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LEVANTAMENTO DE ESTUDOS SOBRE STREPTOCOCCUS PYOGENES NO PERÍODO DE 2000 A 2021 Aurélio Araujo da Silva[footnoteRef:1] [1: Acadêmicos do Curso de Bacharelado em Enfermagem do Centro Universitário FAMETRO ] Lorena Souza1 Rubens Vasconcelos1 Wiliam Lennon1 INTRODUÇÃO O Streptococcus pyogenes é uma espécie de microorganismo β-hemolítico, que constitui colônias grandes e tem como peculiaridade a infecção específica de humanos sendo, com, isso, uma das bactérias infecciosas mais comum e versátil1. O S. pyogenes ou estreptococo beta-hemolítico do grupo A de Lancefield está relacionada com uma vasta cadeia de patologias onde se incorpora o impetigo, a artrite séptica, as infecções do sistema urinário, a peritonite e, em particular as infecções que acometem o sistema respiratório superior2. Este tipo de germe está freqüentemente associada à etiologia de infecções primárias da faringe e amígdalas as quais podem incidir em qualquer idade, porém são mais corriqueiras no público infantojuvenil, cuja idade varia entre5 e 15 anos3. O S. pyogenes é o agente causador de 30% a 40% de todas as faringoamigdalites agudas, precipuamente em crianças e adultos jovens, e é apontado como um problema de saúde pública. A contaminação se dá por contato direto com secreções oriundas de gotículas salivares (tosse, espirros), o que favorece a disseminação nos lugares em que há aglomeração e contato interpessoal4. A sintomatologia da contaminação por S. pyogenes tem como característica quadros de febre alta e dor à deglutição, com mal-estar geral, anorexia e astenia, sintomas que principalmente em crianças podem ser acompanhados por náuseas, vômitos e dor abdominal3. A diagnose etiológica do S. pyogenes é baseada em testes laboratoriais e a cultura de secreção, com sensibilidade que varia de 90 a 95%. Nessa perspectiva estima-se que anualmente no Brasil ocorram cerca de 10 milhões de infecções por esse tipo de bactéria4. O tratamento dessas bactérias deve ser analisado juntamente com sua especificidade e segurança. A penicilina tem sido utilizada no tratamento de infecções estreptocócicas por ser um medicamento com espectro de ação limitado, baixa incidência de reações adversas e custo beneficio. Em caso de resistência ou alergia, também é indicado o tratamento com eritromicina e/ou cefalosporinas5. Nesta investigação, serão levantados estudos sobre o Streptococcus pyogenes período de 2000 até 2021, onde se abordará suas principais particularidades etiológicas, principalmente levando em consideração a sua incidência em todo o território brasileiro. MATERIAIS E MÉTODO Essa é pesquisa de ordem quantitativa e qualitativa, classificada quanto aos fins como sendo uma revisão sistemática de literatura, que é a mais ampla abordagem metodológica referente às revisões, permitindo a inclusão de estudos experimentais e não-experimentais para uma compreensão completa do fenômeno analisado. Combina também dados da literatura teórica e empírica, além de incorporar um vasto leque de propósitos: definição de conceitos, revisão de teorias e evidências, e análise de problemas metodológicos de um tópico particular, onde o propósito geral de uma revisão de literatura de pesquisa é reunir conhecimentos sobre um tópico, ajudando nas fundações de um estudo significativo para enfermagem. Esta tarefa é crucial para os pesquisadores6. Para o levantamento dos artigos na literatura, realizou-se uma busca nas seguintes bases de dados: SCIELO, Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem on-line (Medline) e Google Acadêmico. Para os critérios de inclusão serão selecionadas obras publicadas entre os anos 200 e 2021, nas línguas portuguesa, inglesa e espanhola. Os critérios de exclusão baseiam-se em critérios que não atendam aos critérios de inclusão, bem como referencias duplicadas e os em formato resumido, ou seja, incompletos. RESULTADOS A partir da análise e posterior avaliação dos artigos científicos, o estudo de revisão da literatura mostrou que 56,25% dos artigos foram redigidos para a região sudeste do Brasil, mais especificamente para o Estado de São Paulo; 12,5 % para a região sul brasileira, 6,5 % para a região norte, mais especificamente para Porto Velho – RO, e região nordeste 12,5%. Também pode-se verificar que 18,75% das obras foram escritas para Portugal. O quadro 1 mostra, de forma sumarizada, os resultados encontrados Quadro 1 – Levantamento de estudo sobre o Streptococcus pyogenes de 2000-2021. Autores Título Local do Estudo Metodologia LINO, L. M.: Fatores de Virulência em Streptococcus pyogenes Lisboa – Portugal Estudo Transversal Observacional BARROS, A. E. S. Rastreamento de Streptococcus pyogenes em indivíduos com faringoamigdalíte e hígidosno município de Cuieté, Paraíba, Brasil Cuieté – PB Estudo Exploratório, Explicativo e Descritivo com Abordagem Quantitativa SCALABRIN, R.; BUSS, G. D.; IAMAGUCHI, K. C. S.; et al.. Isolamento de Streptococcus pyogenes em indivíduos com faringoamigdalite e teste de susceptibilidade a antimicrobiano Maringá – SP Estudo Coorte Longitudinal SHIKASHO, L. F.; MACHADO, L. N. C.; ROVER, M. M. S.; et al.. Pesquisa de Streptococcus pyogenes em Orofaringe de Indígenas em uma Aldeia do Oeste do Paraná Oeste do Paraná – PR Estudo Transversal Observacional MENOLI, F. R.; RIGUETE, M. V. P.; LALUCCI, M. P. P. S. Streptococcus pyogenes e febre reumática: revisão de literatura Maringá – SP Revisão de Literatura MORAIS, V. M. S.; ORSI, A. R.; MARANHÃO, F. C. A.; et al.. Prevalência de Streptococcus β-hemolítico em crianças portadoras de necessidades especiais São Paulo – SP Estudo Prospectivo VIEIRA, F. M. J.; FIGUEIREDO, C. R.; SOARES, M. C.; et al.. Prevalência de Streptococcus pyogenes em orofaringe de crianças que freqüentam creches: estudo comparativo entre diferentes regiões do país Porto Velho - RO e São Paulo – SP Estudo Prospectivo ARAUJO FILHO, B. C.; IMAMURA, R.; SENNES, L. U.; et al.. Papel do teste de detecção rápida do antígeno do Streptococcus pyogenes do grupo a em pacientes com faringoamigdalites São Paulo – SP Estudo Clínico Prospectivo MACIEL, A.; ACA, I. S.; LOPES, A. C. S.; et al.. Portadores assintomáticos de infecções por Streptococcus pyogenes em duas escolas públicas na cidade do Recife, Pernambuco Recife – PE Estudo Epidemiológico KREBS, V. L. J.; CHIEFFI, L. N.; CECCON, M. E. J. R.; et al.. Meningite neonatal por Streptococcus pyogenes e trombose de seio sagital: relato de caso São Paulo - SP Relato de Caso MANSANO, E. C. B.; RAMOS, E. R. P. Prevalência do Streptococcus pyogenes em secreções de orofaringe de acadêmicos da área da saúde Maringá – SP Estudo Transversal Observacional BRITO, D. M. S.; MENDES, G. S.; CASTRO, J. M. P; et al.. Infecção do trato respiratório superior causada por Streptococcus pyogenes: fisiopatologia e diagnóstico São Paulo - SP Revisão Integrativa de Literatura BONATTI, T. R.; LEITE, R. M. A. Faringite por Streptococcus pyogenes seguida por febre escarlatina Jundiaí – SP Relato de Caso SILVA, D. F. A.; Streptococcus orais: perfil de resistência antimicrobiana Porto – Portugal Revisão de Literatura NOSCHANG, J. Variabilidade Genética de Isolados de Streptococcus pyogenes por Meio de Marcadores RAPD Curitiba – PR Estudo Observacional FERNANDES, P. M. M. Clones de Streptococcus pyogenes Associados a Alta Frequência de Colonização de Orofaringe Lisboa – Portugal Estudo Transversal Observacional CONSIDERAÇÕES FINAIS A bactéria Streptococcus pyogenes tem uma grande relação com inúmeras patologias como o impetigo, as infecções do trato urinário, a artrite séptica, a peritonite e a síndrome de choque tóxico. Peculiarmente este microorganismo é, em geral, relacionada a infecções do trato respiratório superior, como a tonsilite e a faringite, causando, por sua vez, a bronquite. Note-se, também que os episódios não diagnosticados e, por sua vez, não tratados podem onerar em sequelas supurativasou não supurativas, como a glomerulonefrite aguda e a febre reumática. O público infantil, por conseguinte, é o mais afetado por esse tipo de bactéria, o que requer um cuidado maior com esses indivíduos. Por fim, o tratamento a base de penicilina tem sido empregado com êxito pelos profissionais de saúde evitando, assim, agravos à saúde dos pacientes. REFERÊNCIAS 1. LINO, L. M.: Fatores de Virulência em Streptococcus pyogenes. FCDBV-UL, 2010. Acesso em 01/06/2021. Disponível em https://core.ac.uk/download/pdf/12422987.pdf 2. BARROS, A. E. S.: Rastreamento de Streptococcus pyogenes em indivíduos com faringoamigdalite e hígidos no município de Cuité, Paraíba, Brasil. UFCG. 2015. Acesso em 01/06/2021. Disponível em http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/bitstream/riufcg/8915/1/ADRIANA%20EMANUELLY%20DA%20SILVA%20BARROS%20-%20TCC%20FARM%C3%81CIA %20%202015.pdf 3. SCALABRIN, R.; BUSS, G. D.; IAMAGUCHI, K. C. S.; et al.: Isolamento de Streptococcus pyogenes em indivíduos com faringoamgdalite e teste de susceptibilidade a antimicrobianos. Rev. Bras. Otorrinolaringologia, v 69, n 6, 2003. Acesso em 01/06/2021. Disponível em https://www.scielo.br/j/rboto/a/Z4MCLRKG6qPkqS7BWt5XkVn/?lang=pt 4. SHIKASHO, L. F.; MACHADO, L. N. C.; ROVER, M. M. S.; et al.: Pesquisa de Streptococcus pyogenes em orofaringe de indígenas em uma aldeia do oeste do Paraná. Rev. Resid. Pediátrica, v 9, n 3, 2019. Acesso em 01/06/2021. Disponível em https://residenciapediatrica.com.br/detalhes/412/pesquisa%20de%20streptococcus%20pyogenes%20em%20orofaringe%20de%20indigenas%20em%20uma%20aldeia%20do%20oeste%20do%20parana 5. MENOLI, R. F.; RIGUETE, N. V. P.; LALUCCI, P. P. S.; Streptococcus pyogenes e febre reumática: revisão de literatura. XI EPCC. Anais Eletrônico. 2019. Acesso em 01/06/2021. Disponível em http://rdu.unicesumar.edu.br/bitstream/123456789/3679/1/Renata%20Forte%20Menoli.pdf 6. SOUZA, M. T.; SILVA, M. D.; CARVALHO, R.: Revisão integrativa: o que é e como fazer. Rev. Einstein. , v 8, n 1, p:102-106. Acesso em 01/06/2021. Disponível em https://www.scielo.br/j/eins/a/ZQTBkVJZqcWrTT34cXLjtBx/?lang=pt&format=pdf 7. MORAIS, V. M. S.; ORSI, A. R.; MARANHÃO, F. C. A.; et al.; Prevalência de Streptococcus β-hemolítico em crianças portadoras de necessidades especiais. Braz. j. otorhinolaryngol, v. 78, n 5, 2012. Acesso em 01/06/2021. Disponível em https://www.scielo.br/j/bjorl/a/thrpW7mtMKqD4RNP9VD5RQn/?lang=pt# 8. VIEIRA, F. M. J.; FIGUEIREDO, C. R.; SOARES, M. C.; et al.: Prevalência de Streptococcus pyogenes em orofaringe de crianças que freqüentam creches: estudo comparativo entre diferentes regiões do país. Rev. Bras. Otorrinolaringol., v 72, n 5, 2006. Acesso em 01/06/2021. Disponível em https://www.scielo.br/j/rboto/a/nqGRQrfQ6z3nKFw7CNZ7Zcr/?lang=pt 9. ARAUJO FILHO, B. C.; IMAMURA, R.; SENNES, L. U.; et al.: Papel do teste de detecção rápida do antígeno do Streptococcus pyogenes do grupo a em pacientes com faringoamigdalites. Rev. Bras. Otorrinolaringol., v 71, n 2, 2005. Acesso em 01/06/2021. Disponível em https://www.scielo.br/j/rboto/a/jJdrNbzbs63bzMcJ67gRPQs/?lang=pt 10. MACIEL, A.; ACA, I. S.; LOPES, A. C. S.; et al.. Portadores assintomáticos de infecções por Streptococcus pyogenes em duas escolas públicas na cidade do Recife, Pernambuco. Rev. Bras. Saude Mater. Infant., v 3, n 2, 2003. Acesso em 01/06/2021. Disponível em https://www.scielo.br/j/rbsmi/a/fJKGsjnPP8HgmXcZnfsTK4S/?lang=pt 11. KREBS, V. L. J.; CHIEFFI, L. N.; CECCON, M. E. J. R.; et al.. Meningite neonatal por Streptococcus pyogenes e trombose de seio sagital: relato de caso. Arq Neuropsiquiatr; v 56, n 4, p: 829-832. Acesso em 01/06/2021. Disponível em https://www.scielo.br/j/anp/a/jBYJpcFxmG3L8gQKybGRybb/?lang=pt&format=pdf 12. MANSANO, E. C. B.; RAMOS, E. R. P.: Prevalência do Streptococcus pyogenes em secreções de orofaringe de acadêmicos da área da saúde. Rev. Saude e Pesquisa, v 3, n 2, 2010. Acesso em 01/06/2021. Disponível em https://periodicos.unicesumar.edu.br/index.php/saudpesq/article/view/1506 13. BRITO, D. M. S.; MENDES, G. S.; CASTRO, J. M. P; et al.. Infecção do trato respiratório superior causada por Streptococcus pyogenes: fisiopatologia e diagnóstico. Research, Society and Development, v. 9, n. 8, 2020. Acesso em 01/06/2021. Disponível em https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/6322/5988 14. BONATTI, T. R.; LEITE, R. M. A.: Faringite por Streptococcus pyogenes seguida por febre escarlatina. Perspectivas Médicas, vol. 28, núm. 1, p: 24-28, 2017. Acesso em 01/06/2021. Disponível em https://www.redalyc.org/pdf/2432/243251199004.pdf 15. SILVA, D. F. A.; Streptococcus orais: perfil de resistência antimicrobiana. FMD-UP. 2018. Acesso em 01/06/2021. Disponível em https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/113694/2/276587.pdf 16. NOSCHANG, J.: Variabilidade Genética de Isolados de Streptococcus pyogenes por Meio de Marcadores RAPD. UFPR. 2006. Acesso em 01/06/2021. Disponível em https://core.ac.uk/download/pdf/147520709.pdf 17. FERNANDES, P. M. M.: Clones de Streptococcus pyogenes Associados a Alta Frequência de Colonização de Orofaringe. FCDBV-UL, 2011. Acesso em 01/06/2021. Disponível em https://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/6462/1/ulfc092819_tm_paula_fernandes.pdf
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