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DIREITO PROCESSUAL PENAL 1 HABESAS CORPUS Fundamento legal: artigo 5°, LXVIII da Constituição Federal. Conceito: a sua natureza júri é de ação autônoma de impugnação, embora previsto nos recursos. CABIMENTO Conceito: tutela o direito de liberdade de locomoção (ir, vir, permanecer). Segundo o STF, não cabe habeas corpus: 1. Súmula 693: quando for cominada apenas a pena de multa, a pena de multa não cumprida se converte em dívida ativa de natureza não tributária da fazenda pública, nunca será convertida em prisão. 2. Súmula 695: não cabe habeas corpus quando já cumprida ou extinta a pena, isto porque o direito de locomoção não está em risco, caberia apenas a revisão criminal (artigo 622 do Código de Processo Penal). PARTES 1. Impetrante: autor da ação, não sendo necessário capacidade postulatória (artigo 654, Código de Processo Penal); ATENÇÃO: o Ministério Público pode, enquanto fiscal da lei, impetrar o habeas corpus. Comentários: o parágrafo segundo do artigo 654 do Código de Processo Penal, possibilita a concessão de habeas corpus, ainda que ninguém tenha impetrado. 2. Paciente: em favor de quem o habeas corpus está sendo impetrado (beneficiário); Exemplo: advogado seria impetrante e o paciente o beneficiário. 3. Impetrado: autoridade coautora que praticou o ato ilegal que está sendo impugnado no habeas corpus. É a partir da definição do impetrado é o que vai determinar a competência, que será impetrado para autoridade acima da autoridade coatora. INCIDENTE DE INSANIDADE MENTAL Fundamento legal: artigo 148 do Código de Processo Penal. DIREITO PROCESSUAL PENAL 2 Conceito: é assim chamado, visto que é autuado em apartado. Servindo para apurar a sanidade mental. O exame médico para apurar doença mental, é a única perícia que só pode ser autorizada pelo juiz (delegado de polícia não pode). É o juiz quem irá instaurar o incidente, das seguintes formas: 1. De ofício; 2. Requerimento Ministério Público; defesa; curador; sucessores do acusado (CADI); 3. Representados pela autoridade policial (parágrafo primeiro do artigo 149 do Código de Processo Penal). ATENÇÃO: a autoridade policial não pode instaurar e sim representar, mediante indícios da insanidade, ao juiz, para instaurar o incidente e ordenar a necessária, assim, é possível o entendimento de que a instauração do incidente possa ser, inclusive, na fase do inquérito policial. Comentários: uma vez instaurado o incidente de insanidade mental, o juiz nomeia curador para o investigado ou acusado, ordenando a realização do exame médico legal para apurar insanidade mental. Existindo a insanidade mental, haverá três possibilidades, a depender do momento de surgimento da doença mental: 1. O sujeito já era doente mental ao tempo da conduta, afetando a imputabilidade, seguindo o processo até a prolação da sentença, sendo isento de pena (absolutória impropria - artigo 26 do Código Penal), sendo aplicada a medida de segurança se inimputável. Sendo considerado semi imputável (parágrafo único do artigo 26 do Código Penal), será condenado, sendo aplicada pena reduzida de 1/3 a 2/3 (juiz pode substituir, se houver necessidade, a pena por medida de segurança); 2. A doença foi superveniente à conduta (ao momento do crime, havia a sanidade), surge depois da conduta e antes do trânsito em julgado da ação penal (artigo 152 do Código de Processo Penal). O processo será suspenso, em razão da sua falta de discernimento para sua defesa, até que o acusado se restabeleça da doença mental, podendo a pena ser extinta pela morte. ATENÇÃO: apesar da suspensão, a prescrição não será suspensa. 3. A doença mental surgiu durante a execução da pena, ou seja, após o trânsito em julgado (artigo 174 da LEP). Houve a sua defesa durante o processo, assim, o juiz vai avaliar a gravidade da doença mental, se leve, o sujeito continua a cumprir a pena privativa de liberdade, se grave, o juízo pode (faculdade) substituir a pena por medida de segurança. DIREITO PROCESSUAL PENAL 3 ATENÇÃO: ou pena ou medida de segurança, os dois não cabem. INCIDENTE DE RESTITUIÇÃO DE COISAS APREENDIDAS Fundamento legal: artigos 118 a 124 do Código de Processo Penal. Conceito: serve para retomada de bens que foram apreendidos pela autoridade policial. Em regra, não se pode retomar os bens antes do trânsito em julgado, salvo se o bem não mais interessar ao processo. Pode ser solicitado a restituição para: 1. Autoridade de polícia; 2. Juiz, desde que não haja dúvida quanto ao direito do requerente. ATENÇÃO: havendo dúvida quanto ao direito de quem está requerendo, apenas o juiz poderá decidir pela restituição ou não. Havendo um grau de dúvida elevado, o juiz criminal poderá encaminhar o processo ao juízo cível, em razão da dilação probatória. EXCEÇÕES (DEFESAS) PROCESSUAIS Fundamento legal: artigos 95 e seguintes do Código de Processo Penal Conceito: são defesas que discutem a validade processual e não de cunho material. São ações em apartado, peça autônoma. Exceção de suspeição: há a suspeita de que o juiz não é imparcial. Observação: de acordo com o artigo 112 do Código de Processo Penal, deverá ser aplicado o mesmo procedimento de exceção de suspeição às matérias de impedimento e incompatibilidade. Causas de suspeição, impedimento e incompatibilidade estão previstas nos artigos 254 (suspeição), 252 (impedimento) e 253 (incompatibilidade) do Código de Processo Penal. Procedimento: a alegação da suspeição exige a assinatura da parte ou procuração com poderes especiais para propositura da exceção de suspeição. ATENÇÃO: a autoridade policial pode se declarar suspeita, mas não pode haver requerimento de sua suspeição, tendo em vista ainda não haver processo. O juiz reconhecendo a suspeição encaminha ao substituto legal, não reconhecendo encaminha para o Tribunal decidir pela suspeição. Se a suspeição for alegada em face de pessoa diversa da do juiz, ele mesmo irá julgar DIREITO PROCESSUAL PENAL 4 DEMAIS EXCEÇÕES Conceito: alegação de: Incompetência do juízo; Ilegitimidade da parte; Litispendência (dois processos em andamento sobre o mesmo fato) e a coisa julgada (propositura de um novo processo sobre fato em que já houve julgamento). Estas exceções podem ser orais ou por escrito no prazo para defesa (resposta à acusação - 10 dias), quem julga é o próprio juiz, após manifestação do Ministério Público.
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