Buscar

Medicina Legal- Declaração de Óbito

Prévia do material em texto

Medicina Legal 
Declaração de Óbito (DO) 
A morte de uma pessoa necessita, sempre, ser 
conhecida e devidamente registrada, após sua 
constatação por um médico (são deveres do 
médico a constatação e a atestação da morte). 
A atestação, constitui-se em ATO MÉDICO, que 
não pode ser delegado, admitindo-se, como 
única exceção, documentos gerados em 
localidades onde não existam médicos. 
A constatação deve ser feita, sempre, 
pessoalmente, segundo o Código de Ética 
Médica 
Objetivos 
 fazer prova do desaparecimento 
do indivíduo, permitindo que seus consequentes 
direitos sejam passados aos herdeiros (direitos 
sucessórios, de previdência, entre outros). 
 aspectos quantitativos e 
qualitativos da mortalidade, ou seja, estimativas e 
características das mortes. 
Importante para o conhecimento e o 
estabelecimento do perfil epidemiológico da 
população e de ações governamentais para 
prevenção dessas causas. 
Elaboração de políticas de saúde. 
Sistema de Informações sobre Mortalidade 
(SIM/MS) 
Causa básica é sempre a selecionada para a 
apresentação de estatísticas de mortalidade. 
Componentes da DO 
 
 
A DO é formada por três vias autocopiativas, de 
cores diferentes, numeradas sequencialmente, 
elaborada e impressa pelo Ministro da Saúde, 
Secretarias Estadual e Municipal de Saúde, 
seguindo cada uma das vias, fluxo padronizado 
em todo o País. 
É composta por g blocos de informações, 
divididos em 59 variáveis, todos de 
preenchimento obrigatório (quando couberem), 
numerados em algarismos romanos. 
14 variáveis 
Destina-se a identificar a pessoa que morreu, 
fundamentalmente para atender à sua finalidade 
jurídica. 
Preencher sempre à vista de um documento 
com foto (RG, CNH, passaporte, outros), a fim de 
evitar problemas de homônimos 
 
Tipo de óbito
Data do óbito 
Quando não souber, colocar data estimada. SIM 
não aceita o registro da DO contendo esta 
variável em branco!
Anotar hora exata ou aproximada em que 
ocorreu o óbito no padrão 24 horas 
Obs.: Não existe 24h00! O correto é 23:59 ou 
00:00 
 Cartão SUS 
Se indisponível, colocar um traço. 
Naturalidade 
Cidade e UF, ou pelo menos UF 
Estrangeiros nome do país de origem 
Desconhecida: traço 
: Nome do/a falecido/a 
Completo sem abreviaturas 
Óbito fetal: preencher “Natimorto” 
Sem identificação até o momento da emissão da 
DO preencher com o termo “Pessoa não 
identificada” 
 Nome do pai e da mãe 
Sem abreviatura ou “Ignorado” 
 Data de nascimento 
Formato (dd/mm/aa) 
 Idade 
Sabida ou idade presumida 
Anos completos: > ou igual a 1 ano de vida 
Menores de 1 ano 
Até 11 m 29 d: meses completos de vida 
Até 29 d: número de dias de vida 
Até menos de 1 dia: número de horas 
Até menos de 1 hora: minutos de vida 
Ignorado: quando não for possível identificar 
idade do falecido 
Óbito fetal: NÃO preencher 
Sexo 
Ignorado para casos especiais: 
Cadáveres mutilados, avançado estado de 
decomposição, genitália indefinida ou 
hermafroditismo 
Raça/Cor
Não admite “Ignorada” 
Perguntar ao responsável por prestar a 
informação 
Situação Conjugal
Escolaridade
Última série concluída 
Ocupação
Evitar ocupações inespecíficas como vendedor, 
operário, professor, médico etc. 
Colocar complemento da ocupação: vendedor 
de automóveis, operária têxtil, professor de 
matemática, médico-pediatra, ... 
Aposentado: colocar ocupação habitual anterior 
DO é um documento oficial, fonte de dados para 
preenchimento da certidão de óbito, NÃO 
podendo conter rasuras ou emendas. 
Em caso de erro acidental no preenchimento, a 
DO rasurada deve ser inutilizada e preenchida 
outra em seu lugar. 
NUNCA RASGAR 
Complementa informações do Bloco 1. 
Do ponto de vista epidemiológico permite: 
1. Distribuição espacial dos óbitos em cada área. 
2. Cálculo de indicadores quanto à vigilância em 
saúde e contato com a família visando à 
posterior investigação do óbito, se 
necessário. 
 
 
Permite à equipe de saúde ou de pesquisa 
retornar ao local (instituição) onde ocorreu a 
morte para esclarecimento de dúvidas que 
possam existir 
São informações sobre a mãe. 
Este bloco tem objetivos epidemiológicos 
relativos à saúde materno-infantil 
Óbito fetais ou < 1 ano geralmente ligados a 
fatores maternos como idade ou ligados à 
gravidez ou parto: número de gestações, tipo de 
parto, por exemplo. 
. 
Possui 4 campos para preenchimento 
• Óbitos de mulher em idade fértil 
No BR, considerada de 10 a 49 anos. 
Saber se ela estava grávida no momento do 
parto ou tinha estado grávida até um ano antes 
do óbito. 
Informação importante: subsídio para melhor 
conhecimento das mortes maternas (resultantes 
de gravidez, parto ou puerpério), causas 
geralmente mal declaradas pelos médicos na DO. 
Em caso de morte por causas externas, a 
realização de necropsia é obrigatória. A presença 
de gravidez pode ser comprovada pela abertura 
do útero. 
• Assistência Médica 
Se recebeu assistência médica durante a doença 
que causou sua morte. 
• Causas de morte 
Colocar todas as causas presentes no momento 
da morte – tenham ou não contribuído para ela 
– com vistas a possíveis estudos de causa 
múltiplas. 
Logo abaixo das linhas a, b e c encontram-se as 
palavras “devido a ou como consequência de”, 
dando a noção de cadeia de causas. 
 
LEMBRAR AO PREENCHER ESTE CAMPO QUE: 
1. Deve ser anotado apenas um diagnóstico por 
linha. 
2. O intervalo de tempo entre o aparecimento 
de cada diagnóstico citado e a morte, 
contribui para estabelecer a correta 
sequência de causas que o paciente possa 
apresentar; se o início for desconhecido citar 
o momento em que o diagnóstico foi feito. 
3. CID – código internacional de cada doença na 
Classificação Internacional de Doenças - 10ª 
Revisão; essa informação não é de 
preenchimento obrigatório a ser feito pelo 
médico mas do serviço responsável pelas 
estatísticas. 
➢ CAUSA BÁSICA: 
É a doença ou lesão que iniciou a cadeia de 
acontecimentos patológicos que conduziram 
à morte ou as circunstâncias do acidente ou 
violência que produziram a lesão fatal. 
Objetivo: identificar o médico que forneceu a DO. 
Localizar o médico em caso de necessidade. 
Ex: esclarecimentos quanto à real causa da 
morte 
Campo 43: condição do médico que assinou o 
atestado: 
1. Médico assistente 
2. Substituto 
3. Do fornecida pelo IML ou SVO 
IMPORTANTE: 
A assinatura do/a médico/a é em um bloco 
específico e não junto às causas de morte 
É a prova de que ele/a é o/a responsável por 
todas as informações (ou sua falta) existentes na 
declaração de óbito e, não somente, os 
diagnósticos que levaram ao óbito. 
Destinado ao esclarecimento de casos de óbitos 
decorrentes de acidente e/ou violência. 
O médico que assina a D.O. deve informar no 
campo 51 a ausência de sinais de lesão externa 
em casos de óbito sem assistência médica e 
causa básica desconhecida. 
Funerária leva pessoa em óbito ao PS. 
Informações relativas ao registro de óbito em 
Cartório a serem preenchidas por ocasião do 
registro civil da morte. 
No caso de óbito em localidades sem médico/a, 
a lei prevê que duas testemunhas – que tenham 
presenciado ou verificado a morte – possam 
promover seu registro em cartório, assinando a 
DO existente nesta instituição. 
Preferência a pessoas com habilitação técnica 
(farmacêutico, bioquímico etc.) 
A certificação de óbitos por testemunhas (leigos) 
deve ser feita somente na presença de sinais 
inequívocos de morte, como a putrefação 
cadavérica. 
Situações em que se deve omitir a DO 
Todos os óbitos (naturais ou violentos) 
Quando a criança nascer viva e morrer logo após 
o nascimento, independentemente da duração 
da gestação, do peso do recém-nascido e do 
tempo que tenha permanecido vivo. 
No óbito fetal, se a gestação teve duração igual 
ou superior a 20 semanas, ou o feto com peso 
igual ou superior a 500 gramas, ou estaturaigual 
ou superior a 25 centímetros. 
Quando não se deve emitir a DO 
Óbito fetal, com gestação de menos de 20 
semanas, ou peso menor que 500 gramas, ou 
estatura menor que 25 centímetros. 
Nota: A legislação atualmente existente permite 
que, na prática, a emissão da D.O. seja facultativa 
para os casos em que a família queira realizar o 
sepultamento do produto de concepção. 
Peças anatômicas amputadas: para peças 
anatômicas retiradas por ato cirúrgico ou de 
membros amputados. Nesses casos, o médico 
elaborará um relatório em papel timbrado do 
hospital descrevendo o procedimento realizado. 
Esse documento será levado ao cemitério, caso 
o destino da peça venha a ser o sepultamento. 
DO de morte natural com assistência médica 
Deve ser emitida pelo médico que vinha 
prestando assistência ao paciente. 
Na sua falta, o médico substituto ou plantonista, 
para óbitos de pacientes internados sob regime 
hospitalar. 
O médico designado pela instituição que prestava 
assistência, para óbitos de pacientes sob regime 
ambulatorial. 
O médico do P.S.F, do Programa Internação 
Domiciliar e outros assemelhados, para óbitos de 
pacientes em tratamento sob regime domiciliar. 
Obs.: o SVO pode ser acionado para emissão da 
DO, em qualquer das situações acima, caso o 
médico não consiga correlacionar o óbito com o 
quadro clínico concernente ao acompanhamento 
registrado nos prontuários ou fichas médicas 
destas instituições 
DO em caso de morte natural sem assistência 
médica 
Deve ser emitida pelo médico do SVO, nas 
localidades que dispõem deste tipo de serviço. 
O médico do serviço público de saúde mais 
próximo do local onde ocorreu o evento; e na 
sua ausência, por qualquer médico, nas 
localidades sem SVO. 
DO em morte por causa externa 
• Em localidade com IML: 
O médico legista, qualquer que tenha sido o 
tempo entre o evento violento e a morte 
propriamente. 
• Em localidade sem IML: 
Qualquer médico da localidade, investido pela 
autoridade judicial ou policial, na função de perito 
legista eventual (ad hoc) 
Óbito ocorrido em ambulância com médico 
A responsabilidade do médico que atua em 
serviço de transporte, remoção, emergência, 
quando este dá o primeiro atendimento ao 
paciente, equipara-se à do médico em ambiente 
hospitalar. 
Portanto, se a pessoa vier a falecer, caberá ao 
médico da ambulância a emissão da DO, se a 
causa for natural e se existirem informações 
suficientes para tal. Se a causa for externa, 
chegando ao hospital, o corpo deverá ser 
encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML).

Continue navegando