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PERDAS DE GESTAÇÃO EM BOVINOS
As perdas de gestação configuram um problema importante nos rebanhos bovinos, podendo comprometer a eficiência reprodutiva e a lucratividade do sistema de produção.
Essas perdas acontecem em todos os tipos de rebanho (de leite ou de corte), independente do sistema de produção (rebanhos confinados ou mantidos a pasto) e do manejo reprodutivo (seja monta natural ou inseminação artificial).
Estima-se que entre 20 e 40% das gestações sejam perdidas, sendo que 90% dessas perdas ocorrem na fase embrionária da gestação, e 10% na fase fetal.
Diversos fatores podem ser responsáveis pelas perdas de gestação, entre eles as alterações hormonais, fatores imunológicos, genéticos ou nutricionais, doenças infecciosas, estresse calórico, alta produção de leite, entre outros.
Aborto, natimorto, mumificação ou maceração fetal
A mortalidade fetal em vacas leiteiras pode ocorrer de diferentes formas. Identificá-las pode ser a chave para descobrir as causas desses abortamentos e prevenir futuros problemas relacionados à reprodução no rebanho da sua propriedade.
Quando uma morte fetal ocorre, ela pode ser um: abortamento por causas infecciosas, abortamento por causas não infecciosas, natimorto ou mumificação/maceração, por exemplo.
O primeiro procedimento a se fazer ao visualizar um feto abortado é tentar estimar em qual fase da gestação aquele abortamento ocorreu. Para isso, pode-se utilizar um barbante para fazer a comparação entre o crescimento e a estimativa da idade fetal. Confira na imagem abaixo como é feita essa relação:
Após fazer essa identificação, será possível elencar possíveis doenças que podem ter causado a perda nessa fase de gestação. Um conhecimento fundamental que a pessoa responsável por essa análise deverá ter é sobre as diferenças destes tipos de mortalidade. Confira:
Aborto:
São perdas ocorridas entre 45 dias de gestação até 30 dias antes da data prevista do parto. O feto não completou seu desenvolvimento.
Natimorto:
Perdas ocorridas no último mês de gestação até 48 horas após o parto, quando o feto já está completamente desenvolvido.
Mumificação fetal:
Morte fetal seguida de absorção dos fluidos amniótico e alantoideano, desidratação do feto e das membranas fetais. Ao palpar, por exemplo, o útero da mãe, apenas será sentida a presença de ossos. Não há abertura da cérvix e o feto não é expelido, sendo mantido no útero, em um processo asséptico.
Maceração fetal:
Abortamento incompleto com abertura da cérvix facilitando a entrada de contaminantes provenientes das fezes da mãe, do ambiente ou da própria pele da mãe, por exemplo, o que leva ao quadro de autólise dos tecidos fetais, podendo comprometer a parede uterina.
Medidas de prevenção
Existem algumas medidas de manejo que podem ser tomadas para se prevenir essas perdas. Dentre as medidas de prevenção, podemos destacar:
1) Vacinações contra doenças infecciosas
As vacinações mais importantes para se evitar perdas gestacionais são:
-  Brucelose: dose única (fêmeas entre 3 e 8 meses de idade).
- IBR/BVD: machos e fêmeas, sendo a primeira dose administrada aproximadamente aos 5 meses + reforço/revacinação anual/preventiva nas fêmeas em reprodução.
- Leptospirose: machos e fêmeas, sendo a primeira dose administrada aproximadamente aos 5 meses + reforço/revacinação anual/preventiva nas fêmeas em reprodução. Dependendo da região, se a incidência for muito alta, pode-se vacinar a cada 4 meses.
Lembrando que os resultados do controle da leptospirose por vacinação ainda são meio controversos, porque diferentes tipos de Leptospira podem causar essa doença. Assim, o ideal seria identificar qual a bactéria que está infectando o rebanho para identificar qual vacina seria a mais recomendada.
2) Diminuição de fatores estressantes
Uma outra forma muito importante de prevenir as perdas na gestação é garantir o conforto térmico dos animais, visando amenizar os efeitos do estresse calórico.
Isso pode ser feito através de sombreamento, ventiladores, aspersores, nebulizadores.
O estresse calórico é uma das principais causas de subfertilidade em vacas leiteiras. Um levantamento feito em 2010 mostrou que a taxa de concepção no inverno em rebanhos de alta produção varia de 40% a 60% e, no mesmo rebanho, durante o verão, essas taxas podem ficar entre 10% e 20%.
Confira os resultados:
3) Adoção de estratégias de biotécnicas reprodutivas
Isso consiste em adotar a inseminação artificial nos rebanhos somente nos períodos mais frescos do ano e a transferência de embrião em períodos mais quentes do ano.
Isso porque o embrião transferido já é mais resistente aos efeitos deletérios das altas temperaturas, de forma que têm mais chances de sobreviver. Essa estratégia é chamada de “embrioterapia” de verão.
Outras medidas de prevenção e controle
- Escolha do sêmen: facilidade de parto, principalmente para novilhas. Muitas perdas no final da gestação ocorrem por dificuldades no parto.
- Evitar consanguinidade: troca de macho a cada 4 anos.
- Fazer exames andrológicos periódicos rotineiramente e exames para doenças reprodutivas (para evitar que o touro passe doenças para as fêmeas).
- Cuidados com os animais que entram no rebanho, para evitar a entrada de doenças.
- Dietas balanceadas e controle do escore de condição corporal (ECC) no periparto (redução do período de balanço energético negativo).
- Cuidados com o armazenamento dos alimentos, que podem ser fonte de contaminação do rebanho, tanto por meio de toxinas como por ração contaminada com Leptospira.
- Água à vontade e de boa qualidade.
Bibliografia 
Ackermann, M. & Engels, M. (2006). Pro and contra IBR-eradication. Veterinary Microbiology, 113, 293 – 302.

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