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MECANISMO GERAL DE AÇÃO DOS FÁRMACOS QUE ATUAM NA COAGULAÇÃO SANGÜÍNEAAntiagregante plaquetario FARMACOLOGIA · São fármacos úteis no tratamento dos distúrbios da hemostasia. · Atuam inibindo a formação ou destruindo trombos e êmbolos. · Os distúrbios trombóticos incluem infarto agudo do miocárdio (IAM), trombose venosa profunda (TVP), embolia pulmonar (EP) e acidente vascular encefálico isquêmico agudo. Essas condições são tratadas com anticoagulantes e fibrinolíticos. HEMOSTASIA Processo em que ocorre a formação de tampão sólido no sangue para bloquear rupturas do vaso sangüíneo evitando hemorragias. Etapas: Rudolph Virchow propôs que uma tríade de eventos que seria necessária para a formação de um trombo: anormalidades na parede do vaso acompanhadas de alterações no fluxo e nos componentes sanguíneos. COMPONENTES · Parede vascular · Plaquetas · Fatores da coagulação (plasmáticos) CAMADA ÍNTIMA O ENDOTÉLIO apresenta propriedades antiplaquetárias, anticoagulantes e fibrinolíticas. Fatores liberados: · PROSTACICLINA · OXIDO NÍTRICO · ATIVADORES DO PLASMINOGÊNIO – Dando origem a plasmina. Endotélio lesado · Atividade: Protrombótica · Fator liberado: VON WILLEBRAND CAMADA MÉDIA Fibras colágenas – Ativação de Fatores plasmáticos da Coagulação. Células musculares lisas - Agentes vasoconstrictores: · Serotonina · Adrenalina e noradrenalina · Tromboxano A2 CAMADA ADVENTÍCIA Tecido conjuntivo e vasos sanguíneos nutrientes. PLAQUETAS Quando ocorre uma lesão endotelial, as plaquetas ficam expostas à matriz extracelular na parede vascular e assim desencadeiam uma cascata hemostática. Eventos Plaquetários: · Adesão plaquetária; · Reação de liberação; · Agregação plaquetária. FATORES PLASMÁTICOS DA COAGULAÇÃO · Síntese: Fígado Dependência da Vitamina K · Teoria clássica da coagulação sanguínea (1904) Foi proposto para explicar a fisiologia da coagulação do sangue, segundo o qual a coagulação ocorre por meio de ativação proteolítica sequencial de pró-enzimas por proteases do plasma, resultando na formação de trombina que, então, quebra a molécula de fibrinogênio em monômeros de fibrina. Divide a coagulação em uma via extrínseca (envolvendo elementos do sangue e também elementos que usualmente não estão presentes no espaço intravascular) e uma via intrínseca (iniciada por componentes presentes no espaço intravascular), que convergem para uma via comum FIBRINÓLISE PLASMINOGÊNIO - Sintetizado no fígado, medula óssea e rins PLASMINA cliva fibrinogênio e fibrina, dando origem aos produtos de degradação da fibrina FÁRMACOS QUE AGEM NA COAGULAÇÃO Inibem o desenvolvimento e o aumento do tamanho dos coágulos através de suas ações sob a fase de coagulação. Podem interferir na agregação plaquetária, na síntese ou degradação da Fibrina. Utilização clínica: · Síndromes coronárias agudas · Tromboembolismo venoso · Tromboembolismo pulmonar · Profilaxia de eventos trombóticos Antiplaquetários: · Impedem a agregação das plaquetas · inibem a cicloxigenase-1 (COX-1) ou bloqueiam os receptores de GP IIb/IIIa ou ADP. · Profilaxia de trombos Ex: Ácido acetil salicílico–ASS- INIBIÇÃO DE COX Ticlopidina- inibindo irreversivelmente a ligação ADP aos seus receptores nas plaquetas, inibindo assim a ativação do GPIIb/III Clopidogrel- Pro-fármaco- inibe, seletivamente, a ligação da adenosina difosfato (ADP) ao seu receptor plaquetário P2Y12 e, subsequente, ativação do complexo glicoproteíco GPIIb/III. Abciximabe- Bloqueio do do complexo glicoproteíco GPIIb/III. Eptifibatida e Tirofiana-Bloqueio do do complexo glicoproteíco GPIIb/III. FÁRMACOS ANTIAGREGANTES PLAQUETÁRIOS ÁCIDO ACETIL SALICÍLICO (AAS) Utilizado na clínica como antipirético, antiinflamatório, analgésico, antiplaquetário, entre outros. O AAS faz parte do grupo farmacológico denominado AINES (antiinflamatórios não esteroidais). Na plaqueta a COX promove a conversão do Ácido Aracdônico em Tromboxano A2. O AAS se liga e inibe a COX como todos os AINES. Entretanto, os AINES se ligam de uma forma reversível e o AAS se liga de forma irreversível, ou seja, seu efeito só cessa quando a COX for metabolizada. Inibe a síntese de tromboxano A2 Uso na clínica: 500 mg/3 x ao dia. Como antiplaquetário deve ser utilizado em doses baixas de 100 a 325 mg/dia (equivalente a um comprimido infantil). Dessa maneira, permite a prevenção primária das doenças cardiovasculares de pacientes com fatores de risco e também prevenção secundária. ÁCIDO ACETIL SALICÍLICO: Efeitos Adversos: Desconforto epigástrico – náuseas - vômitos – em infecções virais pode provocar em crianças < 2 anos a Síndrome de Reye, que consiste em hepatite fulminante associada a edema cerebral que pode levar ao óbito. (Usar em crianças o paracetamol). A aspirina é absorvida principalmente no meio ácido do estômago. Não pode utilizar em pacientes hemofílicos ou que usam heparina ou anticoagulantes orais _ hemorragias. Para a restauração da agregação plaquetária é necessária a produção de novas plaquetas contend nova cicloxigenase. Devido a possibilidade da trombocitopenia e risco de hemorragia, não devem ser administrados a pacientes que estejam com a suspeita da doença Dengue. Contra-indicados também: · Pelos efeitos anticoagulantes · Terapia anticoagulante · Alterações na coagulação (hemofilia, PLAQUETOPENIA, deficiência vitamina K) · Cirurgias · Pelos efeitos sobre aparelho GI · Úlcera péptica · Gastrite ou sangramento gastrintestinal FÁRMACOS ANTICOAGULANTES · Varfarina (antagonista de vit K) · Heparina (Indireto da trombina) · Dabigatrana (inibidor direto da trombina) · Fondaparinux (Inibidor seletivo do Fator Xa) · Rivaroxabana age inibindo a ação do fator de coagulação Xa · Lepirudina (inibidor direto da trombina) VARFARINA · Anticoagulante Oral · Antagonista da Vitamina K (Cofator para: II, VII, IX e X) · Com o déficit de Vit. K (produção de fatores menos ativos) · Efeitos entre 8 e 12 horas. · Pico em até 72 a 96 horas. · Risco de interações medicamentosas. · Promove ação teratogênica. Varfarina Sódica: 1 mg, 2,5 mg,5mg. 7,5 mg e 10 mg. Prevenção de AVC, IAM . Dose inicial:2,5 a 5,0 mg VO 1 X ao dia. (Doses mais baixas em idosos) Ajustar a dose para manter o INR na faixa terapêutica entre 2-3 HEPARINA E HBPM · Inibidores de trombina (impedindo formação de fibrina) · Solução Injetável · Extraída de mucosa intestinal suína · HBPM é modificada laboratorialmente. Tipos de heparina Heparina não fracionada (UFH) · Preparadas a partir do pulmão bovino e da mucosa intestinal suína · Peso molecular 5-30KDa Heparina de baixo peso molecular (LMWH) · Preparadas a partir da heparina não fracionada obtida por despolimeração · Fragmentada: Enoxaparina, Dalteparina · Pentasacarídeo sintético: Fondaparinux · Pesos moleculares 1- 5KDa FÁRMACOS ANTICOAGULANTES MECANISMO DE AÇÃO: A heparina atua em inúmeros alvos moleculares, mas seu efeito anticoagulante é consequência da ligação à antitrombina III, com a rápida inativação subsequente dos fatores de coagulação · Liga-se à antitrombina III e acelera a sua ligação à trombina. · Catalisa a inibição da trombina. VIAS DE ADMINISTRAÇÃO: · A heparina não é absorvida após a administração oral, sendo administrada por vias parenterais. ENDOVENOSA – Produz efeitos quase imediatos SUBCUTÂNEA – Tempo de latência de 2h INTRAMUSCULAR- Deve ser evitada devido a taxa de absorção irregular, ocasionando sangramento e irritação local. Características da heparinoterapia · Pacientes internados · Inibe coagulação in vivo e in vitro · O tempo de coagulação do sangue total é prolongado Efeitos adversos: hemorragia – TGI, trato urinário e supra-renal Agentes fibrinolíticos · Alteplase · Reteplase · Estreptoquinase · Uroquinase Conversão de plasminogênio em plasmina A doença tromboembólica aguda em determinados pacientes pode ser tratada com a administração de fármacos que ativam a conversão de plasminogênio em plasmina, uma serinoprotease que hidrolisa fibrina e, assim, dissolve coágulos. Características comuns dos trombolíticos Todos atuam direta ou indiretamente convertendo plasminogênio em plasmina,que, então, hidrolisa a fibrina, hidrolisando, assim, os trombos. A dissolução do coágulo e a reperfusão ocorrem com maior frequência quando o tratamento é iniciado logo após a formação do trombo, pois ele se torna mais resistente à lise à medida que envelhece. Infelizmente, um número maior de trombos pode ocorrer enquanto o trombo se dissolve, levando a uma maior agregação das plaquetas e trombose. Estratégias para evitar essa situação incluem a administração de antiplaquetários, como AAS, ou antitrombóticos, como heparina. Alteplase (antes conhecida como ativador do plasminogênio tecidual ou APt) é uma serinoprotease originalmente derivada de cultura de células de melanoma humano. Atualmente, é obtida como produto de tecnologia de DNA recombinante. Reteplase é um derivado menor de APt recombinante, engenhado geneticamente. Tenecteplase é outro APt recombinante com meia-vida mais longa e maior afinidade pela fibrina do que a alteplase.