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PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I Rodrigo Luis da Rocha PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I PR ÁT IC A ED UC AT IV A DO EN SI NO D A FÍ SI CA I 43 00 5 Fundação Biblioteca Nacional ISBN 978-85-387-3988-3 9 7 8 8 5 3 8 7 3 9 8 8 3 PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I Rodrigo Luis da Rocha IESDE BRASIL S/A Curitiba 2016 © 2016 – IESDE Brasil S/A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais. Todos os direitos reservados. IESDE BRASIL S/A. Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 Batel – Curitiba – PR 0800 708 88 88 – www.iesde.com.br Produção CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ ________________________________________________________________________ R571p Rocha, Rodrigo Luis da, 1982- Prática Educativa do Ensino da Física I / Rodrigo Luis da Rocha. - 1. ed. - Curitiba, PR : IESDE BRASIL S/A, 2015. 88 p. : il. ; 21 cm. ISBN 978-85-387-3988-3 1. Física (Ensino médio) - Estudo e ensino. I. Título. 15-27207 CDD: 530 CDU: 53 ________________________________________________________________________ Capa: IESDE BRASIL S/A. Imagem da capa: Shutterstock Apresentação Este guia de estudo apresenta uma discussão sobre algumas práticas edu- cativas do ensino da Física. Iniciamos com a apresentação de uma sugestão sobre a utilização do software Tracker no estudo dos movimentos. Também realizamos uma discussão conceitual sobre as leis de Newton e a utilização de simulação (PhET) no ensino de colisões. Apresentamos um resumo dos princi- pais tópicos de gravitação universal e sua correlação com o estudo de elipses. Por fim, apresentamos alguns dos principais tópicos de hidrostática e hidrodinâmica, assim como de oscilações. O principal objetivo deste material é sugerir formas de abordagem e retomar os principais pontos conceituais desses assuntos. Rodrigo Luis da Rocha Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP). Mestre em Ciências pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Graduado em Física pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Sobre o autor Aula 01 MOVIMENTOS UNIFORMES E VARIADOS 9 PARTE 01 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS NO ENSINO DOS MOVIMENTOS 11 PARTE 02 | RELAÇÃO ENTRE OS OBJETOS DO CONHECIMENTO NO ENSINO DOS MOVIMENTOS 15 PARTE 03 | APRESENTAÇÃO DO USO DO SOFTWARE TRACKER NO ENSINO DOS MOVIMENTOS 19 Aula 02 LEIS DE NEWTON 23 PARTE 01 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS NO ENSINO DA 1.ª LEI DE NEWTON 25 PARTE 02 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS NO ENSINO DA 3.ª LEI DE NEWTON 29 PARTE 03 | DISCUSSÃO SOBRE CONCEITOS FUNDAMENTAIS RELACIONADOS ÀS LEIS DE NEWTON E SUAS APLICAÇÕES 33 Aula 03 MOMENTO LINEAR E COLISÕES 37 PARTE 01 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS NO ENSINO DE MOMENTO LINEAR 39 PARTE 02 | APRESENTAÇÃO DO SIMULADOR PhET 43 PARTE 03 | DISCUSSÃO SOBRE O USO DO SIMULADOR PhET NO ENSINO DE COLISÕES 49 Sumário Aula 04 GRAVITAÇÃO UNIVERSAL 53 PARTE 01 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS NO ENSINO DE GRAVITAÇÃO UNIVERSAL 55 PARTE 02 | APRESENTAÇÃO INTERDISCIPLINAR DE GRAVITAÇÃO E ESTUDO DE ELIPSES – TÓPICO DA MATEMÁTCA 58 PARTE 03 | APRESENTAÇÃO DE MATERIAIS DA NASA PARA INCENTIVO AO ESTUDO DA ASTRONOMIA 61 Aula 05 HIDROSTÁTICA E HIDRODINÂMICA 63 PARTE 01 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS NO ENSINO DE HIDROSTÁTICA – EMPUXO E LEIS DE NEWTON 65 PARTE 02 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS NO ENSINO DE HIDRODINÂMICA 69 PARTE 03 | APRESENTAÇÃO DE SITUAÇÕES PRÁTICAS ENVOLVENDO APLICAÇÕES 72 Aula 06 OSCILAÇÕES 77 PARTE 01 | CONCEITOS FUNDAMENTAIS NO ENSINO DE ONDULATÓRIA 79 PARTE 02 | ONDAS NO VIOLÃO – UTILIZAÇÃO DE VÍDEO PARA O ENSINO DE ONDAS EM CORDAS 83 PARTE 03 | APRESENTAÇÃO DE UTILIZAÇÃO DE SOFTWARE DE ANÁLISE DE FREQUÊNCIA 86 Sumário Discutir os conceitos fundamentais no ensino dos movimentos e sua relação com os objetos do conhecimento, bem como apresentar o software Tracker. Objetivos: MOVIMENTOS UNIFORMES E VARIADOS Aula 01 PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I 11 MOVIMENTOS UNIFORMES E VARIADOS Pa rt e01 Conceitos fundamentais no ensino dos movimentos O estudo dos movimentos, segundo as orientações dos PCNs, está baseado no tema estruturador: movimentos – variações e conserva- ções. Assim, faz-se necessário conhecer seus conceitos fundamentais e suas relações, de modo a compreender as relações de causa e efei- to. Não serão feitas demonstrações formais, nem será utilizado rigor excessivo nas explicações, uma vez que o objetivo é discutir os pontos principais relacionados ao ensino dos movimentos, e não ao estudo dos movimentos em si. Inicialmente é preciso definir claramente os conceitos de posição (final e inicial) e de deslocamento. Nesse texto trataremos sempre de maneira vetorial, visto que essas grandezas são vetores. Podemos en- tender o deslocamento como a diferença (vetorial) entre as posições final e inicial do corpo em estudo. Mais do que essa definição formal, é importante deixar claro a diferença conceitual entre essas grandezas. De maneira mais simples, a posição é onde o corpo está e o desloca- mento está associado com o caminho percorrido. O conceito de velocidade está relacionado à variação temporal do vetor posição. Em outras palavras, a velocidade “mede” o quanto a posição do corpo variou com o passar do tempo. Por sua vez, a ace- leração está relacionada à variação temporal do vetor velocidade. Ou seja, a aceleração “mede” o quanto a velocidade do corpo variou com o passar do tempo. Por sua vez, a aceleração demonstra a existência de uma força resultante. PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA IPRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I12 MOVIMENTOS UNIFORMES E VARIADOSPa rt e 01 Podemos entender (não é a única forma) como uma relação de causa e efeito. A existência de uma força resultante pode implicar no aparecimento de uma aceleração. Em outras palavras, se o corpo está acelerado é porque está sofrendo a ação de uma força resultante. Se o corpo está acelerado, seu vetor velocidade mudará com o passar do tempo. Automaticamente, se o corpo possui velocidade, sua posição também mudará. Podemos fazer o caminho inverso desse raciocínio, analisando ini- cialmente o que está acontecendo com o vetor posição. Se o vetor posição está constante, então o corpo está parado. Se o vetor posição está sofrendo variação, então o corpo possui velocidade. Se o vetor velocidade é constante, a aceleração é nula, caso o vetor velocidade esteja mudando com o passar do tempo, então o corpo está acelerado, devido à existência de uma força resultante (diferente de zero) atuan- do sobre ele. Vale lembrar que, para falarmos de força resultante, é importante estar definido o conceito de referencial inercial, ou seja, que o aluno tenha tido acesso ao estudo da 1.ª lei de Newton. Olhando o estudo dos movimentos sobre essa ótica, percebemos que os movimentos estudados no Ensino Médio trabalham sempre em função de alguma variável ser constante (velocidade no MRU e aceleração no MRUV). Esse tipo de análise levanta uma questão: se o entendimento de uma relação causa e efeito depende da existência ou não de uma força resultante, por que ao aluno só é apresentado o conceito de força no bimestre seguinte? Percebe-se essa confusão no estudo de movimentos parabólicos. Quando se discute a trajetória do corpo nesse movimento, é comum perceber alunos dizendo que a aceleração é menor (ou zero) no ponto mais alto. Isso ocorre pela dificuldade originada pelo estudo dos movi- mentos baseada na divisão formal entre MRU e MRUV. PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA IPRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I 13 MOVIMENTOS UNIFORMES E VARIADOS Pa rt e01 O objetivo deste texto não é trazer uma solução definitiva, até porque ela sequer existe, mas levantar alguns pontos que merecem atenção no planejamento do estudo dos movimentos. Ao planejar as atividades docentes,é necessário sempre ter em mente qual constru- ção de conceito se quer fazer. Abordar os movimentos de maneira separada e em uma sequência do mais simples ao mais complexo (MRU-MRUV-MCU) ou entender os movimentos como um único assunto, com variações e conservações que os diferenciam, são as opções mais comuns. Cada opção demanda um tipo de abordagem e não cabe dizer que uma é melhor que a outra, mas cabe ressaltar que em ambas o cami- nho didático a ser percorrido tem que estar bem definido, senão, ao final do processo, o professor perceberá que o aluno ficou com dúvidas em algum ponto do caminho. Extra Sugere-se a leitura do artigo de Maria José P. M. de Almeida, O Movimento, a Mecânica e a Física no Ensino Médio. Disponível em: <www.sbfisica.org.br/rbef/pdf/v21_195.pdf>. Acesso em: 21 set. 2015. Atividades Elabore um mapa conceitual sobre as relações entre as grandezas posição, velocidade, aceleração e força resultante. PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I14 MOVIMENTOS UNIFORMES E VARIADOSPa rt e 01 Referências ANGOTTI, José André Peres. Metodologia e Prática de Ensino de Física (Livro Digital). Florianópolis: Editora UFSC, 2015. Disponível em: <http://ppgect.ufsc.br/ files/2012/11/AngottiLDgMPEF_Ed_Prel130715F.pdf>. Acesso em: 21 set. 2015. ARTUSO, Alysson Ramos; SOARES, Marlon Vinícius. Física – volumes 1, 2 e 3. Curitiba: Positivo, 2013. BEZERRA JÚNIOR, Arandi Ginane et al. Videoanálise com o Software Livre Tracker no Laboratório Didático de Física: movimento parabólico e segunda lei de Newton. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, v. 29, 2013. Disponível em: <https:// periodicos.ufsc.br/index.php/fisica/article/view/2175-7941.2012 v29nesp1p469>. Acesso em: 29 jan. 2015. Resolução da atividade Posição constante corpo em repouso (velocidade nula) Posição variável corpo em movimento (velocidade não nula) Constante Aceleração nula Aceleração não nula Está sob a ação de uma força não nula Constante PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I 15 MOVIMENTOS UNIFORMES E VARIADOS Pa rt e02 Relação entre os objetos do conhecimento no ensino dos movimentos O estudo dos movimentos normalmente é a porta de entrada para o ensino de Física. A maioria dos livros didáticos apresenta esse as- sunto (após a parte inicial de análise dimensional) logo no início do volume destinado ao primeiro ano. Se analisarmos as diretrizes presentes nos PCNs verificaremos que uma das discussões é por que ensinar determinado conteúdo. Certamente que o estudos dos movimentos é muito importante para a compreensão de várias situações cotidianas, mas essa questão deve vir acompanhada de uma análise reflexiva. Talvez a grande questão seja: quais habilidades esperamos que os alunos tenham após serem apresentados a esse assunto? É suficiente que eles consigam resolver as tradicionais questões de veículos em uma estrada reta (ultrapassagens, encontros etc.)? É suficiente que eles consigam retirar informações de um gráfico, mesmo às vezes con- fundindo se deveria ser calculada a área ou a inclinação? A principal questão do ensino de movimentos é saber aplicar esses conhecimentos em situações práricas e, com esse tipo de aplicação, compreender o mundo em que se vive (neste texto estamos conside- rando como movimento qualquer um dos estudados no Ensino Médio – MRU, MRUV, MCU etc.) Perguntas como: • Qual a influência entre a velocidade do carro e a distância de frenagem necessária para parar? PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA IPRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I16 MOVIMENTOS UNIFORMES E VARIADOSPa rt e 02 • será que o limite máximo de velocidade deveria levar em consideração as condições climáticas? • o consumo de álcool aumenta o tempo de reação. Qual a influência disso em um veículo a 60 km/h? podem ser mais relevantes para a vida do aluno do que saber calcular o tempo de encontro entre dois veículos que partem das cidade A e B. O grande desafio é conseguir aproximar os exemplos usados em sala de aula de situações realmente existentes. É pouco provável que um veículo percorra 80 km com velocidade constante, ou, então, que a aceleração de um móvel seja constante durante um longo intervalo de tempo. Quando se trabalha com situações hipotéticas visivelmente mol- dadas para aquele conteúdo, invariavelmente se aproxima o ensino de Física de simples substituição de valores em equações. A matematiza- ção do ensino de Física faz com que os alunos criem antipatia com a Física logo no início de sua relação com a disciplina. Percebe-se que a grande maioria dos alunos consegue diferenciar as equações do MRU e do MRUV, porém, tem dificuldade em classificar um movimento. Um exemplo que podemos citar é a sempre presente dificuldade em diferenciar posição de deslocamento. Retornando aos PCNs, os temas estruturadores sugerem o estudo de: movimentos – variações e conservações. Essa abordagem, baseada nas variações e conservações de determinadas grandezas, favorece a compreensão conceitual. É extremamente importante que o aluno tenha clareza do conceito de velocidade, aceleração, posição, deslo- camento etc. PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA IPRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I 17 MOVIMENTOS UNIFORMES E VARIADOS Pa rt e02 Nesse sentido, a orientação é que o ensino dos movimentos seja focado no entendimento das grandezas fundamentais e nas relações entre elas. Compreender, por exemplo, que a aceleração está rela- cionada com a variação da velocidade, ou, então, que a existência de aceleração é resultado da existência de uma força resultante torna es- ses conceitos mais compreensíveis, em uma relação de causa e efeito, mais facilmente entendida pelos estudantes. Extra Sugere-se a leitura do artigo de Jaqueline Jurema da Silva e Weimar Silva Castilho, A Utilização de Experimento de Movi- mento Uniforme para a Melhoria do Ensino de Física nas Escolas Públicas do Estado do Tocantins. Disponível em: <www.ifto.edu. br/jornadacientifica/wp-content/uploads/2010/12/15-A-UTILIZA%- C3%87%C3%83ODE.pdf>. Acesso em: 21 set. 2015. Atividades Elabore uma lista com três questionamentos baseados na metodo- logia de resolução de problemas associada ao estudo dos movimentos. Referências ANGOTTI, José André Peres. Metodologia e Prática de Ensino de Física (Livro Digital). Florianópolis: Editora UFSC, 2015. Disponível em: <http://ppgect.ufsc.br/ files/2012/11/AngottiLDgMPEF_Ed_Prel130715F.pdf>. Acesso em: 21 set. 2015. ARTUSO, Alysson Ramos; SOARES, Marlon Vinícius. Física – volumes 1, 2 e 3. Curitiba: Positivo, 2013. PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I18 MOVIMENTOS UNIFORMES E VARIADOSPa rt e 02 BEZERRA JÚNIOR, Arandi Ginane et al. Videoanálise com o Software Livre Tracker no Laboratório Didático de Física: movimento parabólico e segunda lei de Newton. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, v. 29, 2013. Disponível em: <https:// periodicos.ufsc.br/index.php/fisica/article/view/2175-7941. 2012v29nesp1p469>. Acesso em: 29 jan. 2015. Resolução da atividade As perguntas podem variar de acordo com a criatividade do pro- fessor. A lista a seguir apresenta três exemplos: a) Qual a influência entre a velocidade do carro e a distância de frenagem necessária para parar? b) Será que o limite máximo de velocidade deveria levar em con- sideração as condições climáticas? c) O consumo de álcool aumenta o tempo de reação. Qual a in- fluência disso em um veículo a 60 km/h? PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I 19 MOVIMENTOS UNIFORMES E VARIADOS Pa rt e03 Apresentação do uso do software Tracker no ensino dos movimentos O uso de ferramentas computacionais pode facilitar o processo de aprendizagem. Atualmente existem disponíveis vários softwares desti- nados ao ensino de Física e outros que podem ser utilizados para esse fim. Neste texto trataremos sobre o uso do software livre Tracker, ferramenta que foi criada dentro do projeto Open Source Physics, que desenvolve projetos ligados ao ensino de Física. Esseprograma realiza a análise de vídeos quadro a quadro, permitindo estudar os movimen- tos presentes nos vídeos. A utilização desse software é simples e pode ser feita sem restri- ções, uma vez que é um software livre e roda em computadores casei- ros, assim como aceita vídeos gravados com câmeras comuns. O software pode ser obtido no endereço: <www.opensourcephysi- cs.org/items/detail.cfm?ID=7365>. A figura 1 a seguir mostra a tela inicial do programa, aplicado sobre um vídeo de lançamento parabólico. Na análise pode ser feita a visualização dos vetores, assim como a coleta dos dados de interesse. A figura 2 apresenta a tabela com as posições e o tempo de cada ponto. Em vídeos de um segundo é possível captar aproximadamente vinte pontos. PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA IPRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I20 MOVIMENTOS UNIFORMES E VARIADOSPa rt e 03 Figura 1 – Tela de entrada do software Tracker. Figura 2 – Tela do software Tracker com a tabela de posições e tempo. O software pode ser utilizado de inúmeras formas, tanto na abor- dagem de movimentos no plano como no estudo de movimentos osci- latórios e em qualquer situação semelhante. PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA IPRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I 21 MOVIMENTOS UNIFORMES E VARIADOS Pa rt e03 Para utilizar com os alunos, o professor deve se familiarizar com a ferramenta. Como mencionamos, ela é de fácil manipulação e sim- ples instalação. Pesquisas realizadas com a sua utilização apresentam resultados bastante satisfatórios, inclusive despertando o interesse dos alunos para alguns assuntos. Extra Sugere-se a leitura do artigo de Arandi G. Bezerra Jr., Videoanálise com o Software Livre Tracker no Laboratório Didático de Física: Movimento Parabólico e Segunda Lei de Newton. Disponível em: <ht- tps://periodicos.ufsc.br/index.php/fisica/article/download/.../22931>. Acesso em: 21 set. 2015. Atividades Acesse o site <https://phet.colorado.edu/pt_BR/simulations/ca- tegory/physics e conheça as simulações relacionadas ao estudo dos movimentos. Referências ANGOTTI, José André Peres. Metodologia e Prática de Ensino de Física (Livro Digital). Florianópolis: Editora UFSC, 2015. Disponível em: <http://ppgect.ufsc.br/ files/2012/11/AngottiLDgMPEF_Ed_Prel130715F.pdf>. Acesso em: 21 set. 2015. ARTUSO, Alysson Ramos; SOARES, Marlon Vinícius. Física – volumes 1, 2 e 3. Curitiba: Positivo, 2013. BEZERRA JÚNIOR, Arandi Ginane et al. Videoanálise com o Software Livre Tracker no Laboratório Didático de Física: movimento parabólico e segunda lei de Newton. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, v. 29, 2013. Disponível em: <https:// periodicos.ufsc.br/index.php/fisica/article/view/2175-7941. 2012v29nesp1p469>. Acesso em: 29 jan. 2015. PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I22 MOVIMENTOS UNIFORMES E VARIADOSPa rt e 03 Resolução da atividade A atividade demanda acessar o site <www.opensourcephysics. org/items/detail.cfm?ID=7365> e descobrir as suas funcionalidades. Apresentar e discutir os conceitos fundamentais da 1.ª e da 3.ª leis de Newton e refletir sobre as suas aplicações práticas. Objetivos: LEIS DE NEWTON Aula 02 PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I 25 LEIS DE NEWTON Pa rt e01 Conceitos fundamentais no ensino da 1.ª lei de Newton O estudo das leis de Newton é um dos temas mais importantes dentro da Física, pois define uma série de pontos fundamentais para o entendimento de outros conceitos necessários ao estudo da mecânica. As leis de Newton, como são chamadas hoje em dia, foram publi- cadas no livro Philosophiae Naturalis Principia Mathematica (Princípios Matemáticos da Filosofia Natural). Essa obra é composta por três li- vros e apresenta oito definições e três axiomas que fundamentam o restante da teoria. Entre as grandezas que Newton define, estão: I. quantidade de matéria; II. quantidade de movimento; III. força ínsita; IV. força impressa; V. força centrípeta. A parte final da definição de força centrípeta apresenta as três úl- timas definições. Segundo Newton, a força centrípeta pode ser medida em três quantidades: absoluta, aceleratriz e motriz. Vamos dar mais atenção à força ínsita, pois é a que está relaciona- da com a 1.ª lei de Newton (nomenclatura atual). A definição utilizada por Newton é a seguinte: “Força ínsita é o poder de resistir, pelo qual cada corpo, tanto quanto dele depende, persevera no seu estado de repouso ou de mo- vimento uniforme em linha reta.” Ou seja, é a resistência que um corpo oferece à mudança do es- tado em que se encontra. Newton afirma que essa força é sempre PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA IPRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I26 LEIS DE NEWTONPa rt e 01 proporcional ao seu corpo, e não difere em nada da inércia da massa, ou seja, a força ínsita da matéria é a massa de um corpo. Segundo o texto, essa força pode ser chamada de força da inércia, pois é devido a ela (que todos os corpos têm) que os corpos dificilmen- te saem do estado em que se encontram. É essa força que os corpos exercem quando uma força impressa lhes tenta mudar seu estado, e é ela, na medida da sua massa, que permite aos corpos permanecerem por si, no estado em que se encontram. Ou seja, é essa a propriedade que é responsável pela resistência à alteração do estado de movimento e, ao mesmo tempo, é ela também que garante o estado de movimento do corpo se sobre ele nenhuma outra força atua. É interessante perceber a nomenclatura utilizada por Newton classificando como força de inércia uma força interna, diferente da força impressa, que seria força externa. Passando para o entendimento atual sobre a mecânica newtoniana, é extremamente importante compreender a importância da lei da inércia para o formalismo utilizado. Normalmente, os livros didáticos de Ensino Médio apresentam exemplos de aplicação da 1.ª lei de Newton: o passageiro do ônibus, o menino sobre o cavalo e outros similares. Mas, afinal, será essa a importância dessa lei? Se tentarmos compreender o conceito atual de força newtoniana, precisamos entender que, para podermos aplicar as de- mais Leis de Newton, em particular a 2.ª, precisamos utilizar um re- ferencial inercial. É aí que está a importância da lei da inércia: servir para definir se o referencial utilizado é inercial ou não. De maneira mais simples, se a lei da inércia valer para determinado referencial, PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA IPRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I 27 LEIS DE NEWTON Pa rt e01 este é inercial, caso contrário, não é inercial, e não podemos falar em força newtoniana. Esse entendimento faz desaparecer qualquer dúvida em relação às forças em movimentos curvilíneos, mostrando por que não se pode falar em força centrífuga. Esse é um ponto muito importante, pois se não for esclarecido ao aluno a real importância da lei da inércia, o entendimento sobre as demais leis será vago e certamente ocasionará erros conceituais. Extra Sugere-se a leitura do texto de Augusto J. Santos Fitas, Os Principia de Newton, alguns comentários. Disponível em: <http://home.uevora. pt/~afitas/Principia.pdf>. Acesso em: 21 set. 2015. Atividade Elabore um texto abordando a importância da lei da inércia para o estudo da mecânica newtoniana. Referências BALOLA, Raquel. Princípios Matemáticos da Filosofia Natural: a lei de inércia. Dissertação (Mestrado em Estudos Clássicos) – Departamento de Estudos Clássicos. Universidade de Lisboa, Lisboa, 2010. Disponível em: <http://repositorio.ul.pt/ bitstream/10451/5363/2/ulfl109993_tm.pdf>. Acesso em: 21 set. 2015. GOMES, Luciana Maria de Jesus Baptista. Ensinando as Leis de Newton por meio de Recursos Midiáticos e de Recursos Experimentais. Revista Amazônica de Ensino de Ciências, Manaus, v. 6, n. 10, p. 107-115, jan./jun. 2013. Disponível em: <www. revistas.uea.edu.br/download/revistas/arete/vol.6/arete_v6_n10-2013-p.107-115. pdf>. Acesso em: 21 set. 2015. PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I28 LEIS DENEWTONPa rt e 01 LIMA, Kátia Queiroz de; ANDRADE, Clarissa Souza de. Buscando Alternativas ao Ensino Tradicional em Aulas de Física: uma experiência do PIBID em Caicó/RN. In: CONNEPI – CONGRESSO NORTE E NORDESTE DE PESQUISA E INOVAÇÃO, 7., Palmas, Tocantins, 2012. Anais... Disponível em: <http://propi.ifto.edu.br/ocs/index.php/connepi/vii/ paper/view/2636/2303>. Acesso em: 21 set. 2015. NEWTON, Isaac. Principios Matemáticos de la Filosofia Natural. Tradução de: RADA, Eloy. Madrid: Alianza Editorial, 2004. Resolução da atividade O texto deverá abordar a importância da lei da inércia para a de- terminação do referencial inercial. Pode-se comentar sobre as forças que atuam em um veículo realizando uma curva e discutir a sensação que o passageiro tem por estar sendo empurrado para fora da curva por uma força “centrífuga”. PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I 29 LEIS DE NEWTON Pa rt e02 Conceitos fundamentais no ensino da 3.ª lei de Newton Na obra Princípios Matemáticos da Filosofia Natural, Newton enun- cia as três leis que descrevem a base de sustentação para o entendimento do movimento dos corpos celestes. A terceira lei é formulada basicamen- te para forças mecânicas de contato: “A toda ação há sempre oposta uma reação igual ou, as ações mútuas de dois corpos um sobre o outro são sempre iguais e dirigidas às partes opostas [...]”. Independente da natureza do que puxa ou empurra al- guma coisa, essa será também puxada ou empurrada por esta outra (Principia Mathematica, Lei III, p. 54). O texto de Newton exemplifica citando um dedo que empurra uma pedra, um cavalo que, com auxílio de uma corda, puxa uma pe- dra e, por último, cita o choque entre dois corpos no qual ambos têm seu sentido de movimento alterado de forma proporcional ao choque sofrido. Analisando esses fragmentos, percebe-se uma nova característica ao conceito de força: o seu aspecto dual, ou seja, a exis- tência de ação e reação simultâneas. Essa característica está associada às forças centrais, de modo que o par de forças (ação e reação) tenha direção que coincida com a linha que une os dois corpos (colineares). É importante ressaltar que essa lei não é válida para todas as forças. As forças magnéticas, por exemplo, não cumprem totalmente essa lei. Se considerarmos um condutor retilíneo percorrido por uma corrente elétrica e uma partícula carregada, próxima a esse condutor, PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA IPRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I30 LEIS DE NEWTONPa rt e 02 movendo-se radialmente, perceberemos que o par de forças (ação e reação) não é colinear. Dizemos que, nesse caso, a força magnética cumpre de forma fraca a 3.ª lei de Newton. x B F v x x x x x x x x x + x x x x x x x x x x Existe ainda a questão da propagação dos campos, pois se conside- rarmos duas cargas elétricas pontuais, existirá um par de forças atuan- do sobre elas. Caso uma das cargas sofra alteração repentina, o par de forças terá módulo diferente durante um intervalo de tempo, devido ao tempo de propagação do campo até a outra carga. Percebemos que o par de forças não é instantâneo nesse caso. Certamente que pode- mos desprezar esse efeito na maioria das vezes, mas é importante conhecer a existência desse fato. Esse tipo de situação deve ser explorado em sala de aula. Embora o aluno ainda não conheça o conceito de força magnética, é importan- te ressaltar que nem todas as forças obedecem à lei da ação e reação, e quando estudar magnetismo, é importante relembrar essa questão. PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA IPRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I 31 LEIS DE NEWTON Pa rt e02 Extra Sugere-se a leitura do artigo de Kátia Queiroz de Lima e Clarissa Souza de Andrade, Buscando Alternativas Ao Ensino Tradicional em Aulas de Física: uma experiência do PIBID em Caicó/RN. Disponível em: <http://propi.ifto.edu.br/ocs/index.php/connepi/vii/paper/view/ 2636/2303>. Acesso em: 21 set. 2015. Atividades Analise a figura a seguir que apresenta as forças magnéticas que agem sobre duas cargas se deslocando. Esse par de forças obedece à lei da ação e reação? B (de q1) B (de q2) F21F12 q2 q1 v2 v1 y z x Referências BALOLA, Raquel. Princípios Matemáticos da Filosofia Natural: a lei de inércia. Dissertação (Mestrado em Estudos Clássicos) – Departamento de Estudos Clássicos. Universidade de Lisboa, Lisboa, 2010. Disponível em: <http://repositorio.ul.pt/ bitstream/10451/5363/2/ulfl109993_tm.pdf>. Acesso em: 21 set. 2015. PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I32 LEIS DE NEWTONPa rt e 02 GOMES, Luciana Maria de Jesus Baptista. Ensinando as Leis de Newton por meio de Recursos Midiáticos e de Recursos Experimentais. Revista Amazônica de Ensino de Ciências, Manaus, v. 6, n. 10, p. 107-115, jan./jun. 2013. Disponível em: <www. revistas.uea.edu.br/download/revistas/arete/vol.6/arete_v6_n10-2013-p.107-115. pdf>. Acesso em: 21 set. 2015. LIMA, Kátia Queiroz de; ANDRADE, Clarissa Souza de. Buscando Alternativas ao Ensino Tradicional em Aulas de Física: uma experiência do PIBID em Caicó/RN. In: CONNEPI – CONGRESSO NORTE E NORDESTE DE PESQUISA E INOVAÇÃO, 7., Palmas, Tocantins, 2012. Anais... Disponível em: <http://propi.ifto.edu.br/ocs/index.php/connepi/vii/ paper/view/2636/2303>. Acesso em: 21 set. 2015. NEWTON, Isaac. Principios Matemáticos de la Filosofia Natural. Tradução de: RADA, Eloy. Madrid: Alianza Editorial, 2004. Resolução da atividade Percebe-se que as forças magnéticas entre elas não têm mesma direção. Nesse caso, as forças não obedecem à 3.ª lei de Newton. PÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I 33 LEIS DE NEWTON Pa rt e03 Discussão sobre conceitos fundamentais relacionados às leis de Newton e suas aplicações O ensino das leis de Newton é um momento muito importante no ensino dos conceitos de Física clássica. Embora seja complicado es- tabelecer uma escala de importância, certamente está entre os mais relevantes. Embora a maioria dos professores reconheça essa importância, reparamos muitas vezes que a parte conceitual das leis é pouco abor- dada, resultando em um tratamento matemático para a aplicação das leis. O tradicional tópico sobre plano inclinado ainda permanece nas salas de aula, sem nenhuma correlação com o cotidiano do aluno. Pensando nas orientações dos PCN para o ensino de Física vol- tado à contextualização e à interdisciplinaridade, temos a seguinte sugestão: Apresentar uma Física que explique a queda dos corpos, o movimento da lua ou das estrelas no céu, o arco-íris e também os raios laser, as imagens da televisão e as for- mas de comunicação. [...] Uma Física cujo significado o aluno possa perceber no momento em que aprende, e não em um momento posterior ao aprendizado [...]. (BRASIL, 2000) Se analisarmos com atenção, percebemos que é possível abordar os tópicos associados às leis de Newton de maneira contextualizada. Existem várias formas de fazer isso, mas neste texto iremos sugerir uma abordagem baseada no tema estruturante: universo, Terra e vida. PÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA IPÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I34 LEIS DE NEWTONPa rt e 03 Uma sugestão de abordagem está relacionada à apresentação de situações em que a mecânica newtoniana continua a ser utilizada. Nesse exemplo, podemos citar as previsões de eclipses, o monitora- mento de satélites e os lançamentos de foguetes. Mesmo que o professor não tenha familiaridade com Astronomia, é possível tornar a abordagem contextualizada. A utilização da me- todologia de resolução de problemas pode ser aplicada para se obter respostas a respeito da importância de se conhecer as trações exigidas nos cabos dos elevadores, ou mesmo em relação à proibição do uso de cordas para rebocar veículos. Mesmo a conhecida discussão sobre os corpos em queda livre pode servir de início para uma abordagem contextualizada sobre os movi- mentos sujeitos a uma força constante. De maneira geral, a forma de abordagem pode variar, entretan- to,a questão fundamental é conseguir trabalhar esses tópicos com um tratamento conceitual correto e com a devida profundidade que necessitam. Não se pode falar em lei da inércia sem utilizá-la para definir o referencial inercial, assim como não se pode restringir a explicação sobre a lei da ação e reação com os exemplos de uma pessoa sobre patins empurrando a parede. Existem inúmeras outras formas de se abordar as leis de Newton, basta usar a criatividade e estabelecer claramente quais habilidades serão trabalhadas em sala de aula. PÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA IPÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I 35 LEIS DE NEWTON Pa rt e03 Extra Sugere-se a leitura do artigo de Luciana Maria de Jesus Baptista Gomes, Ensinando as Leis de Newton por meio de Recursos Midiáticos e de Recursos Experimentais. Disponível em: <www.revistas.uea.edu. br/download/revistas/arete/vol.6/arete_v6_n10-2013-p.107-115. pdf>. Acesso em: 21 set. 2015. Atividades Elabore uma lista com três questionamentos baseados na meto- dologia de resolução de problemas associada ao estudo das leis de Newton. Referências BALOLA, Raquel. Princípios Matemáticos da Filosofia Natural: a lei de inércia. Dissertação (Mestrado em Estudos Clássicos) – Departamento de Estudos Clássicos. Universidade de Lisboa, Lisboa, 2010. Disponível em: <http://repositorio.ul.pt/ bitstream/10451/5363/2/ulfl109993_tm.pdf>. Acesso em: 21 set. 2015. BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais – Ensino Médio (PCNEM). Ciência da Natureza, Matemática e suas tecnologias. Brasília. MEC/SEF, 2000. GOMES, Luciana Maria de Jesus Baptista. Ensinando as Leis de Newton por meio de Recursos Midiáticos e de Recursos Experimentais. Revista Amazônica de Ensino de Ciências, Manaus, v. 6, n. 10, p. 107-115, jan./jun. 2013. Disponível em: <www. revistas.uea.edu.br/download/revistas/arete/vol.6/arete_v6_n10-2013-p.107-115. pdf>. Acesso em: 21 set. 2015. PÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I36 LEIS DE NEWTONPa rt e 03 LIMA, Kátia Queiroz de; ANDRADE, Clarissa Souza de. Buscando Alternativas ao Ensino Tradicional em Aulas de Física: uma experiência do PIBID em Caicó/RN. In: CONNEPI – CONGRESSO NORTE E NORDESTE DE PESQUISA E INOVAÇÃO, 7., Palmas, Tocantins, 2012. Disponível em: <http://propi.ifto.edu.br/ocs/index.php/connepi/vii/paper/ view/2636/2303>. Acesso em: 21 set. 2015. NEWTON, Isaac. Principios Matemáticos de la Filosofia Natural. Tradução de: RADA, Eloy. Madrid: Alianza Editorial, 2004. Resolução da atividade As perguntas podem variar de acordo com a criatividade do pro- fessor. A lista a seguir apresenta alguns exemplos: a) Por que não é permitido o uso de cordas para rebocar veículos em vias públicas? b) Como funciona o sistema de contrapesos utilizado nos elevado- res dos prédios? Apresentar e discutir os conceitos fun- damentais no ensino do momento linear e do simulador PhET e refletir sobre o uso do simulador no ensino de colisões. Objetivos: MOMENTO LINEAR E COLISÕES Aula 03 PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I 39 MOMENTO LINEAR E COLISÕES Pa rt e01 CONCEITOS FUNDAMENTAIS NO ENSINO DE MOMENTO LINEAR O estudo dos conceitos de momento linear (quantidade de movi- mento) é muito importante dentro da Física clássica. Sua importância histórica relacionada à definição de força apresentada por Newton na obra Principia e a relevância conceitual para o entendimento de situa- ções associadas às colisões tornam esse assunto imprescindível para os alunos do Ensino Médio. Analisando a definição de força apresentada por Newton: F= dp dt verifica-se que a força é definida como a derivada temporal do momento linear. Essa definição implica na relação F =m dv dt +v dm dt . A equação remete à conhecida relação F = ma , quando a massa do corpo é constante. É necessário ressaltar essas relações, pois muitas vezes conside- ra-se de maneira automática que a massa do corpo é constante, e com isso se trabalha de maneira incompleta a equação. A forma completa dela pode ser utilizada para explicar o lançamento de um foguete, por exemplo. Uma vez trabalhada a forma completa, pode-se partir para o entendimento da forma reduzida (considerando a massa constante) e, dessa forma, simplificar algumas situações. Partindo para o entendimento de outro conceito im- portante, define-se o impulso exercido por uma força como I=∆p Fdt t t 1 2 = ∫ , ou seja, a variação do momento linear (impulso) está re- lacionada à aplicação de uma força ao longo de um período de tempo. PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA IPRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I40 MOMENTO LINEAR E COLISÕESPa rt e 01 Esse conhecimento é muito útil para o estudo de colisões e siste- mas de amortecimentos, como air bag, camas elásticas, amortecedo- res de tênis, entre outros. No caso dessas situações, em particular a do air bag, a função desse equipamento é aumentar o tempo de impacto, resultando numa força média menor aplicada sobre a pessoa. Durante uma colisão, as forças internas do sistema são muito maiores que as forças externas que podem agir sobre ele. Assim, po- demos desprezar as forças externas (já que o sistema é agora isolado) e dizer que: imediatamente após uma colisão, o momento total do sis- tema que colide é igual ao momento total do sistema imediatamente antes da colisão. Em realidade, o momento total se conserva também durante a co- lisão, mas o que acontece durante a colisão não é geralmente acessí- vel às medidas. No caso de colisões entre partículas (desprezando-se o tamanho dos corpos), a colisão é classificada de acordo com a análise da conservação da energia cinética. Se a energia cinética do sistema imediatamente antes da colisão for igual à energia cinética imediata- mente após, dizemos que a colisão é elástica. No caso das colisões inelásticas, embora a energia total seja sem- pre conservada, pode haver transformação da energia cinética (inicial- mente só há energia cinética) em outras formas de energia (potencial, interna na forma de vibrações, calor, perdas por geração de ondas so- noras etc.). É importante observar que se houver aumento da energia cinética (quando há conversão de energia interna em cinética: explo- são, por exemplo), a colisão também é inelástica. Essa situação não é muito comum nos exemplos de Ensino Médio, mas existe. PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA IPRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I 41 MOMENTO LINEAR E COLISÕES Pa rt e01 Costuma-se utilizar como exemplo de colisões o jogo de bilhar, entretanto, deve-se tomar cuidado para que o exemplo esteja real- mente correto. Situações práticas com colisão elástica são muito raras (sistemas macroscópicos) e ocorrem mais em sistemas envolvendo co- lisões entre partículas. Extra Sugere-se a leitura do artigo de Josué Antunes de Macêdo, Simulações Computacionais como Ferramentas para o Ensino de Conceitos Básicos de Eletricidade. Disponível em: <https://perio- dicos.ufsc.br/index.php/fisica/article/viewFile/2175-7941.2012v- 29nesp1p562/22936>. Acesso em: 21 set. 2015. Atividades O dispositivo a seguir representa um objeto de decoração baseado na colisão entre bolinhas de mesma massa. N er th uz /S hu tt er st oc k PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I42 MOMENTO LINEAR E COLISÕESPa rt e 01 Analisando o funcionamento do dispositivo, verifique qual(is) da(s) situação(ões) é(são) possível de ocorrer. Situação A 1 1v v2 23 34 45 5 Situação B M C_ N op pa do l/ Sh ut te rs to ck 1 1v v/2 2 23 34 5 54 Referências CARVALHO, Cristiane Marina de. Uma Revisão de Literatura Sobre o Uso de Softwares/Simuladores/Applets e Principais Referenciais Teóricos no Ensino de Física. Universidade Federal de São João del-Rei, 2012. Disponível em: <www. ufsj.edu.br/portal2-repositorio/File/pibidfisica/Trabalhos%20sobre%20Revisao/ Cristiane_-_140512_-__Revisao_de_literatura_sobre_softwares.pdf>. Acesso em: 21 set. 2015. MACÊDO, Josué Antunesde. Simulações Computacionais como Ferramentas para o Ensino de Conceitos Básicos de Eletricidade. Cad. Bras. Ens. Fís., v. 29, n. especial 1, p. 562-613, set. 2012. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/ index.php/fisica/article/viewFile/2175-7941.2012v29nesp1p562/22936>. Acesso em: 21 set. 2015. ZARA, Reginaldo A. Reflexão sobre a Eficácia do Uso de um Ambiente Virtual no Ensino de Física. In: ENINED – ENCONTRO NACIONAL DE INFORMÁTICA E EDUCAÇÃO, Unioeste, 2., Cascavel, 2011. Anais... Disponível em: <www.inf.unioeste.br/enined/ anais/artigos_enined/A29.pdf>. Acesso em: 21 set. 2015. Resolução da atividade Apenas a situação A poderá ocorrrer, pois a situação B viola a conservação do momento linear. PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I 43 MOMENTO LINEAR E COLISÃO Pa rt e02 Apresentação do Simulador PhET o projeto PHET, sigla em inglês para Tecnologia Educacional em Física (<https://phet.colorado.edu>), é uma iniciativa da Universidade do Colorado que disponibiliza grande variedade de simulações nas di- ferentes áreas da Ciência (Física, Química, Biologia, Matemática). As simulações têm vários ajustes e foram elaboradas com objetivo edu- cacional, visando a sua utilização em sala de aula pelos professores de Ciências. As simulações foram desenvolvidas em Java com o código aberto e podem ser utilizadas online ou baixadas para o computador. A utilização dessas simulações é fácil, uma vez que não demanda conhecimentos de programação e nem equipamentos (PC) muitos sofis- ticados. As simulações rodam em praticamente qualquer computador1. Daremos mais atenção à simulação sobre as colisões (<https://phet.colorado.edu/sims/collision-lab/collision-lab_pt_ BR.html>), na qual é possível estudar tanto colisões unidimensionais (modo introdução), como bidimensionais (modo avançado). A imagem a seguir apresenta a tela inicial da simulação unidimen- sional. É possível determinar vários parâmetros da colisão, entre eles a massa, a velocidade inicial e a posição dos corpos antes da colisão, assim como o coeficiente de restituição, que define o tipo de colisão. 1 É necessário ter o aplicativo Java instalado, mas o próprio site disponibiliza link para baixá-lo gratuitamente. PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA IPRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I44 MOMENTO LINEAR E COLISÃOPa rt e 02 (Disponível em: <https://phet.colorado.edu/pt_BR/ simulation/legacy/collision-lab>.) Após a inserção dos dados iniciais, basta selecionar a função rodar e na sequência assistir à simulação da colisão. (Disponível em: <https://phet.colorado.edu/pt_BR/ simulation/legacy/collision-lab>.) PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA IPRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I 45 MOMENTO LINEAR E COLISÃO Pa rt e02 A simulação pode apresentar os vetores velocidade ou vetor mo- mento linear e também a energia cinética do sistema. Na função avançada, é possível simular colisões em 2D. Os parâ- metros são praticamente os mesmos. (Disponível em: <https://phet.colorado.edu/pt_BR/ simulation/legacy/collision-lab>.) Da mesma forma que na versão de introdução, após a inserção dos dados iniciais, basta selecionar a função rodar e na sequência assistir à simulação da colisão. É possível inserir um número maior de bolinhas. PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA IPRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I46 MOMENTO LINEAR E COLISÃOPa rt e 02 (Disponível em: <https://phet.colorado.edu/pt_BR/simulation/legacy/collision-lab>.) O uso desse simulador é muito interessante e pode ser uma ferra- menta útil no ensino de colisões. Para a compreensão correta do apli- cativo, é necessário acessá-lo e utilizá-lo para que se possa conhecer todas as suas funcionalidades. Extra Sugere-se a leitura do artigo de Alessandra Riposati Arantes, Márcio Santos Miranda e Nelson Studart, Objetos de Aprendizagem no Ensino de Física: usando simulações do PhET. Disponível em: <www. sbfisica.org.br/fne/Vol11/Num1/a08.pdf>. Acesso em: 21 set. 2015. PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA IPRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I 47 MOMENTO LINEAR E COLISÃO Pa rt e02 Atividades Utilize aplicativo para simular o exercício a seguir: Um carrinho de massa m1 = 2,0 kg, deslocando-se com velocidade V1 = 6,0 m/s sobre um trilho horizontal sem atrito, colide com outro carrinho de massa m2 = 4,0 kg, inicialmente em repouso sobre o trilho. Após a colisão, os dois carrinhos se deslocam ligados um ao outro sobre esse mesmo trilho. Qual é a perda de energia mecânica na colisão? Referências CARVALHO, Cristiane Marina de. Uma Revisão de Literatura Sobre o Uso de Softwares/Simuladores/Applets e Principais Referenciais Teóricos no Ensino de Física. Universidade Federal de São João del-Rei, 2012. Disponível em: <www. ufsj.edu.br/portal2-repositorio/File/pibidfisica/Trabalhos%20sobre%20Revisao/ Cristiane_-_140512_-__Revisao_de_literatura_sobre_softwares.pdf>. Acesso em: 21 set. 2015. MACÊDO, Josué Antunes de. Simulações Computacionais como Ferramentas para o Ensino de Conceitos Básicos de Eletricidade. Cad. Bras. Ens. Fís., v. 29, n. especial 1, p. 562-613, set. 2012. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/ index.php/fisica/article/viewFile/2175-7941.2012v29nesp1p562/22936>. Acesso em: 21 set. 2015. ZARA, Reginaldo A. Reflexão sobre a Eficácia do Uso de um Ambiente Virtual no Ensino de Física. In: ENINED – ENCONTRO NACIONAL DE INFORMÁTICA E EDUCAÇÃO, Unioeste, 2., Cascavel, 2011. Anais... Disponível em: <www.inf.unioeste.br/enined/ anais/artigos_enined/A29.pdf>. Acesso em: 21 set. 2015. Resolução da atividade A perda de energia cinética do sistema foi de 36 J – 11,8 J = 24,2 J. PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I48 MOMENTO LINEAR E COLISÃOPa rt e 02 PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I 49 MOMENTO LINEAR E COLISÕES Pa rt e03 Discussão sobre o uso do Simulador PhET no ensino de colisões O uso de simuladores para o ensino de Física é uma ferramenta bastante interessante e pode ser muito útil no estudo de determina- dos conceitos físicos. Sua utilização pode ser feita de várias maneiras, dependendo das condições existentes na escola e dos recursos disponí- veis para os alunos. O artigo de Alessandra R. Arantes sugere algumas formas de utilização de simulações, em especial para simulações do PhET. Estratégia 1: aula expositiva Nessa estratégia, as simulações são utilizadas como demonstra- ções em aulas expositivas. A visualização do fenômeno por meio da si- mulação possibilita demonstrar vetores e efeitos, além de possibilitar a construção de gráficos em tempo real. É interessante elaborar algu- mas questões prévias e buscar a confirmação da resposta dos alunos com o uso do simulador. Estratégia 2: atividade em grupo Essa intervenção educativa prevê a execução de um roteiro de atividade por parte dos alunos, agrupados em equipes, de acordo com o número de computadores disponíveis. A estratégia é muito parecida com a execução de um roteiro de atividade experimental. PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA IPRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I50 MOMENTO LINEAR E COLISÕESPa rt e 03 Estratégia 3: lição de casa A execução da atividade com o simulador pode ser indicada para casa, para o aluno interagir sozinho com o aplicativo. Tal estratégia depende da viabilidade técnica (o aluno ter acesso à internet) e da cultura escolar de realização de atividades em casa. Sugere-se a utili- zação de um roteiro, entretanto, também é possível deixar a atividade livre, para que o aluno explore o simulador sem ter a preocupação de seguir os passos dados pelo professor. Estratégia 4: laboratório O simulador pode ser utilizado em substituição ao laboratório, au- sente em muitas escolas. O procedimento segue a intervenção educa- tiva utilizada nas práticas experimentais, adaptadas para o simulador. Dessa forma, percebe-se que o simulador pode ser utilizado de várias maneiras, dependendo do objetivo definido para a aula. É im- portante ressaltar que o uso de simuladores é maisuma ferramenta de auxílio ao ensino que, se usada de maneira planejada, pode trazer bons resultados. Extra Sugere-se a leitura do artigo de Cristiane Marina de Carvalho, Uma Revisão de Literatura sobre o Uso de Softwares/Simuladores/Applets e Principais Referenciais Teóricos no Ensino de Física. Disponível em: <www.ufsj.edu.br/portal2-repositorio/File/pibidfisica/Trabalhos%20 sobre%20Revisao/Cristiane_-_140512_-__Revisao_de_literatura_sobre_ softwares.pdf>. Acesso em: 21 set. 2015. PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA IPRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I 51 MOMENTO LINEAR E COLISÕES Pa rt e03 Atividades Acesse o aplicativo PhET e simule situações de colisões. O obje- tivo da atividade é se familiarizar com o aplicativo e descobrir seus recursos possíveis. Referências CARVALHO, Cristiane Marina de. Uma Revisão de Literatura Sobre o Uso de Softwares/Simuladores/Applets e Principais Referenciais Teóricos no Ensino de Física. Universidade Federal de São João del-Rei, 2012. Disponível em: <www. ufsj.edu.br/portal2-repositorio/File/pibidfisica/Trabalhos%20sobre%20Revisao/ Cristiane_-_140512_-__Revisao_de_literatura_sobre_softwares.pdf>. Acesso em: 21 set. 2015. MACÊDO, Josué Antunes de. Simulações Computacionais como Ferramentas para o Ensino de Conceitos Básicos de Eletricidade. Cad. Bras. Ens. Fís., v. 29, n. especial 1, p. 562-613, set. 2012. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/ index.php/fisica/article/viewFile/2175-7941.2012v29nesp1p562/22936>. Acesso em: 21 set. 2015. ZARA, Reginaldo. A. Reflexão sobre a Eficácia do Uso de um Ambiente Virtual no Ensino de Física. In: ENINED – ENCONTRO NACIONAL DE INFORMÁTICA E EDUCAÇÃO, Unioeste, 2., Cascavel, 2011. Anais... Disponível em: <www.inf.unioeste.br/enined/ anais/artigos_enined/A29.pdf>. Acesso em: 21 set. 2015. Resolução da atividade A atividade é de familiarização com o aplicativo, portanto, não existe um gabarito. O resultado da atividade dependerá da ação e de seu interesse em conhecer o simulador. PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I52 MOMENTO LINEAR E COLISÕESPa rt e 03 Discutir os conceitos fundamentais no ensino de gravitação universal, sua in- terdisciplinaridade com o estudo das elip- ses e refletir sobre o uso de materiais da NASA para incentivar o interesse pela Astronomia. Objetivos: GRAVITAÇÃO UNIVERSAL Aula 04 PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I 55 GRAVITAÇÃO UNIVERSAL Pa rt e01 Conceitos fundamentais no ensino de gravitação universal A gravitação universal é um dos temas de Física que mais desperta curiosidade dos estudantes. Dependendo do currículo da escola, ele é tratado no final da 1.ª série, ou na 2.ª série, em geral, em um período após o estudo das leis de Newton. Para compreender a importância desse tema, tanto historicamen- te quanto cientificamente, é interessante conhecer um pouco do de- senvolvimento do conhecimento científico a esse respeito. Estudando a evolução dessa área ao longo da história, percebeu-se a busca por modelos que explicassem o movimento dos corpos celestes. O primeiro modelo, conhecido por geocêntrico, foi enunciado por Ptolomeu por volta de 140 d.C. Nele, a Terra era o centro do universo e os demais corpos celestes a orbitavam em trajetórias circulares so- brepostas a círculos maiores. Imagem do modelo geocêntrico. IE SD E BR AS IL S /A PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA IPRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I56 GRAVITAÇÃO UNIVERSALPa rt e 01 O modelo geocêntrico foi adotado por vários séculos, até por volta de 1543, quando foi proposto por Nicolau Copérnico o modelo de estrelas fixas. Nesse modelo, o Sol e outras estrelas eram fixos e os planetas, inclusive a Terra, orbitavam em torno do Sol em órbitas circulares. No final do século XVI, Tyco Brahe realizou inúmeras observações que foram utilizadas por Johannes Kepler para enunciar suas leis. Utilizando-se das observações de Brahe, Kepler concluiu que as traje- tórias dos planetas não eram circulares, e sim elípticas e que a veloci- dade dos planetas mudava conforme a sua distância até o Sol. Seus estudos mostraram uma relação matemática entre o período de translação de um corpo celeste e o raio médio de sua trajetória. Esses estudos ficaram conhecidos como as três leis de Kepler: • todos os planetas do sistema solar executam trajetórias elíp- ticas, tendo o Sol em um dos focos; • a linha que liga o Sol aos planetas varre áreas iguais em tem- pos iguais; • o quadrado dos períodos das órbitas dos planetas é proporcio- nal ao cubo de suas distâncias médias ao Sol. Com base nesses conhecimentos, Newton mostrou a semelhança entre a força que atrai uma maçã e a que mantém a Lua em sua traje- tória. De modo geral, qualquer corpo atrai todos os demais (que têm massa), como se toda a massa estivesse concentrada em seu centro. Newton obteve a relação matemática que descrevia a força gravita- cional: F = Gm m d 1 2 2 . PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA IPRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I 57 GRAVITAÇÃO UNIVERSAL Pa rt e01 Extra Sugere-se a leitura do artigo de Penha Maria Cardoso Dias, Wilma Machado Soares Santos e Mariana Thomé Marques de Souza, A Gravitação Universal (um texto para o Ensino Médio). Dispo- nível em: <www.sbfisica.org.br/rbef/pdf/040503.pdf>. Acesso em: 29 set. 2015. Atividades Elabore uma linha do tempo com os principais modelos astrôno- micos e avanços no entendimento das trajetórias dos objetos celestes. Referências ARTUSO, Alysson Ramos; SOARES, Marlon Vinícius. Física – volumes 1, 2 e 3. Curitiba: Positivo, 2013. CAVALCANTI, Gilberto de Holanda. Uma Sequência Didática para o Ensino Médio da Lei de Newton da Gravitação Universal. In: SIMPÓSIO NACIONAL DE ENSINO DE FÍSICA, 17., 2007, Pernambuco. Pernambuco: CEFET-PE, Colégio Aplicação da UFPE, 2007. Disponível em: <www.sbf1.sbfisica.org.br/eventos/snef/xvii/sys/resumos/T0268-1. pdf>. Acesso em: 29 set. 2015. DIAS, Penha Maria Cardoso; SANTOS, Wilma Machado Soares; SOUZA, Mariana Thomé Marques de. A Gravitação Universal (um texto para o Ensino Médio). Revista Brasileira de Ensino de Física, São Paulo, v. 26, n. 3, p. 257-271, 2004. Disponível em: <www.sbfisica.org.br/rbef/pdf/040503.pdf>. Acesso em: 29 set. 2015. Resolução da atividade A linha do tempo deve conter pelo menos os seguintes modelos astronômicos: • modelo geocêntrico (Ptolomeu), por volta de 140 d.C.; • modelo de estrelas fixas (Nicolau Copérnico), 1543; • leis de Kepler; • lei da gravitação universal (Newton). PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA IPRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I58 GRAVITAÇÃO UNIVERSALPa rt e 02 Apresentação interdisciplinar de gravitação e estudo de elipses – tópico da Matemática O ensino de gravitação universal passa obrigatoriamente pelas leis de Kepler e pela lei da gravitação universal (Newton). De acordo com a primeira lei de Kepler, todos os planetas do sistema solar executam trajetórias elípticas tendo o Sol em um dos focos. É possível fazer um trabalho interdisciplinar junto com a Matemática e realizar o estudo dessa lei junto com o das elipses. Dependendo da organização curricular adotada na escola, o assunto elipses se encontra na 1.ª ou 3.ª série. Caso seja assunto da mesma série que gravitação, a atividade pode ser feita em conjunto com o professor de Matemática, caso con- trário, o próprio professor de Física pode fazer a abordagem de manei- ra um pouco menos aprofundada. Considerando que toda abordagem seja realizada pelo professor de Física, é importante fazer um bom recorte no estudo das elipses e tratar apenas do que é necessário para o entendimento da lei de Kepler, sem sobrepor ao assunto que será tratado em outra série na disciplina de Matemática. Considerando a definição formal de elipse: PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA IPRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I 59 GRAVITAÇÃO UNIVERSAL Pa rt e02 A1 C F1 A2 B1 2a B2 P(x, y) F2 a b c x y Elementos da elipse. Dados dois pontosquaisquer dos planos F1 e F2 e seja 2c a dis- tância entre eles, elipse é o conjunto dos pontos do plano cuja soma das distâncias ao F1 e F2 é a constante 2a (2a > 2c). Na qual F1 e F2 são os focos da elipse, C é o Centro da elipse, 2c é a distância focal, 2a é a medida do eixo maior, 2b é a medida do eixo menor e c/a é a excentricidade. Deve-se tomar cuidado para que a 1.ª lei não seja passada de ma- neira rápida, apenas como conhecimento isolado. É importante que o aluno entenda a questão da trajetória, mas também saiba o que é elip- se, o que são seus focos, e que, no caso dos focos serem coincidentes, a elipse é uma circunferência. Uma sugestão de abordagem é procurar em sites especializados a excentricidade das órbitas de alguns planetas e com esses valores simular (desenhar) a trajetória de alguns planetas. Extra Sugere-se a leitura do artigo de João Batista Garcia Canalle, O Problema do Ensino da Órbita da Terra. Disponível em: <www.sbfisica. org.br/fne/Vol4/Num2/v4n2a06.pdf>. Acesso em: 29 set. 2015. PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I60 GRAVITAÇÃO UNIVERSALPa rt e 02 Atividades Procure os valores da excentricidade da órbita da Terra e faça um desenho (em escala aproximada) da órbita da Terra em torno do Sol. Referências ARTUSO, Alysson Ramos; SOARES, Marlon Vinícius. Física – volumes 1, 2 e 3. Curitiba: Positivo, 2013. CANALLE, João Batista Garcia. O Problema do Ensino da Órbita da Terra. Física na Escola, v. 4, n. 2, 2003. Disponível em: <www.sbfisica.org.br/fne/Vol4/Num2/ v4n2a06.pdf>. Acesso em: 29 set. 2015. CAVALCANTI, Gilberto de Holanda. Uma Sequência Didática para o Ensino Médio da Lei de Newton da Gravitação Universal. In: SIMPÓSIO NACIONAL DE ENSINO DE FÍSICA, 17., 2007, Pernambuco. Pernambuco: CEFET-PE, Colégio Aplicação da UFPE, 2007. Disponível em: <www.sbf1.sbfisica.org.br/eventos/snef/xvii/sys/resumos/T0268-1. pdf>. Acesso em: 29 set. 2015. DIAS, Penha Maria Cardoso; SANTOS, Wilma Machado Soares; SOUZA, Mariana Thomé Marques de. A Gravitação Universal (um texto para o Ensino Médio). Revista Brasileira de Ensino de Física, São Paulo, v. 26, n. 3, p. 257-271, 2004. Disponível em: <www.sbfisica.org.br/rbef/pdf/040503.pdf>. Acesso em: 29 set. 2015. Resolução da atividade A excentricidade da órbita da Terra é de 0,02. Observe no desenho a seguir que a excentricidade das órbitas dos planetas do Sistema Solar é muito pequena. O ponto da esquerda é o centro da elipse e o outro ponto é um dos focos, onde se encontra o Sol. Como a excentricidade é muito pequena, eles qua- se coincidem. Terra PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I 61 GRAVITAÇÃO UNIVERSAL Pa rt e03 Apresentação de materiais da NASA para incentivo ao estudo da astronomia Existem vários materiais de apoio relacionados à Astronomia. Esses materiais podem ser muito úteis no ensino de gravitação, uma vez que aproximam os alunos e fornecem uma noção real das escalas envolvidas. Um dos materiais disponíveis de maneira gratuita e online é o pro- jeto desenvolvido pela Khan Academy e pela NASA <https://pt.khana- cademy.org/>. Nesse site existem materiais didáticos de várias disci- plinas, incluindo grande número de materiais associado à Astronomia. A grande atração é a visualização das trajetórias e das relações de escala. Outra possibilidade é acessar o site da NASA <www.nasa.gov/> na parte Education. A agência disponibiliza vários materiais voltados a professores e estudantes, que mostram a rotina dos astronautas, assim como várias imagens obtidas pelos telescópios. O material disponível não está formatado para ser usado diretamente em sala de aula, mas serve de base para a montagem de materiais de estudo. O Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paulo (USP) disponibiliza gratuita- mente, por meio do site <www.iag.usp.br/astronomia/livros-e- apostilas>, vários livros a respeito de Astronomia. Esses livros podem ser baixados em formato pdf e utilizados como material de consulta para a preparação de aulas. Em geral, não são livros didáticos, mas apresentam conteúdos muito bem escritos e de grande interesse. PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I62 GRAVITAÇÃO UNIVERSALPa rt e 03 Extra Sugere-se a leitura do artigo de Penha Maria Cardoso Dias, Wilma Machado Soares Santos e Mariana Thomé Marques de Souza, A Gravitação Universal (um texto para o Ensino Médio). Disponível em: <www.sbfisica. org.br/rbef/pdf/040503.pdf>. Acesso em: 29 set. 2015. Atividades Acesse os sites mencionados no texto e verifique os recursos disponíveis. Referências ARTUSO, Alysson Ramos; SOARES, Marlon Vinícius. Física – volumes 1, 2 e 3. Curitiba: Positivo, 2013. CAVALCANTI, Gilberto de Holanda. Uma Sequência Didática para o Ensino Médio da Lei de Newton da Gravitação Universal. In: SIMPÓSIO NACIONAL DE ENSINO DE FÍSICA, 17., 2007, Pernambuco. Pernambuco: CEFET-PE, Colégio Aplicação da UFPE, 2007. Disponível em: <www.sbf1.sbfisica.org.br/eventos/snef/xvii/sys/resumos/T0268-1.pdf>. Acesso em: 29 set. 2015. DIAS, Penha Maria Cardoso; SANTOS, Wilma Machado Soares; SOUZA, Mariana Thomé Marques de. A Gravitação Universal (um texto para o Ensino Médio). Revista Brasileira de Ensino de Física, São Paulo, v. 26, n. 3, p. 257-271, 2004. Disponível em: <www.sbfisica. org.br/rbef/pdf/040503.pdf>. Acesso em: 29 set. 2015. Resolução da atividade Resposta pessoal, uma vez que é uma atividade de execução indi- vidual e de seu interesse. Discutir os conceitos fundamentais no ensino de hidrostática (empuxo e leis de Newton) e hidrodinâmica e refletir sobre situações práticas envol- vendo suas aplicações. Objetivos: HIDROSTÁTICA E HIDRODINÂMICA Aula 05 PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I 65 HIDROSTÁTICA E HIDRODINÂMICA Pa rt e01 Conceitos fundamentais no ensino de hidrostática – empuxo e leis de Newton O estudo dos fluidos pode ser dividido em duas partes: hidrostáti- ca e hidrodinâmica. Essa divisão leva em consideração se o fluido está em repouso ou em movimento. Considerando inicialmente o estudo dos fluidos em repouso, é necessário definir corretamente alguns aspectos iniciais relacionados ao conceito de densidade e massa específica. A densidade é a relação entre a massa do corpo e seu volume total, enquanto a massa específica é a relação entre a massa do cor- po e o volume ocupado pelo material que o constitui. Caso o corpo não seja maciço, essas duas grandezas apresentam valores diferentes, pois, nesse caso, os volumes considerados são diferentes. Além disso, o termo densidade é adequado para corpos, enquanto o termo massa específica é mais adequado para substâncias. No caso de líquidos e gases, é comum utilizar os termos como si- nônimos, e isso não é problema, desde que estes sejam homogêneos e isotrópicos (massa distribuída uniformemente). Uma vez discutido o conceito de massa específica, é importan- te reconhecer a principal grandeza no estudo de fluidos: a pressão. Podemos entender pressão como a grandeza física que, se aplicada sobre uma superfície, pode provocar um corte ou furo no material. Essa não é a definição convencional de pressão, mas nesse momento é importante deixar claro a diferença entre esses três conceitos, muito semelhantes aos olhos dos alunos: força, torque e pressão. A confusão PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA IPRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I66 HIDROSTÁTICA E HIDRODINÂMICAPa rt e 01 surge do fato de as equações serem semelhantes e, muitas vezes, o aluno entende como um único conceito. Uma interpretação superficial é entender a força como a grandeza que provoca aceleração linear em um corpo, o torque como a que provoca aceleração angular e pressão como a responsável por cortar/furar uma superfície. Vistas dessa for- ma, as três grandezas resultam em efeitos diferentes e, portanto, o aluno consegue diferenciá-las em termos conceituais. Quando se trabalha o conceito de pressão, é necessário conhe- cer alguns princípiosrelacionados, como o princípio de Pascal, que estabelece: “Uma alteração de pressão produzida em um fluido em equilíbrio transmite-se integralmente a todos os pontos do líquido e às paredes do recipiente.” Esse princípio normalmente é relacionado com o funcionamento da prensa hidráulica, entretanto, existem outras situações interessan- tes em que ele se aplica1. Outro conceito importante é o empuxo, que é resultante da di- ferença de pressão entre os lados de um corpo mergulhado em um líquido. Uma vez que a componente de área é nula em cada um dos eixos, a existência de uma força resultante só pode surgir pela dife- rença de pressão entre os lados pertencentes ao mesmo eixo. Como a diferença de pressão só existe no eixo vertical, a força resultante será exclusivamente nesse eixo. Dessa forma, o empuxo é uma força vertical originada pela diferença de pressão entre a parte superior e a parte inferior do corpo mergulhado no fluido. A análise do diagrama de forças permite descobrir o tipo de mo- vimento que o corpo executará, uma vez que, dessa forma, é possí- vel encontrar a força resultante e, consequentemente, determinar a 1 – Essas situações serão analisadas na parte 03 desta aula. PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA IPRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I 67 HIDROSTÁTICA E HIDRODINÂMICA Pa rt e01 aceleração resultante. É interessante estimar o empuxo exercido pela atmosfera sobre uma pessoa, e com isso discutir a necessidade de considerá-lo ou não na determinação de grandezas envolvendo o peso do indivíduo. Extra Sugere-se a leitura do artigo de Marta Maximo Pereira, Do Empírico ao Teórico: um plano de aula para o ensino do princípio de Arquimedes no Ensino Médio. Disponível em: <www.if.ufrj.br/~pef/ producao_academica/anais/2009snef/MartaMT0140-2.pdf>. Acesso em: 29 set. 2015. Atividades Considere a seguinte situação: Imaginemos um recipiente com água, no qual estão submersas e em repouso, sem encostar no fundo, duas esferas maciças de mesmo volume, uma de alumínio e outra de ferro. Determine o peso de cada uma das esferas. Discuta qual o erro presente. Referências ALVES, José Darlon Nascimento. Atividades Experimentais para o Ensino de Hidrostática em duas Escolas Públicas no Município de Capitão Poço, Pará. Enciclopédia Biosfera, Goiânia, v. 10, n. 18, p. 3.536-3.546, 2014. Disponível em: <www.conhecer.org.br/ enciclop/2014a/CIENCIAS%20HUMANAS/Atividades.pdf>. Acesso em: 29 set. 2015. JESUS, Vitor Luiz Bastos de; MACEDO JUNIOR, Marcelo Alberto Vieira de. Uma Discussão sobre Hidrodinâmica Utilizando Garrafas PET. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 33, n. 1, 2011. Disponível em: <www.sbfisica.org.br/rbef/pdf/331507. pdf>. Acesso em: 29 set. 2015. PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I68 HIDROSTÁTICA E HIDRODINÂMICAPa rt e 01 PEREIRA, Marta Maximo. Do Empírico ao Teórico: um plano de aula para o ensino do princípio de Arquimedes no Ensino Médio. In: SIMPÓSIO NACIONAL DE FÍSICA (SNEF), 18., 2009, Vitória. Atas. Vitória: Instituto de Física, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Colégio de Aplicação (UFRJ), 2009. Disponível em: <www.if.ufrj. br/~pef/producao_academica/anais/2009snef/MartaMT0140-2.pdf>. Acesso em: 29 set. 2015. Resolução da atividade A situação apresentada só pode ser verdade se uma das esferas for oca, pois, caso contrário, não teriam o mesmo peso, logo, não estariam simultaneamente em equilíbrio dentro do mesmo líquido. PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I 69 HIDROSTÁTICA E HIDRODINÂMICA Pa rt e02 Conceitos fundamentais no ensino de hidrodinâmica O estudo dos fluidos em movimento (hidrodinâmica) é uma parte da Física pouco explorada no Ensino Médio, entretanto, possibilita o entendimento de várias situações práticas, como o voo das aerona- ves, o comportamento dos líquidos que saem das torneiras de casa, entre outras interessantes. Nesse contexto, estuda-se o escoamento estacionário, também conhecido como laminar, que ocorre quando a velocidade de escoamento for a mesma em todos os pontos. Normalmente, no Ensino Médio, o enfoque dado a esse assunto se resume à equação de Bernoulli, que relaciona a velocidade do fluido e a pressão em determinado ponto de seu caminho. Essa equação, oriun- da do princípio da conservação da energia, mostra que: ρν 2 =P+ρgh=constante 2 A1 P1 A2h1 h2 ν1 t = s1 ν2 ν2 t = s2 p2 v1 (Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Princ%C3%ADpio_de_Bernoulli#/ media/File:BernoullisLawDerivationDiagram.svg>.) Sua interpretação permite relacionar a pressão em um ponto do fluido com a velocidade de escoamento e a altura relativa entre os PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA IPRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I70 HIDROSTÁTICA E HIDRODINÂMICAPa rt e 02 pontos. Esse princípio explica o funcionamento das asas de um avião, assim como o funcionamento dos aerofólios dos carros ou a curva que uma bola executa quando chutada de modo a girar durante seu movimento. Outra relação importante é o efeito Venturi, que relaciona a ve- locidade de escoamento do fluido com a área da secção do tubo. Esse efeito decorre do princípio da continuidade. h + h h ρ ν2ν1 p2p1 1 2 A1 A2 (Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Efeito_Venturi#/media/ File:Venturifixed2.PNG>.) Sua aplicação pode ser evidenciada ao observarmos o formato do fluxo de água saindo de uma torneira. Com o passar do tempo, a água ganha velocidade devido à aceleração gravitacional, com isso, a área da secção do fluxo diminui. Extra Sugere-se a leitura do artigo de Vitor Luiz Bastos de Jesus e Marcelo Alberto Vieira de Macedo Junior, Uma Discussão sobre Hidrodinâmica Utilizando Garrafas PET. Disponível em: <www.sbfisica.org.br/rbef/ pdf/331507.pdf>. Acesso em: 29 set. 2015. PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA IPRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I 71 HIDROSTÁTICA E HIDRODINÂMICA Pa rt e02 Atividades É comum ocorrer destelhamento de casas em situaçoes de tem- pestades com rajadas de vento muito intensas. Considerando que as rajadas sejam tangenciais à superfície das telhas, explique, com base nos conceitos físicos convenientes, por que ocorre o destelhamento das casas. Referências ALVES, José Darlon Nascimento. Atividades Experimentais para o Ensino de Hidrostática em duas Escolas Públicas no Município de Capitão Poço, Pará. Enciclopédia Biosfera, Goiânia, v. 10, n. 18, p. 3.536-3.546, 2014. Disponível em: <www.conhecer.org.br/ enciclop/2014a/CIENCIAS%20HUMANAS/Atividades.pdf>. Acesso em: 29 set. 2015. JESUS, Vitor Luiz Bastos de; MACEDO JUNIOR, Marcelo Alberto Vieira de. Uma Discussão sobre Hidrodinâmica Utilizando Garrafas PET. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 33, n. 1, 2011. Disponível em: <www.sbfisica.org.br/rbef/pdf/331507.pdf>. Acesso em: 29 set. 2015. PEREIRA, Marta Maximo. Do Empírico ao Teórico: um plano de aula para o ensino do princípio de Arquimedes no Ensino Médio. In: SIMPÓSIO NACIONAL DE FÍSICA (SNEF), 18., 2009, Vitória. Atas. Vitória: Instituto de Física, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Colégio de Aplicação (UFRJ), 2009. Disponível em: <www.if.ufrj.br/~pef/ producao_academica/anais/2009snef/MartaMT0140-2.pdf>. Acesso em: 29 set. 2015. Resolução da atividade Com fortes rajadas de vento, a velocidade do fluido é menor do lado de fora do telhado em relação ao lado de dentro (Bernoulli). Assim, surge uma diferença de pressão que propicia o aparecimento de uma força resultante de dentro para fora, que empurra as telhas. PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA IPRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I72 HIDROSTÁTICA E HIDRODINÂMICAPa rt e 03 Apresentação de situações práticas envolvendo aplicações A aplicação dos conceitos de hidrostática e hidrodinâmica faz par- te do cotidiano da grande maioria das pessoas, uma vez que estamos o tempo todo imersos em um fluido (atmosfera) e praticamente o tempo todo em contato com líquidos. Muitos dos efeitos presenciados podem ser explicados por meio de conceitossimples, como o princípio de Pascal, o teorema de Arquimedes (empuxo), efeito Venturi ou equação de Bernoulli. Um exemplo interessante que pode ser utilizado em sala de aula é a determinação da massa específica de um corpo por meio do empuxo. Essa prática demonstra também uma aplicação à 3.ª lei de Newton, que consiste em colocar um recipiente com líquido de massa específi- ca conhecida sobre uma balança2.1 M0 V0 IE SD E BR AS IL S /A Em seguida, mergulha-se completamente o corpo no líquido, pre- so a um suporte horizontal. É importante não deixá-lo encostar-se ao 2 – Se a balança for de precisão, facilitará o experimento. PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA IPRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I 73 HIDROSTÁTICA E HIDRODINÂMICA Pa rt e03 fundo do recipiente. Com a inserção do corpo no líquido, a marcação da balança sofrerá alteração, pois o corpo ficará sujeito à força de empuxo. Nessa situação, o líquido empurra o corpo para cima e o cor- po empurra a água para baixo. De acordo com a 3.ª lei de Newton, a mudança na marcação da balança é proporcional ao empuxo. IE SD E BR AS IL S /A V M Outra situação interessante para ser discutida com os alunos con- siste em um aparato com líquido em repouso colocado sobre um supor- te que permita o giro. Na sequência, coloca-se um objeto que flutue em um dos cantos do recipiente, por exemplo, no lado direito. PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA IPRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I74 HIDROSTÁTICA E HIDRODINÂMICAPa rt e 03 A pergunta a ser respondida é: o que ocorre nessa situação? O recipiente irá girar no sentido horário, anti-horário ou permanecerá em repouso? Nesse caso, se o objeto for colocado de modo a não gerar ondulações, o sistema permanecerá em repouso, pois o aumento de pressão naquele ponto, originado pela colocação do objeto flutuante, será distribuído uniformemente em todos os pontos do líquido. Em relação à hidrodinâmica, o estudo do funcionamento das asas de um avião consiste em um ótimo exemplo para aplicar a equação de Bernoulli. Nesse caso, devido ao formato da asa, a velocidade de passagem do fluido pela parte de cima da asa é maior que a da parte de baixo. Isso ocorre porque a pressão de cima para baixo é menor que de baixo para cima, o que origina diferença de pressão e consequente força resultante para cima. No caso do aerofólio dos carros, o princípio é o mesmo, com a diferença de que o sistema está invertido, resultan- do em uma força para baixo. Asa do avião Deslocamento de ar com maior velocidade e menor pressão Deslocamento de ar com menor velocidade e menor pressão Força de sustentação Força-peso (Disponível em: <www.efeitojoule.com/2008/05/asa-do-aviao.html>.) PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA IPRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I 75 HIDROSTÁTICA E HIDRODINÂMICA Pa rt e03 Extra Sugere-se a leitura do artigo de José Darlon Nascimento Alves, Atividades Experimentais para o Ensino de Hidrostática em duas Escolas Públicas no Município de Capitão Poço, Pará. Disponível em: <www.conhecer.org.br/enciclop/2014a/CIENCIAS%20HUMANAS/Atividades. pdf>. Acesso em: 29 set. 2015. Atividades Acesse o aplicativo PhET e simule situações envolvendo flutua- bilidade (<https://phet.colorado.edu/sims/density-and-buoyancy/ buoyancy_pt_BR.html>). O objetivo da atividade é descobrir os recursos possíveis desse aplicativo. Referências ALVES, José Darlon Nascimento. Atividades Experimentais para o Ensino de Hidrostática em duas Escolas Públicas no Município de Capitão Poço, Pará. Enciclopédia Biosfera, Goiânia, v. 10, n. 18, p. 3.536-3.546, 2014. Disponível em: <www.conhecer.org.br/enciclop/2014a/CIENCIAS%20HUMANAS/Atividades. pdf>. Acesso em: 29 set. 2015. JESUS, Vitor Luiz Bastos de; MACEDO JUNIOR, Marcelo Alberto Vieira de. Uma Discussão sobre Hidrodinâmica Utilizando Garrafas PET. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 33, n. 1, 2011. Disponível em: <www.sbfisica.org.br/rbef/pdf/331507. pdf>. Acesso em: 29 set. 2015. PEREIRA, Marta Maximo. Do Empírico ao Teórico: um plano de aula para o ensino do princípio de Arquimedes no Ensino Médio. In: SIMPÓSIO NACIONAL DE FÍSICA (SNEF), 18., 2009, Vitória. Atas. Vitória: Instituto de Física, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Colégio de Aplicação (UFRJ), 2009. Disponível em: <www.if.ufrj. br/~pef/producao_academica/anais/2009snef/MartaMT0140-2.pdf>. Acesso em: 29 set. 2015. PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I76 HIDROSTÁTICA E HIDRODINÂMICAPa rt e 03 Resolução da atividade A atividade é de familiarização com o aplicativo, portanto, não existe gabarito. O resultado da atividade dependerá da ação e de seu interesse em conhecer o simulador. Discutir os conceitos fundamentais no ensino de ondulatória e a utilização de vídeo com ondas de violão e apresentar software de análise de frequências. Objetivos: OSCILAÇÕES Aula 06 PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I 79 OSCILAÇÕES Pa rt e01 Conceitos fundamentais no ensino de ondulatória O estudo dos fenômenos ondulatórios normalmente é feito na 2.ª sé- rie, podendo variar conforme o currículo adotado pela escola. Os pontos principais nessa etapa do aprendizado se referem ao entendimento dos conceitos fundamentais de ondulatória e suas aplicações nos fenômenos diários, no sentido de buscar explicação para acontecimentos cotidianos relacionados com algum tipo de onda, em particular, a luz e o som. O conceito físico de onda é o de propagação de energia sem trans- porte de matéria. As ondas podem ser classificadas quanto à natureza e quanto ao tipo de propagação. Ondas mecânicas são aquelas que necessitam de meio elástico para se propagarem, sendo exemplos o som, ondas na superfície da água e em uma corda. Já as ondas ele- tromagnéticas são aquelas que não necessitam de um meio para se propagarem, assim essas ondas se propagam no vácuo. São exemplos de ondas eletromagnéticas a luz e a radiação infravermelha. Ainda em relação à classificação das ondas, podemos separá-las conforme sua direção de propagação. As ondas longitudinais têm dire- ção de propagação coincidente com a direção de vibração, enquanto as ondas transversais têm direção de propagação transversal à direção de vibração. Vibração Propagação Onda longitudinal. PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA IPRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I80 OSCILAÇÕESPa rt e 01 Vibração Propagação Onda Transversal. As ondas têm alguns elementos importantes para seu estudo, en- tre eles a amplitude, que é a distância vertical entre a linha suporte e a crista da onda, e o comprimento de onda (λ), que é a distância horizontal entre dois pontos equivalentes. Nesse ponto, é importante ressaltar que esses elementos estão presentes tanto em ondas trans- versais como longitudinais, porém, os livros didáticos normalmente apresentam o desenho da onda transversal. Esse fato pode gerar um problema no estudo do som, pois o aluno acaba mantendo a imagem da onda transversal, mesmo quando se está tratando do som. Amplitude Crista Vale ou depressão Comprimento de onda Direção da vibração Direção de propagação Comprimento de onda PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA IPRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO DA FÍSICA I 81 OSCILAÇÕES Pa rt e01 Extra Sugere-se a leitura do artigo de Renata Lacerda Caldas Martins, A Utilização de Diagramas Conceituais no Ensino de Física em Nível Médio: um estudo em conteúdos de ondulatória, acústica e óptica. Disponível em: <www.sbfisica.org.br/rbef/pdf/313401.pdf>. Acesso em: 29 set. 2015. Atividade Complete a tabela com a frequência das notas musicais emitidas por um violão. Notas Frequência (Hz) Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si dó Referências DIAS, Marco Adriano. Medindo a Velocidade de uma Fórmula 1 com o efeito Doppler. In: SIMPÓSIO NACIONAL DE ENSINO DE FÍSICA, 18., 2009, Vitória. Anais... Vitória: Instituto de Física, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2009. Disponível em: <www.if.ufrj.br/~pef/producao_academica/anais/2009snef/MarcoAdrianoT0092-1.
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