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SOCIOLINGUÍSTICA
CAPÍTULO 4 - QUAL É O PAPEL DA
SOCIOLINGUÍSTICA NO ENSINO E
PESQUISA DA LÍNGUA?
Danieli Silva Chagas
INICIAR
Introdução
Após décadas de pesquisa, muitas foram as hipóteses, as teorias, as metodologias e
os objetos apresentados, refutados ou modificados no âmbito dos estudos
sociolinguísticos. Nesse contexto, a pesquisa sociolinguística moderna seria, então, a
mesma pesquisa sociolinguística que se fazia décadas atrás?
É provável que não, pois, por mais que ainda se tenha — e muito — o
desenvolvimento de pesquisas nos moldes desenvolvidos por Labov e outros
linguistas cujos trabalhos ficaram conhecidos na década de 1960, interfaces têm sido
feitas entre a Sociolinguística e teorias como o funcionalismo, tornando comuns os
estudos atualmente conhecidos como sociofuncionalistas, com ramificações que
passam pelos estudos cognitivistas; e o gerativismo, por meio de pesquisas
realizadas no âmbito da chamada sociolinguística paramétrica. 
Contudo, que relação teriam essas pesquisas com o ensino?
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Após décadas de pesquisas linguística e sociolinguística, muitas foram as
descobertas a respeito da estrutura e do funcionamento das línguas. Esse
conhecimento, então, foi largamente difundido nas universidades. No entanto, a
despeito dos cursos de Letras formarem, essencialmente, professores e
pesquisadores, torna-se cada vez maior o choque que esses alunos egressos levam
ao se depararem com a sala de aula, sobretudo no que diz respeito a escolas públicas
localizadas em regiões periféricas. 
Dessa forma, começa-se a pensar em estratégias para que o ensino da língua
portuguesa, muitas vezes feito de maneira tão mecânica e engessada, possa ser
remodelado de acordo com o desenvolvimento das pesquisas linguísticas
contemporâneas, a fim de se tornar mais produtivo e adequado à realidade
linguística encontrada nas escolas e nos gêneros textuais modernos. 
Mas de que maneira se desenvolvem essas pesquisas e estratégias de ensino na
prática? Essas e outras perguntas serão vistas ao longo deste último capítulo, no qual
serão exploradas as peculiaridades que perpassam a pesquisa sociolinguística e as
importantes contribuições que elas têm trazido para a sala de aula.
Vamos lá?
4.1 Pesquisa sociolinguística
A Sociolinguística como ciência interdisciplinar autônoma surge, a princípio, como
pesquisa, objetivando, sobretudo, o conhecimento das línguas em sua variabilidade
e em sua interação com fatores sociais. Ao longo de seu desenvolvimento,
entretanto, além de uma possível e necessária relação com o ensino, surgem
dificuldades e limitações que se apresentam ao seu escopo de trabalho, as quais vão
sendo superadas ao longo do tempo. 
A partir de agora, veremos o cerne de desenvolvimento dessa área de pesquisa e suas
peculiaridades.
4.1.1 Objeto de estudos e metodologia
Como você já sabe, a Sociolinguística tem como objeto o estudo da língua em uso
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nas mais variadas situações de comunicação, nas quais possa ser atestada sua
heterogeneidade. Conforme Mollica (2008, p. 11),
Cabe à Sociolinguística investigar o grau de estabilidade ou de mutabilidade da
variação, bem como diagnosticar as variáveis que têm efeito positivo ou negativo sobre
a emergência dos usos linguísticos alternativos e prever seu comportamento regular e
sistemático. 
Sendo assim, o empirismo se constitui como base para a pesquisa sociolinguística,
que se baseia, sobretudo, nos dados obtidos por meio desses estudos.
VOCÊ SABIA?
O empirismo consiste em uma teoria epistemológica que surge como conceito na Filosofia,
defendendo que o conhecimento é possível apenas por meio da experiência. Como base da ciência
moderna, ele não reconhece conceitos como a metafísica, valorizando o trabalho por meio da
tentativa e erro, além de considerar a observação do mundo como base para a formulação de
conceitos, em detrimento, por exemplo, da intuição ou da religião.
É com base na pesquisa de natureza empírica que os estudos sociolinguísticos
trabalham com vistas ao conhecimento das línguas. Para isso, entretanto, é
necessário estabelecer uma metodologia, visto que, de acordo com Coelho et al
(2015, p. 100, grifo do autor),
[...] só podemos chegar ao grupo através do contato com os indivíduos — os
informantes que nos fornecerão os dados. Tendo em vista que comunidades de fala, em
geral, são compostas por centenas ou mesmo milhões de indivíduos, não temos outra
opção a não ser coletar os dados referentes ao comportamento linguístico de uma
comunidade apenas a partir de alguns de seus componentes [...].
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Dessa forma, para a materialização da pesquisa sociolinguística, é preciso definir
uma amostra, representada por um grupo de informantes a serem entrevistados. A
seleção desse grupo deve ser representativa dentro da comunidade linguística
pesquisada por meio de uma estratificação, segundo a qual sejam formadas células
sociais, entendidas como “[...] um conjunto de indivíduos agrupados pelas mesmas
características sociais relevantes para a análise de fenômenos de variação e
mudança linguística” (COELHO et al., 2015, p. 100).
Por mais que não seja possível analisar toda uma comunidade linguística, é
recomendável possuir, entre os informantes, células sociais que comportem pelo
menos cinco informantes. No quadro mencionado, por exemplo, são considerados 90
informantes, com células de cinco mulheres com até quatro anos de escolaridade,
possuindo entre 15 e 24 anos; cinco mulheres com cinco a oito anos de escolaridade,
possuindo de 25 a 49 anos; bem como outros grupos em acordo com a pesquisa que
considere as variáveis extralinguísticas “sexo”, “idade” e “escolaridade”.
Quadro 1 - Na distribuição de células, são organizados 90 informantes, em que se consideram as
variáveis “sexo”, “idade” e “escolaridade”. Fonte: COELHO et al., 2015, p. 101.
VOCÊ QUER LER?
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A pesquisa sociolinguística possui metodologia própria que vai desde a escolha dos informantes até a
análise dos dados. Para se aprofundar no assunto, o capítulo “Metodologia da pesquisa sociolinguística”,
presente no livro “Para conhecer Sociolinguística”, de Coelho et al. (2015), é uma ótima opção de leitura. O
texto está disponível no link: <https://Ânimabrasil.blackboard.com/webapps/ga-bibliotecaSSO-BBLEARN
/homePearson (https://Ânimabrasil.blackboard.com/webapps/ga-bibliotecaSSO-BBLEARN
/homePearson)>.
Além de observar tais critérios, a pesquisa sociolinguística deve se definir como
qualitativa ou quantitativa, embora se questione, atualmente, a independência
desses dois critérios no que diz respeito aos estudos sociolinguísticos,
principalmente quanto aos estudos realizados no campo da sociolinguística
educacional (TARALLO, 2007). 
A abordagem quantitativa — importante ferramenta para o levantamento de dados
empíricos — permite a confirmação de hipóteses, em que se realiza uma pesquisa
por meio, sobretudo, da análise percentual da influência das variáveis, diante da
variação em determinados fenômenos linguísticos. Já a abordagem qualitativa está
relacionada, sobretudo, à interpretaçãodos dados obtidos na abordagem
quantitativa, em função de uma determinada realidade. 
Bortoni-Ricardo (2008, p. 10), em seus trabalhos desenvolvidos no âmbito da
sociolinguística educacional, afirma que
[...] a pesquisa em sala de aula insere-se no campo da pesquisa social e pode ser
construída de acordo com um paradigma quantitativo, que deriva do positivismo, ou
com um paradigma qualitativo, que provém da tradição epistemológica conhecida
como interpretativismo.
A autora ainda reforça que a importância de conciliar a pesquisa quantitativa e a
pesquisa qualitativa tem sido perseguida em muitos trabalhos dessa natureza. No
entanto, é comum que alguns desafios se apresentam ao sociolinguista diante de seu
objeto de pesquisa. Veremos na sequência quais são essas limitações.
4.1.2 Dificuldades e limitações
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Por mais objetiva que possa parecer a coleta e a análise de dados, há muitas
dificuldades na concretização da pesquisa sociolinguística. A maioria das que visam
a formação de um corpus oral utilizam para a coleta de dados um gravador, por meio
do qual é registrada a entrevista, que consiste, via de regra, em um diálogo entre o
entrevistador e o informante. 
VOCÊ SABIA?
Em uma pesquisa, chamamos de corpus o conjunto de dados coletados por um pesquisador para a
análise dos fenômenos por ele observados. É comum, em pesquisas sociolinguísticas, que um mesmo
corpus, coletado para a análise de determinado fenômeno linguístico, seja aproveitado por
pesquisadores para a análise de outros fenômenos. Isso acontece, por exemplo, com o corpus do
projeto Norma Urbana Culta (NURC), cujos dados já foram aproveitados para diversas pesquisas
acadêmicas.
Essas dificuldades podem ser encontradas com frequência, como as enfrentadas por
pesquisadores que pretendem estudar fenômenos de natureza fonético-fonológica e
precisam realizar a gravação em locais onde há muito barulho, o que pode prejudicar
a transcrição da realização do falante e, por consequência, a realização da pesquisa
como um todo. Há, também, as dificuldades que perpassam toda a pesquisa
sociolinguística, como o natural monitoramento do informante diante do gravador e
do pesquisador. 
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Nesse contexto, algumas estratégias podem ser utilizadas, como falar sobre assuntos
ligados à família ou que tragam emoção ao entrevistado. Além disso, também pode
haver a tentativa de levar a entrevista para assuntos mais informais, de forma a ter
acesso às variantes realmente utilizadas cotidianamente pelo informante. 
O pesquisador que se depara com limitações ainda pode contar com estratégias
presentes em pesquisas já consagradas, contudo, como cada pesquisa é única, terá
de trabalhar com sua criatividade para lidar com os desafios que se apresentam para
o alcance de seus objetivos. Freitag (2014, p. 45, grifo do autor), por exemplo, fala de
alguns dos problemas enfrentados em uma de suas pesquisas e nas estratégias
encontradas quando afirma que
Figura 1 - O questionário é um importante instrumento para o trabalho do pesquisador. Fonte: JNT
Visual, Shutterstock, 2018.
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Há muitas dificuldades na formação de corpora orais, no entanto, buscou-se minimizar
ao máximo os problemas, deixando claros os critérios que nortearam a constituição de
amostra. Há limitações pelo fato de os pesquisadores terem se concentrado apenas na
entrevista tipo Diálogo entre informante e documentador (DID); esse tipo de entrevista
não é muito eficiente na captação de alguns fenômenos, como, por exemplo, a segunda
pessoa. No entanto, tentou-se minimizar esse problema realizando, ao final da
entrevista, uma pergunta direta ao informante sobre o uso de “tu/você”.
Sendo assim, é possível perceber que um pesquisador não nasce pronto, mas é
moldado por suas experiências de trabalho, relacionadas ao estudo bibliográfico que
envolve seu objeto de pesquisa. Esse estudo, ao longo do tempo, tornará o
pesquisador capaz de criar soluções para driblar as muitas dificuldades que venham
a aparecer ao longo do trabalho de pesquisa no âmbito da Sociolinguística.
Na sequência, veremos mais detalhadamente quanto as três ondas da pesquisa
sociolinguística.
4.2 As três ondas da pesquisa
sociolinguística
Temos visto que os trabalhos em Sociolinguística já existem, de maneira
consolidada, há algumas décadas. Nesse sentido, seria difícil supor que eles se
realizem seguindo, da mesma forma, uma determinada metodologia ou mantendo
sempre os mesmos objetivos. 
É por meio das diversas formas de analisar o fenômeno estudado e da forma como a
metodologia é empregada nessa análise que os estudos sociolinguísticos são vistos
por meio das chamas três ondas. Elas não são excludentes, mas, por mais que se
desenvolvam simultaneamente, possuem uma cronologia de surgimento.
4.2.1 As duas primeiras ondas
Os trabalhos sociolinguísticos, inclusive no Brasil, tendem a privilegiar,
tradicionalmente, a implicação de fatores sociais e estruturais em suas análises. Os
estudos labovianos, entretanto, apontam, desde o princípio, para formas diferentes
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de se fazer a Sociolinguística. Popularizou-se, por meio do trabalho de Eckert (2012),
a tripartição desses estudos, que ficaram conhecidos como “As três ondas da
Sociolinguística”.
Penélope Eckert é PhD em linguística e atua como professora em Stanford University, na Califórnia. A
autora é uma figura importante na Sociolinguística internacional, conhecida por seus trabalhos
publicados. Na última década, seus estudos ficaram ainda mais evidentes por conta dos pontos
introdutórios sobre as chamadas “três ondas da Sociolinguística”, cujo foco na terceira onda tem levado
sua obra a influenciar pesquisas sociolinguísticas voltadas para uma nova concepção de estilo em
linguagem.
As pesquisas conhecidas como de “primeira onda” são aquelas que representam os
mais tradicionais estudos sociolinguísticos. São os estudos de natureza
macrossociológica, cujo principal objetivo é identificar padrões regulares de
distribuição das variantes por meio de coletas de dados em comunidades
estratificadas, em categorias pré-determinadas. Conforme destaca Mendes (2017, p.
106),
Os fundamentos dessa maneira de encarar os fatos linguísticos foram lançados por
Weinreich, Labov e Herzog (2006[1968]) e organizaram-se em torno da seguinte questão
geral: por que, em diferentes línguas, certas mudanças ocorrem (e ocorrem de acordo
com determinados padrões),enquanto certos elementos permanecem inalterados?
É considerado inaugural, como trabalho de primeira onda, o estudo desenvolvido
por Labov (1966) em Nova York, quando o estudioso analisa a estratificação social
segundo a qual o /R/ pós-vocálico se realiza. Boa parte dos estudos sociolinguísticos
brasileiros se desenvolvem nessa linha, observando fatores sociais e estruturais que
condicionam a variação.
VOCÊ O CONHECE?
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A chamada segunda onda, por sua vez, é atribuída aos trabalhos que também
consideram as comunidades de fala, buscando identificar padrões regulares de
distribuição de variantes de maneira quantitativa. Entretanto, essas pesquisas
assumem uma perspectiva mais etnográfica, segundo a qual a coleta de dados é feita
com base em um envolvimento maior entre pesquisador e a comunidade
pesquisada. Isso se faz necessário dada a natureza do trabalho, que não pode ser
realizado por meio de uma coleta rápida, sob pena de não identificar os pretendidos
dados que revelem o julgamento de pertencimento à comunidade, assim como os
demais valores e atitudes voltados à análise do caráter indicial da linguagem. 
Mendes (2017, p. 165) destaca que
Na medida em que trabalhos como este, que Eckert (2012) considera característicos da
segunda onda, procuram explicar o emprego de variantes vernaculares, não padrão, na
expressão de identidades locais ou de grupo, passa-se a incluir entre os interesses da
área a noção de agentividade social, o quer dizer que os empregos de formas variantes
por parte do indivíduo falante não são um mero reflexo passivo de sua
macrocatecorização social. 
A cultura é um fator indissociável da língua, funcionando, inclusive, como fator de identidade. O projeto da
TVUFG — canal de divulgação científica da Universidade Federal de Goiás — fala exatamente sobre isso no
vídeo “Língua, cultura e sociedade”. Nele, podemos perceber sobre as peculiaridades do curso de
formação de professores indígenas, oferecido pela universidade. Além disso, são visíveis as marcas de
valor identitário imprimidas pelos indígenas na Língua Portuguesa, ao aprenderem o idioma como
segunda língua. Você pode acessar o vídeo no link: <https://youtu.be/rtHs4iEy3ZA (https://youtu.be
/rtHs4iEy3ZA)>.
Esses estudos reconfiguram a visão de estilo, até então considerado, com base no
processo de automonitoração da fala com vistas a atingir o padrão ou os usos
prestigiosos. Dessa forma, passa a se definir com base em um sentido que considera
VOCÊ QUER VER?
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https://youtu.be/rtHs4iEy3ZA
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https://youtu.be/rtHs4iEy3ZA
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objetivos ligados à diferenciação social, realizando a transposição da visão de estilo
para aquela considerada na terceira onda dos estudos sociolinguísticos, conforme
veremos a seguir.
4.2.2 A terceira onda
Na chamada terceira onda da Sociolinguística, a variação é vista com base na relação
entre estilo e seu significado social. A “prática estilística” considera os papéis ou as
atividades desempenhadas pelos indivíduos em suas relações sociais. Sendo assim,
surge o conceito de comunidade de prática, em que o estilo funciona como fator
contributivo na construção do significado social da variação.
VOCÊ SABIA?
No âmbito dos estudos de terceira onda, a comunidade de prática é entendida como o grupo de
pessoas que, independentemente da localização geográfica, compartilha um mesmo interesse,
distinguindo-o de pessoas que não fazem parte daquela comunidade. O grupo ainda desenvolve
atividades conjuntas, compartilhando informações e se ajudando mutuamente, trocando
experiências que exijam tempo e interação para se constituírem. São consideradas comunidades de
prática, por exemplo, as comunidades organizadas em mídias virtuais em torno de objetivos
determinados, como a compra, a venda ou a troca de pertences, ou seja, a troca de informação entre
pessoas interessadas em um mesmo assunto.
Com isso, os estudos de terceira onda consideram, em suas análises, as comunidades
que são construídas, sobretudo, por meio de posições comuns de seus integrantes.
Além disso, as variáveis são empregadas como estilo para a construção de uma
persona, que age linguisticamente em função dos interesses localizados naquela
comunidade.
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De acordo com Mendes (2017, p. 118, grifos do autor), 
Em outras palavras, conjuntos de elementos linguísticos correspondem a “tipos
sociais” e, nas nossas performances sociolinguísticas particulares, podemos “realizar
mais” que tais tipos, atualizando o estilo, com a adição de novos elementos, e
potencialmente novas significações, ou podemos “realizar menos”, empregando não
todos elementos que simbolicamente correspondem ao tipo social, mas apenas alguns
ou até mesmo apenas um de tais elementos. Dessa forma, na intersecção entre uma
performance de um falante específico, numa situação interacional específica, e o estilo
sobre o qual ele mapeia tal performance, constrói-se uma persona.
Figura 2 - As redes sociais são espaços comuns de desenvolvimento de variadas comunidades de prática.
Fonte: Rawpixel.com, Shutterstock, 2018.
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Os trabalhos de Eckert (2012) são pioneiros no âmbito dos estudos modernos de terceira onda, mas já há
autores brasileiros trabalhando com essa linha de pesquisa. O texto “Bancos de dados sociolinguísticos do
Português brasileiro e os estudos de terceira onda: potencialidades e limitações”, de Raquel Meister Ko.
Freitag, Marco Antonio Martins e Maria Alice Tavares, é uma ótima opção para se aprofundar no assunto. O
texto está disponível no link: <http://www.ceap.br/material/MAT21042014231932.pdf (http://www.ceap.br
/material/MAT21042014231932.pdf)>.
Em acordo com a perspectiva de Eckert (2012), uma mesma pessoa pode se
apresentar conforme suas várias personae, apresentadas em conformidade no menor
ou maior número de comunidades de prática em que esteja inserida. Como já dito, é
importante destacar que, embora os estudos de terceira onda sejam mais comuns na
última década, a segunda e a primeira onda não estão — e nem teriam motivo para
isso — superadas, mas se desenvolvem simultaneamente conforme a diversidade de
interesses possíveis no âmbito das pesquisas sociolinguísticas.
VOCÊ QUER LER?
4.3 A Sociolinguística no ensino de
línguas
Como já falamos anteriormente, é pungente a necessidade de articular os
conhecimentos acadêmicos — sobretudo na área da Sociolinguística — às práticas de
sala de aula. Nesse sentido, além de políticas públicas voltadas para a formação do
professor pesquisador, muitas são, também, as iniciativas de professores
universitários preocupados com essas questões. Eles estão engajados na produção
de material teórico que vise a instrumentalizar aquele que já está em sala de aula e
se vê diante do desafio que é ensinar a Língua Portuguesa em tempos de renovação
paradigmática. 
Vejamos como essas iniciativas vêm se consolidando.
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http://www.ceap.br/material/MAT21042014231932.pdf
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http://www.ceap.br/material/MAT21042014231932.pdf
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4.3.1 Ensino de gramática, variação e ensino: o que já é feito
Entre os objetivos gerais da área de Língua Portuguesa no Ensino Fundamental,
dispostos nos PCN (1998, p. 33), figura possibilitar ao aluno “[...] conhecer e valorizar
as diferentes variedades do Português, procurando combater o preconceito
linguístico”. Essa premissa está em consonância com o que têm defendido muitos
linguistas, como Lucchesi (2015) e Bortoni-Ricardo (2008), quanto à necessidade de
os estudos sociolinguísticos chegarem à educação básica. Aliás, é em meio a essas
aspirações que surgem os estudos da chamada Sociolinguística Educacional, área de
pesquisa Sociolinguística voltada para a interface entre os estudos da variação e a
sala de aula.
A professora Stella Maris Bortoni-Ricardo é uma das precursoras da Sociolinguística Educacional no Brasil.
Em seu site, além de informações sobre muitas de suas publicações, ela fala um pouco dessa linha de
pesquisa no texto “Contribuições da Sociolinguística Educacional para o processo ensino e aprendizagem
da linguagem”. O texto está disponível em: <http://www.stellabortoni.com.br/index.php/artigos/707-
iootaibuicois-ia-soiiolioguistiia-iiuiaiiooal-paaa-o-paoiisso-iosioo-i-apaioiizagim-ia-lioguagim
(http://www.stellabortoni.com.br/index.php/artigos/707-iootaibuicois-ia-soiiolioguistiia-iiuiaiiooal-paaa-
o-paoiisso-iosioo-i-apaioiizagim-ia-lioguagim)>.
Dessa forma, os estudos da Sociolinguística Educacional estão ancorados na visão da
língua como interação, bem como na necessidade de fazer do ensino de língua
portuguesa um veículo que possibilite a ampliação das possibilidades do aluno de
interagir, em acordo com as convenções linguísticas e sociais, diante dos mais
variados gêneros textuais. Bortoni-Ricardo e Rocha (2014, p. 54-55) destacam que
A área que chamamos de Sociolinguística Educacional, que se apoia no acervo
científico da Sociolinguística Variacionista e Interacional, bem como na etnografia da
sala de aula, tem como principal compromisso fornecer subsídios sociolinguísticos
para a formação de professores.
VOCÊ QUER LER?
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http://www.stellabortoni.com.br/index.php/artigos/707-iootaibuicois-ia-soiiolioguistiia-iiuiaiiooal-paaa-o-paoiisso-iosioo-i-apaioiizagim-ia-lioguagim
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Sendo assim, é possível perceber que o trabalho que objetive inserir os estudos
sociolinguísticos na sala de aula começa pela formação do professor, que mediará tal
processo.
Assim, podemos citar iniciativas, a exemplo da publicação de livros como “Ensino de
Figura 3 - O professor é
mediador entre alunos e estudos sociolinguísticos em sala de aula. Fonte: ESB Professional,
Shutterstock, 2018.
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Português e Sociolinguística”, de Martins, Vieira e Tavares (2014); “Contribuições da
sociolinguística educacional para o processo ensino e aprendizagem da linguagem”,
de Bortoni-Ricardo (2005); “Ensino de gramática: descrição e uso”, de Vieira e
Brandão (2014 [2007]), entre outros. Cumpre, entretanto, destacar o trabalho em que
Vieira (2017a) propõe a articulação entre reflexão linguística, produção de sentidos e
variação.
Silvia Rodrigues Vieira é Doutora em Língua Portuguesa e atua como professora associada da Universidade
Federal do Rio de Janeiro. Além de seu trabalho no âmbito do programa de Pós-Graduação em Letras
Vernáculas da instituição, ela é responsável pela autoria e organização de inúmeros livros e periódicos, no
âmbito nacional e internacional, nos quais divulga suas pesquisas voltadas, principalmente, aos estudos
sociolinguísticos e ao ensino de língua portuguesa.
Vieira (2017a) objetiva, com seus “três eixos para o ensino de gramática”, sugerir
alternativas para o trabalho com o texto que não despreze os estudos
sociolinguísticos nem tangencie os estudos de gramática, que, com base em um
planejamento bem definido, pode ser realizado de maneira reflexiva, incentivando a
criatividade e o protagonismo dos alunos, conforme veremos no próximo subtópico.
4.3.2 Ensino de gramática, variação e ensino: propostas para a sala
de aula
A proposta dos três eixos para o ensino de gramática surge como resposta ao
proposto pelos PCN (1998), segundo o qual o ensino de Língua Portuguesa deve
compreender a atividade de análise linguística integrada ao desenvolvimento das
habilidades de leitura e produção textual. Essa concepção, aliada ao avanço de
estudos da Sociolinguística e da Linguística do texto, vista de maneira apressada,
pode dar a entender que não há mais lugar para os estudos de gramática nas aulas
de Língua Portuguesa. O que os PCN (1998, p. 18) criticam, entretanto, é “[...] a
excessiva valorização da gramática normativa e a insistência nas regras de exceção,
VOCÊ O CONHECE?
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com o consequente preconceito quanto as formas de oralidade e as variedades não-
padrão”, e não o ensino de gramática em si. 
Contudo, os equívocos na interpretação dos documentos oficiais que apresentam
orientações para o ensino de Língua Portuguesa e das correntes teóricas que o
influenciam têm formado um grupo de professores que abandonam o ensino de
gramática para trabalhar apenas o texto, sem considerar a influência de fatores
linguísticos estruturais na produção de seus sentidos. Por outro lado, também há um
grupo de professores que, por discordar do primeiro, insiste no ensino tradicional de
gramática nos moldes criticados pelos PCN (1998).
Tendo em vista aresolução desse conflito e o atendimento às orientações oficiais, a
proposta dos três eixos tem como principais objetivos trabalhar o ensino de
gramática: 
Figura 4 - A teoria e a prática é a origem de muitos conflitos gerados na tentativa de levar orientações
oficiais e estudos sociolinguísticos para a sala de aula. Fonte: Markus Mainka, Shutterstock, 2018.
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i) considerando o funcionamento de recursos linguísticos em diferentes níveis
(fonético-fonológico, morfológico, sintático, semântico-discursivo);
ii) permitindo o acesso às práticas de leitura e de produção de textos orais e escritos, de
modo a fazer o aluno reconhecer e utilizar os recursos linguísticos como elementos
fundamentais à produção de sentidos; e, ainda,
iii) propiciando condições para que o aluno tenha acesso a variedades de prestígio na
sociedade, segundo os contínuos de variação (BORTONI-RICARDO, 2005), que
configuram uma pluralidade de normas de uso sem desmerecer outras variedades
apresentadas pelo aluno e/ou nos diversos materiais usados. (VIEIRA, 2017a, p. 85-86).
Essa proposta objetiva articular teorias voltadas para o ensino de língua que tornem
possível a presença dos estudos sociolinguísticos em sala de aula, sem que se incorra
no equívoco de, para isso, abandonar os estudos de gramática (como atividade
reflexiva) ou textuais (voltados para a compreensão textual e produção de sentidos).
Conforme Vieira (2017a), os três eixos, embora devam ser trabalhados simultaneamente, não afloram da
mesma maneira com todos os fenômenos linguísticos. Nesse sentido, a professora e pesquisadora Chagas
(2017) aponta no artigo “Ensino de gramática e múltiplos letramentos: percepções sobre a construção de
sentidos sob influência do valor indexical da linguagem e seu impacto no ensino da concordância verbal”
propostas para o ensino de concordância verbal, fenômeno no qual o eixo da produção de sentidos
poderia ser tangenciada, dentro da perspectiva dos três eixos. O artigo pode ser lido por completo no link:
<https://revistas.ufrj.br/index.php/diadorim/article/view/10363 (https://revistas.ufrj.br/index.php
/diadorim/article/view/10363)>.
Muitas propostas têm sido aplicadas com base nos três eixos, como o foco no ensino
da concordância verbal; e demais fenômenos, como o preenchimento do objeto
direto, a configuração do futuro e do presente e a indeterminação do sujeito (VIEIRA,
2017b). 
Embora esses trabalhos sejam voltados para professores da educação básica,
VOCÊ QUER LER?
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https://revistas.ufrj.br/index.php/diadorim/article/view/10363
https://revistas.ufrj.br/index.php/diadorim/article/view/10363
https://revistas.ufrj.br/index.php/diadorim/article/view/10363
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objetivando contextualizar o ensino da variação em sala de aula, é fato que o
principal instrumento utilizado por esses professores é o livro didático. Cumpre,
então, pensar na importância do trabalho com a variação de tais instrumentos, de
forma que conceitos como norma culta, norma padrão, registro, estigma e prestígio
estejam bem definidos.
4.4 Avaliação Sociolinguística de
atividades de aprendizagem
Você já percebeu que desconsiderar os estudos da variação no ensino de língua
portuguesa não implica apenas em negar aos alunos o conhecimento que lhes
permite analisar reflexivamente a sua própria língua? A negação desse conhecimento
limita suas escolhas, além dos recursos de que dispõem para a produção dos
sentidos que almejam. 
Os estudos da variação, por outro lado, em vez de prenderem os alunos a um padrão
— muitas vezes apresentado independentemente das exigências contexto —, evitam
que se perca uma rica oportunidade para, por meio da informação e de um ensino
crítico, deslegitimar o preconceito linguístico como prática infundada
cientificamente que é. 
No entanto, as obras às quais temos feito referências, que buscam fornecer subsídios
e estratégias para essa abordagem, nem sempre chegam aos professores que já estão
em sala de aula. Veremos, então, a partir de agora, o lugar de importância que o livro
didático ocupa nesse contexto.
4.4.1 O livro didático e o trabalho com a variação
É cada vez maior a preocupação das universidades com o ensino de Língua
Portuguesa na educação básica, dados os avanços científicos que reconfiguram os
objetivos desse ensino. Além disso, muitas obras já têm sido publicadas com vistas
ao atendimento dessa demanda. Entretanto, esses trabalhos chegam apenas aos
cursos de graduação e pós-graduação, preocupados em preparar o futuro docente
para a realidade prática que o espera ou aos professores, que, percebendo que a
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forma tradicional de ensino de Língua Portuguesa já não supre mais as necessidades
de suas turmas, busca pela ampliação de sua formação teórica. 
Nos casos que fujam a essa realidade, resta, como instrumento de trabalho, o livro
didático, importante ferramenta para o trabalho do professor. Acrescente-se que
esses livros, como ficam à disposição do estudante, constituem-se como uma
excelente ferramenta para satisfazer a necessidade daqueles que se mostrem
curiosos em relação à realidade de suas próprias línguas. 
Figura 5 - O livro didático é
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Caso não esteja em conformidade com as demandas atuais da educação básica,
contudo, a tendência é que esses livros continuem propagando as ideias difundidas
em um ensino tradicional de língua, limitando as possibilidades dos alunos e
professores que não tenham outras formas de acesso às teorias linguísticas
contemporâneas. Em meio a essa realidade, exerce papel de suma importância o
Programa Nacional do Livro e do Material Didático, ou PNLD.
VOCÊ SABIA?
O PNLD é o programa desenvolvido no âmbito do Ministério da Educação, responsável pela avaliação
e distribuição de obras didáticas, literárias e pedagógicas, de forma gratuita, às escolas públicas da
educação básica. São beneficiadas pelo PNLD tanto as escolas municipais e estaduais como as
escolas federais. Esse programa impacta na educação em todo o território nacional.
É importante, nesse contexto, conscientizar professores, funcionários, diretores e
todo o corpo escolar quanto a importância e os objetivos do ensino da variação, a fim
de que os livros passem a se preocuparem em apresentar não só a heterogeneidade
da língua, mas, também, a multiplicidade de formas variantes que compõem essa
heterogeneidade, e a igual validade científica dessas variantes, por mais que
algumas não desfrutem do mesmo prestígio social que outras. Isso é de suma
importância para a formação cidadã dos alunos e para a compreensão sobre a
influência que a diversidade observada em nossa sociedade exerce sobre a nossa
língua.
CASO
uma importante ferramenta na divulgação dos estudos sociolinguísticos. Fonte: gvictoria, Shutterstock,
2018.
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Vale destacar, a título de exemplo, a importância do envolvimento dos atoresda educação na
popularização dos conhecimentos de natureza sociolinguística na polêmica que envolveu, alguns
anos atrás, o livro “Por uma vida melhor”, da coleção “Viver, aprender”, idealizado para o segundo
segmento do Ensino Fundamental.
Foram várias as matérias publicadas em revistas e jornais, muitas de cunho sensacionalista e pouco
abertas à discussão, enxovalhando o livro e o acusando de ensinar aos alunos a “falarem errado”.
O profundo preconceito linguístico inserido em nossa sociedade teve destaque na desclassificação
midiática sofrida pela obra, acusada de incentivar os estudantes a reproduzirem frases como “os
menino pega o peixe”.
O que o livro pretendia mostrar, entretanto, era que esses usos já estão presentes em nossa
sociedade, e que são tão válidos como dignos de respeito. Isso é muito diferente de prescrever o uso
citado. É, na verdade, um exemplo de educação para o respeito, o que auxilia, inclusive, para que os
educandos façam tais usos em vez de se calarem na escola por se sentirem discriminados. Dessa
forma, eles são encorajados a participarem do debate linguístico e aprenderem a forma prestigiada,
sem renegarem sua família, suas origens ou sua identidade. 
A escola possui um papel fundamental em momentos polêmicos quanto ao
esclarecimento da sociedade, da comunidade escolar, dos pais e dos alunos sobre a
importância do estudo da variação. Para isso, é necessário que os professores, bem
como demais integrantes da equipe pedagógica, estejam bem formados, munidos de
informação, para que, em vez de fazer coro ao senso comum, exerça seu papel na
formação para a cidadania. 
Essa realidade é essencial para que os estudos de variação cheguem de fato aos
livros didáticos. O que vemos atualmente é que boa parte desses livros apresentam a
variação em apenas um capítulo, focando geralmente na apresentação do registro
(formal ou informal) e nas variações de natureza diatópica e diastrática, dando pouca
importância à pluralidade de normas linguísticas. Assim, quando, de fato, são
apresentadas, não raro se confunde norma culta com o que é, na verdade, norma
padrão ou norma gramatical. Essa abordagem faz com que os estudantes vejam a
variação quase que de forma folclórica, imaginando, por exemplo, que não há
variação na norma culta, o que, aliás, reforça o estigma das regras variáveis. 
4.4.2 Sociolinguística e ensino: colocando a teoria em prática
Com base em nossos estudos sobre a Sociolinguística, é possível considerar que um
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projeto abrangente sobre a variação nos livros didáticos de língua portuguesa
constituiria uma apresentação, além da norma gramatical, das regras variáveis em
todos os fenômenos linguísticos trabalhados, demonstrando a profunda variação
existente no âmbito desses fenômenos. Com isso, os alunos se tornam conscientes
das relações de estigma e prestígio que as perpassam, bem como de fatores sociais e
estruturais que os influenciam (CHAGAS, 2016).
No vídeo “Variação linguística no ensino de português”, publicado no canal da editora Parábola, o
professor Marcos Bagno fala sobre seu livro, intitulado “Sete erros aos quatro ventos”. No vídeo em
questão, além de apresentar o livro, o autor também responde questões colocadas pelos internautas
sobre questões relacionadas à Sociolinguística, ao ensino de Língua Portuguesa e à variação. Você pode
acessar o vídeo no link: <https://www.youtube.com/watch?v=WhXsE3HuYkc (https://www.youtube.com
/watch?v=WhXsE3HuYkc)>.
Bagno (2016) menciona que a troca de conhecimento, ideias e informações entre os
professores de uma escola constitui, também, uma importante ferramenta para a
melhoria na qualidade de ensino oferecido por eles. Portanto, como linguista em
formação e com o apoio em tudo o que você vem aprendendo, formule propostas
para o trabalho com o livro didático em sala de aula com foco na variação.
VOCÊ QUER VER?
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https://www.youtube.com/watch?v=WhXsE3HuYkc
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Como temos visto, há uma diversidade de informações e estratégias à nossa
disposição. Pode-se acrescentar, além dos recursos apresentados neste capítulo, o
aplicativo “LING: Isso não é uma gramática”, idealizado pelo professor e pesquisador
da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Doutor Ricardo Joseh Lima. O
aplicativo está disponível para download e permite a pesquisa de diversos
fenômenos variáveis em língua portuguesa, com as devidas explicações estruturais e
sociais que os acompanham. 
Cabe, então, a cada um dos docentes que atravessa a porta de uma sala de aula ou
que acessa uma plataforma virtual de aprendizagem, lançar mão de sua criatividade
para utilizá-la em acordo com o público com o qual estará em contato.
Figura 6 - A troca entre os educadores é uma excelente estratégia para a divulgação do conhecimento e
para a formação de uma equipe engajada. Fonte: Rawpixel.com, Shutterstock, 2018.
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Síntese
Você concluiu os estudos sobre o papel da Sociolinguística no ensino e na pesquisa
da língua, destacando sua importância para a popularização dos conhecimentos
sobre a diversidade linguística inerente à sociedade brasileira. Com isso, foi possível
perceber que a Sociolinguística, como ciência, baseia-se em métodos empíricos para
a formulação de suas teorias, reconhecendo a importância de valorizar esses
conhecimentos em detrimento de crenças ilegítimas tradicionalmente popularizadas
no ensino de Língua Portuguesa.
Neste capítulo, você teve a oportunidade de:
• aprender a identificar os objetos que a Sociolinguística aborda e os passos da
metodologia da pesquisa sociolinguística;
• perceber as dificuldades e as limitações da pesquisa sociolinguística;
• compreender as características inerentes às três ondas de estudos
sociolinguísticos;
• avaliar o papel da Sociolinguística na educação;
Referências bibliográficas
BAGNO, M. Variação linguística no ensino de português. Parábola Editorial, 13 dez.
2016. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=WhXsE3HuYkc
(https://www.youtube.com/watch?v=WhXsE3HuYkc)>. Acesso em: 14/01/2018.
BORTONI-RICARDO, S. M. Contribuições da sociolinguística educacional para o
processo ensino e aprendizagem da linguagem. Disponível em:
<http://www.stellabortoni.com.br/index.php/artigos/707-iootaibuicois-ia-
soiiolioguistiia-iiuiaiiooal-paaa-o-paoiisso-iosioo-i-apaioiizagim-ia-lioguagim
(http://www.stellabortoni.com.br/index.php/artigos/707-iootaibuicois-ia-
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https://www.youtube.com/watch?v=WhXsE3HuYkc
https://www.youtube.com/watch?v=WhXsE3HuYkc
https://www.youtube.com/watch?v=WhXsE3HuYkc
https://www.youtube.com/watch?v=WhXsE3HuYkc
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soiiolioguistiia-iiuiaiiooal-paaa-o-paoiisso-iosioo-i-apaioiizagim-ia-lioguagim)>.
Acesso em: 13/01/2018.
______. Nós cheguemu na escola, e agora? Sociolinguística e educação. São Paulo:
Parábola Editorial, 2005.
______. O professor pesquisador: introdução à pesquisa qualitativa. São Paulo:
Parábola, 2008.
BORTONI-RICARDO, S. M.; ROCHA, M. do R. O ensino de português e a variação
linguística em sala de aula. In: MARTINS, M. A.; VIEIRA, S. R.; TAVARES, M. A. (Org.).
Ensino de Português e Sociolinguística. São Paulo: Contexto, 2014.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares Nacionais:
terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: língua portuguesa. Brasília: MEC/SEF,
1998.
A pesquisa sociolinguística possui metodologia própria que vai desde a escolha dos
informantes até a análise dos dados. Para se aprofundar no assunto, o capítulo
“Metodologia da pesquisa sociolinguística”, presente no livro “Para conhecer
Sociolinguística”, de Coelho et al. (2015), é uma ótima opção de leitura. O texto está
disponível no link: <https://Ânimabrasil.blackboard.com/webapps/ga-bibliotecaSSO-
BBLEARN/homePearson (https://Ânimabrasil.blackboard.com/webapps/ga-
bibliotecaSSO-BBLEARN/homePearson)>.
CHAGAS, D. S. Ensino de Gramática e Múltiplos Letramentos: Percepções sobre a
Construção de Sentidos sob Influência do Valor Indexical da Linguagem e seu
Impacto no Ensino da Concordância Verbal. Diadorim, Rio de Janeiro, v. 19, n. 2, p.
209-228, dez. 2017. Disponível em: <https://revistas.ufrj.br/index.php/diadorim
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/view/10363/9891)>. Acesso em: 14/01/2018.
______. Concordância verbal de terceira pessoa: descrição sociolinguística e
proposta pedagógica em turmas do ensino fundamental. 2016. Dissertação
(Mestrado em Letras) – Faculdade de Letras, Universidade Federal do Rio de Janeiro,
Rio de Janeiro, 2016.
ECKERT, P. Three waves of Variation Study: the emergency of meaning in the study of
Variation. The Annual Review of Antropology, 19 jun. 2012. Disponível em:
Sociolinguística https://catalogcdns3.ulife.com.br/content-cli/EDU_SOCIOL_20/unidad...
26 of 28 21/08/2022 20:01
http://www.stellabortoni.com.br/index.php/artigos/707-iootaibuicois-ia-soiiolioguistiia-iiuiaiiooal-paaa-o-paoiisso-iosioo-i-apaioiizagim-ia-lioguagim
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A pesquisa sociolinguística possui metodologia própria que vai desde a escolha dos
informantes até a análise dos dados. Para se aprofundar no assunto, o capítulo
“Metodologia da pesquisa sociolinguística”, presente no livro “Para conhecer
Sociolinguística”, de Coelho et al. (2015), é uma ótima opção de leitura. O texto está
disponível no link: <https://Ânimabrasil.blackboard.com/webapps/ga-bibliotecaSSO-
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Sociolinguística https://catalogcdns3.ulife.com.br/content-cli/EDU_SOCIOL_20/unidad...
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https://web.stanford.edu/~eckert/PDF/ThreeWaves.pdf
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