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Doenças do Sistema Reprodutor de Suínos

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DOENÇAS DO SISTEMA REPRODUTOR DE SUÍNOS18/05
Definição
· Diversos agentes envolvidos 
· Levam a grandes prejuízos devido a abortos e perdas embrionárias 
· Fêmeas com perdas na reprodução, desviam do objetivo de geração dos leitões 
Principais Enfermidades
Brucelose, Parvovirose e Leptospirose 
Linha do Tempo da Vida Reprodutora de Fêmea Suína Saudável 
Poliestricas não estacionais ou sazonais: espécie suína ciclam em períodos regulares durante todo o ano. 
Compra de reprodutoras na fase pré-púbere (antes da apresentação do primeiro cio)
· Pré-púbere: fase que antecede o cio 
· Cio 1: idade entre 5,5 e 6,5 meses ou ao atingirem 120k PV
· Não podemos usar as fêmeas no primeiro cio, devido ao seu score corporal. Ideal é a partir do 2º ou 3º cio. 
· Duração do ciclo estral: 21 dias 
· Podemos tentar emprenhar no 2º cio. Por inseminação artificial ou monta natural (IA mais vantajosa, os animais não têm contato próximo, evitando contaminação). MN= 1M para 25 F. IA= 1 M para 100 F. 
· Cio 2: Podemos emprenhar
Como identificar gestação?
· Ultrassom: presente apenas em grandes granjas (não usual na rotina)
· Palpação: sentir o frêmito da artéria uterina média (não usual na rotina)
· Dosagem hormonal (não usual na rotina)
· Aguardar o retorno ao cio: se não retornar após 21 dias, diagnóstico positivo para gestação 
· Duração: 3 meses, 3 semanas e 3 dias (mais ou menos 14 dias)
· O processo até aqui ocorre no setor de reprodução. 7 dias antes do parto, a fêmea é encaminhada para o setor de maternidade para ocorrência do parto. 
Curiosidade: leitões não dividem tetos. 
Parição 
Mantemos o período de lactação de 21 dias (filhotes com a mãe), para que a fêmea possa retornar o seu sistema reprodutor ao normal (período puerperal), estando pronta para a próxima gestação. 
Desmame Artificial 
Após 21 dias de nascimento, ocorre o desmame artificial precoce. 
Intervalo Desmame Cio IDC
Demorar 3-9 dias para apresentarem cio. São destinadas da maternidade para a reprodução novamente, e são estimuladas ao cio. Quando apresentarem, serão emprenhadas novamente. 
Têm em média 5 partos, tendo no máximo 6. 
Logo após, são substituídas por fêmeas pré-púbere. 
Machos são mantidos de 2 a 3 anos de vida. 
Linha do tempo do sistema reprodutor de fêmea saudável: 
Período Gestacional (3M, 3S e ED)
E relação com as doenças. 
Brucelose gera problemas em terço inicial de gestação. 
Parvovirose gera problemas em terço médio da gestação. 
Leptospirose gera problemas em terço final da gestação. 
Exemplo: Após 21 dias não apresentou retorno ao cio, e após 5 semanas, apresentou cio. A fêmea estava prenhe, porém os animais morreram bem no início da gestação, sem formação óssea, podendo ocorrer reabsorção embrionária. Característico de Brucelose. 
Se o animal apresentar cio após tentar emprenhar e forem descartadas todas as possibilidades (erro de técnica, macho, etc), descartamos a fêmea. 
Brucelose, Parvovirose e Leptospirose 
Epidemiologia
Hospedeiro susceptível: Suínos 
Via de Transmissão: Horizontal e vertical (mãe para o feto)
Via de Eliminação: Secreções do sistema reprodutor (corrimento, descarga vulvar) e urina (apenas em caso de leptospirose). 
Porta de Entrada: Sistema reprodutor e feridas na pele (no caso de urina na leptospirose)
Potencial Zoonótico: Brucelose e Leptospirose 
Brucelose 
GRSC: granjas dentro desta cerificação não podem apresentar esta doença
Doença obrigatória a OIE
Agente 
· Brucella suis 
· Não há vacinas para este agente. Não há tratamento e nem prevenção, e quando encontrada em algum animal, deve ser feito o sacrifício sanitário 
Manifestações Clínicas
Fêmeas 
· Retorno ao cio entre 5 e 8 semanas após a cobertura ou IA
· Abortos em terço inicial de gestação 
· Aborto pode ocorrer bem no início ou até mesmo após formação do sistema ósseo dos fetos
· Corrimento vaginal purulento ou com sangue 
· Endometrite em fêmea não gestante 
· Irregularidade no ciclo estral (deve ocorrer a cada 21 dias), podem apresentar cio após 30, 24 dias (anormalidade)
· Paralisia 
· Claudicação
Machos 
· Infertilidade 
· Orquite: bolsa escrotal pode estar pêndula 
· Paralisia 
· Claudicação
Orquite em macho reprodutor, unilateral. 
Diagnóstico Laboratorial 
· Isolamento: Cultivo de a partir de gânglios linfáticos mandibulares, gastrohepático e ilíaco externo, de fetos abortados e seus envoltórios, corrimentos vaginais e epidídimo 
· Sorologia 
· Aglutinação rápida em placa
· Soroaglutinação lenta 
· AAT (Prova do antígeno acidificado tamponado) Mais utilizados. Usados na certificação GRSC
· 2beta mercaptoetanol 
· Prova com antígeno acidificado (Card test) 
· ELISA
Prevenção e Controle 
· Medidas gerais de biosseguridade 
· Não há vacina disponível para B. suis 
· Granja com alta prevalência: sacrifício de todos os suínos, desinfecção, vazio sanitário (3 meses seria o ideal, na rotina fazemos 7 dias) 
· Áreas endêmicas: sorologia a cada 3 meses 
· Quarentena para os reprodutores
· Geralmente a doença em humanos é ocupacional e ocorre a contaminação no momento de colheita de sêmen do suíno. Além da presença da Brucelose em abatedouros, onde as pessoas não usam os EPIs
· Alta prevalência em pessoas que trabalham em abatedouros 
Parvovirose Suína 
Definição 
· Alta prevalência e distribuição mundial 
· Causa morte embrionária, mumificação, natimortos, leitegadas de tamanho reduzido
· Normalmente ocorre em terço médio da gestação 
Agente
· Parvovírus suíno 
· Agente não envelopado (vírus dura mais de 1 ano no ambiente, mesmo na ausência de suínos), ou seja, devemos controlar a presença do parvovírus 
· Sem potencial zoonótico
Manifestações Clínicas 
· Pode ser assintomática 
· Falha reprodutiva em fêmeas (principalmente primíparas), pois as mais velhas desenvolvem imunidade
· Atrasos na data de parição 
· Leitegadas pequenas 
· Retorno ao cio 
· Presença de fetos mumificados (mais típico) 
· Machos: assintomático. Porém se contaminam e transmitem 
· Mumificação fetal em diferentes estágios de desenvolvimento (característica mais marcante), alguns animais podem ter sido reabsorvidos (os que ainda não formaram o sistema ósseo)
· Número reduzido de leitões no parto 5 a 6 mumificados (10 a 12 seria o normal)
· O parvovírus pode matar embriões antes da formação dos ossos e continuar gestando outros, e estes serão mortos posteriormente, absorvendo seus líquidos (aspecto de mumificação)
· Acontece apenas na primeira (primíparas) cria das fêmeas (20% de perdas- pois as fêmeas têm apenas 5 crias)
· Prevenção: vacinar 30 dias antes de serem introduzidos na reprodução 
Corno uterino que permite a implantação de diversos embriões 
Transmissão Vertical: mãe para o embrião 
Disseminação Lateral Lenta: em vermelho são os embriões contaminados. Vão se contaminando 1 a 1. Contamina o embrião, mata o mesmo, e após a morte, o vírus passa para o próxima embrião. 
Animais persistentemente infectados: casos raros de animais que nascem vivos mesmo após infecção dentro do útero. O sistema imune deste indivíduo acha que o Parvovírus faz parte de seu corpo, pois ele ainda estava em formação quando foi infectado. Ou seja, estes animais nunca desenvolverão imunidade contra Parvovírus, disseminando o vírus para os demais animais. Devem ser descartados. 
Mortalidade embrionária em diferentes etapas de desenvolvimento. 5 embriões (sendo o normal, de 10 a 12)
Mumificação fetal: mais típico da parvovirose. Animais desidratados, mas não perdem sua arquitetura. Animais foram contaminados 1 a 1, sendo possível observar como o vírus passa lentamente (disseminação lateral lenta).
Mumificação fetal. 
Diagnóstico Laboratorial 
· Isolamento viral: a partir de fetos mumificados, envoltórios fetais, útero de fêmeas abatidas (refrigeração) 
Outros testes: 
· Imunoflorescência direta 
· HA: Prova de reação de hemoaglutinação. Identifica se tem ou não antígenos. Se se tiver, faz a titulação do parvovírus) 
· HI: Reação de inibição da hemoaglutinação. Titula a presença de anticorposcontra o parvovírus, também faz a titulação 
· PCR 
· ELISA
*em negrito, são os testes mais utilizados 
Prevenção e Controle
· Vacinação um mês antes de entrar na reprodução evita a transmissão vertical 
· Não introduzir porcas em gestação na granja
· Contato com fêmeas mais velhas (método não tão seguro), preferir a vacinação 
Leptospirose 
Etiologia 
· No Brasil, a Leptospira pomona tem sido isolada com mais frequência
· Potencial zoonótico
· Carreado principalmente pelos roedores: problema frequente 
· Geralmente acontece no terço final da gestação 
Agente 
Leptospira pomona
Pode ser causada por até 30 Leptospiras
Nem todas levam a icterícia 
Manifestações Clínicas 
Leptospirose crônica
· Aborto
· Natimortos: que acabam morrendo poucas horas após nascimento 
· Leitões fracos, que morrem poucas horas após o nascimento
· Ocorre em terço final da gestação 
Animais não apresentam icterícia, mas não significa não ser Leptospirose 
Presença de icterícia. 
Lesões
· Nefrite intersticial 
· Rins com focos branco acinzentados de 1 a 3 mm na área cortical 
· Fetos, natimortos e leitões doentes: edema generalizado e presença de líquido sanguinolento nas cavidades (nem sempre apresenta estas alterações, mas elas devem ser apontadas se presentes) 
Diagnóstico Laboratorial 
· Isolamento 
· Cultivo de leptospira a partir de fetos ou urina 
· Urina: pode aparecer ou não, devido a eliminação intermitente 
· Sorologia 
· Aglutinação do soro dos reprodutores
Prevenção e Controle 
· Medidas gerais de biosseguridade
· Combate aos roedores
· Vacinação
· Tratamento medicamentoso: antibióticos com base em cultura e antibiograma 
Simulação de Caso Clínico 
O produtor de uma granja de suínos procura o seu serviço de médico veterinário. Ele relata que as suas matrizes estão apresentando baixo número de leitões por parição, presença de fetos mumificados em diferentes estágios de desenvolvimento e infertilidade das fêmeas jovens. Ele quer saber o que pode estar acontecendo na granja. 
Provável diagnóstico: Parvovirose.

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