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ORGANIZAÇÃO DO ESTADO-NP1-2019

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ORGANIZAÇÃO DO ESTADO (NP-1/2019)
(Exercícios “para o lar” – Prof. UBIRAJÁRA DE CAMPOS)
1. O que é constitucionalismo e como pode ser considerada, historicamente, sua evolução?
Esse movimento que resultou na elaboração de uma Constituição escrita, no final do século XVIII, (1787-EUA), impondo limites ao poder do Estado, incorporando em seu texto os princípios da divisão de Poderes e da participação do povo no processo político, bem como declarando direitos e liberdades a todos sob sua tutela, pode ser visto em dois sentidos: 1.a. ESTRITO (stricto sensu) – 1.b. AMPLO (lato sensu).
1.a. STRICTO SENSU: é considerado de inspiração iluminista, desencadeado no século XVIII pela burguesia mercantil opondo-se ao intervencionismo estatal na economia, e, à concentração das funções legiferante/administrativa/judicante nas mãos da monarquia e seus ministros, de que resultou o Estado Absoluto (Luis XIX na França – “L’Etat c’este moi” – O Estado sou eu).
Em contraposição ao absolutismo, cuja apologia era feita desde o século XVI, tanto por pensadores laicos ( Maquiavel - “O Príncipe”;Thomas Hobbes - “O Leviatã”) como religiosos (Jean Bondin – “Os seis livros da República”; Jacques Bossuet – “A Política tirada das Sagradas Escrituras”), surgiram, no século XVII, sob a influência de John Locke, pai do Iluminismo com as obras “Dois Tratados sobre o governo civil” e “Ensaio sobre o entendimento humano”, os arautos de uma nova ordem.
Embora os arautos da nova ordem divergissem em relação ao modelo político-econômico (Montesquieu: Liberalismo Político – “O Espírito das Leis”/Voltaire: Parlamentarismo – “Cartas Inglesas”/Jean Jacques Rousseau: Democracia – “O Contrato Social”/Dr. Quesnay: Fisiocracia – “Le Tableau Economique”/ Adam Smith: Liberalismo econômico ou capitalismo liberal – “Wealth of Nations”), na essência pensavam um Estado cujo poder fosse limitado, repartido e exercido por diferentes pessoas, de maneira a coibir abusos e excessos. Para tanto, idealizaram, ao longo do século XVIII, um sistema de governo cujos limites fossem definidos em Constituição escrita. No transcurso das revoluções burguesas que marcaram o século XVIII nasceu, em 1776, do movimento de independência das colônias inglesas da América do Norte, a Constituição do Estado da Virgínia, e, em 14/09/1787 foi promulgada a Constituição dos Estados Unidos da América do Norte (1ª Constituição escrita e no sentido moderno). Pouco depois da Revolução Francesa, ocorrida em 14/07/1789, era editada, em 03/09/1791 a 1ª Constituição escrita da França, e, 2ª no sentido moderno.
Portanto, no sentido moderno ou restrito, o constitucionalismo circunscreve-se ao movimento liberal ocorrido, notadamente, no final da Idade Moderna. Razão pela qual, Constituição, no sentido moderno é o documento escrito no final do século XVIII, com o objetivo claro de limitar, ordenar, dividir e fundamentar o poder do Estado, bem como, declarar, e, assegurar direitos e liberdades aos seus jurisdicionados. Neste último aspecto há que se considerar a influência da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, (1789), na França, cujo artigo 16 diz expressamente: “toda sociedade, na qual a garantia dos direitos não é assegurada nem a separação dos poderes determinada, não tem Constituição”.
1.b. LATO SENSU: Karl Loewenstein, em sua obra “Teoria de La Constitución”, mostra ser possível identificar, ao longo da História das civilizações, desde a antiguidade oriental, a existência de documentos escritos balizando o exercício do poder político. Embora não fossem denominados de Constituição, no sentido moderno, durante sua vigência tiveram “força de norma constitucional”. Eram, todos eles, escritos, resultantes alguns do chamado Direito Revelado em vigor nas sociedades Teocráticas, e, outros, nascidos dos trabalhos de juristas e/ou legisladores a serviço do Poder. Muitos princípios e regras de tais documentos encontram-se incorporados, sob nova roupagem/linguagem, no Direito Moderno/hodierno e nas Constituições de inúmeros Estados contemporâneos, v.g., “habeas corpus”, “devido processo legal”, “direito de petição”, “instituição do tribunal do júri” etc.
Eis alguns exemplos, só para constar, de normas com força de Constituição nas IDADES:
1.b.1. ANTIGA ORIENTAL: HEBREUS – DECÁLOGO – Livros de: Êxodo, cap. 20, e, Deuteronômio, cap.5, (Velho Testamento-BÍBLIA).
1.b.2. ANTIGA OCIDENTAL: I – GRÉCIA – REFORMAS de: I – DRÁCON (620/621 a.C.); II – SÓLON (594 a. C.). III – CLÍSTENES (508 a. C.).
 II – ROMA: Lei das XII Tábuas ( 449 a. C.) / Lei Canuléia (445 a. C.) / Lei Licnias Séxtias (367 a. C) / Lei Hortensia (287 a. C.) / Lei Aquília (286 a. C.).
1.b.3. MÉDIA: INGLATERRA: 15/06/1215 – Magna Charta Libertatum/ 1236 – Estatuto ou Nova Constiuição de Merton.
1.b.4. MODERNA: I - INGLATERRA: 1628 – Petition of Right/ 1679 – Habeas Corpus Act/ 1689 – Bill of Rights/ 1701 – Act of Settlement.
 II – COLÔNIAS INGLESAS: 1620 - Compact Act ( a bordo do navio Mayflower)/ 1639 – Fundamental Orders Connecticut/ 1662 – Carta Outorgada – Rei Carlos II/ 1776 – Declaration of Rights (Virgínia)/ 1781 – Constituição da Confederação dos Americanos/ 1787 – Constituição dos Estados Unidos da América do Norte (1ª escrita e no sentido moderno).
OBS.: As Constituições dos E.U.A. (1787), final da Idade Moderna, e, a da FRANÇA (1791), dois anos depois da Revolução Francesa, marco inicial da Idade Contemporânea, integram o chamado constitucionalismo moderno, em que se discutia a necessidade de uma Constituição escrita para limitar o poder do Estado.
1.d. NEOCONSTITUCIONALISMO: Movimento iniciado no período do pós-guerra. Portanto, num contexto pós-positivista (pós-moderno), caracterizado pela afirmação da idéia de centralidade da Constituição no sistema jurídico, da força normativa de seus princípios, particularmente axiológicos, com ênfase na supremacia material das normas constitucionais, nos direitos humanos e fundamentais, na dignidade da pessoa humana, voltados para a construção de um modelo democrático constitucional.
1.c. CONSTITUCIONALISMO DO FUTURO: Conforme magistério do Argentino JOSÉ ROBERTO DROMI, o constitucionalismo do futuro deverá caracterizar-se pela busca e valorização, além de outros princípios/valores, particularmente da: verdade, solidariedade, consenso, continuidade, participação, integração e universalização. 
2. Sobre as ORDENAÇÕES: a) explique o que foram; b) relacione-as, cronologicamente, indicando os responsáveis por sua edição; c) indique até quando vigoraram, no Brasil; d) esclareça como foram, formalmente, revogadas no Brasil.
a) Foram compilações das ordens, decisões ou normas jurídicas avulsas ou coletâneas feitas sob determinação dos Reis D. Afonso I, D. Manuel I e D. Felipe II.
b) 1446, D. Afonso V - 1521, D. Manuel I - 1595 Felipe I, porém, entrou em vigor em 1603 com Felipe II. 
Eram de natureza cumulativa. A edição de uma nova não revogava a anterior, pelo contrário, complementava.
c) Vigoraram no Brasil desde o período colonial até o começo do século XX, na República Velha, em 1917.
d) Foram parcial e paulatinamente revogadas ao longo do tempo. Na medida em que atos normativos eram editados, disciplinando alguma matéria disposta nas Ordenações, estas sofriam a perda daquele conteúdo. O restante continuava em vigor. Por exemplo, com a edição do Código Criminal no Império, em 1832, as normas das Ordenações, que tratavam da mesma matéria foram automaticamente revogadas, assim como a edição do Código Comercial em 1850 revogou, nas Ordenações, o conteúdo correspondente. 
As Ordenações foram cabal e definitivamente revogadas no Brasil, de forma expressa pelo Artigo 1807 do Código Civil, quando entrou em vigor em 1917.
3. Quantas Constituições o Brasil já teve desde sua independência e, em que ano cada uma delas começo a viger?
(1ª) - Constituição Política do Império do Brasil - Jurada (Outorgada) a 25/03/1824.
(2ª) - Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil - Promulgada a 24/02/1891.(3ª) - Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil - Promulgada a 16/07/1934.
(4ª) - Constituição dos Estados Unidos do Brasil - Decretada a 10/11/1937.
(5ª) - Constituição dos Estados Unidos do Brasil - Promulgada a 18/09/1946.
(6ª) - Constituição do Brasil - Promulgada (Outorgada) a 24/01/1967. 
(7ª) – Constituição da República Federativa do Brasil – Promulgada a 5/10/1988
OBS. Há Constitucionalistas que consideram como sendo mais uma, a Constituição do Brasil, de 24/01/1967, com a redação dada pela Emenda Constitucional nº 1 de 17/10/1969 e alterações determinadas pelas Emendas Constitucionais nºs 2 a 27. Nesse caso alteram-se a quantidade e a ordem, pois teríamos como 7ª a Emenda nº 1 de 17/10/1969 e 8ª a de 5/10/1988. 
4. Quando se deu a convocação e instalação da 1ª Assembléia Nacional Constituinte (ANC), da História do Brasil, e, quais as principais características do projeto por ela elaborado?
a) 03 de junho de 1822 - Convocação da Assembléia Geral Constituinte e Legislativa.
b) 03 de maio de 1823 - Ato de Instalação da Assembléia Nacional Constituinte.
c) 12 de novembro de 1823 - Dissolução da Assembléia Nacional Constituinte (Noite da Agonia).
d) 13 de novembro de 1823 - Proclamação da Dissolução da Assembléia Nacional Constituinte.
CARACTERÍSTICAS DO PROJETO DE CONSTITUIÇÃO/1823.
a) Xenofobismo – no dizer de Antonio Leal, o redator do projeto, Antonio Carlos (irmão de José Bonifácio), cada vez que nele escreveu a palavra estrangeiro, teve diante de si o fantasma português, que por seu turno evocava o espectro da recolonização.
b) Soberania nacional em oposição à do monarca – a preocupação, no projeto, era de limitar ao máximo possível os poderes do Imperador, e valorizar a representação nacional.
c) Liberdade econômica – o projeto suprimiu todas as restrições de ordem econômica (monopólio, privilégios etc) estabelecendo a mais ampla liberdade possível aos proprietários rurais.
d) Conciliou os ideais liberais com uma política escravagista – o artigo 265 do projeto dizia: “A Constituição reconhece os contratos (?) entre os senhores e escravos; o governo vigiará sobre sua manutenção. (OBS. Era esse o liberalismo pregado pelos Constituintes de 1823).
5. Explique as razões que levaram à dissolução da 1ª ANC da História do Brasil.
 D. Pedro I na Proclamação de 13/11/1823 dizia, dentre outras coisas, que:” Os desatinos de homens allucinados pela soberba, e ambição nos iam precipitando no mais horroroso abysmo....Si a Assembléa não fosse dissolvida, seria destruída a nossa santa religião, e nossas vestes seriam tintas em sangue.”(sic).
Na realidade a ANC foi dissolvida porque o projeto de Constituição procurou limitar o poder do Imperador e fortalecer a soberania nacional. E, ao adotar a divisão tripartite de Poder (Legislativo/Executivo/”Judicial”), impedia o Imperador de dissolver o Parlamento. Era também, um projeto classista, anticolonialista e antiabsolutista, além de impedir o Imperador de tornar-se chefe de outra nação. Etc..etc... 
6. Como foi elaborada e quais as características marcantes da Carta Outorgada de 1824?
Elaborada por um Conselho de Estado composto por 10 pessoas da confiança do Imperador, e por este imposta ao Império em 25/03.
CARACTERÍSTICAS: Vide material distribuído em sala de aula (xerocópia).
7. Indique a origem, modelo e as principais características relacionadas à estrutura de estado da Constituição de 1891.
Origem: popular/votada/promulgada.
Modelo: Constituição dos E.U.A. de 1787. Neste caso pesou a influência de Ruy Barbosa na ANC
CARACTERÍSTICAS: Vide material distribuído em sala de aula (xerocópia).
8. Escreva sobre o ambiente histórico em que nasceu a Constituição de 1934 e aponte suas principais características.
A Constituição de 16/07/1934 apresenta um dado paradoxal quanto à origem. Foi elaborada, votada e promulgada por uma ANC, convocada por Getúlio Vargas, que tomou o Poder em 1930, apoiado pelas Forças Armadas, depois de haver perdido as eleições de 1929, como candidato do Partido da Aliança Liberal. Trata-se, portanto, de uma Constituição de origem popular promulgada dentro de uma ditadura que se estendeu de 1930 a 1945. Deu início à centralização do poder nas mãos do Presidente da República ao extinguir o cargo de Vice.
CARACTERÍSTICAS: Vide material distribuído em sala de aula (xerocópia).
 
9. Como teve origem a Constituição de 1937 e quais as principais novidades introduzidas por ela no ordenamento jurídico brasileiro?
Em 1937, ao não convocar a esperada eleição majoritária para redemocratizar o país, Getúlio Vargas impôs a Constituição de 1937 (chamada de Polaca em razão de sua afinidade com a Constituição Polonesa do governante PILSIUDSKY). O texto encomendado ao jurista mineiro FRANCISCO DE CAMPOS (Chico ciência), atendendo à conveniência do ditador GV, concentrou em suas mãos as atribuições dos Poderes: Legislativo e Executivo. O artigo 178, por exemplo, DISSOLVEU A Câmara dos Deputados, o Senado Federal, as Assembléias Legislativas dos Estados e as Câmaras Municipais. Já, o artigo 180, conferia ao Presidente da República o poder de expedir decretos-leis sobre todas as matérias da competência legislativa da União. Em síntese, suprimiu a autonomia das unidades federadas.
CARACTERÍSTICAS (novidades): Vide material distribuído em sala de aula (xerocópia).
10. O que foi o Estado Novo na História do Brasil?
Foi o período no qual o poder forte de fato, que contrariava a Constituição de 1934 promulgada em plena ditadura Vargas, tornou-se forte “de direito”. Pois passou a ter respaldo na Constituição de 1937, imposta por GV após dar o golpe de Estado apoiado pelos generais Góes Monteiro e Olympio Mourão Filho. Estes simularam haver descoberto um plano de ação revolucionária para tomar o poder, a que denominaram de PLANO COHEM, atribuindo sua autoria aos comunistas. O Estado Novo estendeu-se de 10/11/1937 a 29/10/1945. Nesse período GV criou o DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda) impondo censura total sobre todos os meios de comunicação, como também a Polícia Secreta que alimentou toda repressão sobre a sociedade.
11. Escreva como foi elaborada e indique algumas novidades, sobre a Ordem Social, trazidas pela Constituição de 1946.
Foi elaborada por uma ANC dando início ao processo de redemocratização do Brasil ao restaurar a autonomia das unidades federadas.
CARACTERÍSTICAS: Vide material distribuído em sala de aula (xerocópia).
12. Relacione, respectivamente, algumas características da Constituição de 1967 e da Emenda Constitucional nº 1, de 17/10/1969.
CARACTERÍSTICAS: Constituição de 1967, vide material distribuído em sala de aula (xerocópia).
EMENDA Nº 1 DE 17/10/1969:
a) ampliou o texto constitucional que passou de 189 para 200 artigos;
b) criou a censura sobre publicações “contrárias à moral e aos bons costumes”;
c) estendeu o mandato presidencial de quatro para cinco anos;
d) instituiu eleições indiretas para governadores estaduais;
e) eliminou as imunidades parlamentares materiais e processuais;
f) disciplinou o controle de constitucionalidade estadual pelo TJ para fins de intervenção no Município.
13. Relacione alguns aspectos restritivos de direito “autorizados” pelo casuístico Ato Institucional nº 5 de 1968.
Imposto pelo Presidente A. COSTA E SILVA em 13/12/1968, conferia os poderes para:
a) decretar o recesso do Congresso Nacional, das Assembléias Legislativas e das Câmaras Municipais;
b) decretar a intervenção nos Estados e Municípios sem as limitações previstas na Constituição;
c) suspender os direitos políticos por 10 anos e cassar mandatos eletivos federais, estaduais e municipais;
d) mediante decreto, demitir, remover, aposentar ou por em disponibilidade funcionários ou servidores da administração direta e indireta;
e) demitir, transferir para a reserva ou reformar militares ou membros das polícias militares;
f) confiscar bens de funcionários ou servidores da administração direta/indireta que tenham enriquecido no exercício do cargo ou função pública;
O A.I. nº 5, também suspendeu a garantia do habeascorpus nos casos de crimes políticos, contra a segurança nacional, a ordem econômica e social e a economia popular, bem como excluiu de qualquer apreciação judicial todos os atos praticados com fundamento nele e em seus Atos Complementares, assim como os respectivos efeitos.
14.Escreva sobre os principais aspectos da Emenda Constitucional nº 26/1985.
a) convocou e determinou que o Congresso Nacional passasse a funcionar, unicameralmente,
como ANC, no dia 1º/2°1987;
b) incumbiu o Presidente do STF de instalar a ANC e de dirigir a sessão de eleição do seu Presidente;
c) estabeleceu que a promulgação da Constituição dar-se-ia depois da aprovação de seu texto, em dois turnos de discussão e votação, pela maioria absolutas dos seus membros;
d) concedeu anistia aos que, por motivação exclusivamente política, sofreram restrições em seus direitos;
e) autorizou a Administração Pública, à sua exclusiva iniciativa, competência e critério, a readmitir ou reverter ao serviço público ativo a servidor público anistiado;
f) garantiu aos dependentes dos anistiados já falecidos, direito às vantagens pecuniárias da pensão correspondente ao cargo, função, emprego, posto ou graduação que teriam sido assegurados a cada beneficiário da anistia, até a data de sua morte.
15. Conceitue e explique o que é Constituição.
Conceito: Constituição é o código político-jurídico supremo, que define e organiza os poderes do Estado, e, declara e assegura os direitos e liberdades dos seus jurisdicionados.
CÓDIGO POLÍTICO-JURÍDICO SUPREMO, porque disciplina a vida nacional exercendo sua supremacia sobre tudo e todos. A SUPREMACIA CONSTITUCIONAL caracteriza-se pela necessária relação de submissão, de verticalidade, de todo o ordenamento político-jurídico para com a Constituição.
DEFINE OS PODERES, ao determinar quais são os adotados pelo Estado (CRFB/1988, ART. 2º, “São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”).
ORGANIZA OS PODERES DO ESTADO, determinando sua composição e atribuições ou competências. Ver arts. 44 e ss, Legislativo; art. 76 e ss, Executivo; art. 92 e ss. Judiciário.
16. Explique no que consiste a chamada “SUPREMACIA CONSTITUCIONAL”.
A Supremacia Constitucional consiste no fato de todo ordenamento jurídico ter de conformar-se com os preceitos da Constituição, tanto sob o ponto de vista formal (editar atos normativos previstos por ela e observando, rigorosamente, a competência e o procedimento nela fixados), como sob o ponto de vista material (adequando o conteúdo das normas aos princípios e regras nelas previstos). 
17. O que é “PRINCÍPIO DA SIMETRIA”(ou do PARALELISMO) em matéria constitucional?
É o que exige dos Estados-membros da Federação, do Distrito Federal e dos Municípios adotem, tanto quanto for possível, em suas respectivas Constituições e Leis Orgânicas no seu processo de auto-organização, as regras de organização e princípios fundamentais estabelecidos na Constituição Federal, de maneira a manterem para com ela, uma relação de semelhança e não de igualdade. EXEMPLIFICANDO: a CRFB/1988 adotou no art. 2º o princípio da divisão de Poderes dizendo: “São Poderes da União, independentes entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”.
A União organizou seu Legislativo, o Congresso Nacional, de forma bicameral, composto por duas casas: a Câmara dos Deputados e o Senado Federal. Assim garante, à população dos Estados sua representação naquela casa, elegendo seus Deputados Federais. E garante ao mesmo tempo, aos Estados-membros, na condição de pessoa jurídica de Direito Público, fazer-se representar no mesmo Congresso Nacional, pela eleição de seus Senadores da República. Já, os Estados-Membros, Distrito Federal e Municípios, organizam seu Poder Legislativo de forma unicameral. E, todos eles elegem o chefe de seu respectivo Poder Excutivo.
LER COM ATENÇÃO A CRFB/1988: arts. 25, 29, 32, na parte permanente, além do art. 11 e seu Parágrafo único no ADCT.
18. Indique e explique a classificação da CRFB/1988 quanto à/ao:
a) Origem: é considerada POPULAR/VOTADA/PROMULGADA/DEMOCRÁTICA, por haver resultado de um projeto elaborado, discutido, votado e promulgado por representantes do povo reunidos em Assembléia Nacional Constituinte convocada para esse mister.
b) Forma: ESCRITA, pois suas normas, contendo princípios e regras compõem um texto único, solene, formal, sistematicamente organizado e dividido em títulos, estes em capítulos com seus artigos, parágrafos e/ou incisos, disciplinando os assuntos mais diversos de interesse da nação.
c) Consistência(estabilidade/alterabilidade): RÍGIDA, porque embora admita a alteração do seu texto, estabelece, para tanto, um procedimento mais dificultoso que o previsto para a edição das demais espécies normativas infraconstitucionais. Além do mais fixa um núcleo duro que não admite nem mesmo a deliberação de proposta de emendas tendentes a abolir ou reduzir o alcance das matérias nele relacionas (CRFB/1988, art. 60, § 4º).
 d) Sistemática: CODIFICADA, por ser o instrumento único a disciplinar a vida nacional, exercendo com exclusividade a supremacia no ordenamento. É, portanto, o Código por excelência, não divide sua posição de supremacia, no ordenamento jurídico, com nenhuma outra norma existente fora dela.
e) Dogmática: ECLÉTICA, porque não adota princípio ideológico de uma única origem ou natureza, mas abre-se à adoção de princípios de diferentes ideologias, harmonizando-os por considerá-los passíveis de aplicação para resolverem os problemas da sociedade. Por exemplo, ao mesmo tempo em que adota um princípio de natureza capitalista, o direito de propriedade (CRFB/1988, art. 5º, caput e inciso XXII, art. 170, II), a ele contrapõe outro de natureza socialista, determinando que “a propriedade atenderá sua função social”, (CRFB/1988, arts. 5º, XXIII, 170, III).
f) Modo de elaboração: DOGMÁTICA, seu texto nasceu da discussão de ideologias, dogmas, sistemas antagônicos que ao final, conciliados, acabaram servindo de fio condutor para sua feitura.
g) Conteúdo: FORMAL, texto escrito pelo Poder Constituinte Originário, contendo temas material e formalmente constitucionais, e, cujo processo de alteração, solene e dificultoso, está previsto nela própria.
h) Extensão: ANALÍTICA, é longa, desce a minúcias e detalhes, muitas vezes desnecessários, além de contemplar matérias não essencialmente constitucionais e que poderiam muito bem ser disciplinadas por normas infraconstitucionais.
i) Finalidade: DIRIGENTE/PROGRAMÁTICA, porque estabelece planos de ação e vetores a serem observados pelo Poder Público e órgãos estatais, na busca da realização do bem comum.
j) Sistema: PRINCIPIOLÓGICA, ABERTA, nela predominam os princípios, normas constitucionais de elevado grau de abstração, as quais consubstanciam valores que exigem legislação infraconstitucional para serem concretizadas.
19. O que são (e qual a natureza de cada um deles), PODERES CONSTITUINTES: 
a) ORIGINÁRIO (de 1º grau): é um poder de fato, ou de natureza política, revestido de autoridade para fazer(elaborar) uma Constituição escrita com a finalidade de organizar, política e juridicamente a sociedade, dando origem ao Estado. (FAZ A CONSTITUIÇÃO).
b) DERIVADO (REFORMADOR/INSTITUÍDO/CONSTITUÍDO/de 2º grau): é um poder jurídico (de direito/previsto em lei-na CFRB/1988) instituído pelo Originário, na própria Constituição, para o fim de, sob limites nela mesma fixados, reformá-la atendendo ou adequando-a às exigências da realidade histórico-nacional em processo de contínua, crescente e a cada dia mais complexa transformação.
c) DECORRENTE: é o Poder Constituinte de cada Estado-membro, tem natureza jurídica ou de direito pois decorre de uma previsão na Lei Maior (Constituição Federal), sendo dotado de competência para produzir e reformar as Constituições Estaduais, observando requisitos e limites fixados na Federal, bem como o PRINCÍPIO DA SIMETRIA, no que couber (ADCT/art.11).
20. Quais as características ou atributos do Poder Constituinte Originário? E, do Derivado?
PC ORIGINÁRIO:é um poder de fato ou direito que faz/produz uma nova Constituição.
CARACTERÍSTICAS: a)inicial(idade) - dá início a um novo ordenamento jurídico;
 b)incondicionado - não está preso a nenhuma norma anterior a ele;
 c) ilimitado - não sofre a imposição de limites pelo ordenamento jurídico anterior
 d)absoluto - pode dispor, da maneira que entender melhor, sobre qualquer 
 matéria a ser constitucionalizada.
PC DERIVADO/2º GRAU: poder de direito ou de natureza jurídica, nasce de uma previsão constitucional (está previsto na Lei Maior), que delimita sua competência/atribuições.
21. Relacione e explique os limites impostos pela CRFB/1988 ao Poder Constituinte Derivado.
O PC Derivado exerce sua competência dentro de limites fixados na própria Constituição por seu criador o Originário e são de natureza:
a) formal: tem de observar rigorosamente o procedimento/formalidade estabelecidas na CRFB/1988 pelo Originário: art. 60, I,II,III e §§ 2º, 3º e 5º; 
b) circunstancial: há circunstâncias que vindo a ocorrer, impedem-no, enquanto perdurarem, de exercer sua competência reformadora. CRFB/1988, art. 60, § 1º.
c) material: a CRFB/1988 fixa um núcleo duro que não pode ser abolido e nem ter seu alcance reduzido por qualquer medida reformadora, art. 60, § 4º (cláusulas pétreas).
d) temporal: em se tratando de Emenda de Revisão a Constituição estabeleceu um lapso temporal (prazo) a ser observado antes de qualquer iniciativa reformadora, ADCT artº 3º.
22. O que são “cláusulas pétreas”?
CLÁSULAS PÉTREAS: são o núcleo duro como pedra, da Constituição, e qualquer proposta de emenda tendente aboli-lo não será nem mesmo objeto de deliberação (discussão e votação), (CRFB/1988, art. 60, § 4º). É bom frisar que não pode também, ser objeto de redução quanto ao seu alcance. Todavia, se for para aperfeiçoá-lo, ampliando seu alcance, a bem da sociedade, não há óbice algum. Nesse sentido, basta lembrar que várias foram as emendas constitucionais acrescentando direitos ao rol já existente de cláusulas pétreas. Exs. EC 26/2000, 45/2004, 64/2010 etc.
(OBS. Cuidado com a resposta a ser dada quando se pergunta: Cláusula Pétrea pode ser alterada? – SIM, PODE, desde que a alteração não venha aboli-la do ordenamento e nem reduzir o alcance da proteção dada por ela. NÃO PODE se for para aboli-la, retirá-la do ordenamento ou reduzir se alcance).
23. Como a doutrina distingue os termos “reforma”, “revisão” e “emenda”?
Os diferentes estudiosos da matéria se controvertem em relação ao assunto. Alguns como Meirelles Teixeira e Pinto Ferreira dizem que as expressões acima resultam de “meras doutrinas produzidas pelo malabarismo jurídico...” e que são “...de minguado valor, podendo-se usar indistintamente......que se nivelam na mesma sinonímia” (TEIXEIRA - Curso de Direito Constitucional). Outros como Manoel Gonçalves Ferreira Filho, lecionam que “Reforma seria sempre uma alteração que abranja o texto todo. Revisão seria sinônimo de reforma, mas principalmente quando periodicamente programada. Já a Emenda, seria apenas uma alteração pontual do texto constitucional” (FERREIRA FILHO – Aspectos do Direito Constitucional Contemporâneo). Uma 3ª corrente afirma que “REVISÃO constitucional é a releitura da Lei Maior, em busca da necessidade e da possibilidade de mudanças no seu texto. A revisão pode ser localizada ou pode ser total. Encontradas a necessidade e a possibilidade de modificações, essas far-se-ão por emendas (sempre por emendas), menores ou maiores na sua extensão e no seu conteúdo. .....antes de qualquer emenda terá havido uma revisão...A aprovação da emenda, se houver, constituirá a reforma. (JAIR EDUARDO SANTANA – Revisão constitucional – reforma e emendas). Ainda uma outra corrente, à qual nos filiamos, entende que “Emenda e revisão constitucionais são espécies do gênero reforma constitucional.(......) Emenda constitucional é o recurso instituído pelo poder constituinte originário para realizar modificações em pontos específicos e localizados do texto maior. Já, a revisão constitucional, que também é um recurso instituído pelo poder constituinte originário, objetiva mudar a constituição amplamente”. (UADI LAMMÊGO BULOS – Direito Constitucional ao alcance de todos).
24.Qual a diferença entre Emenda Constitucional e Emenda de Revisão?
Além das exigências de natureza formal (procedimental) estatuídas pela CRFB/1988 nos Artigos 60, § 2º (Emenda Constitucional), e, 3º do ADCT, podemos simplificar dizendo que dentro do gênero reforma, a alteração pontual da Constituição se faz através da espécie EMENDA, e a alteração sistêmica, também, da Constituição, se faz usando a espécie REVISÃO.
25. Explique o tipo de estado, a forma de governo, o sistema de governo e o regime político adotados pela Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.
Em conformidade com o Artigo 1º da CRFB/1988 temos o seguinte:
a) Tipo de Estado: FEDERAL; caracterizado pela divisão interna em Estados-Membros que se apresentam indissoluvelmente unidos entre si na construção da unidade denominada Federação. Mas, ao mesmo tempo cada um deles, Estados-Membros, está dividido em unidades menores denominadas Municípios. Além de contarmos, em nosso caso com mais uma unidade sem divisão interna que é o Distrito Federal. 
E, à luz do Artigo 18, da CRFB/1988, cada uma das unidades, Estados e Municípios goza de autonomia no seu processo de auto-organização, auto-administração, observados os princípios da Constituição Federal. Conferir, para tanto, os Artigos, 25, 29 e 32 da CRFB/1988. Apenas a República Federativa do Brasil goza de SOBERANIA,Artigo 1º, inciso I.
b) Forma de Governo: REPÚBLICA; termo oriundo da língua latina = RES: coisa PUBLICA: de todos. Trata-se, portanto, de uma forma de governo onde o poder é exercido como instrumento de todos na busca da realização do bem comum, a investidura se dá pelo voto/eleição, e o exercício da função por um mandato temporário. 
c) Sistema de Governo: PRESIDENCIALISMO: caracteriza-se pelo fato de que a Chefia de Estado (representação do Estado na comunidade internacional), bem como a Chefia de Governo (responsabilidade pela administração interna, na busca de soluções de toda ordem com vistas à realização do bem comum) estão centradas na mesma pessoa, o Presidente da República. Conferir CRFB/1988, arts. 76 e ss. Os Poderes são independentes e harmônicos.
d) Regime Político: Democracia: é o regime que reconhece ser o povo o titular do Poder Político e como dispõe a CRFB, art. 1º, parágrafo único, o exerce indiretamente (por meio de representantes eleitos) ou diretamente, pelo voto na escolha dos representantes e nas decisões quando convocado a participar de plebiscito, referendo, ou no processo legislativo através da iniciativa popular. Ver exercício da SOBERANIA POPLULAR, CRFB/1988, art. 18 e ss. 
26. Quais as diferenças básicas entre Estado Unitário e Estado Federal?
a) ESTADO UNITÁRIO: neste as atribuições político-administrativas encontram-se reunidas num único centro produtor de decisões, o qual goza da prerrogativa de poder transferir, ou não, às unidades que o compõem, encargos, serviços e responsabilidades. Assim como, de compartilhar ou não com as unidades a tomada de decisões.
b) ESTADO FEDERAL: neste caso temos a unidade construída pela diversidade. À luz do Art. 18, da CRFB/1988, a organização político-administrativa da República Federativa do Brasil é formada pela união de diferentes pessoas jurídicas de direito público, ou seja, UNIÃO, ESTADOS, DISTRITO FEDERAL e MUNICÍPIOS. A cada uma destas pessoas é assegurada a AUTONOMIA, ou seja, a liberdade de auto-organização, autolegislação, auto-administração e autogoverno sem nenhuma interferência de qualquer delas na outra, observados os princípios limitadores estabelecidos a cada uma delas pela Constituição Federal. Ver CRFB/1988, arts.25, 29 e 32.
27. Explique, dando exemplos, o que é (a) Federalismo Dual e (b) Federalismo de Cooperação.
a) Federalismo Dual: existe quando na construção da Federação verifica-se a existência de uma dualidade de poderes. Isso ocorre quando as unidades só concordam em participar da formação do Estado Federal, caso lhes sejam reservados os poderes que não desejam delegar à União. Algumas das 13 ex-colônias inglesas da América do Norte só concordaram em fazer parte da construção dos Estados Unidos, depois de terem garantida a reserva d”algumas prerrogativas das quais não abriam mão. O resultado é a existência de uma dualidade de poder na Federação norteamericana. Por exemplo, embora o governo federal possa fazer campanha contra a pena de morte, não pode impor sua revogação às unidades que a adotam. Cada Estado-membro tem sua própria legislação penal, civil, etc... Nos E.U.A. verificou-se o fenômeno de agregação, ou seja, o Estado Federal surgiu após a extinção dos Estados soberanos que renasceram como entes autônomos.
a) Federalismo de cooperação: busca-se garantir a construção da unidade federal através de um esforço comum e conjunto, traduzido na edição de normas de caráter nacional, ao lado daquelas que atendem ao interesse local. Por exemplo, edição de Códigos de abrangência nacional, Penal, Civil, Processual etc, sem invadir a competência legislativa local, e vice-versa, conforme previsão constitucional. Isso tudo “tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional” como dispõe o Parágrafo Único do Artigo 23 da CRFB/1988. No Brasil o fenômeno foi de desagregação, federalismo devolutivo, pois os poderes do Estado Unitário foram redistribuídos para as unidades componentes garantindo-se a construção da diversidade na unidade.
28. Relacione e explique os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil conforme a CRFB/1988.
Art. 3º. Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I – construir uma sociedade livre justa e solidária;
II – garantir o desenvolvimento nacional;
III- erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV- promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor idade e quaisquer outras formas de discriminação. 
Esse rol, a doutrina denomina de METAS EMBLEMÁTICAS, que de forma mais simples podemos considerar as UTOPIAS a serem perseguidas pela nação brasileira, sabendo desde já que não serão alcançadas ou cumpridas sob forma absoluta. Todavia, ao caminhar-se em direção à sua conquista mudanças positivas e de qualidade vão ocorrendo em benefício de toda a sociedade. Em matéria de hermenêutica esse rol comporta uma INTERPRETAÇÃO TELEOLÓGICA, ou finalista. 
29. Explique o que é, indicando as principais características, se houver:
a) ESTADO: É o ordenamento político-jurídico soberano de uma sociedade, instituído em um território determinado, para a realização do bem comum.
b) ESTADO DEMOCRÁTICO: é o que reconhece ser o povo o titular do poder político e procura garantir a participação, do maior número possível de cidadãos, nos negócios públicos, de maneira direta e/ou representativa (indireta).
c) ESTADO DE DIREITO: é aquele em que tudo se faz e deve existir sob o império da lei, tudo e todos estão sujeitos, submissos, ao princípio da legalidade destinado ao Estado e aos particulares. 
d) ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO: é aquele em que o povo, titular do direito, é chamado, periodicamente, para escolher seus representantes aos cargos eletivos, e, também participa direta e/ou indiretamente da elaboração de suas leis.
30. É a República Federativa do Brasil um Estado Democrático de Direito? Explicar.
Constitucionalmente podemos dizer que sim, pois além do parágrafo único do art. 1º da CRFB/1988 declarar que “todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos da Constituição”, o Art. 14, afirma que essa “...soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos,e, nos termos da lei mediante:
I - plebiscito; II - referendo; III – iniciativa popular.”
31. Como se dá, indireta e diretamente, o exercício do poder pelo povo, em razão do disposto no parágrafo único do artigo 1º da Constituição Federal de 1988?
a) INDIRETAMENTE: o exercício do poder se dá através dos representantes eleitos para o exercício de mandato eletivo, nos PODERES LEGISLATIVOS E EXECUTIVOS, das diferentes instâncias de governo. Teoricamente, v.g., é povo, na pessoa dos eleitos, legislando e administrando.
b) DIRETAMENTE o exercício se dá pelo voto direto, no ato de escolha de seus representantes, nas decisões postas mediante plebiscito e referendo. Como também, participando, pela iniciativa popular, da produção de projetos de lei a serem encaminhados ao legislativo, para deliberação.
32. O que é: (Art. 14, I, II, III).
a) PLEBISCITO: é a consulta prévia, feita ao cidadão (titular do direito político), sobre um tema/projeto de lei que vai ser objeto de deliberação (discussão e votação) pelo Poder Legislativo.
b) REFERENDO: realizada a deliberação, é a consulta feita ao cidadão para saber se ele aprova (ratifica/concorda), ou não (revoga), o que foi aprovado/decidido. Consulta posterior.
OBS. Em qualquer das situações o resultado da consulta é soberano, será concretizado.
c) INICIATIVA POPULAR: é a garantia conferida pela Constituição, ao povo (cidadãos), de participar diretamente do processo legislativo, apresentando projetos de lei perante a Câmara dos Deputados (Art. 61, § 2º), bem como à Câmara Municipal (Art. 29, XIII) e aos Estados-Membros (Art. 27).
33. Qual a diferença entre Pluralismo Político e Pluripartidarismo?
a) PLURALISMO POLÍTICO: Na dicção do artigo 1º, inciso V, da Constituição Federal de 1988, é um dos fundamentos da República Federativa do Brasil. Trata-se de princípio garantidor da coexistência entre ideologias diversas e muitas vezes contrapostas, assegurada a cada uma delas a liberdade de expressão e proselitismo, desde que respeitado o princípio da dignidade da pessoa humana, este nuclear de todo o ordenamento jurídico brasileiro. 
b) PLURIPARTIDARISMO: É a garantia da livre criação, fusão e incorporação de uma pluralidade de partidos, observados princípios e regras estabelecidos pela Constituição Federal e legislação infraconstitucional.
34. Considerando o que dispõe a CRFB/1988 NOS ARTIGOS 21 A 24:
a) Conceitue COMPETÊNCIA: É a quantidade de poderes de que se servem a Administração Pública e seus órgãos, para a realização de suas funções.
b) INDIQUE E EXPLIQUE AS DIFERENTES MODALIDADES DE COMPETÂNCIA:
 I. EXCLUSIVA (Art. 21): destinada tão somente à União.
 II. PRIVATIVA (Art. 22): destinada prioritariamente à União, que mediante Lei complementar poderá autorizar seu exercício pelos Estados.
 III. COMUM (Art. 23): a ser exercida, simultaneamente, pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. (Ponderou o grande constitucionalista, Prof. Celso Bastos, que aqui a Constituição, fingindo atribuir competência na verdade impôs um ônus a todas as unidades)
 IV. CONCORRENTE (ART. 24): é a competência a ser exercida por todas as unidades da Federação, em relação a uma mesma matéria, porém, cada uma delas no âmbito do seu interesse e limites fixados pela Constituição. Por exemplo: conforme inciso I do art. 24, todas as unidades poderão legislar sobre direito tributário. Porém, cada uma delas instituindo e disciplinado a arrecadação da modalidade de tributo que lhe foi destinada pela Constituição. Exemplificando: Imposto de Renda só a União; IPVA Estados-Membros; IPTU Municípios; DISTRITO FEDERAL, como não é Estado e nem pode ser dividido em Municípios, exerce cumulativamente a competência dos Estados e Municípios, instituindo, também, cumulativamente, os tributos a eles reservados, tudo em razão do disposto no Artigo 32, caput e § 2º da CRFB/1988.
 V. SUPLETIVA (Art. 24, § 2º): como a edição de normas gerais é competência da União, caso ela não o faça, resultandoalgum prejuízo a qualquer aos Estados, poderão estes, individualmente, legislar suprindo de forma plena (§3º) a falta da norma geral prevista no § 1º. Todavia, a superveniência de Lei Federal suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrária (§ 4º).
UBIRAJÁRA DE CAMPOS/NP 1 /2019
(Meus caros parceiros na engenharia e democratização do saber, o segredo para o sucesso é um só e muito simples: estudar, estudar e estudar, mantendo os olhos e ouvidos sempre bem abertos ao processo de transformação da sociedade, pois é nela, por ela e para ela, na pessoa de seus membros, que vamos exercer nossas atividades profissionais. E, devemos fazê-lo através de uma ação crítica e constantemente renovadora, marcada, acima de tudo, pela ética e respeito à dignidade da pessoa humana, com vistas à construção de uma ordem livre, justa e solidária, caminho eficiente para a busca da verdadeira realização do ser humano na plenitude de sua humanidade).

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