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D ir e tr iz e s C lí n ic a s P ro to c o lo s C lí n ic o s 057 Protocolo do manejo da dor no pós- operatório em pacientes adultos Última revisão: Estabelecido em:17/05/2017 Responsáveis / Unidade Vanuza Fortes Ribeiro- Médica da CCPC Colaboradores Guilherme Freire Garcia- Médico da CCPC Hessem Miranda Neiva- Farmacêutica da DIRASS Natasha Preis Ferreira- Enfermeira do HJXXIII Validadores Nome – Função |Especialidade| Unidade Disponível em www.fhemig.mg.gov.br e intranet Pág. 2 INTRODUÇÃO / RACIONAL A dor é definida pela International Association for the Study of Pain (IASP) como “uma experiência sensorial e emocional desagradável associada com atual ou potencial dano de tecido ou descrita em termos de tal dano” (Merskey & Bogduk, 1994). A dor aguda é definida como de início recente e duração provavelmente limitada. “Usualmente tem uma causa temporalmente identificável e relação causal com doença ou trauma.”. A dor no pós-operatório imediato é considerada normal e esperada, e talvez por isto mesmo, não raro, deixa de ser tratada adequadamente. Estudo realizado no Hospital das Clínicas de São Paulo verificou que apenas 20% dos pacientes apresentavam controle adequado da dor nas primeiras 24h, embora 50% deles apresentassem dor intensa nas 48 horas iniciais¹. Estudo realizado nos Estados Unidos com 500 operados revelou que 77% deles apresentavam dor no pós-operatório e destes em 80% a dor era classificada como moderada a intensa², 9. As equipes assistenciais precisam ser treinadas a entender a dor como o 5° sinal vital a ser avaliado deixando desconsiderá-la apenas um incômodo e reconhecendo que estão envolvidos no processo complexas reações fisiológicas com manifestações autossômicas e psicológicas. (Tabela I) Tabela I - Consequências fisiológicas da dor pós-operatória Condição Consequências Nível de evidência Resposta ao stress cirúrgico Trauma tecidual resulta em liberação dos mediadores da inflamação e dos hormônios do stress Ativação das respostas ao stress levando a: • Retenção hídrica; • Elevação dos índices metabólicos 2a Complicações respiratórias Respiração superficial Supressão da tosse Colapso lobular Retenção de secreção pulmonar Infecção 2b Complicações cardiovasculares Hipertensão Taquicardia Aumento do trabalho miocárdio que pode conduzir a: • Isquemia miocárdica • Angina • Infarto 2b Complicações tromboembólicas Redução da mobilidade devida ao manejo inadequado da dor pode conduzir a episódios tromboembólicos 2a Complicações gastrointestinais Estase gástrica Íleo paralítico 2b Complicações musculoesqueléticas Inadequado manejo da dor e prolongado período no leito pode causar: • Redução de mobilidade • Atrofia muscular 3 Complicações psicológicas Dor pré-operatória pode causar medo e ansiedade que se manifestam como: • Raiva; • Ressentimento; • Hostilidade para com a equipe médica e de enfermagem; • Estes sintomas são frequentemente acompanhados de insônia. 3 Fonte: Post-operative pain management. In: Guidelines on pain management.-NationalGuidelinesof clearinghouse,2010 Pág. 3 PALAVRAS CHAVE Pain, postoperative pain, post-surgery pain, management of pain, OBJETIVOS Implementar a percepção da dor como o 5º Sinal Vital e a necessidade de medicá-la adequadamente; Avaliar as características da dor relatada pelo paciente; Aplicar escala visual a fim de quantificar a dor; Padronizar o tratamento adequado aos diversos níveis de dor relatados pelo paciente; Implementar atendimento múlti profissional da dor. POPULAÇÃO ALVO Pacientes acima de 18 anos atendidos em serviços de urgência com indicação cirúrgica, pacientes de cirurgia eletiva. UTILIZADORES POTENCIAIS Equipes médicas (Anestesista, clínico, ortopedista), enfermagem, fisioterapia e psicologia em todos os serviços médicos hospitalares. METODOLOGIA Busca com os Mesh terms descritas acima nas principais bases de dados Cochrane, Pubmed, Tripdatabase, Medlineno período entre 2010 e 2016, Pesquisa da legislação brasileira referente à dor, Protocolos internacionais. RECOMENDAÇÕES E PRINCIPAIS EVIDÊNCIAS 1. O tratamento da dor deve ser sempre individualizado levando em consideração todos os fatores que interferem na percepção da dor. 2. O manejo adequado da dor implica o reconhecimento desta como o 5º sinal vital, e, monitoramento por toda a equipe assistencial. 3. O manejo adequado, nos pacientes cirúrgicos, pressupõe que o tratamento se inicie antes da cirurgia modificando estímulos nociceptivos e minimizando risco de anlodipia e hiperalgesia. 4. O uso de analgesia multimodal iniciada mesmo antes do ato cirúrgico propicia melhor manejo da dor. 5. Associações medicamentosas que diminuam o uso de opioides. Siglas ACP - Analgesia controlada pelo paciente AINES - Drogas anti-inflamatórias não- esteróides (NSAID) (AINES) COX - Inibidores ciclooxigenase EVA - Escala Visual Analógica IM - Intramuscular IV - Intravenoso NMDA - receptores N-Metil D-aspartato (glutamatérgicos) Pág. 4 PCA – Patient controlled analgesia ou analgesia controlada pelo paciente SC - Subcutâneo RAM - Reação adversa a medicamento VO - Via oral Definições MATERIAL / PESSOAL NECESSÁRIO Equipe médica, de enfermagem, de psicologia e de fisioterapia treinadas; Escala visual analógica (EVA) de dor; Medicamentos antiálgicos e equipamentos disponíveis e conservados. A participação do paciente respeitando sua percepção pessoal e preferências medicamentosas. ATIVIDADES ESSENCIAIS A dor pode ser afetada por características individuais, influências socioculturais e de personalidade além do tipo de cirurgia e do local operado. Intensidade crescente da dor conforme procedimentos cirúrgicos Cirurgia torácica Cirurgia abdominal superior Cirurgia ortopédica Cirurgias periféricas São atividades iniciais: O controle da dor e o alívio do sofrimento são responsabilidade e compromisso de todos os profissionais da área de saúde (Tabela 2) DOR NOCICEPTIVA Dor derivada de uma lesão tecidual contínua, por ativação dos nocirreceptores; receptores sensoriais que enviam sinais que causam a percepção da dor, em resposta a um estímulo potencial de dano. ALODINIA Sensação dolorosa causada por estímulos que habitualmente não causam dor, como um leve toque; HIPERALGESIA Sensibilidade exagerada a estímulos dolorosos ANALGESIA MULTIMODAL É a associação de duas ou mais drogas ou de técnicas analgésicas de classes diferentes objetivando doses menores e benefícios maiores. ANALGESIA CONTROLADA PELO PACIENTE Analgesia por via venosa, epidural ou subcutânea (geralmente opioides) sob controle do paciente, com utilização de bombas de infusão programáveis para limitar dose e velocidade da medicação. Promoção de alívio contínuo. Os objetivos do manejo adequado da dor no pós-operatório imediato são a melhora do conforto e da satisfação do paciente, promover a rápida mobilização e recuperação funcional do paciente, reduzindo a morbimortalidade e a permanência hospital. Pág. 5 Tabela II - Controle da dor Ações Profissional responsável Considerar a dor como 5º sinal vital no pós-operatório, utilizando escala visual analógica (figura 1) ou verbal quando esta não for aplicável Enfermagem Documentar em prontuário as características e intensidade da dor Múlti profissional Determinar período de reavaliação Enfermagem Determinar intervenções medicamentosas Médico Determinar intervenções não medicamentosas Múlti profissional • Figura 1- Escala Visual Analógica (EVA) ”O controle da dor não deve ser estandardizado, mas sim individualizado conforme as necessidades e preferências pessoais de cada paciente, levando em conta o local da cirurgia.” (Uptodate) Manejo pré-operatórioda dor Técnicas não farmacológicas de controle da dor Existe uma rede neural amplamente distribuída no cérebro que pode explicar por que as terapias não farmacológicas podem ser bastante eficazes para o alívio da dor. Entretanto, ainda são pouco conhecidas e utilizadas as técnicas não farmacológicas para controle da dor. A avaliação e preparo prévio do paciente permitem um manejo adequado da dor no pós– operatório. Grau de recomendação A Pág. 6 Tabela III - Manejo não farmacológico da dor Analgesia antes de iniciar a cirurgia, modifica receptores nociceptivo, diminuindo a alodinia e hiperalgesia. Parte inicial da Analgesia Multimodal Medicação pré-anestésica com antagonistas NMDA (cetamina, dextrometorfano), ou AINH 30 a 60 minutos EV antes da cirurgia Intervenções psicológicas: Terapiascomportamentais e cognitivas para diminuir a ansiedade e medo da dor Podem reduzir as necessidades de medicação no pós-operatório Manter e ajustar dose de medicação analgésica utilizada no pré-operatório, verificar preferência do paciente. Evita síndrome de abstinência Intervenções fisioterápicas: Tens Massoterapia Intervenções da enfermagem Informação e orientação, massagem, reposicionamento, conforto, distração, controle ambiental (luz, ruídos, temperatura, etc.) Controle da dor pós-operatório 1- Avaliação da dor Anotar resultados da escala de dor, e características da dor. No pós-operatório imediato a dor deve ser avaliada inicialmente de 15/15’ Espaçar gradativamente para 1-2 horas e Na enfermaria avaliar cada 4 ou 8 horas. Dores não esperadas, exacerbações, e não controláveis indicam reavaliação. Técnicas analgésicas sistêmicas O tratamento da dor pós-operatória deve ser feito de forma regular e não de demanda, atendendo às necessidades individuais de cada paciente. A equipe deve ter familiaridade com as técnicas oferecidas e medicamentos escolhidos. Vários guidelines indicam fortemente o uso de analgesia multimodal envolvendo simultaneamente o uso de combinações de vários medicamentos e diferentes técnicas. O objetivo é atuação tanto no sistema nervoso central quanto perifericamente agindo em diferentes receptores. Através destas associações pode se obter alívio superior da dor e diminuir de maneira importante o consumo de opioides. Pág. 7 Tabela IV - Efeitos colaterais dos opioides - Prevenção e manejo Evento adverso Prevenção Manejo Náusea e vômitos Metoclopramida 10 mg VO 1. Investigar outras causas de náuseas (por exemplo, constipação, obstrução intestinal) e tratar por orientações. 2. Se a analgesia for satisfatória, reduzir a dose de opiáceo em 25%ou troque o opioide 3. Adicione ou aumente medicamentos não- opiáceos para controle multimodal da dor Constipação Todos pacientes que recebem opioides devem receber educação para a gestão do intestino. 1. Avaliar as possíveis causas de constipação (obstrução do intestino) 2. Adicionar leite de magnésio oral concentrado (1170/5 mL) 10 mL cada 2-4 vezes ao dia ou 3. Avalie (por exame retal digital-DRE e imaginologia a possibilidade de impactação de fezes. 4. Metilnaltrexona pode ser administrado Sedação Orientar pacientes sobre a possibilidade de sedação Considere a possibilidade de troca ou redução da dose de opioides se a sedação persistir Neurotoxicidade induzida por opioides Suspensão de drogas depressoras Considere causas reversíveis, tais como distúrbios metabólicos, disfunção hepática ou renal, desidratação, hipercalcemia, doença orgânica do cérebro: • Troca de opioides, redução ou interrupção de opioides • Evitar o uso de naloxona ainda que se pense que o delirium se deve ao uso de opioides Depressão respiratória Monitorizar a sedação e o estado respiratório durante as primeiras 24 horas. Fornecer oxigênio suplementar. Se o paciente tiver uma resposta mínima ou não responder e a frequência respiratória for inferior ou igual a 6, administrar naloxona.* Fonte: Posoperativepain management- in: AlgorithmMD Anderson Cancer Center- The Universityof Texas- 2016 *Dose recomendada:Naloxona 0,4 mg diluído em 10 ml de soro fisiológico,0,5 mL IV em bolus, repetir a cada 1-2 minutos até que o paciente esteja acordado ou o estado respiratório melhore. (A meia-vida de Naloxone é curta e o paciente pode necessitar de infusão contínua enquanto o opioide estiver atuante). Se não houver alteração com Naloxone, excluir outras causas para a depressão respiratória. Obs: A codeína é metabolizada a morfina pela enzima hepática CYP2D6. Em caso de metabolizadores lentos, haverá pouca ação da droga. Em caso de metabolizadores rápidos (em torno de 30 % dos pacientes) poderá haver maior concentração de morfina, com riscos de depressão do SNC e respiratória. Nestes casos substituir por metadona. Em crianças seu uso deve ser restrito ou até abolido (NEWS.MED.BR, 2016. Codeína: é hora de parar de prescrever para crianças?. Disponível em: http://www.news.med.br/p/pharmanews. Acesso em: 16 jan. 2018) Pág. 8 Fluxograma do manejo da dor Avaliação pré-cirúrgica da dor PLANEJAR/DOCUMENTAR/IMPLEMEN TARMEDIDAS MEDICAMENTOSAS E NÃO MEDICAMENTOSAS Condições médicas, psicológicas, socioculturais e familiares Manutenção e adequação de dose de antiálgico prévio Escolhas do paciente Intervenções comportamentais e cognitivas Antiálgico Pré- cirúrgico Utilização de AINES IV 30 a 60’ antes da intervenção CIRURGIA AVALIAÇÃO DA DOR 5º SINAL VITAL EV A OU VERBAL PRESCRIÇÃOMÉDICA SEMPRE INDIVIDUALIZADA DE 5 EM 5’ INICIALMENTE ESPAÇAR GRADATIVAMENTE CONFOME ALÍVIO DA DOR LEVE Paracetamol até1000mg Máximo 6/6 h Reduz consumo de opioides Cetoprofeno 100 a 300 mg diário EV lento Titular dose USAR DOSE MÍNIMA EFICAZ Dipirona até 1000mg VO/EV Não prolongar uso Risco de agranulocitose e neutropenia MODERADA Codeína 30mg VO Tramadol 50mg VO, IM, EV USAR MENOR DOSE EFICAZ Dipirona até 1000mg VO/EV Não prolongar uso Risco de agranulocitose e neutropenia Paracetamol até 4000mg Máximo 6/6 h Reduz consumo de opioides INTENSA Analgesia multimodal OPIOIDES USAR MENOR DOSE EFICAZ Dipirona até 1000mg VO/EV Não prolongar uso Risco de agranulocitose e neutropenia CONSIDERAR PCA/ACP Técnicas especiais de analgesia Analgesia controlada pelo paciente Anexo II Analgesia epidural Anexo II Fatores intervenientes na transformação de dores agudas em crônicas Na maioria dos casos, a dor pós-operatória resulta de uma falha de tratamento, e todos os pacientes com dor aguda pós-operatória devem receber adequada terapia da dor. Tabela V - Fatores de risco para cronificação da dor Fatores pré-operatórios Fatores intraoperatórios Fatores pós-operatórios Dor moderada a severa duração de mais de um mês Dano neurológico intraoperatório Dor aguda severa ou moderada Vulnerabilidade psicológica: catastrofização, neuroticismo, depressão Isquemia tecidual Radioterapia da área Ansiedade pré-operatória Algumas técnicas cirúrgicas Quimioterapia neurotóxica Mulher Depressão Adulto jovem Neuroticismo Ganho trabalhista secundário Ansiedade Predisposição genética Controle noxius inibitório difuso deficiente Fonte : Adaptado de Kehlet et al (Kehlet et al, 2006) andMacrae (Macrae, 200) BENEFÍCIOS POTENCIAIS Avaliação periódica da dor facilita e aprimora o manejo; O início precoce do tratamento garante melhores desfechos e menor tempo de permanência; Informações escritas podem potencializar a recuperação do paciente; A educação e a responsabilização da equipe de cuidados se revertem em resultados mais eficientes no controle da dor; O diagnóstico e tratamento apropriado da dor neuropática frequente em pacientes de trauma previne o desenvolvimento de dores crônicas; Administração oral de opioidesé preferível à administração EV na analgesia pós- operatória. RISCOS POTENCIAIS Opioides em altas doses podem induzir hiperalgesia (Nível I) Opioides são medicamentos que podem induzir abuso e devem ser utilizados de maneira muito criteriosa Controle inadequado/insuficiente da dor aguda propícia o surgimento de dores crônicas ITENS DE CONTROLE Percentual de pacientes no pós-operatório que relatam pelo menos 50% de alívio da dor durante os 2 primeiros dias Número de pacientes operados avaliados com uso de EVA(Escala visual anlógica) / número total de pacientes operados Pág. 10 REFERÊNCIAS 1. Bassanezi1,BSB;Oliveira Filho, AG – TCBC-SP Analgesia pós operatória 2-Rev. Col. Bras. Cir. 2006;33(2): 116-122) 2. ATO Portaria n.º 19/GMEm 03 de janeiro de 2002. 3. Portaria nº 859 de 12 de Novembro de 2002. 4. M Harmer, KA Davies. The effect to education, assessment and a standardized proscription on postoperative pain management. Anaesthesia 1998 53: 424-430. 5. Pandey CK,Navkar DV, Giri PJ, Raza M, Behari S, Singh RB, Singh U, Singh PKSO-Evaluation of the optima lpreemptive dose of gabapentin for postoperative pain relief after lumbar diskectomy: a randomized, double-blind, placebo-controlled study. J Neuro surg Anesthesiol. 2005;17(2):65Cochrane Database Syst Rev. 2011 Oct 5;(10):CD007126. 6. Bader P, Echtle D, Fonteyne V Livadas K, De Meerleer G, Paez Borda A, Papaioannou EG, Vranken JH. Post-operativepain management. In: .Guidelines on pain management. Arnhem, The Netherlands: European Association of Urology (EAU); 2010 Apr. p. 61-82. [88 references] 7. Pamela E Macintyre, David A Scott, Stephan A Schug, Eric J Visser andSuellen M Walker-Acute pain management; scientific evidence- Australian and New Zeland Coellege of Anaesthestists and Facult of Pain Medicine- Third edition-2010 8. Effectiveness of acute postoperative pain management- in S Dolinet al.: I. Evidence from published data. British Journal of Anaesthesia 2002 89: 409-423 9. Gregory J ,McGowan L- An examination of the prevalence of acute pain for hospitalized adult patients: a systematic review. Journal of clinical nursing, 2016- 25(5-6):583-98. 10. Ding X, Jin S, Niu X, Wang T, Zhao X, Ren H, Tong Y, Li Q. Morphinewithadjuvantketamine versus higher dose ofmorphinealone for acutepain: a meta-analysis. International journal of clinical and experimental medicine2014;7(9):2504-10. 11. Fourteen RCTs with various methodologic flaws provided limited evidence to support the use of IV APAP as the primary analgesic for acute pain control in patients who present to the ED. The Use of Intravenous Acetaminophen for Acute Pain in the Emergency Department. 12. McLeod GA, Davies HT, Colvin JR Shaping . Attitudes to postoperative pain relief: the role of the acute pain team. Journal of pain and symptom management, 1995. 13. Montané E, Vallano A, Aguilera C, Vidal X, Laporte JR . Analgesics for pain after traumatic ororthopaedic surgery: what is the evidence--a systematic review. Eur J Clin Pharmacol. 2006 Nov;62(11):971-88. Epub 2006 Sep 21 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21975764 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=Montan%C3%A9%20E%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=17019588 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=Vallano%20A%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=17019588 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=Aguilera%20C%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=17019588 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=Vidal%20X%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=17019588 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=Laporte%20JR%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=17019588 ../../../AppData/AppData/Vanuza/DOR%20POS%20OPERATORIA/Importante.htm Pág. 11 APÊNDICE I MEDICAMENTOS PADRONIZADOS NA FHEMIG CLASSE MEDICAMENTO APRESENTAÇÃO MEIOS DE ADMINIS TRAÇÃO OBS A IN E Inibidor COX 1 E 2 Ácido Acetilsalicílico comprimido 100mg VO Inibidor COX 1 E 2 Cetoprofeno pó para solução injetável 100mg frasco ampola EV Inibidor COX 1 E 2 Diclofenaco sódico comprimido 50mg VO solução injetável 25mg/mL (75mg/3mL) ampola 3mL IM supositório com 50 mg RETAL Inibidor COX 1 E 2 Ibuprofeno suspensão oral 20 mg/mL frasco 100 mL VO PEDIATRIA PIRAZOLÔNICO Dipirona sódica solução injetável 500 mg/mL ampola 2 mL EV comprimido 500mg VO solução oral (gotas) 500mg/mL frasco 10mL (VO) VO Analgésico não narcótico/ antipirético Paracetamol comprimido 500mg VO solução oral (gotas) 200mg/mL frasco 15mL VO Indometacina solução injetável 1mg/mL ampola 5 mL manipulado EV MATERNIDA DE LA X A N TE S LAXANTE DE CONTATO Bisacodil drágea 5 mg VO LAXANTE LUBRIFICANTE Óleo Mineral solução oleosa oral, frasco de 100 mL VO LAXANTE OSMÓTICO Glicerina sonda retal clister glicerol 12% frasco 500 mL RETAL supositório adulto RETAL supositório infantil RETAL Polietilenoglicol4 000 sem eletrólitos 5 g manipulado VO 10g manipulado VO 20g manipulado VO pote 1Kg VO Lactulose xarope 667 mg/mL frasco 120 mL VO A N TA G O N IS TA S A N TÍ D O TO S ANTAGONISTA OPIÓDE Naloxona solução injetável 0,4 mg/mL ampola 1 mL IM, EV, SC Naltrexona comprimido 50 mg VO ANTICOLINESTERÁ SICO Neostigmina solução injetável 0,5 mg/mL ampola 1mL IM, EV, SC AGONISTA ALFA 2 Clonidina comprimido 0,100 mg VO comprimido 0,150 mg VO Pág. 12 A N A LG ÉS IC O S P O TE N TE S OPIOIDES E DERIVADOS Codeína comprimido 30 mg VO solução oral 3 mg/mL frasco 120 mL VO Fentanila solução injetável 0,05 mg frasco-ampola 10 mL EV solução injetável 0,05 mg frasco-ampola 5 Ml EV solução injetável com 0,05 mg ampola de 2 mL sem conservante EV, IM, Intratecal Metadona comprimido 10 mg VO solução oral 1mg/mL, frasco/volume prescrito manipulado VO solução injetável 10 mg/mL (uso restrito) EV Morfina comprimido 10 mg VO comprimido 30 mg VO solução oral 1mg/mL manipulado VO solução injetável 0,2 mg/mL ampola de 1mL IM, EV, SC, epidural, intratecal solução injetável 1mg/mL ampola de 2mL IM, EV, SC, epidural, intratecal solução injetável 10 mg/mL ampola de 1 mL IM, EV, SC, epidural, intratecal Nalbufina solução injetável 10 mg/mL ampola de 1 mL IM, EV, SC Petidina solução injetável 50mg/mL ampola de 2mL IM, EV, SC Tramadol, cloridrato cápsula 50mg EV solução oral 100 mg/mL frasco 10 mL VO solução injetável 50mg/mL ampola 2mL EV, IM A N TI P SI C Ó TI C O S / N EU R O LÉ P TI C O S Antipsicóticoneuro léptico / Butirofenonas / antagonistas dopaminérgicos Haloperidol comprimido 1 mg VO comprimido 5 mg VO solução oral gotas 2 mg/mL frasco 20 mL VO solução injetável 5 mg/mL ampola 1 mL IM, EV Pág. 13 A N TI EM ÉT IC O S E P R O C IN ÉT IC O S Antagonista 5HT3 Ondansentrona solução injetável 2 mg/mL ampola 4mL EV comprimido 4 mg VO ANTAGONISTAS DOPÁMINÉRGICOS Metoclopramida, cloridrato comprimido 10mg VO solução injetável 5 mg/mL ampola 2mL IM, EV solução oral 4 mg/mL frasco 10 mL VO Droperidol solução injetável 2,5 mg/mLamp 1mL IM, EV Bromoprida solução injetável 5mg/mL ampola 2 mL IM, EV AGONISTA DA DOPAMINA Domperidona comprimido 10 mg VO suspensão oral 1 mg/mL frasco 100 mL VO ES TI M U LA N TE S N C ANFETAMINA Metilfenidato (Uso restrito) comprimido 10 mg VO A N TI C O N V U LS iV A N TE Análogo GABA Gabapentina 300mg cápsulas VO C O R TI C O ST ER O ID ES CORTICOSTERÓIDE SISTÊMICO Dexametasona comprimido 4mg (VO) VO Dexametasona, fosfato dissódico solução injetável 4mg/mL frasco ampola 2,5mL IM, EV solução injetável 4mg/mLampola 2,5mL IM, EV solução oral (elixir) 0,1 mg/mL frasco 120 mL VO A N TI D EP R ES SI V O TRICíCLICOS Amitriptilina, cloridrato comprimido 25 mg VO Pág. 14 ANEXO I A N ES TÉ SI C O S ANESTÉSICOS LOCAIS Lidocaína geléia 20 mg/g bisnaga 30g USO TÓPICO solução injetável 2% ampola 5 mL EV solução injetável 2 % frasco 20 mL EV solução injetável 1% (10 mg/mL) frasco 20 mL EV spray 10% frasco 50 mL USO TÓPICO Pág. 15 ANEXO II Técnicas Analgésicas Injeção Intratecal O que é Administração intratecal de analgésicos Que medicamentos utilizar Associação de fentanil e morfina Vantagens e riscos Analgesia Epidural pós-operatória com anestésicos locais e opioides O que é Infusão intermitente de analgésicos no espaço epidural Que medicamentos utilizar Bupivacaína Fentanil Vantagens e riscos Risco neurológico baixo Menor taxa de complicações respiratórias Risco de hematoma ou abscesso epidural (investigação cuidadosa em caso de febre, dor na nuca e alterações neurológicas) Exige equipe treinada Ideal a existência de anestesista 24h PCA (Patient Controlled-Analgesia) ou ACP (Analgesia Controlada pelo Paciente) O que é Administração sob controle do paciente em bombas programáveis com limitação de dose e velocidade de infusão que promovem alívio contínuo e eficaz da dor Que medicamentos utilizar Em geral opioides Como fazer Bomba de infusão programável para limitação de pequenas doses e de intervalos máximos de utilização. Exige equipe treinada. Pág. 16 ANEXO III Tabela VI- Efeitos colaterais dos opioides- Prevenção e manejo Evento adverso Prevenção Manejo Náusea e vômitos Metoclopramida 10 mg VO Investigar outras causas de náuseas Adicione ou aumente medicamentos não- opiláceos ou adjuvantes ou reduza a dose de opiáceo em 25%. Considere a troca de opioide se a náusea permanecer refratária. Constipação Regime de laxativo do intestino Avaliar as possíveis causas de constipação (tais como aumento recente da dose de opioide, uso de medicamentos, obstrução do intestino) Adicionar Leite de Magnésio oral concentrado Investigar impactação de fezes (DRE) inclusive com imaginologia, se necessário Considere uso de metilnaltrexona Sedação Descontinuação de medicamentos sedativos Informação ao paciente Considere a possibilidade de troca/rodízio ou redução da dose de opioides Neurotoxicidade induzida por opioides Suspensão de drogas depressoras ou de ativação do CNS Considere causas reversíveis, tais como distúrbios metabólicos, disfunção hepática ou renal, desidratação, hipercalcemia, doença orgânica do cérebro. Redução/Troca de opioides Evitar o uso de naloxona ainda que se pense que o delirium se deve ao uso de opioides Depressão respiratória Monitorizar a sedação e o estado mental Titular opioides Fornecem oxigênio suplementar. Se o paciente tiver uma resposta mínima ou não responder e a frequência respiratória for inferior ou igual a 6, administrar naloxona* Fonte: Posoperativepain management- in: AlgorithmMD Anderson Cancer Center- TheUniversityof Texas- 2016 * Dose recomendada :naloxona 0,4 mg diluído em 10 ml de soro fisiológico,0,5 mL IV em bolus, repetir a cada 1-2 minutos até que o paciente esteja acordado ou o estado respiratório melhore. (A meia-vida de naloxone é curta e o paciente pode necessitar de infusão contínua enquanto o opioide estiver atuante). ANEXO IV Dor neuropática As dores neuropáticas devem ser criteriosamente atendidas no pós-operatório como medida preventiva devido ao elevado risco de cronificação. ANEXO V MANEJO DA DOR NO CTI Pacientes graves no CTI podem estar inconscientes e/ou em ventilação mecânica, ou seja, impossibilitados de se expressarem verbalmente de forma efetiva, seja devido à doença de base ou pelo uso de sedativos com ou sem bloqueio neuromuscular. Neste caso, escalas de dor que utilizem uma linguagem corporal devem ser adotadas. Pág. 17 No Brasil foi validada a escala Behavioral Pain Scale (BPS), para utilização nestas situações clínicas. (Rev Bras Ter Intensiva. (1). Esta escala já foi adaptada para pacientes sem intubação mecânica, porém sem condições de comunicação, porém ainda sem validação para a língua Portuguesa (2). Em unidades de terapia intensiva estão sendo propostos algorítimos que avaliam concomitantemente a dor, agitação e delírio, porém estão fora do escopo deste protocolo(3). Quadro 1 – Versão final brasileira de escala Behavioural Pain Scale Item Descrição Escore Expressão facial Relaxada 1 Parcialmente tensa (por exemplo, abaixa a sobrancelha) 2 Totalmente tensa (por exemplo, fecha os olhos) 3 Faz careta: presença de sulco perilabial, testa franzida e pálpebras ocluídas 4 Membros superiores Sem movimento 1 Com flexão parcial 2 Com flexão total e flexão de dedos 3 Adaptação à ventilação mecânica Com retração permanente: totalmente contraído 4 Tolera movimentos 1 Tosse com movimentos 2 Briga com o ventilador 3 Incapaz de controlar a ventilação mecânica 4 Total Interpretação da BPS 3 pontos Sem dor 12 pontos Dor máxima 3-12 pontos Escalonamento da dor, acompanhamento útil para avaliar evolução da dor e necessidade de analgésicos Tempo de aplicação da escala de 2 a 5 minutos Esta escala pode ser aplicada pela enfermagem do CTI, e caso as medicações analgésicas já estejam prescritas para utilização quando necessário, a enfermagem poderá administrar a medicação conforme o protocolo local de cada unidade. A medicação utilizada de rotina em dor pode seguir o fluxograma 1 do manejo da dor deste protocolo. Referências do anexo 1- Morete MC ET al, Tradução e adaptação cultural da versão portuguesa (Brasil) da escala de dor Behavioural Pain Scale .Rev Bras Ter Intensiva. 2014;26(4):373-378. 2- Chanques G et al. Assessing pain in non-intubated critically ill patients unable to self report: an adaptation of the Behavioral Pain Scale. Intensive Care Med 2009;35(12):2060–7. 3- Rozycki A. et al, Feasibility of a Nurse-Managed Pain, Agitation, and Delirium Protocol in the Surgical Intensive Care Unit (Critical Care Nurse Vol 37, No. 6, DECEMBER 2017) CONFLITO DE INTERESSES DOS AUTORES Os autores declaram não apresentar conflitos de interesse neste protocolo.
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