérbio: De + aqui, ali, além: daqui, dali, dalém. z Preposição + pronomes pessoais: Em + ele, ela, eles, elas: nele, nela, neles, nelas. De + ele, ela, eles, elas: dele, dela, deles, delas. z Preposição + pronome relativo: A + onde: aonde. z Preposição + pronomes indefinidos: De + outro, outras: doutro, doutros, doutra, doutras. Algumas Relações Semânticas Estabelecidas por Preposições É importante ressaltar que as preposições podem apre- sentar valor relacional ou podem atribuir um valor nocio- nal. As preposições que apresentam um valor relacional cumprem uma relação sintática com verbos ou subs- tantivos, que, em alguns casos, são chamados deverbais, conforme já mencionamos anteriormente. Essa mesma relação sintática pode ocorrer com adjetivos e advérbios, os quais também apresentarão função deverbal. Ex.: Concordo com o advogado (preposição exigida pela regência do verbo concordar). Tenho medo da queda (preposição exigida pelo complemento nominal). Estou desconfiado do funcionário (preposição exi- gida pelo adjetivo). Fui favorável à eleição (preposição exigida pelo advérbio). Em todos esses casos, a preposição mantém uma relação sintática com a classe de palavras a qual se liga, sendo, portanto, obrigatória sua presença na sentença. De modo oposto, as preposições cujo valor nocio- nal é preponderante apresentam uma modificação no sentido da palavra a qual se liga. Elas não são componentes obrigatórios na construção da senten- ça, divergindo das preposições de valor relacional. As preposições de valor nocional estabelecem uma noção de posse, causa, instrumento, matéria, modo etc. Vejamos algumas: VALOR NOCIONAL DAS PREPOSIÇÕES SENTIDO Posse Carro de Marcelo Lugar O cachorro está sob a mesa Modo Votar em branco, chegar aos gritos Causa Preso por estupro Assunto Falar sobre política Origem Descende de família simples Destino Olhe para frente! Iremos a Paris EXERCÍCIO COMENTADO 1. (FCC – 2018) Observe as seguintes passagens: I. Para o comitê, Brasília era um marco do desenvolvi- mento moderno. II. Mas, para ganhar o título de patrimônio mundial, preci- sava de leis... III. Criadas por Lucio Costa para organizar o sítio urbano... IV. Para muitos, o Plano Piloto lembra um avião. Considerando-se o contexto, o vocábulo para exprime ideia de finalidade em: a) I e III, apenas. b) I, II e IV, apenas. c) III e IV, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II, III e IV. A preposição “para” indicará finalidade quando puder ser substituída pela locução “a fim de”, como ocorre nos itens II e III. Resposta: Letra D. ADVÉRBIOS Advérbios são palavras invariáveis que modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio. Em alguns casos, os advérbios também podem modificar uma frase inteira, indicando circunstância. Os grandes cientistas da gramática da língua por- tuguesa apresentam uma lista exaustiva com as fun- ções dos advérbios; porém, decorar as funções dos advérbios, além de desgastante, pode não ter o resul- tado esperado na resolução de questões de concurso. Dessa forma, sugerimos que você fique atento às principais funções designadas por um advérbio e, a partir delas, consiga interpretar a função exercida nos enunciados das questões que tratem dessa classe de palavras. Ainda assim, julgamos pertinente apresentar algu- mas funções basilares exercidas pelo advérbio: z Dúvida: Talvez, caso, porventura, quiçá etc. z Intensidade: Bastante, bem, mais, pouco etc. z Lugar: Ali, aqui, atrás, lá etc. z Tempo: Jamais, nunca, agora etc. C O N H EC IM EN TO S D E LÍ N G U A P O RT U G U ES A 15 z Modo: Assim, depressa, devagar etc. Novamente, chamamos sua atenção para a função que o advérbio deve exercer na oração. Como dissemos, essas palavras modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio; por isso, para identificar com mais pro- priedade a função denotada pelos advérbios, é preciso perguntar: Como? Onde? Como? Por quê? As respostas sempre irão indicar circunstâncias adverbiais expressas por advérbios, locuções adverbiais ou orações adverbiais. Vejamos como podemos identificar a classificação/função adequada dos advérbios: z O homem morreu... de fome (causa); com sua família (companhia); em casa (lugar); envergonhado (modo). z A criança comeu... demais (intensidade); ontem (tempo); com garfo e faca (instrumento); às claras (modo). Locuções Adverbiais As locuções adverbiais, como já mostramos anteriormente, são bem semelhantes às locuções adjetivas. É importante saber que as locuções adverbiais apresentam um valor passivo. Ex.: Ameaça de colapso. Nesse exemplo, o termo em negrito é uma locução adverbial, pois o valor é de passividade, ou seja, se inverter- mos a ordem e inserirmos um verbo na voz passiva, a frase manterá seu sentido. Vejamos: Colapso foi ameaçado: essa frase faz sentido e apresenta valor passivo, logo, sem o verbo, a locução destaca- da anteriormente é adverbial. Ainda sobre esse assunto, perceba que em locuções como esta: “Característica da nação”, o termo destacado não terá o mesmo valor passivo, pois não aceitará a inserção de um verbo com essa função: Nação foi característica*: essa frase quebra a estrutura gramatical da língua portuguesa, que não admite voz passiva em termos com função de posse, caso das locuções adjetivas. Isso torna tal estrutura agramatical, por isso, inserimos um asterisco (*) para indicar essa característica. Dica Locuções adverbiais apresentam valor passivo. Locuções adjetivas apresentam valor de posse. Com essa dica, esperamos que você seja capaz de diferenciar essas locuções em questões; ademais, buscamos desenvolver seu aprendizado para que não seja preciso gastar seu valioso tempo decorando listas de locuções adverbiais. Lembre-se: o sentido está no texto. Advérbios Interrogativos Os advérbios interrogativos são, muitas vezes, confundidos com pronomes interrogativos. Para evitar essa confusão, devemos saber que os advérbios interrogativos introduzem uma pergunta, exprimindo ideia de tempo, modo ou causa. Exs.: Como foi a prova? Quando será a prova? Onde será realizada a prova? Por que a prova não foi realizada? De maneira geral, as palavras como, onde, quando e por que são advérbios interrogativos, pois não substi- tuem nenhum nome de ser (vivo), exprimindo ideia de modo, lugar, tempo e causa. Grau do Advérbio Assim como os adjetivos, os advérbios podem ser flexionados nos graus comparativo e superlativo. Vejamos as principais mudanças sofridas pelos advérbios quando flexionados em grau: GRAU COMPARATIVO NORMAL SUPERIORIDADE INFERIORIDADE IGUALDADE Bem Melhor (mais bem*) - Tão bem Mal Pior (mais mal*) - Tão mal Muito Mais - - Pouco menos - - Obs.: As formas “mais bem” e “mais mal” são aceitas quando acompanham o particípio verbal. 16 GRAU SUPERLATIVO NORMAL ABSOLUTO SINTÉTICO ABSOLUTO ANALÍTICO RELATIVO Bem Otimamente Muito bem Inferioridade Mal Pessimamente Muito mal Superioridade Muito Muitíssimo - Superioridade: o mais Pouco Pouquíssimo - Superioridade: o menos Advérbios e Adjetivos O adjetivo é, como vimos, uma classe de palavras variável, porém, quando se refere a um verbo, ele fica inva- riável, confundindo-se com o advérbio. Nesses casos, para ter certezade qual é classe da palavra, basta tentar colocá-la no feminino ou no plural; caso a palavra aceite uma dessas flexões, será adjetivo. Ex.: A cerveja que desce redondo/ As cervejas que descem redondo. Nesse caso, trata-se de um advérbio. Palavras Denotativas São termos que apresentam semelhança aos advérbios, em alguns casos são até classificados como tal, mas não exercem função modificadora de verbo, adjetivo ou advérbio. Sobre as palavras denotativas, é fundamental que você saiba identificar o sentido a elas atribuído, pois, geral- mente, é isso que as bancas de concurso cobram. z Eis: sentido de designação; z Isto é, por exemplo, ou seja: sentido de explicação; z Ou melhor, aliás, ou antes: sentido de ratificação; z Somente, só, salvo, exceto: sentido de exclusão; z Além disso, inclusive: sentido de inclusão. Além dessas expressões, há, ainda, as partículas expletivas ou de realce, geralmente formadas pela forma ser + que (é que). A principal característica dessas palavras é que podem ser retiradas sem causar prejuízo sintático ou semântico na frase. Ex.: Eu é que faço as regras / Eu faço as regras. Outras palavras denotativas expletivas são: lá, cá, não, é porque etc. Algumas Observações Interessantes z O adjunto adverbial deve sempre vir posicionado após o verbo ou complemento verbal, caso venha deslocado, em geral, separamos por vírgulas. z Em uma sequência de advérbios terminados com o sufixo -mente, apenas o último elemento recebe a termi- nação destacada. EXERCÍCIOS COMENTADOS 1. (SCT – 2020) Assinale a opção em que as palavras denotativas não foram bem classificadas: a) A palavra SE, por exemplo, pode ter muitas funções (explicação). b) Todos saíram exceto o vigia (exclusão). c) O pároco, isto é, o vigário da nossa paróquia, esteve aqui (de adição). d) Mesmo eu não sabia de nada (exclusão). e) Ele também participou da homenagem (inclusão). A expressão “isto é” designa explicação, portanto, o item incorreto é a alternativa C. Resposta: Letra C. 2. (FCC – 2018) Julgue o item a seguir: O antônimo de “bem-estar” se constrói com o adjetivo mau. ( ) CERTO ( ) ERRADO O contrário de “bem-estar” é “mal-estar”, admitindo-se apenas a forma adverbial da palavra. Resposta: Errado. CONECTIVOS E FORMAS VARIANTES Conectivos ou conectores são palavras ou expressões que têm a função de ligar os períodos e parágrafos do texto. Os conectivos podem ser conjunções ou advérbios/locuções adverbiais e sempre promovem uma relação entre os termos conectados. É muito importante saber identificar a relação que indicam, pois isso pode modificar o sentido de um texto. A seguir veremos as principais relações que os conectores expressam: C O N H EC IM EN TO S D E LÍ N G U A P O RT U G U ES A 17 z Adição: e, também, além disso, mas também; z Oposição: mas, porém, contudo, entretanto, no entanto; z Causa: por isso, portanto, certamente; z Tempo: atualmente, nos dias de hoje, na sociedade atual, depois, antes disso, em seguida, logo, até que; z Consequência: logo, consequentemente; z Confirmação/Reafirmação: Ou seja, nesse senti- do, nessa perspectiva, em suma, em outras pala- vras, dessa forma; z Hipótese/Probabilidade: A menos que, mesmo que, supondo que; z Semelhança: do mesmo modo, assim como, bem como; z Finalidade: afim de, para, para que, com a finali- dade de, com o objetivo de; z Exemplificação: por exemplo, a exemplo de, isto é; z Ênfase: na verdade, efetivamente, certamente, com efeito; z Dúvida: talvez, por ventura, provavelmente, possivelmente; z Conclusão: portanto, logo, enfim, em suma. Dica É necessário observar o contexto de uso de cada conector, pois vários deles podem mudar de sen- tido de acordo com a situação em que está sen- do usado. Na língua portuguesa, o contexto é essencial para entender uma proposição. PERÍODO COMPOSTO Observe os exemplos a seguir: A apostila de Português está completa. Um verbo: Uma oração = período simples Português e Matemática são disciplinas essen- ciais para ser aprovado em concursos. Dois verbos: duas orações = período composto O período composto é formado por duas ou mais orações. Num parágrafo, podem aparecer misturado períodos simples e período compostos. PERÍODO SIMPLES PERÍODO COMPOSTO Era dia de eleição O povo levantou-se cedo para evitar aglomeração Para não esquecer: Período simples é aquele formado por uma só oração. Período composto é aquele formado por duas ou mais orações. Classifica-se nas seguintes categorias: z Por coordenação: orações coordenadas assindéticas; � Orações coordenadas sindéticas: aditivas, adver- sativas, alternativas, conclusivas, explicativas. z Por subordinação: � Orações subordinadas substantivas: subjeti- vas, objetivas diretas, objetivas indiretas, com- pletivas nominais, predicativas, apositivas; � Orações subordinadas adjetivas: restritivas, explicativas; � Orações subordinadas adverbiais: causais, comparativas, concessivas, condicionais, con- formativas, consecutivas, finais, proporcionais, temporais. z Por coordenação e subordinação: orações for- madas por períodos mistos; z Orações reduzidas: de gerúndio e de infinitivo. Período Composto por Coordenação As orações são sintaticamente independentes. Isso significa que uma não possui relação sintática com verbos, nomes ou pronomes das demais orações no período. Ex.: “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.” (Fernando Pessoa) Oração coordenada 1: Deus quer Oração coordenada 2: o homem sonha Oração coordenada 3: a obra nasce. Ex.: “Subi devagarinho, colei o ouvido à porta da sala de Damasceno, mas nada ouvi.” (M. de Assis) Oração coordenada assindética: Subi devagarinho Oração coordenada assindética: colei o ouvido à porta da sala de Damasceno Oração coordenada sindética: mas nada ouvi Conjunção adversativa: mas nada Orações Coordenadas Sindéticas As orações coordenadas podem aparecer ligadas às outras através de um conectivo (elo), ou seja, atra- vés de um síndeto, de uma conjunção, por isso o nome sindética. Veremos agora cada uma delas: z Aditivas: exprimem ideia de sucessibilidade ou simultaneidade. Conjunções constitutivas: e, nem, mas, mas tam- bém, mas ainda, bem como, como também, se- não também, que (= e). Ex.: Pedro casou-se e teve quatro filhos. Os convidados não compareceram nem explica- ram o motivo. z Adversativas: exprimem ideia de oposição, con- traste ou ressalva em relação ao fato anterior. Conjunções constitutivas: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto, senão, não obs- tante, ao passo que, apesar disso, em todo caso. Ex.: Ele é rico, mas não paga as dívidas. “A morte é dura, porém longe da pátria é dupla a morte.” (Laurindo Rabelo) z Alternativas: exprimem fatos que se alternam ou se excluem. Conjunções constitutivas: (ou), (ou ... ou), (ora ... ora), (que ... quer), (seja ... seja), (já ... já), (talvez ... talvez). Ex.: Ora responde, ora fica calado. Você quer suco de laranja ou refrigerante? z Conclusivas: exprimem uma conclusão lógica sobre um raciocínio. Conjunções constitutivas: logo, portanto, por con- seguinte, pois isso, pois (o “pois” sem ser no início de frase). Ex.: Estou recuperada, portanto viajarei próxima semana. “Era domingo; eu nada tinha, pois, a fazer.” (Paulo Mendes Campos) 18 z Explicativas: justificam uma opinião ou ordem expressa. Conjunções constitutivas: que, porque, porquanto, pois. Ex.: Vamos dormir, que é tarde. (o “que” equivale a “pois”) Vamos almoçar de novo porque ainda estamos com fome. PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO Formado por orações sintaticamente dependentes, considerando a função sintática em relação a um ver- bo, nome ou pronome de outra oração. Tipos de orações subordinadas: z Substantivas; z Adjetivas; z Adverbiais. Orações Subordinadas Substantivas São classificadas nas seguintes categorias: z Orações subordinadas substantivas conectivas: são introduzidas pelas conjunções subordinativas integrantes que e se. Ex.: Dizemque haverá novos aumentos de impostos. Não sei se poderei sair hoje à noite. z Orações subordinadas substantivas justapostas: introduzidas por advérbios ou pronomes interroga- tivos (onde, como, quando, quanto, quem etc.) z Ex.: Ignora-se onde eles esconderam as joias roubadas. Não sei quem lhe disse tamanha mentira. z Orações subordinadas substantivas reduzidas: não são introduzidas por conectivo, e o verbo fica no infinitivo. Ex.: Ele afirmou desconhecer estas regras. z Orações subordinadas substantivas subjetivas: exercem a função de sujeito. O verbo da oração principal deve vir na voz ativa, passiva analítica ou sintética. Em 3ª pessoa do singular, sem se refe- rir a nenhum termo na oração. Ex.: Foi importante o seu regresso. (sujeito) Foi importante que você regressasse. (sujeito ora- cional) (or. sub. subst. subje.) z Orações subordinadas substantivas objetivas diretas: exercem a função de objeto direto de um verbo transitivo direto ou transitivo direto e indi- reto da oração principal. Ex.: Desejo o seu regresso. (OD) Desejo que você regresse. (OD oracional) (or. sub. subst. obj. dir.) z Orações subordinadas substantivas completi- vas nominais: exercem a função de complemento nominal de um substantivo, adjetivo ou advérbio da oração principal. Ex.: Tenho necessidade de seu apoio. (comple- mento nominal) Tenho necessidade de que você me apoie. (com- plemento nominal oracional) (or. sub. subst. com- pl. nom.) z Orações subordinadas substantivas predicati- vas: funcionam como predicativos do sujeito da oração principal. Sempre figuram após o verbo de ligação ser. Ex.: Meu desejo é a sua felicidade. (predicativo do sujeito) Meu desejo é que você seja feliz. (predicativo do sujeito oracional) (or. sub. subst. predic.) z Orações subordinadas substantivas apositivas: funcionam como aposto. Geralmente vêm depois de dois-pontos ou entre vírgulas. Ex.: Só quero uma coisa: a sua volta imediata. (aposto) Só quero uma coisa: que você volte imediata- mente. (aposto oracional) (or. sub. aposi.) z Orações subordinadas adjetivas: desempenham função de adjetivo (adjunto adnominal ou, mais raramente, aposto explicativo). São introduzidas por pronomes relativos (que, o qual, a qual, os quais, as quais, cujo, cuja, cujos, cujas etc.) As orações subordinadas adjetivas classificam-se em: explicativas e restritivas. z Orações subordinadas adjetivas explicativas: não limitam o termo antecedente, e sim acrescen- tam uma explicação sobre o termo antecedente. São consideradas termo acessório no período, podendo ser suprimidas. Sempre aparecem isola- das por vírgulas. Ex.: Minha mãe, que é apaixonada por bichos, cria trinta gatos. z Orações subordinadas adjetivas restritivas: especificam ou limitam a significação do termo antecedente, acrescentando-lhe um elemento indispensável ao sentido. Não são isoladas por vírgulas. Ex.: A doença que surgiu recentemente ainda é incurável. Dica Como diferenciar as orações subordinadas adje- tivas restritivas das orações subordinadas adjeti- vas explicativas? Ele visitará o irmão que mora em Recife. (restritiva, pois ele tem mais de um irmão e vai visitar apenas o que mora em Recife) Ele visitará o irmão, que mora em Recife. (explicativa, pois ele tem apenas um irmão que mora em Recife) z Orações subordinadas adverbiais: exprimem uma circunstância relativa a um fato expresso em outra oração. Têm função de adjunto adverbial. São introduzidas por conjunções subordinativas (exceto as integrantes) e se enquadram nos seguin- tes grupos: z Orações subordinadas adverbiais causais: são introduzidas por: como, já que, uma vez que, por- que, visto que etc. Ex.: Caminhamos o restante do caminho a pé por- que ficamos sem gasolina. z Orações subordinadas adverbiais comparati- vas: são introduzidas por: como, assim como, tal qual, como, mais etc. Ex.: A cerveja nacional é menos concentrada (do) que a importada. z Orações subordinadas adverbiais concessivas: indica certo obstáculo em relação ao fato expres- so na outra oração, sem, contudo, impedi-lo. São introduzidas por: embora, ainda que, mesmo que, por mais que, se bem que etc. Ex.: Mesmo que chova, iremos à praia amanhã. C O N H EC IM EN TO S D E LÍ N G U A P O RT U G U ES A 19 z Orações subordinadas adverbiais condicionais: são introduzidas por: se, caso, desde que, salvo se, contanto que, a menos que etc. Ex.: Você terá sucesso desde que se esforce para tal. z Orações subordinadas adverbiais conformati- vas: são introduzidas por: como, conforme, segun- do, consoante. Ex.: Ele deverá agir conforme combinamos. z Orações subordinadas adverbiais consecutivas: são introduzidas por: que (precedido na oração anterior de termos intensivos como tão, tanto, tamanho etc.) de sorte que, de modo que, de forma que, sem que. Ex.: A garota riu tanto, que se engasgou. “Achei as rosas mais belas do que nunca, e tão per- fumadas que me estontearam.” (Cecília Meireles) z Orações subordinadas adverbiais finais: indicam um objetivo a ser alcançado. São introduzidas por: para que, a fim de que, porque e que (= para que). Ex.: O pai sempre trabalhou para que os filhos tivessem bom estudo. z Orações subordinadas adverbiais proporcio- nais: são introduzidas por: à medida que, à pro- porção que, quanto mais, quanto menos etc. Ex.: Quanto mais ouço essa música, mas a aprecio. z Orações subordinadas adverbiais temporais: são introduzidas por: quando, enquanto, logo que, depois que, assim que, sempre que, cada vez que, agora que etc. Ex.: Assim que você sair, feche a porta, por favor. Para separar as orações de um período composto, é necessário atentar-se para dois elementos fundamen- tais: os verbos (ou locuções verbais) e os conectivos (conjunções ou pronomes relativos). Após assinalar esses elementos, deve-se contar quantas orações ele representa, a partir da quantidade de verbos ou locu- ções verbais. Exs.: [“A recordação de uns simples olhos basta] – 1ª oração [para fixar outros] – 2ª oração [que os rodeiam] – 3ª oração [e se deleitem com a imaginação deles]. – 4ª ora- ção (M. de Assis) Nesse período, a 2ª oração subordina-se ao verbo basta, pertencente à 1ª (oração principal). A 3ª e a 4ª são orações coordenadas entre si, porém ambas dependentes do pronome outros, da 2ª oração EXPRESSÃO ESCRITA: DIVISÃO SILÁBICA, ORTOGRAFIA E ACENTUAÇÃO (V. REFORMA ORTOGRÁFICA VIGENTE) NÚMERO DE SÍLABAS Antes de compreendermos os processos norteado- res da divisão silábica, é importante identificar uma sílaba. Sílaba é um grupo de palavras que se pronun- cia em apenas uma emissão de voz, como a palavra “pá”, por exemplo. Para compreender o processo de formação silábi- ca e, consequentemente, reconhecer os números de sílabas em uma palavra, é fundamental saber como dividir a palavra em sílabas. Esse processo é chamado de divisão silábica e constitui a identificação e delimitação das sílabas de cada palavra. As palavras classificam-se em monossí- labas (se apresentam apenas uma sílaba) ou polissíla- bas (mais de uma sílaba). Veja alguns exemplos: Separam-se: z Hiatos: sa-í-da; va-zi-o. z Dígrafos (RR, SS, SC, SÇ, XC): car-ro; ces-são; cons- -ci-ên-cia; cres-ça; ex-ce-ção. z Vogais iguais / grupo consonantal CC (Ç): Co-or-de- -nar; ca-a-tin-ga/fic-ção; con-fec-cionar. z Encontros consonantais disjuntos (pt, dv, gn, bs, tm, ft, ct, ls): Ap-ti-dão; ad-vo-ga-do; dig-no; ab-sol- -ver; rit-mo; as-pec-to; con-vul-são. Não se separam: z Ditongos e Tritongos: Gló-ria/ U-ru-guai. z Dígrafos (CH, LH, NH, GU, QU): cha-ve; ga-lho; ni-nho; lin-gui-ça; quei-jo. z Encontros consonantais em sílaba inicial: psi-có- -lo-go; pneu. TONICIDADE SILÁBICA Quanto à tonicidade, as sílabas são divididas em monossílabas (átonas e tônicas), oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas. Para reconhecermos a sílaba tônica (forte) de uma palavra basta pronunciarmos o vocábu- lo e notar qual sílaba é pronunciada com mais força. Monossílabas ÁtonasOs monossílabos átonos são designados assim, pois não apresentam autonomia fonética, sendo, portanto, pronunciados de forma fraca em seus contextos de uso. Ex.: Essa chance nos foi dada. Monossílabas Tônicas Os monossílabos tônicos apresentam autonomia fonética e, por isso, são proferidos fortemente nos contextos de uso em que aparecem. É importante fri- sar que nem todo monossílabo tônico será acentuado, Ex.: “Essa chance foi dada a nós”. Oxítonas São chamadas assim as palavras que apresentam tonicidade na última sílaba, sendo esta, portanto, a sílaba mais forte. Ex.: mo-co-tó, pa-ra-béns, vo-cê. Paroxítonas São chamadas assim as palavras que apresentam a sílaba tônica na penúltima sílaba. Ex.: a-çú-car. Proparoxítonas São chamadas assim as palavras que apresentam a sílaba tônica na antepenúltima sílaba. Ex.: rá-pi-do. 20 ORTOGRAFIA As regras de ortografia são muitas e, na maioria dos casos, contraproducentes, tendo em vista que a lógica da grafia e da acentuação das palavras, muitas vezes, é derivada de processos históricos de evolução da língua. Por isso, vale lembrar a dica de ouro do aluno cra- que em ortografia: leia sempre! Somente a prática de leitura irá lhe garantir segurança no processo de gra- fia das palavras. Em relação à acentuação, por outro lado, a maior parte das regras não são efêmeras, porém, são em grande número. Neste material, iremos apresentar uma forma condensada e prática para guardar as regras dos acentos e os motivos pelos quais as pala- vras são acentuadas. Ainda sobre aspectos ortográficos da língua portu- guesa, é importante estarmos atentos ao uso de letras cujos sons são semelhantes e geram confusão quanto à escrita correta. Veja: z É com X ou CH? Empregamos X após os ditongos. Ex.: ameixa, frouxo, trouxe. USAMOS X: USAMOS CH: z Depois da sílaba em, se a palavra não for derivada de palavras iniciadas por CH: enxerido, enxada z Depois de ditongo: cai- xa, faixa z Depois da sílaba ini- cial me se a palavra não for derivada de vocábulo iniciado por CH: mexer, mexilhão z Depois da sílaba em, se a palavra for derivada de palavras iniciadas por CH: encher, encharcar z Em palavras derivadas de vocábulos que são gra- fados com CH: recauchu- tar, fechadura Fonte: instagram/academiadotexto. Acesso em: 10/10/2020. z É com G ou com J? Usamos G em substantivos termi- nados em: -agem; igem; -ugem. Ex.: viagem, ferrugem; Palavras terminadas em: ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio. Ex.: sacrilégio, pedágio; Verbos terminados em -ger e -gir. Ex.: proteger, fugir; Usamos J em formas verbais terminadas em -jar ou -jer. Ex.: viajar, lisonjear; Termos derivados do latim escritos com j. z É com Ç ou S? Após ditongos, usamos, geralmente, Ç quando houver som de S, e escrevemos S quando houver som de Z. Ex.: eleição; Neusa; coisa. z É com S ou com Z? palavras que designam nacio- nalidade ou títulos de nobreza e terminam em -ês e -esa devem ser grafadas com S. Ex.: norueguesa; inglês; marquesa; duquesa. Palavras que designam qualidade, cuja termina- ção seja -ez ou -eza, são grafadas com Z: Embriaguez; lucidez; acidez. Essas regras para correção ortográfica das pala- vras, em geral, apresentam muitas exceções; por isso é importante ficar atento e manter uma rotina de leitu- ra, pois esse aprendizado é consolidado com a prática. Sua capacidade ortográfica ficará melhor a partir da leitura e da escrita de textos, por isso, recomendamos que se mantenha atualizado e leia fontes confiáveis de informação, pois além de contribuir para seu conhe- cimento geral, sua habilidade em língua portuguesa também aumentará. ACENTUAÇÃO GRÁFICA Muitas são as regras de acentuação das palavras da língua portuguesa; para compreender essas regras, faz-se necessário entender a tonicidade das sílabas e respeitar a divisão das sílabas. Regras de Acentuação z Palavras monossílabas: Acentuam-se os monossí- labos tônicos terminados em: A, E, O. Ex.: pá, vá, chá; pé, fé, mês; nó, pó, só. z Palavras oxítonas: acentuam-se as palavras oxíto- nas terminadas em: A, E, O, EM/ENS. Ex.: cajá, gua- raná; Pelé, você; cipó, mocotó; também, parabéns. z Palavras paroxítonas: acentuam-se as paroxíto- nas que não terminam em: A, E, O, EM/ENS. Ex.: bíceps, fórceps; júri, táxis, lápis; vírus, úteis, lótus; abdômen, hímen. Importante! Acentuam-se as paroxítonas terminadas em ditongo. Ex.: imóveis, bromélia, história, cenário, Brasília, rádio etc. z Palavras proparoxítonas: A regra mais simples e fácil de lembrar: todas as proparoxítonas devem ser acentuadas! Porém, esse grupo de palavras divide uma polê- mica com as palavras paroxítonas, pois, em alguns vocábulos, o Vocabulário Ortográfico da Língua Por- tuguesa (VOLP) aceita a classificação em paroxítona ou proparoxítona. São as chamadas proparoxítonas aparentes. Essas palavras apresentam um ditongo crescente no final de suas sílabas; esse ditongo pode ser aceito ou pode ser considerado hiato. É o que ocorre com as palavras: HIS-TÓ-RIA/ HIS-TÓ-RI-A VÁ-CUO/ VA-CU-O PÁ-TIO/ PÁ-TI-O Antes de concluir, é importante mencionar o uso do acento nas formas verbais TER e VIR: Ele tem / Eles têm Ele vem / Eles vêm Percebam que, no plural, essas formas admitem o uso de um acento (^); portanto, atente-se à concordân- cia verbal quando usar esses verbos. EXERCÍCIOS COMENTADOS 1. (FCC – 2018) Julgue o item a seguir em relação à con- formidade com a norma-padrão da língua: “As opera- ções de saída com destino a empresas do comercio varejista e insumos agropecuários dispõem de isen- ção fiscal e redução de base de cálculo, conforme já prevê em lei, desde que observados os requisitos exi- gidos para cada caso.” ( ) CERTO ( ) ERRADO C O N H EC IM EN TO S D E LÍ N G U A P O RT U G U ES A 21 Ainda que tenham sido respeitadas quase todas as regras gramaticais, faltou o acento da palavra “comércio”, que deve ser acentuada, pois é uma paro- xítona terminada em ditongo. Resposta: Errado. 2. (FCC – 2019) “Um juramento expõe a beleza da von- tade humana, como afirmação nossa, mas sua quebra mostra também nossos limites”. Numa nova e igualmente correta redação da frase acima, iniciada agora pelo segmento “A quebra de um juramento mostra nossos limites”, pode-se seguir esta coerente complementação: “não fosse a beleza que também têm na quebra mesma da nossa vontade”. ( ) CERTO ( ) ERRADO A forma verbal ter admite a marcação de plural com o uso do acento diferencial ^, porém na recons- trução da frase mencionada o sujeito está no singu- lar, não sendo necessário o uso do plural do verbo citado. Resposta: Errado. TRAÇOS SEMÂNTICOS DE RADICAIS, PREFIXOS E SUFIXOS Radical e Morfema Lexical As palavras são formadas por estruturas que, uni- das, podem se modificar e criar novos sentidos em contextos diversos. Os morfemas são as menores uni- dades gramaticais com sentido da língua. Para iden- tificá-los é preciso notar que uma palavra é formada por pequenas estruturas. Para isso, podemos imaginar que uma palavra é uma peça de um quebra-cabeça no qual podemos juntar outra peça para formar uma estrutura maior; porém, se você já montou um que- bra-cabeça, deve se lembrar que não podemos unir as peças arbitrariamente, é preciso buscar aquelas que se encaixam. Assim, como falantes da língua, reconhecemos essas estruturas morfológicas e os seus sentidos, pois, a todo momento estamos aptos a criar novas pala- vras a partir das regras que o sistema linguístico nos oferece. Tornou-se comum, sobretudo nas redes sociais, o surgimento de novos vocábulos a partir de “peças” existentes na língua, algumas misturando termos de outras línguas com morfemas da língua portuguesa para a formação de novas palavras, como: bloguei- ro (blogger), deletar (delete); já algumas palavras ganham novos morfemas e, consequentemente, novas acepções nas redes socias como, por exemplo, biscoi- teiro, termo usado para se referir a pessoas que bus- cam receber elogiosnesse ambiente. As peças do quebra-cabeças que formam as pala- vras da língua portuguesa possuem os seguintes nomes: Radical, Desinência, Vogal Temática, Afixos, Consoantes e Vogais de Ligação. O radical, também chamado de semantema, é o núcleo da palavra, pois é o detentor do sentido ao qual se anexam os demais morfemas, criando as palavras derivadas. Devido a essa importante característica, o radical é também conhecido como morfema lexical, pois se trata da significação própria dos vocábulos, designando a sua natureza lexical, ou seja, o seu senti- do propriamente dito. Alguns exemplos de radicais: Ex.: pastel – pastelaria – pasteleiro; pedra – pedreiro - pedregulho; Terra – aterrado – enterrado - terreiro. Importante! Palavras da mesma família etimológica, ou seja, que apresentam o mesmo radical e guardam o mesmo valor semântico no radical, são conheci- das como cognatas. Afixos ou Morfemas Derivacionais A partir dos morfemas lexicais, a língua ganha outras formas e sentidos pelos morfemas derivacio- nais, que são assim chamados pois auxiliam no pro- cesso de criação de palavras a partir da derivação, ou seja, a inclusão de prefixos e sufixos no radical dos vocábulos. Vale notar que algumas bancas denominam os afi- xos de infixos. São morfemas derivacionais os afixos, estruturas morfológicas que se anexam ao radical das palavras e auxiliam o processo de formação de novos vocábulos. Os afixos da língua portuguesa são de duas categorias: z Prefixos: afixos que são anexados na parte ante- rior do radical. Exs.: In: infeliz. Anti: antipatia Pós: posterior Bi: bisavô Contra: contradizer z Sufixos: afixos que são anexados na parte poste- rior do radical. Exs.: mente: Felizmente. dade: Lealdade eiro: Blogueiro ista: Dentista gudo: Narigudo É importante destacar que essa pequena amostra, listando alguns sufixos e prefixos da língua portugue- sa, é meramente ilustrativa e serve apenas para que você tenha consciência do quão rico é o processo de formação de palavras por afixos. Além disso, não é interessante que você decore esses morfemas derivacionais, mas que você compreenda o valor semântico que cada um deles estabelece na língua, como os sufixos -eiro e -ista que são usados, comumente, para criar uma relação com o ambiente profissional de alguma área, como: padeiro, costureiro, blogueiro, dentista, escafandrista, equilibrista etc. 22 Os sufixos costumam mudar mais a classes das palavras. Já os prefixos modificam mais o sentido dos vocábulos. Desinências ou Morfemas Flexionais Os morfemas flexionais, mais conhecidos como desinências, são os mais estudados na língua portu- guesa, pois são esses os morfemas que organizam as estruturas no singular e no plural, os verbos em tem- pos e conjugações e as relações de gênero em femini- no e masculino. Para facilitar a compreensão, podemos dividir os morfemas flexionais em: z Aditivos: Adiciona-se ao morfema lexical. Ex.: pro- fessor/professora; livro/livros. z Subtrativos: Elimina-se um elemento do morfema lexical. Ex.: Irmão/irmã; Órfão/órfã. z Nulos: Quando a ausência de uma letra indica uma flexão. Ex.: o singular dos substantivos é mar- cado por essa ausência, como em: mesa (0)2 /mesas Não confunda: Morfema derivacional: afixos (prefixos e sufixos); Morfema flexional: aditivos, subtrativos, nulos; Morfema lexical: radical. Morfema gramatical: significado interno à estrutu- ra gramatical, como artigos, preposições, conjunções etc. Vogais Temáticas A vogal temática liga o radical a uma desinência, que estabelece o modo e o tempo da conjugação ver- bal, no caso de verbos, e, nos substantivos, junta-se ao radical para a união de outras desinências. Ex.: Amar e Amor. Nos verbos, a vogal temática marca ainda a conju- gação verbal, indicando se o verbo pertence à 1º, 2º ou 3º conjugação: Exs.: Amar – 1º conjugação; Comer – 2º conjugação; Partir – 3º conjugação. É importante não se confundir: a vogal temática não existe em palavras que apresentam flexão de gênero. Logo, as palavras gato/gato possuem uma desinência e não uma vogal temática! Caso a dúvida persista, faça esse exercício: Igreja (essa palavra existe); “Igrejo” (essa palavra não exis- te), então o -a de igreja é uma vogal temática que irá ligar o vocábulo a desinências, como -inha, -s. Note que as palavras terminadas em vogais tônicas não apresentam vogais temática: Ex.: cajá, Pelé, bobó. Tema O tema é a união do radical com a vogal temática. A partir do exposto no tópico sobre vogal temática, esperamos ter deixado claro que nem toda palavra irá apresentar vogal temática; dessa forma, as palavras que não apresentem vogal temática também não irão possuir tema. 2 O morfema flexional nulo é mais conhecido como morfema zero nas gramáticas; sua marcação é feita com a presença do numeral 0 (zero). Exs.: Vendesse – tema: vende; Mares – tema: mare. Vogais e Consoantes de Ligação As consoantes e vogais de ligação têm uma função eufônica, ou seja, servem para facilitar a pronúncia de palavras. Essa é a principal diferença entre as vogais de ligação e as vogais temáticas, estas unem desinên- cias, aquelas facilitam a pronúncia. Exs.: Gas - ô - metro; Alv - i - negro; Tecn - o - cracia; Pe - z - inho; Cafe - t- eira; Pau - l - ada; Cha - l - eira; Inset - i - cida; Pobre - t- ão; Paris - i - ense; Gira - s - sol; Legal - i - dade. PRONOMES DE TRATAMENTO De acordo com a forma como queremos ou deve- mos tratar as pessoas, ou seja, de maneira formal ou informal, empregamos determinados pronomes cha- mados de tratamento. Modernamente, então, temos: � Você (s): para tratamento informal; � Senhor (e flexões): para tratamento cerimo- nioso formal. Tradicionalmente, o emprego dos pronomes de tratamento adota a segunda pessoa do plural, de maneira indireta, para referenciar atributos da pes- soa à qual se dirige. Na redação oficial, é necessário atenção para o uso dos pronomes de tratamento em três momentos distintos: no endereçamento, no voca- tivo e no corpo do texto. No vocativo, o autor dirige-se ao destinatário no início do documento. No corpo do texto, pode-se empregar os pronomes de tratamento em sua forma abreviada ou por extenso. O endereça- mento é o texto utilizado no envelope que contém a correspondência oficial. A seguir, alguns exemplos de utilização de prono- mes de tratamento no texto oficial. AUTORIDADE Presidente da República ENDEREÇAMEN- TO A Sua Excelência o Senhor VOCATIVO Excelentíssimo Senhor Presi-dente da República, TRATAMENTO NO CORPO DO TEXTO Vossa Excelência ABREVIATURA Não se usa C O N H EC IM EN TO S D E LÍ N G U A P O RT U G U ES A 23 AUTORIDADE Presidente do Congresso Nacional ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor VOCATIVO Excelentíssimo Senhor Presi-dente do Congresso Nacional, TRATAMENTO NO CORPO DO TEXTO Vossa Excelência ABREVIATURA Não se usa AUTORIDADE Presidente do Supremo Tribu-nal Federal ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor VOCATIVO Excelentíssimo Senhor Pre- sidente do Supremo Tribunal Federal, TRATAMENTO NO CORPO DO TEXTO Vossa Excelência ABREVIATURA Não se usa AUTORIDADE Vice-Presidente da República ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor VOCATIVO Senhor Vice-Presidente da República, TRATAMENTO NO CORPO DO TEXTO Vossa Excelência ABREVIATURA V. Exa. AUTORIDADE Ministro de Estado ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor VOCATIVO Senhor Ministro, TRATAMENTO NO CORPO DO TEXTO Vossa Excelência ABREVIATURA V. Exa. AUTORIDADE Secretário-Executivo de Minis- tério e demais ocupantes de cargos de natureza especial ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor VOCATIVO Senhor Secretário-Executivo, TRATAMENTO NO CORPO DO TEXTO Vossa Excelência ABREVIATURA V. Exa. AUTORIDADE Embaixador ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor VOCATIVO Senhor Embaixador, TRATAMENTO NO CORPO DO TEXTO Vossa Excelência ABREVIATURA V. Exa. AUTORIDADE Oficial-General das Forças Armadas ENDEREÇAMENTO
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