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APRESENTAÇÃO DE RESPOSTA - CPC 2022

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Caderno de Resumos – Direito Processual Civil II - 2022
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Direito Processual Civil II 
Da Comunicação Dos Atos Processuais
APRESENTAÇÃO DE RESPOSTA
Contestação
Prazo Para Apresentação Da Contestação
Contestação é a modalidade de resposta por excelência, permitindo a apresentação tanto de
defesa de cunho processual como defesa de cunho material.
O prazo para apresentação da contestação é de 15 (quinze) dias, cujo termo inicial será contado da seguinte forma:
• Da audiência de conciliação/mediação quando não houver composição;
• A partir do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação/mediação, que deverá ser apresentado até 10 (dez) dias antes da data designada; se houver litisconsórcio passivo, o prazo para apresentação da contestação de cada um terá início na data do respectivo protocolo da petição (lembrando que todos devem se manifestar pela não realização do ato);
• Quando não for o caso de audiência de conciliação, a contagem do prazo será realizada
conforme as regras previstas no artigo 231 do CPC (atentar para o inciso IX então inserido pela Lei n.º 14.195/2021, que estabelece que, salvo disposição em sentido diverso, será considerado
dia do começo do prazo, para apresentação de resposta, o quinto dia útil seguinte à
confirmação, na forma prevista na mensagem de citação, do recebimento da citação realizada por meio eletrônico); se houver litisconsórcio, o prazo terá início a partir da data da última juntada do mandado de citação ou do aviso de recebimento.
Caso o autor desista de um litisconsorte que ainda não fora citado, não sendo caso de audiência de conciliação/mediação, o prazo para apresentação de resposta terá início na data da intimação da decisão que homologar a desistência (art. 335, § 2º, CPC).
Importa lembrar que, nos casos em que houver requerimento de tutela provisória de urgência
cautelar, a contestação deverá ser apresentada no prazo de 5 (cinco) dias, a contar da citação (art. 306, CPC).
Questões Preliminares E Questões Prejudiciais
Questões preliminares são matérias defensivas que são apresentadas pelo demandado no início da sua contestação. Estão previstas no artigo 337 do CPC.
Preliminar é uma defesa de cunho processual e pode abranger uma matéria de cunho dilatório ou de cunho peremptório.
A defesa será dilatória quando o seu acolhimento não acarretar a extinção do processo sem resolução do mérito. Assim, se o demandado alegar falta ou nulidade da citação, incompetência do juízo, incorreção do valor da causa, incapacidade da parte, defeito de representação, indevida concessão da gratuidade da justiça, tudo isso será matéria de cunho processual dilatório, pois, em qualquer dessas, o processo continuará a sua tramitação. Atente-se que estas matérias poderão perder o cunho dilatório se o problema não for solucionado.
Por conseguinte, a defesa processual será peremptória quando puder acarretar a extinção do processo sem a resolução do mérito. São matérias de defesa de cunho peremptório a alegação de inépcia da inicial, perempção, litispendência ou coisa julgada material, existência de convenção de arbitragem, ilegitimidade da parte ou falta de interesse processual.
Todas estas matérias processuais serão consideradas como objeções, ou seja, podem ser
conhecidas de ofício, com exceção da convenção de arbitragem e da incompetência relativa.
O CPC permite que o réu alegue a sua ilegitimidade passiva e, se o demandante concordar com a alegação do réu, a petição inicial será emendada para a exclusão do demandado primitivo e para inclusão do demandado que se mostrou adequado. Nesse caso, a ilegitimidade da parte não implicará a extinção do processo.
O demandado que alega a sua ilegitimidade deverá declinar na sua contestação, apresentando quem deveria ter sido citado para figurar no polo passivo em seu lugar, sob pena de o próprio demandado arcar com as custas processuais e indenização ao autor.
No que diz respeito às questões prejudiciais, trata-se de qualquer matéria ou tema que o
magistrado deverá enfrentar antes da resolução do mérito da causa. Podem ocorrer no mesmo processo (homogênea) ou em processo distinto (heterogênea).
A questão prejudicial homogênea é analisada nos próprios autos, situação em que o próprio juiz faz a análise da questão (ex.: prescrição).
A questão prejudicial heterogênea (externa) é analisada em outro processo, sendo necessário
aguardá-lo para que então o primeiro possa ser decidido. 
Por exemplo, “A” ingressa com uma ação de alimentos, enquanto “B” ingressa com uma ação negatória de paternidade. Se ficar provado que “B” não era o pai, essa ação vai determinar o destino da ação de alimentos. Veja, é uma questão prejudicial heterogênea (externa).
Princípio Da Eventualidade
Segundo o princípio da eventualidade, também denominado de princípio da concentração de
defesa (art. 336 do CPC), o demandado deverá alegar na contestação todas as matérias de defesa.
Esta regra comporta exceções, ou seja, situações em que o réu poderá apresentar matéria
defensiva mesmo após sua contestação:
• Quando se tratar de uma matéria de ordem pública, podendo o juiz conhecê-la de ofício;
• Quando se tratar de direito superveniente;
• Quando houver expressa autorização legal no sentido de que o sujeito poderá apresentar a
tese defensiva após a contestação.
Ônus Da Impugnação Específica Dos Fatos
Possui previsão no artigo 341 do CPC e consiste, como já mencionado, no ônus que o réu tem de rebater pontualmente todos os fatos narrados na petição inicial, não podendo apresentar sua resposta de forma genérica, sob pena de os fatos não impugnados serem presumidos verdadeiros, com exceção do defensor público, advogado dativo e curador especial, que podem apresentar defesa por negativa geral.
Embora essa seja a regra, a lei prevê hipóteses em que não se aplica a presunção de veracidade ainda que os fatos não tenham sido impugnados de forma individual, quais sejam:
• Fatos a cujo respeito não se admite a confissão (direitos indisponíveis);
• Petição inicial desacompanhada de instrumento público que a lei considere da substância do ato (por exemplo, certidão de casamento, certidão de óbito);
• Fatos que estejam em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto.

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