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EMBARGOS DO DEVEDOR 1 Ana Bonfim – Processo Civil EMBARGOS DE DEVEDOR ARTS 914 A 920 1- PROCESSO DE EXECUÇÃO. OBJETIVO E EXIGUIDADE DE CONTRADITÓRIO Ação de resistência do devedor, título extrajudicial, pois no título judicial eu enfrento através da impugnação que é um incidente processual contendo um Rol Taxativo pois já resolvi as teses que poderiam ser arguidas no processo de conhecimento. Se minha inicial é baseada em título extrajudicial, o réu será citado para pagar em 3 dias sob pena de penhora (quantia certa) se começa assim preciso de um certo contraditório, o estado juiz me permite através do estado legislador permitindo ter defesa já que o contraditório é eximo, ele praticamente não existe, se não tiver prazo no título é o juiz quem marca, o legislador concebeu uma ação de conhecimento que é diferente da mera impugnação. 2- CONCEITO E FINALIDADE DOS EMBARGOS “É ação cognitiva que pretende obter sentença consistente na anulação da execução ou no desfazimento, ou restrição da eficácia do título constitutivo.” Se eu sou citado sempre começo olhando as nulidades do título como dívidas já pagas, vejo também itens processuais, como parte ilegítima, excesso de execução, penhora de conta poupança, bem de família penhorado.... Posso atacar tanto o processo de execução quanto a execução em si, tem ampla finalidade portanto. É um contraditório facultativo, se o devedor não opor embargos não terá contraditório. 3- DISPENSA DE GARANTIA DO JUIZO. OS EMBARGOS NA EXECUÇÃO POR CARTA E O JUIZO COMPETENTE PARA JULGA-LOS Posso apresentar embargos mesmo não garantindo o juízo. Serão distribuídos por dependência do processo de execução, o juízo do processo de execução é SEMPRE prevento para julgar aqueles embargos. Art. 914. O executado, independentemente de penhora, depósito ou caução, poderá se opor à execução por meio de embargos. § 1º Os embargos à execução serão distribuídos por dependência, autuados em apartado e instruídos com cópias das peças processuais relevantes, que poderão ser declaradas autênticas pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal. § 2º Na execução por carta, os embargos serão oferecidos no juízo deprecante ou no juízo deprecado, mas a competência para julgá-los é do juízo deprecante, salvo se versarem unicamente sobre vícios ou defeitos da penhora, da avaliação ou da alienação dos bens efetuadas no juízo deprecado Sumula 46 STJ - NA EXECUÇÃO POR CARTA, OS EMBARGOS DO DEVEDOR SERÃO DECIDIDOS NO JUIZO DEPRECANTE, SALVO SE VERSAREM UNICAMENTE VICIOS OU DEFEITOS DA PENHORA, AVALIAÇÃO OU ALIENAÇÃO DOS BENS O código revogado não tinha o §2º, mas já existia essa súmula, o novo código trouxe essa sumula para dentro do código. Posso opor embargos tanto no juízo deprecante como no deprecado A entra com execução título extra judicial quantia certa contra B, é citado mas A descobre que só tem bens de B em Cotia, sai uma carta precatória para avaliar e penhorar os bens em Cotia, como se está tratando de avaliação e alienação cabe na exceção prevista no §2º, a competência para julgar algo referente aos bens aqui é do deprecado, como foi praticado no deprecado a nulidade está aqui, o erro esta aqui, então quem vai julgar é o deprecado, por exemplo, se for um imóvel de família a ser penhorado, atos praticados pelo juízo deprecado não do deprecante que é a regra, se fosse excesso de execução seria no deprecante. 4- MANDADO INICIAL. PRAZO ESPECÍFICO PARA PAGAMENTO DA DÍVIDA OU PARA APRESENTAÇÃO DE EMBARGOS Art. 915. Os embargos serão oferecidos no prazo de 15 (quinze) dias, contado, conforme o caso, na forma do art. 231 . § 1º Quando houver mais de um executado, o prazo para cada um deles embargar conta-se a partir da juntada do respectivo comprovante da citação, salvo no caso de cônjuges ou de companheiros, quando será contado a partir da juntada do último. § 2º Nas execuções por carta, o prazo para embargos será contado: EMBARGOS DO DEVEDOR 2 Ana Bonfim – Processo Civil I - da juntada, na carta, da certificação da citação, quando versarem unicamente sobre vícios ou defeitos da penhora, da avaliação ou da alienação dos bens; II - da juntada, nos autos de origem, do comunicado de que trata o § 4º deste artigo ou, não havendo este, da juntada da carta devidamente cumprida, quando versarem sobre questões diversas da prevista no inciso I deste parágrafo. § 3º Em relação ao prazo para oferecimento dos embargos à execução, não se aplica o disposto no art. 229 . Prazo para embargos independentemente da obrigação será de 15 dias Obedeceu a regra geral do Art. 231 – citação por AR. Os parágrafos tratam do prazo por embargos de carta precatória; §2º- I- regra geral, se a competência for do juízo deprecado começa o prazo da juntada da carta no juízo deprecado, se for do juízo deprecante quando juntado no processo de origem da carta devidamente cumprida ou da comunicação do juízo deprecante pelo deprecado a citação (§4º) 4.1- PRAZO, SE HOUVER MAIS DE UM EXECUTADO. EXCEÇÃO SE FOREM CONJUGES OU COMPANHEIROS. Art. 915 §1 e 3 – vide tópico 4 Os prazos são individuais, como regra, diferentemente do processo de conhecimento que é da ultima citação juntada. Salvo no caso de cônjuge ou companheiros em que vale a regra geral, que se precisa esgotar a citação de ambos §3º- não se aplica o prazo em dobro para litisconsortes com procuradores distintos, não se aplica como no processo de conhecimento, pois os embargos são individuais. 5- PARCELAMENTO DO CRÉDITO. MORATÓRIA LEGAL. OPÇÃO E NECESSIDADE DO CONTRADITÓRIO. Art. 916. No prazo para embargos, reconhecendo o crédito do exequente e comprovando o depósito de trinta por cento do valor em execução, acrescido de custas e de honorários de advogado, o executado poderá requerer que lhe seja permitido pagar o restante em até 6 (seis) parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e de juros de um por cento ao mês. § 1º O exequente será intimado para manifestar-se sobre o preenchimento dos pressupostos do caput, e o juiz decidirá o requerimento em 5 (cinco) dias. § 2º Enquanto não apreciado o requerimento, o executado terá de depositar as parcelas vincendas, facultado ao exequente seu levantamento. § 3º Deferida a proposta, o exequente levantará a quantia depositada, e serão suspensos os atos executivos. § 4º Indeferida a proposta, seguir-se-ão os atos executivos, mantido o depósito, que será convertido em penhora. § 5º O não pagamento de qualquer das prestações acarretará cumulativamente: I - o vencimento das prestações subsequentes e o prosseguimento do processo, com o imediato reinício dos atos executivos; II - a imposição ao executado de multa de dez por cento sobre o valor das prestações não pagas. § 6º A opção pelo parcelamento de que trata este artigo importa renúncia ao direito de opor embargos § 7º O disposto neste artigo não se aplica ao cumprimento da sentença. Moratória legal, parcelamento da dívida, apresentação de armas pois não há questionamento do executado, não há questionamento. REQUISITOS- Pagamento de 30% mais até 6 parcelas corrigidas de 1% mais juros. §1º- O executado diante do requerimento do executado não pode querer ou não, ele é intimado para falar se os requisitos estão sendo preenchidos, a doutrina entende que a recusa só pode ser aceita se os requisitos não estão preenchidos §2º Enquanto não apreciado o requerimento o executado terá que pagar o exequente para ir levantando e serão suspensos os atos executivos. EMBARGOS DO DEVEDOR 3 Ana Bonfim – Processo Civil §4º- indeferida, o que foi depositado vira penhora e prossigo a execução §5º se não pagar qualquer parcela acarretará o vencimento antecipado das prestações e reinicio de todos os atos de execução, e a imposição de multa de 10% sobre as multas não pagas. §6º Preclusão lógica, quando um ato é incompatível a um ato processual,não tem como opor embargos, há um prazo preclusivo para moratória, nos prazos dos embargos apresento a moratória, automaticamente renuncia questionar qualquer questão do processo. §7º Não se aplica ao cumprimento de sentença. Impede o devedor de título judicial de se valer da moratória legal. Na prática normalmente os juízes se as partes estão de acordo é homologado um “acordo”.