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Ciclo do ácido cítrico e a fosforilação oxidativa Fabio Cordeiro Células e organismos necessitam realizar trabalho para: a manutenção da vida, crescimento e para sua reprodução Trabalho químico: síntese dos componente celulares Trabalho osmótico: acúmulo e retenção de sais e outros compostos contra gradiente de concentração Trabalho mecânico: contração muscular e movimentação de flagelos Ciclo do ácido cítrico e fosforilação oxidativa BIOENERGÉTICA Bioenergética descreve como os organismos vivos capturam, transformam e usam energia Todos os organismos vivos derivam sua energia direta ou indiretamente da energia radiante da luz solar Os organismos vivos são interdependentes, trocando energia e matéria através do meio ambiente Macromoléculas celulares Proteínas Polissacarídeos Lipídeos Ácidos nucléicos Moléculas precursoras Aminoácidos Açúcares Ácidos graxos Bases nitrogenadas Anabolismo ATP NADH NADPH FADH2 Nutrientes contendo energia Açúcares Lipídeos Proteínas Produtos finais pobres em energia CO2 , H2O, NH3 Catabolismo ADP + HPO4 2- NAD+ NADP+ FAD Relações energéticas entre anabolismo e catabolismo Estágio 1 Produção de Acetil-CoA Estágio 2 Oxidação de Acetil-CoA Estágio 3 Transporte de elétrons e fosforilação oxidativa Catabolismo de proteínas lipídeos e carboidratos Citosol Mitocôndria Membrana interna de uma única mitocôndria do fígado pode ter mais de 10.000 cadeias respiratórias e ATP sintases FADH2 A glicólise libera apenas parte da energia da molécula de glucose Fosforilação Oxidativa Ocorre nas mitocôndrias Produção de coenzimas reduzidas NADH e FADH2 O2 é o aceptor de elétrons (respiração celular) Geração de um gradiente de H+ / síntese de ATP Ciclo do ácido cítrico Disponibilidade de substrato, inibição por acúmulo de produtos e inibição alostérica das enzimas são fatores regulatórios do ciclo. Sinais da contração por Ca2+ estimula o metabolismo de produção de energia para substituir o ATP consumido pela contração muscular. FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA Última etapa de produção de energia nos organismos aeróbicos. Todos os passos enzimáticos na degradação oxidativa de carboidratos, ácidos graxos e aminoácidos em células aeróbicas convergem para este estágio final da respiração celular. A fosforilação oxidativa envolve a redução do oxigênio (O2) a água (H2O) através dos elétrons doados pelo NADH e pelo FADH2 CARREADORES DE ELÉTRONS – NAD+ SOLÚVEL Vitamina B3 ou Niacina Precursor para síntese de NAD+ Sintetizada a partir do triptofano Pelagra = Dermatite, Demência e Diarréia. Muitos casos de pelagra nos EUA até 1915 pelo consumo de milho, pobre em triptofano. Ainda comum em alcoólatras, que utilizam os destilados como fonte de calorias e apresentam baixa absorção intestinal de niacina. Ligado a proteínas Flavoproteínas COENZIMA CARREADORES DE ELÉTRONS – FAD Vitamina B2 ou Riboflavina Precursor para síntese de FAD Visão geral da fosforilação oxidativa Estrutura das mitocôndrias Cadeia respiratória – membrana interna FADH2 Gradiente de protóns ATP sintase Complexo Massa (kDa) Número de subunidades Grupos prostéticos I NADH desidrogenase 850 42 (14) FMN, Fe-S II Succinato desidrogenase 140 5 FAD, Fe-S III Ubiquinona:citocromo c oxidoredutase 250 11 Hemes, Fe-S Citocromo c 13 1 Heme IV Citocromo oxidase 160 13 (3-4) Hemes, CuA, CuB Complexos protéicos da cadeia de transporte de elétrons Ared Aox + e- oxidação As formas oxidada e reduzida do composto (Ared / Aox ) constituem um sistema chamado par redox. Box + e- Bred redução Ared + Box Aox + Bred reação de óxido-redução Nas reações de óxido redução biológicas, os eletrons transferidos são geralmente acompanhados de prótons ou seja há transferência de átomos de hidrogênio: AH2 + B A + BH2 (red) (ox) (ox) ( red) A tendência do par redox (Ared / Aox ) em perder ou ganhar eletrons é expressa pelo seu potencial de óxido-redução, representado por E que depende das espécies envolvidas e das concentrações da forma oxidada e reduzidas das espécies. Reações de óxido-redução ComplexoI Eº’ = 0,360V Gº’ = -69,5 kJ mol-1 ComplexoIII Eº’ = 0,190V Gº’ = -36,7 kJ mol-1 ComplexoIV Eº’ = 0,580V Gº’ = -112 kJ mol-1 NADH NAD+ (-0,315V) 2H++ ½ O2 H2O (+0,815V) CoQ (+0,045V) Citocromo c (+0,235V) ComplexoII Succinato FADH2 Fumarato (+0, 030V) -0,4 -0,2 0 0,2 0,4 0,8 0,6 E’ (V) FADH2 FADH2 Acoplamento energético em um processo químico Se o produto tem menor G do que o reagente: a reação libera energia, disponível para realizar trabalho: G = (-) Reação exergônica ao contrário: G = (+) Reação endergônica Cada composto tem um certo potencial energético (G: energia livre) que depende do tipo e do número de ligações em sua molécula FADH2 Para cada NADH oxidado – 10 H+ são transportados Para cada FADH2 oxidado – 6 H + são transportados Complexo I – NADH para ubiquinona: NADH desidrogenase. Dois elétrons passam do NADH até UQ (ubiquinona) gerando UQH2 UQH2 difunde na membrana do complexo I ao complexo III, onde ele é oxidado a UQ. O fluxo de elétrons: complexo I UQ é acompanhado pelo movimento de H+ COMPLEXOS ENZIMÁTICOS Complexo II – succinato para ubiquinona: Succinato desidrogenase, única enzima do ciclo do ácido cítrico ancorada a membrana mitocondrial interna Catalisa a conversão do succinato a fumarato, produzindo um FADH2. Elétrons do FADH2 são transferidos para UQ gerando UQH2 FADH2 Não há transporte de H+ Complexo III – ubiquinona para o citocromo c Ubiquinona-Citocromo c oxidoredutase. Acopla a transferência de elétrons da UQH2 para Citocromo C com transporte de H + Citocromo c é uma proteína solúvel do espaço intermembranoso que transfere elétrons ao complexo IV. FADH2 Complexo IV – do citocromo c para o O2 Citocromo oxidase – última etapa da cadeia respiratória • A transferência de elétrons por meio do complexo IV ocorre do citrocromo c para o centros de cobre do complexo e finalmente para o O2 FADH2 A energia da transferência de elétrons é conservada no gradiente de H+ através da membrana mitocondrial interna Para cada NADH oxidado 10 H+ transportados FADH2 Para cada FADH2 oxidado 6 H + transportados 1961 Prêmio Nobel química - 1978 Força próton motiva Visão geral da fosforilação oxidativa Estrutura das mitocôndrias Cadeia respiratória – membrana interna FADH2 Gradiente de protóns ATP sintase NADH NAD+ 4H+ Succinato Fumarato 4H+ ½ O2 H2O 2H+ NADH NAD+ 4H+ Succinato Fumarato 4H+ ½ O2 H2O 2H+ H+ H+ H+ H+ H+ H+ H+ 3H+ ADP + Pi ATP Potencial químico pH ( alcalinointerior) Síntese de ATP dirigida pela força próton- motriz Potencial elétrico ( negativo interior) FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA DO ADP A enzima ATP sintase produz ATP utilizando o gradiente de prótons H+ ATP sintase - A porção Fo é um canal para H+ e a porção F1 sintetiza o ATP Cada 4H+ transportados 1 ATP sintetizado Cada NADH – NAD+ Transporte de 10H+, ou seja, 2,5 ATP Cada FADH2 – FAD Transporte de 6H+, ou seja, 1,5 ATP A fosforilação oxidativa depende de O2 FADH2 Em condições anaeróbicas degradação de glucose termina em lactato = 2 ATP Contração muscular vigorosa Músculo funciona em hipóxia NADH não pode ser reoxidado a NAD+ que é requerido como aceptor de elétrons para a oxidação do piruvato a acetil-CoA Oxigênio não pode ser carregado ao músculo rápido o bastante para oxidar piruvato Respiração intensa, recuperação do O2 VO2 máx: máximo consumo de O2 , máx captação de O2, pico da captação de O2 , capacidade aeróbica Músculo em contração Demanda por ATP Consumo de O2 Bilhões de células de todo o corpo consumindo oxigênio e gerando CO2 pode ser medida pela respiração, usando equipamentos que medem o volume e a presença de oxigênio Absoluto= (l/min). Relativo= (ml/kg/min) Moléculas desacopladoras H+ Permitem a transferência de elétrons através da cadeia respiratória sem síntese de ATP. Podem carregar H+ através da membrana, dissipando o gradiente de H+. Desacopladores: ácido – base hidrofóbicos Desacopladores não bloqueiam a passagem do próton (cadeia de transporte de elétron não é alterada), apenas a síntese de ATP Ex) DNP Dinitrofenol Inibidores da Cadeia de transporte de elétrons Complexo I – Rotenona (inseticida), Barbitúricos (hipnóticos, Amital) Complexo II - Malonato Complexo III – Antimicina A Complexo IV – Cianeto, Monóxido de Carbono e Azida sódica Estes compostos param o funcionamento da cadeia, não há síntese de ATP e são potencialmente letais Compostos Uso Efeito na fosforilação oxidativa Cianeto Monóxido de carbono Venenos Inibe a cadeia de transporte electrónico ao ligar o oxigénio com maior afinidade que o centro Fe– Cu do citocromo c oxidase, evitando a redução do dioxigénio.[91] Oligomicina Antibiótico Inibe a ATP sintase ao bloquear o fluxo de protões através da subunidade FO. [90] CCCP 2,4-Dinitrofenol Venenos Ionóforos que perturbam o gradiente de protões ao transportar protons através da membrana mitocondrial interna, desacoplando então o bombeamento de protões da síntese de ATP.[92] Rotenona Pesticida Evita a transferência de electrons do complexo I para a ubiquinona ao bloquear o local de ligação da ubiquinona.[93] Inibidores da Cadeia de transporte de elétrons Mas a toxicidade do cianeto é maioritariamente devida à ligação reversível ao ferro no estado férrico (Fe3+) do citocromo oxidase mitocondrial (citocromo a-a3) da cadeia transportadora de electrons. O citocromo a-a3 medeia a transferência de electrons para o oxigénio molecular, o último passo da fosforilação oxidativa. Ao bloquear esta enzima, a célula é incapaz de utilizar o oxigênio, e usa um metabolismo anaeróbio reduzindo o piruvato a ácido láctico, o que resulta em anóxia tecidular e no rápido desenvolvimento de acidose láctica Jim Jones: quando estava para ser preso decidiu se matar e convenceu os seguidores a fazer o mesmo, bebendo cianureto. Resultado: 914 cadáveres Espécies reativas de oxigênio e cadeia respiratória A transferência de 4H+ e 4é para O2 produz H2O O2 O2 - H2O2 H2O + OH● H2O 1e- 1e- +2H+ 1e- + 1H+ 1e- + 1H+ A redução parcial do O2 gera espécies reativas de oxigênio ROS Superóxido Peróxido de H Radical hidroxila A formação destas espécies ocorre principalmente nos complexos I e III Danos a várias biomoléculas, efeito acumulativo – envelhecimento, câncer Existem várias linhas de defesa naturais: enzimas, vitaminas e carotenóides
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