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Crimes Contra a Paz Pública

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Crimes Contra a Paz Pública
Crimes em Espécie:
Incitação ao crime (Art. 286)
Apologia de crime ou criminoso (Art. 287)
Associação Criminosa (Art. 288 com redação pela Lei n. 12.850/13)
Constituição de milícia privada (Art. 288-A)
Título IX – Contra Paz Pública
Considerações Doutrinárias:
Objetividade Jurídica: Paz Pública: tranquilidade social;
Crimes de Perigo Abstrato;
Título IX – Contra Paz Pública
-	Antecipação da Punição Estatal: a incriminação recai sobre condutas que seriam tidas como meros atos preparatórios de outros delitos (ex.: associação criminosa), [...]
Título IX – Contra Paz Pública
[...] desde que tais condutas se projetem no mundo exterior como risco à paz pública (risco presumido pela lei); optou-se por não esperar a efetiva lesão ao bem jurídico, bastando o perigo (presumido/abstrato) para acionar a intervenção penal.
Título IX – Contra Paz Pública
“Incitar, publicamente, a prática de crime: Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa”.
incitar: instigar ou estimular;
trata-se da pública instigação ao crime;
Incitação ao Crime (Art. 286 CP)
incitação particular ao crime = não configura esse delito, mas pode configurar participação criminosa (art. 29 do CP);
incitação à contravenção penal = não configura esse crime. Poderia, em tese, configurar participação em contravenção penal. Embora a doutrina, em geral, defenda a atipicidade da conduta;
Incitação ao Crime (Art. 286 CP)
incitação à prática genérica de crimes = não configura esse delito;
meios = forma livre (escrito, verbal, gestual etc);
sujeito passivo = coletividade (crime vago);
Incitação ao Crime (Art. 286 CP)
o crime se consuma com a própria incitação pública, ou seja, quando número indeterminado de pessoas (público) toma conhecimento do estímulo criminoso.
tentativa = admitida. Ex.: sujeito surpreendido quando se dirigia à rua com inúmeros panfletos de incitação ao crime.
Incitação ao Crime (Art. 286 CP)
Art. 288: Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes: Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.	Parágrafo único.	A pena aumenta-se até a metade se a associação é armada ou se houver a participação de criança ou adolescente.
Associação Criminosa (Art. 288 CP)
Quadrilha ou Bando. “Associarem-se mais de três pessoas, em quadrilha ou bando, para o fim de cometer crimes:	Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. Parágrafo único – A pena aplica-se em dobro, se a quadrilha ou o bando é armado.” (redação anterior à Lei n.
12.850/13).
Associação Criminosa (Art. 288 CP)
A Lei n. 12.850/13 (nova lei de organizações criminosas) alterou o nomen juris deste crime (antes quadrilha ou bando; agora associação criminosa), bem como a sua redação típica (número mínimo de integrantes / finalidade específica / causa de aumento de pena – quantidade e circunstância).
Introdução
associação = reunião (estável + intenção de permanência).
não se trata de mera reunião de três ou mais pessoas com a finalidade de praticar crimes;
necessário o vínculo associativo (especial) =
binômio “estabilidade” e “permanência”
(distinção concurso de pessoas);
Tipo Objetivo
-	concurso de agentes é eventual (ou ocasional), constituído para aquele ato (ou para aquele crime) X associação criminosa é permanente (ou com intenção de permanência), sendo organizada para o fim específico de cometimento de crimes indeterminados.
Tipo Objetivo
a associação criminosa pode praticar um crime só, mas a intenção deve ser para a prática de vários crimes.
finalidade de praticar crimes indeterminadamente: nem a própria associação sabe antecipadamente qual crime cometerá a seguir.
Tipo Objetivo
-	distingue-se do concurso de agentes porque nesse a finalidade é determinada. O concurso de agentes pode acontecer para o cometimento de mais de um crime, mas sempre determinado.
Tipo Objetivo
Sujeito Ativo= qualquer pessoa (ou quaisquer pessoas). Crime comum.
- requer número igual ou superior a três / crime de concurso necessário ou plurissubjetivo mediante comportamentos paralelos;
Tipo Objetivo
Sujeito passivo= coletividade.
Elemento Subjetivo do Tipo. dolo + objetivo
específico de praticar crimes indeterminados.
Tipo Objetivo
Consumação: Quando da convergência de vontades capaz de formar a associação / crime formal e permanente.
Tentativa: Inadmissível.
Associação Majorada: Armada ou com a Participação de Menores.
Tipo Objetivo
Art. 288: Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a associação é armada ou se houver a participação de criança ou adolescente.
causa de aumento de pena: até metade;
arma é expressão genérica, podendo ser própria (ex.: arma de fogo) ou imprópria (ex.: faca, tesoura, bisturi etc.);
Tipo Objetivo
-	arma única= basta que apenas um dos membros da associação esteja armado (arma única) para incidência da majorante, embora todos tenham ciência e concordância.
Tipo Objetivo
Associação Tráfico: A Lei de Drogas exige a união de duas ou mais pessoas para configuração do crime de associação ao tráfico
– modalidade especial (ou específica) de
associação (art. 35 da Lei n. 11.343/06).
Tipo Objetivo
“Constituir, organizar, integrar, manter ou custear organização paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão com a finalidade de praticar qualquer dos crimes previstos neste Código: Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos.”
Constituição de Milícia Privada (Art. 288A)
sujeito ativo =	qualquer pessoa / crime de concurso necessário;
sujeito passivo = coletividade;
crime de ação múltipla ou de conteúdo variado;
Constituição de Milícia Privada (Art. 288A)
constituir =	criar ou estruturar;
organizar	= ordenar;
integrar = fazer parte;
manter ou custear =	sustentar, arcar com os custos.
Constituição de Milícia Privada (Art. 288A)
organização paramilitar =	associação civil (e armada) com estrutura similar à militar.
milícia particular =	grupo de pessoas (civis e/ou militares) que atuam sob a bandeira de proteção a determinado segmento social, o qual adere a essa atividade privada de segurança por coação (nunca por vontade própria).
Constituição de Milícia Privada (Art. 288A)
grupo ou esquadrão = “grupos de extermínios” ou “esquadrão da morte” = reunião de justiceiros privados que operam para além dos limites oficiais de violência estatal em relação aos pretensos criminosos ou sujeitos perigosos (em geral) à comunidade.
finalidade = prática de crimes previstos no CP (e não na legislação penal especial);
Constituição de Milícia Privada (Art. 288A)
distinção entre o crime do 288-A do CP e os crimes praticados pela organização paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão;
consuma-se com a simples constituição de
milícia privada / formal e permanente;
tentativa = inadmissível.
Constituição de Milícia Privada (Art. 288A)

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