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GUIA DO EDUCADOR
3º 
ANO
Esse botão do canto superior direto te levará de volta ao Sumário.
Clique também em link externo para acessar mais conteúdo.
Secretaria Estadual 
de Educação e 
Esporte
PAULO HENRIQUE 
SARAIVA CÂMARA
Governador do Estado de 
Pernambuco
LUCIANA BARBOSA 
DE OLIVEIRA SANTOS
Vice-Governador do Estado de 
Pernambuco
MARCELO ANDRADE 
BEZERRA BARROS
Secretário de Estado de Educação e 
Esporte
MARIA DE ARAÚJO 
MEDEIROS SOUZA
Secretária Executiva de Educação 
Integral e Profissional
DIEGO PORTO PEREZ
Secretário Executivo de Esportes
ANA COELHO VIEIRA SELVA
Secretária Executiva de 
Desenvolvimento da Educação
JOÃO CARLOS 
CINTRA CHARAMBA
Secretário Executivo de 
Gestão da Rede
LEONARDO ÂNGELO 
DE SOUZA SANTOS
Secretário Executivo de 
Planejamento e Coordenação
ALAMARTINE FERREIRA 
DE CARVALHO
Secretário Executivo de 
Administração e Finanças
ELABORAÇÃO 
Assessores Pedagógicos de Educação 
Integral e Profissional
3
Caras educadoras; 
caros educadores,
São muitos os desafios para promover uma 
educação pública de qualidade social, com foco 
na formação integral de indivíduos capazes de 
atuar como corresponsáveis pelos rumos de sua 
existência e comprometidos com a construção de 
uma sociedade mais justa. Para tanto, é necessário 
dar sentido à experiência das educandas e dos 
educandos na escola, para que reconheçam o 
poder transformador da educação e possam fazer 
uso dessa importante ferramenta na construção do 
seu Projeto de Vida.
 Nesse contexto, para que nossos estudantes 
estejam preparados para as oportunidades e os 
desafios que irão encontrar em sua trajetória, o 
fomento ao Protagonismo Juvenil – premissa 
da educação interdimensional concebida pelo 
pedagogo mineiro Antônio Carlos Gomes da 
Costa e adotada na Rede de Escolas Integrais de 
Pernambuco – é primordial para que nossos jovens 
aprendam a pensar no futuro cuidando do presente.
Pensando nisso, a Secretaria de Educação 
e Esportes de Pernambuco (SEE-PE, por meio 
da Secretaria Executiva de Educação Integral e 
Profissional, estruturou o material didático do 
4
componente curricular Projeto de Vida, parte 
integrante do percurso formativo do Ensino 
Médio. Os cadernos são frutos de uma parceria 
com o Instituto Sonho Grande e foram feitos por 
especialistas, mestres e doutores com profundo 
conhecimento na grande área em que está inserida 
esta temática: Educação para Valores. Teve 
validação de pares e análise de uma equipe técnica 
da SEE-PE, para que fosse personalizado à realidade 
da rede pública do estado de Pernambuco.
Portanto, este é um recurso de inegável 
riqueza teórica que, além de considerar a 
autonomia docente, dialoga com as demandas das 
juventudes e irá apoiar educadoras e educadores 
que, no exercício da presença educativa, acolhem 
os estudantes em seus anseios e ajudam-nos 
a transformar sonhos em projetos, sempre 
comprometidos com a formação de jovens 
autônomos, competentes, solidários e produtivos. 
Um cordial abraço,
Secretaria de Educação e Esportes do Estado 
de Pernambuco
5
SUMÁRIO 
BLOCO 1: Autoconhecimento e Identidade 8
TEMA: Identidade
Aula 1 - Seja você 8
Aula 2 - Liberdade e identidade 17
Aula 3 - Feminilidades e masculinidades 26
Aula 4 - Identidade e redes sociais 40
Aula 5 - Estados da identidade 50
Aula 6 - Identidade narrativa 59
Avaliação em Projeto de Vida 1 66
BLOCO 2: Convivência e participação 67
TEMA: Profissionalismo 
Aula 1 - Função social das profissões 67
Aula 2 - O bom profissional 76
Aula 3 - Competências para o século XXI 85
Aula 4 - Ética profissional 93
Aula 5 - Visão de mundo e o exercício profissional 103
Aula 6 - Visão de mundo e o exercício profissional - Parte II 110
Avaliação em Projeto de Vida 2 117
6
BLOCO 3: Escolha e Planejamento 118
TEMA: Mercado de trabalho 
Aula 1 - Caminhos para a formação profissional 118
Aula 2 - Caminhos para a formação profissional - Parte II 126
Aula 3 - Aproximação à carreira: visita técnica 133
Aula 4 - Avaliar, planejar e engajar 142
Aula 5 - Aprimorando o PDI 150
Aula 6 - Tomada de decisão responsável 158
Avaliação em Projeto de Vida 3 168
BLOCO 4: Engajamento e transformação 169
TEMA: Empreendedorismo e inovação 
Aula 1 - Proatividade 169
Aula 2 - Empreendedorismo e inovação 179
Aula 3 - Empreendedorismo social 187
Aula 4 - Obstáculos profissionais 194
Aula 5 - Compartilhando experiências 203
Aula 6 - Últimas reflexões 211
Avaliação em Projeto de Vida 4 219
PROJETO INTERDISCIPLINAR 3º ANO: “Feira de empreendedorismo” 220
7
PROJETO DE VIDA 
GUIA DO EDUCADOR
TEMA: IDENTIDADE
TÍTULO: SEJA VOCÊ
3º ANO 
TEMA 1 
AULA 1
O que faremos hoje?
Bloco 1 Autoconhecimento e identidade
Tema Identidade
Competências 
gerais da BNCC
8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e 
emocional, compreendendo-se na diversidade humana e 
reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e 
capacidade para lidar com elas. 
9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a 
cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao 
outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização 
da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, 
identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de 
qualquer natureza.
10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, 
flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com 
base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e 
solidários.
Habilidades de 
Projeto de Vida
Reconhecer os valores, pensamentos, sentimentos e hábitos e 
regular as próprias condutas.
Reconhecer e avaliar as características que constituem a própria 
identidade, identificar como repercutem nas relações sociais, 
relacioná-la ao projeto de vida e comprometer-se com sua 
construção.
Objetos de 
conhecimento Identidade pessoal e autoafirmação.
Materiais Acesso à internet.
8
GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 1
O que dizem os estudiosos? 
A autoafirmação é um fenômeno 
complexo, de ordem tanto cognitiva 
como afetiva, que corresponde ao 
julgamento feito por uma pessoa 
sobre si mesma (Eu Pessoal) e sobre 
sua adaptabilidade às expectativas 
externas (Eu Social).
 Os conceitos sobre si mesmo e sobre 
seu papel na vida social são fundamentais para 
entender-se como uma pessoa digna de valor e 
de reconhecimento pelos outros, sendo esses os 
principais fatores que motivam o comportamento 
humano. A experiência oposta, derivada do 
sentimento de ser ignorado, de não ter valor, de ser 
esquecido, de situar-se em um lugar inferior em 
qualquer aspecto da vida, ou de ser incapaz diante 
das expectativas sociais, parece ser do tipo mais 
traumático, segundo diversas teorias psicológicas, 
tais como as de Freud, Adler e Jung. 
Os estudos do psicólogo Oswaldo de Barros 
Santos (1982) corroboram essas teorias ao constatar 
que a estrutura psicológica torna-se mais forte na 
medida em que a pessoa reconhece as características 
que lhe são próprias e é capaz de apreciar-se como 
alguém com suas próprias idéias, pensamentos, 
sentimentos e maneira de ser, sem a sensação de 
inferioridade. Do ponto de vista da construção 
do projeto de vida, é importante considerar que, 
entendendo-se que a motivação humana é altamente 
influenciada pela autoafirmação, ela pode tanto 
engajar os jovens na conquista de seus objetivos e 
de seu lugar no mundo, quanto impedir que seus 
projetos se realizem.
9
GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 1
Como é que se faz?
Organizando a aula
Essa é a primeira aula do tema Identidade, do 
Bloco 1. Autoconhecimento e Identidade. Inicie-a 
dando boas vindas aos estudantes e solicitando que 
eles formem um semicírculo com suas mesas e 
cadeiras. Em seguida, distribua a Ficha de atividades 
dessa aula (Ficha 1 - Seja você).
Despertando o interesse 
Questione os estudantes se em alguma situação 
eles sentiram que as pessoas tinhamum olhar sobre 
eles diferente do que têm sobre si mesmos. Permita 
que eles exponham seus relatos e escute-os com 
empatia, demonstrando interesse pelo que estão 
dizendo. Caso seja necessário, estimule-os com 
perguntas como: alguma vez alguém disse algo 
sobre vocês com o qual vocês não concordaram? 
Algo que vocês acharam injusto? Algo que vocês 
não sabiam sobre si mas que, ao ouvirem a pessoa, 
consideraram pertinente? 
Depois, peça para que vejam o meme disponível 
na ficha de atividades. Pergunte se eles conhecem 
outros memes como esse, que representam os 
diferentes olhares que as pessoas podem ter sobre 
outra. Após ouví-los, indague: “Como é possível que 
esses diferentes olhares possam coexistir?”, “Quais 
fatores interferem nesse processo?”. Estimule a 
turma a discutir sobre essas perguntas e a registrar 
os pontos mais significativos na ficha. É esperado 
que eles mencionem que as pessoas se relacionam 
de forma diferente com as outras , revelando 
aspectos de si que nem sempre são demonstrados 
10
GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 1
a todos, devido ao grau de intimidade, de confiança 
e ao tipo de relação. Também é ansiado que eles 
mencionem que algumas pessoas julgam as outras 
pela aparência, por comportamentos ou falas 
específicas e até mesmo por fatores sociais, como 
a classe social, o perfil étnico-racial, o gênero, 
entre outros. É importante que compreendam que 
é impossível controlar o modo como os outros irão 
nos enxergar, contudo, podemos tentar expressar 
com intencionalidade, as características da nossa 
identidade que queremos que eles conheçam. 
Também é relevante abordar que é impossível 
agradar a todas as pessoas, e que, o mais importante 
é ser fiel a quem se é, desde que isso não signifique 
prejudicar ou desrespeitar outras pessoas.
Construindo conhecimentos 
Atividade 1 
Solicite que os estudantes leiam o enunciado 
da atividade 1 e criem um meme que represente a 
forma como eles acreditam que são vistos pelos 
seus familiares, pelos seus amigos, pelos seus 
professores e por si mesmos. Depois, peça para 
que respondam às perguntas que têm o objetivo de 
aprofundar essa reflexão. Assim que terminarem essa 
atividade, verifique se há voluntários que gostariam 
de compartilhar suas respostas. 
Atividade 2
Para introduzir a atividade 2, enfatize que, às vezes, 
para nós, é muito evidente que temos determinada 
característica, mas, na verdade, não conseguimos 
expressá-la para as outras pessoas de modo que ela 
seja percebida. Por isso, é importante observar nossas 
condutas para compreender o que elas revelam sobre 
nós e se estamos confortáveis com isso. 
Caso os alunos percebam que não se 
sentem confortáveis com algumas condutas que 
influenciam a maneira como os outros os veem, 
11
GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 1
sugira que pensem em modos de agir que possam 
mudar a percepção que os outros têm deles. Dito 
isso, solicite que realizem a atividade 2, que consiste 
em listar os aspectos da própria identidade que eles 
gostariam de colocar em evidência e a maneira 
como podem fazer isso.
 Registrando o aprendizado 
Atividade 3
Pergunte aos estudantes se eles conhecem 
a expressão “sair do armário” e o que ela significa. 
Permita que exponham seus conhecimentos, 
atentando-se para que sejam respeitosos em suas 
colocações. Como o tema da homossexualidade 
será abordado, é importante que você cuide para que 
não sejam feitos comentários homofóbicos. Avise 
que não serão admitidos quaisquer comentários de 
intolerância, desrespeito e discriminação. Acesse o 
link da notícia que explica o origem da expressão e 
leia-a para a turma.
link externo. (Acesso em 16/08/2020).
Solicite que um voluntário leia o texto que dá 
continuidade à atividade e dê alguns minutos para 
que os estudantes reflitam se há algum aspecto de 
suas identidades que lhes provoca ou já provocou 
vergonha. Crie um clima de confiança entre a turma, 
sugerindo que, caso eles desejem, compartilhem 
suas experiências com os colegas. Se nenhum 
estudante quiser se expor, você pode apresentar um 
relato pessoal. Esse recurso contribui para que eles 
desenvolvam confiança em você e para criar um 
clima de segurança entre a turma.
Em seguida, peça para que formem grupos 
de 4 estudantes para refletir sobre aspectos que 
eles acreditam que podem envergonhar algumas 
pessoas. Alguns aspectos que podem ser levantados 
são: pobreza/classe social, regionalidade e sotaque, 
características étnico-raciais, identidade e orientação 
12
GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 1
https://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-surgiu-a-expressao-sair-do-armario
sexual, entre outras possibilidades. É importante 
destacar que não devemos ter vergonha de quem 
somos, muito pelo contrário, é fundamental 
assumir e valorizar as próprias origens, condições 
materiais e outros aspectos da identidade, pois isso 
nos torna únicos. Lembre-os de que todos temos 
valor. Depois, peça para que registrem como o 
fato de ter vergonha e não assumir esses aspectos 
pode impactar a construção do projeto de vida. 
Assim que terminarem a atividade, peça para que 
compartilhem suas reflexões, dando ênfase ao fato 
de que a autoafirmação é um elemento fundamental 
para a construção de um projeto de vida que confira 
dignidade e permita a realização pessoal.
Para encerrar a aula, projete o vídeo “O que eu 
quero é diferente do que você quer?”, produzido pela 
ONU Brasil, e estimule os estudantes a refletir sobre a 
importância do respeito à diversidade para que todos 
tenham o direito de ser quem realmente são.
link externo. (Acesso em 16/08/2020).
13
GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 1
https://nacoesunidas.org/tema/lgbti
Vamos falar de educação 
socioemocional?
Falar sobre si de uma forma positiva pode ser 
um desafio. Fatores culturais podem nos levar, 
algumas vezes, a confundir a baixa capacidade de se 
autovalorizar com humildade ou modéstia. Porém, 
esses são conceitos diferentes. 
Sermos capazes de reconhecer características 
boas em nós não exclui a capacidade de reconhecer 
e aceitar as nossas falhas. Além disso, quando 
nos vemos com um olhar excessivamente crítico, 
podemos acabar adotando um comportamento 
de autossabotagem, não sendo capazes de lutar 
por ou de aceitar as vitórias que tanto buscamos. 
Outra crença equivocada é a de que apenas os 
outros podem nos elogiar, pois assim estaríamos 
sendo modestos. Porém, essa ideia também nos 
leva a uma atitude insegura, em que permanecemos 
dependentes da opinião externa para construir a 
imagem que temos de nós mesmos.
AUTOVALORIZAÇÃO
A autovalorização é a capacidade de 
reconhecermos nossas próprias qualidades e 
talentos, além de expressá-los com segurança. 
Pessoas que se autovalorizam também 
conseguem se sentir merecedoras de suas 
conquistas, reconhecendo seu esforço para 
alcançá-las. A autovalorização é verdadeira 
quando é constante e estável, e não flutua com 
a validação externa ou a falta dela. Quando não 
somos capazes de exercer a autovalorização, 
podemos nos tornar pessimistas, desistir 
facilmente frente a desafios ou criar relações de 
dependência. 
14
GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 1
Para ajudar os alunos a desenvolverem a 
autovalorização, é importante criar um ambiente 
em que eles se sintam estimulados a reconhecer 
o seu melhor. Quando fazemos constantemente 
comparações entre os estudantes, criando um 
ambiente competitivo, os desencorajamos a 
acreditar no seu valor de forma incondicional. 
Como professores, podemos estabelecer a ideia de 
que todos têm a sua importância a partir de como 
valorizamos as suas individualidades em sala de aula. 
Honrar, respeitar e até mesmo celebrar as 
diferentes histórias e caminhos que trouxeram cada 
um dos nossos alunos até aqui é uma das formas 
de criarmos um ambiente propício para que eles 
exercitem a autovalorização.Também podemos 
reconhecer seus esforços tanto quanto seus 
sucessos, deixando claro que o importante é estar 
constantemente evoluindo. Afinal, fracassos são parte 
natural do aprendizado e não diminuem o nosso valor.
Por fim, a autovalorização autêntica é 
aquela que não precisa da validação alheia para 
ser cultivada. Podemos incentivar os alunos a 
desenvolverem o hábito de reconhecer as suas 
próprias qualidades, assim como de acolher as suas 
vulnerabilidades e pontos a serem trabalhados. O 
importante é deixar claro que a existência de pontos 
fracos não anula seus pontos fortes.
Que tal aprender mais?
Laerte: A mudança que experimentei deu fim a 
um ciclo de amargura e me trouxe liberdade
15
GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 1
Nessa matéria, a cartunista Laerte Coutinho 
revela a importância que a afirmação da sua 
identidade como mulher teve para viver sem ter 
vergonha de si as transformações que ocorreram em 
sua vida pessoal e profissional.
Disponível em: link externo. (Acesso em 
16/08/2020).
Clique aqui para acessar o material do estudante em pdf
Clique aqui para acessar o Material do Estudante Editável
Referências Bibliográficas
SANTOS, Oswaldo de Barros. Aconselhamento Psicológico & 
Psicoterapia — Auto-afirmação um determinante básico do 
comportamento humano. São Paulo: Livraria Pioneira, 1982.
16
GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 1
https://www.huffpostbrasil.com/entry/laerte-quadrinista_br_5eed324cc5b6c86872f8b233
https://drive.google.com/file/d/1TXq0FTCa7nEI2wqIGRVkDWVuBiabCALR/view?usp=sharing
https://drive.google.com/file/d/1fepnU_rUuAmpeCRiF-ttqLvPsu1tkZ68/view?usp=sharing
PROJETO DE VIDA 
GUIA DO EDUCADOR
TEMA: IDENTIDADE
TÍTULO: LIBERDADE E IDENTIDADE
3º ANO 
TEMA 1 
AULA 2
O que faremos hoje?
Bloco 1 Autoconhecimento e identidade
Tema Identidade
Competências 
gerais da BNCC
8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e 
emocional, compreendendo-se na diversidade humana e 
reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e 
capacidade para lidar com elas. 
9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a 
cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao 
outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização 
da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, 
identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de 
qualquer natureza.
Habilidades de 
Projeto de Vida
Reconhecer e avaliar as características que constituem a própria 
identidade, identificar como repercutem nas relações sociais e 
relacioná-las ao projeto de vida.
Compreender que a identidade é uma construção que cada 
indivíduo realiza ao longo de sua vida na interação com o meio, 
sob a influência de elementos políticos e socioculturais, e respeitar 
a diversidade de identidades. 
Objetos de 
conhecimento Identidade social e liberdade
Materiais Recursos para projetar vídeo da internet.
17
GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 2
O que dizem os estudiosos? 
Apesar de cada um de nós ser um ser único, 
com identidades que nos são muito particulares, 
também compartilhamos com outras pessoas 
algumas características que fazem com que 
formemos parte de um mesmo grupo social, por 
exemplo, em relação à nossa nacionalidade, à região 
onde nascemos e vivemos, a crenças religiosas, 
classe social, raízes étnico-raciais, gênero, coletivo 
político, à profissão, entre outros aspectos. Caso 
nos identifiquemos com determinado grupo social, 
sentindo-nos parte dele e comprometidos com 
ele, significa que ele faz parte da nossa identidade 
social. Assim, se uma pessoa negra se identifica, 
sente-se pertencente e também comprometida com 
as reivindicações da comunidade negra, podemos 
afirmar que a negritude é parte de sua identidade 
social, entre outros agrupamentos dos quais ela se 
sinta pertencente.
Reconhecer a própria identidade social é 
fundamental para compreender seu papel no 
mundo, os desafios que pode enfrentar, eleger 
políticos que representem seus interesses e 
necessidades, além de conferir um sentimento de 
pertencimento comunitário, que faz com que você 
não se sinta sozinho no mundo.
Contudo, é importante que a identidade social 
não reduza as pessoas às características do seu 
grupo, para que possam formar uma identidade 
pessoal autêntica e autônoma. 
18
GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 2
Como é que se faz? 
Organizando a aula 
 Acolha aos estudantes, solicitando que formem 
um semicírculo com suas mesas e cadeiras. Em 
seguida, distribua a Ficha de atividades dessa aula 
(Ficha 2 – Liberdade e identidade).
Despertando o interesse 
 Inicie a aula perguntando aos estudantes o 
que, para eles, significa a palavra liberdade. Faça 
uma chuva de ideias, estimulando que associem 
a liberdade ao maior número de palavras possível, 
anotando-as na lousa. Depois, peça para que leiam 
o texto sobre liberdade escrito pela filósofa Simone 
de Beauvoir, o poema de Cecília Meirelles e a 
canção composta por Juliana Strassacapa, cantora e 
compositora da banda Francisco El Hombre. Sugere-
se que a música ou o videoclipe sejam reproduzidos 
(Disponível em: link externo. 
Em seguida, peça para que grifem os aspectos 
que mais chamam a atenção deles nessas obras. 
19
GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 2
https://www.youtube.com/watch?v=lKmYTHgBNoE
Por fim, abra uma roda de conversa sobre o 
tema, permitindo que exponham seus pontos de 
vida e sentimentos sobre o tema. Ao final, pergunte 
se eles perceberam que todas essas obras foram 
escritas por mulheres. Caso julgue pertinente, esse 
é um bom momento para discutir a desigualdade de 
gênero, tematizando o quanto as mulheres sofrem 
com restrições a sua liberdade. Para isso, você pode 
solicitar que as meninas da turma mencionem alguns 
exemplos de situações em que não se sentiram 
livres pelo simples fato de serem mulheres. Espera-
se que elas citem situações como andar sozinha na 
rua, usar as roupas que desejam sem se preocupar 
com assédio ou julgamentos, não estar dentro dos 
padrões estéticos considerados desejados, entre 
outras possibilidades. 
Para terminar esse momento, relembre que, no 
passado, as mulheres sofriam ainda mais restrições de 
liberdade, como não poder votar, não poder trabalhar, 
não poder se divorciar, entre outras questões. Enfatize 
a importância de todos, mulheres e homens, lutarem 
pela igualdade entre os gêneros, pois isso representa 
mais liberdade e dignidade para todos.
 Construindo conhecimentos 
20
GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 2
 Atividade 1 
Projete a imagem da artista plástica Gersony 
Silva disponível no link externo. 
Pergunte se eles acreditam que ela sofre 
algum tipo de restrição da sua liberdade. Permita 
que construam hipóteses sobre a artista, baseadas 
apenas no que eles estão vendo. Nesse momento, 
é natural que a julguem pela sua aparência e façam 
inferências diversas, pois o único recurso que têm é 
a imagem. Depois, peça para que leiam o enunciado 
da atividade 1, que apresenta o fato de que a artista 
tem hipersudorese em suas mãos, sendo essa uma 
característica da qual se envergonhou durante boa 
parte de sua vida. Pergunte a eles se envergonhar-se 
de si é algo que restringe a liberdade e permita que 
comentem essa questão durante alguns minutos. 
Projete o vídeo da artista, disponível no link externo. 
Depois, solicite que respondam às demais 
questões dessa atividade.
Atividade 2
Peça para que respondam às questões da 
atividade 2, que é um exercício de reflexão sobre 
contextos em que sentem mais ou menos liberdade 
e pessoas com as quais se sentem mais ou menos 
livres. A última questão dessa tarefa é um convite 
para que identifiquem e conversem com alguém 
que eles acreditam que expressa bem a sua 
identidade, com liberdade para ser quem é. Estimule-
os a realizá-la, pois eles podem aprender muito 
escutando a experiência de outraspessoas.
Atividade 3
Solicite que um dos estudantes leia o texto de 
enunciado da atividade 3 que explica o conceito de 
identidade social. É importante que eles entendam 
que a identidade social pode ser constituída por 
diversos fatores, tais como nacionalidade, região 
onde nascemos e vivemos, crenças religiosas, 
21
GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 2
http://www.gersony.com.br
https://www.youtube.com/watch?v=cR-L9W4-fHU&feature=emb_logo
classe social, raízes étnico-raciais, gênero, profissão, 
geração, entre outros aspectos. Peça para que listem 
os aspectos que compõem a identidade social deles 
e o que podem fazer para afirmá-las, valorizando-as 
e expressando-as com liberdade.
Ao final, provoque-os a refletir se sentem-
se solidários a grupos sociais dos quais não fazem 
parte. Nesse momento, você pode questionar se 
eles pertencem a algum grupo cuja identidade social 
sofre opressão e discriminação, como é o caso das 
mulheres, da comunidade LGBTQIA+, de negros 
e indígenas, de praticantes de religião de matriz 
africana etc. Pergunte se sentem-se solidários a 
algum grupo social do qual não fazem parte. 
Registrando o aprendizado
Atividade 4
Para encerrar a aula, leia com os estudantes o 
texto da atividade e permita que eles reflitam sobre 
o meme que expressa como a identidade social, às 
vezes, pode estereotipar as pessoas, encobrindo 
sua identidade pessoal. Depois, peça para que 
eles deixem suas fichas de atividade em cima de 
suas mesas com a atividade 3 voltada para cima, 
sugira que circulem pela turma para conhecer os 
elementos que compõem a identidade social de 
seus colegas, buscando identificar semelhanças e 
diferenças. Nesse momento, é importante enfatizar 
que todos devem se respeitar e criar um clima de 
confiança e liberdade, para que se sintam à vontade 
para expressar quem são.
22
GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 2
Vamos falar de educação 
socioemocional?
Ainda que descobrir a nossa identidade seja um 
processo de autoconhecimento constante, assumir 
e viver segundo quem realmente somos pode ser 
um desafio. Todos desejamos nos sentir amados 
e aceitos, mas nem sempre temos a confiança 
necessária para acreditar que vamos consegui-
lo sendo nós mesmos. Os padrões criados pela 
mídia e pelas redes sociais ainda reforçam a ideia 
de que é necessário atender a certos critérios para 
podermos receber a estima a que aspiramos. Os 
adolescentes, emocionalmente mais vulneráveis, são 
frequentemente influenciados por essas mensagens, 
tornando-se inseguros.
A liberdade de ser quem somos encontra, 
então, um obstáculo no medo da rejeição. Ele nos 
direciona a tentarmos agir de acordo não com o 
que somos, mas com o que achamos que vai evitar 
que sejamos rejeitados. 
23
GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 2
REJEIÇÃO
Quando gostaríamos de receber amor, amizade 
ou aprovação de uma pessoa ou grupo e isso 
não ocorre, nos sentimos rejeitados. A rejeição 
pode ter sido intencionalmente praticada pela 
outra parte, ou apenas o resultado de como 
interpretamos a situação. Só nos sentimos 
rejeitados quando existe o desejo ou a 
necessidade de sermos aceitos. Por exemplo: se 
alguém com quem gostaríamos de nos relacionar 
escolhe outra pessoa, se não passamos em 
um teste ou processo seletivo, se não somos 
convidados para uma festa, se sentimos que 
nossos pais não nos aprovam etc. 
Evitar por completo episódios de rejeição em 
nossas vidas é muito difícil. Não há uma fórmula ou 
comportamento que garanta que nunca vamos nos 
sentir preteridos. E, na verdade, um esforço intenso 
para se adequar pode resultar em relacionamentos 
superficiais que enfraquecem a nossa confiança 
de que podemos ser aceitos por quem somos. Os 
efeitos da rejeição são ainda intensos quanto menos 
acreditamos que podemos agir de acordo com o que 
somos de verdade. Como consequência, pequenas 
situações, talvez até mesmo mal-entendidos, podem 
ser interpretados como evidências de que não 
somos ou não merecemos ser queridos. 
 Todos nós experimentamos a rejeição em 
algum momento. Quando isso acontece, é a 
confiança genuína no nosso valor que determina 
quão resilientes seremos ao lidar com ela. E essa 
confiança, por sua vez, pode ser construída a partir 
de relações verdadeiras, em que exercermos a nossa 
verdadeira identidade. 
Como professores, podemos criar um ambiente 
em que todos os alunos se sintam seguros para serem 
quem são. Uma forma de fazer isso é demonstrar, 
24
GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 2
sempre que possível, que torcemos para o sucesso 
de todos. Também é importante contribuirmos para 
que não se estabeleçam hierarquias na comunidade 
escolar, especialmente as determinadas por questões 
de raça, gênero ou classe social. 
Que tal aprender mais?
Identidade X Modernidade
Nesta videoaula, o professor Luiz Costa Pereira 
Júnior explora as relações entre as características 
da modernidade e a construção da identidade, que 
recebe influências dos modelos culturais vigentes.
Disponível em link externo. 
Clique aqui para acessar o material do estudante em pdf
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Referências Bibliográficas
GIDDENS, Anthony. Modernidade e Identidade. Rio de Janeiro: Zahar, 
2002.
ROSA, Nina Gabriela. Identidade: Anthony Giddens e Norbert Elias. 
Humanidades em diálogo. v. 1, n. 1, 2007, p. 135 - 148.
25
GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 2
https://www.youtube.com/watch?v=7ROInAARSuM
https://drive.google.com/file/d/1pwnDpUXBlAW5MVyoxO1bN5wkem5Td3r_/view?usp=sharing
https://drive.google.com/file/d/1Al96kxyKDC86rOL7sppSx3tGS8OiKvoQ/view?usp=sharing
PROJETO DE VIDA 
GUIA DO EDUCADOR
TEMA: IDENTIDADE
TÍTULO: FEMINILIDADES E MASCULINIDADES
3º ANO 
TEMA 1 
AULA 3
O que faremos hoje?
Bloco 1 Autoconhecimento e identidade
Tema Identidade
Competências 
gerais da BNCC
1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos 
sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e 
explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a 
construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a 
cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao 
outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização 
da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, 
identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de 
qualquer natureza.
Habilidades de 
Projeto de Vida
Reconhecer e avaliar as características que constituem a própria 
identidade, identificar como repercutem nas relações sociais, 
relacioná-las ao projeto de vida e comprometer-se com sua 
construção.
Compreender que a identidade é uma construção que cada 
indivíduo realiza ao longo de sua vida na interação com o meio, 
sob a influência de elementos políticos e socioculturais, e respeitar 
a diversidade de identidades.
Objetos de 
conhecimento Feminilidades e Masculinidades
26
GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 3
Materiais 
Manchetes e notícias impressas separadamente em folha A4; 
Fita adesiva e/ou barbante;
Projetor e caixa de som;
12 folhas de cartolinas brancas;
Canetas hidrográficas de ponta grossa e/ou lápis de cor de cores 
variadas e/ou tintas e pincéis;
Revistas para recorte.
O que dizem os estudiosos? 
Como vimos nas aulas anteriores, a construção 
da identidade recebe influência direta do meio social. 
Dessa maneira, o indivíduo vai incorporando aspectos 
que ele julga serem importantes para si mesmo. 
Assim, aprendemos o que é ser homem e o que é 
ser mulher ao longo da vida. Essas características 
vão sendo integradas à identidade do indivíduo a 
partir das experiências vividas. Como dizia a filósofa 
e feminista francesa Simone de Beauvoir: “não se 
nasce mulher, torna-se mulher” - frase clássica do 
seu livro “O segundo sexo”, publicado em 1949. De 
modo equivalente, também se entende que nãose nasce homem, torna-se homem, ao incorporar 
as características esperadas pela sociedade para a 
construção da identidade masculina. 
Em síntese, características como ser delicada e 
possuir maiores habilidades para cuidar do lar e dos 
filhos, frequentemente associadas às mulheres, e ser 
valente e agressivo como traços ligados aos homens, 
não são características naturais de cada gênero, são 
condutas determinadas e esperadas pela sociedade 
para aquele grupo.
27
GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 3
O debate atual propõe os termos 
feminilidades e masculinidades, 
no plural, pois compreende que há 
diversas possibilidades de ser homem 
e de ser mulher. 
Ou seja, uma mulher pode se identificar 
como corajosa e trabalhar no mercado financeiro, 
bem como um homem pode reconhecer-se 
como sensível e envolver-se em projetos sociais 
que promovem ajuda humanitária. É importante 
desconstruir esses estereótipos hegemônicos 
determinados pela sociedade patriarcal, uma vez 
que há padrões que geram dano e sofrimento para 
si e para o outro, como é o caso da masculinidade 
tóxica, que resulta em violência contra mulheres.
O termo masculinidade tóxica tem sido 
empregado para debater os efeitos nocivos da 
socialização dos homens, dando abertura a novas 
formas de se relacionar, de maneira mais autêntica 
e acolhedora. Essa é uma das saídas encontradas 
para diminuir o número de casos de violência 
contra as mulheres. 
 
Como é que se faz?
Organizando a aula
 Para o planejamento dessa aula, será necessário 
imprimir as manchetes apresentadas na atividade 1, 
de forma que a leitura delas fique a uma distância de 
aproximadamente 3 metros. Também será preciso 
imprimir a notícia na íntegra, separadamente, para 
distribuí-la para os estudantes. Recomenda-se 
sintetizar algumas notícias, para que o tempo de 
leitura entre os grupos seja semelhante. 
28
GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 3
 Antes da chegada dos estudantes, se possível, 
organize a sala com as manchetes da atividade 
1. Distribua-as pela sala, de preferência em locais 
distintos, por exemplo, expondo-as em um mural, 
pela parede e/ou em forma de varal, para que os 
estudantes cheguem e encontrem a sala já preparada. 
Inicie a aula solicitando a organização das mesas e 
das cadeiras, formando um semicírculo e deixando o 
meio da sala livre para a primeira atividade. 
Despertando o interesse 
 Para aproximar os estudantes da temática do 
dia, organize-os em duas filas, uma de meninos e 
outra de meninas, dispostas uma de frente para a 
outra e, ao mesmo tempo, com uma certa distância, 
de maneira que permita que os jovens deem passos 
para a frente sem se chocarem. Se o número de 
meninos e meninas não for aproximadamente 
equivalente, você pode dispô-los em uma única 
fileira, desde que caiba na sala, mesclar as duas fileiras 
ou ainda fazer um grande círculo. O importante é que 
todos tenham a visão uns dos outros e que tenham 
espaço para dar passos para frente. 
A dinâmica é semelhante ao desafio do aplicativo 
Tik Tok chamado “eu nunca”. Você lerá em voz alta 
as afirmações abaixo e quem já ouviu ou passou por 
aquela situação deve dar um passo para a frente, e 
quem nunca ouviu ou passou por aquela situação 
deve permanecer no mesmo lugar. É importante ler as 
frases no masculino e no feminino, para que ambos 
possam se identificar com as situações.
1. Eu nunca tive medo de andar sozinho(a) 
em uma rua escura pensando que seria 
estuprado(a).
2. Eu nunca fui assediado(a) no transporte 
público.
3. Eu nunca fui assediado(a) na rua por estranhos.
4. Eu nunca fui julgado(a) como objeto sexual pela 
roupa que eu estava usando.
29
GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 3
5. Eu nunca fui cobrado para ter que aprender a 
limpar a casa e/ou cozinhar. 
6. Eu nunca ouvi alguém dizer que eu tinha que 
me valorizar.
7. Eu nunca me senti cobrado para seguir padrões 
estéticos.
 Ao final, peça para eles observarem quem deu 
mais passos para a frente. Espera-se que as meninas 
tenham vivido mais as situações apresentadas, pois 
representam exemplos de opressões vividas por 
mulheres no dia a dia. 
Estimule os estudantes a refletirem sobre as 
afirmações e sobre o porquê de elas atingirem mais 
as mulheres. Escreva na lousa as palavras que forem 
surgindo dessa chuva de ideias. É possível que 
apareçam palavras como machismo, feminismo, 
cultura patriarcal, opressão contra as mulheres, 
violência contra as mulheres, masculinidade tóxica, 
entre outras. Deixe-as registradas na lousa até o 
final da aula. 
Construindo conhecimentos 
Imagem: harassment
Atividade 1 
 Oriente os estudantes a circularem pela sala 
a fim de que leiam as manchetes espalhadas. Em 
seguida, dê o comando para eles pararem na frente 
da notícia que mais lhes chamou a atenção. 
30
GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 3
1. SP: violência contra mulher aumenta 44,9% 
durante a pandemia
Fonte: link externo.
2. A cada hora, quatro meninas com menos de 13 
anos são estupradas no Brasil
Fonte link externo.
3. O melhor dia da minha vida foi quando a 
conheci. O pior, quando eu a matei
Fonte link externo.
4. Assassinato de mulheres por armas de fogo 
cresce na maioria dos estados
Fonte link externo.
5. Armas matam mulheres
Fonte link externo.
6. [RJ] Mulheres são as principais vítimas de 
ameaça e constrangimento ilegal; companheiro 
e ex são os principais autores
Fonte link externo.
7. Brasil registra 1206 casos de feminicídio em 
2018
Fonte link externo.
8. [CE] Violência psicológica é a mais recorrente 
entre as mulheres no estado, revela pesquisa 
NUDEM-CE
Fonte link externo.
9. 51,9% das meninas vítimas de violência sexual 
têm entre 1 e 5 anos
Fonte link externo.
10. [RJ] De cada dez estupros registrados no 
estado em 2018, sete foram praticados em casa
Fonte link externo.
11. Fim do relacionamento é o momento de maior 
risco à vida da mulher
Fonte link externo.
12. Mulheres são maioria dos atendimentos 
31
GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 3
https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2020-04/sp-violencia-contra-mulher-aumenta-449-durante-pandemia
https://brasil.elpais.com/brasil/2019/09/10/politica/1568134128_017016.html
https://brasil.elpais.com/brasil/2019/08/16/politica/1565961105_327484.html
https://brasil.elpais.com/brasil/2019/04/12/politica/1555083226_055041.html
https://brasil.elpais.com/brasil/2019/01/16/opinion/1547636987_572077.html
https://dossies.agenciapatriciagalvao.org.br/violencia-em-dados/rj-mulheres-sao-as-principais-vitimas-de-ameaca-e-constrangimento-ilegal
https://dossies.agenciapatriciagalvao.org.br/violencia-em-dados/brasil-registra-1206-casos-de-feminicidio-em-2018
https://dossies.agenciapatriciagalvao.org.br/violencia-em-dados/ce-violencia-psicologica-e-mais-recorrente-entre-as-mulheres-no-estado
https://dossies.agenciapatriciagalvao.org.br/violencia-em-dados/519-das-meninas-vitimas-de-violencia-sexual-tem-entre-1-e-5-anos
https://dossies.agenciapatriciagalvao.org.br/violencia-em-dados/de-cada-dez-estupros-no-rio-de-janeiro-em-2018-sete-foram-praticados-em-casa
https://dossies.agenciapatriciagalvao.org.br/violencia-em-dados/fim-do-relacionamento-e-o-momento-de-maior-risco-a-vida-da-mulher
por exposição íntima, ofensas e conteúdos 
violentos na internet
Fonte link externo.
 Com os estudantes já divididos em pequenos 
grupos, de acordo com as manchetes pelas quais 
eles se interessaram, entregue as notícias na íntegra 
para realizarem a leitura. Caso alguma manchete 
fique sem nenhum representante, não haverá 
impacto na atividade. Ao contrário, se algum grupo 
estiver com muitos estudantes, pergunte se alguns 
deles se interessam por outras manchetes similares. 
Se não houver interesse em mudar, deixe-os nos 
agrupamentos originais. 
 Dê um tempo para eles discutirem as questões 
propostas para a atividade e oriente-os a expressar 
essas respostas na folha de cartolina,que será 
apresentada para o resto da turma. Deixe disponíveis 
no centro da sala as revistas para recorte, lápis, 
canetas e/ou tintas. Finalizados os cartazes e a 
discussão proposta para os pequenos grupos, abra 
o debate para a turma. Caso considere que o tempo 
disponível não permitirá a elaboração dos cartazes, 
solicite que os estudantes compartilhem suas 
respostas oralmente. 
Gabarito esperado para nortear a discussão:
1. Entre as sínteses das notícias, é importante que 
apareçam pontos como: 
●	 é alto o número de casos de violência contra as 
mulheres, sobretudo de feminicídio; 
●	 o Brasil está entre os países que lideram o 
ranking de mais feminicídios no mundo; 
●	 entre os tipos de violência contra as mulheres, 
a violência psicológica é a mais frequente, 
porém nem todos os homens têm a percepção 
de que ameaças e humilhações se enquadram 
nesse conceito; 
●	 o perfil da violência contra as mulheres, em sua 
maioria, é: mulheres negras, com escolaridade 
até ensino fundamental, o autor da agressão 
32
GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 3
https://dossies.agenciapatriciagalvao.org.br/violencia-em-dados/mulheres-sao-maioria-dos-atendimentos-por-exposicao-intima-ofensas-e-conteudos-violentos-na-internet
é o atual companheiro ou o ex, o local do 
crime é a própria residência, o tempo médio de 
violência vivida até a denúncia é de 1-10 anos;
●	 a flexibilização do acesso a armas de fogo pode 
aumentar o número de mortes de mulheres, 
pois elas estão entre os instrumentos utilizados 
para praticar tais crimes;
●	 a violência sexual ainda é um tabu e se inicia 
na infância. Geralmente, o autor da agressão 
é algum parente próximo da vítima e o crime 
ocorre na própria casa da vítima; 
●	 Fim do relacionamento é um dos principais 
motivos que levam os homens a praticarem os 
atos de violência contra as mulheres; 
2. Para essa questão, ouça as opiniões dos grupos 
e instigue-os a pensar se há motivos justificáveis 
para algum ato de violência (por exemplo: traição 
justifica violência? Ele sempre apanhar quando 
criança e presenciar o pai batendo na mãe muitas 
vezes justifica ser violento com a companheira?). 
É interessante que eles relacionem a cultura 
patriarcal com a manutenção das desigualdades 
entre homens e mulheres.
Atividade 2
 Leia coletivamente o enunciado da atividade e, 
em seguida, reproduza o trecho do documentário “O 
33
GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 3
silêncio dos homens” do início até o minuto 7:03. O 
vídeo está disponível gratuitamente no YouTube: link 
externo. 
 Dê um tempo para os estudantes responderem 
às questões individualmente e depois abra para a 
discussão com a turma. Lembre-se de manter uma 
atmosfera de respeito ao ouvir as diversas opiniões. 
Caso surja algum comentário ofensivo, de caráter 
machista, deve ser interrompido, direcionando o 
debate justamente para desconstrução dessa forma 
de pensamento e para o respeito. É importante 
deixar claro que até os comentários em tom de 
brincadeira não são permitidos, pois eles também 
reforçam a cultura patriarcal. Mostre que não só 
as meninas devem alertá-los quando há alguma 
brincadeira machista, que isso pode ser feito também 
entre os meninos. Segue o gabarito para auxiliá-lo na 
condução da discussão:
1. O termo masculinidade tóxica tem sido 
empregado para debater os efeitos nocivos da 
socialização dos homens, dando abertura a 
novas formas de se relacionar, de maneira mais 
autêntica e acolhedora. Atitudes agressivas 
e de dominação são ensinadas aos meninos 
desde a infância. Dessa maneira, eles crescem 
normalizando a violência como forma de se 
relacionar, o que, consequentemente, faz com 
que causem danos a si mesmos e aos outros ao 
seu redor. Os homens vivem, em média, 7 anos 
a menos que as mulheres e morrem mais por 
causas externas (acidente de trânsito, acidente 
de trabalho e lesão por violência), e também 
são os principais agressores nos casos de morte 
de terceiros. 
2. Resposta pessoal. Pode ser que alguns 
estudantes identifiquem que já ouviram (ou 
presenciaram alguém dizendo para outra 
pessoa) que homem não chora, que homem 
não vai ao médico e não precisa cuidar da sua 
saúde, que homem não lava louça, que não 
leva desaforo para casa, que tem que sustentar 
34
GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 3
https://www.youtube.com/watch?v=NRom49UVXCE&t=178s
https://www.youtube.com/watch?v=NRom49UVXCE&t=178s
a casa, que fazer ballet (ou outra atividade 
com público predominantemente feminino ) é 
coisa de mulher, entre outras frases. Também 
pode ser que alguns desabafem situações de 
violências vividas em casa. Acolha-os e mostre 
que é possível se relacionar de outras maneiras. 
Registrando o aprendizado
Atividade 3
 Aproveite as frases listadas na atividade 
anterior para eleger com a turma as 5 melhores 
afirmações que representam a masculinidade tóxica 
e faça a brincadeira do Tik Tok, como no início da 
aula. Espera-se que mais meninos deem passos 
para a frente . Encerre a atividade, incentivando-os 
a serem agentes de transformação, interferindo nas 
situações que eles avaliam que estão reforçando 
os padrões de desigualdade de gênero, seja 
mudando sua própria maneira de pensar e agir ou 
sensibilizando outras pessoas sobre as diversas 
formas de feminilidades e masculinidades. 
35
GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 3
Vamos falar de educação 
socioemocional?
 A desconstrução da masculinidade tóxica é um 
processo que não depende apenas da boa educação 
recebida. Como um fator cultural, ela continua 
sendo normalizada por ser um comportamento 
amplamente adotado. Para romper com essas 
tendências, é necessário, algumas vezes, nos 
diferenciarmos do grupo social em que estamos 
incluídos. Essa tarefa não é tão simples quanto 
parece. A identificação social é uma forma de 
nos sentirmos pertencentes a uma comunidade. 
Romper com ela pode significar a nossa exclusão, 
o que é um processo doloroso, especialmente para 
adolescentes. 
PRESSÃO DE PARES
Os “pares” são as pessoas com quem nos 
identificamos como parte do mesmo grupo 
social. É natural nos compararmos com eles 
ou estabelecermos relações de admiração. Por 
isso, acabamos sendo influenciados por essas 
pessoas, especialmente em um período de 
formação de identidade como a adolescência. 
Essa influência pode ser positiva, gerando 
bons feedbacks, encorajamento e exemplos 
que nos inspiram. Porém, em outros casos, 
os pares podem exercer pressão direta ou 
indiretamente para que adotemos determinados 
comportamentos, sob o risco de não sermos 
mais consideramos parte do grupo.
A pressão de pares entre adolescentes pode se 
dar de mais de uma forma: verbal ou não-verbal; 
36
GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 3
direta ou indireta; positiva ou negativa. A pressão 
verbal ocorre quando um dos pares direciona o 
outro a adotar um comportamento, declarando 
o que ele deveria fazer, seja através de persuasão, 
ordem ou influência. Já na não-verbal, a pressão se 
dá pela observação do comportamento dos demais. 
Na pressão direta, o adolescente é colocado em 
posição de fazer uma escolha entre adotar um certo 
comportamento ou não, de forma verbal ou não-
verbal, por exemplo: quando alguém lhe oferece 
bebidas alcoólicas. Já na pressão indireta, um 
adolescente é influenciado pelo comportamento 
adotado por outros, passando a imitá-los. Por fim, a 
pressão exercida pelos pares pode levar à adoção de 
comportamentos saudáveis e construtivos (positivos), 
ou autodestrutivos e contrários aos seus próprios 
valores (negativos). 
 O grupo de pares é muito relevante para 
os adolescentes. Por isso, é difícil enfraquecer a 
sua influência no processo de ajudar os alunos 
a encontrarem a sua própria identidade. Como 
educadores, podemos incentivar os alunos 
a construírem seus próprios pontos de vista, 
estabelecendo a fidelidade aos nossos valores como 
algo positivo. 
 Também é importantesermos cuidadosos 
para não assumirmos uma postura de antagonistas 
em relação às lideranças informais reconhecidas 
pelos alunos - outros adolescentes em que eles se 
inspiram e tendem a imitar, nem sempre resultando 
em comportamentos saudáveis. Nesta fase da 
vida, ser aceito pelo grupo pode ser muito mais 
importante do que ganhar a aprovação dos adultos. 
Uma boa estratégia é, então, conquistar aliados entre 
esses jovens que possam influenciar os demais. 
37
GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 3
Que tal aprender mais?
The mask you live in – 
A máscara em que você vive [2015] 
Este documentário aborda a “crise dos meninos” 
nos Estados Unidos e explica como criar uma 
geração de homens mais sensíveis e livres para 
expressarem suas verdadeiras identidades.
Disponível em link externo. 
PODCAST MEMOH
Esse podcast apresenta discussões que 
envolvem o universo masculino. MEMOH é um 
grupo que tem como propósito promover a 
equidade de gênero, fazendo o homem refletir sobre 
o seu modo de agir consigo e com os outros. 
Disponível em link externo.
Clique aqui para acessar o material do estudante em pdf
Clique aqui para acessar o Material do Estudante Editável
Referências Bibliográficas
COLETIVO FEMINISTA SAÚDE E SEXUALIDADE. Masculinidade tóxica: 
o que há para além dela? Disponível em: https://www.mulheres.org.
br/masculinidade-toxica-o-que-ha-para-alem-dela/
COUTO, Maria Aparecida Souza. Masculinidades e feminilidades: a 
construção de si no contexto escolar. Revista Aurora, Marília, n. 7, 
2011. Disponível em: http://www2.marilia.unesp.br/revistas/index.php/
aurora/article/view/1249
SECRETARIA NACIONAL DE ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA CONTRA 
AS MULHERES. Política Nacional de Enfrentamento à Violência Contra 
as Mulheres. Brasília, 2011. Disponível em: https://www12.senado.leg.
br/institucional/omv/entenda-a-violencia/pdfs/politica-nacional-de-
enfrentamento-a-violencia-contra-as-mulheres
38
GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 3
https://www.youtube.com/watch?v=I1OI9B0VSlA
https://memoh.com.br/podcast
https://drive.google.com/file/d/1jomk5oMYa2zyPQ7bKQQmqXCUH5zdzhju/view?usp=sharing
https://drive.google.com/file/d/1dXVDbOGWm2ua_uAnuKPxWecsKFqc-btp/view?usp=sharing
SENADO FEDERAL. Painel de violência contra mulheres. 
Brasil. Disponível em: http://www9.senado.gov.br/
QvAJAXZfc/opendoc.htm?document=senado%2FPainel%20
OMV%20-%20Viol%C3%AAncia%20contra%20Mulheres.
qvw&host=QVS%40www9&anonymous=true
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S1413-81232016000200647
SILVA, Melaine Laura Mariano da Penha; COSTA, Maria Aparecida 
Tenório Salvador. Discussões de gênero e feminilidades na escola 
contemporânea. Interthesis, Florianópolis, v. 15, n.2, 2018. Disponível 
em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/interthesis/article/
view/1807-1384.2018v15n2p55
39
GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 3
PROJETO DE VIDA 
GUIA DO EDUCADOR
TEMA: IDENTIDADE
TÍTULO: IDENTIDADE E REDES SOCIAIS
3º ANO 
TEMA 1 
AULA 4
O que faremos hoje?
Bloco 1 Autoconhecimento e identidade
Tema Identidade
Competências 
gerais da BNCC
5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação 
e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas 
diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, 
acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, 
resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida 
pessoal e coletiva.
Habilidades de 
Projeto de Vida
Reconhecer e avaliar as características que constituem a própria 
identidade, identificar como repercutem nas relações sociais, 
relacioná-las ao projeto de vida e comprometer-se com sua 
construção.
Compreender que a identidade é uma construção que cada 
indivíduo realiza ao longo de sua vida na interação com o meio, 
sob a influência de elementos políticos e socioculturais, e respeitar 
a diversidade de identidades.
Objetos de 
conhecimento Identidade e Redes Sociais
Materiais Folhas de sulfite (uma para cada estudante);
Notícia da atividade 3 impressa (uma por grupo de até 6 pessoas). 
40
GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 4
O que dizem os estudiosos? 
É no âmbito da interação social que surge 
o conceito que o indivíduo possui de si mesmo. 
Significa que, durante a interação, não descobrimos 
apenas elementos que caracterizam o outro, mas 
também é o momento em que descobrimos a nós 
mesmos, identificando nossas individualidades. 
Se é na interação que definimos quem somos 
nós, inevitavelmente, as redes sociais colaboram para 
a formação da identidade, uma vez que facilitam 
o vínculo entre os usuários do mundo digital. Isso 
quer dizer que o nosso perfil online atua como um 
espelho, pois tudo aquilo que postamos, 
a maneira como nos relacionamos, 
as pessoas que seguimos e nossas 
condutas dentro das redes sociais 
revelam algumas faces da nossa 
identidade 
– algumas faces porque compartilhamos 
apenas as características que gostaríamos que 
fossem visualizadas, frequentemente relacionadas 
a um eu ideal e a algo que queremos ser. É 
importante destacar que nem sempre essas 
múltiplas facetas da nossa identidade online são 
coerentes entre si. A modo de exemplo, em uma 
rede social o indivíduo pode postar sua indignação 
diante de um caso de racismo e no cotidiano não 
ver problema em fazer/ouvir piadas entre seus 
amigos relacionadas à cor de pele. 
O advento da era digital também modificou as 
fronteiras do que é público e do que é privado. Uma 
das marcas desse modo de expressão é a exposição 
excessiva, deslocando diversas situações da esfera 
41
GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 4
privada para a pública e, na maioria das vezes, sem as 
reflexões necessárias sobre o que aquilo representa 
para si. A exposição excessiva pode estar relacionada às 
publicações de autopromoção e aos comportamentos 
narcisistas, bem como aos discursos de ódio e aos 
cancelamentos de pessoas. É comum os usuários 
se sentirem mais confortáveis para se expor pela via 
online, por isso é urgente o debate sobre esse assunto, 
para que os jovens tenham consciência, ética e 
responsabilidade dentro e fora das telas.
Como é que se faz?
Organizando a aula
Para o planejamento das atividades dessa aula, 
você precisará de folhas de sulfite (uma para cada 
estudante) e a notícia da atividade 3 impressa (uma 
por grupo de até 6 pessoas). Antes de iniciar a aula, 
solicite que os estudantes façam um semicírculo 
com as cadeiras e mesas. Apresente as competências 
e habilidades que serão trabalhadas na aula. 
Despertando o interesse 
Após a leitura coletiva da tirinha, solicite que os 
estudantes respondam às questões individualmente e 
depois abra para uma roda de conversa. 
Gabarito sugerido: 
●	 Resposta pessoal. Estimule a reflexão sobre 
a veracidade das informações postadas nas 
redes sociais. Você também pode instigar os 
estudantes sobre o problema da comparação 
com perfis de influencers, levando-nos 
a acreditar que nossas vidas não são tão 
interessantes, o que pode afetar nossa 
autoestima. 
42
GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 4
●	 Resposta pessoal. É esperado que eles utilizem 
pelo menos uma rede social. Instigue a 
reflexão sobre a maneira como eles as usam , 
estimulando-os a falar que tipo de publicações 
costumam fazer. Não é necessário esgotar o 
tema, pois esse é o foco da próxima atividade. 
Preze pelo respeito entre os colegas ao ouvi-los. 
Construindo conhecimentos 
Atividade 1 
 Solicite que os estudantes façam a leitura coletiva 
da atividade, que será dividida em quatro etapas:
1. Para a primeira etapa, peça que respondam 
à questão individualmente. Pode ser em uma 
folha de caderno ou A4, na orientação de 
paisagem, para que tenha espaço suficiente 
para marcar as três colunas. Ressalte que 
podem acrescentar mais situações, caso achem 
pertinentes. 
Sugestão: podem trabalhar com as palavras-
chaves referentes às situações propostas, para deixar 
a apresentaçãodas colunas mais claras. 
2. Para a segunda etapa, separe-os em grupos 
de seis estudantes e oriente-os a discutir suas 
respostas, a fim de chegarem a um consenso 
do que seria público, privado e secreto. 
Caminhe por entre os grupos e observe o 
movimento de concordância e discordância 
entre eles. Reforce que é preciso respeito ao 
ouvir a opinião dos colegas e que eles precisam 
argumentar o porquê de cada escolha. Oriente-
os que quando houver muita discordância 
em um caso, eles podem repetir a mesma 
situação em duas colunas ou mais e, se houver 
situações em que o grupo estiver indeciso, 
dependendo de mais informações do contexto 
para afirmarem se publicariam ou não, sugira 
indicar a(s) palavra(s)-chave(s) na(s) coluna(s) 
correspondente(s) com asterisco, por exemplo, 
sinalizando que há uma situação especial para 
aquele caso.
43
GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 4
3. Finalizada essa etapa em pequenos grupos, 
peça para que apresentem o resultado para 
a turma. Desenhe as três colunas na lousa 
(público, privado e secreto), ocupando todo o 
espaço disponível, em seguida, solicite que os 
grupos apresentem suas respostas preenchendo 
as colunas. Para as equipes seguintes, as 
situações que já estiverem representadas 
na lousa na mesma coluna, demonstrando 
consenso, não precisam ser repetidas. As que 
diferirem devem ser acrescentadas na coluna 
correspondente. Todos os grupos vão escrever 
suas respostas na lousa. 
Além de apresentarem suas conclusões, 
estimule-os a falar sobre as situações que foram 
mais fáceis de entrar em consenso e aquelas com 
mais divergências de opiniões. Também peça para 
sinalizarem as que precisaram ser duplicadas e 
refletirem se é necessário que haja o consenso para 
todos os itens apresentados. 
4. Para finalizar, solicite que eles observem o 
resultado final na lousa. Houve situações 
com consenso absoluto? Ou situações que 
estão presentes nas três colunas? Em seguida, 
proponha que tentem construir um consenso 
coletivo na lousa, apagando as palavras 
duplicadas na medida em que a turma avança 
em direção a um acordo. Não é objetivo chegar 
a uma consonância sobre todas as situações. 
 O gabarito abaixo contribui para conduzir a 
discussão:
●	 É interessante que os estudantes percebam 
que há diferenças entre eles em relação ao 
uso das redes sociais – uns mais reservados 
e outros com maior exposição. O importante 
é que sempre tenham consciência, ética e 
responsabilidade ao utilizar alguma rede social. 
●	 Vale incentivá-los a refletir se aquilo que 
eles publicam nas redes sociais representa a 
maneira como se veem/definem ou gostariam 
de serem vistos. 
44
GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 4
●	 Discuta os efeitos negativos da superexposição 
digital como o narcisismo, a futilidade, a perda 
de tempo, a dependência das curtidas e da 
aprovação dos outros, entre outros.
●	 Algumas situações devem situar-se 
obrigatoriamente na coluna nomeada “secreto”, 
ou seja, questões que, se compartilhadas - 
seja via digital ou em uma roda de conversa 
-, não agregam valor para o indivíduo e/ou 
sociedade ou podem expor os estudantes a 
riscos. Alguns exemplos são os assuntos de 
natureza preconceituosa (comentário racista, 
sobre a orientação sexual do colega, sobre 
a mudança de visual do cantor), temas que 
incitam violência (vídeos com cenas explícitas), 
difamação de alguém (vídeo do amigo 
embriagado, foto de nudez de um conhecido) e 
as fakes news. 
●	 Os demais itens podem estar tanto na coluna 
pública quanto na privada, a depender do 
perfil do usuário. Algumas situações merecem 
atenção, por exemplo, as opiniões, críticas e 
comentários podem ser publicados somente se 
forem elaborados de maneira respeitosa. 
●	 Destaque a importância da responsabilidade 
individual envolvendo as publicações, tanto 
relacionada a sua própria imagem (como o 
indivíduo pretende se apresentar para o mundo), 
como em relação ao outro, já que influenciamos 
na construção da identidade do outro. 
Atividade 2
 Ofereça alguns minutos para que os estudantes 
preencham as lacunas da atividade 2. 
Pode ser que alguns precisem buscar em sua 
rede social os nomes de alguns perfis que admiram. 
Destaque que o objetivo da atividade não é que eles 
busquem alguém novo, que ainda não acompanham 
nas redes, só para poderem citar nessa atividade. 
Caso alguém não tenha influencers de admiração, 
oriente-os a deixar os espaços em branco, podendo 
completar em um momento oportuno.
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GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 4
 Posteriormente, oriente-os a caminhar pela 
sala e, quando você sinalizar, eles devem parar em 
duplas, um de frente para o outro e ler sua resposta 
para o colega. A ideia é que, além de conhecerem 
melhor os colegas de turma, também possam 
ampliar as opções de pessoas públicas a seguir 
com valores semelhantes aos seus. Repita esse 
procedimento por, no mínimo, cinco vezes. 
Finalizadas as trocas, peça para alguns 
estudantes contarem sobre a experiência, se tiveram 
dificuldade para preencher alguma lacuna, se 
encontraram colegas com características, valores e 
bandeiras de luta semelhantes às suas e se ficaram 
interessados em algumas sugestões de influencers. 
Estimule-os a refletir sobre o impacto de 
cercar-se (tanto virtualmente quanto fisicamente) de 
pessoas que eles admiram. Para os estudantes que 
já acompanham influencers que agregam valor a sua 
identidade, peça para exemplificarem algo que já 
aprenderam nas redes sociais com essas pessoas. 
Pode-se sugerir para alguém ficar responsável 
por anotar todas as indicações de influencers 
e disponibilizar para a turma toda em um outro 
momento.
Atividade 3
 Em grupos de até 6 pessoas, oriente-os a 
fazerem a leitura da notícia e responderem às 
questões. Matéria disponível no link externo.
Quando finalizarem, abra um espaço de 
discussão com a turma. As respostas para as duas 
questões são de cunho pessoal e os estudantes 
podem basear suas justificativas na notícia. É 
importante que eles compreendam que podem 
não concordar com alguém nas redes sociais, mas 
não devem faltar com o respeito e nem promover 
discursos de ódio, e percebam que há outras 
maneiras de se relacionar, sem o uso da violência 
verbal ou a exclusão das pessoas. 
46
GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 4
https://www.nexojornal.com.br/expresso/2019/11/01/Quais-os-efeitos-da-cultura-do-cancelamento
Registrando o aprendizado
Peça para analisarem suas redes sociais e 
explicarem se suas publicações refletem quem eles 
são, de maneira autêntica e verdadeira. Dê um tempo 
para responderem individualmente e depois solicite 
que alguns estudantes compartilhem suas respostas. 
Vamos falar de educação 
socioemocional?
A pesquisadora Brené Brown ficou 
mundialmente conhecida após sua apresentação 
no TED de 2010 sobre o poder da vulnerabilidade. 
Na época, foi um tanto quanto surpreendente a 
conclusão do seu estudo sobre o que diferencia 
as pessoas com um forte senso de valor pessoal 
daquelas que não o possuíam: a aceitação da própria 
vulnerabilidade.
Com as redes sociais, todos passamos a ter 
uma plataforma para construir uma imagem de 
nós mesmos que ficamos confortáveis em expor. 
Porém, elas criam uma falsa impressão de que 
estamos todos compartilhando a nossa privacidade, 
quando, na verdade, o que está sendo mostrado 
é apenas uma parte embelezada e bem curada de 
quem realmente somos. Isso pode intensificar a 
47
GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 4
insegurança no nosso valor pessoal. Afinal, passamos 
a nos comparar com padrões não realistas.
VULNERABILIDADE
A definição técnica da palavra “vulnerável” é a 
de algo suscetível a ser ferido ou destruído. No 
contexto das nossas emoções, ela se refere aos 
nossos medos e fraquezas, fatores que podem 
nos causar inseguranças. De forma análoga, 
podemos desenvolver a necessidade de esconder 
nossas vulnerabilidades se acreditarmos que 
expô-lasnos deixará suscetíveis a sermos 
machucados.
A nossa vulnerabilidade nos expõe à 
vergonha e ao medo. Segundo Brené Brown, uma 
reação comum é evitarmos esses sentimentos 
desconfortáveis. Porém, esconder alguns 
sentimentos também nos impede de viver outros 
plenamente - como a alegria, o amor e a conexão 
verdadeiros. Por medo de sermos considerados 
não merecedores, escondemos nosso lado mais 
vulnerável. No entanto, esse medo não deixa de 
existir, fazendo com que as nossas conexões não 
sejam vividas por completo, já que precisamos 
esconder alguma coisa.
Acolher a nossa vulnerabilidade é, então, um 
caminho para vivermos de forma mais plena e 
segura. Esse processo não deixa de ser desafiador, 
no entanto. Algumas estratégias para avançarmos 
nesse sentido são praticar a gratidão e o amor por 
nós mesmos. Esse é um exercício que pode precisar 
de tempo, mas que trará grandes recompensas: 
repetir diariamente, até nos convencermos, de que 
“você é imperfeito, mas você é merecedor de amor e 
pertencimento exatamente do jeito que é”.
48
GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 4
Que tal aprender mais?
Mário Sérgio Cortella – redes sociais
Nesta entrevista, o filósofo Mário Sérgio Cortella 
apresenta suas críticas em relação às redes sociais.
Disponível em link externo. 
Clique aqui para acessar o material do estudante em pdf
Clique aqui para acessar o Material do Estudante Editável
Referências Bibliográficas
FERREIRA, Gil Baptista. Rostos do Facebook – a formação da 
identidade nas redes sociais. Exedra: Revista Científica, n.9, 2014. 
Acesso em 14 ago 2020. Disponível em: , https://dialnet.unirioja.es/
servlet/articulo?codigo=6498997>. 
 PECHANSKY, Rafaela. Identidade e cultura: reflexões sobre redes 
sociais. Revista Temática, v.13, n.6, 2017. Acesso em 14 ago 2020. 
Disponível em: <https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/tematica/
article/view/34848>
49
GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 4
https://www.youtube.com/watch?v=ff7l2PeDtws
https://drive.google.com/file/d/1LaHiqBqdXaNZtMY-BHBPfSyE8Mybmeoe/view?usp=sharing
https://drive.google.com/file/d/1zVmTbaiaCP0A96IvzUOrwwpbLPs0WxeS/view?usp=sharing
PROJETO DE VIDA 
GUIA DO EDUCADOR
TEMA: IDENTIDADE
TÍTULO: ESTADOS DA IDENTIDADE
3º ANO 
TEMA 1 
AULA 5
O que faremos hoje?
Bloco 1 Autoconhecimento e Identidade
Tema Identidade
Competências 
gerais da BNCC
8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e 
emocional, compreendendo-se na diversidade humana e 
reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e 
capacidade para lidar com elas.
Habilidades de 
Projeto de Vida
Reconhecer e avaliar as características que constituem a própria 
identidade, identificar como repercutem nas relações sociais, 
relacioná-las ao projeto de vida e comprometer-se com sua 
construção. 
Compreender que a identidade é uma construção que cada 
indivíduo realiza ao longo de sua vida na interação com o meio, 
sob a influência de elementos políticos e socioculturais, e respeitar 
a diversidade de identidades. 
Objeto de 
conhecimento Desenvolvimento da identidade
50
GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 5
O que dizem os estudiosos? 
Uma das abordagens mais utilizadas nos estudos 
da identidade é denominada status da identidade, 
formulada pelo psicólogo James Marcia (1966), que 
deu continuidade à tradição de estudos fundada pelo 
psicanalista e estudioso do desenvolvimento Erik 
Erikson (1976).
De acordo com a perspectiva de status 
da identidade formulada por Marcia (1966) e 
amplamente utilizada por outros pesquisadores 
(Fadjukoff et al, 2016; Moshman, 2011; Schwartz et al, 
2015), uma identidade madura pode ser definida por 
meio de duas variáveis psicossociais: a exploração 
e a definição de compromissos com determinados 
domínios relativos a interesses, valores e crenças 
(como carreira, religião, sexualidade, ideologia 
política/moral, amizades e família), que passarão 
a definir quem a pessoa é e a orientar, em grande 
medida, suas escolhas e ações.
O autor encontrou quatro formas diferentes 
de experienciar esses dois processos de formação 
da identidade (status da identidade). São elas: I) 
Identidade difusa: não há compromisso e nem 
exploração de possibilidades; II) Identidade fechada: 
há compromisso, porém esse é estabelecido pela 
reprodução dos valores e crenças de figuras de 
referência, e não via um processo autônomo de 
exploração; III) Moratória: não há compromissos 
definidos, mas há uma busca ativa em alcançá-
lo. Esse estado representa aquilo que Erikson 
denominou “crise da identidade” da juventude, 
momento marcado por questionamentos e até 
mesmo conflitos, mas que sinalizam um processo 
de transformação; e IV) Identidade estabelecida: 
o sujeito possui compromissos definidos por um 
processo de exploração ativa. 
51
GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 5
Sendo a adolescência uma etapa em que a 
elaboração e o desenvolvimento da identidade são 
intensificados e tendo em vista que constituir o 
status de conquista da identidade é um desafio para 
quem está nesta fase, é fundamental dar suporte 
para que possam conquistá-lo, pois 
uma identidade bem consolidada 
costuma conferir maior estabilidade 
psíquica, baixos sintomas de ansiedade 
e depressão, e uma elaboração mais 
clara sobre o sentido da própria vida 
(Schwartz et al, 2015). 
Como é que se faz?
Organizando a aula
Anuncie o tema e as habilidades desta aula. 
Caso os estudantes peçam esclarecimento sobre 
o conceito de Estado da Identidade, informe que 
ele será explorado ao longo do encontro, para que 
sua definição não condicione suas respostas para a 
atividade proposta na seção. 
Despertando o interesse 
Leia com os estudantes os sete domínios 
dispostos na tabela e oriente-os a recuperar suas 
respostas na Aula 1 e a buscarem identificar se 
algum desses domínios estão presentes, e em que 
medida demonstraram ter importância na definição 
e descrição de suas identidades. Reserve cerca de 10 
minutos para que eles realizem essa tarefa. 
52
GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 5
Para efeito de esclarecimento, o domínio moral 
refere-se a valores que regulam a convivência 
social, tais como a igualdade, a solidariedade e a 
honestidade. Já o domínio gênero refere-se ao 
significado e à importância que temas relacionados à 
orientação sexual, à identificação com determinado 
gênero, assim como seus possíveis papéis sociais 
entre outros debates acerca da sexualidade têm para 
o indivíduo. É possível que os estudantes denotem 
a sobreposição entre os domínios moral, ideologia 
política e gênero, a depender do valor que é relevante 
para eles - este seria o caso da igualdade de gênero 
como uma demanda moral, identitária e política. 
Em seguida, oriente-os a preencher a tabela 
com a pontuação de cada domínio segundo as 
respostas para o questionário. Após concluírem esta 
etapa, questione o que acham que esses resultados 
indicam, porém, não revele a eles que a pontuação 
servirá como referência para avaliarem o estado da 
identidade em que se encontram em relação a cada 
um desses domínios. 
 
Construindo conhecimentos 
Atividade 1
Devido à complexidade dos conceitos 
apresentados no texto, é possível que seja mais 
apropriada a leitura coletiva sob a mediação do 
educador. Independentemente da abordagem 
escolhida, verifique se os conceitos foram 
compreendidos pelos estudantes, solicitando que 
expliquem com suas palavras o que compreenderam. 
Vale mencionar que alguns estudos (Fadjukoff 
et al, 2016; Moshman, 2011; Schwartz et al, 2015) 
indicam que a identidade estabelecida é um 
fenômeno que passa a ocorrer com maior frequência 
no início da idade adulta e, mesmo assim, muitas 
pessoas apenas construirão uma identidade madura 
após os 30 anos de idade. Afirme que isso é um 
53
GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 5
fenômeno relacionado, em certa medida, à falta de 
oportunidadespara refletir a respeito da identidade 
e do projeto de vida, o que reforça a importância 
de aproveitarem esses momentos de aprendizado e 
construção pessoal. 
Ao final da leitura do texto, analise o esquema 
com os estudantes. Verifique se eles são capazes 
de identificar entre quais estados da identidade 
não ocorrem movimentações e de explicar esse 
fenômeno. Pesquisas revelam que dificilmente 
uma pessoa retorna da moratória para a identidade 
fechada, pois, passa a considerar compromissos 
e alternativas. O mesmo raciocínio vale para o 
caminho que sai da identidade estabelecida para 
a fechada. Também vale pontuar que para chegar 
à identidade estabelecida é preciso passar pela 
exploração ativa e autônoma de compromissos, 
motivo pelo qual não há setas que indicam 
movimentação da difusão e do fechamento 
diretamente para a identidade estabelecida.
Veja a seguir algumas considerações sobre cada 
uma das questões:
1. Resposta pessoal. É possível que alguns 
estudantes sintam dificuldade em precisar o 
estado em que se encontram ou mesmo que 
se equivoquem na definição, por exemplo, 
assinalando a identidade estabelecida por 
tratar-se de um estado mais elaborado e 
desejável. O acerto em relação a essa resposta, 
pela própria dificuldade em um adolescente 
fazer um diagnóstico sobre si acerca de uma 
dimensão psicossocial complexa, é menos 
importante do que a reflexão que a questão 
busca suscitar. 
2. Resposta pessoal. 
3. Resposta pessoal. 
4. Apenas após os estudantes concluírem a 
questão 3, é que deve-se apresentar a eles a 
pontuação que indica o estado da identidade 
para cada domínio. A tabela a seguir apresenta 
54
GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 5
os indicadores de avaliação. Note que as 
questões 1, 2 e 3 são relativas ao tema do 
compromisso, ao passo que as questões 4, 5 e 
6, à exploração.
Apresente a eles a tabela e peça para que 
identifiquem em qual estado se encontram para 
cada domínio. 
Estados da identidade
Compromisso 
questões 1, 2 e 3
Exploração 
questões 4, 5 e 6
Identidade difusa menos de 9 pontos menos de 9 pontos
Identidade fechada menos de 9 pontos mais de 9 pontos
Moratória mais de 9 pontos menos de 9 pontos
Identidade estabelecida mais de 9 pontos mais de 9 pontos
5. Mencione que uma pessoa pode possuir 
uma identidade elaborada, mas não se sentir 
vinculada e não ter compromisso com alguns 
dos domínios apresentados. Por exemplo, 
alguém pode se engajar profundamente com 
a carreira e a moral, mas não se envolver com 
o tema da religião - apenas para citar um 
exemplo. Por essa razão, a pergunta disparadora 
da atividade, relativa à presença de todos os 
elementos na identidade de todas pessoas é 
negativa, ou seja, nem todos os elementos 
compõem a identidade de todas as pessoas.
Registrando o aprendizado
Atividade 2
Organize os estudantes em duplas ou trios. Peça 
que compartilhem suas respostas e identifiquem 
os pontos em comum e as diferenças. Chame a 
atenção para a importância de dialogarem com 
empatia e respeito. Solicite que justifiquem por que 
avaliaram que se encontram em determinado estado 
da identidade e que sinalizem o que podem fazer 
para terem mais consciência de si e construírem 
uma identidade com autonomia, engajamento e 
compromisso. Oriente-os, também, a pensarem 
55
GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 5
se têm alguma sugestão para dar aos colegas em 
relação a esses últimos aspectos. 
Vamos falar de educação 
socioemocional?
 No processo de construção da própria 
identidade, distinguir a sua própria voz pode ser 
um desafio. Aspectos do que entendemos pela 
nossa identidade podem nos ter sido impostos 
ou aprendidos durante tanto tempo que os 
internalizamos. Contemplar a possibilidade de ganhar 
uma nova perspectiva sobre nós pode, então, ser 
assustador. Isso significaria abrir mão do que é familiar 
e das certezas a que nos apegamos. Por isso, algumas 
vezes relutamos em vivenciar experiências como 
mudar de ambiente ou tentar uma carreira diferente 
da expectativa criada pela nossa família para nós.
RELUTÂNCIA
Relutância é o que experimentamos quando 
precisamos fazer algo, potencialmente benéfico 
ou necessário, porém o evitamos. Isso pode 
ocorrer por vários motivos: porque vai requerer 
algum tipo de esforço ou recurso; porque você 
acha que poderá ser desagradável de alguma 
forma (por exemplo: uma tarefa entediante); ou 
porque há emoções negativas associadas a fazê-
lo, como vergonha ou medo.
56
GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 5
Relutar em fazer algo que é necessário é 
bastante natural. Nós antecipamos as dificuldades 
que virão em decorrência daquele novo passo, 
ou mesmo, evitamos correr os possíveis riscos 
associados a uma certa atitude. Porém, sem passar 
pelo desconforto de fazer algo desafiador, acabamos 
perdendo grandes oportunidades de crescimento e 
de fortalecimento. 
 Quando resistimos, precisamos compreender 
o que está ocasionando este sentimento. O que está 
relacionado a este desconforto? Será que não nos 
sentimos preparados? Ou não nos identificamos com 
aquele grupo? Temos medo ou vergonha do que 
pode acontecer? Receamos que investir recursos 
em algo pode ser em vão? Ou não há motivação o 
suficiente para justificar qualquer esforço?
 Em cada caso, podemos avaliar os riscos 
e recompensas envolvidos. Também podemos 
buscar formas de facilitar a nossa atitude - por 
exemplo, se estamos relutando em ir à academia 
depois do trabalho, podemos sair de casa com as 
roupas apropriadas ou convidar amigos para nos 
acompanharem. Em nenhuma hipótese devemos 
adotar uma atitude julgadora: isso só vai aumentar 
a falta de crença da pessoa consigo mesma. Toda 
dificuldade deve ser acolhida e compreendida para 
que possa ser mudada.
 Alguém que constantemente deixa de fazer 
ações benéficas para si pode estar apresentando 
um quadro de autossabotagem. Em situações mais 
graves, como em casos de depressão, a relutância 
pode ser um sintoma de um bloqueio mais profundo. 
Nessas ocasiões, o ideal é encaminharmos a pessoa 
para o atendimento profissional adequado. Somente 
ele poderá determinar a melhor forma de ajudar. 
57
GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 5
Que tal aprender mais?
Desenvolvimento da identidade em 
adolescentes estudantes do ensino médio
Neste artigo, são apresentados os resultados 
de uma pesquisa sobre os estados da identidade 
desenvolvida com adolescentes estudantes do 
ensino médio, cujos resultados revelam que a 
maioria encontrava-se no estado de moratória. 
Disponível em link externo.
Clique aqui para acessar o material do estudante em pdf
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Referências Bibliográficas
Erikson E. (1976). Identidade: juventude e crise. Rio de Janeiro: Zahar.
Fadjukoff, P., Pulkkinen, L. & Kokko, K. (2016) Identity Formation in 
Adulthood: A Longitudinal Study from Age 27 to 50, Identity, 16:1, 
8-23. 
Marcia, J. (1966). Development and validation of ego identity status. 
Journal of Personality and Social Psychology, 3(5), 551-558. 
Moshman, D. (2011). Adolescent rationality and development: 
cognition, morality, and identity. 3. ed. Taylor and Francis Group. 
Schwartz, S. J., Luyckx, K., & Crocetti, E. (2015). What have we 
learned since Schwartz (2001)?: A reappraisal of the field of identity 
development. In K. C. McLean & M. Syed (Eds.), Oxford library of 
psychology. The Oxford handbook of identity development (p. 539–
561).
58
GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 5
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-79722009000300002#add. (Acesso em: 06/08/2020
https://drive.google.com/file/d/1hHqD7FKjb1Ys5CiFSoptZz3RStxnCr-u/view?usp=sharing
https://drive.google.com/file/d/1o3Z-rRW4YAxhMRMcNj4UPKuQh1IqEeKC/view?usp=sharing
PROJETO DE VIDA 
GUIA DO EDUCADOR
TEMA: IDENTIDADE
TÍTULO: IDENTIDADE NARRATIVA
3º ANO 
TEMA 1 
AULA 6
O que faremos hoje?
Bloco 1 Autoconhecimento

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