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Daiene Sobreira Olimpio FCMTR 8P AULA 2 MEDICINA LEGAL Classificação dos fenômenos cadavéricos: · IMEDIATOS: ausência de funções cerebrais · Inconsciência · Insensibilidade · Imobilidade · Parada da respiração e circulação · CONSECUTIVOS · Algidez · Rigidez · Hipóstase ou livor · Mancha verde abdominal · TARDIOS DESTRUTIDOS · Autólise · Maceração · Putrefação: coloração, gasoso (inchado), coliquativo, esqueletização · TARDIOS CONSERVADORES · Mumificação saponificação Fenômenos cadavéricos · Abióticos: não possui bactérias atuando; ativais, imediatos, consecutivos · Transformativos: destrutivos e conservadores Fenômenos abióticos imediatos: Pálpebras parcialmente cerradas; relaxamento dos esfíncteres; abdução do tônus muscular; apneia e ausência de pulso; perda de sensibilidade; perda de consciência; fáceis hipocrática (adelgaçamento labial inexpressivo, pavilhão auricular frio e cianótico, sudorese facial viscosa e palidez intensa) e parada cardíaca. Fenômenos consecutivos: Resfriamento do corpo, hipóstase e livores; rigidez cadavérica; desidratação. Tanatocronologia ou cronotanatognose a) Perda de peso: perda de 8g/kg/dia b) Algidez: nas 3 primeiras horas há queda de temperatura do cadáver de 0,5 graus por hora, a partir da quarta hora é de 1 grau por hora. c) Livores de hipóstase: surgem em geral 2 a 3h após a morte, fixando-se definitivamente em torno de 8 a 10h pós mortem. d) Rigidez cadavérica: surge na mandíbula da segunda hora, em seguida nuca(2-4h); nos membros(4-6h) e músculos do tórax (6-8h) e) Mancha verde abdominal: 18 a 36h, inicia na FID, porque ali esta o seco e lá há presença de bactérias e é mais próximo da parede abdominal. f) Gases de putrefação: 1 dia; gases não inflamáveis: CO2. 2 ao 4 dia: gases inflamáveis: HC e H; 5 dia: gases não inflamáveis: N e NH4. g) Cristais de sangue putrefeito: surgem no 3 dia e permanecem até o 35 dia depois da morte h) Crioscopia do sangue: ponto de congelação do sangue, valor normal: 0,5 graus i) Crescimento dos pelos da barba: crescem 0,021 mm/h j) Conteúdo estomacal: digestão em torno de 4-7h k) Fauna cadavérica: presença dos bichinhos ali comendo. Espasmo cadavérico ou rigidez cataléptica, estaturia ou plástica: Rigidez instantânea que precede a rigidez comum, ela é instalada subitamente e violentamente, o indivíduo mantem a posição quando a morte o surpreendeu. Hipóstases: São originadas da deposição do sangue na parte declivosa do cadáver, em trono de 2 a 3 h após a morte. Decorridas 8-12h fixam-se definitivamente. Os livores superficiais não aparecem nos pontos de compressão da superfície corpórea. Livor de hipóstase: migração do sangue de acordo com a gravidade, sangue se desloca para o local mais próximo do chão, a área que é comprimida não é preenchida por sangue, ao fazer a movimentação do cadáver o sangue irá se mover também de acordo com a gravidade. Desaparecem momentaneamente por compressão digital. Se for incisado verte sangue que quando lavado deixa a área incisada limpa. Sua cor varia de acordo com o meio da morte · Vermelho-clara: em asfixias por submersão · Achocolatado: envenenamento por clorato de potássio/caminhada asfixia por monóxido de carbono/violácea escura asfixias em geral Equimose: sangue coagulado; malhas de fibrinas; infiltração hemorrágica; sangue fora do vaso Hipóstase: sangue coagulado, sem malha de fibrina, sem infiltração de sangue nas regiões de declive. Manchas de Sommier e Larcher: Ocupa inicialmente a metade da temporal ou externa da esclerótica e em seguida o canto interno, traduz a transparência da esclerótica expondo a coroide. A forma e a tonalidade evoluem na sequência: oval-circular-triangular e amarelo-azul-negro em 1. 3 e 6h, respectivamente. Estimativa do tempo pós mortem: (IPM: índice pós mortem) · Corpo quente e flácido: IPM menor que 3h · Corpo quente e rígido: IPM entre 3 a 6h · Corpo frio e rígido: IPM entre 8 a36h · Corpo frio e flácido: IPM de 36h Autólise: (destruição das células pela ação descontrolada pelas próprias enzimas) Fenômenos destrutivos que é caracterizado pelo aumento seletivo da permeabilidade das membranas plasmáticas, liberação de enzimas proteolíticas dos lisossomos, destruição celular e consequentemente queda de ph (1 fase) A acidez promovida na autólise é de curta duração dando sequencia a putrefação com proteólise bacteriana. Há descarboxilação de aminoácidos com liberação de co2 e amina que se desdobra em forma de amônia, esta alcaliniza a célula elevando o ph entre 8 e 8,5. EVOLUÇÃO DA PUTREFAÇÃO Decomposição do corpo pela ação de bactérias saprófitos que invadem o corpo após morte. Fases de coloração: · Cromático (1 fase): presença de mancha verde abdominal que se forma primeiro na FID devido à proximidade de ceco com a pele. (O gas sulfídrico produzidos pelas bactérias difundem nos tecidos e combina-se com a sulfoemoglobina o que dá a coloração). Aparece cerca de 18 a 24h após morte, pode durar em até 7 dias. Enquanto ocorre a disseminação da mancha verde há a hemólise oque da coloração mais avermelhada nos tecidos, como o coração. · Enfisema (2 fase): período gasoso (gases internos da putrefação migram para a periferia, surgem na superfície corporal flictena a palpação e enfisema putrefativo que crepita a palpação e dá ao cadáver a postura de boxeador e aspecto gigantesco. Resulta do aumento progressivo e rápido da produção dos gases pela flora saprófica, agora já disseminada por todos os tecidos. Os fenômenos observados nesse período são causados principalmente pela força dos gases nas grandes cavidades, o aumento da pressão abdominal produz prolapso do útero e do reto e elevação do diafragma. O sangue vai para a periferia originando a circulação Póstuma de Brauardel o odor é nauseabundo e esta período dura 2 semanas. Nessa fase ocorre também ocorre o descolamento da epiderme pela grande produção de líquidos que migram para a superfície e formam bolhas de tamanho variado, por vezes grandes, de conteúdo pardo avermelhado escuro. · Coliquação: período de dissolução pútrida das partes moles do cadáver em que agem conjuntamente bactérias e a fauna necrófaga. Inicia 3 semanas após morte e tem duração variável. · Esqueletização: o meio ambiente e a fauna cadavérica destroem os resíduos fissulares e expõe os ossos. Conforme passam os anos o osso fica mais desidratados e alterados pelos processos tafonômicos. Maceração: Fenômeno transformativo destrutivo próprio dos corpos submersos em meios líquidos estéreis ou contaminados, observa-se: redução da consistência da pele, fragilizando a epiderme que se torna amolecida, friável, corrugada e se destaca facilmente dos planos profundos, como retalhos., expondo a derme vermelha embebida em hemoglobina. Ocorre esse processo também nas mucosas dos órgãos internos e a desestabilização das peças articulares e ósseas. Pode ser asséptica ou séptica, a asséptica se da quando da morte fetal intrauterina do quinto ao nono mês de gestação. SAPONIFICAÇÃO Fenômeno raro que produz material esbranquiçado, mole e um pouco friável de aspecto céreo que aparece nas partes moles gordurosas de um cadáver quando certas condições ambientais estão presentes (adipocera). Dá-se após 6 semanas pós morte por um processo enzimático bacteriano que hidrolisa as gorduras neutras, transformando-as em ácidos graxos, esses ácidos em ambiente argilosos, poroso, impermeável ou de pouca permeabilidade sofrem uma reação química de esterificação, dando origem a sabão de cálcio (saponificação). MUMIFICAÇÃO: Processo de conservação do cadáver que depende de condições que facilitem uma evaporação rápida, de modo a sustar o processo de putrefação. Ocorre em ambientes com temperaturas elevadas, secos e muito bem ventilados, como solos arenosos de áreas com pouca chuva. O cadáver apresenta reduzido de volume e peso, pardacento ou enegrecido, pele ondulada e de consistência endurecida.
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