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Prof. Augusto Dinis BIOLOGIA CELULAR 1 Transporte de Proteínas para Mitocôndrias e Plastídeos Biologia Celular Transporte de Proteínas para Mitocôndrias e Plastídeos Principais características comuns: • A síntese ocorre em ribossomas livres no citosol • A proteína é sintetizada como precursora (pré-proteína) contendo uma sequência sinal no extremo N • A proteína precursora é transportada numa conformação distendida (desenovelada) • A sequência sinal é clivada após a entrada da proteína na matriz/estroma • A importação exige energia (ATP) e ocorre em locais de contacto das membranas externa e interna do invólucro Biologia Celular Prof. Augusto Dinis BIOLOGIA CELULAR 2 Sinais de endereçamento para as Mitocôndrias Alberts et al., 2002 Biologia Celular As sequências sinais para a matriz (pressequências) consistem de 20 a 80 aminoácidos organizados numa hélice anfipática→ aminoácidos com carga positiva agregados num lado da hélice e os hidrofóbicos no lado oposto. Os receptores proteicos específicos que iniciam a translocação reconhecem esta hélice e a sua anfipatia em vez da sequência específica de aminoácidos. → Extremo amina Após a importação, a sequência sinal para a matriz é rapidamente removida por uma peptidase sinal. A importação de proteínas para as membranas interna e externa e para o espaço intermembranar requer sequências internas adicionais, hidrofóbicas, que não são removidas. Translocases da membrana externa e interna mitocondrial Alberts et al., 2002 Biologia Celular O complexo TOM dirige a translocação através da membrana externa: consiste de subunidades que funcionam como Receptores dos sinais e subunidades que formam o Poro Geral de Importação. Os complexos TIM e OXA dirigem a translocação através da membrana interna mitocondrial: Complexo TIM23► proteínas para a matriz; inserção de proteínas transmembranares na membrana interna. Complexo TIM22► inserção de algumas proteínas na membrana interna (ex. transportador que move ATP, ADP e fosfato para o interior e exterior da mitocôndria). Complexo OXA► inserção de proteínas na membrana interna e no espaço intermembranar (aquelas sintetizadas na matriz e algumas importadas primeiramente para a matriz pelos outros complexos proteicos). Prof. Augusto Dinis BIOLOGIA CELULAR 3 Papel das Chaperonas no tráfego para as Mitocôndrias Lodish et al., 2008 + + + + (Chaperonas) Biologia Celular A importação das proteínas para as mitocôndrias requer que elas não adquiram a sua conformação tridimensional final no citosol. O estado desenovelado é garantido pela ligação de Chaperonas citosólicas da família Hsp70 a sequências hidrofóbicas das proteínas precursoras (com gasto de ATP) Importação de Proteínas para a Matriz Mitocondrial Cooper & Hausman, 2007 Biologia Celular Lodish et al., 2008 A pré-proteína é sintetizada no citosol e é mantida numa conformação distendida através da ligação a chaperonas citosólicas (Hsp70). Na superfície da membrana externa mitocondrial, a pressequência é reconhecida pelos receptores TOM 20 e 22 e, com a ajuda da subunidade TOM 5, é inserida no poro geral de importação (TOM 40) iniciando-se a translocação da cadeia peptídica. Prof. Augusto Dinis BIOLOGIA CELULAR 4 Importação de Proteínas para a Matriz Mitocondrial Cooper & Hausman, 2007 Biologia Celular A translocação ocorre num local de contacto das duas membranas do invólucro, onde o poro do complexo TOM se alinha com o do complexo TIM 23 (usado por todas as proteínas precursoras com uma pressequência). A força motora para a translocação da proteína é gerada pelo gradiente protónico na membrana interna e por chaperonas Hsp70 da matriz que interagem com a unidade TIM 44 e puxam a cadeia peptídica para a matriz (com gasto de ATP). Lodish et al., 2008 Importação de Proteínas para a Matriz Mitocondrial Biologia Celular Ao emergir na matriz, a pressequência é clivada por uma protease processadora → peptidase sinal. A proteína adquire depois a sua conformação final, sozinha ou com a ajuda de chaperoninas Hsp60 mitocondriais (com gasto de ATP). Prof. Augusto Dinis BIOLOGIA CELULAR 5 Biologia Celular Utilização de energia (ATP) na importação proteica mitocondrial �Libertação das chaperonas citosólicas após interacção da pré-proteína com o complexo TOM � Translocação da pré-proteína para a matriz por acção das Hsp70 mitocondriais (conjuntamente com o potencial de membrana ���� gradiente H+ na membrana interna) � Arranjo da proteína na sua conformação final por acção de Hsp60 mitocondriais Importação de Proteínas para a Membrana Interna Mitocondrial Lodish et al., 2008 Biologia Celular Proteínas com pressequência e uma ou mais sequências sinais internas: A pressequência determina que se use a maquinaria (TOM 20 e 22 e TIM 23) usada pelas proteínas endereçadas para a matriz Via A: Ao emergir na matriz, a pressequência é clivada e a sequência hidrofóbica interna é exposta no interior do complexo TIM 23, funcionando como sequência stop. A proteína é deslocada lateralmente na bicamada lipídica e fica nela inserida através da sequência stop (sequência de ancoragem). Prof. Augusto Dinis BIOLOGIA CELULAR 6 Importação de Proteínas para a Membrana Interna Mitocondrial Lodish et al., 2008 Biologia Celular Proteínas com pressequência e uma ou mais sequências sinais internas: Via B: A pré-proteína é totalmente translocada para a matriz onde a pressequência é clivada. A sequência interna fica exposta e é reconhecida pelo complexo OXA que insere a cadeia peptídica na membrana interna (retranslocação). Este complexo insere também na membrana interna e no espaço intermembranar proteínas sintetizadas na matriz. A pressequência determina que se use a maquinaria (TOM 20 e 22 e TIM 23) usada pelas proteínas endereçadas para a matriz Importação de Proteínas para a Membrana Interna Mitocondrial Biologia Celular Proteínas sem pressequência e com múltiplas sequências sinais internas: Via C: • A(s) primeira(s) sequência(s) sinal(is) interna(s) é(são) reconhecida(s) pelo receptor TOM70 e a cadeia é translocada pelo poro geral de importação. • Na membrana interna o complexo translocador usado é o TIM22 que insere a cadeia peptídica na bicamada lipídica através das sequências de ancoragem. • A passagem de um complexo translocador para o outro é assistida por pequenas TIMs (TIM9-TIM10) preentes no espaço intermembranar. Prof. Augusto Dinis BIOLOGIA CELULAR 7 Importação de Proteínas para o espaço intermembranar Lodish et al., 2008 Biologia Celular Proteínas com pressequência e uma sequência sinal interna hidrofóbica: A pressequência determina que se use a maquinaria (TOM 20 e 22 e TIM 23) usada pelas proteínas endereçadas para a matriz Via A: A clivagem da pressequência expõe a sequência interna no interior do complexo TIM 23, a qual funciona como sequência stop. A proteína é deslocada lateralmente na bicamada lipídica e fica nela inserida. Uma protease na membrana interna reconhece a sequência interna e cliva a proteína, libertando-a no espaço intermembranar. A proteína liga um cofactor heme e adquire a sua conformação final. Importação de Proteínas para o espaço intermembranar Lodish et al., 2008 Biologia Celular Proteínas sem pressequência mas com uma sequência sinal interna: Via B: A sequência sinal interna funciona como uma sequência de endereçamento para o espaço intermembranar, sendo reconhecida por um receptor específico no complexo TOM. A proteína é libertada directamente no espaço intermembranar após translocação pelo poro geral de importação. Prof. Augusto Dinis BIOLOGIA CELULAR 8 Importação de Proteínas para a MembranaExterna Mitocondrial Biologia Celular Proteínas sem pressequência e uma ou mais sequências sinais internas: • Proteínas com topologia relativamente simples (unitransmembranares) apenas requerem o complexo TOM para inserção na membrana. • Proteínas com topologia mais complexa (forma de barril, como a TOM40 e as porinas) atravessam o complexo TOM até ao espaço intermembranar e são reconhecidas por pequenas Tim que as transferem para um segundo complexo translocador – complexo SAM (“sorting and assembly machinery”) – que as insere na membrana externa mitocondrial. Transporte de Proteínas para os Peroxissomas Biologia Celular Microfotografia TEM de um peroxissoma (em cima) e respectiva interpretação esquemática (em baixo) Prof. Augusto Dinis BIOLOGIA CELULAR 9 Tipos e funções dos Peroxissomas Biologia Celular Organelos ricos em oxidases, cuja enzima marcadora é a catalase (enzima que decompõe o peróxido de hidrogénio - H2O2) Intervêm em: - Oxidação de ácidos gordos de cadeia muito longa (conversão em acetil-CoA) - Gluconeogénese (conversão de aminoácidos em glicose) - Biossíntese dos ácidos biliares, do colesterol, do dolicol e dos plasmalogénios (fosfolípidos com função éter) - Fotorrespiração (tipo de respiração que ocorre nas folhas das plantas, onde o fosfoglicolato é convertido em glicolato e este transferido para os peroxissomas, onde é oxidado e convertido em glicina) → Peroxissomas foliares - Ciclo do ácido glioxílico (variante do ciclo do ácido cítrico que leva à conversão de ácidos gordos em carbohidratos)→ Glioxissomas - … RH2: • ácido úrico • D- e L-aminoácidos • ácido glicólico • ácidos gordos R’H2: • metanol • formato • formaldeído • fenóis Reacções enzimáticas nos Peroxissomas +H2O2 Biologia Celular Prof. Augusto Dinis BIOLOGIA CELULAR 10 Biogénese dos Peroxissomas Biologia Celular Os peroxissomas não possuem o seu próprio genoma e, por isso, todas as suas proteínas – peroxinas − são codificadas no genoma nuclear (85 genes) A maior parte das peroxinas são sintetizadas em ribossomas livres no citosol, mas experiências recentes mostraram que a montagem dos peroxissomas começa no Retículo Endoplasmático Rugoso, onde se encontra inicialmente a Pex3 (peroxina integral transmembranar) Biogénese dos Peroxissomas Biologia Celular A Pex3 recruta a Pex19 citosólica para a membrana do RER e a interacção de ambas leva à formação de vesículas que se desprendem do RER. Estas vesículas crescem ou podem fundir-se com peroxissomas pré-existentes, ou ainda fundirem-se entre si, para formar novos peroxissomas. O crescimento dos peroxissomas ocorre pela incorporação de lípidos e proteínas específicas provenientes do citosol. Prof. Augusto Dinis BIOLOGIA CELULAR 11 Sinais de endereçamento para os Peroxissomas Biologia Celular • Os peroxissomas possuem pelo menos 50 enzimas diferentes envolvidas numa variedade de vias bioquímicas. • No endereçamento para a matriz dos peroxissomas: – A maioria das peroxinas possui uma sequência simples de três a.a. (Ser-Lys-Leu ou SKL) no terminal C � sinal 1 de localização peroxissómica (peroxisome targeting signal 1) ou PTS1. – Algumas peroxinas possuem uma sequência mais complexa de a.a. no terminal N � sinal 2 de localização peroxissómica (peroxisome targeting signal 2) ou PTS2. Características do transporte de proteínas para peroxissomas: • A síntese ocorre em ribossomas livres no citosol • A proteína é transportada geralmente na sua conformação final • A sequência sinal PTS1(localizada no extremo C) não é clivada após a translocação da proteína; a sequência sinal PTS2 (localizada no extremo N) é clivada • A translocação da proteína requer ATP Biologia Celular Prof. Augusto Dinis BIOLOGIA CELULAR 12 Importação de Proteínas pelos Peroxissomas Lodish et al., 2008Lodish et al., 2000 Biologia Celular
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