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GF Aula 05

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CEDERJ - CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR A DISTÂNCIA 
DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
 
 
MATERIAL DIDÁTICO IMPRESSO 
 
 
CURSO: Administração DISCIPLINA: Gestão Financeira 
 
 
CONTEUDISTAS: Fabrícia de Farias da Silva e Kátia de Almeida 
 
 
 
AULA 05 
 
Administração de Estoques 
 
 
METAS DA AULA: 
 
Apresentar a importância da administração de estoque para a gestão de capital de giro; 
Apresentar as características básicas dos estoques; 
Mostrar os riscos envolvidos nas operações com estoques; 
Apresentar técnicas para administração de estoques. 
 
OBJETIVOS: 
 
Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de: 
Estabelecer os conceitos da administração de estoques; 
Distinguir quais os custos que envolvem a manutenção ou não do estoque; 
Definir as técnicas para administração de estoques. 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Os estoques são componentes importantes dos ativos circulantes, principalmente nas 
empresas comerciais e industriais, por representarem grandes volumes de dinheiro aplicado. 
Além disso, os estoques são os ativos circulantes de menor liquidez. 
 
BOX ATENÇÃO 
 
 
 
 
Manter estoques é importante porque possibilita à empresa prestar um melhor serviço aos seus 
clientes. Porém, também exige um investimento de capital. Um investimento excessivo em 
estoques afeta negativamente o desempenho financeiro e eficiência da empresa (diminui o 
retorno sobre o total de ativos e o giro do estoque) e também acarreta maiores custos de 
estocagem. Por isso é necessário girar o estoque rapidamente para reduzir os custos de 
financiamento. 
Na Aula 05 você viu que uma administração eficiente de estoques pode levar a empresa a 
obter um ciclo de caixa satisfatório, por isso é tão importante seu estudo na administração 
financeira. É importante notar que um estoque muito baixo, embora represente um menor 
custo de estocagem, aumenta o custo de oportunidade de estar sem estoque e assim aumentar 
a insatisfação do cliente. Uma administração correta de estoques tem como objetivo equilibrar 
os custos de estocagem de maneira a não prejudicar o atendimento da demanda. 
Analisando as vantagens de possuir estoques, deve-se compará-las com seus custos para 
decidir quanto deve ter de estoque e quando deve solicitar a reposição dos produtos que estão 
sendo vendidos ou consumidos no processo de produção. a decisão de quanto e quando 
comprar é, portanto, uma das mais importantes a serem tomadas na gestão de estoques. 
 
 
 
 
 
 
 
Os estoques são constituídos de bens destinados à venda ou à produção, vinculados aos 
objetivos da empresa. São representados por matéria-prima, componentes, insumos, 
produtos em processo e produtos acabados. 
Lemes Jr. et al, 2005. 
CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DOS ESTOQUES 
 
As características básicas dos estoques giram em torno de dois aspectos principais: tipos de 
estoque e os diferentes pontos de vista com relação ao nível apropriado de estoque, conforme 
veremos a seguir. 
 
Tipos de estoques 
 
Estoque de matérias-primas – Itens comprados por uma empresa para o uso na produção de 
um produto acabado. As políticas de estocagem devem estar voltadas para atender às 
necessidades básicas de produção, já que estoques de matérias-primas insuficientes podem 
causar graves transtornos na produção, como uma paralisação, por exemplo. O nível de cada 
matéria-prima depende do tempo de espera que empresa leva para receber seus pedidos, a 
freqüência do uso, o investimento exigido e as características físicas do estoque. 
Componentes – São partes do produto final que a ele são agregadas durante o processo de 
produção. Sua importância também é grande para o processo produtivo, pois sua falta 
ocasiona possibilidade de perdas financeiras. 
Estoque de produtos em processo – Todos os itens que estão em produção no momento. 
Mesmo que apenas algumas operações sejam necessárias, sua complexidade pode tornar o 
processo produtivo demorado, acarretando um estoque elevado de produtos em fabricação. 
Estoque de produtos acabados – Itens que estão prontos para a venda, mas não ainda foram 
vendidos, podem ser originários do processo produtivo da empresa ou adquiridos de outros 
fornecedores. O nível de produtos acabados é determinado em grande parte pela projeção da 
demanda, pelo processo produtivo e pelo investimento exigido em produtos acabados. 
 
Pontos de vista funcionais em relação a gestão dos estoques 
 
Comumente existem pontos de vista distintos quanto aos níveis apropriados de estoques entre 
os executivos das áreas de finanças, marketing, produção e compras, já que cada um encara 
esses níveis de acordo com seus objetivos. A seguir são apresentados tais pontos de vista: 
a) Área financeira - O administrador financeiro, que considera o estoque como investimento, 
precisa reconhecer e levar em conta a inter-relação que existe entre estoques e duplicatas a 
receber, quando tomar decisões de produção-venda. Ele deve estar certo de que não há 
recursos demais investidos em todos os tipos de estoques. 
b) Marketing - o diretor de marketing já prefere maiores níveis de estoque de modo a garantir 
entregas rápidas e um mínimo de falta de estoques, para, assim, manter os clientes satisfeitos. 
c) Produção - o diretor de produção prefere ter a certeza de que há estoque suficiente para 
possibilitar uma produção contínua. As ações do diretor de produção afetam diretamente o 
nível do estoque de produtos acabados. 
d) Compras - o gerente de compras preocupa-se com as matérias-primas e geralmente prefere 
maiores níveis de estoques, com o objetivo de obter descontos por quantidade. 
 
 
CUSTOS DOS ESTOQUES 
 
As políticas de administração de estoque devem estar focadas na determinação do nível ideal 
de estoques de cada produto ou grupo de produtos. O nível ideal é obtido em relação à 
flexibilidade operacional proporcionada pela manutenção dos estoques, ou seja, quanto maior 
for o volume de estoque maior será a flexibilidade da empresa e vice-versa. Percebe-se, então 
que as vantagens dessa flexibilidade devem ser comparadas com os custos de manutenção de 
estoques. 
Os custos ligados aos estoques estão classificados em: custos de manter, custo comprar ou 
repor e custo da falta de estoque, conforme veremos a seguir: 
 
a) Custos de Manter 
Também chamados de custos de estocar, custos de carregar o estoque, ou ainda custos de 
carregamento. Os seguintes custos estão diretamente ligados à manutenção de estoques: 
investimento aplicado, armazenagem, transferência, impostos, seguros, perdas, controle e 
obsolescência. 
Exemplo (Lemes Jr. et al, 2005): Imagine uma empresa que utilize 24.000 peças por ano na 
fabricação do principal produto de venda. Faz 8 compras por ano. Cada peça custa R$17,00. 
Tem-se que: 
Volume comprado por encomenda = 24.000 / 8 = 3.000 peças 
Estoque médio = 3.000 / 2 = 1.500 peças 
Valor do estoque médio = 1.500 x 17,00 = R$25.500,00 
Se o custo financeiro de manter o estoque for de 18% ao ano, o encargo de financiamento será 
de: 25.500,00 x 0,18 = R$4.590,00 
Se a empresa tem custos de armazenamento de R$600,00, custos de seguro de R$250,00 e 
custos com perdas por obsolescência de R$500,00; então o custo total para manter o estoque 
médio será de: 
Custo de Manter: CM = custo financeiro + custo de armazenamento + custo de seguro + custo 
com perdas e obsolescência. 
CM = 4.590,00 + 600,00 + 250,00 + 500,00 = 5.940,00 
Em termos percentuais = 5.490,00 / 25.500 = 0,233 = 23,3% 
Confirmando: CM = taxa x p x Uem = 0,233 x 17,00 x 1.500 = 5.941,00 (A diferença está no 
arredondamento da taxa). 
Perceba que o custo de estocagem se altera, de acordo com o número de pedidos por ano, a 
quantidade pedida e a quantidade consumida. 
 
b) Custo de Comprar ou Custo de pedirPara comprar ou repor estoques devem ser considerados custos vinculados a tais atividades. 
Os principais custos estão relacionados com: pesquisa de preços, comunicações (correio, 
telefone, fax, internet, plataforma de comunicação de dados), negociação com fornecedores de 
bens e serviços, emissão das ordens de compra, recepção e conferência dos produtos 
comprados, devoluções ocasionais. 
Esse custo tende a ser fixo por pedido ou encomenda, independente do tamanho. Isso porque a 
empresa geralmente dispõe de uma estrutura administrativa de compras, cujos custos 
operacionais devem ser diluídos pelo total de pedidos realizados. 
Exemplo (Lemes Jr. et al, 2005): Continuando o exemplo anterior, podemos calcular o custo 
total de estoque, considerando o custo fixo de comprar como R$180,00 da seguinte forma: 
CT = CM + CC = 5.940,00 + 24.000 / 3.000 x 180,00 = 7.380,00 
 
c) Custo de Faltar 
A falta de estoques pode trazer conseqüências negativas sérias para a empresa, tais como: 
• Atraso na produção/entrega do produto ao cliente, quando todo o pedido do cliente não 
pode ser atendido. 
• Custo da compra eventual, fora de programação e com reduzido poder de negociação. 
• Custos de reemissão de faturamento, embalagem e despacho de mercadoria, quando 
parte do pedido é atendido e os produtos em falta seguem posteriormente. 
• Custo da venda perdida, quando o cliente vai comprar o produto no concorrente. 
• Custo do cliente perdido, quando o cliente vai comprar o produto no concorrente e 
troca do fornecedor. 
 
 
Visão específica do estoque como investimento 
 
Percebemos, então, que o estoque é um investimento, no sentido em que exige que a empresa 
empregue seu dinheiro. Em geral, quanto maiores forem os saldos médios do estoque, maior a 
quantia investida exigida, e vice-versa. 
Exemplo (Gitman, 2004): A Ultimate Manufacturing está pretendendo aumentar os lotes de 
produção, de modo a reduzir os elevados custos de preparação das máquinas utilizadas na 
elaboração de seu único produto: monta cargas. 
• A redução total anual nos custos de preparação que poderia ser obtida foi estimada em 
$20.000. 
• Como resultado dos maiores lotes de produção, espera-se que o investimento médio 
em estoques aumente de $200.000 para $300.000. 
Caso a empresa possa ganhar 25% ao ano em investimento de igual risco, o custo anual sobre 
os $100.000 adicionais de estoque ($300.000 - $200.000) será de $25.000 (0,25 × $100.000). 
Comparando-se esse custo anual de $25.000 com a economia de $20.000, vê-se que a 
proposta deve ser rejeitada, na medida em que resulta numa perda anual de $5.000. 
 
 
TÉCNICAS PARA A ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE 
 
O controle físico do estoque é objeto de administração de materiais, ou ainda, objeto do 
gerenciamento de processos logísticos. Apesar de as técnicas que são comumente usadas para 
gerenciar estoques não serem estritamente financeiras, entendê-las é de boa ajuda para o 
administrador financeiro. As técnicas mais comuns de gerenciamento de estoque são: 
 
1. O Sistema ABC 
 
O Sistema ABC é uma metodologia que separa os estoques por sua importância, e permite 
que a administração dê mais atenção aos itens mais representativos. Numa empresa, 
geralmente, existe uma pequena parcela dos estoques responsável pela maioria de sua receita, 
e, por outro lado, existe, também, uma grande quantidade de itens que terão reduzida 
participação na receita. 
Com relação ao gerenciamento de produtos em estoque, divide-se o total dos itens em três 
grupos por ordem decrescente de importância quanto ao valor dos investimentos feitos em 
cada grupo: A, B e C. Geralmente, são classificados como A os produtos em estoque que 
requerem maior volume de investimentos porém representam a menor quantidade de 
produtos; são também os que demandam maior atenção exigindo acompanhamento 
permanente dos níveis de estoque. Cada empresa estabelece as relações de investimentos e 
quantidades para a separação dos grupos de produtos. Como regra geral, o grupo A representa 
produtos que têm valor equivalente a 70% do total de investimentos em estoques e 10% do 
total de itens dos estoques. 
Os produtos do grupo B vêm em seguida, em termos de investimento, e são controlados por 
meio de contagens freqüentes; são poucos bens, mas que têm grande representatividade em 
termos de investimentos. Tanto no grupo A quanto no B a quantidade de itens de produtos é 
relativamente pequena, sendo menor no grupo A. Os produtos do Grupo B, de forma geral, 
compõem 20% do total de investimentos em estoques e 20% do total de itens. 
No grupo C há grande quantidade e variedade de itens de produtos e menores investimentos 
totais. O controle é feito de forma mais simplificada. Representa cerca de 10% do total de 
investimento em estoques e 70% do total de itens dos estoques. 
Na tabela a seguir é apresentada a distribuição dentro dos grupos: 
Grupos Valor Itens 
A 70% 10% 
B 20% 20% 
C 10% 70% 
 Fonte: Lemes Jr. et. al., 2005. 
 
 
2. Modelo o Lote Econômico de Compra 
 
O Lote Econômico de Compra (LEC) é uma técnica de gerenciamento de estoque que 
determina uma quantidade ótima de pedidos de um item, que tem como objetivo minimizar o 
total de seus pedidos e custo de manutenção. Em outras palavras, o lote econômico 
corresponde a certa quantidade de pedidos de um produto que minimiza o custo total de 
estocagem. 
O custo total de estocagem pode ser dividido nos seguintes custos básicos: 
Custos de pedido (ou Custos de Comprar, como visto anteriormente) – são os custos de 
emissão de pedidos, ou seja, os custos permanentes do escritório de fazer e receber um pedido 
de estoque. São definidos em termos monetários por pedido. 
Custo de manutenção (ou Custo de Manter) – são os custos variáveis por unidade de se 
manter um item no estoque, por um período específico de tempo. Variam proporcionalmente 
ao volume e ao valor dos itens estocados. 
Custo Total (do estoque) é definido como a soma dos custos de pedido e de manutenção. O 
custo total é importante no modelo LEC, pois o objetivo deste é determinar a quantidade de 
pedido que minimiza o custo total. 
Abordagem Gráfica 
 Você viu que o objetivo estabelecido do LEC é achar a quantidade de pedido que minimize o 
custo total de estoque da empresa. O lote econômico de compra pode ser achado graficamente 
colocando quantidades de pedidos no eixo x (ou horizontal) e custos no eixo y (ou vertical). A 
Figura abaixo mostra o comportamento geral desses custos. A linha de custo total representa a 
soma dos custos de pedido e custos de manutenção para cada quantidade de pedidos. O custo 
total mínimo ocorre no ponto rotulado LEC, onde as linhas de custo do pedido e de custo de 
manutenção se encontram. 
Apresentação gráfica do modelo de lote econômico
0
200
400
600
800
1000
1200
0
20
0 Q* 60
0
80
0
10
00
12
00
14
00
16
00
18
00
20
00
Quantidade do Pedido (unidades)
Cu
st
o
 
($) Custo de Pedir
Custo de Manter
Custo Total
 
Podemos perceber pela análise do gráfico que o custo de manter cresce com o aumento de 
estoque (isso porque, como vimos anteriormente, este é um custo variável) e o custo de pedir 
diminui com o aumento de estoque (isso porque esse custo tende a ser fixo por pedido). 
Combinando estes dois custos se constata que o custo total vinculado ao estoque diminui até 
certo ponto, com o aumento do nível de estoque. A partir desse ponto, Q*, o custo total 
vinculado ao estoque aumenta com o crescimento do estoque. 
Abordagem Matemática 
Vimos por meio do gráfico que pode existir um valor Q* que minimiza o custo total de 
estocagem. Agora, como podemos encontrar este valor? É o que veremos a seguir. 
Considere: 
S = demanda de materiais em unidades, relativas a certo período (por exemplo, um ano),ou 
número de unidades demandadas num certo período 
O = Custo de processamento da cada pedido, em $ 
C = Custo unitário de estocagem dos materiais durante o período, em $ 
Q = Quantidade de unidades solicitadas em cada pedido. 
Além disso, suponha que a demanda seja constante e o prazo de entrega é conhecido e 
constante. A partir dessas premissas, é colocado um pedido de maneira que a entrega de Q 
unidades ocorra exatamente quando o estoque existente acabar. 
Como o estoque inicial é Q unidades e o estoque final é zero no instante da reposição, o 
estoque médio é: 
Estoque médio = 2
Q
2
0Q
=
+
 
Como se sabe que a demanda no período é S e como são encomendadas Q unidades por 
pedido, o total de pedidos colocados no período é: 
Número de pedidos colocados por período = Q
S
 
Os custos de pedir permanecem constantes de um pedido para o outro, independentemente do 
número de unidades encomendadas em cada pedido, com isso: 
Custo de Pedir = Custo por pedido X números de pedidos colocados 
Custo de pedir = Q
SO ×
 
O custo unitário de manutenção do estoque por período é C. Como o estoque médio é Q/2, o 
custo total de manter estoque é: 
Custo de manter o estoque = 2
QC ×
 
Logo, o custo total de estocagem poderia se dar da seguinte maneira: 
Custo Total = Q
SO ×
 + 2
QC ×
 
Vimos tudo isso para chegar à seguinte conclusão: o lote econômico de compra corresponderá 
a uma quantidade Q* onde o custo de pedir é igual ao custo de manter o estoque (onde o custo 
total vinculado ao estoque é mínimo). Ou seja: 
Q
SO ×
 = 2
QC ×
 
Multiplicando os dois membros da igualdade por Q, temos: 
QQ
SO ××
 = 
Q
2
QC ××
 
 
2
Q
 C SO
2
×=×
 
Multiplicando ambos os membros por 2, obtemos: 
2
Q
 C2 SO2
2
××=××
 
 Q CSO2 2×=××
 
Dividindo os dois membros por C, obtemos: 
2
2
Q
C
SO2
C
Q
C
SO2
=
××
⇒
×
=
×× C
 
Extraindo a raiz quadrada, temos: 
2Q
C
SO2
=
××
 ou 
C
SO2
 Q* ××=
 
 
Então, o LEC pode ser encontrado da seguinte forma: 
 
 
Vejamos um exemplo: 
Exemplo (Gitman, 2004): Suponha-se que a RLB Indústrias., fabricante de equipamentos 
eletrônicos de teste, use 1.600 unidades de certo item por ano. Seu custo de pedido é igual a 
R$ 50 por pedido e o custo de carregamento de uma unidade é de R$ 1 por ano. Substituindo 
na equação anterior, obtemos: 
 
Ponto de Emissão de Novo Pedido 
Uma vez determinado o LEC da empresa, ela deve calcular em que momento deve fazer seus 
pedidos, ou seja, o ponto de emissão de um novo pedido. Mais especificamente, o ponto de 
emissão de novo pedido deve levar em conta o tempo necessário para emitir e receber 
pedidos. Supondo que o estoque é consumido a uma taxa constante durante o ano (ou seja, 
não há sazonalidade), o ponto de emissão de novo pedido pode ser determinado usando-se a 
seguinte equação: 
Ponto de emissão de novo pedido = Número de dias de espera x Consumo diário 
 
Consumo diário = Consumo anual/360 
 
Exemplo (Gitman, 2004): Usando o exemplo anterior da RLB, se ela souber que são 
necessários dez dias para emitir e receber um pedido e o consumo anual for de 1.600 
unidades, o ponto de emissão de novo pedido será assim calculado: 
 
 
Assim, quando o estoque da RLB chegar a 45 unidades, ela deve fazer um pedido de 400 
unidades. Entretanto, se a empresa desejar proteger-se contra faltas deverá fazer um pedido 
antes que o estoque chegue a 45 unidades. 
 
Vamos ver se você entendeu. Faça agora a atividade 1. 
Atividade 1. A empresa Constantino S.A. deseja minimizar o custo total de estocagem de um 
determinado item de seu estoque. O consumo anual deste item é de 10.000 unidades, o custo 
de um pedido de compras é de R$120,00, e o custo de manutenção por unidade é R$4,00. Sob 
essas condições, calcule o lote econômico de compras e informe quantas vezes ao ano a 
empresa deverá fazer os pedidos. 
 
Resposta comentada: 
 
A empresa minimizará o custo total de pedir e manter se 774 unidades forem requisitadas em 
cada pedido de compra. Já que o consumo anual é de 10.000 unidades, a empresa deve emitir 
13 pedidos de compra, solicitando 774 unidades de cada vez. 
 
 
 
3. SISTEMA DE PLANEJAMENTO DE NECESSIDADE DE MATERIAIS (MRP) 
 
O Sistema MRP é o sistema de gerenciamento de estoque que usa o conceito do LEC e um 
computador para comparar necessidades de produção com relação aos saldos de estoque 
disponíveis e determinar quando os pedidos devem ser feitos para vários itens na lista de 
materiais de um produto. 
 
 
4. SISTEMA DE PLANEJAMENTO DE NECESSIDADE DE MATERIAIS II (MRP II) 
 
O Sistema MRP II também utiliza as facilidades da informática para cumprir os prazos de 
entrega da empresa, mantendo níveis mínimos de estoques. 
 
 
5. Sistema Just-in-Time (JIT) 
O Sistema JIT baseia-se na eliminação dos estoques sincronizando o momento da chegada de 
cada parte que irá compor o produto com o momento de sua utilização na fabricação do 
produto final. Esse sistema de gerenciamento de estoque que minimiza o investimento em 
estoque, já que os insumos em materiais chegam no exato momento em que são necessários 
para a produção 
Para exemplificar, vamos usar uma comparação bem simples: pense o seguinte, se você vai à 
padaria todos os dias para comprar pão e depois fazer um sanduíche, a sua produção de 
sanduíches é just in time, porém, se você compra um pacote de pão de fôrma, faz vários 
sanduíches de uma vez e os reserva na geladeira, sua produção não é compatível com o 
sistema just in time. (MONTELLA, 2005). 
É importante destacar que: para que um sistema JIT funcione, é preciso haver muita 
coordenação entre a empresa, seus fornecedores, e as empresas transportadoras, para que os 
materiais cheguem a tempo (pois se não chegarem a tempo poderá ocorrer parada e atraso na 
produção e consequentemente na entrega do produto ao cliente). Além disso, os materiais 
devem ser de qualidade e consistência quase perfeitas, já que não existirão estoques de 
segurança. 
O gerenciamento de estoques da Toyota é um bom exemplo do sistema just-in-time. Oito de 
suas dez fábricas, juntamente com a maioria de seus fornecedores, estão espalhadas por vários 
pontos nas regiões afastadas da cidade de Toyota. A entrega dos componentes está vinculada 
à velocidade da linha de montagem, e as peças são geralmente entregues em não mais 
algumas horas antes de serem usadas. O sistema JIT reduz a necessidade da Toyota e outros 
fabricantes manterem estoques grandes, mas exige muita coordenação entre o fabricante e 
seus fornecedores, tanto no tempo de entrega quanto na qualidade das peças. 
 
 
CONCLUSÃO 
 
A administração de estoques tem grande importância na administração do capital de giro, já 
que corresponde a uma área que envolve grandes riscos para a empresa. Os riscos aqui são 
considerados em relação ao não atendimento ao cliente, caso não exista produtos suficientes 
em estoques que possam atendê-los; e, de outra maneira, risco de uma grande quantidade de 
estoque representar um capital imobilizado, já que o valor investido em estoques poderia ter 
sido usado para outros investimentos, além de outros problemas que o excesso de estoque 
pode trazer. 
Percebemos então que, tanto a falta quanto o excesso de estoques pode trazer prejuízos à 
empresa, portanto a gestão de estoques torna-se um conhecimento essencial ao administrador 
financeiro. Uma administração correta de estoques tem como objetivo equilibrar os custos de 
estocagem e minimizá-los de forma a não prejudicar o atendimento da demanda. 
 
 
INFORMAÇÕES SOBRE A PRÓXIMA AULA 
 
Na próxima aula daremos continuidade ao estudo da administração do capital de giroabordando a Administração de Contas a Pagar, que visa estabelecer políticas adequadas de 
crédito e cobrança. Veremos que uma boa política de crédito deve buscar um equilíbrio entre 
vendas e perdas por inadimplência, enquanto que uma política de cobrança deve manter um 
nível apropriado de investimento de contas a receber. 
 
 
ATIVIDADES FINAIS: 
 
01. Esclareça a importância dos estoques em termos de ativo circulante. 
 
Resposta comentada: 
Os estoques são componentes importantes dos ativos circulantes, principalmente nas 
empresas comerciais e industriais, por representarem grandes volumes de dinheiro aplicado 
em relação aos demais ativos circulantes. 
São ainda os ativos circulantes de menor liquidez. Os estoques são representados por 
matérias-primas, componentes, insumos, produtos em processo e produtos acabados e se 
constituem nos bens comercializáveis pelas empresas comerciais e destinados à produção e 
venda pelas empresas industriais. Por este motivo, a administração dos estoques deve ser 
objeto de políticas que traduzam resultados eficazes em sua gestão. Exemplo: o giro mais 
lento do estoque impacta diretamente no fluxo de caixa da empresa, porque as duplicatas a 
pagar vencem e o produto ainda não foi vendido. 
 
02. Quais as áreas da empresa envolvidas na administração de estoques? Explique as 
respectivas responsabilidades e causas de possíveis conflitos funcionais. 
 
Resposta comentada: 
Várias áreas da empresa têm vinculação com a administração de estoques, destacando-se 
dentre elas: 
a. A área de compras tem sua atenção focada na aquisição de matérias-primas, insumos e 
componentes nas empresas industriais e nas empresas comerciais em mercadorias. 
b. A área de produção ao utilizar as partes dos produtos em fabricação tem a tendência de 
desejar grandes volumes de estoque para atender bem suas atividades. Quanto maior for o 
ciclo de produção, maiores serão os volumes de estoques. 
c. A ênfase da área de marketing é maior em produtos acabados e seus gestores têm grande 
interesse em manter estoques suficientes para que as vendas não sejam prejudicadas por falta 
de estoques. 
d. Já a área de finanças tende a demandar esforços com o objetivo de minimizar todos os tipos 
de estoques, partindo do pressuposto que os estoques requerem recursos financeiros, que 
incorrem em custo de oportunidade. 
As causas de conflitos funcionais estão ligadas às especificidades de cada área. Por exemplo: 
a área de produção quer produzir a plena capacidade para evitar ociosidade e para reduzir 
custos unitários; a área de vendas quer maior variedade de produtos, a área financeira quer 
que seja produzido só o que vende (giro alto), a área de compras quer reduzir o número de 
vezes que faz o pedido, e assim por diante. São conflitos funcionais existentes em todas as 
empresas. 
 
03. A Newton Corporation tem 16 diferentes itens em estoque. A lista da quantidade média de 
cada um desses itens estocados, bem como seus custos unitários, é fornecida abaixo. A 
empresa deseja introduzir o sistema ABC de administração de estoques. Sugira uma 
subdivisão dos itens em classificações de A, B e C. Justifique sua seleção e indique os itens 
que seriam considerados limítrofes. 
 
 
Resposta Comentada: 
São classificados como A aqueles que requerem o maior investimento. Como B aqueles que 
representam maior investimento, depois de A e, como C os muitos itens de pequenos 
investimentos 
Observação: Há diferentes critérios para classificar o estoque, então há mais de uma resposta 
correta. A importância de um item para a empresa é uma decisão subjetiva. 
 
Os seguintes itens foram classificados baseando-se no total de investimento em unidades 
monetárias (dólar) e/ou preço de um item individual. Os itens mais caros (5 e 7, por exemplo) 
foram considerados importantes para a empresa e classificados em A. Os três itens com 
maiores investimento também foram classificados em A. 
 
 Item Classificação Item Classificação 
 1 C 9 C 
 2 A 10 C 
 3 B 11 A 
 4 C 12 C 
 5 A 13 A 
 6 B-C 14 C 
 7 A 15 B 
 8 B-C 16 B 
 
 
04. O que o LEC procura minimizar, e o que ele procura maximizar? 
 
Resposta comentada: 
O LEC conduz à minimização dos custos de pedir e manter enquanto maximiza quantidade 
pedida. 
 
05. A Alexis Company utiliza 800 unidades de um produto por ano, em ritmo contínuo. O 
produto tem custo fixo de R$50 por pedido e seu custo de carregamento é de R$2 por 
unidade, por ano. São necessários cinco dias para receber um lote, após a emissão do pedido, 
e a empresa deseja manter um estoque de segurança equivalente a dez dias de consumo. 
 
a. Calcule o lote econômico. 
b. Determine o nível médio de estoque. (Considere um ano de 360 dias para calcular o 
consumo diário). 
c. Determine o ponto de emissão de novo pedido. 
 
Resposta comentada: 
a. LEC = 000.40
2$
000.0000.80$
2$
50$8002
==
××
 = 200 unidades 
b. Nível médio de estoque = Q/2 
Ao se discutir o modelo do lote econômico, admitiu-se que a demanda é constante e 
conhecida. Na realidade, a demanda não é conhecida e tende a variar no tempo. Não ser capaz 
de atender à demanda resulta em perdas de vendas, o que tem um custo de oportunidade. Por 
isto, a falta de estoque eleva o custo. Uma forma intuitiva de lidar com a demanda não 
prevista é formar um estoque de segurança, acima da quantidade determinada pela aplicação 
do modelo de lote econômico. 
Se a empresa mantém X unidades de estoque de segurança. Seu estoque médio é: 
2
*Q
x + unidades. 
Estoque de segurança em unidades = diasunidades 10
360
800
× = 22,22 unidades 
Neste caso, o nível de estoque médio = 22,22 + 200/2 = 22,22 + 100 = 123 unidades. 
Outra forma de resolver essa questão seria: 
Demanda diária (800 unid / 360 d) = 2,2 unid./dia 
Nível médio de estoque = (LEC ÷ demanda diária) + Ponto de Pedido = (200 unid. / 2,2 
unid/dia) + 33 unid. = 123 unidades 
c. Ponto de pedido = (tempo p/ reposição, em dias + período de segurança, em dias) x 
demanda diária (unidades) = (5 + 10) x 2,2 unidades = 33 unidades 
 
 
RESUMO 
 
A administração de estoques trata do controle desse importante grupo de contas do ativo 
circulante, as contas ligadas ao estoque da empresa em seu mais variado tipo (matérias-
primas, componentes, produtos em processo e produtos acabados). As principais decisões de 
administração de estoques são: quanto comprar ou produzir; em que momento comprar ou 
produzir;e quais itens do estoque merecem maior atenção. 
O administrador financeiro participa da administração de estoques definindo políticas e 
orientando na definição de prazos de pagamento, volumes de compra e possíveis descontos. 
A relevância das aplicações financeiras em estoque motivou o surgimento de várias técnicas 
utilizadas para minimizar os níveis de estoques de forma a não prejudicar a atividade 
operacional da empresa. As técnicas mais comumente empregadas para gerir estoques com 
eficácia são: o Sistema ABC, o Modelo de Lote Econômico de Compra, os Sistemas MRP e 
MRP II, e o Sistema Just-in-Time. 
 
 
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA: 
 
ASSAF NETO, Alexandre; SILVA, César Augusto Tibúrcio. Administração do Capital de 
Giro. 3ª Edição. São Paulo: Atlas, 2010. 
 
BRIGHAM, Eugene F.; EHRHARDT, Michael C. Administração Financeira - Teoria e 
Prática. 10ª Edição. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2006. 
 
GITMAN, Lawrence Jeffrey. Princípios de Administração Financeira. 10ª Edição. São 
Paulo: Pearson Education, 2004. 
 
LEMES JR., Antonio Barbosa; RIGO, Claudio Miessa; CHEROBIM, Ana Paula Mussi 
Szabo. Administração Financeira - Princípios, Fundamentos e Práticas Brasileiras. 2ª 
Edição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.MONTELLA, Maura. Decifrando o economês: 300 perguntas e respostas. Rio de Janeiro: 
Qualitymark, 2005.

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