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TCC educação de jovens e adutos

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EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
Monografia do Trabalho de Curso (TC) apresentada ao Centro Universitário Ítalo Brasileiro, como parte dos requisitos para obtenção do titulo do licenciado em Pedagogia, sob orientação do Prof. Dr. José Luiz Germano Martins.
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
Monografia de Conclusão de Curso apresentada ao Centro Universitário Ítalo Brasileiro, como parte dos requisitos para obtenção do título de Licenciado em Educação Física sob a orientação do Prof. Dr. José Luiz Germano Martins.
Nota ___________________________ 
Data da Aprovação: ____/____/______ 
BANCA EXAMINADORA: 
A meus pais, pelo amor a mim dedicado e por terem sido meus primeiros mestres. À minha mãe, pelo apoio incondicional e cumplicidade a prosseguir nesta Jornada. Ao meu pai, por ter acreditado em mim e fornecido condições para que eu cumprisse mais esta meta em minha vida. 
RESUMO
Este trabalho é focado na educação de jovens e adultos, que tem como base averiguar através de relatos históricos, quais foram os motivos do retorno aos estudos. A sociedade por estar em constante mudança é quem sempre está exigindo dos seus indivíduos o que é como devem viver. Por isso essa mesma sociedade cobra dessas pessoas uma escolarização, se não for assim o sujeito dessa história estará fora do meio em que vive. Esta pesquisa teve como objetivo demonstrar que a educação escolar vive da interferência da sociedade, onde depende dos seus interesses e com isso tem muitas influências no que ensinar para os alunos ou não, e também como está a formação desse Professor que leciona na EJA. Para que este trabalho pudesse ser desenvolvido foram aplicados 8 questionário na para os Professores que leciona na Educação de Jovens e Adultos (EJA) na etapa de alfabetização. A partir desses dados coletados a análise foi realizada através de estatística simples dos dados. A conclusão que é de grande importância na educação de jovens e adultos e que para os Professores atuantes nessa aria da educação tem consigo o dever de alfabetizar seus alunos assim sendo eles teram consciência dos seus direitos e deveres.
 Palavras-chaves: Jovens; Adultos; Professores; Sociedade.
SUMÁRIO
CAPITULO 1 INTRODUÇÃO	7
CAPÍTULO 2 HISTÓRIA DA ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS	9
2.1Décadas de 30	9
2.2 Décadas de 40 e 50	11
2.3 Décadas de 60 e 70	13
2.4 Décadas de 80 e 90	15
CAPÍTULO 3 DO MOBRAL À EDUCAÇÂO À DISTÂNCIA PARA JOVENS E ADULTOS	18
3.1 Do MOBRAL a nova LDB	18
3.2 Influencia de Paulo Freire na educação de jovens e adultos	24
3.3 Educação popular	27
3.4 Formação qualificada	28
CAPÍTULO 4 PROFESSOR E ALUNO: SUAS FUNÇÕES E SUAS RELEÇÕES	31
4.1 O papel do educador	31
4.2 O Papel do aluno na Educação de Jovens e Adultos	34
4.3 Relações professor e aluno	37
4.4 As representações do professor e do aluno na relação	39
Capitulo 05 Procedimentos de pesquisa	42
5.1 Pesquisas de campo	43
5.2 Entrevista	45
5.3 Problematização	45
5.4 Tipos de pesquisas	46
Pesquisa acadêmica	46
Capitulo 06 Procedimentos de analises	48
6.1 Apresentações dos resultados	49
6.2 Apresentações dos resultados	49
6.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS DA PESQUISA	61
CONCLUSÃO	63
BIBLIOGRAFIA	68
CAPITULO 1 INTRODUÇÃO	
 
 A escolha do tema Educação de Jovens e Adultos se deu pelas vivências e pela importância de voltar aos estudos, e com os dias atuais a EJA vem ganhando espaços na educação conforme a LDB, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n° 9.394/96 onde consta no título V, Capítulo II, Seção V, dois Artigos relacionados, especificamente, à Educação de Jovens e Adultos: Art. 37 e Art. 38.
 O nosso interesse neste trabalho é abordar A Formação do Processo- Prático Educativo e sua importância no ensino - aprendizagem de Jovens e Adultos como forma de compreender teoricamente, as metodologias e recursos didáticos utilizados na EJA, visando a atender o principio da adequação destes à realidade cultural subjetiva dos jovens e adultos.
Este trabalho tem ainda a finalidade de contribuir para um repensar do educador atuante nas classes da EJA, fazendo - o refletir sobre sua prática pedagógica, especialmente como formador de cidadãos cônscios de seu papel na sociedade, relacionando-a aos objetivos da EJA previstos na legislação e no pensamento pedagógico vigente.
Buscando estabelecer relações entre as questões teóricas, filosóficas e a prática pedagógica, procura-se frisar alguns aspectos que se julgam necessários no processo de contrução do conhecimento, na perspectiva de uma educação libertadora.
Devido à necessidade de inserirem-se no contexto social e econômico, os educandos da EJA retornam à escola; porém nesta volta depara-se com situações que muitas vezes os desestimulam, como a metodologia de ensino.
Atendendo esse princípio, as propostas metodológicas da EJA devem ser diferenciadas das turmas de 1° e 2° nível de segmento do Ensino Fundamental, considerando que os jovens e adultos têm uma realidadade cultural e um nível de subjetividades diferentes em relação às crianças, sendo necessária, então, a adequação das metodologias empregadas nessa modalidade de ensino.
Segundo Vygotsky (2003), a aprendizagem procede da interação entre as estruturas do pensamento e o contexto social, num método de construção e reconstrução pela ação do sujeito sobre o objeto a ser conhecido. Para ocorrer à aprendizagem necessitaria o enfrentamento em ocasiões que fossem desafiadoras que proporcionam ao aluno chegar a patamares mais elaborados de conhecimento, desta forma haveria a necessidade da intervenção de outros sujeitos.
O problema de pesquisa do presente trabalho é constituído pelas seguintes perguntas:
A constante necessidade de intregar com a sociedade faz com que jovens e adultos partam em busca de uma escolarização, ou seja, voltem à sala de aula após alguns anos?
As instituições envolvidas nos projetos para jovens e adultos, vêm se aprimorando para que o aluno que volte à escola, não seja desmotivado, fator este que gera altos índices de evasão escolar?
Acreditamos que a sociedade por estar em constante mudança é quem sempre está exigindo dos seus indivíduos o que e como devem viver. Por isso essa mesma sociedade cobra dessas pessoas uma escolarização, se não for assim o sujeito dessa história estará fotra do meio em que vive.
Compreendemos que o ambiente escolar e os educadores têm grandes influencia na continuidade ou não dos estudos daqueles que voltam á sala de aula, já que influenciam na frenquência constante dos alunos e o incentivo, conhecimento da vida diária, ligada à matéria.
Desta forma o educador tem que explorar o conhecimento que o educando já tem adiquirido por meio da interação social. Ele é constituído a partir da relação do indivíduo com o meio social, considerando as experiências de vida, os valores, as crenças, ou seja, a cultura do alfabetizando.
Este trabalho tem como objetivo coletar dados de uma forma investigativa, para verificar os motivos que levaram alguns jovens e adultos a interromperem os estudos e a parar de estudar e o que fizeram retornar. E ainda, conhecer o modo que o professor poderá orientá-lo, no ensino aprendizagem dos alunos adultos por trazerem uma bagagem muito grande de conhecimento.
 
 
CAPÍTULO 2 HISTÓRIA DA ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
  2.1Décadas de 30
 
Segundo Freire (apud GADOTTI, 1979, p. 72) em Educação de Jovens e Adultos: teoria, prática e proposta, os termos Educação de Adultos e Educação nao formal referem-se à mesma área disciplinar, teórica e prática da educação, porém com finalidades distintas.
Esses termos têm sido popularizados principalmente por organizaçoes internacionais - UNESCO - referindo-se a uma área especializada da Educação.
No entanto, existe uma diversidade de paradigmas dentro da Educação de Adultos.
A alfabetização de jovens e adultos começou a ter mais atenção na década de 30, durante o governo de Vargas, devido à necessidade de mudança, por causa de vários aspectos sócias e econômicos que o país vinha passando.
Segundo Aranha (1996), um desses motivos foi à industrialização, quenaquele período o Brasil passava por grandes transformações industriais.
O investimento na indústria no país, na época, provocou um deslocamento de muitas pessoas da zona rural-agrícola, para urbano-industrial havendo uma necessidade de adequação para os novos habitantes que vinham para a cidade em busca de trabalho nas indústrias, contudo o governo teve que fazer novos investimentos no sistema público de educação.
Para Cunha (1985), nos anos 30, com a aceleração de democratização no ensino houve um avanço no ingresso dos diversos níveis de escolarização. Com essa mudança houve a participação das classes sociais que se subdividia por visar basicamente o seu próprio interesse em uma sociedade que excluía muitos cidadãos brasileiros, mantendo o controle nas mãos daqueles por eles eram considerados como condutor do progresso para o futuro do país.
Com o Brasil passando por uma fase de industrialização cada vez mais avançada, precisaria de mão de obra qualificada para atender às necessidades urgentes de um mercado em expansão.
Segundo Freire (1993) foi constatado historicamente, que no Brasil, no ano de 1890 a taxa de analfabetismo era de 85% na população total do país e nos anos de 1890 a 1920 a taxa de analfabetismo era de 65% respectivamente na população com mais de quinze anos.
Para o autor o país tomou conhecimento do atraso educacional em 1882. A população brasileira continuava fora das decisões políticas, a Constituição Republicana de 1891 eliminou o critério eleitoral de renda e manteve a restrição do voto ao analfabeto, por isso não houve maior interesse do poder público pela expansão do sistema escolar, o governo não investia na educação primária, por isso desde essa época não houve melhorias na qualidade de ensino.
 Segundo o autor em 1930, não será possível relatarmos nada, pois nessa época não houve levantamentos de dados, porque o Brasil não realizou o censo.
 Para Freire houve a necessidade de adaptação no ensino para dar estrutura para formar profissionais com urgência para o mercado de trabalho. Na década de 30, é criado o ministério da educação e saúde, o órgão de extrema importância para as universidades brasileiras.
Em 1934, foi criada a Universidade de São Paulo, nessa mesma época estabeleceu-se uma nova constituição se regulamentam cotas para os estados e municípios e o ensino primário (FREIRE, 1993).
Ainda segundo o autor, a constituição de 1937 criou o ensino profissionalizante. Com o Brasil, cada vez mais industrializado, contudo o analfabetismo atrapalhava no andamento do desenvolvimento do país.
O analfabetismo não ameaça só a ordem econômica de uma nação, são injustas para com os cidadãos injustiças essas aos indivíduos por serem manipulados a fazem tudo o que uma elite dita o que tem de ser feito para os seus próprios interesses (FREIRE, 1993). 
2.2 Décadas de 40 e 50
De acordo com Romanelli (1986, apud ARANHA, 1996), no período de 1940, o índice de analfabetismo no Brasil era de 56,17% e em 1950, era de 50,48%, com esses dados pôde ser verificado que, a taxa de analfabetismo vinha diminuindo de maneira insignificante.
Segundo Neves (2003), em 1840 surge o ensino das primeiras letras para adultor nos cursos de ensino profissional oferecido pelo Arsenal de Guerra do Recife. Em 1869, com a finalidade de agilizar o processo de escolarização, atendendo o um maior número possível de analfabetos, foram criadas escolas noturnas e aos domingos e no período do verão, criaram-se escolas temporárias e ambulantes.
O Brasil nessa época se caracterizava pelo nacional-desenvolvimento. São Paulo era o mais industrializado do país, nesse período o número de trabalhadores cresceu cinquenta por cento, a mão de obra qualificada era de apenas 5%.
Segundo Gadotti (1994), com as Leis orgânicas de ensino secundário de 1942, o curso secundário passa por novas mudanças, o ginásio quatro anos e o colegial de três anos.
Com a Lei orgânica, o ensino profissional só teve a ganhar, mantido pelo sistema oficial e outro pelas empresas. Em 1946, já no fim do Estado Novo e durante o Governo Provisório, a Lei Orgânica do Ensino Primário organizou esse nível de ensino com diretrizes gerais, que continuou a ser de responsabilidade dos estados; organizou o ensino primário supletivo, com duração de dois anos, destinado aos adolescentes a partir dos 13 anos e adultos; a legislação de ensino organizou também o ensino normal e o ensino agrícola e criou o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial - SENAC (http:www.senac.br/BTS/362/artigo4.pdf).
Contudo os trabalhadores encontravam a possibilidade de se profissionalizarem, tendo outra vantagem os que frequentassem esses cursos eram remunerados. Conforme o SENAC:
∙ Nos anos 1945 e 1947 - desencadeiam-se as campanhas de educação de jovens e adultos, com o intuito de aumentar as bases eleitorais para a sustentação de o governo central incrementar a produção nacional.
∙ A criação do ensino supletivo de dois anos aconteceu nessa mesma época em 1946, com uma importância muito grande para os adolescentes e adultos com escolaridade baixa ou sem nenhuma escolaridade, poderia estudar.
∙ De 1946 a 1961, o país passava por redemocratização. Surgindo assim muitos movimentos populares, eles queriam educação melhor e de boa qualidade, com isso estava no meio das suas propostas, a erradicação do analfabetismo e educação de adultos.
∙ Movimentos educacionais de orientação Mercadante política foram iniciados em 1960. Esses movimentos apontavam para a necessidade de uma maior comunicação entre educador e educando, e a necessidade de adequação dos conteúdos e métodos de ensino às características socioculturais das classes populares.
∙ O então ministro da educação, Clemente Mariani, em 1994 encaminhou o primeiro projeto da Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), só foi sancionada em 1961.
∙ Nessa mesma época, muitas pessoas só sabiam ler e escrever mecanicamente, não compreendiam o que estavam lendo, ficando a mercê dos fatos que faziam parte da vida social. 
∙ Em 1963, o Ministério da Educação encerrou a Campanha Nacional de Educação de Adultos iniciada em 1947 e encarregou Paulo Freire de se empenhar na elaboração de um programa nacional de alfabetização.
Para Freire (1990), no processo de alfabetização de jovens e adultos, ao aprender a ler e escrever aprende também a respeitar ao próximo, são solidários uns com os outros e tem consciência dos direitos da cidadania. Fazem uma nova leitura do mundo, se reconhecem como sujeito, fator fundamental para uma libertação e transformação.
 
2.3 Décadas de 60 e 70
 
De acordo com Romanelli (1986, apud ARANHA, 1996), o índice de analfabetismo no Brasil em 1960, era 39,5%, na população de mais de quinze anos e em 1970, era 33,01% também na população de mais de quinze anos.
Para Romanelli após as eleições de 1960, no governo de Jânio Quadros a Educação de Jovens e Adultos (EJA), teve maior atenção, também nessa mesma época foram criados programas voltados para a educação de jovens e adultos como Movimento de Educação de Base (MEB) e Mobilização Nacional Contra o Analfabetismo (MNCA).
Segundo Brandão (1987), a população nordestina foi uma das que mais se organizou na tentativa de alfabetização de jovens e adultos, por estar sofrendo muito com os problemas sociais que gerava a desigualdade.
Gadotti (1994) relata que Paulo Freire ficou conhecido pelo presidente João Goulart (1963), devido o seu método de alfabetização para jovens e adultos, a intenção do presidente era aplicar esse método para todo Brasil, mas com o golpe militar, isso não foi possível. As ideias de Paulo Freire foram consideradas subversivas, então ele precisou se exilar no Chile, para não ser preso, ele fazia parte do Movimento de Cultura Popular (MCP).
Com a industrialização, o capitalismo vinha ganhando forças, com empresas estrangeiras entrando no país.
Por isso o governo criou em 1967, o Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL), começou a funcionar em 1970, a intenção era acabar com o analfabetismo em dez anos. Criou-se o MOBRAL na esperança de acabarcom o analfabetismo no país, pois o índice era muito elevado para pessoas com mais de 15 anos.
Ainda segundo o autor, a intenção era para que os trabalhadores tivessem no mínimo uma qualificação de extrema urgência. O trabalhador sem qualificação precisava aprender a ler, escrever e calcular, para acompanhar o crescimentodo do país e a industrialização.
Para Freire (1987), o homem iletrado se sente humilhado e culpado, e não basta apenas aprender ler e escrever, ele precisa ter consciência e reflexão do mundo em que o cerca. E ao assumir com responsabilidade sua existência como homem gerador do que faz e acontece e sua participação que é muito importante nas mudanças da sociedade. Alfabetizar é conscientizar o homem de se reconhecer, a conscientização não é apenas conhecimento ou reconhecimento, mas opção, decisão, compromisso. Para o autor, o alfabetizando tem a consciência que por meio da fala e do que revive forma uma cultura, por isso ele tem referência dele mesmo, e que a partir da construção de suas palavras também irá contribuir para a construção de seu mundo.
Mesmo com o MOBRAL em plena atividade, houve fracasso, as pessoas consideradas alfabetizadas, mal conseguiam ler e mal conseguiam assinar seu próprio nome. O índice de analfabetismo era 36,5% na população com mais de quinze anos, sendo uma taxa altíssima.
Em 1985, o MOBRAL foi substituído pela Fundação EDUCAR do Ministério da Educação e da Cultura (MEC), órgão federal.
 
2.4 Décadas de 80 e 90
 
De acordo com Romanelli (1986, apud ARANHA, 1996), em 1980, o índice de analfabetismo no Brasil era 25,45% na população de com mais quinze anos e 1985 de 20,69% também na faixa etária da mesma população.
Mesmo com o país vivendo uma democratização em 1985, o índice de analfabetismo era muito grande, e com o fim do regime militar, nessa mesma época os índices de evasão escolar e repetência eram alarmantes.
Porém nesse período o país vivia uma nova esperança com a aprovação da constituição em 1988.
Nesse mesmo período em São Paulo, é instituído o programa de formação integral da criança (PROFIC). A intenção era de manter as crianças em tempo integral nas escolas para as classes do 1º grau, para resolver os problemas de evasão e repetência escolar, o projeto não dá certo e é desativado.
Segundo Brandão (1995), em uma mesma sociedade a educação nas escolas é iguais para todos, porém nessa mesma escola já existe uma separação durante sua formação.
Acontece uma separação entre sexo e idade, desde então tem a separação de classes sociais. Uns são dominantes e os outros são dominados, isso já vem acontecendo nas sociedades primitivas até os dias atuais nas nossas sociedades capitalistas, transferências do saber de uma geração a outra.
De acordo com Aranha (1996), adolescentes e crianças por terem baixa escolaridade e não terem experiência trabalha muito, ganham pouco e o local de trabalho não oferece nenhuma condição de segurança, estabilidades e direitos trabalhistas, como carteira assinada, etc.
O autor relata ainda que crianças e adolescentes trabalham longas jornadas, na maioria das vezes mais de 40 horas semanais, apenas alguns possuem carteira assinada, a maioria ganha menos de um salário mínimo. Esse é um dos fatores que gera a evasão escolar.
O MEC realizou em Maio 1993, debates em todo território Brasileiro, acontece à semana nacional da educação para todos.
O ministro da Educação estava preocupado porque estava se agravando cada vez mais a repetência e a evasão escolar.
Para Pinto (2003), com o analfabetismo é preciso uma ação governamental, com campanhas e programas destinados unicamente para jovens e adultos.
Por isso ao final de 1995, teve destaques a elaboração dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), porque não bastava apenas oferecer educação a todos com era de direito perante a nova constituição de 1988, mas de boa qualidade para o exercício da cidadania e socialização de todos.
Para Freire (1988), o homem se adapta quando a necessidade de mudança, para uma aceitação em substitui o velho saber numa adequação do novo saber. Assim se vive o novo até que haja a necessidade de mudança esse novo saber se transforma em velho. Quando houver a necessidade de uma adaptação para sua sobrevivência.
Com a educação dos jovens e adultos o país só tem a ganhar, um ser critíco consciente de seus direitos e suas obrigações, sabendo agir nos momentos de dificuldades dos problemas com capacidade, selecionando a melhor adequação em soluções criativas e práticas, na compreensão e decisões políticas de seu meio.
Não estando alfabetizados os jovens e adultos, o país pode sofrer muitas consequências por estar sempre atrasado, por que o seu povo não toma decisões, não sabem como agir. A escolarização dessas pessoas é instrumento de necessidade de desenvolvimento social.
Para Pinto (2003), a sociedade é quem conduz o que o indíviduo precisa ou não aprender dependendo do seu interesse, para ter um domínio sobre esse individuo. Em outras palavras, para se educar um individuo vai depender muito do interesse da comunidade vigente da época dependendo do seu desenvolvimento.
O homem é um ser que vive em constante transformação, mesmo que a sociedade direcione o que o individuo precisa aprender. Ele, sendo um ser livre e criador, acaba por quebrar barreiras vivendo sempre em constante conflito com a sociedade, "fazendo e acontecendo" muitas mudanças.
Cabe finalizar este capítulo nos remetendo aos pensamentos de Cunha (1999), quando se refere que a dificuldade de uma educação de adultos de qualidade está na falta de recursos e na falta de formação dos professores, pois os objetivos da modalidade são diagnosticados de acordo com a realidade de seus educandos.
A Educação de Jovens e Adultos será uma educação de qualidade quando esta for tratada como uma modalidade de ensino e não como um apêndice do sistema. Não notamos interesse do governo e muito menos estímulos para essa modalidade. Infelizmente muito se evoluiu no ensino, mas ainda falta muito a se concretizar.
CAPÍTULO 3 DO MOBRAL À EDUCAÇÂO À DISTÂNCIA PARA JOVENS E ADULTOS 
 3.1 Do MOBRAL a nova LDB
	
O Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL) foi instituído pela Lei 5.379, de 15 de dezembro de 1967 e implementado como campanha de massa, configurando-se de modo que atendesse aos objetivos políticos dos governos militares, assim como dar resposta aos marginalizados do sistema do ensino regular.
. LEI Nº 5.379, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1967.
Provê sobre a alfabetização funcional e a educação continuada a adolescentes e adultos.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o CONGRESSO NACIONAL decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Constituem atividades prioritárias permanentes, no Ministério da Educação e Cultura, a alfabetização funcional e, principalmente, a educação continuada de adolescentes e adultos.
Parágrafo único. Essas atividades em sua fase inicial atingirão os objetivos em dois períodos sucessivos de 4 (quatro) anos, o primeiro destinado a adolescentes e adultos analfabetos até 30 (trinta) anos, e o segundo, aos analfabetos de mais de 30 (trinta) anos de idade. Após êsses dois períodos, a educação continuada de adultos prosseguirá de maneira constante e sem discriminação etária.
Art. 2º Nos programas de alfabetização funcional e educação continuada de adolescentes e adultos, cooperarão as autoridades e órgãos civis e militares de tôdas as áreas administrativas, nos têrmos que forem fixados em decreto, bem como, em caráter voluntário, os estudantes de níveis universitário e secundário que possam fazê-lo sem prejuízo de sua própria formação.
Art. 3º É aprovado o Plano de Alfabetização Funcional e Educação Continuada de Adolescentes e Adultos, que esta acompanha, sujeito a reformulações anuais, de acôrdo com os meios disponíveis e os resultados obtidos.
Art. 4º Fica o Poder Executivo autorizado a instituir uma fundação, sob a denominação de Movimento Brasileiro de Alfabetização - MOBRAL de duração indeterminada, com sede e fôro na cidade do Rio de Janeiro, Estado daGuanabara, enquanto não fôr possível a transferência da sede e fôro para Brasília.
Art. 5º O MOBRAL será o Orgão executor do Plano de que trata o art. 3º.
Art. 6º O MOBRAL gozará de autonomia administrativa e financeira e adquirirá personalidade jurídica a partir da inscrição no Registro Civil das Pessoas Jurídicas, do seu ato constitutivo, com o qual serão apresentados seu estatuto e o decreto do Poder Executivo que o aprovar.
 Art. 7º O patrimônio da fundação será constituído:
a) por dotações orçamentárias e subvenções da União;
b) por doações e contribuições de entidades de direito público e privado, nacionais, internacionais ou multinacionais, e de particulares;
c) de rendas eventuais.
Art. 8º O titular do Departamento Nacional de Educação será o Presidente da Fundação.
Art. 9º O pessoal do MOBRAL será, pelo seu presidente, solicitado ao Serviço Público Federal.
Art. 10. O MOBRAL poderá celebrar convênios com quaisquer entidades, públicas ou privadas, nacionais, internacionais e multinacionais, para execução do Plano aprovado e seus reajustamentos.
Art. 11. Os serviços de rádio, televisão e cinema educativos, no que concerne à alfabetização funcional e educação continuada de adolescentes e adultos, constituirão um sistema geral integrado no Plano a que se refere o art. 3º.
Art. 12. Extinguindo-se, por qualquer motivo, o MOBRAL, seus bens serão incorporados ao patrimônio da União.
Art. 13. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação
Art. 14. Revogam-se as disposições em contrário.
Na década de 1970 houve uma ampliação do Mobral por toda a área do território nacional. De acordo com Ribeiro (2001), um programa formidável foi criado o PEI, Programa de Educação Integrada, que integrava aos cursos primários aplicados anteriormente, tornando assim um grande incentivo à continuidade dos estudos para os recém-alfabetizados e para as pessoas que tinham a leitura e a escrita não adequada.
Nesse período houve pequenas e isoladas tentativas com a alfabetização de adultos, as quais foram utilizadas algumas propostas mais críticas, seguindo assim as orientações de Paulo Freire. Foram movimentos que se opunham à ditadura militar e a sociedade civil articulava esse trabalho.
Paralelamente [ao Mobral], grupos dedicados à educação popular continuaram a realizar experiências pequenas e isoladas de alfabetização de adultos com propostas mais críticas, desenvolvendo os postulados de Paulo Freire. Essas experiências eram vinculadas a movimentos populares que se organizavam em oposição à ditadura, comunidades religiosas de base, associações de moradores e oposições sindicais. Paulo Freire, que fora exilado, seguia trabalhando com educação de adultos no Chile e depois em países africanos (RIBEIRO, 2001, p.26-27).
A respeito ao uso da educação pelo MOBRAL foi para fabricar eleitores, Cunha e Góes (2002) notam que nem todo o aparato arquitetado pelo governo autoritário encontrou eco no eleitorado. A via afetuosa da alfabetização tornou-se desinteressado ao regime vigente, que colheu frutos não esperados na forma de votos de apoio aos candidatos que se opunham ao regime militar. A vitória do MDB (Movimento Democrático Brasileiro) contra a ARENA (Aliança Renovadora Nacional) representava os anseios das camadas populares e isso se tornou bem claro aos militares de plantão. Sua derrota era, portanto, a derrota do MOBRAL.
O Mobral foi extinto em 1985. Em seu lugar foi criado a Fundação Educar com a proposta de “abrir mão de executar diretamente os programas, passando a apoiar financeiramente e tecnicamente os incentivos do governo, entidades civis e empresa a ela conveniada” (RIBEIRO, 2001, p.27-28).
Segundo Ribeiro (2001), esta fundação foi extinta em 1990 e, no ano seguinte, foi criado o Plano Nacional de Alfabetização (PNAC), extinto também um ano depois. Mas, uma nova concepção de ensino de jovens e adultos estava sendo definida pela Constituição de 1988.
Para Bastos (2005), o MOBRAL, assim como outros programas de alfabetização de adultos elaborados pelo governo federal, não atingiu seus objetivos, pois, não compreenderam que os projetos de alfabetização de adultos só podem ter êxito caso se enfrente as dificuldades estruturais da miséria, da fome, do desemprego e da corrupção, que são em boa parte as reais causas do analfabetismo, tornando o Brasil um país muito injusto uma vez que nunca viam alfabetização como meio de transformação histórica, não dando o valor devido ao indivíduo como um ser que apresenta, ao alfabetizarem-se, necessidades distintas das crianças. Almejava-se simplesmente treinar operários que soubessem ler e escrever ainda que de forma rudimentar, e que distinguissem seus deveres, sobretudo, para a conservação da ordem e da paz do regime.
Segundo Gadotti (1994), mesmo com todos esses atrasos na história da educação de jovens e adultos no Brasil, algumas iniciativas populares têm um papel muito importante para essas pessoas, oferecendo educação de qualidade, vem fazendo um trabalho muito bom na tentativa de erradicar o analfabeto no país, mesmo que se encontre com muitas dificuldades financeiras, poucos materiais disponíveis.
Para Gadotti (1994), a educação dos adultos pode contribuir e muito para compensar a influência desmoralizadora que o Brasil se encontra perante os outros países da América Latina e para os países capitalistas do primeiro mundo.
A EJA, os exames supletivos, o tele curso 2000, e o ensino a distância tem sido uma das várias opções que o jovem, o adulto e até mesmo pessoas consideradas da terceira idade tem acesse podendo assim retomar os seus estudos e pode tornar-se grade o valor de criatividade de cada um, em desenvolver a capacidade de pensamento na inspiração em suprir suas necessidades perante os problemas da sociedade, contribuindo e muito para o desenvolvimento do país (GADOTTI, 1994).
Ainda segundo o autor, nenhuma sociedade pode ter uma estrutura, sem a melhoria na educação dessas pessoas que fazem parte da massa popular, é preciso resgatar o conhecimento geral desses adultos para sua própria cultura e da sociedade, tudo isso só será possível se tiver um investimento na escola popular, sendo eficaz e democrática.
Para Brandão (1995), mesmo que haja um sistema político dominante, a educação é o único caminho para a mudança dessa reprodução opressiva e com muitas desigualdades. O autor acredita que através da educação há uma esperança de mudança, para melhor, com reconhecimento do outro as suas necessidades e que o indivíduo é diferente tem que ser respeitado, com isso surgirá um novo mundo de igualdade para se viver em paz nas sociedades com culturas diferentes.
Segundo autor, os cursos disponíveis ajudam na interação social – cultural e sócio – histórica, dos jovens e adultos no resgate a cidadania, nessa perspectiva acontece desde o momento em que os órgãos governamentais tenham uma visão dessa importância, investindo mais na área da educação desses cidadãos.
Mesmo com o país vivendo uma democracia, a educação população vem sofrendo uma limitação educacional em geral. De natureza política. Em 1972, segundo dados do Banco Mundial, o Brasil foi o país que menos investiu em educação, isso comparando com os países da América Latina (BRANDÂO, 1995).
O autor relata ainda que o analfabetismo é um dos exemplos disso com uma taxa altíssima no país, e em São Paulo esse número é alarmante, pois, é a capital brasileira do analfabetismo, tem mais de um milhão de analfabetos. Os eleitores do país são analfabetos, semianalfabetos ou não completaram o ensino fundamental I.
De acordo com o Instituto Brasileiro Geográfico de Estatística 2003 (IBGE), a taxa de analfabetismo na população de mais de quinze anos era de 6%.
Com o histórico do Brasil, que fez pouco caso na educação dados revelam que está pondo em risco o seu próprio desenvolvimento.
O Brasil continuará na escola de países do terceiro mundo, devido ao alto índice de analfabetismo que ameaça a continuidade do desenvolvimento, no que diz respeito à industrialização e tecnologia, vivendo sobre um sistemacapitalista.
A LDB (Lei n.9394/96) destinou dois capítulos à educação de jovens e adultos. Segundo Romão (2003) a LDB do Senador Darcy Ribeiro é uma ameaça a essa modalidade de ensino, pois dos dois artigos, um se destina ao conceito e o outro se destina a exames. É como dizer que a EJA precise apenas ser compensada, ignorando a vivência desse aluno e cuja finalidade é apenas a capacitação.
A nova LDB (1992) Lei n°9.394/96 propõe na SEÇÃO V DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS.
Art. 37. A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria.
§ 1º Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames.
§ 2º O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência do trabalhador na escola, mediante ações integradas e complementares entre si.
§ 3o A educação de jovens e adultos deverá articular-se, preferencialmente, com a educação profissional, na forma do regulamento. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008).
Art. 38. Os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, que compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao prosseguimento de estudos em caráter regular.
§ 1º Os exames a que se refere este artigo realizar-se-ão:
I - no nível de conclusão do ensino fundamental, para os maiores de quinze anos;
II - no nível de conclusão do ensino médio, para os maiores de dezoito anos.
§ 2º Os conhecimentos e habilidades adquiridos pelos educandos por meios informais serão aferidos e reconhecidos 
mediante exames.
3.2 Influencia de Paulo Freire na educação de jovens e adultos
Para definir a especificidade de EJA, a escola não pode esquecer que o jovem e adulto analfabeto e fundamentalmente um trabalhador – às vezes em condição de subemprego ou mesmo desemprego – e que está submetido a circunstâncias de mobilidade no serviço, alternância de turnos de trabalho, cansaço etc. (GADOTTI; ROMÃO, 2010, p.120).
Segundo Borges (2003), Paulo Freire tinha alegria em ensinar. Com seu conhecimento e sua experiência ensinou um grupo de trabalhadores humildes e os alfabetizou no prazo de 45 dias.
De acordo com a autora, Freire fez parte de vários movimentos de cultura popular. Quando em 1964 veio o golpe militar, muitos foram exilados, inclusive Paulo Freire, que passou a viver fora do Brasil, mas mesmo assim prosseguiu em sua luta influenciando a todos com sua proposta e alfabetizando adultos. Freire só retornou ao Brasil em 1980. Apesar disso, o exílio permitiu que fosse reconhecido e respeitado em diversos países, além do Brasil.
E com muitas obras publicadas, Paulo Freire garantiu que a educação não é neutra, uma vez que não há um parecer que possua caminhos pedagógicos que sejam adequados a todos os grupos sociais. Isto constitui, em outras palavras, que a ação educativa tem por si uma natureza política, e estará, “em alguma medida, a favor de alguém e, por consequência, contra alguém” (BORGES, 2003, p.24).
Tornando necessário, ressalta Borges (2003), que os professores façam uma reflexão sobre a favor de quem estão por meio de questionamentos como: qual sociedade se deseja construir? Que homens e mulheres são necessários nessa sociedade? Segundo Borges (2003), Paulo Freire diria que as respostas indicarão sempre duas possibilidades: a educação bancária, tradicional ou a educação popular, libertadora.
A educação popular, libertadora, ao contrário da tradicional, dá valor aos educandos ao seu conhecimento, pois faz parte da realidade em que vivem. Por meio da educação popular confronta-se com as relações estabelecidas tradicionalmente. Professores e alunos relacionam-se numa expectativa de diálogo, aprendendo um com o outro (BORGES, 2003).
Produzindo um formato, professores e alunos não podem ser diferenciados, ambos necessitam do conhecimento e da aprendizagem um do outro, compartilhando suas ideias. Em Pedagogia da Autonomia, Freireencina que “ensinar exige a convicção de que a mudança é possível” (FREIRE, 1997 apud BORGES, 2003, p.25), já que, caso contrário, a educação popular não teria e ainda perderia o compromisso com a conscientização e com a transformação de sua própria educação.
Segundo Freire (2005), os professores e alunos são elementos da história, todos têm potencial para raciocinar, procurar e encontrar meios que possibilitem mudanças, refazendo assim sua própria história.
Rebatendo a visão da educação bancária, a educação libertadora vem como uma proposta em relação à educação de jovens e adultos no Brasil, pois propõe uma mudança na maneira de transmitir os conhecimentos pelos educadores aos educandos, destacando que o homem está sempre em busca de novos conhecimentos. Através dessa procura por novos conhecimentos, o homem tem mais ingênuo for o educando, menor à possibilidade de questionar ou a participação das transformações que ocorrem no mundo (BORGES, 2003).
Como agente transformador, o educando por outro lado, tem a possibilidade de ser um sujeito que tem a possibilidade de participar, problematizar, questionar o que o educador nele deposita, deixando de ser um sujeito passivo para tornar-se um sujeito ativo (FREIRE, 2005).
De acordo com Freire:
[...] para manter a contradição, a concepção ‘bancária’ nega a dialogicidade como essência da educação e se faz antidialógica; para realizar a superação, a educação problematizadora - situação gnosiológica - afirma a dialogicidade e se faz dialógica [...] (FREIRE, 2005, p.78).
O educador já não apenas educa, mas o que, enquanto educa, é educado em conversa com o educando que, ao ser educado, ainda educa. Desta forma, ambos têm a oportunidade de construírem o conhecimento e saberes junto. Ninguém educa a si mesmo, dizia Paulo Freire, todos precisam da ajuda uns dos outros (BORGES, 2003). 
Ainda segundo o autor, diferente da pedagogia tradicional, para quem o homem está pronto e acabado após o processo de educação, Freire acreditava que todo homem é um ser inacabado, o que significa que deve sempre continuar aprendendo, buscando ser mais. Essa busca deve ser feita em conjunto, porque os homens são seres sociais, não estão sós no mundo.
Para Freire (2000), o ser humano é um ser de relações pessoais, interpessoais, corpóreas, incorpóreas, concretas e imaginárias, divinas, mundanas, espirituais etc. Afinidade significativa que implica em diálogo, que implica em relação significativa, abertura, reflexividade, pluralidade na singularidade, transcendência, criticidade, consequência, temporalidade, contextualização, expansividade a desafios, proativa, no e com o mundo.
Em reverência ao educador Paulo Freire e sua obra cabem-nos considerar a importância de sua perspectiva, em que pese à educação como instrumento de mudança social. Sob essa perspectiva, para Freire, a educação deve visar sempre à libertação, à transformação radical da realidade, para torná-la mais humana, permitindo igualmente dessa forma que homens e mulheres consistirem em serem vistos e reconhecidos como sujeitos de sua própria história e não como meros objetos. A educação, na sua visão mais ampla, deve possibilitar a leitura crítica do mundo. Em relação ao papel da educação, para Freire (2002), a alfabetização é mais que o simples domínio mecânico de técnicas para escrever e ler.
Freire (2002), parte da hipótese de uma Educação problematizada, que envolve o processo de dialogicidade entre os polos dialéticos aperfeiçoados por professores e alunos de tal atitude que, um existe sem o outro, porque há uma entrada que permita esta relação como se uma força os atraísse e os repelisse ao mesmo tempo, razão pela qual nenhum deles se basta, fazendo com que se movam pelo complemento um com o outro.
Desta forma, a dialogicidade, da assim a essência dá Educação, refere-se ao diálogo que ocorre entre os sujeitos do conhecimentoque por meio da palavra que completa a práxis pedagógica, completando pela dimensão da ação e da reflexão, pois:
Não há palavra verdadeira que não seja práxis. Daí que dizer a palavra verdadeira, seja transformar o mundo. [...] A existência, porque humana, não pode ser muda, silenciosa, nem tampouco nutrir-se de falsas palavras, mas de palavras verdadeiras. [...] Existir, humanamente, é pronunciar o mundo. [...] O mundo pronunciado, por sua vez, se volta problematizado aos sujeitos pronunciantes, a exigir deles novo pronunciar (FREIRE, 2002, p. 77 – 78).
3.3 Educação popular
 
Para que um jovem seja inserido na sociedade como um cidadão produtivo, é necessária uma educação voltada para a realidade desse aluno e voltada para uma construção de uma sociedade mais justa. Se a educação é o caminho para essa construção, é essencial um currículo que se adeque a esses princípios.
Maria Emília Pinheiro de Lemos acredita que para haver o sujeito crítico, transformador e capaz é preciso reformular o currículo, e que este busque: respeitar as diferenças; atenda a realidade dos envolvidos como horário e duração; que contenham conteúdos voltados à necessidade do educando; que tenha como missão o aluno e a sociedade que deseja formar; que possua uma linha pedagógica com mediadores e formação profissional, com avaliações continuas. Sem esquecer-se de sempre replanejar de acordo com os sonhos e dificuldades encontradas.
A educação popular pode ser traduzida um local de lutas.
Remetendo-nos ao motivo por que esses jovens buscam a escola, nos deparamos com o desejo de se elevar a autoestima, independência e melhoria de vida, mas o maior motivo é buscar o reconhecimento como ser social. Por esse motivo urge a necessidade de um educador utilizar o diálogo, a reflexão como ferramentas e que auxilie seus alunos na superação de seus bloqueios e inseguranças.
 E com uma proposta voltada ao coletivo, analisando suas próprias ações, o educador nesse ambiente de educação popular pode propiciar um espaço acolhedor e favorável à construção. Paulo Freire é um exemplo de que a educação popular pode acontecer e que pode principalmente funcionar.
3.4 Formação qualificada 
Os adultos analfabetos são herdeiros de um sistema educacional excludente, que oportunizou o acesso por meio de caracteres de classificação, como gênero, etnia, que reforçou a discriminação, e esta organização acarretaremos sequelas que estereotipou os indivíduos iletrados como seres capazes de integrarem o mercado de trabalhando apenas em funções braçais e informais, que por sua vez são descriminadas, no entanto são fundamentais para o desenvolvimento social e econômico da nação.
Segundo o dicionário Aurélio (1999) “analfabeto é aquele que não sabe ler e escrever”, dessa maneira contradiz a ideia do ser analfabeto como ser incapaz ou ser impensante.
 Diante deste caráter político e social, a educação de jovens e adultos busca transformação da concepção do indivíduo, necessitando a conscientização de sua função na vida social, sendo este conhecedor de seus direitos e deveres como afirma Pinto (1997, p.83):
O educando adulto é antes de tudo um membro atuante na sociedade. Não apenas por ser um trabalhador, e sim pelo conjunto de ações que exerce sobre um círculo da existência. O adulto analfabeto é um elemento frequentemente de alta influência na comunidade. Por isso são imperiosos e lucrativo instruí-lo.
 
Considerando os prejuízos causados devido à impossibilidade de acesso a educação formal a educação de jovens e adultos propõe três funções para reaver a falha do sistema educacional.
A primeira função é a reparadora, na qual busca a real importância de educar os jovens e adultos concretizando o direito de todos a uma escola de qualidade como se pode observar no Parecer do CNE/CEB de 2000, segundo a Declaração de Hamburgo sobre Educação de Jovens e Adultos de 1997: a alfabetização, concebida como conhecimento básico, necessário a todos, num mundo em transformação, é um direito humano fundamental. Em toda sociedade, a alfabetização é uma habilidade primordial em si mesma e um dos pilares para o desenvolvimento de outras habilidades. O desafio é oferecer-lhes esse direito.
 Desta maneira é assegurada gratuitamente, viabilizado e estimulado o acesso e conservação destes jovens e adultos, segundo a LDB 9394/96 no Art. 37 parágrafos 1º e 2º.
A segunda função da educação de jovens e adultos é a equalizadora. Esta função tem a disposição de que cada ser seja igualmente reconhecido.
A função equalizadora propõe que os jovens e adultos tenham a possibilidade de conhecerem múltiplas linguagens, tenham acesso às diversidades de informações, proporcionando oportunidades igualitárias a todos os indivíduos independentemente das diversas condições.
A terceira função é a qualificadora, que tem como objetivo estimular o desenvolvimento do aluno para que este venha adequar-se em ambientes diversificados, tanto no ambiente escolar quanto no trabalho, atualizando-se permanentemente, já que os jovens e adultos trabalhadores lutam para mudar suas condições de vida.
Por meio das três funções da educação de jovens e adultos é importante ressaltar que esta modalidade de ensino tem como principal fundamento considerar o adulto analfabeto, respeitando seu pensamento e através desta, possibilitar a consciência crítica transformando uma educação exclusiva para uma educação inclusiva.
CAPÍTULO 4 PROFESSOR E ALUNO: SUAS FUNÇÕES E SUAS RELEÇÕES
 
4.1 O papel do educador
 
O sistema educacional está estruturado em uma organização hierárquica no qual o poder é designado a uma pessoa ou a um determinado grupo. Este sistema é reproduzido nas escolas e mais especificamente nas salas de aula, onde os professores, por muitas vezes involuntariamente ou não praticam o autoritarismo. Isto pode ocorrer por estarem estes profissionais condicionados a agirem desta maneira, devido talvez a sua formação submissa em relação aos seus mestres como afirma Fleury (1991, p. 87):
A relação autoritária do professor-aluno, embora se explique internamente pela relação dialética entre saber coisificado e poder centralizado, não tem sua origem em si mesma, nem na pura intenção individual. O autoritarismo reproduzido em sala de aula é reproduzido no contexto mais amplo em que se situa (...). O professor representa na realidade, o último elo de cadeia de relações autoritárias. Sua atuação em sala de aula é profundamente condicionada pelo regimento da escola, pelas leis do ensino, pelos sistemas burocráticos de controle, pelas relações de emprego, pela própria formação que o professor recebe [...].
Diante desta realidade alienante existente em todos os sistemas propõe-se uma nova postura educacional, com uma concepção construtivista, visando à democratização, por meio de uma transformação no processo educativo. Sendo necessário que o professor seja participante ativo desta transformação mediante de sua prática no processo ensino aprendizagem, e também como sugere Celso Antunes (2001) acreditando que o aluno seja o centro da produção da aprendizagem, opondo-se a linha pedagógica onde se acreditava que as informações eram simplesmente acumuladas ou estocadas pelos alunos.
Desta maneira percebe-se que a função do educador na atualidade não é apenas perceber-se como possuidor dos conhecimentos, mas sim ser o mediador do conhecimento, auxiliando as descobertas. Em uma escola com concepções Junguianas o professor “precisa ser muito mais um profissional transmissor de certos conteúdos. Ele deve ser uma personalidade capaz de educar pelo exemplo” (SAVIANI, 2000, p.25). Logo, para desenvolver esta função de maneira inovadora, não compactuando com a opressão e imposição, a postura do educador diante de suas práticas deve buscar uma nova sociedade, uma nova educação. É nesta busca da política progressista que Paulo Freire (1996, p. 23) afirma: “Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender”, pois através do seu posicionamento, independentemente de sua opção política, percebendo-se comoaprendiz juntamente com o aluno constrói o conhecimento.
O professor deve se permitir a compreender o processo de ensino-aprendizagem como uma relação, na qual o educador é o grande influenciador para que a relação professor/aluno seja construída de maneira mais humana. O educador precisa se mostrar competente e com autoridade devida, mas não ser autoritário e nunca se contentar com um método passivo. Para uma relação de aprendizagem se faz necessário à troca, o diálogo e buscas, tanto do educando quanto do educador, pois “ninguém absolutamente ninguém, está com sua educação terminada ao deixar o curso superior” (JUNG apud SAVIANI, 2000, p. 26).
Sabe-se que cabe ao educador cumprir exigências, como conteúdo, cotidiano escolar, avaliações, as quais são necessárias no processo educativo. Porém faz-se necessário que o professor possibilite condições em seu trabalho que propicie condições aos seus alunos para que estes não sejam meros reprodutores de rotinas, não servindo a submissão disciplinar e normativa. Cuja proposta de trabalho seja a participação efetiva dos educandos na elaboração e no desenvolvimento das avaliações e das atividades desenvolvidas na Unidade Escolar.
A função do educador exige práticas que respeitem o educando. Respeitar a autonomia de cada ser, respeitar a maneira como cada um aprende, a linguagem de cada aluno, sua identidade, através de propostas que possa ser contextualizada com a realidade dos alunos. É perceber o seu aluno como um todo. Paulo Freire (1996, p. 59) afirma que “o respeito à autonomia e à dignidade de cada um é um imperativo ético e não um favor que podemos ou não conceder uns aos outros”.
Logo, para que o educador desempenhe seu papel respeitando a autonomia de cada indivíduo necessita-se que o mesmo tenha esperança de que é possível modificar a prática educativa autoritária, coisificada, para uma prática construtivista, pois segundo Freire (1996, p. 72):
[...] seria uma contradição se, inacabado e consciente do inacabamento, primeiro o     ser humano não se inscrevesse ou não se achasse predisposto a participar de um movimento constante de busca e, segundo, se buscasse sem esperança.
 
É nesta visão esperançosa de mudança na prática educativa, e por meio da consciência do inacabado que o professor busca diversificados meios que propicie a aprendizagem propondo situações em que se estimule a criatividade, o questionamento, de modo adequado a atender os alunos, visando à qualidade do processo ensino-aprendizagem, com um trabalho voltado para a construção do conhecimento, como afirma Celso Antunes (2001, p.16) quanto à função do professor:
Valorizar a expressão do saber por meio de múltiplas linguagens e diversificadas formas de a manifestação de competências, desenvolvendo em cada situação de aprendizagem a exploração de que se sabe e descobre e do que se pretende saber.
 A prática de uma concepção construtivista permite o estímulo e a valorização das competências de cada aluno, criando assim, vínculos afetivos, repletos de sentimentos, originário das relações participativas entre educador e educando. E é a função sentimento segundo Saviani (2000) que permite ao professor respeitar ritmos dos alunos e apreciar a aprendizagem como um processo, uma construção de conhecimentos significativos. Logo esses vínculos devem ser mais um suporte para o processo educativo.
 
  4.2 O Papel do aluno na Educação de Jovens e Adultos
  
A realidade da EJA mostra que grande parte dos alunos são pessoas que conciliam o trabalho e o estudo, e os que não conseguem estudar é porque precisam dedicar-se integralmente ao trabalho. São estes alunos que vão procurar a escola, que vão se matricular sozinhos com anseios e desejos de ali encontrarem o sucesso para o futuro e realização pessoal.
Então para não evadirem novamente, segundo Gadotti (1996), para Freire é necessário conhecer a vida do seu educando e proporciona lhes uma aprendizagem significativa. O que para as escolas hoje é conhecer a realidade dos alunos, ou da clientela escolar, para Freire já era considerado primordial para adequação do conteúdo e principalmente para o respeito ao aluno.
 Piletti (1990, p.49) ainda acrescenta que:
Torna-se, portanto, imperiosa a necessidade de que tal objetivo seja exaustivamente discutido em cada escola, em busca do seu significado real nas condições concretas em que se realiza o ensino. Aceito o pressuposto de que formação integral não quer dizer despejar sobre o aluno a totalidade do conhecimento humano – tarefa absolutamente impossível, é preciso relegar ao passado a pretensão de oferecer currículos ao mesmo tempo enciclopédicos e pulverizados, que historicamente já provaram produzir efeitos contrários aos proclamados pelos objetivos do ensino.
 
Sendo o período do noturno, muitas vezes, a única alternativa de escolaridade da grande maioria dos Jovens e Adultos, faz-se necessário então que a discussão dos objetivos ultrapasse a sala de aula e parta-se para a uma integração escola e realidade do educando, com base na questão:
Nesta sala de aula, nesta escola, neste bairro, neste País, o que significa concretamente, no trabalho educativo diário, a formação integral do adolescente?
E mais; que conteúdos devemos ensinar/ Quais os métodos mais adequados? Como deve ser a avaliação? São apenas alguns exemplos de perguntas cujas respostas não se pode esperar que viessem de fora, mas devem ser procuradas na própria escola (PILETTI, 1990:p.50).
Os alunos no geral são pessoas críticas e conscientes, cheias de curiosidades e com uma bagagem rica de conhecimentos, principalmente aqueles adquiridos no cotidiano de suas vidas, em suas expectativas cheias de portas fechadas e desilusões, mas que muito lutam para que essa realidade do analfabetismo mude e tornem-se lembranças do passado, como forma de aprendizado para o sucesso.
Essas pessoas têm seus projetos de vida, que normalmente são desenvolvidos através do trabalho, no entanto, para que consigam realizar esses projetos, devem ir à escola, e assim replanejar de maneira realista, a sua vida de estudante. Se isso não ocorrer, ele pode não conseguir alcançar seus objetivos, já que para buscar tais ideais se faz necessário ter consciência da razão de ter evadido, assim como conhecer seus direitos e também seus deveres.
Segundo Menegolla (1993, p.4);
Todo o estudante que desconhecer seus direitos e deveres, suas funções e obrigações estudantis estarão perdendo seu tempo. O estudante que não planejar sua ação estudantil pode se tornar uma “isca” fácil a poder dos exploradores. Cabe ao verdadeiro estudante – aquele que não é apenas um carregador de livros e cadernos no vai-e-vem à escola – questionar e planejar constantemente seus estudos e seu fazer, organizando sua vida de estudante. Deve saber o que estudar como estudar e para que estudar.
 
O estudante deve organizar-se, definir seus objetivos, e ser exigente consigo mesmo, com a escola, com os professores, com a família e com os colegas, procurando sempre orientações nos seus estudos para não se tornar um cidadão alienado.
Os alunos da EJA no geral são pessoas decididas, com perspectivas e pretensões. São pessoas que buscam um futuro melhor, pretendendo ser alguém melhor nessa vida de tantas injustiças e que gostariam que a escola ensinasse pelo menos aquilo a que se propõe. Mas devem não aceitar mais serem jogados num enfileiramento de sala de aula, sem saber o que estão fazendo e o que querem fazer. Precisam primeiramente conhecer a si próprios, depois os outros e assim o mundo a seu redor. Só precisam de mais ousadia e estímulos para pôr para fora esses anseios que estão presos na garganta. O aluno é capaz de aprender e de se expressar basta que se possibilite esse espaço de diálogo e de troca.
Se os alunos tiverem oportunidades para se organizar, para discutir e refletir sobre as queixas e dúvidas trariam sugestões a respeito da escola e principalmente da própria sala de aula, então se sentiriam como parte desta escola. Proporcionando então o desenvolvimento da criticidade e da consciêncialibertadora dos alunos. Certamente todo esse processo traria à escola resultados muito satisfatórios e todos se sentiriam seres importantes no âmbito escolar.
          Convêm lembrar o que Caporalini (1991, p.41) afirma que;
 
O aluno busca numa sala de aula um pouco mais de educação, uma educação de boa qualidade, se a transmissão de conhecimentos não se processa de forma a lhes servir de instrumental para a vida, eles podem ser levados a abandoná-la.
4.3 Relações professor e aluno
  
         Não podemos dissociar a palavra ensinar de a palavra aprender, se as dissociarmos estamos reconhecendo que não existe a aprendizagem mútua na relação professor e aluno.
         Entretanto o que se percebe é que professores atribuem à responsabilidade de aprender ao aluno, Torezan, citado por Silva e Tunes (1999), em sua pesquisa confirma esse fato com relatos de professores que apontam as causas do fracasso escolar como o comportamento do aluno e a inexistência de materiais pedagógicos, em momento algum houve reflexão sobre metodologias e ou planejamentos. Ou seja, ele se exime da responsabilidade no processo.
O aluno também nem sempre se percebe como ser integrante desse processo. Segundo Moraes, citado por Silva e Tunes (1999), os alunos quando questionados quanto aos problemas da aprendizagem se referem às metodologias e a relação estabelecida com professores. É como se não existisse uma relação, professores culpam alunos e vice-versa, não se percebem numa relação que para funcionar ambos tem que realizar seu papeis.
Uma relação, principalmente em âmbito escolar, deve ser marcada pela troca e pelo diálogo. “Freire define a educação como a experiência basicamente dialética da libertação humana do homem, que pode ser realizada apenas em comum, no diálogo crítico entre educador e educando” (WOLDFDIETRIC; SCMIE; KOWARZIK, apud GADOTTI, 1996, p.86.).
Partindo da concepção da troca do outro, nos deparamos também com Vygotsky citado por Silva e Tunes (1999, p.42) que “o indivíduo nasce completamente dependente de seu meio social, individualizando se à medida que se vai tornando autônomo nas suas ações”. Wallon apud Silva e Tunes também parte dessa concepção da necessidade do ser pela relação, só enfatiza a emoção.
Em uma relação professor e aluno não pode existir o dominador e o dominante, ou em palavras de Freire o “depositador e a caixa vazia”, denominando-a como relação bancária, por não permitir emoção e assim contribuições para a aprendizagem de ambos. Saviani (2000) acrescenta ainda que nessa relação em que o professor é o centro não há uma percepção de aluno como pessoa, capaz de ter sentimento e pensamento criativo. O autor exemplifica essa relação citando o “velho sábio” (2000, p.146) que faz discursos intermináveis, seus discípulos se encantam passivamente com a fala do mestre, podendo ser comparado com professores que se denominam dono da verdade, apresentam aulas apenas expositivas e não permitem contribuições de seus alunos (seres passivos). “O aluno que escuta passivamente pouco aprende ou nada aprendem” (SAVIANI, 2000, p.147).
Essa relação com um professor dominador na grande maioria das vezes está atrelada a uma metodologia única para um grupo homogêneo, que não respeita sequer as divergências de opiniões e nem admite os erros. A relação baseada em uma moldagem de alunos não admite que se crie ou que se tenha uma relação de confiança, mas permite através da repressão um crescimento de sentimentos fortes e negativos para a aprendizagem como o medo e o pânico de um determinado professor e consequentemente de sua matéria.
Uma educação pensada por Paulo Freire visava à liberdade dessa realidade opressora e que tinha como saída uma metodologia baseada na conscientização e no diálogo.
A metodologia segundo Saviani (2000) pode ou não funcionar em um determinado grupo, desde que sejam levados em conta à figura do professor e do aluno como pessoas, seres humanos pensantes e criativos.
O educando deve ser visto como indivíduo com particularidades, mas segundo Jung (apud SAVIANI, 2000) não existe, ou melhor, não se pode trabalhar, relacionar-se, em com uma concepção individualista ou apenas coletiva. Na verdade para o pleno desenvolvimento da criticidade de um educando se faz necessária a percepção do indivíduo na sua realidade, com suas tradições culturais e peculiaridades, mas inserido num contexto de regras e princípios de uma sociedade que norteia toda uma relação. Trabalhar com o indivíduo não significa dissociá-lo do coletivo.
 4.4 As representações do professor e do aluno na relação
  
O professor para mediar o conhecimento precisa ser espontâneo e ter interesse no que faz, para então despertar no seu educando a vontade de aprender. Entretanto para que esse professor consiga despertar seu educando para a aprendizagem este precisa ter dentro de si à vontade de aprender. Pois um professor que se considera um ser completo provavelmente não conseguirá construir um campo ou ainda uma “atmosfera simpática” (HERBERT, apud SAVIANI, 2000, p.117) para a construção de uma aprendizagem significativa para os envolvidos.
Podemos citar inúmeros casos em que educandos demonstram dificuldades em determinadas disciplinas decorrentes a um ambiente rígido e austero proporcionado pelo professor. 
“A atmosfera é de responsabilidade do professor. Criar a atmosfera de espontaneidade [...] é o segredo essencial e talvez único do sucesso de ensinar” (idem) (HERBERT, apud SAVIANI, 2000, p.11).
O que percebemos é que poucos educadores se importam em criar um clima agradável, vivemos um “ensino monótono, mecânico e repetitivo” (DOLL, apud SAVIANI, 2000, p. 165) não encontrando espaço para uma relação de aprendizagem.
Esse autor ainda compara a escola com uma fábrica, em que os alunos são produtos e professores são operários, visando um lucro com um sistema de obediência. Nesse método há preocupação com o tempo de aprender e não como aprendeu, ou se realmente aprendeu.
Segundo Wilker (apud SAVIANI, 2000) assim como o educador precisa de teorias, precisa também de habilidade interpessoal para criar um clima favorável à aprendizagem. Clima regado de participação, regras e compreensão e não de neutralidade ou ignorância. Pois segundo Wilker apud Saviani (2000, p.171) “mais destrutivo na relação professor e aluno é a indiferença fria que olha através do aluno, que não escuta suas contribuições: em uma palavra aniquila que o reduz a nada”.
O clima propicia de aprendizagem não pode ser confundido com o clima familiar. A escola proporciona um ambiente com regras e a autora pondera que a relação pedagógica permite o desenvolvimento do indivíduo para a vida social.
A relação que o professor constrói com o aluno é de extrema importância para que haja um ambiente mais estimulador, quando Saviani se refere ao professor como responsável do clima não exime do aluno a responsabilidade de aprender. “O aluno deve ser senhor de sua própria aprendizagem” (FREIRE, apud GADOTTI, 2003, p.90). 
Além do clima não se pode esquecer-se de um fator primordial na relação professor e aluno: o sentimento, não confundir com sensibilidade, pois segundo Hillmann apud Saviani (2000) o sentimento é o que permite um educador comparar e avaliar os valores para tomada de decisões. O sentimento presente não significa necessariamente que a razão seja descartada, mas que ambos forneçam ao educador um olhar mais humano. 
Machado (apud SAVIANI, 2000) exemplifica melhor com as avaliações a função sentimento. Se o educador corrige a prova tendo em mente apenas à resposta exata, o resultado final, e não se importando com a evolução, o desenvolvimento apresentado por seu aluno, ele está ignorando a função sentimento. E se o educador analisa a resposta pontuando a questão, percebendo a coerência e o desenrolar da resposta ele age com sentimento.
Em momento algum o educador pode analisar seu aluno com sentimentalismo, pena. Acreditar no potencial e permitir a expressão do seu aluno é características de um educador movido por sua capacidade de pensar e de sentir.
O fruto deum relacionamento em sala de aula é a construção da aprendizagem significativa, desde que os envolvidos tenham sido ativos em seus papeis e trabalhado em conjunto, segundo Freire (apud GADOTTI, 1996, p.81), “ninguém educa ninguém. Ninguém se educa sozinho. Os homens se educam juntos, na transformação do mundo”.
Tanto o pensamento de Jung e como de Paulo Freire nos remetem ao ser humano. Um respectivamente cita o sentimento e a outra fala sobre a pedagogia humanizam-te, ambas se referem ao ser, o indivíduo, cada um com suas características, professor ou aluno com suas especificidades, mas em comum são seres que precisam acima de tudo aprender a se respeitar. 
Portanto o ideal é centralizar a educação na relação, pois segundo alguns autores:
Professor e aluno são vistos, cada qual, como possuidores de uma bagagem diferente; resgatam se a importância do convívio, a autoridade do saber do professor, bem como a experiência do aluno e a sua capacidade de construir conhecimento que é função da escola proporcionar lhe. Não se atribui um saber absoluto a qualquer das partes (BECKER, apud SILVA; TUNES, 1999, p. 25).
Acreditar que o professor é o centro, ou mesmo o aluno é valorizar a capacidade de um e ignorar a potencialidade do outro e vice versa. Nessa concepção ignoramos o ser humano, o que para Freire e Jung são erros inaceitáveis na educação.
Capitulo 05 Procedimentos de pesquisa
A pesquisa tem principalmente o caráter quantitativo-descritivas buscando uma maior proximidade, com o problema a fim de torna-lo mais explicito.
Para obtermos informações, sobre o assunto pesquisado, fizemos varias leituras de grandes teóricos, onde nessa pesquisa citou aquele que para nós é o mais importante dessa pesquisa, pois ele desde o começo lutou por esse método de educação aonde iria, beneficiar aqueles que eram filhos de trabalhadores, que tinham a necessidade de trabalhar ao invés de ir para escola, onde na maioria dos casos os mesmo são filhos de analfabetos, que também pela mesma realidade deixaram de estudar, e isso não é realidade do passado, em muitos lugares existem adolescentes que deixa seus sonhos de lado para ajudar a sustentar a família em casa.
Para Freire um professor dedicado para a educação popular tem que acreditar em mudanças, não pode ensinar apenas a ler e a escrever, é preciso haver uma mudança de paradigma, e transmitir esperanças, fazer com que o aluno se transforme em sujeito pensante, critico e consciente do que lhe envolve no dia a dia o professor tem que ter prazer, alegria e transmitir aos alunos. Paulo Freire (2002, P.80).
Há uma relação entre alegria necessária á atividade educativa e a esperança. A esperança de que o professor e alunos juntos possam aprender ensinar, inquietar-nos, produzir e ambos resistir aos obstáculos á nossa alegria. Na verdade, do ponto de vista da natureza humana a esperança não é algo que ela se justaponha. A esperança faz parte da natureza humana.
 Para Freire é importante que o professor tenha esperança, uma vez que os jovens e adultos se espelham nos professores, e com esperança pode se acreditar em mudança de direção para a vida e para o mundo, para a sociedade, cita uma história popular que um passarinho viu um incêndio na floresta e correu para chamar os amigos para juntos apagarem o fogo, mas ninguém quis ir, então resolveu ir sozinho apagar o fogo, onde ele viu um rio e começou a pegar a água e jogando no fogo, certamente esse pássaro sabia que sozinho não poderia apagar todo o fogo, mas teve esperança que tomando a iniciativa talvez os outros pudessem acreditar que também seria capaz. Ao ouvir essa historia, podemos comparar a Paulo Freire a este passarinho, pois, ele deu inicio a essa educação, tendo a esperança de que haveria uma mudança, e a cada dia, pessoas se juntam a suas ideologias a fim de transformar a educação do nosso país, é através dessa esperança que começam a mudar esse paradigma. 
 O EJA, desde muito tempo está ai trazendo novas concepções e novos desafios, pois, acreditamos, que ainda falta muito para ser uma educação de qualidade, mais como existe esperança, estamos ai, almejando essa transformação para a educação de jovens e adultos. (EJA). E é através desse e de outros teóricos, que iremos proceder a essa pesquisa através de um embasamento teórico que também pode ser chamada de revisão bibliográfica, revisão teórica, fundamentação bibliográfica.
Usufruiremos da pesquisa de campo para chegar as nossas conclusões em relação realidade, vivida por esses alunos que buscam alcançar seus objetivos, ao terminar os seus estudos. Será que de fato esse é o melhor caminho? 
 5.1 Pesquisas de campo
 
A pesquisa de campo é uma fase que é realizada após o estudo bibliográfico, para que o pesquisador tenha um bom conhecimento sobre o assunto, pois é nesta etapa que ele vai definir os objetivos da pesquisa, as hipóteses, definir qual é o meio de coleta de dados, e como esses dados serão organizados e analisados. As pesquisas de campo podem ser dos seguintes tipos (MARCONI & LAKATOS, 1996):
A pesquisa será realizada com docentes da EJA de duas escolas da Rede Municipal de Ensino de São Paulo. Participaram desta pesquisa professores.
Seguindo os pressupostos da abordagem qualitativa, esta investigação utilizará a pesquisa de campo como instrumento para coletar dados e adotar como técnica de investigação o questionário de perguntas fechadas, onde iremos entrevistar cada desses professores que atuam na EJA, nessa escola que cujo publico, são de idades variadas, pois sonhar não tem idade e aprender não tem limite e são com esses docentes que fizemos essa pesquisa de campo. Onde fizemos entrevista com cada professor, e depois demos o questionário fechado para que eles pudessem responder, com mais tranquilidade, no questionário tem opção de escolha e eles, escolheram as que eram coerentes a sua realidade. Conforme Marconi e Lakatos (1999, P.100), “O questionário é um instrumento de coleta de dados constituindo por uma serie ordenadas de perguntas, que devem ser respondidas por escritos e sem presença do entrevistador”. 
Para compreender melhor, o que os autores falam sobre essa educação, fomos conhecer um pouco a realidade vivida por professores e alunos, onde utilizamos como recurso a pesquisa de campo, para coleta dados com a possibilidade de uma compreensão maior, dos fatos positivos e negativos da educação oferecida para jovens e adultos. A entrevista dará oportunidade dos professores se expressarem, falando o que eles pensam e sentem ao vivenciar e conviver com a realidade educacional do nosso país. Ao irmos a escola fazer a pesquisa, percebemos que faltam recursos, para suprir as necessidades dos professores e alunos.
 O método de coleta de matérias será qualitativo: investigação empírica, com o objetivo de conferir hipóteses, delineamento de um problema, analise de um fato, avaliação de um programa e isolamento de variáveis principais (MARCONI & LAKATOS, 1996). É uma pesquisa quantitativa, que usa técnicas de coleta de dados, que podem ser: entrevistas, questionários, formulários, etc. Ao coletarmos os dados iremos fazer um gráfico, onde iremos comparar as perguntas que foram mais respondidas por esses docentes.
Como o objetivo desta pesquisa é entender as questões relacionadas a esse modelo de educação, noturna, onde, os alunos muitas vezes não são só jovens, mais, sim pessoas com idades variadas, que não veem obstáculos de concluir aquilo que era para ter concluído há muito tempo. E com essa oportunidade correm atrás desse sonho, que muitos jovens estão deixando de sonhar. Que para obtermos essas respostas fomos entrevistar, professores em seu campo de trabalho. Por isso chama-se pesquisa de campo por ter que ir até o local, que o docente exerce sua função de ensinar. 
5.2 Entrevista
O método da entrevista se caracteriza pela existência de um entrevistador, que fará perguntas ao entrevistado anotando as suas respostas. A entrevista pode ser feita individualmente, em grupo, por telefone ou pessoalmente (MATTAR, 1996).
Aentrevista, antes de entregarmos, o questionário para eles responderem, serviu pra nos aproximar mais, quebrando o gelo que havia entre ambas as partes. A entrevista foi em um lugar reservado onde permitiu que ficássemos a vontade, sem a preocupação de penetras, não precisava desse bate papo antes, só éramos entregar o questionário e esperar ser respondido, porem todos os professores foram muito carismático conosco, onde nos deu a liberdade de entrevista-los, antes de entregarmos as questões.
Através da entrevista, pudemos tirar as nossas duvidas, explicar as questões, onde permitiu também identificar as discórdias. O método das entrevistas podem apresentar as seguintes desvantagens (MARCONI & LAKATOS, 1996 MATTAR, 1996): ocorrer problemas de comunicação entre o entrevistador e o entrevistado, a entrevista consome muito tempo, gera alto custo o que leva a utilizar normalmente de amostras pequenas. Além disso, a presença do entrevistador e a não garantia de anonimato pode influenciar na resposta. Existe ainda o risco de o entrevistador interpretar as respostas em questões abertas.
5.3 Problematização
A modalidade de ensino analisada (EJA), é uma alternativa para um público que devido a situações diferenciadas, foi afastada da escola na infância e adolescência, onde muitos foram privados do ensino contra sua própria vontade. Devido à exigência do mercado de trabalho, muitos resolvem voltar aos estudos e encontram no EJA uma oportunidade, por ser uma modalidade que oferece anos letivos duplos e horários noturnos.
A grande questão é a qualidade desta modalidade, que fica duvidosa, pois estes alunos normalmente são trabalhadores, donas de casa, alunos que não tem o tempo necessário para dedicar aos estudos e á dúvida também referente à capacitação dos docentes, pois, é claro que estes docentes não foram preparados para um público mais maduro, com características diferentes do ensino regular.
Para as autoras Marina de Andrade Marconi e Eva Maria Lakatos (2010, p.13). “o problema de uma pesquisa deve ser analisado sob o aspecto de sua valoração”.
a) Viabilidade: Pode ser resolvido por meio da pesquisa;
b) Relevância; ser capaz de trazer conhecimentos novos;
c) Novidade: estar adequado ao estagio atual da evolução cientifica;
d) Exequibilidade: pode levar a uma conclusão válida;
e) Oportunidade: atender a interesses particulares e gerais. Uma forma de conceber um problema cientifico é relacionar vários fatores com o fenômeno em estudo.
Exemplo: pesquisa de campo. 
5.4 Tipos de pesquisas
Segundo Lakatos (1991, p.155) define a “pesquisa como procedimento formal, com método de pensamento reflexivo que requer um tratamento cientifica e se constitui no caminho para conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais.”.
Este método difere, em principio, do quantitativo, à medida que não emprega um instrumental estatístico como base na análise de um problema, não pretendendo medir ou numerar categorias (RICHARDSON, 1989).
Pesquisa acadêmica
A pesquisa acadêmica é realizada no âmbito da academia (universidade, faculdade ou outra instituição de ensino superior), conduzida por pesquisadores que comumente são docentes, estudantes universitários e pesquisadores independentes. A pesquisa acadêmica é um dos três pilares da atividade universitária, junto com o ensino e a extensão. Visa a produzir conhecimento para uma disciplina acadêmica, bem como investigações relacionadas à prática dos processos de ensino-aprendizado. Visa também a relacionar os aspectos objetivos e subjetivos da realidade que envolve o objeto a ser pesquisado.
Segundo Lakatos (1991) define a pesquisa como procedimento formal, com método de pensamento reflexivo que requer um tratamento cientifica e se constitui no caminho para conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais.
 Pesquisa qualitativa
 Tem o caráter exploratório estimulam os entrevistados a pensar e falar livremente sobre algum tema, objeto ou conceito. Elas fazem emergir aspectos subjetivos, atingem motivações não implícitas, ou mesmo não consciente, de forma espontânea.
Capitulo 06 Procedimentos de analises 
O procedimento de análise deste trabalho de campo foi realizado através de comparações entre os dados coletados nas entrevistas e a realidade já conhecida dos estudantes da modalidade EJA, que geralmente são alunos, que não tiveram acesso às aulas quando jovens ou simplesmente optaram por não estudar, devido à necessidade do trabalho para ajudar em casa ou manter o sustento da família.
Análise de conteúdo é uma técnica de pesquisa para a descrição objetiva, sistemática, e quantitativa do conteúdo evidente da comunicação (LAKATOS & MARCONI, 1999). Entender as dificuldades, enfrentadas por professores, não é fácil, pois, percebemos que muitos querem fazer algo a mais pelos seus alunos, mais não pode e com suas respostas poderemos chegar ao nosso ponto de vista. Onde, em mãos teremos uma compreensão melhor em relação á esse método de ensino que cada dia vem ganhando mais espaço devido, a tanto procura das pessoas que querem voltar a estudar. 
Andrade (1999, p.131) diz que “perguntas fechadas são aquelas que indicam três ou quatro opções de respostas ou se limitam à marcação da escolha.”. Considere que o questionário semiestruturado “combina perguntas fechadas”. Através dessas respostas, chegaremos a uma conclusão. O professor precisa ter a oportunidade de opinar, de sugerir e expressar suas expectativas, além de poder compartilhar experiências adquiridas em suas vivencias, no cotidiano escolar. Nós acreditamos que essa seja uma boa oportunidade pra que eles possam se expressar, e para que nós possamos aprender e compreendermos um pouco sobre essa jornada. 
Diante do exposto, percebe-se a importância do professor frente ao processo de ensino-aprendizagem, pois, é ele que tem a função de desenvolver uma prática pedagógica que possibilite, ao educando, ampliar sua visão de mundo sendo capaz de refletir sobre as ações alheias e sobre suas próprias ações.
Essas perguntas e respostas poderão contribuir para uma maior eficácia no processo de ensino- aprendizagem tendo como reflexo a melhoria na qualidade da educação, principalmente para essa demanda especifica. Chegaremos ao perfil desses educadores e educandos.
Durante a analise dos questionários e elaboração de novas questões, teve se os seguintes cuidados: verificar se a pergunta é importante para a pesquisa (MARCONI & LAKATOS, 1996), analisar se existe necessidade de ter mais de uma pergunta sobre o assunto (MATTAR, 1996) e verificar se os participantes tem conhecimento técnico necessário para responder a questão (MARCONI & LAKATOS, 1996).
6.1 Apresentações dos resultados
Os dados serão apresentados de acordo com a análise, do questionário fechado onde é estreitamente necessário para à compreensão do desenvolvimento da pesquisa.
A análise dos dados, Segundo Lakatos e Marconi (2001b,p. 167), “é a tentativa de evidenciar as relações existentes entre o fenômeno estudado e outros fatores”.
“A interpretação dos dados é a atividade intelectual que procura dar um significado mais amplo às respostas, vinculando-as a outros conhecimentos” (LAKATOS & MARCONI, 2001, P. 168). 
6.2 Apresentações dos resultados 
O resultado dessa pesquisa, realizada com 8 professores da EJA, está abaixo, representado em tabelas, gráficos e também resumidamente no questionário:
Questionário usado nas entrevistas
RESULTADOS:
Na pesquisa feita com 8 professores da EJA, está abaixo a tabela e o gráfico que representam os resultados.
Tabela 1 - Em qual etapa da EJA leciona:
	1ª etapa
	8
	100%
	2ª etapa
	0
	0%
	3ª etapa
	0
	0%
	Total
	8
	100%
Gráfico 1 - Em qual etapa da EJA leciona:
A tabela e o gráfico 1 apresentam o resultado em qual etapa da EJA leciona, onde 100% do resultado de professores na 1ª etapa.
Tabela 2 - Quanto tempo leciona para a EJA:
	1 á 5 anos
	6
	75%
	6 á 10 anos
	2
	25%
	11 á 15 anos
	0
	0%
	16 á 20 anos
	0
	0%
	21 á mais
	0
	0%
	Total
	8
	100%
Gráfico 2 - Quanto tempo

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