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Trichuris trichiura ➥A tricuríase é a 3ª infecção parasitária mais comum. Trichuris trichiura ocorre principalmente em regiões tropicais e subtropicais onde as fezes humanas são utilizadas como fertilizante ou onde as pessoas defecam no solo. As crianças são as mais afetadas. A infecção é disseminada pela via fecal-oral. Os ovos ingeridos eclodem e entram nas criptas do intestino delgado como larvas. Estima-se que os vermes adultos vivam 1 a 2 anos, embora alguns possam viver por mais tempo. ➥ciclo de vida: O ciclo de vida do Trichuris trichiura pode ser resumido da seguinte forma: um indivíduo infectado libera milhares de ovos do parasito a cada evacuação. Se as fezes entrarem em contato com o solo, os ovos encontram um local propício para amadurecer. Após cerca de 2 ou 3 semanas, os ovos passam a conter um embrião do verme capaz de infectar quem o consumir. A ingestão de ovos que foram eliminados recentemente nas fezes não é capaz de contaminar outras pessoas, pois o embrião no seu interior precisa deste tempo de 2 semanas de amadurecimento no solo para poder completar o seu ciclo de vida. Em ambientes úmidos e com pouca exposição solar direta, os ovos de Trichuris trichiura podem permanecer viáveis por vários meses. Por outro lado, em locais secos, muito quentes ou com exposição solar direta, o ovo sofre desidratação e o embrião em seu interior morre rapidamente. As duas formas mais comuns de contaminação são através do contato da boca com mãos que manipulam solo infectado ou por consumo de alimentos plantados em terra adubada com fezes humana. Uma vez ingeridos, os ovos do parasito conseguem atravessar incólumes o estômago e eclodem ao chegar ao intestino delgado, liberando as larvas do verme. Após cerca de 3 meses, as larvas se tornam vermes adultos e migram para o intestino grosso, onde irão habitar definitivamente. No intestino grosso, o Trichuris trichiura pode viver por até 5 anos. A fêmea do parasito é capaz de colocar mais de 20 mil ovos por dia, que serão eliminados pelas fezes, dando início a um novo ciclo. Microbiologia Geral e parasitologia/ Amanda Pinheiro ➥ Sintomas: A maioria das pessoas são assintomáticas. Sendo assim, somente os indivíduos com os intestinos infestados com centenas de parasitos é que desenvolvem sintomas de tricuríase. Nestes casos, o quadro clínico mais comum é diarreia crônica, que pode ou não vir acompanhada de muco ou sangue misturado às fezes. Distensão abdominal, enjoos perda de peso, flatulência e anemia são outros sinais e sintomas possíveis. Um sinal físico comum é o baqueteamento digital, que é um alargamento da ponta dos dedos e da unha. Outro sinal típico, geralmente presente em crianças com contaminação maciça, é o prolapso retal, uma protrusão de parte do reto através do ânus. Nestes casos, é comum conseguirmos ver vermes aderidos à mucosa do reto que está exteriorizada. ➥Diagnóstico: O diagnóstico da tricuríase é feito por exame microscópico das fezes; os característicos ovos em forma de limão, com opérculos nítidos em ambas as extremidades, são facilmente evidentes. Quando anoscopia, proctoscopia ou colonoscopia é feita por outras indicações, podem ser vistos vermes adultos protuberantes se agitando no lúmen do intestino. ➥ Tratamento: As opções de tratamento para tricuríase são: - Mebendazol 100 mg, 2 vezes por dia por 3 dias. - Albendazol 400 mg, 1 vez por dia por 3 dias. - Nitazoxanida, 500 mg 2 vezes ao dia, por 3 dias, por via oral. Em pacientes com infecção maciça, o tratamento pode ser prolongado por 5 a 7 dias. A taxa de cura com estes esquemas costuma ser acima de 90%. É possível prevenir a triquinose por meio de condições sanitárias adequadas e boa higiene pessoal. Microbiologia Geral e parasitologia/ Amanda Pinheiro