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RESUMO DE DIREITO DA SEGURIDADE SOCIAL AÇÕES PREVIDENCIÁRIAS Para a propositura de uma ação previdenciária deve ser identificada a espécie da prestação que se pretende obter, restabelecer ou revisar, distinguindo-se os benefícios de natureza comum dos de natureza acidentária e assistencial. Essa distinção influenciará diretamente no estabelecimento da competência para o julgamento do feito. PARA PRETENDER UM BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO O INDIVIDUO DEVE OBSERVAR: Qualidade de beneficiário -> A existência de um dos eventos cobertos pelo regime -> O cumprimento de exigências legais (carência, idade mínima, contribuições...) O que acontece quando um provável beneficiário requeira um benefício diverso daquele que tenha direito? O deferimento de benefício previdenciário distinto do postulado não caracteriza julgamento extra petita. É possível a concessão de tutela provisória, de urgência e de evidência, e mandado de segurança nas ações previdenciárias? - Jurisdição é a atividade do Estado que tem por objetivo fazer atuar concretamente a lei nos conflitos de interesse. Competência é a delimitação da jurisdição. JUÍZES FEDERAIS: as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, EXCETO as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho. COMPETÊNCIA FEDERAL DELEGADA: Lei poderá autorizar que as causas de competência da Justiça Federal, em que forem parte instituição de previdência social e segurado, possam ser processadas e julgadas na justiça estadual, quando a comarca do domicílio do segurado não for sede de vara federal” JUSTIÇA ESTADUAL: As ações que objetivam a concessão ou o restabelecimento de auxílio-doença, aposentadoria por invalidez, auxílio-acidente (AC só for do trabalho caso contrário JF) ou pensão por mortes decorrentes de acidente do trabalho, doença profissional ou do trabalho, devem ser ajuizadas perante a Justiça Estadual, com recursos aos Tribunais de Justiça. DANO MORAL PREVIDENCIÁRIO Situações corriqueiramente deferidas: a) Cessação indevida de auxílio-doença por erro na identificação do óbito de homônimo do beneficiário; b) Empréstimo consignado fraudulento gerando descontos indevidos no valor do benefício; PRÉVIO INGRESSO NA VIA ADMINISTRATIVA Os segurados têm interesse de agir e, portanto, há necessidade e utilidade do processo. O prévio requerimento administrativo não significa o exaurimento de todas as instâncias administrativas. Negado o benefício, não há impedimento ao segurado para que ingresse no Judiciário antes que eventual recurso seja examinado pela autarquia. DOS RECURSOS DAS DECISÕES DO JEF AGRAVO DE INSTRUMENTO: Recurso contra decisão que aprecia pedido de liminares e de tutela provisória. RECURSO DA SENTENÇA (RECURSO INOMINADO) ACUMULAÇÃO DE BENEFÍCIOS SUBSTITUI A RENDA DO SEGURADO / COMPLEMENTA A RENDA DO SEGURADO É vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta de regime próprio de previdência social; Os benefícios que substituem a renda do trabalho não podem ser acumulados entre si. Por outro lado, os benefícios que não servem para substituir a renda do trabalhado costumam ser acumuláveis; Lei n. 8.213/91 - Art. 124. Salvo no caso de direito adquirido, não é permitido o recebimento conjunto dos seguintes benefícios da Previdência Social: I - aposentadoria e auxílio-doença; II - mais de uma aposentadoria; III - aposentadoria e abono de permanência em serviço; IV - salário-maternidade e auxílio-doença; V - mais de um auxílio-acidente; VI - mais de uma pensão deixada por cônjuge ou companheiro, ressalvado o direito de opção pela mais vantajosa. - O indivíduo que está aposentado e não trabalha só poderá receber, cumulativamente, eventual pensão por morte. Se for aposentado e permanecer em atividade, poderá receber, ainda, reabilitação profissional, salário-família e salário-maternidade. - O salário-família pode ser pago em conjunto com qualquer benefício previdenciário. - É perfeitamente possível acumular a pensão deixada pelo pai/mãe com outra, deixada por ex-cônjuge. - O indivíduo pode acumular sua própria aposentadoria com pensão por morte; - Não é possível receber, acumuladamente, mais de um benefício por incapacidade (se originados de fatos distintos, o auxílio-acidente poderá ser acumulado com auxílio- doença). O auxílio-doença só pode ser cumulado com pensão por morte ou salário- família; PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA (Quanto aos benefícios) PRESCRIÇÃO É a perda da ação atribuída a um direito, e de toda a sua capacidade defensiva, em consequência do não uso dela, durante determinado espaço de tempo. DECADÊNCIA O direito é outorgado para ser exercido dentro de um determinado prazo; se não exercido, extingue-se. EFEITOS DESSES INSTITUTOS NO DIREITO PREVIDENCIÁRIO A regra geral de prescritibilidade dos direitos patrimoniais existe em face da necessidade de se preservar a estabilidade das situações jurídicas. Entretanto, o direito ao benefício previdenciário em si não prescreve, mas tão somente as prestações não reclamadas dentro de certo tempo, que vão prescrevendo, uma a uma, em virtude da inércia do beneficiário. CRIMES PREVIDENCIÁRIOS Apropriação Indébita Previdenciária A apropriação indébita previdenciária é um crime tipificado pela atitude do sujeito ativo (na linguagem do direito penal, quem comete o crime) que, informando o fisco, fica com valor das contribuições, sem pagá-las aos cofres públicos. Sonegação de Contribuição Previenciária A sonegação de contribuição previdenciária, por sua vez, é caracterizada pelo ato de omitir de folha de pagamento ou outro documento de informações previsto na legislação previdenciária segurados empregados ou prestadores de serviços, deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da contabilidade da empresa as quantias referentes às contribuições previdenciárias descontadas ou devidas, bem como omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros auferidos, remunerações pagas ou creditadas, e demais fatos geradores de contribuições previdenciárias. BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA (BPC) É a garantia de um salário mínimo por mês ao idoso com idade igual ou superior a 65 anos ou à pessoa com deficiência de qualquer idade. No caso da pessoa com deficiência, esta condição tem de ser capaz de lhe causar impedimentos de natureza física, mental, intelectual ou sensorial de longo prazo (com efeitos por pelo menos 2 anos), que a impossibilite de participar de forma plena e efetiva na sociedade, em igualdade de condições com as demais pessoas. O BPC não é aposentadoria. Para ter direito a ele, não é preciso ter contribuído para o INSS. Diferente dos benefícios previdenciários, o BPC não paga 13º salário e não deixa pensão por morte. AUXÍLIO-INCLUSÃO - LEI 14.176/2021 - O auxílio-inclusão começou a ser pago em outubro de 2021, previsto na Lei 14.176 de 22 de junho de 2021. Ele tem como objetivo incentivar a pessoa com deficiência que recebe o Benefício de Prestação Continuada (BPC/LOAS) a reingressar ao mercado de trabalho. - O Ministério da Cidadania está responsável pela gestão do auxílio. Enquanto o INSS cuidará da operacionalização e do pagamento. O valor deste pagamento será igual a metade do valor de pagamento do BPC/LOAS, que é de um salário mínimo atualmente. - Tem direito a receber o auxílio-inclusão as pessoas com deficiência que recebem BPC QUAIS OS REQUISITOS DO AUXÍLIO-INCLUSÃO? - Estar recebendo ou ter recebido o Benefício de Prestação continuada (BPC) nos últimos 5 anos; - Começar a ter uma atividade remunerada (iniciativa pública ou privada) com remuneração inferior a 2 salários mínimos (R$2424,00 em 2022); - Ter renda familiar per capita igual ou inferior a ¼ do salário mínimo (R$303,00 em 2022) na hora do requerimento do auxílio-inclusão; - Inscrição atualizada no CadastroÚnico (CadÚnico); - Inscrição regular no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF). ANÁLISE CRÍTICA DO BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA E A SUA EFETIVAÇÃO PELO JUDICIÁRIO Objetivo: Realiza uma apreciação crítica do Benefício de Prestação Continuada (BPC), a fim de demonstrar que tal benefício somente tem alcançado altos índices de efetivação, graças à atuação do Poder Judiciário. Esclarece que o referido benefício constitucional constitui um legítimo direito fundamental estabelecido pela Constituição brasileira em favor dos idosos e das pessoas com deficiência. Em um contexto de flagrante violação dos mais diversos direitos fundamentais, verifica- se que a fragilidade social do idoso e da pessoa com deficiência tem-se avolumado na sociedade brasileira nos últimos anos; A Constituição estabeleceu, em seu art. 1º, que o Brasil é um Estado democrático de Direito e tem como alguns de seus fundamentos a cidadania, a dignidade da pessoa humana e os valores sociais do trabalho A política constitucional de direito à proteção social (não contributiva) corresponde a um mínimo de cidadania, sendo esta a concepção que deveria ter norteado a regulamentação do BPC10 [...] o direito fundamental a um salário mínimo dispensado pela Constituição a todos os que dele necessitam, somente tem sido efetivado para muitos idosos e pessoas com deficiência graças à atuação do Poder Judiciário [...] A Lei n. 12.435/2011 trouxe também o conceito de Proteção Social Básica, destinada à prevenção de situações de vulnerabilidade e risco social e de Proteção Social Especial, com ênfase na reconstrução dos vínculos familiares e comunitários. Talvez a mais importante e significativa mudança trazida pela Lei n. 12.470/2011 em favor das pessoas com deficiência consiste na diminuição das barreiras trabalhistas e na consequente promoção da inclusão delas no mercado de trabalho [...] [...] o constitucionalismo do Estado Constitucional contemporâneo constitui um ambiente favorável à efetivação dos direitos fundamentais dos idosos e das pessoas com deficiência, notadamente por meio da atuação do Poder Judiciário [...]
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