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GUIA DO EDUCADOR 3º ANO Esse botão do canto superior direto te levará de volta ao Sumário. Clique também em link externo para acessar mais conteúdo. Secretaria Estadual de Educação e Esporte PAULO HENRIQUE SARAIVA CÂMARA Governador do Estado de Pernambuco LUCIANA BARBOSA DE OLIVEIRA SANTOS Vice-Governador do Estado de Pernambuco MARCELO ANDRADE BEZERRA BARROS Secretário de Estado de Educação e Esporte MARIA DE ARAÚJO MEDEIROS SOUZA Secretária Executiva de Educação Integral e Profissional DIEGO PORTO PEREZ Secretário Executivo de Esportes ANA COELHO VIEIRA SELVA Secretária Executiva de Desenvolvimento da Educação JOÃO CARLOS CINTRA CHARAMBA Secretário Executivo de Gestão da Rede LEONARDO ÂNGELO DE SOUZA SANTOS Secretário Executivo de Planejamento e Coordenação ALAMARTINE FERREIRA DE CARVALHO Secretário Executivo de Administração e Finanças ELABORAÇÃO Assessores Pedagógicos de Educação Integral e Profissional 3 Caras educadoras; caros educadores, São muitos os desafios para promover uma educação pública de qualidade social, com foco na formação integral de indivíduos capazes de atuar como corresponsáveis pelos rumos de sua existência e comprometidos com a construção de uma sociedade mais justa. Para tanto, é necessário dar sentido à experiência das educandas e dos educandos na escola, para que reconheçam o poder transformador da educação e possam fazer uso dessa importante ferramenta na construção do seu Projeto de Vida. Nesse contexto, para que nossos estudantes estejam preparados para as oportunidades e os desafios que irão encontrar em sua trajetória, o fomento ao Protagonismo Juvenil – premissa da educação interdimensional concebida pelo pedagogo mineiro Antônio Carlos Gomes da Costa e adotada na Rede de Escolas Integrais de Pernambuco – é primordial para que nossos jovens aprendam a pensar no futuro cuidando do presente. Pensando nisso, a Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco (SEE-PE, por meio da Secretaria Executiva de Educação Integral e Profissional, estruturou o material didático do 4 componente curricular Projeto de Vida, parte integrante do percurso formativo do Ensino Médio. Os cadernos são frutos de uma parceria com o Instituto Sonho Grande e foram feitos por especialistas, mestres e doutores com profundo conhecimento na grande área em que está inserida esta temática: Educação para Valores. Teve validação de pares e análise de uma equipe técnica da SEE-PE, para que fosse personalizado à realidade da rede pública do estado de Pernambuco. Portanto, este é um recurso de inegável riqueza teórica que, além de considerar a autonomia docente, dialoga com as demandas das juventudes e irá apoiar educadoras e educadores que, no exercício da presença educativa, acolhem os estudantes em seus anseios e ajudam-nos a transformar sonhos em projetos, sempre comprometidos com a formação de jovens autônomos, competentes, solidários e produtivos. Um cordial abraço, Secretaria de Educação e Esportes do Estado de Pernambuco 5 SUMÁRIO BLOCO 1: Autoconhecimento e Identidade 8 TEMA: Identidade Aula 1 - Seja você 8 Aula 2 - Liberdade e identidade 17 Aula 3 - Feminilidades e masculinidades 26 Aula 4 - Identidade e redes sociais 40 Aula 5 - Estados da identidade 50 Aula 6 - Identidade narrativa 59 Avaliação em Projeto de Vida 1 66 BLOCO 2: Convivência e participação 67 TEMA: Profissionalismo Aula 1 - Função social das profissões 67 Aula 2 - O bom profissional 76 Aula 3 - Competências para o século XXI 85 Aula 4 - Ética profissional 93 Aula 5 - Visão de mundo e o exercício profissional 103 Aula 6 - Visão de mundo e o exercício profissional - Parte II 110 Avaliação em Projeto de Vida 2 117 6 BLOCO 3: Escolha e Planejamento 118 TEMA: Mercado de trabalho Aula 1 - Caminhos para a formação profissional 118 Aula 2 - Caminhos para a formação profissional - Parte II 126 Aula 3 - Aproximação à carreira: visita técnica 133 Aula 4 - Avaliar, planejar e engajar 142 Aula 5 - Aprimorando o PDI 150 Aula 6 - Tomada de decisão responsável 158 Avaliação em Projeto de Vida 3 168 BLOCO 4: Engajamento e transformação 169 TEMA: Empreendedorismo e inovação Aula 1 - Proatividade 169 Aula 2 - Empreendedorismo e inovação 179 Aula 3 - Empreendedorismo social 187 Aula 4 - Obstáculos profissionais 194 Aula 5 - Compartilhando experiências 203 Aula 6 - Últimas reflexões 211 Avaliação em Projeto de Vida 4 219 PROJETO INTERDISCIPLINAR 3º ANO: “Feira de empreendedorismo” 220 7 PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR TEMA: IDENTIDADE TÍTULO: SEJA VOCÊ 3º ANO TEMA 1 AULA 1 O que faremos hoje? Bloco 1 Autoconhecimento e identidade Tema Identidade Competências gerais da BNCC 8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas. 9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza. 10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários. Habilidades de Projeto de Vida Reconhecer os valores, pensamentos, sentimentos e hábitos e regular as próprias condutas. Reconhecer e avaliar as características que constituem a própria identidade, identificar como repercutem nas relações sociais, relacioná-la ao projeto de vida e comprometer-se com sua construção. Objetos de conhecimento Identidade pessoal e autoafirmação. Materiais Acesso à internet. 8 GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 1 O que dizem os estudiosos? A autoafirmação é um fenômeno complexo, de ordem tanto cognitiva como afetiva, que corresponde ao julgamento feito por uma pessoa sobre si mesma (Eu Pessoal) e sobre sua adaptabilidade às expectativas externas (Eu Social). Os conceitos sobre si mesmo e sobre seu papel na vida social são fundamentais para entender-se como uma pessoa digna de valor e de reconhecimento pelos outros, sendo esses os principais fatores que motivam o comportamento humano. A experiência oposta, derivada do sentimento de ser ignorado, de não ter valor, de ser esquecido, de situar-se em um lugar inferior em qualquer aspecto da vida, ou de ser incapaz diante das expectativas sociais, parece ser do tipo mais traumático, segundo diversas teorias psicológicas, tais como as de Freud, Adler e Jung. Os estudos do psicólogo Oswaldo de Barros Santos (1982) corroboram essas teorias ao constatar que a estrutura psicológica torna-se mais forte na medida em que a pessoa reconhece as características que lhe são próprias e é capaz de apreciar-se como alguém com suas próprias idéias, pensamentos, sentimentos e maneira de ser, sem a sensação de inferioridade. Do ponto de vista da construção do projeto de vida, é importante considerar que, entendendo-se que a motivação humana é altamente influenciada pela autoafirmação, ela pode tanto engajar os jovens na conquista de seus objetivos e de seu lugar no mundo, quanto impedir que seus projetos se realizem. 9 GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 1 Como é que se faz? Organizando a aula Essa é a primeira aula do tema Identidade, do Bloco 1. Autoconhecimento e Identidade. Inicie-a dando boas vindas aos estudantes e solicitando que eles formem um semicírculo com suas mesas e cadeiras. Em seguida, distribua a Ficha de atividades dessa aula (Ficha 1 - Seja você). Despertando o interesse Questione os estudantes se em alguma situação eles sentiram que as pessoas tinhamum olhar sobre eles diferente do que têm sobre si mesmos. Permita que eles exponham seus relatos e escute-os com empatia, demonstrando interesse pelo que estão dizendo. Caso seja necessário, estimule-os com perguntas como: alguma vez alguém disse algo sobre vocês com o qual vocês não concordaram? Algo que vocês acharam injusto? Algo que vocês não sabiam sobre si mas que, ao ouvirem a pessoa, consideraram pertinente? Depois, peça para que vejam o meme disponível na ficha de atividades. Pergunte se eles conhecem outros memes como esse, que representam os diferentes olhares que as pessoas podem ter sobre outra. Após ouví-los, indague: “Como é possível que esses diferentes olhares possam coexistir?”, “Quais fatores interferem nesse processo?”. Estimule a turma a discutir sobre essas perguntas e a registrar os pontos mais significativos na ficha. É esperado que eles mencionem que as pessoas se relacionam de forma diferente com as outras , revelando aspectos de si que nem sempre são demonstrados 10 GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 1 a todos, devido ao grau de intimidade, de confiança e ao tipo de relação. Também é ansiado que eles mencionem que algumas pessoas julgam as outras pela aparência, por comportamentos ou falas específicas e até mesmo por fatores sociais, como a classe social, o perfil étnico-racial, o gênero, entre outros. É importante que compreendam que é impossível controlar o modo como os outros irão nos enxergar, contudo, podemos tentar expressar com intencionalidade, as características da nossa identidade que queremos que eles conheçam. Também é relevante abordar que é impossível agradar a todas as pessoas, e que, o mais importante é ser fiel a quem se é, desde que isso não signifique prejudicar ou desrespeitar outras pessoas. Construindo conhecimentos Atividade 1 Solicite que os estudantes leiam o enunciado da atividade 1 e criem um meme que represente a forma como eles acreditam que são vistos pelos seus familiares, pelos seus amigos, pelos seus professores e por si mesmos. Depois, peça para que respondam às perguntas que têm o objetivo de aprofundar essa reflexão. Assim que terminarem essa atividade, verifique se há voluntários que gostariam de compartilhar suas respostas. Atividade 2 Para introduzir a atividade 2, enfatize que, às vezes, para nós, é muito evidente que temos determinada característica, mas, na verdade, não conseguimos expressá-la para as outras pessoas de modo que ela seja percebida. Por isso, é importante observar nossas condutas para compreender o que elas revelam sobre nós e se estamos confortáveis com isso. Caso os alunos percebam que não se sentem confortáveis com algumas condutas que influenciam a maneira como os outros os veem, 11 GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 1 sugira que pensem em modos de agir que possam mudar a percepção que os outros têm deles. Dito isso, solicite que realizem a atividade 2, que consiste em listar os aspectos da própria identidade que eles gostariam de colocar em evidência e a maneira como podem fazer isso. Registrando o aprendizado Atividade 3 Pergunte aos estudantes se eles conhecem a expressão “sair do armário” e o que ela significa. Permita que exponham seus conhecimentos, atentando-se para que sejam respeitosos em suas colocações. Como o tema da homossexualidade será abordado, é importante que você cuide para que não sejam feitos comentários homofóbicos. Avise que não serão admitidos quaisquer comentários de intolerância, desrespeito e discriminação. Acesse o link da notícia que explica o origem da expressão e leia-a para a turma. link externo. (Acesso em 16/08/2020). Solicite que um voluntário leia o texto que dá continuidade à atividade e dê alguns minutos para que os estudantes reflitam se há algum aspecto de suas identidades que lhes provoca ou já provocou vergonha. Crie um clima de confiança entre a turma, sugerindo que, caso eles desejem, compartilhem suas experiências com os colegas. Se nenhum estudante quiser se expor, você pode apresentar um relato pessoal. Esse recurso contribui para que eles desenvolvam confiança em você e para criar um clima de segurança entre a turma. Em seguida, peça para que formem grupos de 4 estudantes para refletir sobre aspectos que eles acreditam que podem envergonhar algumas pessoas. Alguns aspectos que podem ser levantados são: pobreza/classe social, regionalidade e sotaque, características étnico-raciais, identidade e orientação 12 GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 1 https://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-surgiu-a-expressao-sair-do-armario sexual, entre outras possibilidades. É importante destacar que não devemos ter vergonha de quem somos, muito pelo contrário, é fundamental assumir e valorizar as próprias origens, condições materiais e outros aspectos da identidade, pois isso nos torna únicos. Lembre-os de que todos temos valor. Depois, peça para que registrem como o fato de ter vergonha e não assumir esses aspectos pode impactar a construção do projeto de vida. Assim que terminarem a atividade, peça para que compartilhem suas reflexões, dando ênfase ao fato de que a autoafirmação é um elemento fundamental para a construção de um projeto de vida que confira dignidade e permita a realização pessoal. Para encerrar a aula, projete o vídeo “O que eu quero é diferente do que você quer?”, produzido pela ONU Brasil, e estimule os estudantes a refletir sobre a importância do respeito à diversidade para que todos tenham o direito de ser quem realmente são. link externo. (Acesso em 16/08/2020). 13 GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 1 https://nacoesunidas.org/tema/lgbti Vamos falar de educação socioemocional? Falar sobre si de uma forma positiva pode ser um desafio. Fatores culturais podem nos levar, algumas vezes, a confundir a baixa capacidade de se autovalorizar com humildade ou modéstia. Porém, esses são conceitos diferentes. Sermos capazes de reconhecer características boas em nós não exclui a capacidade de reconhecer e aceitar as nossas falhas. Além disso, quando nos vemos com um olhar excessivamente crítico, podemos acabar adotando um comportamento de autossabotagem, não sendo capazes de lutar por ou de aceitar as vitórias que tanto buscamos. Outra crença equivocada é a de que apenas os outros podem nos elogiar, pois assim estaríamos sendo modestos. Porém, essa ideia também nos leva a uma atitude insegura, em que permanecemos dependentes da opinião externa para construir a imagem que temos de nós mesmos. AUTOVALORIZAÇÃO A autovalorização é a capacidade de reconhecermos nossas próprias qualidades e talentos, além de expressá-los com segurança. Pessoas que se autovalorizam também conseguem se sentir merecedoras de suas conquistas, reconhecendo seu esforço para alcançá-las. A autovalorização é verdadeira quando é constante e estável, e não flutua com a validação externa ou a falta dela. Quando não somos capazes de exercer a autovalorização, podemos nos tornar pessimistas, desistir facilmente frente a desafios ou criar relações de dependência. 14 GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 1 Para ajudar os alunos a desenvolverem a autovalorização, é importante criar um ambiente em que eles se sintam estimulados a reconhecer o seu melhor. Quando fazemos constantemente comparações entre os estudantes, criando um ambiente competitivo, os desencorajamos a acreditar no seu valor de forma incondicional. Como professores, podemos estabelecer a ideia de que todos têm a sua importância a partir de como valorizamos as suas individualidades em sala de aula. Honrar, respeitar e até mesmo celebrar as diferentes histórias e caminhos que trouxeram cada um dos nossos alunos até aqui é uma das formas de criarmos um ambiente propício para que eles exercitem a autovalorização.Também podemos reconhecer seus esforços tanto quanto seus sucessos, deixando claro que o importante é estar constantemente evoluindo. Afinal, fracassos são parte natural do aprendizado e não diminuem o nosso valor. Por fim, a autovalorização autêntica é aquela que não precisa da validação alheia para ser cultivada. Podemos incentivar os alunos a desenvolverem o hábito de reconhecer as suas próprias qualidades, assim como de acolher as suas vulnerabilidades e pontos a serem trabalhados. O importante é deixar claro que a existência de pontos fracos não anula seus pontos fortes. Que tal aprender mais? Laerte: A mudança que experimentei deu fim a um ciclo de amargura e me trouxe liberdade 15 GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 1 Nessa matéria, a cartunista Laerte Coutinho revela a importância que a afirmação da sua identidade como mulher teve para viver sem ter vergonha de si as transformações que ocorreram em sua vida pessoal e profissional. Disponível em: link externo. (Acesso em 16/08/2020). Clique aqui para acessar o material do estudante em pdf Clique aqui para acessar o Material do Estudante Editável Referências Bibliográficas SANTOS, Oswaldo de Barros. Aconselhamento Psicológico & Psicoterapia — Auto-afirmação um determinante básico do comportamento humano. São Paulo: Livraria Pioneira, 1982. 16 GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 1 https://www.huffpostbrasil.com/entry/laerte-quadrinista_br_5eed324cc5b6c86872f8b233 https://drive.google.com/file/d/1TXq0FTCa7nEI2wqIGRVkDWVuBiabCALR/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1fepnU_rUuAmpeCRiF-ttqLvPsu1tkZ68/view?usp=sharing PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR TEMA: IDENTIDADE TÍTULO: LIBERDADE E IDENTIDADE 3º ANO TEMA 1 AULA 2 O que faremos hoje? Bloco 1 Autoconhecimento e identidade Tema Identidade Competências gerais da BNCC 8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas. 9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza. Habilidades de Projeto de Vida Reconhecer e avaliar as características que constituem a própria identidade, identificar como repercutem nas relações sociais e relacioná-las ao projeto de vida. Compreender que a identidade é uma construção que cada indivíduo realiza ao longo de sua vida na interação com o meio, sob a influência de elementos políticos e socioculturais, e respeitar a diversidade de identidades. Objetos de conhecimento Identidade social e liberdade Materiais Recursos para projetar vídeo da internet. 17 GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 2 O que dizem os estudiosos? Apesar de cada um de nós ser um ser único, com identidades que nos são muito particulares, também compartilhamos com outras pessoas algumas características que fazem com que formemos parte de um mesmo grupo social, por exemplo, em relação à nossa nacionalidade, à região onde nascemos e vivemos, a crenças religiosas, classe social, raízes étnico-raciais, gênero, coletivo político, à profissão, entre outros aspectos. Caso nos identifiquemos com determinado grupo social, sentindo-nos parte dele e comprometidos com ele, significa que ele faz parte da nossa identidade social. Assim, se uma pessoa negra se identifica, sente-se pertencente e também comprometida com as reivindicações da comunidade negra, podemos afirmar que a negritude é parte de sua identidade social, entre outros agrupamentos dos quais ela se sinta pertencente. Reconhecer a própria identidade social é fundamental para compreender seu papel no mundo, os desafios que pode enfrentar, eleger políticos que representem seus interesses e necessidades, além de conferir um sentimento de pertencimento comunitário, que faz com que você não se sinta sozinho no mundo. Contudo, é importante que a identidade social não reduza as pessoas às características do seu grupo, para que possam formar uma identidade pessoal autêntica e autônoma. 18 GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 2 Como é que se faz? Organizando a aula Acolha aos estudantes, solicitando que formem um semicírculo com suas mesas e cadeiras. Em seguida, distribua a Ficha de atividades dessa aula (Ficha 2 – Liberdade e identidade). Despertando o interesse Inicie a aula perguntando aos estudantes o que, para eles, significa a palavra liberdade. Faça uma chuva de ideias, estimulando que associem a liberdade ao maior número de palavras possível, anotando-as na lousa. Depois, peça para que leiam o texto sobre liberdade escrito pela filósofa Simone de Beauvoir, o poema de Cecília Meirelles e a canção composta por Juliana Strassacapa, cantora e compositora da banda Francisco El Hombre. Sugere- se que a música ou o videoclipe sejam reproduzidos (Disponível em: link externo. Em seguida, peça para que grifem os aspectos que mais chamam a atenção deles nessas obras. 19 GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 2 https://www.youtube.com/watch?v=lKmYTHgBNoE Por fim, abra uma roda de conversa sobre o tema, permitindo que exponham seus pontos de vida e sentimentos sobre o tema. Ao final, pergunte se eles perceberam que todas essas obras foram escritas por mulheres. Caso julgue pertinente, esse é um bom momento para discutir a desigualdade de gênero, tematizando o quanto as mulheres sofrem com restrições a sua liberdade. Para isso, você pode solicitar que as meninas da turma mencionem alguns exemplos de situações em que não se sentiram livres pelo simples fato de serem mulheres. Espera- se que elas citem situações como andar sozinha na rua, usar as roupas que desejam sem se preocupar com assédio ou julgamentos, não estar dentro dos padrões estéticos considerados desejados, entre outras possibilidades. Para terminar esse momento, relembre que, no passado, as mulheres sofriam ainda mais restrições de liberdade, como não poder votar, não poder trabalhar, não poder se divorciar, entre outras questões. Enfatize a importância de todos, mulheres e homens, lutarem pela igualdade entre os gêneros, pois isso representa mais liberdade e dignidade para todos. Construindo conhecimentos 20 GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 2 Atividade 1 Projete a imagem da artista plástica Gersony Silva disponível no link externo. Pergunte se eles acreditam que ela sofre algum tipo de restrição da sua liberdade. Permita que construam hipóteses sobre a artista, baseadas apenas no que eles estão vendo. Nesse momento, é natural que a julguem pela sua aparência e façam inferências diversas, pois o único recurso que têm é a imagem. Depois, peça para que leiam o enunciado da atividade 1, que apresenta o fato de que a artista tem hipersudorese em suas mãos, sendo essa uma característica da qual se envergonhou durante boa parte de sua vida. Pergunte a eles se envergonhar-se de si é algo que restringe a liberdade e permita que comentem essa questão durante alguns minutos. Projete o vídeo da artista, disponível no link externo. Depois, solicite que respondam às demais questões dessa atividade. Atividade 2 Peça para que respondam às questões da atividade 2, que é um exercício de reflexão sobre contextos em que sentem mais ou menos liberdade e pessoas com as quais se sentem mais ou menos livres. A última questão dessa tarefa é um convite para que identifiquem e conversem com alguém que eles acreditam que expressa bem a sua identidade, com liberdade para ser quem é. Estimule- os a realizá-la, pois eles podem aprender muito escutando a experiência de outraspessoas. Atividade 3 Solicite que um dos estudantes leia o texto de enunciado da atividade 3 que explica o conceito de identidade social. É importante que eles entendam que a identidade social pode ser constituída por diversos fatores, tais como nacionalidade, região onde nascemos e vivemos, crenças religiosas, 21 GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 2 http://www.gersony.com.br https://www.youtube.com/watch?v=cR-L9W4-fHU&feature=emb_logo classe social, raízes étnico-raciais, gênero, profissão, geração, entre outros aspectos. Peça para que listem os aspectos que compõem a identidade social deles e o que podem fazer para afirmá-las, valorizando-as e expressando-as com liberdade. Ao final, provoque-os a refletir se sentem- se solidários a grupos sociais dos quais não fazem parte. Nesse momento, você pode questionar se eles pertencem a algum grupo cuja identidade social sofre opressão e discriminação, como é o caso das mulheres, da comunidade LGBTQIA+, de negros e indígenas, de praticantes de religião de matriz africana etc. Pergunte se sentem-se solidários a algum grupo social do qual não fazem parte. Registrando o aprendizado Atividade 4 Para encerrar a aula, leia com os estudantes o texto da atividade e permita que eles reflitam sobre o meme que expressa como a identidade social, às vezes, pode estereotipar as pessoas, encobrindo sua identidade pessoal. Depois, peça para que eles deixem suas fichas de atividade em cima de suas mesas com a atividade 3 voltada para cima, sugira que circulem pela turma para conhecer os elementos que compõem a identidade social de seus colegas, buscando identificar semelhanças e diferenças. Nesse momento, é importante enfatizar que todos devem se respeitar e criar um clima de confiança e liberdade, para que se sintam à vontade para expressar quem são. 22 GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 2 Vamos falar de educação socioemocional? Ainda que descobrir a nossa identidade seja um processo de autoconhecimento constante, assumir e viver segundo quem realmente somos pode ser um desafio. Todos desejamos nos sentir amados e aceitos, mas nem sempre temos a confiança necessária para acreditar que vamos consegui- lo sendo nós mesmos. Os padrões criados pela mídia e pelas redes sociais ainda reforçam a ideia de que é necessário atender a certos critérios para podermos receber a estima a que aspiramos. Os adolescentes, emocionalmente mais vulneráveis, são frequentemente influenciados por essas mensagens, tornando-se inseguros. A liberdade de ser quem somos encontra, então, um obstáculo no medo da rejeição. Ele nos direciona a tentarmos agir de acordo não com o que somos, mas com o que achamos que vai evitar que sejamos rejeitados. 23 GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 2 REJEIÇÃO Quando gostaríamos de receber amor, amizade ou aprovação de uma pessoa ou grupo e isso não ocorre, nos sentimos rejeitados. A rejeição pode ter sido intencionalmente praticada pela outra parte, ou apenas o resultado de como interpretamos a situação. Só nos sentimos rejeitados quando existe o desejo ou a necessidade de sermos aceitos. Por exemplo: se alguém com quem gostaríamos de nos relacionar escolhe outra pessoa, se não passamos em um teste ou processo seletivo, se não somos convidados para uma festa, se sentimos que nossos pais não nos aprovam etc. Evitar por completo episódios de rejeição em nossas vidas é muito difícil. Não há uma fórmula ou comportamento que garanta que nunca vamos nos sentir preteridos. E, na verdade, um esforço intenso para se adequar pode resultar em relacionamentos superficiais que enfraquecem a nossa confiança de que podemos ser aceitos por quem somos. Os efeitos da rejeição são ainda intensos quanto menos acreditamos que podemos agir de acordo com o que somos de verdade. Como consequência, pequenas situações, talvez até mesmo mal-entendidos, podem ser interpretados como evidências de que não somos ou não merecemos ser queridos. Todos nós experimentamos a rejeição em algum momento. Quando isso acontece, é a confiança genuína no nosso valor que determina quão resilientes seremos ao lidar com ela. E essa confiança, por sua vez, pode ser construída a partir de relações verdadeiras, em que exercermos a nossa verdadeira identidade. Como professores, podemos criar um ambiente em que todos os alunos se sintam seguros para serem quem são. Uma forma de fazer isso é demonstrar, 24 GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 2 sempre que possível, que torcemos para o sucesso de todos. Também é importante contribuirmos para que não se estabeleçam hierarquias na comunidade escolar, especialmente as determinadas por questões de raça, gênero ou classe social. Que tal aprender mais? Identidade X Modernidade Nesta videoaula, o professor Luiz Costa Pereira Júnior explora as relações entre as características da modernidade e a construção da identidade, que recebe influências dos modelos culturais vigentes. Disponível em link externo. Clique aqui para acessar o material do estudante em pdf Clique aqui para acessar o Material do Estudante Editável Referências Bibliográficas GIDDENS, Anthony. Modernidade e Identidade. Rio de Janeiro: Zahar, 2002. ROSA, Nina Gabriela. Identidade: Anthony Giddens e Norbert Elias. Humanidades em diálogo. v. 1, n. 1, 2007, p. 135 - 148. 25 GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 2 https://www.youtube.com/watch?v=7ROInAARSuM https://drive.google.com/file/d/1pwnDpUXBlAW5MVyoxO1bN5wkem5Td3r_/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1Al96kxyKDC86rOL7sppSx3tGS8OiKvoQ/view?usp=sharing PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR TEMA: IDENTIDADE TÍTULO: FEMINILIDADES E MASCULINIDADES 3º ANO TEMA 1 AULA 3 O que faremos hoje? Bloco 1 Autoconhecimento e identidade Tema Identidade Competências gerais da BNCC 1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. 9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza. Habilidades de Projeto de Vida Reconhecer e avaliar as características que constituem a própria identidade, identificar como repercutem nas relações sociais, relacioná-las ao projeto de vida e comprometer-se com sua construção. Compreender que a identidade é uma construção que cada indivíduo realiza ao longo de sua vida na interação com o meio, sob a influência de elementos políticos e socioculturais, e respeitar a diversidade de identidades. Objetos de conhecimento Feminilidades e Masculinidades 26 GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 3 Materiais Manchetes e notícias impressas separadamente em folha A4; Fita adesiva e/ou barbante; Projetor e caixa de som; 12 folhas de cartolinas brancas; Canetas hidrográficas de ponta grossa e/ou lápis de cor de cores variadas e/ou tintas e pincéis; Revistas para recorte. O que dizem os estudiosos? Como vimos nas aulas anteriores, a construção da identidade recebe influência direta do meio social. Dessa maneira, o indivíduo vai incorporando aspectos que ele julga serem importantes para si mesmo. Assim, aprendemos o que é ser homem e o que é ser mulher ao longo da vida. Essas características vão sendo integradas à identidade do indivíduo a partir das experiências vividas. Como dizia a filósofa e feminista francesa Simone de Beauvoir: “não se nasce mulher, torna-se mulher” - frase clássica do seu livro “O segundo sexo”, publicado em 1949. De modo equivalente, também se entende que nãose nasce homem, torna-se homem, ao incorporar as características esperadas pela sociedade para a construção da identidade masculina. Em síntese, características como ser delicada e possuir maiores habilidades para cuidar do lar e dos filhos, frequentemente associadas às mulheres, e ser valente e agressivo como traços ligados aos homens, não são características naturais de cada gênero, são condutas determinadas e esperadas pela sociedade para aquele grupo. 27 GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 3 O debate atual propõe os termos feminilidades e masculinidades, no plural, pois compreende que há diversas possibilidades de ser homem e de ser mulher. Ou seja, uma mulher pode se identificar como corajosa e trabalhar no mercado financeiro, bem como um homem pode reconhecer-se como sensível e envolver-se em projetos sociais que promovem ajuda humanitária. É importante desconstruir esses estereótipos hegemônicos determinados pela sociedade patriarcal, uma vez que há padrões que geram dano e sofrimento para si e para o outro, como é o caso da masculinidade tóxica, que resulta em violência contra mulheres. O termo masculinidade tóxica tem sido empregado para debater os efeitos nocivos da socialização dos homens, dando abertura a novas formas de se relacionar, de maneira mais autêntica e acolhedora. Essa é uma das saídas encontradas para diminuir o número de casos de violência contra as mulheres. Como é que se faz? Organizando a aula Para o planejamento dessa aula, será necessário imprimir as manchetes apresentadas na atividade 1, de forma que a leitura delas fique a uma distância de aproximadamente 3 metros. Também será preciso imprimir a notícia na íntegra, separadamente, para distribuí-la para os estudantes. Recomenda-se sintetizar algumas notícias, para que o tempo de leitura entre os grupos seja semelhante. 28 GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 3 Antes da chegada dos estudantes, se possível, organize a sala com as manchetes da atividade 1. Distribua-as pela sala, de preferência em locais distintos, por exemplo, expondo-as em um mural, pela parede e/ou em forma de varal, para que os estudantes cheguem e encontrem a sala já preparada. Inicie a aula solicitando a organização das mesas e das cadeiras, formando um semicírculo e deixando o meio da sala livre para a primeira atividade. Despertando o interesse Para aproximar os estudantes da temática do dia, organize-os em duas filas, uma de meninos e outra de meninas, dispostas uma de frente para a outra e, ao mesmo tempo, com uma certa distância, de maneira que permita que os jovens deem passos para a frente sem se chocarem. Se o número de meninos e meninas não for aproximadamente equivalente, você pode dispô-los em uma única fileira, desde que caiba na sala, mesclar as duas fileiras ou ainda fazer um grande círculo. O importante é que todos tenham a visão uns dos outros e que tenham espaço para dar passos para frente. A dinâmica é semelhante ao desafio do aplicativo Tik Tok chamado “eu nunca”. Você lerá em voz alta as afirmações abaixo e quem já ouviu ou passou por aquela situação deve dar um passo para a frente, e quem nunca ouviu ou passou por aquela situação deve permanecer no mesmo lugar. É importante ler as frases no masculino e no feminino, para que ambos possam se identificar com as situações. 1. Eu nunca tive medo de andar sozinho(a) em uma rua escura pensando que seria estuprado(a). 2. Eu nunca fui assediado(a) no transporte público. 3. Eu nunca fui assediado(a) na rua por estranhos. 4. Eu nunca fui julgado(a) como objeto sexual pela roupa que eu estava usando. 29 GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 3 5. Eu nunca fui cobrado para ter que aprender a limpar a casa e/ou cozinhar. 6. Eu nunca ouvi alguém dizer que eu tinha que me valorizar. 7. Eu nunca me senti cobrado para seguir padrões estéticos. Ao final, peça para eles observarem quem deu mais passos para a frente. Espera-se que as meninas tenham vivido mais as situações apresentadas, pois representam exemplos de opressões vividas por mulheres no dia a dia. Estimule os estudantes a refletirem sobre as afirmações e sobre o porquê de elas atingirem mais as mulheres. Escreva na lousa as palavras que forem surgindo dessa chuva de ideias. É possível que apareçam palavras como machismo, feminismo, cultura patriarcal, opressão contra as mulheres, violência contra as mulheres, masculinidade tóxica, entre outras. Deixe-as registradas na lousa até o final da aula. Construindo conhecimentos Imagem: harassment Atividade 1 Oriente os estudantes a circularem pela sala a fim de que leiam as manchetes espalhadas. Em seguida, dê o comando para eles pararem na frente da notícia que mais lhes chamou a atenção. 30 GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 3 1. SP: violência contra mulher aumenta 44,9% durante a pandemia Fonte: link externo. 2. A cada hora, quatro meninas com menos de 13 anos são estupradas no Brasil Fonte link externo. 3. O melhor dia da minha vida foi quando a conheci. O pior, quando eu a matei Fonte link externo. 4. Assassinato de mulheres por armas de fogo cresce na maioria dos estados Fonte link externo. 5. Armas matam mulheres Fonte link externo. 6. [RJ] Mulheres são as principais vítimas de ameaça e constrangimento ilegal; companheiro e ex são os principais autores Fonte link externo. 7. Brasil registra 1206 casos de feminicídio em 2018 Fonte link externo. 8. [CE] Violência psicológica é a mais recorrente entre as mulheres no estado, revela pesquisa NUDEM-CE Fonte link externo. 9. 51,9% das meninas vítimas de violência sexual têm entre 1 e 5 anos Fonte link externo. 10. [RJ] De cada dez estupros registrados no estado em 2018, sete foram praticados em casa Fonte link externo. 11. Fim do relacionamento é o momento de maior risco à vida da mulher Fonte link externo. 12. Mulheres são maioria dos atendimentos 31 GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 3 https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2020-04/sp-violencia-contra-mulher-aumenta-449-durante-pandemia https://brasil.elpais.com/brasil/2019/09/10/politica/1568134128_017016.html https://brasil.elpais.com/brasil/2019/08/16/politica/1565961105_327484.html https://brasil.elpais.com/brasil/2019/04/12/politica/1555083226_055041.html https://brasil.elpais.com/brasil/2019/01/16/opinion/1547636987_572077.html https://dossies.agenciapatriciagalvao.org.br/violencia-em-dados/rj-mulheres-sao-as-principais-vitimas-de-ameaca-e-constrangimento-ilegal https://dossies.agenciapatriciagalvao.org.br/violencia-em-dados/brasil-registra-1206-casos-de-feminicidio-em-2018 https://dossies.agenciapatriciagalvao.org.br/violencia-em-dados/ce-violencia-psicologica-e-mais-recorrente-entre-as-mulheres-no-estado https://dossies.agenciapatriciagalvao.org.br/violencia-em-dados/519-das-meninas-vitimas-de-violencia-sexual-tem-entre-1-e-5-anos https://dossies.agenciapatriciagalvao.org.br/violencia-em-dados/de-cada-dez-estupros-no-rio-de-janeiro-em-2018-sete-foram-praticados-em-casa https://dossies.agenciapatriciagalvao.org.br/violencia-em-dados/fim-do-relacionamento-e-o-momento-de-maior-risco-a-vida-da-mulher por exposição íntima, ofensas e conteúdos violentos na internet Fonte link externo. Com os estudantes já divididos em pequenos grupos, de acordo com as manchetes pelas quais eles se interessaram, entregue as notícias na íntegra para realizarem a leitura. Caso alguma manchete fique sem nenhum representante, não haverá impacto na atividade. Ao contrário, se algum grupo estiver com muitos estudantes, pergunte se alguns deles se interessam por outras manchetes similares. Se não houver interesse em mudar, deixe-os nos agrupamentos originais. Dê um tempo para eles discutirem as questões propostas para a atividade e oriente-os a expressar essas respostas na folha de cartolina,que será apresentada para o resto da turma. Deixe disponíveis no centro da sala as revistas para recorte, lápis, canetas e/ou tintas. Finalizados os cartazes e a discussão proposta para os pequenos grupos, abra o debate para a turma. Caso considere que o tempo disponível não permitirá a elaboração dos cartazes, solicite que os estudantes compartilhem suas respostas oralmente. Gabarito esperado para nortear a discussão: 1. Entre as sínteses das notícias, é importante que apareçam pontos como: ● é alto o número de casos de violência contra as mulheres, sobretudo de feminicídio; ● o Brasil está entre os países que lideram o ranking de mais feminicídios no mundo; ● entre os tipos de violência contra as mulheres, a violência psicológica é a mais frequente, porém nem todos os homens têm a percepção de que ameaças e humilhações se enquadram nesse conceito; ● o perfil da violência contra as mulheres, em sua maioria, é: mulheres negras, com escolaridade até ensino fundamental, o autor da agressão 32 GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 3 https://dossies.agenciapatriciagalvao.org.br/violencia-em-dados/mulheres-sao-maioria-dos-atendimentos-por-exposicao-intima-ofensas-e-conteudos-violentos-na-internet é o atual companheiro ou o ex, o local do crime é a própria residência, o tempo médio de violência vivida até a denúncia é de 1-10 anos; ● a flexibilização do acesso a armas de fogo pode aumentar o número de mortes de mulheres, pois elas estão entre os instrumentos utilizados para praticar tais crimes; ● a violência sexual ainda é um tabu e se inicia na infância. Geralmente, o autor da agressão é algum parente próximo da vítima e o crime ocorre na própria casa da vítima; ● Fim do relacionamento é um dos principais motivos que levam os homens a praticarem os atos de violência contra as mulheres; 2. Para essa questão, ouça as opiniões dos grupos e instigue-os a pensar se há motivos justificáveis para algum ato de violência (por exemplo: traição justifica violência? Ele sempre apanhar quando criança e presenciar o pai batendo na mãe muitas vezes justifica ser violento com a companheira?). É interessante que eles relacionem a cultura patriarcal com a manutenção das desigualdades entre homens e mulheres. Atividade 2 Leia coletivamente o enunciado da atividade e, em seguida, reproduza o trecho do documentário “O 33 GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 3 silêncio dos homens” do início até o minuto 7:03. O vídeo está disponível gratuitamente no YouTube: link externo. Dê um tempo para os estudantes responderem às questões individualmente e depois abra para a discussão com a turma. Lembre-se de manter uma atmosfera de respeito ao ouvir as diversas opiniões. Caso surja algum comentário ofensivo, de caráter machista, deve ser interrompido, direcionando o debate justamente para desconstrução dessa forma de pensamento e para o respeito. É importante deixar claro que até os comentários em tom de brincadeira não são permitidos, pois eles também reforçam a cultura patriarcal. Mostre que não só as meninas devem alertá-los quando há alguma brincadeira machista, que isso pode ser feito também entre os meninos. Segue o gabarito para auxiliá-lo na condução da discussão: 1. O termo masculinidade tóxica tem sido empregado para debater os efeitos nocivos da socialização dos homens, dando abertura a novas formas de se relacionar, de maneira mais autêntica e acolhedora. Atitudes agressivas e de dominação são ensinadas aos meninos desde a infância. Dessa maneira, eles crescem normalizando a violência como forma de se relacionar, o que, consequentemente, faz com que causem danos a si mesmos e aos outros ao seu redor. Os homens vivem, em média, 7 anos a menos que as mulheres e morrem mais por causas externas (acidente de trânsito, acidente de trabalho e lesão por violência), e também são os principais agressores nos casos de morte de terceiros. 2. Resposta pessoal. Pode ser que alguns estudantes identifiquem que já ouviram (ou presenciaram alguém dizendo para outra pessoa) que homem não chora, que homem não vai ao médico e não precisa cuidar da sua saúde, que homem não lava louça, que não leva desaforo para casa, que tem que sustentar 34 GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 3 https://www.youtube.com/watch?v=NRom49UVXCE&t=178s https://www.youtube.com/watch?v=NRom49UVXCE&t=178s a casa, que fazer ballet (ou outra atividade com público predominantemente feminino ) é coisa de mulher, entre outras frases. Também pode ser que alguns desabafem situações de violências vividas em casa. Acolha-os e mostre que é possível se relacionar de outras maneiras. Registrando o aprendizado Atividade 3 Aproveite as frases listadas na atividade anterior para eleger com a turma as 5 melhores afirmações que representam a masculinidade tóxica e faça a brincadeira do Tik Tok, como no início da aula. Espera-se que mais meninos deem passos para a frente . Encerre a atividade, incentivando-os a serem agentes de transformação, interferindo nas situações que eles avaliam que estão reforçando os padrões de desigualdade de gênero, seja mudando sua própria maneira de pensar e agir ou sensibilizando outras pessoas sobre as diversas formas de feminilidades e masculinidades. 35 GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 3 Vamos falar de educação socioemocional? A desconstrução da masculinidade tóxica é um processo que não depende apenas da boa educação recebida. Como um fator cultural, ela continua sendo normalizada por ser um comportamento amplamente adotado. Para romper com essas tendências, é necessário, algumas vezes, nos diferenciarmos do grupo social em que estamos incluídos. Essa tarefa não é tão simples quanto parece. A identificação social é uma forma de nos sentirmos pertencentes a uma comunidade. Romper com ela pode significar a nossa exclusão, o que é um processo doloroso, especialmente para adolescentes. PRESSÃO DE PARES Os “pares” são as pessoas com quem nos identificamos como parte do mesmo grupo social. É natural nos compararmos com eles ou estabelecermos relações de admiração. Por isso, acabamos sendo influenciados por essas pessoas, especialmente em um período de formação de identidade como a adolescência. Essa influência pode ser positiva, gerando bons feedbacks, encorajamento e exemplos que nos inspiram. Porém, em outros casos, os pares podem exercer pressão direta ou indiretamente para que adotemos determinados comportamentos, sob o risco de não sermos mais consideramos parte do grupo. A pressão de pares entre adolescentes pode se dar de mais de uma forma: verbal ou não-verbal; 36 GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 3 direta ou indireta; positiva ou negativa. A pressão verbal ocorre quando um dos pares direciona o outro a adotar um comportamento, declarando o que ele deveria fazer, seja através de persuasão, ordem ou influência. Já na não-verbal, a pressão se dá pela observação do comportamento dos demais. Na pressão direta, o adolescente é colocado em posição de fazer uma escolha entre adotar um certo comportamento ou não, de forma verbal ou não- verbal, por exemplo: quando alguém lhe oferece bebidas alcoólicas. Já na pressão indireta, um adolescente é influenciado pelo comportamento adotado por outros, passando a imitá-los. Por fim, a pressão exercida pelos pares pode levar à adoção de comportamentos saudáveis e construtivos (positivos), ou autodestrutivos e contrários aos seus próprios valores (negativos). O grupo de pares é muito relevante para os adolescentes. Por isso, é difícil enfraquecer a sua influência no processo de ajudar os alunos a encontrarem a sua própria identidade. Como educadores, podemos incentivar os alunos a construírem seus próprios pontos de vista, estabelecendo a fidelidade aos nossos valores como algo positivo. Também é importantesermos cuidadosos para não assumirmos uma postura de antagonistas em relação às lideranças informais reconhecidas pelos alunos - outros adolescentes em que eles se inspiram e tendem a imitar, nem sempre resultando em comportamentos saudáveis. Nesta fase da vida, ser aceito pelo grupo pode ser muito mais importante do que ganhar a aprovação dos adultos. Uma boa estratégia é, então, conquistar aliados entre esses jovens que possam influenciar os demais. 37 GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 3 Que tal aprender mais? The mask you live in – A máscara em que você vive [2015] Este documentário aborda a “crise dos meninos” nos Estados Unidos e explica como criar uma geração de homens mais sensíveis e livres para expressarem suas verdadeiras identidades. Disponível em link externo. PODCAST MEMOH Esse podcast apresenta discussões que envolvem o universo masculino. MEMOH é um grupo que tem como propósito promover a equidade de gênero, fazendo o homem refletir sobre o seu modo de agir consigo e com os outros. Disponível em link externo. Clique aqui para acessar o material do estudante em pdf Clique aqui para acessar o Material do Estudante Editável Referências Bibliográficas COLETIVO FEMINISTA SAÚDE E SEXUALIDADE. Masculinidade tóxica: o que há para além dela? Disponível em: https://www.mulheres.org. br/masculinidade-toxica-o-que-ha-para-alem-dela/ COUTO, Maria Aparecida Souza. Masculinidades e feminilidades: a construção de si no contexto escolar. Revista Aurora, Marília, n. 7, 2011. Disponível em: http://www2.marilia.unesp.br/revistas/index.php/ aurora/article/view/1249 SECRETARIA NACIONAL DE ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES. Política Nacional de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres. Brasília, 2011. Disponível em: https://www12.senado.leg. br/institucional/omv/entenda-a-violencia/pdfs/politica-nacional-de- enfrentamento-a-violencia-contra-as-mulheres 38 GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 3 https://www.youtube.com/watch?v=I1OI9B0VSlA https://memoh.com.br/podcast https://drive.google.com/file/d/1jomk5oMYa2zyPQ7bKQQmqXCUH5zdzhju/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1dXVDbOGWm2ua_uAnuKPxWecsKFqc-btp/view?usp=sharing SENADO FEDERAL. Painel de violência contra mulheres. Brasil. Disponível em: http://www9.senado.gov.br/ QvAJAXZfc/opendoc.htm?document=senado%2FPainel%20 OMV%20-%20Viol%C3%AAncia%20contra%20Mulheres. qvw&host=QVS%40www9&anonymous=true https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S1413-81232016000200647 SILVA, Melaine Laura Mariano da Penha; COSTA, Maria Aparecida Tenório Salvador. Discussões de gênero e feminilidades na escola contemporânea. Interthesis, Florianópolis, v. 15, n.2, 2018. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/interthesis/article/ view/1807-1384.2018v15n2p55 39 GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 3 PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR TEMA: IDENTIDADE TÍTULO: IDENTIDADE E REDES SOCIAIS 3º ANO TEMA 1 AULA 4 O que faremos hoje? Bloco 1 Autoconhecimento e identidade Tema Identidade Competências gerais da BNCC 5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva. Habilidades de Projeto de Vida Reconhecer e avaliar as características que constituem a própria identidade, identificar como repercutem nas relações sociais, relacioná-las ao projeto de vida e comprometer-se com sua construção. Compreender que a identidade é uma construção que cada indivíduo realiza ao longo de sua vida na interação com o meio, sob a influência de elementos políticos e socioculturais, e respeitar a diversidade de identidades. Objetos de conhecimento Identidade e Redes Sociais Materiais Folhas de sulfite (uma para cada estudante); Notícia da atividade 3 impressa (uma por grupo de até 6 pessoas). 40 GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 4 O que dizem os estudiosos? É no âmbito da interação social que surge o conceito que o indivíduo possui de si mesmo. Significa que, durante a interação, não descobrimos apenas elementos que caracterizam o outro, mas também é o momento em que descobrimos a nós mesmos, identificando nossas individualidades. Se é na interação que definimos quem somos nós, inevitavelmente, as redes sociais colaboram para a formação da identidade, uma vez que facilitam o vínculo entre os usuários do mundo digital. Isso quer dizer que o nosso perfil online atua como um espelho, pois tudo aquilo que postamos, a maneira como nos relacionamos, as pessoas que seguimos e nossas condutas dentro das redes sociais revelam algumas faces da nossa identidade – algumas faces porque compartilhamos apenas as características que gostaríamos que fossem visualizadas, frequentemente relacionadas a um eu ideal e a algo que queremos ser. É importante destacar que nem sempre essas múltiplas facetas da nossa identidade online são coerentes entre si. A modo de exemplo, em uma rede social o indivíduo pode postar sua indignação diante de um caso de racismo e no cotidiano não ver problema em fazer/ouvir piadas entre seus amigos relacionadas à cor de pele. O advento da era digital também modificou as fronteiras do que é público e do que é privado. Uma das marcas desse modo de expressão é a exposição excessiva, deslocando diversas situações da esfera 41 GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 4 privada para a pública e, na maioria das vezes, sem as reflexões necessárias sobre o que aquilo representa para si. A exposição excessiva pode estar relacionada às publicações de autopromoção e aos comportamentos narcisistas, bem como aos discursos de ódio e aos cancelamentos de pessoas. É comum os usuários se sentirem mais confortáveis para se expor pela via online, por isso é urgente o debate sobre esse assunto, para que os jovens tenham consciência, ética e responsabilidade dentro e fora das telas. Como é que se faz? Organizando a aula Para o planejamento das atividades dessa aula, você precisará de folhas de sulfite (uma para cada estudante) e a notícia da atividade 3 impressa (uma por grupo de até 6 pessoas). Antes de iniciar a aula, solicite que os estudantes façam um semicírculo com as cadeiras e mesas. Apresente as competências e habilidades que serão trabalhadas na aula. Despertando o interesse Após a leitura coletiva da tirinha, solicite que os estudantes respondam às questões individualmente e depois abra para uma roda de conversa. Gabarito sugerido: ● Resposta pessoal. Estimule a reflexão sobre a veracidade das informações postadas nas redes sociais. Você também pode instigar os estudantes sobre o problema da comparação com perfis de influencers, levando-nos a acreditar que nossas vidas não são tão interessantes, o que pode afetar nossa autoestima. 42 GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 4 ● Resposta pessoal. É esperado que eles utilizem pelo menos uma rede social. Instigue a reflexão sobre a maneira como eles as usam , estimulando-os a falar que tipo de publicações costumam fazer. Não é necessário esgotar o tema, pois esse é o foco da próxima atividade. Preze pelo respeito entre os colegas ao ouvi-los. Construindo conhecimentos Atividade 1 Solicite que os estudantes façam a leitura coletiva da atividade, que será dividida em quatro etapas: 1. Para a primeira etapa, peça que respondam à questão individualmente. Pode ser em uma folha de caderno ou A4, na orientação de paisagem, para que tenha espaço suficiente para marcar as três colunas. Ressalte que podem acrescentar mais situações, caso achem pertinentes. Sugestão: podem trabalhar com as palavras- chaves referentes às situações propostas, para deixar a apresentaçãodas colunas mais claras. 2. Para a segunda etapa, separe-os em grupos de seis estudantes e oriente-os a discutir suas respostas, a fim de chegarem a um consenso do que seria público, privado e secreto. Caminhe por entre os grupos e observe o movimento de concordância e discordância entre eles. Reforce que é preciso respeito ao ouvir a opinião dos colegas e que eles precisam argumentar o porquê de cada escolha. Oriente- os que quando houver muita discordância em um caso, eles podem repetir a mesma situação em duas colunas ou mais e, se houver situações em que o grupo estiver indeciso, dependendo de mais informações do contexto para afirmarem se publicariam ou não, sugira indicar a(s) palavra(s)-chave(s) na(s) coluna(s) correspondente(s) com asterisco, por exemplo, sinalizando que há uma situação especial para aquele caso. 43 GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 4 3. Finalizada essa etapa em pequenos grupos, peça para que apresentem o resultado para a turma. Desenhe as três colunas na lousa (público, privado e secreto), ocupando todo o espaço disponível, em seguida, solicite que os grupos apresentem suas respostas preenchendo as colunas. Para as equipes seguintes, as situações que já estiverem representadas na lousa na mesma coluna, demonstrando consenso, não precisam ser repetidas. As que diferirem devem ser acrescentadas na coluna correspondente. Todos os grupos vão escrever suas respostas na lousa. Além de apresentarem suas conclusões, estimule-os a falar sobre as situações que foram mais fáceis de entrar em consenso e aquelas com mais divergências de opiniões. Também peça para sinalizarem as que precisaram ser duplicadas e refletirem se é necessário que haja o consenso para todos os itens apresentados. 4. Para finalizar, solicite que eles observem o resultado final na lousa. Houve situações com consenso absoluto? Ou situações que estão presentes nas três colunas? Em seguida, proponha que tentem construir um consenso coletivo na lousa, apagando as palavras duplicadas na medida em que a turma avança em direção a um acordo. Não é objetivo chegar a uma consonância sobre todas as situações. O gabarito abaixo contribui para conduzir a discussão: ● É interessante que os estudantes percebam que há diferenças entre eles em relação ao uso das redes sociais – uns mais reservados e outros com maior exposição. O importante é que sempre tenham consciência, ética e responsabilidade ao utilizar alguma rede social. ● Vale incentivá-los a refletir se aquilo que eles publicam nas redes sociais representa a maneira como se veem/definem ou gostariam de serem vistos. 44 GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 4 ● Discuta os efeitos negativos da superexposição digital como o narcisismo, a futilidade, a perda de tempo, a dependência das curtidas e da aprovação dos outros, entre outros. ● Algumas situações devem situar-se obrigatoriamente na coluna nomeada “secreto”, ou seja, questões que, se compartilhadas - seja via digital ou em uma roda de conversa -, não agregam valor para o indivíduo e/ou sociedade ou podem expor os estudantes a riscos. Alguns exemplos são os assuntos de natureza preconceituosa (comentário racista, sobre a orientação sexual do colega, sobre a mudança de visual do cantor), temas que incitam violência (vídeos com cenas explícitas), difamação de alguém (vídeo do amigo embriagado, foto de nudez de um conhecido) e as fakes news. ● Os demais itens podem estar tanto na coluna pública quanto na privada, a depender do perfil do usuário. Algumas situações merecem atenção, por exemplo, as opiniões, críticas e comentários podem ser publicados somente se forem elaborados de maneira respeitosa. ● Destaque a importância da responsabilidade individual envolvendo as publicações, tanto relacionada a sua própria imagem (como o indivíduo pretende se apresentar para o mundo), como em relação ao outro, já que influenciamos na construção da identidade do outro. Atividade 2 Ofereça alguns minutos para que os estudantes preencham as lacunas da atividade 2. Pode ser que alguns precisem buscar em sua rede social os nomes de alguns perfis que admiram. Destaque que o objetivo da atividade não é que eles busquem alguém novo, que ainda não acompanham nas redes, só para poderem citar nessa atividade. Caso alguém não tenha influencers de admiração, oriente-os a deixar os espaços em branco, podendo completar em um momento oportuno. 45 GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 4 Posteriormente, oriente-os a caminhar pela sala e, quando você sinalizar, eles devem parar em duplas, um de frente para o outro e ler sua resposta para o colega. A ideia é que, além de conhecerem melhor os colegas de turma, também possam ampliar as opções de pessoas públicas a seguir com valores semelhantes aos seus. Repita esse procedimento por, no mínimo, cinco vezes. Finalizadas as trocas, peça para alguns estudantes contarem sobre a experiência, se tiveram dificuldade para preencher alguma lacuna, se encontraram colegas com características, valores e bandeiras de luta semelhantes às suas e se ficaram interessados em algumas sugestões de influencers. Estimule-os a refletir sobre o impacto de cercar-se (tanto virtualmente quanto fisicamente) de pessoas que eles admiram. Para os estudantes que já acompanham influencers que agregam valor a sua identidade, peça para exemplificarem algo que já aprenderam nas redes sociais com essas pessoas. Pode-se sugerir para alguém ficar responsável por anotar todas as indicações de influencers e disponibilizar para a turma toda em um outro momento. Atividade 3 Em grupos de até 6 pessoas, oriente-os a fazerem a leitura da notícia e responderem às questões. Matéria disponível no link externo. Quando finalizarem, abra um espaço de discussão com a turma. As respostas para as duas questões são de cunho pessoal e os estudantes podem basear suas justificativas na notícia. É importante que eles compreendam que podem não concordar com alguém nas redes sociais, mas não devem faltar com o respeito e nem promover discursos de ódio, e percebam que há outras maneiras de se relacionar, sem o uso da violência verbal ou a exclusão das pessoas. 46 GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 4 https://www.nexojornal.com.br/expresso/2019/11/01/Quais-os-efeitos-da-cultura-do-cancelamento Registrando o aprendizado Peça para analisarem suas redes sociais e explicarem se suas publicações refletem quem eles são, de maneira autêntica e verdadeira. Dê um tempo para responderem individualmente e depois solicite que alguns estudantes compartilhem suas respostas. Vamos falar de educação socioemocional? A pesquisadora Brené Brown ficou mundialmente conhecida após sua apresentação no TED de 2010 sobre o poder da vulnerabilidade. Na época, foi um tanto quanto surpreendente a conclusão do seu estudo sobre o que diferencia as pessoas com um forte senso de valor pessoal daquelas que não o possuíam: a aceitação da própria vulnerabilidade. Com as redes sociais, todos passamos a ter uma plataforma para construir uma imagem de nós mesmos que ficamos confortáveis em expor. Porém, elas criam uma falsa impressão de que estamos todos compartilhando a nossa privacidade, quando, na verdade, o que está sendo mostrado é apenas uma parte embelezada e bem curada de quem realmente somos. Isso pode intensificar a 47 GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 4 insegurança no nosso valor pessoal. Afinal, passamos a nos comparar com padrões não realistas. VULNERABILIDADE A definição técnica da palavra “vulnerável” é a de algo suscetível a ser ferido ou destruído. No contexto das nossas emoções, ela se refere aos nossos medos e fraquezas, fatores que podem nos causar inseguranças. De forma análoga, podemos desenvolver a necessidade de esconder nossas vulnerabilidades se acreditarmos que expô-lasnos deixará suscetíveis a sermos machucados. A nossa vulnerabilidade nos expõe à vergonha e ao medo. Segundo Brené Brown, uma reação comum é evitarmos esses sentimentos desconfortáveis. Porém, esconder alguns sentimentos também nos impede de viver outros plenamente - como a alegria, o amor e a conexão verdadeiros. Por medo de sermos considerados não merecedores, escondemos nosso lado mais vulnerável. No entanto, esse medo não deixa de existir, fazendo com que as nossas conexões não sejam vividas por completo, já que precisamos esconder alguma coisa. Acolher a nossa vulnerabilidade é, então, um caminho para vivermos de forma mais plena e segura. Esse processo não deixa de ser desafiador, no entanto. Algumas estratégias para avançarmos nesse sentido são praticar a gratidão e o amor por nós mesmos. Esse é um exercício que pode precisar de tempo, mas que trará grandes recompensas: repetir diariamente, até nos convencermos, de que “você é imperfeito, mas você é merecedor de amor e pertencimento exatamente do jeito que é”. 48 GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 4 Que tal aprender mais? Mário Sérgio Cortella – redes sociais Nesta entrevista, o filósofo Mário Sérgio Cortella apresenta suas críticas em relação às redes sociais. Disponível em link externo. Clique aqui para acessar o material do estudante em pdf Clique aqui para acessar o Material do Estudante Editável Referências Bibliográficas FERREIRA, Gil Baptista. Rostos do Facebook – a formação da identidade nas redes sociais. Exedra: Revista Científica, n.9, 2014. Acesso em 14 ago 2020. Disponível em: , https://dialnet.unirioja.es/ servlet/articulo?codigo=6498997>. PECHANSKY, Rafaela. Identidade e cultura: reflexões sobre redes sociais. Revista Temática, v.13, n.6, 2017. Acesso em 14 ago 2020. Disponível em: <https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/tematica/ article/view/34848> 49 GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 4 https://www.youtube.com/watch?v=ff7l2PeDtws https://drive.google.com/file/d/1LaHiqBqdXaNZtMY-BHBPfSyE8Mybmeoe/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1zVmTbaiaCP0A96IvzUOrwwpbLPs0WxeS/view?usp=sharing PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR TEMA: IDENTIDADE TÍTULO: ESTADOS DA IDENTIDADE 3º ANO TEMA 1 AULA 5 O que faremos hoje? Bloco 1 Autoconhecimento e Identidade Tema Identidade Competências gerais da BNCC 8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas. Habilidades de Projeto de Vida Reconhecer e avaliar as características que constituem a própria identidade, identificar como repercutem nas relações sociais, relacioná-las ao projeto de vida e comprometer-se com sua construção. Compreender que a identidade é uma construção que cada indivíduo realiza ao longo de sua vida na interação com o meio, sob a influência de elementos políticos e socioculturais, e respeitar a diversidade de identidades. Objeto de conhecimento Desenvolvimento da identidade 50 GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 5 O que dizem os estudiosos? Uma das abordagens mais utilizadas nos estudos da identidade é denominada status da identidade, formulada pelo psicólogo James Marcia (1966), que deu continuidade à tradição de estudos fundada pelo psicanalista e estudioso do desenvolvimento Erik Erikson (1976). De acordo com a perspectiva de status da identidade formulada por Marcia (1966) e amplamente utilizada por outros pesquisadores (Fadjukoff et al, 2016; Moshman, 2011; Schwartz et al, 2015), uma identidade madura pode ser definida por meio de duas variáveis psicossociais: a exploração e a definição de compromissos com determinados domínios relativos a interesses, valores e crenças (como carreira, religião, sexualidade, ideologia política/moral, amizades e família), que passarão a definir quem a pessoa é e a orientar, em grande medida, suas escolhas e ações. O autor encontrou quatro formas diferentes de experienciar esses dois processos de formação da identidade (status da identidade). São elas: I) Identidade difusa: não há compromisso e nem exploração de possibilidades; II) Identidade fechada: há compromisso, porém esse é estabelecido pela reprodução dos valores e crenças de figuras de referência, e não via um processo autônomo de exploração; III) Moratória: não há compromissos definidos, mas há uma busca ativa em alcançá- lo. Esse estado representa aquilo que Erikson denominou “crise da identidade” da juventude, momento marcado por questionamentos e até mesmo conflitos, mas que sinalizam um processo de transformação; e IV) Identidade estabelecida: o sujeito possui compromissos definidos por um processo de exploração ativa. 51 GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 5 Sendo a adolescência uma etapa em que a elaboração e o desenvolvimento da identidade são intensificados e tendo em vista que constituir o status de conquista da identidade é um desafio para quem está nesta fase, é fundamental dar suporte para que possam conquistá-lo, pois uma identidade bem consolidada costuma conferir maior estabilidade psíquica, baixos sintomas de ansiedade e depressão, e uma elaboração mais clara sobre o sentido da própria vida (Schwartz et al, 2015). Como é que se faz? Organizando a aula Anuncie o tema e as habilidades desta aula. Caso os estudantes peçam esclarecimento sobre o conceito de Estado da Identidade, informe que ele será explorado ao longo do encontro, para que sua definição não condicione suas respostas para a atividade proposta na seção. Despertando o interesse Leia com os estudantes os sete domínios dispostos na tabela e oriente-os a recuperar suas respostas na Aula 1 e a buscarem identificar se algum desses domínios estão presentes, e em que medida demonstraram ter importância na definição e descrição de suas identidades. Reserve cerca de 10 minutos para que eles realizem essa tarefa. 52 GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 5 Para efeito de esclarecimento, o domínio moral refere-se a valores que regulam a convivência social, tais como a igualdade, a solidariedade e a honestidade. Já o domínio gênero refere-se ao significado e à importância que temas relacionados à orientação sexual, à identificação com determinado gênero, assim como seus possíveis papéis sociais entre outros debates acerca da sexualidade têm para o indivíduo. É possível que os estudantes denotem a sobreposição entre os domínios moral, ideologia política e gênero, a depender do valor que é relevante para eles - este seria o caso da igualdade de gênero como uma demanda moral, identitária e política. Em seguida, oriente-os a preencher a tabela com a pontuação de cada domínio segundo as respostas para o questionário. Após concluírem esta etapa, questione o que acham que esses resultados indicam, porém, não revele a eles que a pontuação servirá como referência para avaliarem o estado da identidade em que se encontram em relação a cada um desses domínios. Construindo conhecimentos Atividade 1 Devido à complexidade dos conceitos apresentados no texto, é possível que seja mais apropriada a leitura coletiva sob a mediação do educador. Independentemente da abordagem escolhida, verifique se os conceitos foram compreendidos pelos estudantes, solicitando que expliquem com suas palavras o que compreenderam. Vale mencionar que alguns estudos (Fadjukoff et al, 2016; Moshman, 2011; Schwartz et al, 2015) indicam que a identidade estabelecida é um fenômeno que passa a ocorrer com maior frequência no início da idade adulta e, mesmo assim, muitas pessoas apenas construirão uma identidade madura após os 30 anos de idade. Afirme que isso é um 53 GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 5 fenômeno relacionado, em certa medida, à falta de oportunidadespara refletir a respeito da identidade e do projeto de vida, o que reforça a importância de aproveitarem esses momentos de aprendizado e construção pessoal. Ao final da leitura do texto, analise o esquema com os estudantes. Verifique se eles são capazes de identificar entre quais estados da identidade não ocorrem movimentações e de explicar esse fenômeno. Pesquisas revelam que dificilmente uma pessoa retorna da moratória para a identidade fechada, pois, passa a considerar compromissos e alternativas. O mesmo raciocínio vale para o caminho que sai da identidade estabelecida para a fechada. Também vale pontuar que para chegar à identidade estabelecida é preciso passar pela exploração ativa e autônoma de compromissos, motivo pelo qual não há setas que indicam movimentação da difusão e do fechamento diretamente para a identidade estabelecida. Veja a seguir algumas considerações sobre cada uma das questões: 1. Resposta pessoal. É possível que alguns estudantes sintam dificuldade em precisar o estado em que se encontram ou mesmo que se equivoquem na definição, por exemplo, assinalando a identidade estabelecida por tratar-se de um estado mais elaborado e desejável. O acerto em relação a essa resposta, pela própria dificuldade em um adolescente fazer um diagnóstico sobre si acerca de uma dimensão psicossocial complexa, é menos importante do que a reflexão que a questão busca suscitar. 2. Resposta pessoal. 3. Resposta pessoal. 4. Apenas após os estudantes concluírem a questão 3, é que deve-se apresentar a eles a pontuação que indica o estado da identidade para cada domínio. A tabela a seguir apresenta 54 GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 5 os indicadores de avaliação. Note que as questões 1, 2 e 3 são relativas ao tema do compromisso, ao passo que as questões 4, 5 e 6, à exploração. Apresente a eles a tabela e peça para que identifiquem em qual estado se encontram para cada domínio. Estados da identidade Compromisso questões 1, 2 e 3 Exploração questões 4, 5 e 6 Identidade difusa menos de 9 pontos menos de 9 pontos Identidade fechada menos de 9 pontos mais de 9 pontos Moratória mais de 9 pontos menos de 9 pontos Identidade estabelecida mais de 9 pontos mais de 9 pontos 5. Mencione que uma pessoa pode possuir uma identidade elaborada, mas não se sentir vinculada e não ter compromisso com alguns dos domínios apresentados. Por exemplo, alguém pode se engajar profundamente com a carreira e a moral, mas não se envolver com o tema da religião - apenas para citar um exemplo. Por essa razão, a pergunta disparadora da atividade, relativa à presença de todos os elementos na identidade de todas pessoas é negativa, ou seja, nem todos os elementos compõem a identidade de todas as pessoas. Registrando o aprendizado Atividade 2 Organize os estudantes em duplas ou trios. Peça que compartilhem suas respostas e identifiquem os pontos em comum e as diferenças. Chame a atenção para a importância de dialogarem com empatia e respeito. Solicite que justifiquem por que avaliaram que se encontram em determinado estado da identidade e que sinalizem o que podem fazer para terem mais consciência de si e construírem uma identidade com autonomia, engajamento e compromisso. Oriente-os, também, a pensarem 55 GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 5 se têm alguma sugestão para dar aos colegas em relação a esses últimos aspectos. Vamos falar de educação socioemocional? No processo de construção da própria identidade, distinguir a sua própria voz pode ser um desafio. Aspectos do que entendemos pela nossa identidade podem nos ter sido impostos ou aprendidos durante tanto tempo que os internalizamos. Contemplar a possibilidade de ganhar uma nova perspectiva sobre nós pode, então, ser assustador. Isso significaria abrir mão do que é familiar e das certezas a que nos apegamos. Por isso, algumas vezes relutamos em vivenciar experiências como mudar de ambiente ou tentar uma carreira diferente da expectativa criada pela nossa família para nós. RELUTÂNCIA Relutância é o que experimentamos quando precisamos fazer algo, potencialmente benéfico ou necessário, porém o evitamos. Isso pode ocorrer por vários motivos: porque vai requerer algum tipo de esforço ou recurso; porque você acha que poderá ser desagradável de alguma forma (por exemplo: uma tarefa entediante); ou porque há emoções negativas associadas a fazê- lo, como vergonha ou medo. 56 GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 5 Relutar em fazer algo que é necessário é bastante natural. Nós antecipamos as dificuldades que virão em decorrência daquele novo passo, ou mesmo, evitamos correr os possíveis riscos associados a uma certa atitude. Porém, sem passar pelo desconforto de fazer algo desafiador, acabamos perdendo grandes oportunidades de crescimento e de fortalecimento. Quando resistimos, precisamos compreender o que está ocasionando este sentimento. O que está relacionado a este desconforto? Será que não nos sentimos preparados? Ou não nos identificamos com aquele grupo? Temos medo ou vergonha do que pode acontecer? Receamos que investir recursos em algo pode ser em vão? Ou não há motivação o suficiente para justificar qualquer esforço? Em cada caso, podemos avaliar os riscos e recompensas envolvidos. Também podemos buscar formas de facilitar a nossa atitude - por exemplo, se estamos relutando em ir à academia depois do trabalho, podemos sair de casa com as roupas apropriadas ou convidar amigos para nos acompanharem. Em nenhuma hipótese devemos adotar uma atitude julgadora: isso só vai aumentar a falta de crença da pessoa consigo mesma. Toda dificuldade deve ser acolhida e compreendida para que possa ser mudada. Alguém que constantemente deixa de fazer ações benéficas para si pode estar apresentando um quadro de autossabotagem. Em situações mais graves, como em casos de depressão, a relutância pode ser um sintoma de um bloqueio mais profundo. Nessas ocasiões, o ideal é encaminharmos a pessoa para o atendimento profissional adequado. Somente ele poderá determinar a melhor forma de ajudar. 57 GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 5 Que tal aprender mais? Desenvolvimento da identidade em adolescentes estudantes do ensino médio Neste artigo, são apresentados os resultados de uma pesquisa sobre os estados da identidade desenvolvida com adolescentes estudantes do ensino médio, cujos resultados revelam que a maioria encontrava-se no estado de moratória. Disponível em link externo. Clique aqui para acessar o material do estudante em pdf Clique aqui para acessar o Material do Estudante Editável Referências Bibliográficas Erikson E. (1976). Identidade: juventude e crise. Rio de Janeiro: Zahar. Fadjukoff, P., Pulkkinen, L. & Kokko, K. (2016) Identity Formation in Adulthood: A Longitudinal Study from Age 27 to 50, Identity, 16:1, 8-23. Marcia, J. (1966). Development and validation of ego identity status. Journal of Personality and Social Psychology, 3(5), 551-558. Moshman, D. (2011). Adolescent rationality and development: cognition, morality, and identity. 3. ed. Taylor and Francis Group. Schwartz, S. J., Luyckx, K., & Crocetti, E. (2015). What have we learned since Schwartz (2001)?: A reappraisal of the field of identity development. In K. C. McLean & M. Syed (Eds.), Oxford library of psychology. The Oxford handbook of identity development (p. 539– 561). 58 GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 5 https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-79722009000300002#add. (Acesso em: 06/08/2020 https://drive.google.com/file/d/1hHqD7FKjb1Ys5CiFSoptZz3RStxnCr-u/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1o3Z-rRW4YAxhMRMcNj4UPKuQh1IqEeKC/view?usp=sharing PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR TEMA: IDENTIDADE TÍTULO: IDENTIDADE NARRATIVA 3º ANO TEMA 1 AULA 6 O que faremos hoje? Bloco 1 Autoconhecimento
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