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Endocrinologia – Amanda Longo Louzada 1 TIREOIDITES DEFINIÇÃO: As tireoidites consistem em uma variedade de doenças correlatas caracterizadas por um processo inflamatório ou infeccioso da tireoide. Geralmente são classificadas, de acordo com a evolução clínica, em tireoidites agudas, subagudas e crônicas. TIPOS: Aguda: supurativa, de etiologia bacteriana Subaguda: Granulomatosa ou De Quervain: viral Linfocítica ou indolor: autoimune Pós-parto: autoimune Crônica: Tireoidite de Hashimoto: autoimune Tireoidite de Riedel: idiopática TIREOIDITE AGUDA: ETIOLOGIA: Principais agentes bacterianos: Sthaphilococcus aureus, Sthaphilococcus pyogenes, Sthaphilococcus pneumoniae Mais raros: Salmonella, Enterobacter, Klebsiella, meningococo. Outros: Fungos ( Aspergillus , Candida albicans), Sífilis, Tuberculose, Parasitose. PRINCIPAIS SINTOMAS: Infecção respiratória superior aguda Dor cervical – unilateral – súbita. Febre, astenia, calafrios, sudorese. Tireóide com edema assimétrico, dor, calor, consistência flutuante e eritema. Linfonodomegalia cervical. TRATAMENTO: Pata o tratamento dessa tireoidite, devem- se realizar antibioticoterapia apropriada (orientada por bacterioscopia e cultura do material obtido pela PAAF) e drenagem cirúrgica do abscesso e excisão do seio piriforme a fim de prevenir a recorrência da doença. TIREOIDITE SUBAGUDA: A tireoidite de De Quervain é um processo inflamatório autolimitado na glândula tireoide que se acredita seja de etiologia viral. Afeta principalmente indivíduos entre 30 e 50 anos de idade e raramente ocorre em crianças. A incidência é cinco vezes maior em mulheres. Frequentemente segue uma infecção do trato respiratório superior, e sua incidência é mais comum no verão, correlacionando-se com o pico de incidência do enterovírus. Há recorrência da doença em apenas 2% dos pacientes ETIOLOGIAS: Enterovírus Caxumba Sarampo Doença da arranhadura do gato Encefalite de Saint Louis Influenza Adenovírus Ecovírus Coxsackie Epstein-barr Predisposição genética SINAIS E SINTOMAS: Sintomas prodrômicos de infecção viral semanas antes Aumento doloroso da tireoide Sinais e sintomas de tireotoxicose Sintomas constitucionais (febre, tremores, sudorese, mal-estar) Tireoide sensível ou dolorosa ao exame, modestamente aumentada, endurecida Função tireoidiana com evolução em quatros fases: Fase dolorosa aguda inicial com tiretoxicose Eutireoidismo, Hipotireoidismo Eutireoidismo. Entretanto, nem todos os pacientes seguem essa evolução, e alguns podem desenvolver apenas uma leve tireotoxicose, seguida de recuperação funcional da glândula. Além disso, as fases de tireotoxicose ou hipotireoidismo podem passar despercebidas ACHADOS DIAGNÓSTICOS: Dor na região cervical anterior Evidências clinicolaboratoriais de tireotoxicose Relação T3\T4 < 20:1 Função tireoidiana com evolução em quatro fazes e disfunção permanentemente VHS > 50 mm\h Captação de radioido muito baixa ou ausente TRATAMENTO: Controlar a dor e os sintomas inflamatórios sistêmicos com anti-inflamatórios não esteroides e glicocorticoides. https://www.medicinanet.com.br/pesquisas/tireoidites.htm Endocrinologia – Amanda Longo Louzada 2 TIREOIDITES Os sintomas de tireotoxicose podem ser tratados com betabloqueadores, Os sintomas de hipotireoidismo, com reposição de levotiroxina TIREOIDITE SILENCIOSA: Linfocítica subaguda indolor pós-parto Doença autoimune em que há destruição transitória e indolor da tireoide por inflamação linfocítica. Quando ocorre em mulheres em até um ano após o parto (ou após aborto), é denominada tireoidite pós-parto. Na tireoidite granulomatosa ocorre infiltração de células inflamatórias com ruptura dos folículos tireoidianos e formação de granulomas. Corresponde a cerca de 1% de todos os casos de tireotoxicose. Essa doença afeta mais frequentemente mulheres (1,5 a 2 mulheres para cada homem), e a incidência é mais comum entre 30 e 60 anos de idade. Além disso, a taxa de incidência dessa tireoidite é mais alta no período pós-parto, E PODE ESTAR ASSOCIADA A DEPRESSÃO PÓS-PARTO SINAIS E SINTOMAS: Ausência de dor ou sinais de SIRS Sinais e sintomas e tireotoxicose e hipotireoidismo Bócio indolor, difuso, com consistência firme e dimensão pequena Função tireoidiana com evolução em 4 fases TRATAMENTO: O tratamento da doença é voltado para o controle dos sintomas de hiper ou hipotireoidismo, se estes estiverem presentes. O hipotireoidismo crônico residual ocorre em 20 a 25% dos casos de tireoidite linfocítica. Também são bem mais frequentes as recidivas, especialmente em caso de uma gravidez subsequente. Em vista disso, mesmo pacientes plenamente recuperados necessitam de avaliações periódicas da função tireoidiana. TIREOIDITE LINFOCÍTICA CRÔNICA: A tireoidite de Hashimoto é uma doença de etiologia autoimune em que ocorre destruição crônica e inflamação linfocítica de tecido tireoidiano. A evolução tardia dessa tireoidite denomina-se tireoidite atrófica. Epidemiologia: A tireoidite de Hashimoto é a forma de incidência mais frequente de tireoidite e representa a causa mais comum de hipotireoidismo no Brasil. Diagnóstico é selado pela presença de anticorpos. (Anti-TPO ou Anti-Tireoglobulina): Seu tratamento é o proposto para o hipotireoidismo TIREOIDITE DE RIEDEL: Esclerosante, fibrótica, crônica produtiva e invasiva A tireoidite de Riedel é caracterizada por substituição fibrótica progressiva da tireoide com aderência e infiltração das estruturas adjacentes, causando sintomas compressivos locais. Epidemiologia: Essa tireoidite é a mais rara, com prevalência de apenas 0,05% dos pacientes submetidos à tireoidectomia. Ela afeta geralmente indivíduos entre 40 e 60 anos, sendo sua incidência 2 a 4 vezes mais comum em mulheres. A tireoidite de Riedel é caracterizada por substituição fibrótica progressiva da tireoide com aderência e infiltração das estruturas adjacentes, causando sintomas compressivos locais. Essa tireoidite é a mais rara, com prevalência de apenas 0,05% dos pacientes submetidos à tireoidectomia. Ela afeta geralmente indivíduos entre 40 e 60 anos, sendo sua incidência 2 a 4 vezes mais comum em mulheres. A CAUSA É DESCONHECIDA Foram descritas associações a fibrose de glândulas salivares e lacrimais, de mediastino, retroperitônio, colangite esclerosante e pseudotumor de órbita. Principais sinais e sintomas: Aumento do volume cervical indolor Astenia Adinamia Massa cervical de consistência endurecida, indolor, dimensões variáveis, difusa, aderente e invadindo estruturas circunjacentes Tratamento: O curso da tireoidite de Riedel é benigno, com progressão geralmente lenta, podendo estacionar ou mesmo regredir sem nenhum tratamento. Nos casos em que há sintomas compressivos ou suspeita de malignidade, está indicado o tratamento cirúrgico. Há relatos de alívio dos sintomas compressivos nos estágios iniciais da doença com uso de glicocorticoides, tamoxifeno e metotrexato. Baixas doses de radioterapia têm sido utilizadas em pacientes refratários aos demais tratamentos
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