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Prevençãode infecçãodo sítiocirúrgico: Msc Ramaiana de Jesus Gonzaga Infecçãodesítiocirúrgico - ISC Nos EUA: - As ISC contribuem com 7 a 10 dias de internação adicional. - Cerca de 400 mil dias extras nos hospitais. - Custo atribuível US$10443,00 a US$25546,00 por episódio. - Custo pode chegar a US$90.000,00 em cirurgias que envolvem próteses ou presença de bactérias resistentes. - Custo adicional pode chegar a 10 bilhões por ano. - ISC representa 2 a 11 vezes mais risco de óbito. Barríos-Torres SI et al. JAMA Surg 2017; 152(8):784-91 Infecçãodesítiocirúrgico - ISC No Brasil: - As ISC ocupam a terceira posição entre as infecções relacionadas à assistência à saúde, - Taxa de incidência em torno de 11%. Infecçãodesítiocirúrgico - ISC As ISC são evitáveis em 50 a 70% dos casos -No entanto, continuam a ser causa substancial de morbidade, hospitalização prolongada e morte. - Taxa de letalidade é de 3%. - Sendo 75% dessa letalidade é atribuível diretamente à infecção. Barríos-Torres SI et al. JAMA Surg 2017; 152(8):784-91 Classificaçãodecirurgias–Graudecontaminação Limpa • Sem inflamação • Sem invasão do trato respiratório, TGI e TGU Potencialmente contaminada • Invasão do TGI, TGU ou TR em condições controladas • Sem contaminação não usual Contaminada • Cirurgias abertas acidentalmente • Quebra de técnica estéril • Feridas abertas mas sem secreção purulenta Infectada Tecido desvitalizado , corpo estranho, Contaminação fecal e infecção pré- existente 2 a 5% 3 a 11% 10 a 17% Infect Control Hospital Epidemiol, 2008;29:551. 27 % Quanto maior for o grau de contaminação, maior será o risco de infecção Infecçãodesítiocirúrgico - ISC Infecção de sítio cirúrgico- é a infecção, que ocorre na incisão cirúrgica, ou em tecidos manipulados durante o procedimento cirúrgico, e, diagnosticada até 30 dias após a data do procedimento, podendo ser classificadas como incisional superficial, profunda ou de órgão/cavidade. Barríos-Torres SI et al. JAMA Surg 2017; 152(8):784-91 • Controle glicêmico • Normotermia • Preparo da pele • Controle do ambiente • Aporte de O2 • Controle glicêmico • Normotermia • Curativos • Tricotomia • Banho • Descolonização • Antibioticoprofilaxia • Preparo das mãos Pré- operatóri o Pós- operatório Intra- operatóri o Complexidade A prevenção dessas infecções requer a integração de uma série de medidas preventivas antes, durante e após a cirurgia. Ícaro Boszczowski, Prevenção de infecção de sítio cirúrgico. Proqualis, 2019 Fatores contribuintes -ISC Osagentes etiológicose possíveis fontes de contaminação Infecçãodesítiocirúrgico - ISC sítio cirúrgico -Paciente submetido a um procedimento dentro do centro cirúrgico, que consista em pelo menos uma incisão e uma sutura, em regime de internação superior a 24horas, excluindo- se procedimentos de desbridamento cirúrgico, drenagem, episiotomia e biópsias que não envolvam vísceras ou cavidades. Barríos-Torres SI et al. JAMA Surg 2017; 152(8):784-91 Infecçãodesítiocirúrgico - ISC sítio cirúrgico -Cirurgia ambulatorial Paciente submetido a um procedimento cirúrgico em regime ambulatorial (hospital-dia) ou com permanência no serviço de saúde inferior a 24horas que consista em, pelo menos, uma incisão e uma sutura, excluindo-se procedimentos de desbridamento cirúrgico, drenagem e biópsias que não envolvam vísceras ou cavidades. Barríos-Torres SI et al. JAMA Surg 2017; 152(8):784-91 Infecçãodesítiocirúrgico - ISC sítio cirúrgico -Cirurgia endovascular Paciente submetido a um procedimento terapêutico realizado por acesso percutâneo, via endovascular, com inserção de prótese, exceto stents. Barríos-Torres SI et al. JAMA Surg 2017; 152(8):784-91 Infecçãodesítiocirúrgico - ISC sítio cirúrgico -Cirurgia endoscópica com penetração de cavidade Paciente submetido a um procedimento terapêutico, por via endoscópica, com manipulação de cavidade ou víscera através da mucosa. Estão incluídas aqui cirurgias transgástricas e transvaginais (NOTES), cirurgias urológicas e cirurgias transnasais Barríos-Torres SI et al. JAMA Surg 2017; 152(8):784-91 Critériosde infecçãodesítiocirúrgico- ISC Infecção de Sítio Cirúrgico Incisional Superficial deve ocorrer em 30 dias após o procedimento e envolver apenas pele e tecido subcutâneo e apresentar pelo menos um dos seguintes sinais ou sintomas: GCGosuen Critériosde infecçãodesítiocirúrgico- ISC SINTOMAS 1. Drenagem de secreção purulenta da incisão 2. Microrganismo isolado de maneira asséptica de secreção ou tecido 3. Pelo menos um dos sinais e sintomas e a abertura deliberada dos pontos pelo cirurgião exceto se cultura negativa: dor, edema, eritema ou calor local 4. Diagnóstico de infecção pelo médico que acompanha o paciente GCGosuen Infecção do Sítio Cirúrgico Incisional Profunda deve ocorrer em 30 dias após o procedimento, se não houver implante ou um ano, se houver implante. A infecção deve envolver os tecidos moles profundos (músculo ou fáscia) e apresentar pelo menos um dos seguintes sinais ou sintomas: GCGosuen Critériosde infecçãodesítiocirúrgico- ISC 1. Drenagem purulenta de incisão profunda 2. Incisão profunda com deiscência espontânea ou deliberadamente aberta pelo cirurgião quando o paciente apresentar pelo menos um dos sinais ou sintomas: febre, dor localizada, edema e rubor exceto se cultura negativa GCGosuen SINTOMAS 3. Abscesso ou outra evidência de infecção envolvendo fáscia ou músculo, achados ao exame direto, re-operação, histopatológico ou radiológico 4. Diagnóstico de infecção incisional profunda pelo médico que acompanha o paciente GCGosuen SINTOMAS Infecção de órgão/espaço deve ocorrer em 30 dias após o procedimento, se não houver implante ou um ano, se houver implante. Envolver qualquer outra região anatômica do sítio cirúrgico, que não a incisão, e apresentar pelo menos um dos seguintes sinais ou sintomas: GCGosuen Critériosde infecçãodesítiocirúrgico- ISC GCGosuen 1. Drenagem purulenta por dreno locado em órgão ou cavidade 2. Microrganismo isolado de maneira asséptica de secreção ou tecido de órgão ou cavidade 3. Abscesso ou outra evidencia de infecção envolvendo órgão ou cavidade achada ao exame direto, reoperação, histopatológico ou radiológico 4. Diagnóstico de infecção de órgão/espaço pelo médico que acompanha o paciente SINTOMAS Principaismedidasdeprevençãode ISC e seusdesafios Principaismedidasdeprevençãode ISC Medidas preventivas Colégio Americano de cirurgiões 2016 OMS 2016 CDC – 1999 Revisão 2017 Associação Espanhola de Cirurgiões 2018 NICE 2019 Banho pré- operatório: sabão neutro deve ser realizado na noite anterior e na manhã da cirurgia para todas as cirurgias SIM SIM SIM SIM SIM Descolonização nasal para procedimentos nos quais o S. aureus é causa provável de ISC SIM SIM Não reportado Não reportado SIM Descolonização nasal – S.aureus Conclusão: -Houve um benefício nos casos de ISC colonizados por S. aureus e ISC profunda. -Não houve diferença significativa em relação à ISC superficial e mortalidade. N Engl J Med 2010;362(1):9-17 Descolonização nasal – S.aureus Principaismedidasdeprevençãode ISC Medidas preventivas Colégio Americano de cirurgiões 2016 OMS 2016 CDC – 1999 Revisão 2017 Associação Espanhola de Cirurgiões 2018 NICE 2019 Antissepsia da equipe cirúrgica SIM SIM SIM SIM SIM Preparação cirúrgica da pele/mucosa do paciente SIM SIM SIM SIM SIM Principaismedidasdeprevençãode ISC Medidas preventivas Colégio Americano de cirurgiões 2016 OMS 2016 CDC – 1999 Revisão 2017 Associação Espanhola de Cirurgiões 2018 NICE 2019 Tricotomia: não realizar. Se estritamente necessária, utilizar tricotomizador elétrico com lâmina descartável. Não realizar na sala cirúrgica. SIM SIM SIM SIM SIM Emprego de campos cirúrgicosaderentes com ou sem antimicrobianos SIM NÃO NÃO NÃO NÃO Tricotomia ◦ Seropian & Reynolds, 19711 Método utilizado Taxa de infecção Lâmina 5,6% Creme depilatório 0,6% Sem remoção 0,6% Momento da remoção Taxa de infecção Imediatamente antes 3,1% ≤ 24h antes 7,1% >24h antes 20% The American Journal of Surgery, 1971;121:251. • O ideal é que não se remova. • Quando se remove os pelos com um período maior que 24h o risco émuito quand o maior do que se remove imediatamente antes. Principaismedidasdeprevençãode ISC Colégio Americano de cirurgiões 2016 OM S 201 6 CDC – 1999 Revis ã o 2017 Associação Espanhola de Cirurgiões 2018 NIC E 201 9Medidas preventivas Antibiótico profilático, de acordo com o protocolo clínico da instituição SIM SIM SIM SIM SIM Nívelséricodeantibióticoxincisãocirúrgica Lancet Infect Dis 2017;17: 605–14 •Ensaio clínico • Cego • 5580 pacientes • ATB precoce 0-30 min P50: 42 min • ATB Tardio 30-60 min P50: 16 min OBS: Não apresentou diferença significativa Qual antibióticoutilizar? • Seguir recomendações das diferentes sociedades de especialidades • Seguir recomendações dos hospitais (Manuais e/ou protocolos - kits) • Princípios: - Administrar dentro do intervalo de uma hora antes da incisão - Infundir antibiótico antes da insuflação de torniquete em cirurgia ortopédica - Suspender o antibiótico em até 24 horas após a cirurgia -Ajustar o antibiótico com base no peso (Atenção para pacientes crianças e adultos obesos) - Readministrar o antibiótico em cirurgias prolongadas e/ou perda excessiva de sangue (>1500mL) Até quandoutilizar... Característica Caso s (n =52) Control es (n = 156) OR (IC 95%) P valor ATB nos últimos 6 m 50% 26,2% 3,74 (1,8-7,7) <0,001 ATB >24h no pós operatório 25% 5,7% 3,38 (1,2-9,9) 0,026 30 meses Cirurgia geral Cirurgia ortopédica Trauma Neurocirurgia A adesãoaosprotocolosdeantibioticoprofilaxia • Há grande variabilidade na adesão aos protocolos de antibioticoprofilaxia - Metanálise – Gouvea M 2015 Ampla variação de adesão em todos as etapas da profilaxia - Estudo observacional (9 hospitais) – Schmitt C 2017 Baixa adesão completa (10%) • Fatores associados com melhor adesão - Feedback das taxas de adesão - Disseminação de diretrizes - Monitoramento - Maior tempo de dedicação de profissional de CIH • O que não esteve associado à maior adesão - Categoria administrativa do hospital (público x privado) - Acreditação Principaismedidasdeprevençãode ISC Medidas preventivas Colégio Americano de cirurgiões 2016 OMS 2016 CDC – 1999 Revisão 2017 Associação Espanhola de Cirurgiões 2018 NICE 2019 Controle glicêmico: manter nível de glicemia < 200 mg/dL intraoperatório e perioperatório em diabéticos e não diabéticos. Sim Sim Sim Não reportado Sim Normotermia (> 36°C). O aquecimento ativo do paciente deve ser iniciado no pré- operatório, mantido no intra e no pós-operatório. Sim Sim Sim Sim Sim Principaismedidasdeprevençãode ISC Medidas preventivas Colégio Americano de cirurgiões 2016 OMS 2016 CDC – 1999 Revisão 2017 Associação Espanhola de Cirurgiões 2018 NICE 2019 Oxigenação suplementa r intraoperatória e após extubação do paciente com função pulmonar normal (FiO2 80%). Em pacientes sob anestesia geral. Sim Sim Sim Sim Sim Irrigação com solução antisséptica em ferida operatória ou na cavidade Não Não Não Não Não Principaismedidasdeprevençãode ISC Medidas preventivas Colégio Americano de cirurgiões 2016 OMS 2016 CDC – 1999 Revisão 2017 Associação Espanhola de Cirurgiões 2018 NICE 2019 Terapia por pressão negativa no tratamento de feridas em cirurgias de alto risco (Complexas) Sim Sim Não reportado Sim Não reportado Curativo: trocar nas primeiras 24 horas em ferida operatória com fechamento primário Sim Sim Sim Sim Sim Principais estratégias para prevenir as - infecções de sítio cirúrgico • Principais consequências decorrentes das infecções de sítio cirúrgico: - Comprometimento psicológico e emocional - Aumento no número de readmissões - Propagação de resistência bacteriana - Reabordagem cirúrgica - Aumento do período de hospitalização - Aumento custo OBS: a ISC tem se tornado parâmetro de pagamento por desempenho pelas operadoras de saúde e tem sido utilizada como indicador de melhoria da qualidade na assistência ao paciente. Monitoramentodeprocesso Monitoramentodeprocessoeestratégiasdemelhoria - Indicadores de resultado e de processo - Auditorias de cirurgias - Trabalho em conjunto com as lideranças do centro cirúrgico - Trabalho em conjunto com a CME - Visitas técnicas - Cartilhas educativas - Reuniões com o corpo clínico para feedbacks dos resultados - Treinamento das equipes envolvidas Conclusão • O nível de aplicação de medidas internacionalmente aceitas tem grande variabilidade. • As diversas medidas avaliadas para prevenir as ISC, mostram um grau variável na qualidade da evidência e força da recomendação. • Houve um progresso muito grande na prevenção da ISC – cerca de 60% das ISC podem ser prevenidas com medidas simples. • É fundamental conhecer sua realidade institucional e fortalecer a cultura de segurança do paciente para obter melhores resultados. REFERÊNCIAS BRASIL, Gerência Geral de Tecnologia em Serviços de Saúde e Gerência de Investigação e Prevenção das Infecções e dos Eventos Adversos. SÍTIO CIRÚRGICO: Critérios Nacionais de Infecções relacionadas à assistência à saúde. ANVISA; março 2009 BRASIL. Ministério da Saúde. RDC nº 50 de 21 de fevereiro de 2002. Brasília: Ministério da Saúde, 2002 CARVALHO, Rachel de;BIANCHI, Estela Regina Ferraz. Enfermagem em Centro Cirúrgico e Recuperação. São Paulo,: Manole, 2007 GRINBAUM RS, Destra AS et al. Prevenção de Infecção de Sítio Cirúrgico. 3ª edição revisada e ampliada. APECIH. 2009. 120p. INSTITUTE FOR HEALTHCARE IMPROVEMENT (IHI). How-to guide: prevent surgical site infections. [cited 2013 Sep 9]. Available from: http://www.ihi.org/knowledge/Pages/Tools/HowtoGuidePreventSurgicalSiteInfection.aspx KIRKLAND KB, Briggs JP, Trivette SL, et al. The impact of surgical-site infections in the 1990s: attributable mortality, excess length of hospitalization, and extra costs. Infect Control HospEpidemiol 1999; 20:725-30 MANGRAM AJ, Horan TC, Pearson ML, Silver LC, Jarvis WR. Guideline for prevention of surgical site infection, 1999. Hospital Infection Control Practices Advisory Committee. Infect Control HospEpidemiol.1999; 20(4):250-78 SILVA, Maria d'Apparecida Andrade. Enfermagem na Unidade de Cen- tro Cirúrgico. 2ª ed. rev. ampl. São Paulo: EPU, 1997. SOBECC. Práticas Recomendadas Sobecc: Centro Cirúrgico, Recupe- ração Pós- Anestésica, Central de Material e Esterilização.5.ed. São Paulo: Sobecc, 2009 WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO) Guidelines for safe surgery 2009. Safe Surgery Saves Lives. [cited 2013 Sep 9]. Available from: http://whqlibdoc.who.int/publications/2009/9789241598552_eng.pdf REFERÊNCIAS Obrigada!!!
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