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Pessoa natural, personalidade e capacidade

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Pessoa Natural, personalidade e Capacidade 
Direito Civil 
 
PERSONALIDADE JURÍDICA 
“É a aptidão genérica para titularizar direitos e contrair obrigações, [...] é o atributo necessário para ser sujeito de direito”. 
(PABLO STOLZE) 
“TODA PESSOA É CAPAZ DE DIREITOS E DEVERES NA ORDEM CIVIL” (art. 1º, CC) 
AQUISIÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA 
A Pessoa Física ou Natural é o ser humano. 
O seu surgimento ocorre a partir do nascimento com vida (art. 2° do CC). 
No instante em que principia o funcionamento do aparelho cárdio-respiratório, clinicamente aferível pelo exame 
de docimasia hidrostática de Galeno, o recém-nascido adquire personalidade jurídica, tornando-se sujeito de direito, mesmo 
que venha a falecer minutos depois. 
Se o recém-nascido – cujo pai já tenha morrido - falece minutos após o parto, terá adquirido, por exemplo, todos 
os direitos sucessórios do seu genitor, transferindo-os para a sua mãe. 
NASCITURO 
“O que está por nascer, mas já concebido no ventre materno”. LIMONGI FRANÇA 
Cuida-se do ente concebido, embora ainda não nascido, dotado de vida intra-uterina. A doutrina diferencia o nascituro do 
embrião mantido em laboratório. 
Natimorto: é o nascido sem vida. O Enunciado nº 1 da I Jornada de Direito Civil firmou entendimento no sentido de que o 
natimorto goza de alguns direitos da personalidade como, direito ao nome, há imagem e a sepultura. 
Prole Eventual (nondum conceptus): se protege os eventuais filhos da pessoa existente por ocasião da morte do testador, 
quando há disposição testamentária a seu favor (art. 1.799 e 1.800, CC). 
OBSERVAÇÕES: 
→ PERSONALIDADE: Aptidão jurídica de exercer direitos e contrair obrigações. 
→ Nascimento com vida é o poder de partida da personalidade. – Transferir e adquirir direitos. 
→ NASCITURO: Tem direitos desde a concepção. – Já concebido, mas ainda não nasceu. 
→ Prole eventual: Filhos não concebidos de pessoas indicadas pelo testador, desde que vivas estas no momento 
da morte do mesmo. 
NASCITURO TEORIAS 
Há 03 corretes doutrinarias que procuram justificar a situação do nascituro: 
A) Teoria natalista → sustenta que a aquisição da personalidade jurídica somente se dará a partir do nascimento 
com vida, de maneira que o nascituro não pode ser considerado pessoa; goza, apenas, de mera expectativa de 
direitos. Não se exige a forma humana e a viabilidade para se conceder a qualidade de pessoa. 
B) Teoria da personalidade condicional → sustenta que o nascituro goza de direito da personalidade desde a 
concepção, mas apenas consolida os direitos de ordem patrimonial se houver o nascimento com vida. 
C) Teoria Concepcionista → o nascituro é dotado de personalidade jurídica. 
Defendida pela maioria dos civilistas, pelo Enunciado nº 1 da I Jornada de Direito Civil, além do informativo 547 do STF. 
NASCITURO DIREITOS 
O art. 2º do CC coloca a salvo os seus direitos desde a concepção: 
a) o nascituro é titular de direitos personalíssimos (como o direito à vida, o direito à proteção pré-natal etc.); 
b) pode receber doação, sem prejuízo do recolhimento do imposto de transmissão inter vivos; 
c) pode ser beneficiado por legado e herança; 
d) o Código Penal tipifica o crime de aborto; 
e) como decorrência da proteção conferida pelos direitos da personalidade, o nascituro tem direito à realização do exame 
de DNA, para efeito de aferição de paternidade. 
CAPACIDADE DE DIREITO E DE FATO 
Adquirida a personalidade jurídica, toda pessoa passa a ser capaz de direitos e obrigações, possui capacidade de direito 
ou de gozo. 
Todo ser humano tem capacidade de direito, pelo simples fato de que a personalidade jurídica é um atributo inerente à 
sua condição. 
Se puder atuar pessoalmente, possui, também, capacidade de fato ou de exercício. 
Reunidos os dois atributos, fala-se em capacidade civil plena. 
→ CAPACIDADE DE DIREITO (GOZO) + CAPACIDADE DE FATO (EXERCÍCIO) = CAPACIDADE CIVIL PLENA 
Pode-se ter capacidade de direito, sem capacidade de fato, mas não se pode ter capacidade de fato sem a capacidade 
de direito. 
LEGITIMAÇÃO E LEGITIMIDADE 
A capacidade é uma aptidão genérica (é medida da personalidade), mas nem toda pessoa capaz pode estar legitimida 
para a prática de determinado ato jurídico. 
A legitimação é uma aptidão específica. Ex: irmãos não podem se casar entre si. 
“Legitimação é a pertinência subjetiva de um titular de um direito com relação a determinada relação jurídica. É um plus 
agregado à capacidade em determinadas situações.” . SILVIO VENOSA 
 
LEGITIMAÇÃO LEGITIMIDADE 
Capacidade especial para determinado ato ou negócio 
jurídico. 
Capacidade processual. É um dos pressupostos da ação. 
 
 
INCAPACIDADE 
É a falta da capacidade de fato (exercício), podendo ser: 
a) Absoluta → art. 3º, CC - são aquelas pessoas que são representadas. 
b) Relativa →: art. 4º, CC – são as pessoas que necessitam ser assistidas. 
 
São consideradas absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil (art. 3º, CC) apenas os menores 
de dezesseis anos → os menores impúberes. 
Abaixo deste limite etário a pessoa é inteiramente imatura para atuar na órbita do direito. 
Pode o menor trabalhar como aprendiz a partir dos 14 anos. 
INCAPACIDADE RELATIVA 
São incapazes relativamente a certos atos, ou à maneira 
de os exercer (art. 4º): 
I. Os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos → trata-se dos menores púberes. Podem realizar atos 
jurídicos desde que assistidos. É possível sua interdição desde que constatado ser portador de debilidade mental 
que o inabilita para os atos da vida civil (APC 20130111683239 do TJDF). 
II. Os ébrios habituais e os viciados em tóxicos → a embriaguez e o vício de tóxico consideradas como causas de 
incapacidade relativa, REDUZEM, mas não ANIQUILAM a capacidade de discernimento. 
III. Aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade → no caso do surdo-
mudo que não puder se expressar, do idoso com Alzheimer, da pessoa em coma. 
IV. Os pródigos → a prodigalidade é um desvio comportamental por meio do qual o indivíduo desordenadamente 
dilapida o seu patrimônio, podendo reduzir-se à miséria. Em regra ele poderá praticas atos que não envolvam 
administração de seus bens, salvo se impedido por determinação judicial. 
O prodigo pode ser interditado, sendo que a sua curatela em regra o privará de, sem curador, emprestar, transigir, dar 
quitação, alienar, hipotecar, demandar ou ser demandado (art. 1782, CC). 
ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIENCIA 
O Art. 2º da LEI Nº 13.146/2015 (EPD) considera que é pessoa com deficiência: “aquela que tem impedimento de longo 
prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir 
sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas”. 
Já os §§ 1º e 2º do Art. 84, EPD dispõem que “quando necessário, a pessoa com deficiência será submetida à curatela” 
(regulado no art. 1.767 a 1.783 do CC), mas lhe é facultado “a adoção de processo de tomada de decisão apoiada” (regulada 
no art. 1.783-A do CC). 
A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa, inclusive para (art. 6º, EPD): 
I - Casar-se e constituir união estável; 
II - Exercer direitos sexuais e reprodutivos; 
III - Exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de ter acesso a informações adequadas sobre reprodução e 
planejamento familiar; 
IV - Conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização compulsória; 
V - Exercer o direito à família e à convivência familiar e comunitária; e 
VI - Exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção, como adotante ou adotando, em igualdade de oportunidades 
com as demais pessoas. 
SUPRIMENTO DA INCAPACIDADE 
O suprimento da incapacidade absoluta dá-se por meio da representação: os menores de 16 anos são representados por 
seus pais ou tutores e os maiores incapazes por seus curadores. 
Se o absolutamenteincapaz praticar o ato sozinho: NULIDADE. 
 Há dois tipos de representação: 
a) Voluntária ou convencional → por meio de contrato de mandato; 
b) Legal. 
Requisitos: art. 118, CC 
O suprimento da incapacidade relativa dá-se por meio da assistência, sob pena de ANULABILIDADE. 
A EMANCIPAÇÃO 
A emancipação pode ser conceituada como o ato jurídico que antecipa os efeitos da aquisição da maioridade e da 
consequente capacidade civil plena, para data anterior àquela em que o menor atinge a idade de 18 anos, para fins civis. 
Com a emancipação, o menor deixa de ser incapaz e passa a ser capaz. Todavia, ele não deixa de ser menor. 
Enunciado n. 530, aprovado na VI Jornada de Direito Civil, evento realizado em 2013, “a emancipação, por si só, não elide 
a incidência do Estatuto da Criança e do Adolescente”. Sendo assim, a título de exemplo, um menor emancipado não 
pode tirar carteira de motorista, entrar em locais proibidos para crianças e adolescentes ou ingerir bebidas alcoólicas. 
A emancipação, regra geral, é definitiva, irretratável e irrevogável. 
MAIORIDADE E EMANCIPAÇÃO 
A menoridade cessa aos 18 anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil (art.5º). 
O indivíduo se torna maior e capaz no primeiro momento do dia em que faz 18 anos. 
Seria possível antecipar-se a aquisição da capacidade plena? É possível, por meio da emancipação. 
A emancipação não se confunde com a maioridade, que é atingida quando o menor completa 18 (dezoito) anos. 
A emancipação poderá ser: 
a) voluntária; 
b) judicial; 
c) legal. 
 
EMANCIPAÇÃO 
A emancipação voluntária ocorre pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento 
público, independentemente de homologação judicial, desde que o menor haja completado dezesseis anos (art. 5º., 
parágrafo único, I, primeira parte, CC). 
A emancipação é ato irrevogável, mas os pais podem ser responsabilizados solidariamente pelos danos causados pelo 
filho que emanciparam. 
TARTUCE ENSINA: Emancipação voluntária parental – por concessão de ambos os pais ou de um deles na falta do outro. 
Em casos tais, não é necessária a homologação perante o juiz, eis que é concedida por instrumento público e registrada 
no Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais. 
* A emancipação judicial é aquela concedida pelo juiz, ouvido o tutor, se o menor contar com dezesseis anos completos 
(art. 5º, parágrafo único, I, segunda parte, CC). 
TARTUCE ENSINA: Emancipação judicial – por sentença do juiz, em casos, por exemplo, em que um dos pais não 
concorda com a emancipação, contrariando um a vontade do outro. A decisão judicial, por razões óbvias, afasta a 
necessidade de escritura pública. Tanto a emancipação voluntária quanto a judicial devem ser registradas no Registro Civil 
das pessoas naturais, sob pena de não produzirem efeitos. 
Hipóteses de emancipação legal: 
a) Pelo casamento (art. 5º, parágrafo único, II, CC) → 
recebendo-se em matrimônio, antecipam a plena capacidade jurídica, mesmo que venham a se separar ou a se divorciar 
depois. 
Não será permitida o casamento daquele que ainda não alcançou a idade mínima legal (art. 1520, CC), 16 anos, mesmo em 
caso de gravidez. 
b) Pelo exercício de emprego público efetivo (art. 5º, parágrafo único, III, CC) → embora dificilmente a lei admitirá o 
provimento efetivo em cargo ou emprego público antes dos 18 anos. 
c) Pela colação de grau em curso de ensino superior (art. 5º, parágrafo único, IV, CC); 
d) Pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o 
menor com dezesseis anos completos tenha economia própria (art. 5º, parágrafo único, V, CC).

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