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SOCIOLINGUÍSTICA CAPÍTULO 4 - QUAL É O PAPEL DA SOCIOLINGUÍSTICA NO ENSINO E PESQUISA DA LÍNGUA? Danieli Silva Chagas INICIAR Introdução Após décadas de pesquisa, muitas foram as hipóteses, as teorias, as metodologias e os objetos apresentados, refutados ou modificados no âmbito dos estudos sociolinguísticos. Nesse contexto, a pesquisa sociolinguística moderna seria, então, a mesma pesquisa sociolinguística que se fazia décadas atrás? É provável que não, pois, por mais que ainda se tenha — e muito — o desenvolvimento de pesquisas nos moldes desenvolvidos por Labov e outros linguistas cujos trabalhos ficaram conhecidos na década de 1960, interfaces têm sido feitas entre a Sociolinguística e teorias como o funcionalismo, tornando comuns os estudos atualmente conhecidos como sociofuncionalistas, com ramificações que passam pelos estudos cognitivistas; e o gerativismo, por meio de pesquisas realizadas no âmbito da chamada sociolinguística paramétrica. Contudo, que relação teriam essas pesquisas com o ensino? Sociolinguística https://catalogcdns3.ulife.com.br/content-cli/EDU_SOCIOL_20/unidad... 1 of 28 21/08/2022 20:01 https://catalogcdns3.ulife.com.br/content-cli/EDU_SOCIOL_20/unidade_4/ebook/index.html#section_1 https://catalogcdns3.ulife.com.br/content-cli/EDU_SOCIOL_20/unidade_4/ebook/index.html#section_1 Após décadas de pesquisas linguística e sociolinguística, muitas foram as descobertas a respeito da estrutura e do funcionamento das línguas. Esse conhecimento, então, foi largamente difundido nas universidades. No entanto, a despeito dos cursos de Letras formarem, essencialmente, professores e pesquisadores, torna-se cada vez maior o choque que esses alunos egressos levam ao se depararem com a sala de aula, sobretudo no que diz respeito a escolas públicas localizadas em regiões periféricas. Dessa forma, começa-se a pensar em estratégias para que o ensino da língua portuguesa, muitas vezes feito de maneira tão mecânica e engessada, possa ser remodelado de acordo com o desenvolvimento das pesquisas linguísticas contemporâneas, a fim de se tornar mais produtivo e adequado à realidade linguística encontrada nas escolas e nos gêneros textuais modernos. Mas de que maneira se desenvolvem essas pesquisas e estratégias de ensino na prática? Essas e outras perguntas serão vistas ao longo deste último capítulo, no qual serão exploradas as peculiaridades que perpassam a pesquisa sociolinguística e as importantes contribuições que elas têm trazido para a sala de aula. Vamos lá? 4.1 Pesquisa sociolinguística A Sociolinguística como ciência interdisciplinar autônoma surge, a princípio, como pesquisa, objetivando, sobretudo, o conhecimento das línguas em sua variabilidade e em sua interação com fatores sociais. Ao longo de seu desenvolvimento, entretanto, além de uma possível e necessária relação com o ensino, surgem dificuldades e limitações que se apresentam ao seu escopo de trabalho, as quais vão sendo superadas ao longo do tempo. A partir de agora, veremos o cerne de desenvolvimento dessa área de pesquisa e suas peculiaridades. 4.1.1 Objeto de estudos e metodologia Como você já sabe, a Sociolinguística tem como objeto o estudo da língua em uso Sociolinguística https://catalogcdns3.ulife.com.br/content-cli/EDU_SOCIOL_20/unidad... 2 of 28 21/08/2022 20:01 nas mais variadas situações de comunicação, nas quais possa ser atestada sua heterogeneidade. Conforme Mollica (2008, p. 11), Cabe à Sociolinguística investigar o grau de estabilidade ou de mutabilidade da variação, bem como diagnosticar as variáveis que têm efeito positivo ou negativo sobre a emergência dos usos linguísticos alternativos e prever seu comportamento regular e sistemático. Sendo assim, o empirismo se constitui como base para a pesquisa sociolinguística, que se baseia, sobretudo, nos dados obtidos por meio desses estudos. VOCÊ SABIA? O empirismo consiste em uma teoria epistemológica que surge como conceito na Filosofia, defendendo que o conhecimento é possível apenas por meio da experiência. Como base da ciência moderna, ele não reconhece conceitos como a metafísica, valorizando o trabalho por meio da tentativa e erro, além de considerar a observação do mundo como base para a formulação de conceitos, em detrimento, por exemplo, da intuição ou da religião. É com base na pesquisa de natureza empírica que os estudos sociolinguísticos trabalham com vistas ao conhecimento das línguas. Para isso, entretanto, é necessário estabelecer uma metodologia, visto que, de acordo com Coelho et al (2015, p. 100, grifo do autor), [...] só podemos chegar ao grupo através do contato com os indivíduos — os informantes que nos fornecerão os dados. Tendo em vista que comunidades de fala, em geral, são compostas por centenas ou mesmo milhões de indivíduos, não temos outra opção a não ser coletar os dados referentes ao comportamento linguístico de uma comunidade apenas a partir de alguns de seus componentes [...]. Sociolinguística https://catalogcdns3.ulife.com.br/content-cli/EDU_SOCIOL_20/unidad... 3 of 28 21/08/2022 20:01 Dessa forma, para a materialização da pesquisa sociolinguística, é preciso definir uma amostra, representada por um grupo de informantes a serem entrevistados. A seleção desse grupo deve ser representativa dentro da comunidade linguística pesquisada por meio de uma estratificação, segundo a qual sejam formadas células sociais, entendidas como “[...] um conjunto de indivíduos agrupados pelas mesmas características sociais relevantes para a análise de fenômenos de variação e mudança linguística” (COELHO et al., 2015, p. 100). Por mais que não seja possível analisar toda uma comunidade linguística, é recomendável possuir, entre os informantes, células sociais que comportem pelo menos cinco informantes. No quadro mencionado, por exemplo, são considerados 90 informantes, com células de cinco mulheres com até quatro anos de escolaridade, possuindo entre 15 e 24 anos; cinco mulheres com cinco a oito anos de escolaridade, possuindo de 25 a 49 anos; bem como outros grupos em acordo com a pesquisa que considere as variáveis extralinguísticas “sexo”, “idade” e “escolaridade”. Quadro 1 - Na distribuição de células, são organizados 90 informantes, em que se consideram as variáveis “sexo”, “idade” e “escolaridade”. Fonte: COELHO et al., 2015, p. 101. VOCÊ QUER LER? Sociolinguística https://catalogcdns3.ulife.com.br/content-cli/EDU_SOCIOL_20/unidad... 4 of 28 21/08/2022 20:01 A pesquisa sociolinguística possui metodologia própria que vai desde a escolha dos informantes até a análise dos dados. Para se aprofundar no assunto, o capítulo “Metodologia da pesquisa sociolinguística”, presente no livro “Para conhecer Sociolinguística”, de Coelho et al. (2015), é uma ótima opção de leitura. O texto está disponível no link: <https://Ânimabrasil.blackboard.com/webapps/ga-bibliotecaSSO-BBLEARN /homePearson (https://Ânimabrasil.blackboard.com/webapps/ga-bibliotecaSSO-BBLEARN /homePearson)>. Além de observar tais critérios, a pesquisa sociolinguística deve se definir como qualitativa ou quantitativa, embora se questione, atualmente, a independência desses dois critérios no que diz respeito aos estudos sociolinguísticos, principalmente quanto aos estudos realizados no campo da sociolinguística educacional (TARALLO, 2007). A abordagem quantitativa — importante ferramenta para o levantamento de dados empíricos — permite a confirmação de hipóteses, em que se realiza uma pesquisa por meio, sobretudo, da análise percentual da influência das variáveis, diante da variação em determinados fenômenos linguísticos. Já a abordagem qualitativa está relacionada, sobretudo, à interpretaçãodos dados obtidos na abordagem quantitativa, em função de uma determinada realidade. Bortoni-Ricardo (2008, p. 10), em seus trabalhos desenvolvidos no âmbito da sociolinguística educacional, afirma que [...] a pesquisa em sala de aula insere-se no campo da pesquisa social e pode ser construída de acordo com um paradigma quantitativo, que deriva do positivismo, ou com um paradigma qualitativo, que provém da tradição epistemológica conhecida como interpretativismo. A autora ainda reforça que a importância de conciliar a pesquisa quantitativa e a pesquisa qualitativa tem sido perseguida em muitos trabalhos dessa natureza. No entanto, é comum que alguns desafios se apresentam ao sociolinguista diante de seu objeto de pesquisa. Veremos na sequência quais são essas limitações. 4.1.2 Dificuldades e limitações Sociolinguística https://catalogcdns3.ulife.com.br/content-cli/EDU_SOCIOL_20/unidad... 5 of 28 21/08/2022 20:01 https://xn--nimabrasil-24a.blackboard.com/webapps/ga-bibliotecaSSO-BBLEARN/homePearson https://xn--nimabrasil-24a.blackboard.com/webapps/ga-bibliotecaSSO-BBLEARN/homePearson https://xn--nimabrasil-24a.blackboard.com/webapps/ga-bibliotecaSSO-BBLEARN/homePearson https://xn--nimabrasil-24a.blackboard.com/webapps/ga-bibliotecaSSO-BBLEARN/homePearson https://xn--nimabrasil-24a.blackboard.com/webapps/ga-bibliotecaSSO-BBLEARN/homePearson https://xn--nimabrasil-24a.blackboard.com/webapps/ga-bibliotecaSSO-BBLEARN/homePearson https://xn--nimabrasil-24a.blackboard.com/webapps/ga-bibliotecaSSO-BBLEARN/homePearson https://xn--nimabrasil-24a.blackboard.com/webapps/ga-bibliotecaSSO-BBLEARN/homePearson https://xn--nimabrasil-24a.blackboard.com/webapps/ga-bibliotecaSSO-BBLEARN/homePearson https://xn--nimabrasil-24a.blackboard.com/webapps/ga-bibliotecaSSO-BBLEARN/homePearson https://xn--nimabrasil-24a.blackboard.com/webapps/ga-bibliotecaSSO-BBLEARN/homePearson Por mais objetiva que possa parecer a coleta e a análise de dados, há muitas dificuldades na concretização da pesquisa sociolinguística. A maioria das que visam a formação de um corpus oral utilizam para a coleta de dados um gravador, por meio do qual é registrada a entrevista, que consiste, via de regra, em um diálogo entre o entrevistador e o informante. VOCÊ SABIA? Em uma pesquisa, chamamos de corpus o conjunto de dados coletados por um pesquisador para a análise dos fenômenos por ele observados. É comum, em pesquisas sociolinguísticas, que um mesmo corpus, coletado para a análise de determinado fenômeno linguístico, seja aproveitado por pesquisadores para a análise de outros fenômenos. Isso acontece, por exemplo, com o corpus do projeto Norma Urbana Culta (NURC), cujos dados já foram aproveitados para diversas pesquisas acadêmicas. Essas dificuldades podem ser encontradas com frequência, como as enfrentadas por pesquisadores que pretendem estudar fenômenos de natureza fonético-fonológica e precisam realizar a gravação em locais onde há muito barulho, o que pode prejudicar a transcrição da realização do falante e, por consequência, a realização da pesquisa como um todo. Há, também, as dificuldades que perpassam toda a pesquisa sociolinguística, como o natural monitoramento do informante diante do gravador e do pesquisador. Sociolinguística https://catalogcdns3.ulife.com.br/content-cli/EDU_SOCIOL_20/unidad... 6 of 28 21/08/2022 20:01 Nesse contexto, algumas estratégias podem ser utilizadas, como falar sobre assuntos ligados à família ou que tragam emoção ao entrevistado. Além disso, também pode haver a tentativa de levar a entrevista para assuntos mais informais, de forma a ter acesso às variantes realmente utilizadas cotidianamente pelo informante. O pesquisador que se depara com limitações ainda pode contar com estratégias presentes em pesquisas já consagradas, contudo, como cada pesquisa é única, terá de trabalhar com sua criatividade para lidar com os desafios que se apresentam para o alcance de seus objetivos. Freitag (2014, p. 45, grifo do autor), por exemplo, fala de alguns dos problemas enfrentados em uma de suas pesquisas e nas estratégias encontradas quando afirma que Figura 1 - O questionário é um importante instrumento para o trabalho do pesquisador. Fonte: JNT Visual, Shutterstock, 2018. Sociolinguística https://catalogcdns3.ulife.com.br/content-cli/EDU_SOCIOL_20/unidad... 7 of 28 21/08/2022 20:01 Há muitas dificuldades na formação de corpora orais, no entanto, buscou-se minimizar ao máximo os problemas, deixando claros os critérios que nortearam a constituição de amostra. Há limitações pelo fato de os pesquisadores terem se concentrado apenas na entrevista tipo Diálogo entre informante e documentador (DID); esse tipo de entrevista não é muito eficiente na captação de alguns fenômenos, como, por exemplo, a segunda pessoa. No entanto, tentou-se minimizar esse problema realizando, ao final da entrevista, uma pergunta direta ao informante sobre o uso de “tu/você”. Sendo assim, é possível perceber que um pesquisador não nasce pronto, mas é moldado por suas experiências de trabalho, relacionadas ao estudo bibliográfico que envolve seu objeto de pesquisa. Esse estudo, ao longo do tempo, tornará o pesquisador capaz de criar soluções para driblar as muitas dificuldades que venham a aparecer ao longo do trabalho de pesquisa no âmbito da Sociolinguística. Na sequência, veremos mais detalhadamente quanto as três ondas da pesquisa sociolinguística. 4.2 As três ondas da pesquisa sociolinguística Temos visto que os trabalhos em Sociolinguística já existem, de maneira consolidada, há algumas décadas. Nesse sentido, seria difícil supor que eles se realizem seguindo, da mesma forma, uma determinada metodologia ou mantendo sempre os mesmos objetivos. É por meio das diversas formas de analisar o fenômeno estudado e da forma como a metodologia é empregada nessa análise que os estudos sociolinguísticos são vistos por meio das chamas três ondas. Elas não são excludentes, mas, por mais que se desenvolvam simultaneamente, possuem uma cronologia de surgimento. 4.2.1 As duas primeiras ondas Os trabalhos sociolinguísticos, inclusive no Brasil, tendem a privilegiar, tradicionalmente, a implicação de fatores sociais e estruturais em suas análises. Os estudos labovianos, entretanto, apontam, desde o princípio, para formas diferentes Sociolinguística https://catalogcdns3.ulife.com.br/content-cli/EDU_SOCIOL_20/unidad... 8 of 28 21/08/2022 20:01 de se fazer a Sociolinguística. Popularizou-se, por meio do trabalho de Eckert (2012), a tripartição desses estudos, que ficaram conhecidos como “As três ondas da Sociolinguística”. Penélope Eckert é PhD em linguística e atua como professora em Stanford University, na Califórnia. A autora é uma figura importante na Sociolinguística internacional, conhecida por seus trabalhos publicados. Na última década, seus estudos ficaram ainda mais evidentes por conta dos pontos introdutórios sobre as chamadas “três ondas da Sociolinguística”, cujo foco na terceira onda tem levado sua obra a influenciar pesquisas sociolinguísticas voltadas para uma nova concepção de estilo em linguagem. As pesquisas conhecidas como de “primeira onda” são aquelas que representam os mais tradicionais estudos sociolinguísticos. São os estudos de natureza macrossociológica, cujo principal objetivo é identificar padrões regulares de distribuição das variantes por meio de coletas de dados em comunidades estratificadas, em categorias pré-determinadas. Conforme destaca Mendes (2017, p. 106), Os fundamentos dessa maneira de encarar os fatos linguísticos foram lançados por Weinreich, Labov e Herzog (2006[1968]) e organizaram-se em torno da seguinte questão geral: por que, em diferentes línguas, certas mudanças ocorrem (e ocorrem de acordo com determinados padrões),enquanto certos elementos permanecem inalterados? É considerado inaugural, como trabalho de primeira onda, o estudo desenvolvido por Labov (1966) em Nova York, quando o estudioso analisa a estratificação social segundo a qual o /R/ pós-vocálico se realiza. Boa parte dos estudos sociolinguísticos brasileiros se desenvolvem nessa linha, observando fatores sociais e estruturais que condicionam a variação. VOCÊ O CONHECE? Sociolinguística https://catalogcdns3.ulife.com.br/content-cli/EDU_SOCIOL_20/unidad... 9 of 28 21/08/2022 20:01 A chamada segunda onda, por sua vez, é atribuída aos trabalhos que também consideram as comunidades de fala, buscando identificar padrões regulares de distribuição de variantes de maneira quantitativa. Entretanto, essas pesquisas assumem uma perspectiva mais etnográfica, segundo a qual a coleta de dados é feita com base em um envolvimento maior entre pesquisador e a comunidade pesquisada. Isso se faz necessário dada a natureza do trabalho, que não pode ser realizado por meio de uma coleta rápida, sob pena de não identificar os pretendidos dados que revelem o julgamento de pertencimento à comunidade, assim como os demais valores e atitudes voltados à análise do caráter indicial da linguagem. Mendes (2017, p. 165) destaca que Na medida em que trabalhos como este, que Eckert (2012) considera característicos da segunda onda, procuram explicar o emprego de variantes vernaculares, não padrão, na expressão de identidades locais ou de grupo, passa-se a incluir entre os interesses da área a noção de agentividade social, o quer dizer que os empregos de formas variantes por parte do indivíduo falante não são um mero reflexo passivo de sua macrocatecorização social. A cultura é um fator indissociável da língua, funcionando, inclusive, como fator de identidade. O projeto da TVUFG — canal de divulgação científica da Universidade Federal de Goiás — fala exatamente sobre isso no vídeo “Língua, cultura e sociedade”. Nele, podemos perceber sobre as peculiaridades do curso de formação de professores indígenas, oferecido pela universidade. Além disso, são visíveis as marcas de valor identitário imprimidas pelos indígenas na Língua Portuguesa, ao aprenderem o idioma como segunda língua. Você pode acessar o vídeo no link: <https://youtu.be/rtHs4iEy3ZA (https://youtu.be /rtHs4iEy3ZA)>. Esses estudos reconfiguram a visão de estilo, até então considerado, com base no processo de automonitoração da fala com vistas a atingir o padrão ou os usos prestigiosos. Dessa forma, passa a se definir com base em um sentido que considera VOCÊ QUER VER? Sociolinguística https://catalogcdns3.ulife.com.br/content-cli/EDU_SOCIOL_20/unidad... 10 of 28 21/08/2022 20:01 https://youtu.be/rtHs4iEy3ZA https://youtu.be/rtHs4iEy3ZA https://youtu.be/rtHs4iEy3ZA https://youtu.be/rtHs4iEy3ZA https://youtu.be/rtHs4iEy3ZA https://youtu.be/rtHs4iEy3ZA https://youtu.be/rtHs4iEy3ZA https://youtu.be/rtHs4iEy3ZA https://youtu.be/rtHs4iEy3ZA objetivos ligados à diferenciação social, realizando a transposição da visão de estilo para aquela considerada na terceira onda dos estudos sociolinguísticos, conforme veremos a seguir. 4.2.2 A terceira onda Na chamada terceira onda da Sociolinguística, a variação é vista com base na relação entre estilo e seu significado social. A “prática estilística” considera os papéis ou as atividades desempenhadas pelos indivíduos em suas relações sociais. Sendo assim, surge o conceito de comunidade de prática, em que o estilo funciona como fator contributivo na construção do significado social da variação. VOCÊ SABIA? No âmbito dos estudos de terceira onda, a comunidade de prática é entendida como o grupo de pessoas que, independentemente da localização geográfica, compartilha um mesmo interesse, distinguindo-o de pessoas que não fazem parte daquela comunidade. O grupo ainda desenvolve atividades conjuntas, compartilhando informações e se ajudando mutuamente, trocando experiências que exijam tempo e interação para se constituírem. São consideradas comunidades de prática, por exemplo, as comunidades organizadas em mídias virtuais em torno de objetivos determinados, como a compra, a venda ou a troca de pertences, ou seja, a troca de informação entre pessoas interessadas em um mesmo assunto. Com isso, os estudos de terceira onda consideram, em suas análises, as comunidades que são construídas, sobretudo, por meio de posições comuns de seus integrantes. Além disso, as variáveis são empregadas como estilo para a construção de uma persona, que age linguisticamente em função dos interesses localizados naquela comunidade. Sociolinguística https://catalogcdns3.ulife.com.br/content-cli/EDU_SOCIOL_20/unidad... 11 of 28 21/08/2022 20:01 De acordo com Mendes (2017, p. 118, grifos do autor), Em outras palavras, conjuntos de elementos linguísticos correspondem a “tipos sociais” e, nas nossas performances sociolinguísticas particulares, podemos “realizar mais” que tais tipos, atualizando o estilo, com a adição de novos elementos, e potencialmente novas significações, ou podemos “realizar menos”, empregando não todos elementos que simbolicamente correspondem ao tipo social, mas apenas alguns ou até mesmo apenas um de tais elementos. Dessa forma, na intersecção entre uma performance de um falante específico, numa situação interacional específica, e o estilo sobre o qual ele mapeia tal performance, constrói-se uma persona. Figura 2 - As redes sociais são espaços comuns de desenvolvimento de variadas comunidades de prática. Fonte: Rawpixel.com, Shutterstock, 2018. Sociolinguística https://catalogcdns3.ulife.com.br/content-cli/EDU_SOCIOL_20/unidad... 12 of 28 21/08/2022 20:01 Os trabalhos de Eckert (2012) são pioneiros no âmbito dos estudos modernos de terceira onda, mas já há autores brasileiros trabalhando com essa linha de pesquisa. O texto “Bancos de dados sociolinguísticos do Português brasileiro e os estudos de terceira onda: potencialidades e limitações”, de Raquel Meister Ko. Freitag, Marco Antonio Martins e Maria Alice Tavares, é uma ótima opção para se aprofundar no assunto. O texto está disponível no link: <http://www.ceap.br/material/MAT21042014231932.pdf (http://www.ceap.br /material/MAT21042014231932.pdf)>. Em acordo com a perspectiva de Eckert (2012), uma mesma pessoa pode se apresentar conforme suas várias personae, apresentadas em conformidade no menor ou maior número de comunidades de prática em que esteja inserida. Como já dito, é importante destacar que, embora os estudos de terceira onda sejam mais comuns na última década, a segunda e a primeira onda não estão — e nem teriam motivo para isso — superadas, mas se desenvolvem simultaneamente conforme a diversidade de interesses possíveis no âmbito das pesquisas sociolinguísticas. VOCÊ QUER LER? 4.3 A Sociolinguística no ensino de línguas Como já falamos anteriormente, é pungente a necessidade de articular os conhecimentos acadêmicos — sobretudo na área da Sociolinguística — às práticas de sala de aula. Nesse sentido, além de políticas públicas voltadas para a formação do professor pesquisador, muitas são, também, as iniciativas de professores universitários preocupados com essas questões. Eles estão engajados na produção de material teórico que vise a instrumentalizar aquele que já está em sala de aula e se vê diante do desafio que é ensinar a Língua Portuguesa em tempos de renovação paradigmática. Vejamos como essas iniciativas vêm se consolidando. Sociolinguística https://catalogcdns3.ulife.com.br/content-cli/EDU_SOCIOL_20/unidad... 13 of 28 21/08/2022 20:01 http://www.ceap.br/material/MAT21042014231932.pdf http://www.ceap.br/material/MAT21042014231932.pdf http://www.ceap.br/material/MAT21042014231932.pdf http://www.ceap.br/material/MAT21042014231932.pdf http://www.ceap.br/material/MAT21042014231932.pdfhttp://www.ceap.br/material/MAT21042014231932.pdf http://www.ceap.br/material/MAT21042014231932.pdf http://www.ceap.br/material/MAT21042014231932.pdf http://www.ceap.br/material/MAT21042014231932.pdf 4.3.1 Ensino de gramática, variação e ensino: o que já é feito Entre os objetivos gerais da área de Língua Portuguesa no Ensino Fundamental, dispostos nos PCN (1998, p. 33), figura possibilitar ao aluno “[...] conhecer e valorizar as diferentes variedades do Português, procurando combater o preconceito linguístico”. Essa premissa está em consonância com o que têm defendido muitos linguistas, como Lucchesi (2015) e Bortoni-Ricardo (2008), quanto à necessidade de os estudos sociolinguísticos chegarem à educação básica. Aliás, é em meio a essas aspirações que surgem os estudos da chamada Sociolinguística Educacional, área de pesquisa Sociolinguística voltada para a interface entre os estudos da variação e a sala de aula. A professora Stella Maris Bortoni-Ricardo é uma das precursoras da Sociolinguística Educacional no Brasil. Em seu site, além de informações sobre muitas de suas publicações, ela fala um pouco dessa linha de pesquisa no texto “Contribuições da Sociolinguística Educacional para o processo ensino e aprendizagem da linguagem”. O texto está disponível em: <http://www.stellabortoni.com.br/index.php/artigos/707- iootaibuicois-ia-soiiolioguistiia-iiuiaiiooal-paaa-o-paoiisso-iosioo-i-apaioiizagim-ia-lioguagim (http://www.stellabortoni.com.br/index.php/artigos/707-iootaibuicois-ia-soiiolioguistiia-iiuiaiiooal-paaa- o-paoiisso-iosioo-i-apaioiizagim-ia-lioguagim)>. Dessa forma, os estudos da Sociolinguística Educacional estão ancorados na visão da língua como interação, bem como na necessidade de fazer do ensino de língua portuguesa um veículo que possibilite a ampliação das possibilidades do aluno de interagir, em acordo com as convenções linguísticas e sociais, diante dos mais variados gêneros textuais. Bortoni-Ricardo e Rocha (2014, p. 54-55) destacam que A área que chamamos de Sociolinguística Educacional, que se apoia no acervo científico da Sociolinguística Variacionista e Interacional, bem como na etnografia da sala de aula, tem como principal compromisso fornecer subsídios sociolinguísticos para a formação de professores. VOCÊ QUER LER? Sociolinguística https://catalogcdns3.ulife.com.br/content-cli/EDU_SOCIOL_20/unidad... 14 of 28 21/08/2022 20:01 http://www.stellabortoni.com.br/index.php/artigos/707-iootaibuicois-ia-soiiolioguistiia-iiuiaiiooal-paaa-o-paoiisso-iosioo-i-apaioiizagim-ia-lioguagim http://www.stellabortoni.com.br/index.php/artigos/707-iootaibuicois-ia-soiiolioguistiia-iiuiaiiooal-paaa-o-paoiisso-iosioo-i-apaioiizagim-ia-lioguagim http://www.stellabortoni.com.br/index.php/artigos/707-iootaibuicois-ia-soiiolioguistiia-iiuiaiiooal-paaa-o-paoiisso-iosioo-i-apaioiizagim-ia-lioguagim http://www.stellabortoni.com.br/index.php/artigos/707-iootaibuicois-ia-soiiolioguistiia-iiuiaiiooal-paaa-o-paoiisso-iosioo-i-apaioiizagim-ia-lioguagim http://www.stellabortoni.com.br/index.php/artigos/707-iootaibuicois-ia-soiiolioguistiia-iiuiaiiooal-paaa-o-paoiisso-iosioo-i-apaioiizagim-ia-lioguagim http://www.stellabortoni.com.br/index.php/artigos/707-iootaibuicois-ia-soiiolioguistiia-iiuiaiiooal-paaa-o-paoiisso-iosioo-i-apaioiizagim-ia-lioguagim http://www.stellabortoni.com.br/index.php/artigos/707-iootaibuicois-ia-soiiolioguistiia-iiuiaiiooal-paaa-o-paoiisso-iosioo-i-apaioiizagim-ia-lioguagim http://www.stellabortoni.com.br/index.php/artigos/707-iootaibuicois-ia-soiiolioguistiia-iiuiaiiooal-paaa-o-paoiisso-iosioo-i-apaioiizagim-ia-lioguagim http://www.stellabortoni.com.br/index.php/artigos/707-iootaibuicois-ia-soiiolioguistiia-iiuiaiiooal-paaa-o-paoiisso-iosioo-i-apaioiizagim-ia-lioguagim http://www.stellabortoni.com.br/index.php/artigos/707-iootaibuicois-ia-soiiolioguistiia-iiuiaiiooal-paaa-o-paoiisso-iosioo-i-apaioiizagim-ia-lioguagim http://www.stellabortoni.com.br/index.php/artigos/707-iootaibuicois-ia-soiiolioguistiia-iiuiaiiooal-paaa-o-paoiisso-iosioo-i-apaioiizagim-ia-lioguagim http://www.stellabortoni.com.br/index.php/artigos/707-iootaibuicois-ia-soiiolioguistiia-iiuiaiiooal-paaa-o-paoiisso-iosioo-i-apaioiizagim-ia-lioguagim http://www.stellabortoni.com.br/index.php/artigos/707-iootaibuicois-ia-soiiolioguistiia-iiuiaiiooal-paaa-o-paoiisso-iosioo-i-apaioiizagim-ia-lioguagim http://www.stellabortoni.com.br/index.php/artigos/707-iootaibuicois-ia-soiiolioguistiia-iiuiaiiooal-paaa-o-paoiisso-iosioo-i-apaioiizagim-ia-lioguagim Sendo assim, é possível perceber que o trabalho que objetive inserir os estudos sociolinguísticos na sala de aula começa pela formação do professor, que mediará tal processo. Assim, podemos citar iniciativas, a exemplo da publicação de livros como “Ensino de Figura 3 - O professor é mediador entre alunos e estudos sociolinguísticos em sala de aula. Fonte: ESB Professional, Shutterstock, 2018. Sociolinguística https://catalogcdns3.ulife.com.br/content-cli/EDU_SOCIOL_20/unidad... 15 of 28 21/08/2022 20:01 Português e Sociolinguística”, de Martins, Vieira e Tavares (2014); “Contribuições da sociolinguística educacional para o processo ensino e aprendizagem da linguagem”, de Bortoni-Ricardo (2005); “Ensino de gramática: descrição e uso”, de Vieira e Brandão (2014 [2007]), entre outros. Cumpre, entretanto, destacar o trabalho em que Vieira (2017a) propõe a articulação entre reflexão linguística, produção de sentidos e variação. Silvia Rodrigues Vieira é Doutora em Língua Portuguesa e atua como professora associada da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Além de seu trabalho no âmbito do programa de Pós-Graduação em Letras Vernáculas da instituição, ela é responsável pela autoria e organização de inúmeros livros e periódicos, no âmbito nacional e internacional, nos quais divulga suas pesquisas voltadas, principalmente, aos estudos sociolinguísticos e ao ensino de língua portuguesa. Vieira (2017a) objetiva, com seus “três eixos para o ensino de gramática”, sugerir alternativas para o trabalho com o texto que não despreze os estudos sociolinguísticos nem tangencie os estudos de gramática, que, com base em um planejamento bem definido, pode ser realizado de maneira reflexiva, incentivando a criatividade e o protagonismo dos alunos, conforme veremos no próximo subtópico. 4.3.2 Ensino de gramática, variação e ensino: propostas para a sala de aula A proposta dos três eixos para o ensino de gramática surge como resposta ao proposto pelos PCN (1998), segundo o qual o ensino de Língua Portuguesa deve compreender a atividade de análise linguística integrada ao desenvolvimento das habilidades de leitura e produção textual. Essa concepção, aliada ao avanço de estudos da Sociolinguística e da Linguística do texto, vista de maneira apressada, pode dar a entender que não há mais lugar para os estudos de gramática nas aulas de Língua Portuguesa. O que os PCN (1998, p. 18) criticam, entretanto, é “[...] a excessiva valorização da gramática normativa e a insistência nas regras de exceção, VOCÊ O CONHECE? Sociolinguística https://catalogcdns3.ulife.com.br/content-cli/EDU_SOCIOL_20/unidad... 16 of 28 21/08/2022 20:01 com o consequente preconceito quanto as formas de oralidade e as variedades não- padrão”, e não o ensino de gramática em si. Contudo, os equívocos na interpretação dos documentos oficiais que apresentam orientações para o ensino de Língua Portuguesa e das correntes teóricas que o influenciam têm formado um grupo de professores que abandonam o ensino de gramática para trabalhar apenas o texto, sem considerar a influência de fatores linguísticos estruturais na produção de seus sentidos. Por outro lado, também há um grupo de professores que, por discordar do primeiro, insiste no ensino tradicional de gramática nos moldes criticados pelos PCN (1998). Tendo em vista aresolução desse conflito e o atendimento às orientações oficiais, a proposta dos três eixos tem como principais objetivos trabalhar o ensino de gramática: Figura 4 - A teoria e a prática é a origem de muitos conflitos gerados na tentativa de levar orientações oficiais e estudos sociolinguísticos para a sala de aula. Fonte: Markus Mainka, Shutterstock, 2018. Sociolinguística https://catalogcdns3.ulife.com.br/content-cli/EDU_SOCIOL_20/unidad... 17 of 28 21/08/2022 20:01 i) considerando o funcionamento de recursos linguísticos em diferentes níveis (fonético-fonológico, morfológico, sintático, semântico-discursivo); ii) permitindo o acesso às práticas de leitura e de produção de textos orais e escritos, de modo a fazer o aluno reconhecer e utilizar os recursos linguísticos como elementos fundamentais à produção de sentidos; e, ainda, iii) propiciando condições para que o aluno tenha acesso a variedades de prestígio na sociedade, segundo os contínuos de variação (BORTONI-RICARDO, 2005), que configuram uma pluralidade de normas de uso sem desmerecer outras variedades apresentadas pelo aluno e/ou nos diversos materiais usados. (VIEIRA, 2017a, p. 85-86). Essa proposta objetiva articular teorias voltadas para o ensino de língua que tornem possível a presença dos estudos sociolinguísticos em sala de aula, sem que se incorra no equívoco de, para isso, abandonar os estudos de gramática (como atividade reflexiva) ou textuais (voltados para a compreensão textual e produção de sentidos). Conforme Vieira (2017a), os três eixos, embora devam ser trabalhados simultaneamente, não afloram da mesma maneira com todos os fenômenos linguísticos. Nesse sentido, a professora e pesquisadora Chagas (2017) aponta no artigo “Ensino de gramática e múltiplos letramentos: percepções sobre a construção de sentidos sob influência do valor indexical da linguagem e seu impacto no ensino da concordância verbal” propostas para o ensino de concordância verbal, fenômeno no qual o eixo da produção de sentidos poderia ser tangenciada, dentro da perspectiva dos três eixos. O artigo pode ser lido por completo no link: <https://revistas.ufrj.br/index.php/diadorim/article/view/10363 (https://revistas.ufrj.br/index.php /diadorim/article/view/10363)>. Muitas propostas têm sido aplicadas com base nos três eixos, como o foco no ensino da concordância verbal; e demais fenômenos, como o preenchimento do objeto direto, a configuração do futuro e do presente e a indeterminação do sujeito (VIEIRA, 2017b). Embora esses trabalhos sejam voltados para professores da educação básica, VOCÊ QUER LER? Sociolinguística https://catalogcdns3.ulife.com.br/content-cli/EDU_SOCIOL_20/unidad... 18 of 28 21/08/2022 20:01 https://revistas.ufrj.br/index.php/diadorim/article/view/10363 https://revistas.ufrj.br/index.php/diadorim/article/view/10363 https://revistas.ufrj.br/index.php/diadorim/article/view/10363 https://revistas.ufrj.br/index.php/diadorim/article/view/10363 https://revistas.ufrj.br/index.php/diadorim/article/view/10363 https://revistas.ufrj.br/index.php/diadorim/article/view/10363 https://revistas.ufrj.br/index.php/diadorim/article/view/10363 https://revistas.ufrj.br/index.php/diadorim/article/view/10363 https://revistas.ufrj.br/index.php/diadorim/article/view/10363 objetivando contextualizar o ensino da variação em sala de aula, é fato que o principal instrumento utilizado por esses professores é o livro didático. Cumpre, então, pensar na importância do trabalho com a variação de tais instrumentos, de forma que conceitos como norma culta, norma padrão, registro, estigma e prestígio estejam bem definidos. 4.4 Avaliação Sociolinguística de atividades de aprendizagem Você já percebeu que desconsiderar os estudos da variação no ensino de língua portuguesa não implica apenas em negar aos alunos o conhecimento que lhes permite analisar reflexivamente a sua própria língua? A negação desse conhecimento limita suas escolhas, além dos recursos de que dispõem para a produção dos sentidos que almejam. Os estudos da variação, por outro lado, em vez de prenderem os alunos a um padrão — muitas vezes apresentado independentemente das exigências contexto —, evitam que se perca uma rica oportunidade para, por meio da informação e de um ensino crítico, deslegitimar o preconceito linguístico como prática infundada cientificamente que é. No entanto, as obras às quais temos feito referências, que buscam fornecer subsídios e estratégias para essa abordagem, nem sempre chegam aos professores que já estão em sala de aula. Veremos, então, a partir de agora, o lugar de importância que o livro didático ocupa nesse contexto. 4.4.1 O livro didático e o trabalho com a variação É cada vez maior a preocupação das universidades com o ensino de Língua Portuguesa na educação básica, dados os avanços científicos que reconfiguram os objetivos desse ensino. Além disso, muitas obras já têm sido publicadas com vistas ao atendimento dessa demanda. Entretanto, esses trabalhos chegam apenas aos cursos de graduação e pós-graduação, preocupados em preparar o futuro docente para a realidade prática que o espera ou aos professores, que, percebendo que a Sociolinguística https://catalogcdns3.ulife.com.br/content-cli/EDU_SOCIOL_20/unidad... 19 of 28 21/08/2022 20:01 forma tradicional de ensino de Língua Portuguesa já não supre mais as necessidades de suas turmas, busca pela ampliação de sua formação teórica. Nos casos que fujam a essa realidade, resta, como instrumento de trabalho, o livro didático, importante ferramenta para o trabalho do professor. Acrescente-se que esses livros, como ficam à disposição do estudante, constituem-se como uma excelente ferramenta para satisfazer a necessidade daqueles que se mostrem curiosos em relação à realidade de suas próprias línguas. Figura 5 - O livro didático é Sociolinguística https://catalogcdns3.ulife.com.br/content-cli/EDU_SOCIOL_20/unidad... 20 of 28 21/08/2022 20:01 Caso não esteja em conformidade com as demandas atuais da educação básica, contudo, a tendência é que esses livros continuem propagando as ideias difundidas em um ensino tradicional de língua, limitando as possibilidades dos alunos e professores que não tenham outras formas de acesso às teorias linguísticas contemporâneas. Em meio a essa realidade, exerce papel de suma importância o Programa Nacional do Livro e do Material Didático, ou PNLD. VOCÊ SABIA? O PNLD é o programa desenvolvido no âmbito do Ministério da Educação, responsável pela avaliação e distribuição de obras didáticas, literárias e pedagógicas, de forma gratuita, às escolas públicas da educação básica. São beneficiadas pelo PNLD tanto as escolas municipais e estaduais como as escolas federais. Esse programa impacta na educação em todo o território nacional. É importante, nesse contexto, conscientizar professores, funcionários, diretores e todo o corpo escolar quanto a importância e os objetivos do ensino da variação, a fim de que os livros passem a se preocuparem em apresentar não só a heterogeneidade da língua, mas, também, a multiplicidade de formas variantes que compõem essa heterogeneidade, e a igual validade científica dessas variantes, por mais que algumas não desfrutem do mesmo prestígio social que outras. Isso é de suma importância para a formação cidadã dos alunos e para a compreensão sobre a influência que a diversidade observada em nossa sociedade exerce sobre a nossa língua. CASO uma importante ferramenta na divulgação dos estudos sociolinguísticos. Fonte: gvictoria, Shutterstock, 2018. Sociolinguística https://catalogcdns3.ulife.com.br/content-cli/EDU_SOCIOL_20/unidad... 21 of 28 21/08/2022 20:01 Vale destacar, a título de exemplo, a importância do envolvimento dos atoresda educação na popularização dos conhecimentos de natureza sociolinguística na polêmica que envolveu, alguns anos atrás, o livro “Por uma vida melhor”, da coleção “Viver, aprender”, idealizado para o segundo segmento do Ensino Fundamental. Foram várias as matérias publicadas em revistas e jornais, muitas de cunho sensacionalista e pouco abertas à discussão, enxovalhando o livro e o acusando de ensinar aos alunos a “falarem errado”. O profundo preconceito linguístico inserido em nossa sociedade teve destaque na desclassificação midiática sofrida pela obra, acusada de incentivar os estudantes a reproduzirem frases como “os menino pega o peixe”. O que o livro pretendia mostrar, entretanto, era que esses usos já estão presentes em nossa sociedade, e que são tão válidos como dignos de respeito. Isso é muito diferente de prescrever o uso citado. É, na verdade, um exemplo de educação para o respeito, o que auxilia, inclusive, para que os educandos façam tais usos em vez de se calarem na escola por se sentirem discriminados. Dessa forma, eles são encorajados a participarem do debate linguístico e aprenderem a forma prestigiada, sem renegarem sua família, suas origens ou sua identidade. A escola possui um papel fundamental em momentos polêmicos quanto ao esclarecimento da sociedade, da comunidade escolar, dos pais e dos alunos sobre a importância do estudo da variação. Para isso, é necessário que os professores, bem como demais integrantes da equipe pedagógica, estejam bem formados, munidos de informação, para que, em vez de fazer coro ao senso comum, exerça seu papel na formação para a cidadania. Essa realidade é essencial para que os estudos de variação cheguem de fato aos livros didáticos. O que vemos atualmente é que boa parte desses livros apresentam a variação em apenas um capítulo, focando geralmente na apresentação do registro (formal ou informal) e nas variações de natureza diatópica e diastrática, dando pouca importância à pluralidade de normas linguísticas. Assim, quando, de fato, são apresentadas, não raro se confunde norma culta com o que é, na verdade, norma padrão ou norma gramatical. Essa abordagem faz com que os estudantes vejam a variação quase que de forma folclórica, imaginando, por exemplo, que não há variação na norma culta, o que, aliás, reforça o estigma das regras variáveis. 4.4.2 Sociolinguística e ensino: colocando a teoria em prática Com base em nossos estudos sobre a Sociolinguística, é possível considerar que um Sociolinguística https://catalogcdns3.ulife.com.br/content-cli/EDU_SOCIOL_20/unidad... 22 of 28 21/08/2022 20:01 projeto abrangente sobre a variação nos livros didáticos de língua portuguesa constituiria uma apresentação, além da norma gramatical, das regras variáveis em todos os fenômenos linguísticos trabalhados, demonstrando a profunda variação existente no âmbito desses fenômenos. Com isso, os alunos se tornam conscientes das relações de estigma e prestígio que as perpassam, bem como de fatores sociais e estruturais que os influenciam (CHAGAS, 2016). No vídeo “Variação linguística no ensino de português”, publicado no canal da editora Parábola, o professor Marcos Bagno fala sobre seu livro, intitulado “Sete erros aos quatro ventos”. No vídeo em questão, além de apresentar o livro, o autor também responde questões colocadas pelos internautas sobre questões relacionadas à Sociolinguística, ao ensino de Língua Portuguesa e à variação. Você pode acessar o vídeo no link: <https://www.youtube.com/watch?v=WhXsE3HuYkc (https://www.youtube.com /watch?v=WhXsE3HuYkc)>. Bagno (2016) menciona que a troca de conhecimento, ideias e informações entre os professores de uma escola constitui, também, uma importante ferramenta para a melhoria na qualidade de ensino oferecido por eles. Portanto, como linguista em formação e com o apoio em tudo o que você vem aprendendo, formule propostas para o trabalho com o livro didático em sala de aula com foco na variação. VOCÊ QUER VER? Sociolinguística https://catalogcdns3.ulife.com.br/content-cli/EDU_SOCIOL_20/unidad... 23 of 28 21/08/2022 20:01 https://www.youtube.com/watch?v=WhXsE3HuYkc https://www.youtube.com/watch?v=WhXsE3HuYkc https://www.youtube.com/watch?v=WhXsE3HuYkc https://www.youtube.com/watch?v=WhXsE3HuYkc https://www.youtube.com/watch?v=WhXsE3HuYkc https://www.youtube.com/watch?v=WhXsE3HuYkc https://www.youtube.com/watch?v=WhXsE3HuYkc https://www.youtube.com/watch?v=WhXsE3HuYkc https://www.youtube.com/watch?v=WhXsE3HuYkc Como temos visto, há uma diversidade de informações e estratégias à nossa disposição. Pode-se acrescentar, além dos recursos apresentados neste capítulo, o aplicativo “LING: Isso não é uma gramática”, idealizado pelo professor e pesquisador da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Doutor Ricardo Joseh Lima. O aplicativo está disponível para download e permite a pesquisa de diversos fenômenos variáveis em língua portuguesa, com as devidas explicações estruturais e sociais que os acompanham. Cabe, então, a cada um dos docentes que atravessa a porta de uma sala de aula ou que acessa uma plataforma virtual de aprendizagem, lançar mão de sua criatividade para utilizá-la em acordo com o público com o qual estará em contato. Figura 6 - A troca entre os educadores é uma excelente estratégia para a divulgação do conhecimento e para a formação de uma equipe engajada. Fonte: Rawpixel.com, Shutterstock, 2018. Sociolinguística https://catalogcdns3.ulife.com.br/content-cli/EDU_SOCIOL_20/unidad... 24 of 28 21/08/2022 20:01 Síntese Você concluiu os estudos sobre o papel da Sociolinguística no ensino e na pesquisa da língua, destacando sua importância para a popularização dos conhecimentos sobre a diversidade linguística inerente à sociedade brasileira. Com isso, foi possível perceber que a Sociolinguística, como ciência, baseia-se em métodos empíricos para a formulação de suas teorias, reconhecendo a importância de valorizar esses conhecimentos em detrimento de crenças ilegítimas tradicionalmente popularizadas no ensino de Língua Portuguesa. Neste capítulo, você teve a oportunidade de: • aprender a identificar os objetos que a Sociolinguística aborda e os passos da metodologia da pesquisa sociolinguística; • perceber as dificuldades e as limitações da pesquisa sociolinguística; • compreender as características inerentes às três ondas de estudos sociolinguísticos; • avaliar o papel da Sociolinguística na educação; Referências bibliográficas BAGNO, M. Variação linguística no ensino de português. Parábola Editorial, 13 dez. 2016. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=WhXsE3HuYkc (https://www.youtube.com/watch?v=WhXsE3HuYkc)>. Acesso em: 14/01/2018. BORTONI-RICARDO, S. M. Contribuições da sociolinguística educacional para o processo ensino e aprendizagem da linguagem. Disponível em: <http://www.stellabortoni.com.br/index.php/artigos/707-iootaibuicois-ia- soiiolioguistiia-iiuiaiiooal-paaa-o-paoiisso-iosioo-i-apaioiizagim-ia-lioguagim (http://www.stellabortoni.com.br/index.php/artigos/707-iootaibuicois-ia- Sociolinguística https://catalogcdns3.ulife.com.br/content-cli/EDU_SOCIOL_20/unidad... 25 of 28 21/08/2022 20:01 https://www.youtube.com/watch?v=WhXsE3HuYkc https://www.youtube.com/watch?v=WhXsE3HuYkc https://www.youtube.com/watch?v=WhXsE3HuYkc https://www.youtube.com/watch?v=WhXsE3HuYkc https://www.youtube.com/watch?v=WhXsE3HuYkc https://www.youtube.com/watch?v=WhXsE3HuYkc https://www.youtube.com/watch?v=WhXsE3HuYkc https://www.youtube.com/watch?v=WhXsE3HuYkc https://www.youtube.com/watch?v=WhXsE3HuYkc http://www.stellabortoni.com.br/index.php/artigos/707-iootaibuicois-ia-soiiolioguistiia-iiuiaiiooal-paaa-o-paoiisso-iosioo-i-apaioiizagim-ia-lioguagim http://www.stellabortoni.com.br/index.php/artigos/707-iootaibuicois-ia-soiiolioguistiia-iiuiaiiooal-paaa-o-paoiisso-iosioo-i-apaioiizagim-ia-lioguagim http://www.stellabortoni.com.br/index.php/artigos/707-iootaibuicois-ia-soiiolioguistiia-iiuiaiiooal-paaa-o-paoiisso-iosioo-i-apaioiizagim-ia-lioguagimhttp://www.stellabortoni.com.br/index.php/artigos/707-iootaibuicois-ia-soiiolioguistiia-iiuiaiiooal-paaa-o-paoiisso-iosioo-i-apaioiizagim-ia-lioguagim http://www.stellabortoni.com.br/index.php/artigos/707-iootaibuicois-ia-soiiolioguistiia-iiuiaiiooal-paaa-o-paoiisso-iosioo-i-apaioiizagim-ia-lioguagim http://www.stellabortoni.com.br/index.php/artigos/707-iootaibuicois-ia-soiiolioguistiia-iiuiaiiooal-paaa-o-paoiisso-iosioo-i-apaioiizagim-ia-lioguagim http://www.stellabortoni.com.br/index.php/artigos/707-iootaibuicois-ia-soiiolioguistiia-iiuiaiiooal-paaa-o-paoiisso-iosioo-i-apaioiizagim-ia-lioguagim http://www.stellabortoni.com.br/index.php/artigos/707-iootaibuicois-ia-soiiolioguistiia-iiuiaiiooal-paaa-o-paoiisso-iosioo-i-apaioiizagim-ia-lioguagim http://www.stellabortoni.com.br/index.php/artigos/707-iootaibuicois-ia-soiiolioguistiia-iiuiaiiooal-paaa-o-paoiisso-iosioo-i-apaioiizagim-ia-lioguagim http://www.stellabortoni.com.br/index.php/artigos/707-iootaibuicois-ia-soiiolioguistiia-iiuiaiiooal-paaa-o-paoiisso-iosioo-i-apaioiizagim-ia-lioguagim soiiolioguistiia-iiuiaiiooal-paaa-o-paoiisso-iosioo-i-apaioiizagim-ia-lioguagim)>. 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O texto está disponível no link: <https://Ânimabrasil.blackboard.com/webapps/ga-bibliotecaSSO- BBLEARN/homePearson (https://Ânimabrasil.blackboard.com/webapps/ga- bibliotecaSSO-BBLEARN/homePearson)>. CHAGAS, D. S. Ensino de Gramática e Múltiplos Letramentos: Percepções sobre a Construção de Sentidos sob Influência do Valor Indexical da Linguagem e seu Impacto no Ensino da Concordância Verbal. Diadorim, Rio de Janeiro, v. 19, n. 2, p. 209-228, dez. 2017. Disponível em: <https://revistas.ufrj.br/index.php/diadorim /article/view/10363/9891 (https://revistas.ufrj.br/index.php/diadorim/article /view/10363/9891)>. Acesso em: 14/01/2018. ______. Concordância verbal de terceira pessoa: descrição sociolinguística e proposta pedagógica em turmas do ensino fundamental. 2016. Dissertação (Mestrado em Letras) – Faculdade de Letras, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2016. ECKERT, P. Three waves of Variation Study: the emergency of meaning in the study of Variation. 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Para se aprofundar no assunto, o capítulo “Metodologia da pesquisa sociolinguística”, presente no livro “Para conhecer Sociolinguística”, de Coelho et al. (2015), é uma ótima opção de leitura. O texto está disponível no link: <https://Ânimabrasil.blackboard.com/webapps/ga-bibliotecaSSO- BBLEARN/homePearson (https://Ânimabrasil.blackboard.com/webapps/ga- bibliotecaSSO-BBLEARN/homePearson)>. SOUZA, D. da S. de. Estratégias de indeterminação do sujeito: uma proposta pedagógica para o ensino de gramática. 2015. Dissertação (Mestrado em Letras) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2015. A pesquisa sociolinguística possui metodologia própria que vai desde a escolha dos informantes até a análise dos dados. Para se aprofundar no assunto, o capítulo “Metodologia da pesquisa sociolinguística”, presente no livro “Para conhecer Sociolinguística”, de Coelho et al. (2015), é uma ótima opção de leitura. 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