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Bibiana Lima – 4° período – APG 1 Morfofisiologia do Esôfago O esôfago consiste na primeira porção do tubo digestivo. Ele é um tubo muscular (aproximadamente 25 cm de comprimento) com um diâmetro médio de 2 cm, que conduz alimento da faringe para o estômago Normalmente tem três constrições, onde estruturas adjacentes deixam impressões: • Constrição cervical (esfíncter superior do esôfago): causada pela parte cricofaríngea do músculo constritor inferior da faringe; •Constrição broncoaórtica (torácica): uma constrição dupla combinada, no local onde ocorre primeiro o cruzamento do arco da aorta e depois o cruzamento pelo brônquio principal esquerdo. • Constrição diafragmática: no local onde atravessa o hiato esofágico do diafragma, a aproximadamente 40 cm dos dentes incisivos. Tecido É constituída por um epitélio de revestimento estratificado pavimentoso não-queratinizado, uma lâmina própria fibroelástica, que possui glândulas mucosas, e uma camada de músculo liso disposta longitudinalmente, formando a camada muscular da mucosa. A submucosa do esôfago é constituída de tecido conjuntivo fibroelástico e possui glândulas mucosas conhecidas como glândulas esofágicas propriamente ditas. A porção secretora é constituída de dois tipos de células, células mucosas (lubrificação) e células serosas (lisozima e pepsinogenio). Há na submucosa o plexo submucoso de Meissner. Este plexo, que também possui corpos de neurônios pós-ganglionares parassimpáticos, controla a motilidade da mucosa (e, até certo ponto, a motilidade da submucosa), as atividades secretoras das suas glândulas e o fluxo sanguíneo local. É responsável pela atividade peristáltica, a qual move o conteúdo do lúmen ao longo do trato digestivo. Possui duas camadas: circular interna e longitudinal externa que são responsáveis pelo peristaltismo do esôfago. Dentre estas duas camadas, há o plexo de Auerbach, que regula a atividade da túnica muscular, por meio do peristaltismo. O órgão, em suas porções cervical e torácica, é coberto por uma adventícia (retroperitoneal, ele fica aderido à parede do corpo por um tecido conjuntivo frouxo, sem revestimento mesotelial) até ultrapassar o diafragma, após o qual passa a ser coberto por uma serosa (intraperitoneal, ela é recoberta pelo peritônio). Bibiana Lima – 4° período Doença do refluxo gastresofágico O refluxo gastresofágico (RGE) é, por definição, o deslocamento, sem esforço, do conteúdo gástrico do estômago para o esôfago. : “condição na qual o refluxo do conteúdo gástrico causa sintomas que afetam o bem-estar do paciente e/ou complicações” Fisiopatologia A etiologia da DRGE é multifatorial. Tanto os sintomas quanto as lesões teciduais resultam do contato da mucosa com o conteúdo gástrico refluxado, decorrentes de falha em uma ou mais das seguintes defesas do esôfago: barreira antirrefluxo, mecanismos de depuração intraluminal e resistência intrínseca do epitélio. Principal proteção contra o RGE, é composta por: esfíncter interno (ou esfíncter inferior do esôfado - EIE) e esfíncter externo (formado pela porção crural do diafragma). O EIE mantém-se fechado em repouso e relaxa com a deglutição e com a distensão gástrica. O relaxamento do EIE não relacionado com a deglutição é chamado relaxamento transitório do EIE (RTEIE), sendo considerado o principal mecanismo fisiopatológico associado à DRGE. Hernia hiatal contribui para o funcionamento inadequado da barreira antirrefluxo através da dissociação entre o esfíncter externo e o interno e do refluxo sobreposto. ̧ ̃ Decorre de uma combinação de mecanismos mecânicos (retirando a maior quantidade do volume refluído, através do peristaltismo e da gravidade) e químicos (neutralização do conteúdo residual pela saliva ou pela mucosa). A alteração do peristaltismo pode ser primária (no caso dos distúrbios motores do esôfago, como na motilidade esofágica ineficaz) ou secundária (nas doenças do tecido conjuntivo, como esclerodermia, síndrome CREST ou doença mista do tecido conjuntivo). A diminuição do fluxo salivar pode ser secundária à síndrome de Sjögren ou ao uso de diversos medicamentos. ̂ ́ ́ Constituída pelos seguintes mecanismos de defesa presentes no epitélio esofágico: Defesa pré-epitelial: composta por muco, bicarbonato e água no lúmen do esôfago, formando uma barreira físico-química, que é pouco desenvolvida no esôfago, quando comparada à mucosa gástrica e duodenal; Defesa epitelial: junções intercelulares firmes, características do epitélio estratificado pavimentoso, o que dificulta a retrodifusão de íons, e substâncias tamponadoras intersticiais, como proteínas, fosfato e bicarbonato); Defesa pós-epitelial: suprimento sanguíneo, responsável tanto pelo aporte de oxigênio e nutrientes quanto pela remoção de metabólitos). A variabilidade da composição do conteúdo refluxado é uma das possíveis explicações para os diferentes graus de esofagite observadas em pacientes com a mesma quantidade de refluxo ácido demonstrado por Bibiana Lima – 4° período exames pHmétricos. Sintomatologia São pirose (sensação de queimação retroesternal, ascendente em direção ao pescoço) e regurgitação (retorno de conteúdo gástrico, ácido ou amargo, até a faringe), de fácil reconhecimento. Estes sintomas são mais frequentes após as refeições ou quando o paciente está em decúbito supino ou em decúbito lateral direito. A causa mais comum da dor torácica de origem esofágica é a DRGE, que pode ser indistinguível da dor de origem cardíaca. O estímulo de quimiorreceptores da mucosa esofágica pelo refluxato desencadeia essa dor, visto que a inervação do esôfago e do miocárdio é a mesma. Manifestações extraesofágicas pulmonares (tosse crônica, asma, bronquite, fibrose pulmonar, aspiração recorrente, dentre outras), otorrinolaringológicas (rouquidão, globus, roncos, pigarro, alterações das cordas vocais, laringite crônica, sinusite e erosões dentárias) estão associadas à DRGE, mas não são específicas, sendo que esta pode estar dentre uma das diversas causas destes sintomas. Portanto, nos pacientes com sintomas extraesofágicos, é necessária a confirmação da existência de DRGE, através de exames complementares ou de resposta ao tratamento com antissecretores potentes. As manifestações de alarme, que sugerem formas mais agressivas ou complicações da doença, são: odinofagia, disfagia, sangramento, anemia e emagrecimento. Apresentação clínica Os portadores de DRGE não constituem uma população homogênea. As diferentes respostas ao refluxo gastresofágico ainda são pouco entendidas. Apesar das controvérsias existentes na literatura atual, estes grupos representariam subpopulações com diferentes respostas ao mesmo fator comum, ou seja, exposição do epitélio esofágico ao refluxo ácido, mais estudado do que o refluxo não ácido. ́ Aproximadamente 60% dos pacientes com DRGE têm endoscopia normal. De acordo com o resultado da pHmetria, os portadores de DRGE com endoscopia normal podem ser subdivididos em dois grupos: doença do refluxo não erosiva e pirose funcional. Doença do refluxo não erosiva Trata-se de condição na qual o paciente apresenta sintomas típicos da DRGE e o exame endoscópico não evidencia alterações da mucosa esofágica. Esses pacientes podem ser classificados em: • pacientes com exposição ácida anormal (que têm resposta terapêutica semelhante à dos pacientes com esofagite endoscópica); • pacientes com exposição ácida normal e com correlaçãopositiva entre sintomas e episódios de refluxo (estimado pelo índice de sintomas, que é positivo) e resposta ao uso de inibidores da bomba de prótons (IBP). Pirose funcional Segundo os critérios conhecidos como Roma III, é a pirose com todos os parâmetros pHmétricos normais Bibiana Lima – 4° período e ausência de resposta ao uso de IBP. Grupo mais facilmente identificável. A visualização endoscópica de erosões esofágicas sela o diagnóstico de DRGE. Apesar disso, ainda cabem diagnósticos diferenciais, como lesão esofágica induzida por comprimido e esofagite eosinofílica, dentre outros. A DRGE é responsável por 70% das estenoses esofágicas. O sintoma mais frequente de apresentação da estenose péptica é a disfagia esofágica. Cerca de 30% dos pacientes não referem sintomas prévios de pirose e regurgitação ácida. Na propedêutica desses pacientes, utilizamos habitualmente o estudo radiológico e a endoscopia digestiva (permite, para além, a coleta de biopsias para estudo histopatológico). Condição em que um epitélio colunar associado à metaplasia intestinal substitui o epitélio escamoso normal que recobre o esôfago distal. Trata-se, na grande maioria das vezes, de uma sequela da DRGE de longa evolução. O exame histopatológico do epitélio de Barrett geralmente evidencia uma forma incompleta de metaplasia intestinal. A grande preocupação causada pelo esôfago de Barrett é a predisposição de suas células sofrerem alterações genéticas associadas ao adenocarcinoma. A DRGE em pacientes com esôfago de Barrett A função motora esofágica está frequentemente comprometida nesses indivíduos. Essas anormalidades comprometem o clareamento esofágico do material refluído, aumentando o tempo de contato do refluxato com epitélio esofágico. Em mais de 90% dos pacientes, observam-se alterações do esfíncter esofágico inferior, além de uma alta incidência de hérnia hiatal. Quadro clínico Sintomas de longa duração que incluem pirose, regurgitação e disfagia esofágica. Existe também uma maior associação do esôfago de Barrett com outras complicações da DRGE, como estenose, ulcerações e sangramentos. Entretanto, quando ocorre o desenvolvimento da doença, a maioria desses pacientes apresenta uma grande melhora dos seus sintomas, tornando-se mesmo oligossintomáticos. Essa melhora é explicada pela maior resistência do epitélio de Barrett à agressão ácida. Diagnóstico Atualmente, propõe-se a seguinte classificação para o epitélio colunar de Barrett: • Segmento longo do esôfago de Barrett (metaplasia intestinal ≥ 3 cm). • Segmento curto do esôfago de Barrett (metaplasia intestinal < 3 cm). • Tecido cárdico com metaplasia intestinal. Essa classificação é importante, pois, até o momento, o risco de degeneração maligna somente está bem estabelecido no segmento longo do esôfago de Barrett. A presença de metaplasia intestinal em tecido cárdico não se relaciona à DRGE e sim à infecção pelo Helicobacter pylori e, dessa forma, não se associa patogeneticamente com o adenocarcinoma de esôfago. Propedêutica A identificação dos sintomas cardinais da DRGE (pirose e regurgitação) permite um diagnóstico presuntivo da DRGE sem a necessidade da realização de outros exames complementares, sendo segura a instituição de tratamento clínico empírico. ́ O exame é realizado ambulatorialmente, utilizando equipamentos portáteis, sensores miniaturizados de pH e análise de dados computadorizados. A pHmetria Bibiana Lima – 4° período prolongada permite o diagnóstico da DRGE por demonstrar a presença de refluxo ácido gastresofágico anormal. A pHmetria não é considerada o padrão-ouro no diagnóstico da DRGE (cerca de 25% dos pacientes sabidamente portadores de esofagite apresentam um estudo de pHmétrico normal). Outros fatores podem causar lesão endotelial Sintomas da DRGE podem variar, tornando uma única avaliação passível de subestimar o refluxo. ̂ / Trata-se de técnica que permite a identificação do refluxo gastresofágico independente de seu pH e de seu estado. Sendo assim, possibilita a avaliação qualitativa do tipo de refluxo (ácido ou fracamente ácido), seu alcance proximal, sua composição (líquido, gasoso ou misto), bem como do tempo de depuração (ou clareamento) esofágico. A principal indicação da impedância/pHmetria é na avaliação de pacientes com sintomas típicos ou extraesofágicos atribuídos à DRGE, que não responderam de forma completa ao tratamento com inibidores de bomba protônica. Nesses casos, é possível identificar a associação dos sintomas com refluxo fracamente ácido ou ácido residual. Como a impedância/pHmetria fornece todas as informações obtidas pela pHmetria, a tendência é que esse método substitua o exame convencional. Exame de escolha para avaliação das alterações da mucosa esofágica secundárias à DRGE, permitindo, além de sua visualização direta, a coleta de fragmentos esofágicos através de biopsias. As principais indicações de realização de endoscopia digestiva em pacientes com suspeita de DRGE são: • Excluir outras doenças ou complicações da DRGE. • Pesquisar a presença do esôfago de Barrett em pacientes com sintomas de longa duração. • Avaliar a gravidade da esofagite. • Orientar o tratamento e fornecer informações sobre a tendência de cronicidade do processo. A resposta histológica da mucosa esofágica ao refluxo gastresofágico crônico mostra principalmente mudanças reacionais (alongamento das papilas na lâmina própria e hiperplasia da camada de células basais) e alterações inflamatórias (presença de neutrófilos e eosinófilos intraepiteliais). Podem existir também células com abundante citoplasma pálido, chamadas células “em balão”, provavelmente devido ao aumento da permeabilidade. A cintigrafia e o esofagograma com bário são métodos radiológicos habitualmente utilizados na avaliação da DRGE e suas complicações. Os estudos baritados são úteis em pacientes com disfagia, visto que apresentam boa sensibilidade na detecção de hérnias hiatais, estenoses e anéis esofágicos. O diagnóstico de esofagite, de um modo geral, só é evidente radiologicamente em casos mais graves. Entretanto, pHmetria é um método muito mais sensível que a radiologia no diagnóstico da DRGE. A cintigrafia para estudo da DRGE trata-se de método de baixa sensibilidade quando comparado com a pHmetria prolongada. Entretanto, como permite avaliar o refluxo gastresofágico do material isotopicamente marcado, independente de sua acidez, pode ser útil em estudo de pacientes gastrectomizados, portadores de anemia perniciosa, ou em vigência de tratamento com drogas inibidoras da secreção ácida gástrica. O teste de Bernstein-Baker objetiva comprovar que o sintoma do paciente decorre do refluxo ácido gastresofágico. Esse teste utiliza a infusão de ácido clorídrico a 0,1 N na luz esofágica, na tentativa de reproduzir o sintoma típico do paciente, e a infusão de solução salina como placebo. Considera-se o teste positivo naquele paciente que apresentou sintomas típicos apenas durante a infusão de ácido clorídrico. Esse teste é considerado de alta especificidade ao atribuir a origem do sintoma ao refluxo ácido. Deve ser reservado para situações em que não se dispõe de pHmetria prolongada, ou para pacientes que Bibiana Lima – 4° período apresentam sintomas infrequentes, e que não ocorreram durante o monitoramento esofágico do pH. Tratamento ́ Refeições pouco volumosas, com alto conteúdode proteínas e baixo conteúdo de gorduras, podem evitar a distensão gástrica e contribuir para manter a pressão do EIE. A ingestão de alimentos nas três horas precedentes ao horário de deitar contribuiria para reduzir a frequência dos episódios pós–prandiais de refluxo, especialmente na posição de decúbito. Foi demonstrado que, imediatamente após a ingestão de chocolate, a pressão do EIE diminui. O suco de laranja teria efeito irritativo direto na mucosa esofágica independente do pH, o que poderia ser explicado pela elevada osmolaridade dos sucos concentrados, também presente em comidas apimentadas que geralmente são preparadas com muito sal. O efeito direto do álcool sobre a mucosa, redução da pressão do EIE e prolongamento da exposição ácida noturna, sugerindo efeito deletério nas defesas contra o refluxo patológico. A obesidade é considerada, hoje, fator de risco para DRGE. O tabagismo tem influência negativa na DRGE devido a: diminuição da pressão do EIE, diminuição do volume e da secreção de bicarbonato salivar, e aumento do risco de desenvolvimento de adenocarcinoma do esôfago distal e cárdia. (omeprazol) Os IBP são eficazes e seguros quando usados na terapia de manutenção, que deve ser individualizada de acordo com a gravidade e resposta ao tratamento. As principais preocupações sobre as consequências da inibição da secreção gástrica incluem: • Hipergastrinemia (hormônio gastrina), reversível com a interrupção do tratamento e não relacionada com desenvolvimento de car- cinoides ou displasia. • Progressão da gastrite do corpo gástrico induzida pela infecção pelo H. pylori. • Interferência na absorção de nutrientes, devido à hipocloridria resultante do uso prolongado de IBP.. 2 (cimetidina) Os antagonistas dos receptores H2 (AH2) são drogas seguras e bem toleradas, mas têm curta duração de ação (entre 4 e 8 h, conforme o regime empregado) e resultam em inibição incompleta da secreção ácida. Consequentemente, para o tratamento da DRGE, são necessárias doses múltiplas. Além disso, observa-se declínio da inibição da secreção ácida quando usada por mais que duas semanas, fenômeno conhecido como taquifilaxia ou tolerância, que limita a eficácia terapêutica. As alterações fisiopatológicas responsáveis pela DRGE poderiam ser corrigidas por drogas que aumentassem a pressão do EIE, melhorassem o peristaltismo do esôfago e o esvaziamento gástrico. Os medicamentos procinéticos atualmente disponíveis no mercado não corrigem estas alterações, e são eficientes apenas quando usados em pacientes com sintomas dispépticos associados. A metoclopramida não é considerada boa escolha no trata- mento da DRGE, pois atua no sistema nervoso central, causando efeitos colaterais como sonolência, irritabilidade, tremores e discinesia. A domperidona, antagonista da dopamina apenas em nível periférico, é útil, mas observa-se hiperprolactinemia em 10 a 15% dos seus usuários crônicos. A cisaprida, foi retirado do comércio por induzir arritmias cardíacas principalmente quando as- sociada a outras drogas. Consiste no reposicionamento do esôfago na cavidade abdominal associado à hiatoplastia e fundoplicatura. Bibiana Lima – 4° período A falta de resposta ao tratamento clínico não é atualmente considerada como indicação de tratamento cirúrgico, pois a falha terapêutica pode ser devida à incorreção do diagnóstico. Neste caso, deve-se sempre reconsiderar o diagnóstico e reavaliar a terapia. O tratamento cirúrgico da DRGE não complicada deve ser considerado quando: Houver razões que impossibilitem a continuidade do tratamento clínico (de ordem pessoal, econômica ou intolerância) For exigido tratamento contínuo de manutenção com IBP, especialmente naqueles com menos de 40 anos de idade, que optem pelo tratamento cirúrgico. Nas formas complicadas da DRGE (i. e., estenose e/ou úlcera) e quando houver adenocarcinoma. Todos têm como objetivo aumentar a barreira antirrefluxo. Radiofrequência (Stretta): cria uma lesão que, ao cicatrizar, resulta em estenose – radiofrequência para fortalecer o músculo. Sutura endoscópica: cria uma plicatura endoluminal no esôfago distal Implantação de microesferas. Farmacologia da Dispepsia Dispepsia é uma sensação de dor ou desconforto na parte superior do abdome, com extenso diagnóstico diferencial e fisiopatologia heterogênea. De acordo com a etiologia, pode ser classificado em: Dispepsia orgânica: as principais causas são úlcera péptica, Helicobacter pylori, refluxo gastroesofágico, medicamentos (os agentes antiinflamatórios não esteroides são os agressores mais comuns) e malignidade gástrica. Dispepsia funcional: requer a exclusão de outras causas orgânicas de dispepsia, sendo comum a plenitude pós-prandial, saciedade precoce e/ou dor/ardência epigástrica. Náuseas, vômitos ou azia são menos frequentes Abordagem É baseada na presença ou ausência de características de alarme, idade do paciente e prevalência de infecção por H. pylori. Terapias - IBPs se ligam à enzima H+/K+-ATPase (bomba de prótons) e suprimem a secreção de íons hidrogênio para o lúmen gástrico. São superiores aos antagonistas H2 no bloqueio da produção de ácido e na cicatrização das úlceras. Assim, eles são os fármacos preferidos no tratamento e na profilaxia de úlceras de estresse e para o tratamento de DRGE, esofagite erosiva, úlcera duodenal ativa e condições hipersecretoras patológicas. Todos esses fármacos são eficazes por via oral. Para obter o efeito máximo, os IBPs devem ser ingeridos de 30 a 60 minutos antes do desjejum ou da principal (maior) refeição do dia. Bibiana Lima – 4° período O uso concomitante desses IBPs com clopidogrel não é recomendado devido aos possíveis riscos de eventos cardiovasculares 2 Eles são antagonistas competitivos da histamina e totalmente reversíveis. As ligações de ACh, histamina ou gastrina com seus receptores resulta na ativação de proteinocinases, que, por sua vez, estimulam a bomba de prótons H+/K+-adenosina trifosfatase (ATPase) a secretar íons hidrogênio em troca de K+ para o lúmen do estômago. Após administração oral, os antagonistas H2 se distribuem amplamente pelo organismo (incluindo o leite materno e por meio da placenta) e são excretados principalmente na urina. Em geral, trantam-se de medicamentos bem tolerados. São medicamentos que procuram estimular a motilidade gastrointestinal e, por isso, são reservados o uso para pacientes nos quais outras terapias falharam. Deve ser utilizado por quatro semanas antes de interromper o tratamento. Se os sintomas se repetirem, repetimos um curso de terapia, reconhecendo que até 30% dos pacientes podem ter efeitos colaterais, a maioria dos quais geralmente são leves e desaparecem com a interrupção da terapia. Referências Gartner LP, Hiatt JL. Tratado de histologia em cores. 3ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2007. Moore KL. Anatomia orientada para a clínica. 7a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. DANI, Renato; PASSOS, Maria do Carmo F. Gastroenterologia Essencial, 4ª edição: Grupo GEN, 2011. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br. Acesso em: 03 ago. 2022 GOTFRIED, Jonathan. Dispepsia. Manual MSD, 2022. Disponível em: <https://www.msdmanuals.com>. Acesso em: 04 ago. 2022 WHALEN, Karen; FINKELL, Richard; PANAVELIL, Thomas A. Farmacologia Ilustrada, 6ª edição.: Grupo A, 2016. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca Acesso em: 04 ago. 2022. https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-277-1970-4/.https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-gastrointestinais/sintomas-dos-dist%C3%BArbios-gastrointestinais/dor-abdominal-cr%C3%B4nica-e-dor-abdominal-recorrente https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582713235/.
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