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IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS

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Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário 
 
ALUNO: LEANDRO TAKEO ALVES WATANABE 
TURMA: 2022.01-ECT-BSB 
 
SEMINÁRIO VII – IPI 
 
Questões 
1. Construir a(s) regra(s)-matriz(es) de incidência tributária do IPI. 
Inicialmente, importante lembrar que a regra-matriz de incidência tributária é 
composta por hipótese/antecedente, onde identifica-se os critérios material, temporal e 
espacial e, pelo consequente, no qual verifica-se os critérios pessoal e quantitativo. 
Em concordância com o que preceitua o art. 153, IV, da CF/88em relação a 
regra-matriz de incidência tributária, Fábio Soares de Melo1 explica, como regra geral, 
que ela se exterioriza pela incidência sobre operações realizadas com produtos 
industrializados, por meio da qual apresenta a circunstância de determinada pessoa, 
produzir a industrialização de determinado produto e desenvolver a respectiva saída do 
estabelecimento produtor, em virtude da realização de certo negócio jurídico mercantil 
que acarrete na transferência de titularidade. 
O CTN, o qual foi recepcionado com status de lei complementar, por sua vez, 
em seu art. 46, dispõe que sobre as operações de importação de produtos 
industrializados do exterior (desembaraço aduaneiro) também haverá incidência do IPI, 
bem como nos casos de arrematação, quando apreendido ou abandonado e levado a 
leilão o produto industrializado. 
Nesse sentido, vislumbra-se três regras-matrizes de incidência tributária do IPI, 
quais sejam, a) nas operações de industrialização de produtos; b) nas operações de 
importações de produtos industrializados do exterior e; c) nos casos de arrematação, 
quando o produto industrializado for apreendido ou abandonado e levado a leilão. 
 
IPI – Operações de industrialização de produtos 
Antecedente: 
Critério material – realizar operação jurídica envolvendo produtos industrializados. 
 
1 MELO, Fabio Soares de. Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) – panorama 
jurisprudencial atual. In: IX Congresso Nacional de Estudos Tributários do IBET. São Paulo: 
Noeses, 2012. 
Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário 
 
Critério espacial – em regra, qualquer lugar do território brasileiro, desde que existente 
um estabelecimento industrial de onde possa sair o produto industrializado. 
Critério temporal – momento da saída do produto industrializado do estabelecimento 
industrial. 
 
Consequente: 
Critério pessoal – sujeito ativo: União Federal; sujeito passivo: titular do 
estabelecimento industrial ou que lhe seja equiparado. 
Critério quantitativo – base de cálculo: valor da operação; alíquota: percentual previsto 
na tabela de IPI. 
 
IPI – operações de importação de produtos industrializados do exterior 
Antecedente: 
Critério material – realizar operação de importação de produtos industrializados do 
exterior. 
Critério espacial – repartições alfandegárias/aduaneiras. 
Critério temporal – momento do desembaraço aduaneiro. 
 
Consequente: 
Critério pessoal – sujeito ativo: União Federal; sujeito passivo: importador. 
Critério quantitativo – base de cálculo: valor da operação, o qual seria o valor que 
servir de base para os cálculos dos tributos aduaneiros; alíquota: percentual previsto na 
tabela de IPI. 
 
IPI – arrematação de produtos industrializados, quando apreendidos ou 
abandonados e levados a leilão 
Antecedente: 
Critério material – arrematar produto industrializado apreendido ou abandado e levado 
a leilão. 
Critério espacial – local do leilão. 
Critério temporal – momento da arrematação. 
 
Consequente: 
Critério pessoal – sujeito ativo: União Federal; sujeito passivo: arrematante. 
Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário 
 
Critério quantitativo – base de cálculo: valor do arremate; alíquota: percentual previsto 
na tabela de IPI. 
 
2. Sobre o direito ao crédito do IPI, pergunta-se: 
a) É possível o aproveitamento de créditos de IPI decorrentes da aquisição de insumos 
com alíquota zero ou imunes? E de operações decorrentes da Zona Franca de 
Manaus adquiridos sobre o regime de isenção? Se possíveis estes créditos, como 
quantificá-los? (Vide anexos I, II e III). 
Para que possamos responder a presente questão, deve-se destaque uma 
importante característica do IPI, qual seja a norma contida no art. 153, § 3º, II, da 
CF/88, que dispõe que tal imposto seja “não-cumulativo, compensando-se o que for 
devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores”. 
O objetivo do dispositivo acima é impedir a criação de um efeito cascata 
produzido pelas sucessivas incidências do imposto nas operações da cadeia 
econômica de um produto. Dessa forma, o princípio da não-cumulatividade tem por 
finalidade, buscar uma tributação justa sob o ângulo da ótica fiscal e econômica. 
Dito isso, resta saber se é possível o aproveitamento de créditos de IPI 
decorrentes da aquisição de insumos com alíquota zero ou imunes. O STF, por meio 
do julgamento dos recursos extraordinários 566.819, 562.980, 475.551, 353.657 e 
370.682, resolveu por bem modificar a jurisprudência referente ao direito de o 
contribuinte realizar o creditamento de matérias-primas que entrarem em seu 
estabelecimento, em regime alíquota zero, imunidade ou isenção, restando o 
entendimento que há o direito ao creditamento decorrente da aquisição de produtos 
fiscalmente desonerados como imunidade, não incidência, isenção e alíquota zero. 
No referido tema, coube à Suprema Corte o pronunciamento sobre o alcance 
constitucional da não-cumulatividade, bem como sobre a eficácia temporal do direito 
de aproveitamento trazido pela Lei 9.779/99 em seu art. 11. 
Art. 11. O saldo credor do Imposto sobre Produtos Industrializados - 
IPI, acumulado em cada trimestre-calendário, decorrente de aquisição 
de matéria-prima, produto intermediário e material de embalagem, 
aplicados na industrialização, inclusive de produto isento ou tributado 
à alíquota zero, que o contribuinte não puder compensar com o IPI 
devido na saída de outros produtos, poderá ser utilizado de 
conformidade com o disposto nos arts. 73 e 74 da Lei no 9.430, de 27 
de dezembro de 1996, observadas normas expedidas pela Secretaria 
da Receita Federal do Ministério da Fazenda. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9430.htm#art73
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9430.htm#art73
Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário 
 
Veja que tal dispositivo autorizou ao industrial o direito de aproveitar os créditos 
de IPI acumulados por força de não incidência, alíquota zero ou isenção nessa etapa 
da cadeia, como forma de consertar deformidade que poderia ser causada ao 
contribuinte caso não pudesse de algum modo aproveitar os créditos acumulados. 
No entendimento do STF ficou assentado de que os créditos em discussão, 
tendo em vista serem de natureza presumida, poderiam ser aproveitados somente 
por força de lei, o que só aconteceu com a edição da citada Lei 9.779/99. 
Nesse sentido, também restou o direito de aproveitamento de créditos 
decorrentes de operações decorrentes da Zona Franca de Manaus adquiridos sobre 
o regime de isenção. Até em julgamento mais recente pela Corte: 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 596.614 
IPI. DIREITO DE CRÉDITO. INSUMOS PROVENIENTES DA ZONA 
FRANCA DE MANAUS ADQUIRIDOS SOB O REGIME DE ISENÇÃO. 
PRINCÍPIO DA NÃO-CUMULATIVIDADE. CF/88, ART.43, 1º, II, E 2º, 
III;153, 3º, II. 
Plenário, 25.04.2019. 
 
Em relação a quantificação dos créditos, esta se resolve com a aplicação da 
alíquota do produto sobre o valor da aquisição do insumo isento. 
Os anexos I e II trazem julgamentos do STF e STJ, respectivamente, os quais 
refletem entendimento abordado na presente questão, dando direito de 
aproveitamento de créditos de IPI decorrentes da aquisição de insumos com alíquota 
zero ou imunes apenas com a vigência da Lei 9.779/99. Já no anexo III, o STJ veda 
tal aproveitamento por entender que a aquisição de bens que integram o ativo 
permanente da empresa ou de insumos quenão se incorporam ao produto final ou 
cujo desgaste não ocorra de forma imediata e integral durante o processo de 
industrialização não gera direito a creditamento de IPI, consoante a ratio essendi do 
artigo 164, I, do Decreto 4.544/2002 (atual Decreto 7212/10). 
 
b) Os materiais consumidos no processo de produção, mas que não são agregados 
diretamente ao produto final, geram créditos do IPI? E os bens adquiridos para ativo 
permanente? E os materiais de teste ou protótipos? (Vide anexo IV) 
Em relação aos materiais consumidos no processo de produção, mas que não 
são agregados diretamente ao produto final, poderá haver o creditamento, conforme 
disciplina o art. 226, I, do Decreto 7212/10: 
Art. 226. Os estabelecimentos industriais e os que lhes são 
equiparados poderão creditar-se (Lei nº 4.502, de 1964, art. 25): 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4502.htm#art25.
Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário 
 
I - do imposto relativo a matéria-prima, produto intermediário e material 
de embalagem, adquiridos para emprego na industrialização…, 
aqueles que, embora não se integrando ao novo produto, forem 
consumidos no processo de industrialização, salvo se compreendidos 
entre os bens do ativo permanente; 
 
Dessa forma, nota-se que não há vedação na legislação que impeça que os 
materiais consumidos no processo de produção, mesmo que não agregados diretamente 
ao produto final, gerem créditos de IPI, bem como em relação a materiais de teste ou 
protótipos. 
Sendo assim, se o objetivo da não-cumulatividade é desonerar o preço final do 
produto, não cabe o entendimento de não permitir que o contribuinte utilizasse os créditos 
provenientes da aquisição de materias consumidos no processo de produção, mesmo que 
não sejam agregados ao produto final, de materiais de teste ou protótipos. 
Por outro lado, quando se trata de bens adquiridos para ativo permanente, não 
é possível o creditamento de IPI, pois a legislação não permite ta aproveitamento, 
conforme se depreende do dispositivo acima menciona do Decreto 7212/10. 
Conforme o anexo III, no item anterior, o STJ veda tal aproveitamento por 
entender que a aquisição de bens que integram o ativo permanente da empresa ou de 
insumos que não se incorporam ao produto final ou cujo desgaste não ocorra de forma 
imediata e integral durante o processo de industrialização não gera direito a creditamento 
de IPI, consoante a ratio essendi do artigo 164, I, do Decreto 4.544/2002 (atual Decreto 
7212/10). 
Reforçando tal vedação, o STJ sumulou o assunto: Súmula nº 495 – “A aquisição 
de bens integrantes do ativo permanente da empresa não gera direito a creditamento de 
IPI”. 
O anexo IV revela tema do item anterior, referente ao direito de creditamento de 
insumos provenientes da Zona Franca de Manaus, o qual foi respondido naquele item. 
 
3. Qual a relevância das classificações fiscais para a determinação da incidência do IPI? 
Discorrer sobre os seus critérios de solução para efeitos de problemas de classificação 
fiscal. Com base nessa resposta, comente: 
A classificação fiscal para a determinação da incidência do IPI é de extema 
importãncia, pois é ela que, com base nos princípios da seletividade, especificidade e 
essencialidade, atribui menores ou maiores alíquotas, respectivamente, aos produtos 
considerados essenciais ou supérfluos. 
Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário 
 
Classificação fiscal é o ato se identificar em um enorme catálogo o código 
respectivo de cada mercadoria, o qual deve constar nas notas fiscais de venda e 
documentos de importação, além disso é esse código que serve para identificar toda a 
tributação que recai sobre a mercadoria.2 
Basicamente, a finalidade das classificassões fiscais é, com base em uma 
estrutura de códigos e respectivas descrições, classificar mercadorias. A organização 
de tais códigos anui que sejam atendidas as especificidades dos produtos, em 
ordenamento numérico lógico, crescente e com base no nível de sofisticação das 
mercadorias. 
Em relação aos critérios de solução para efeitos de problemas de classificação 
fiscal, tais critérios constam da Tabela do IPI. Ressalta-se que todo produto só pode 
ser classificado por um código e, restando dúvidas quanto a classificação, a TIPI 
estabelece os críterios de solução: 
3. Quando pareça que a mercadoria pode classificar-se em duas ou 
mais posições por aplicação da Regra 2 b) ou por qualquer outra razão, 
a classificação deve efetuar-se da forma seguinte: 
a) A posição mais específica prevalece sobre as mais genéricas. 
Todavia, quando duas ou mais posições se refiram, cada uma delas, a 
apenas uma parte das matérias constitutivas de um produto misturado 
ou de um artigo composto, ou a apenas um dos componentes de 
sortidos acondicionados para venda a retalho, tais posições devem 
considerar-se, em relação a esses produtos ou artigos, como 
igualmente específicas, ainda que uma delas apresente uma descrição 
mais precisa ou completa da mercadoria. 
b) Os produtos misturados, as obras compostas de matérias diferentes 
ou constituídas pela reunião de artigos diferentes e as mercadorias 
apresentadas em sortidos acondicionados para venda a retalho, cuja 
classificação não se possa efetuar pela aplicação da Regra 3 a), 
classificam-se pela matéria ou artigo que lhes confira a característica 
essencial, quando for possível realizar esta determinação. 
c) Nos casos em que as Regras 3 a) e 3 b) não permitam efetuar a 
classificação, a mercadoria classifica-se na posição situada em último 
lugar na ordem numérica, dentre as suscetíveis de validamente se 
tomarem em consideração. 
 
De acordo com o enunciado da TIPI, quando houver dúvidas quanto a 
classificação, prevalecerá a posição mais específica sobre as mais genéricas. Restando 
inaplicável essa regra, o critério se dará na matéria-prima do produto industrializado. 
Ainda permancendo dúvidas, a mercadoria será classificada na posição alocada em 
 
2 FRANCISCO, Claudio Cortez. Artigo: Classificação fiscal para leigos, 2022. Disponível em: 
Classificação Fiscal para leigos (contabeis.com.br). Acesso em 27 de junho de 2022. 
https://www.contabeis.com.br/artigos/7179/classificacao-fiscal-para-leigos/
Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário 
 
último lugar na ordem numérica, entre as quais validamente se colocarem em 
consideração. 
 
a) qual a classificação correta para Tablets (se 8471.30.12 ou 8471.3019), justificando 
com base nos critérios de solução identificados. (Vide anexo VI). 
Em relação a classificação correta para Tablets, entende-se que o código 
8471.30.12 é equivocado para tal produto, tendo em vista que esse código destina-se 
ao produto com teclado alfanumérico e não touchscreen. 
Sendo assim, a classificação mais acertada é o código 8471.30.19 denominado 
como “outras”. 
O anexo VI mostra uma Solução de Consulta Diana/SRRF, consulta à Divisão 
de Aministraçao Aduaneira, onde restou a aplicabiliade do código 8471.30.19 à 
Máquina automática para processamento de dados portátil, comercialmente 
denominada “tablet”. 
 
b) Contribuinte sediado no Estado de São Paulo, realiza importação de sabonetes 
“antiacne”. Sucedendo empasse segundo o qual a ANVISA define a mercadoria como 
cosmético, e a legislação tributária, à classe dos medicamentos e tratando-se de termo 
não definido pela Constituição Federal, qual definição deve prevalecer: a fixada pela 
agência reguladora ou aquela prescrita pela legislação tributária? (Vide Anexo XIV) 
De acordo com o art. 8º, da Lei 9.782/99, cabe à Agência regulamentar, controlar 
e fiscalizar os produtos e serviços que envolvam risco à saúde pública. Dessa forma, 
a auroidade aduaneira é imcompetente para classificação do produto, pois não detém 
conhecimento técnico-específico para tal função. 
Partindo dessa premissa, entende-se também, que no caso em tela, trantando-
se de produtos como medicamentos ou cosméticos, que de certa forma estão atreladosa questão da saúde pública, deverá prevalecer a definição fixada pela ANVISA, pois, 
assim como a autoridade aduaneira não possui capacidade e conhecimento técnico-
específico, o legislador também não o tem, ao menos o necessário, ainda mais quando 
a legislação está antiga e defasada. 
Não contém anexo XIV no presente tarbalho, todavia, o anexo XI reflete o tema 
em discussção. Trata-se de julgado do STJ de caso semelhante, onde o entendimento 
é de que a classificação refoge à competência da autoridade aduaneira, sendo 
Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário 
 
atribuição privativa da autoridade sanitária, justamente por esta possuir conhecimento 
técnico-científico exigido para esse mister. 
 
4. Que é produto industrializado? O processo de salga do bacalhau constitui 
aperfeiçoamento do produto para consumo ou é mero modo de conservação para fins 
de transporte? Em outros termos, o bacalhau (seco e salgado) é tido produto 
industrializado para fins de incidência do IPI? Caso o bacalhau seja de espécie não 
contemplada na tabela do IPI (TIPI), mesmo que seja seco, salgado ou em salmoura 
ou, ainda, defumado, pode-se falar em incidência do IPI? (Vide anexo VII) 
A Constitução Federal de 1988 não trouxe de forma minuciosa o devido conceito 
do que é produto insutrializado. Entretanto, o art. 46, § único, do CTN dispõe que 
“considera-se industrializado o produto que tenha sido submetido a qualquer operação 
que lhe modifique a natureza ou a finalidade, ou o aperfeiçoe para o consumo”. 
Por sua vez, o Decreto 7212/10 em seu art. 4º, aduz que industrialização é 
qualquer operação que modifique a natureza, o funcionamento, o acabamento, a 
apresentação ou a finalidade do produto, ou o aperfeiçoe para consumo (…). 
Ainda, nos incisos do mesmo dispositvo tem-se modalidade de industrilização, 
ao posso que art. 5º do mesmo Decreto expressa casos que não são considerados 
como industrialização. 
Eduardo Domingos Bottallo, citado por Fábio Soares de Melo3, explica, quanto 
ao imposto em estudo, que “pode -se assentar que um produto é industrializado, para 
fins de IPI, sempre que, mercê de uma operaçao física, química, mecânica ou técnica, 
adquire utiliadade nova ou, de algum modo, se mostre mais bem ajustado para o 
consumo”. (São Paulo: Editora Dialética, 2009). 
Observa-se que tanto a legislação como a doutrina modelam como espécies de 
gênero industrialização, de uma forma geral, as figuras da transformação, 
beneficiamento, montagem, acondicionamento ou recondicionamento e renovação. 
Sendo assim, sabe-se que o bacalhau seco salgado não se apresenta como 
retirado da natureza, notando-se que o peixe passa por procedimentos como 
evisceração, retirada da cabeça, limpeza, secagem e, por fim, a salga. Dessa forma, 
fica evidente a modificação da aparência do produto e seu aperfeiçoamento. 
 
3 MELO, Fabio Soares de. Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) – panorama 
jurisprudencial atual. In: IX Congresso Nacional de Estudos Tributários do IBET. São Paulo: 
Noeses, 2012. 
Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário 
 
Partindo desse entendimento, o referido produto se torna industrializado, pois, 
aquelas operações modificaram a apresentação do peixe quando pescado, consituindo 
assim, incidência de IPI. 
Em hipótese de que o bacalhau seja de espécie não contemplada, de forma 
expressa, na tabela do IPI, deverá ser classificado como uma das formas mais 
genéricas do bacalhau na própria tabela, incidindo igualmente o imposto, tendo em 
vista as definições de industrialização trazidas nesta questão. 
O anexo VII expõe julgado, relativamente antigo, porém, decidido somente no 
corrente ano, em que a Suprema Corte firmou a seguinte tese de julgamento: “É 
infraconstitucional, a ela se aplicando os efeitos da ausência de repercussão geral, a 
controvérsia relativa à incidência de IPI sobre o bacalhau seco e salgado oriundo de 
país signatário do GATT". 
 
5. Qual a base de cálculo do IPI? Você entende que os seguintes valores podem ser 
incluídos em sua BC: (i) valores relativos juros das vendas financiadas? (ii) os 
descontos incondicionais ou de produtos bonificados? (iii) o valor do frete? (iii. a) O 
frete integra o ciclo de produção? (iii. b) Há diferença se houver sido estipulada cláusula 
FOB (free on board) ou CIF (cost, insurance and freight)? Fundamente suas respostas. 
Maurício Darli Timm do Valle ensina que base cálculo “é a grandeza 
abstratamente considerada sobre qual, quando recheada de significação no caso 
concreto, será aplicada a alíquota, operação da qual resultará o quantum devido a título 
de tributo”. 
Nos casos de IPI, o art. 190 do Decreto 7212/10 estipula o que constitui valor 
triibutável: 
Art. 190. Salvo disposição em contrário deste Regulamento, constitui 
valor tributável: 
I - dos produtos de procedência estrangeira: 
a) o valor que servir ou que serviria de base para o cálculo dos tributos 
aduaneiros, por ocasião do despacho de importação, acrescido do 
montante desses tributos e dos encargos cambiais efetivamente pagos 
pelo importador ou dele exigíveis (Lei nº 4.502, de 1964, art. 14, inciso 
I, alínea “b”); e 
b) o valor total da operação de que decorrer a saída do 
estabelecimento equiparado a industrial (Lei nº 4.502, de 1964, art. 
18); ou 
II - dos produtos nacionais, o valor total da operação de que decorrer a 
saída do estabelecimento industrial ou equiparado a industrial (Lei nº 
4.502, de 1964, art. 14, inciso II, e Lei nº 7.798, de 1989, art. 15). 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4502.htm#art14ib
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4502.htm#art14ib
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4502.htm#art18
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4502.htm#art18
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4502.htm#art14ii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4502.htm#art14ii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4502.htm#art14ii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7798.htm#art15
Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário 
 
A base de cálculo do IPI é fixada pelo art. 47 do CTN, pelo art. 14 da Lei 4.502/64 
e como visto anteriormente, pelo art. 190 do Decreto 7212/10. 
Dessa forma, referente a base de cálculo do IPI, a legislação determina que a) 
nos produtos oriundos do exterior, o valor que servir ou que serviria de base de cálculo 
dos tributos aduaneiros, no momento do desembaraço da importação, acrescido do 
montante dos referidos tributos e demais encargos cambiais efetivamente pagos pelo 
importador ou dele exigidos ou o preço da operação, na saída do estabelecimento 
imprtador; b) nos produtos nacionais, o preço da operação de que decorre o fato jurídico 
tributário. 
Ressalta-se que a alíquota do IPI consta na TIPI, com base no Decreto mais 
recente referente à tabela, Decreto 10.923/21, sendo utilizada a Nomenclatura Comum 
do Mercosul (NCM), respeitando o princípio da seletividade ou essencialidade, em 
concordância com o que dispõe o art. 153, § 3º, I, da CF/88. 
Em uma venda financiada, o comprador obtém recursos de determinada 
instituição financeira para pagar a aquisição do produto, incidindo IPI somente sobre o 
valor efetivamente pago ao vendedor do produto, não abarcando os juros pagos aquela 
instiuição financeira, os quais incidirão o IOF. Dessa forma, entende-se não ser possível 
a incidência de IPI sobre os juros das vendas financiadas. 
No que tange aos descontos incondicionais e produtos bonificados, o art. 15 da 
Lei 7.798/89 determina que tais descontos não poderão ser deduzidos da base de cáculo 
do imposto. Todavia, trata-se de lei ordinária, por isso, entendo não ser possível essa 
inclusão na base de cálculo do imposto, vez que a CF/88 reserva competência para alterar 
base de cálculo à Lei Complementar. 
Nesse mesmo sentido, tendo em vista a reserva de competência acima citada, 
dá-se o mesmo tratamento ao frete, apesar de ter disposição expressa quanto a sua 
inclusão, art.190, §§ 1 e 2º do Decreto 7212/10. Acrescenta-se que o frete não integra o 
ciclo de produção, de modo que trata-se apenas de transporte do produto. 
Em contratos do tipo FOB, “livre a bordo”, o comprador assume os riscos e custos 
em relação ao transporte da mercadoria. Já nos contratos CIF, “custo, seguro e frete”, 
consiste em acordo comercial no qual o vendedor arca com os custos necessários para 
transportar a mercadoria ao destino. Com base no entendimento de que o frete não pode 
ser incluído na base de cálculo do IPI, entende-se irrelevância do tipo desses contratos. 
Porém, para quem entende na incidência de IPI caso o frete seja repassado ao 
Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário 
 
comprador, nos contratos com a cláusula CIF incidiria o imposto, enquanto que para os 
contratos com a cláusula FOB não. 
 
6. A empresa Tudex Ltda é uma indústria que produz máquinas e equipamentos. No 
meio de seu processo de produção, envia seus produtos a outra empresa, 
Galvanomix Ltda, para que esta efetue a galvanização desses produtos. Feita a 
galvanização, os produtos voltam à linha de produção da Tudex, onde esta 
concluirá seu processo de produção e, posteriormente os venderá aos 
consumidores finais. Pergunta-se: a atividade realizada pela Galvanomix é uma 
industrialização por encomenda ou prestação de serviço? Incidirá ISS, IPI ou ISS e 
IPI? Justifique (vide anexos VIII, IX e X). 
Para verificarmos e extrairmos melhor entendimento se em relação à 
operação do enunciado da questão incidirá ISS, IPI ou ambos, necessário se faz 
diferenciarmos quando haverá incidências de tais impostos. 
Sobre o tema, Roque Antônio Carrazza4 ensina de forma clara a diferença em 
relação à ocorrência de incidência no que tange aos dois impostos em discussão, 
vejamos: 
“Reiteramos que o ISS é uma exação que grava o fato jurídico da 
prestação do serviço de qualquer natureza (prestação de fazer), ao 
passo que o IPI incide sobre o ato jurídico que envolve operações com 
produtos industrializados (prestação de dar). Importa ressaltar que o 
IPI se distingue do ISS, não pelo esforço humano ou pela dificuldade 
em realizá-lo, mas pela prática de operações jurídicas que implicam 
num dar algo corpóreo, que não decorra de encomenda específica do 
adquirente. Se o esforço humano, ainda que se traduza num bem 
material, leva a um fazer, em favor do tomador, o tributo devido jamais 
será o IPI, mas, eventualmente, o ISS.” 
 
Nesse sentido, percebe-se que a incidência do IPI se dá sobre operações que 
envolvam produtos industrializados e não sobre o processo de industrialização em sim 
e, dessa forma, podendos-e afirmar que a obrigação tributada pelo IPI é uma 
obrigação de dar. 
Noutro lado, no ISS tem-se um esforço humano, serviço em favor de outrem, 
incidindo o imposto sobre uma obrigação de fazer. 
 
4 CARRAZZA, Roque Antonio. Reflexões sobre a obrigação tributária. São Paulo: Noeses. Item 4 do 
Capítulo 5. 
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Ainda sim, relembra-se que na regra-matriz de incidência tributária do IPI, 
quanto ao critério material tem-se “realizar operação jurídica envolvendo produtos 
industrializados”. Acerca da expressão “operação”, neste caso, subentende-se que 
deverá ocorrer a transferência de titularidade do produto industrializado. 
No caso em tela, ocorre mera encomenda para a realização de etapa do 
processo de industrialização, não compreendendo transferência de titularidade da 
mercadoria. 
Necessário destacar que nesta questão específica, não há transferência de 
titularidade da mercadoria quando ela sai de uma empresa para outra. Entende-se que 
admitindo a incidência de IPI nessa operação, seria aceitar, erroneamente, alteração 
no critério material do IPI, passando a ser a industrialização pos si só, conforme se 
denota pelas Consultas trazidas nos anexos VIII e IX. 
Nesse diapasão, conclui-se o entendimento que deve haver a tributação 
somente pelo ISS, no mesmo sentido apresentado pela Consuta apresentada pelo 
anexo X. 
 
7. Uma entidade religiosa, devidamente cadastrada nos órgãos competentes como tal, 
para gozo da imunidade tributária (além de cumprir todos os requisitos previstos no 
artigo 9º e 14, do Código Tributário Nacional), pretende realizar a importação de 
bens para uso próprio. Todavia, a Receita Federal do Brasil não autorizou a 
realização do desembaraço aduaneiro diante da exigência do Imposto sobre 
Produtos Industrializados (desconsidere a exigência de outros tributos). Na 
hipótese em questão, a entidade religiosa está sujeita a tal exigência? 
A imunidade tributária concedida a entidades de natureza religiosa se estende 
ao IPI incidentes sobre as importações de bens destinados às finalidades 
essenciais dessas organizações. 
Tais entidades podem se caracterizar como instituições de assistência social 
a fim de se beneficiarem da imunidade tributária prevista no art. 150, VI, c, da 
CF/88. Com base nesse dispositivo, a União, Estados, Distrito Federal e Municípios 
não podem instituir impostos sobre patrimônio, renda, ou serviços de instituições 
de assistência social, entre outras entidades. 
O tema esteve em recente disussão no STF, por meio do julgamento em sede 
de repercussão geral do RE 630790 (Tema 336), de relatoria do ministro Luis 
Roberto Barroso, o qual explicou o papel da Suprema Corte em relação as normas 
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imunizantes em relação a essas instituições: “O STF vem ampliando o alcance da 
norma imunizante, de modo a afastar a cobrança de todos os impostos que possam 
reduzir o patrimônio ou comprometer a renda dessas instituições”. 
 
8. Nos termos da Constituição Federal (artigo 159, I), cinquenta por cento da receita 
com do IPI deverá ser entregue pela União, sendo 21,5% ao fundo de participação 
dos estados e do Distrito Federal e 22,5% ao Fundo de Participação dos Municípios. 
Como é de conhecimento público, o Governo Federal, por meio do Decreto nº 
10.979, de 25 de fevereiro de 2022, reduziu as alíquota de diversos produtos. 
Considerando que essa redução foi feita pelo Poder Executivo, o que afeta 
diretamente a receita dos Estados e dos Municípios, esse decreto pode ser 
declarado inconstitucional em eventual medida ajuizada perante o STF? 
Em abril deste ano foi publicado o Decreto 11.047/22, o qual promove a 
consolidação no corte de 25% das alíquotas do IPI. Tal medida se deu para que a 
redução do governo federal fosse atrelada à nova versão da TIPI, que entrou em 
vigor em maio de 2022. 
Sendo assim, o instrumento revogou o Decreto 10.979/22, que inicialmente 
fez o corte de IPI e estava vinculado à versão anterior da TIPI. 
Apesar da redução afetar diretamente a receita dos Estados e dos Municípios, 
enrtende-se que esse prejuízo, por si só, sofrido pelos entes citados, não torna o 
Decreto editado pelo Governo Federal inconstitucional, tendo em vista a 
competência sobre o IPI ser da União. 
Forte nesse sentido, o próprio art. 153, IV, § 1º, da própria CF/88 faculta ao 
Poder Executivo essa liberdade de alteração de alíquotas no que tange aos 
impostos de competência da União, lógicamente atendidas as condições e os 
limites estabelecidos em lei. 
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: 
[…] 
IV - produtos industrializados; 
[…] 
§ 1º É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os 
limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos 
enumerados nos incisos I, II, IV e V. 
 
Todavia, há casos que necessitam de uma observância diferenciada tanto 
pelo legislador, quanto pelo administrador, como o caso da Zona Franca de 
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Manaus, incluisve, a própria CF/88 manteve a importência e sensibiliadade para 
previsões voltadas a uma zona fiscalmente privilegiada, como se conforma a ZFM. 
Com redução genérica da alíquota a nível nacional, as empresas situadas na 
Zona Franca deixa de ter vantagenscompetitivas frente a outras regiões mais 
industrializadas, permitindo a evasão do setor industrial da região, ante os elevados 
gastos com a logística e passarão a se deslocar para as cidades que possuem 
maior concentração de industriais, e facilidade de escoamento da produção. 
O IPI é um dos principais tributos integrantes do pacote de incentivos fiscais 
caracterizador da Zona Franca de Manaus, localidade isenta do pagamento desse 
imposto por força dos arts. 3º e 9º do Decreto-Lei 288/1967. 
Com base nisso, houve proposta ADI ao STF para discutir sobre o tema. 
Trata-se da ADI 7153 MC/DF, a qual teve recentemente deferida cautelar para 
suspender os efeitos da íntegra do Decreto 11.052/22 e dos Decretos 11.047/22, e 
11.055/22, apenas no tocante à redução das alíquotas em relação aos produtos 
produzidos pelas indústrias da Zona Franca de Manaus que possuem o Processo 
Produtivo Básico, conforme conceito constante do art. 7º, § 8º, b, da Lei 8.387/1991.

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