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AREA DE HOSPITALIDADE E LAZER CURSO TÉCNICO DE HOSPEDAGEM INTEGRADO AO ENSINO MÉDIO EVENTOS NA HOTELARIA Profª Drª Renata Silva Santos Camargo renata.camargo@ifsudestemg.edu.br Barbacena - MG, 2022. 2 1 – CONCEITO O conceito de evento acompanha a história da humanidade tendo, em cada época, um objetivo. Na Antiguidade, os eventos visavam a promoção política. Comemoravam-se vitórias, retorno de tropas, etc. na Idade Média, as grandes festas públicas tinham caráter religioso, onde se afirmava e preservava-se o poder da igreja. E é no Pós-Guerra que os conceitos sobre eventos vêm se afirmar. Foi um período em que homens de negócios se interessaram em buscar meios de divulgar e comercializar seus produtos. Artistas procuravam alternativas para difundir seus trabalhos e atingir mais pessoas. E também os cientistas queriam apresentar e defender suas teses, estendendo assim seus conhecimentos. Foi a partir do Pós Guerra que grupos com interesses comuns começaram a se reunir e novas ideias para que se atingissem mais e mais pessoas foram surgindo. Assim surgiu também a necessidade de pessoas que escolhessem um local, determinassem as regras e formas de montagem, além dos meios de divulgação. Foi aí que se iniciou a atuação do profissional organizador de eventos. A palavra “evento” pode ser simplesmente traduzida por “acontecimento”. A origem do termo vem de “eventual”, “casual”. Assim, de modo simplista pode-se dizer que um evento é qualquer acontecimento que fuja à rotina, sempre programado para reunir um grupo de pessoas. Podemos ainda afirmar: “evento é qualquer acontecimento previamente programado com um objetivo a ser atingido.” (PORTAL DA EDUCAÇÃO, 2011). São outros conceitos: “Evento é um conjunto de ações profissionais desenvolvidas com o objetivo de atingir resultados quantificados e qualificados junto ao público-alvo.” (CANTON, 1997 apud PORTAL DA EDUCAÇÃO, 2011) Evento é “uma ação profissional que envolve pesquisa, planejamento, organização, coordenação, controle e implantação de um projeto, visando atingir o seu público-alvo com medidas concretas e resultados projetados.” (PORTAL DA EDUCAÇÃO, 2011) “Evento é uma concentração ou reunião formal e solene de pessoas e/ou entidades realizada em data e local especial, com objetivo de celebrar acontecimentos importantes e significativos e estabelecer contatos de natureza comercial, cultural, esportiva, social, familiar, religiosa, científica, etc.” (ZANELLA, 2011) 3 2 – CLASSIFICAÇÃO DOS EVENTOS Eventos são classificados segundo os critérios seguintes: Dimensão Data Perfil dos participantes Objetivo 2.1 – DIMENSÃO Quanto à dimensão, os eventos podem ser classificados em: MACRO OU MEGA EVENTO –mais de 1500 participantes Ocupa toda a hotelaria de uma ou várias cidades Mobiliza milhares de pessoas em sua organização e operação Envolve entidades públicas e privadas Exige divulgação em Âmbito internacional São exemplos: Copa do Mundo; Jogos Olímpicos EVENTO DE GRANDE PORTE – entre 500 e 1500 participantes Envolve grande números de participantes Público de milhares de pessoas Utiliza boa parte das ofertas de espaços para realização de eventos de uma localidade Beneficia o turismo e a hotelaria Tem público de interesse geral Governos estaduais e municipais oferecem apoio nas áreas públicas de segurança, transportes e saúde Exemplo: Salão do Automóvel de São Paulo EVENTO DE MÉDIO PORTE – entre 200 e 500 participantes Quase sempre de origem privada Podem atingir grande público Utilizam apenas um centro de eventos para a realização das atividades São exemplos: feiras; exposições; congressos setoriais; formatura EVENTO DE PEQUENO PORTE São a maioria dos eventos no mundo Podem ser de caráter empresarial, público, privado Sempre de um segmento definido Presença reduzida de participantes e público Exemplo: formatura; reuniões de empresas. 4 2.2 – DATA FIXA Eventos que não mudam a data Realizam-se todos os anos no mesmo dia ou com periodicidade definida São exemplos: comemorações cívicas, religiosas, aniversários MÓVEL Eventos que sempre acontecem, mas com data variável, de acordo com os interesses do promotor do evento ou o calendário Exemplo: carnaval ESPORÁDICA Eventos que ocorrem por ocasião de fatos extraordinários Porem são previstos e programados Exemplo: funerais de ex-chefes do Poder Executivo 2.3 – PERFIL DOS PARTICIPANTES GERAL Clientela não definida A clientela é limitada apenas em função da capacidade física do local do evento. Exemplo: shows, desfiles de escolas de samba DIRIGIDO Público que possui afinidade com o tema Público se divide em grupos de interesses diversificados Exemplo: Salão do automóvel; Desfiles de Moda ESPECÍFICO Público claramente definido pelo interesse, identificação ou envolvimento com a área Exemplos: congressos médicos; congressos de turismo 2.4 - OBJETIVOS CIENTÍFICOS: aqueles que se propões a discutir temas bem específicos de cada área de interesse de cientistas e pesquisadores CULTURAIS: mostrar novos artistas, cantores, apresentações diversas. COMERCIAL comercialização de produtos. INSTITUCIONAL: visa criar ou formar o conceito e a imagem de uma empresa, entidade, governo ou pessoa. 5 PROMOCIONAL: objetiva a promoção de um produto ou serviço de uma empresa, governo, entidade, pessoa ou local em apoio ao marketing. Enfim, os fins são mercadológicos A área de interesse dos eventos pode ser classificada assim: ARTÍSTICA: relacionada a qualquer espécie de arte. Música, pintura, literatura, etc. EDUCATIVA: divulgação de didáticas avançadas, cursos e novidades correlatas à educação. POLÍTICA: presente nos eventos relacionados com assuntos das esferas políticas. Associações de classe, partidos políticos, etc. GOVERNAMENTAL: trata das realizações do governo quem qualquer instância ou esfera. EMPRESARIAL: enfoca pesquisas, resultados e realizações das organizações e seus associados. LAZER: objetiva proporcionar entretenimento aos participantes. SOCIAL: relacionada aos eventos de interesse comum à sociedade como um todo: realizações familiares, de grupos de interesses como amigos, visando confraternização entre pessoas ou comemorações especificas DESPORTIVA: qualquer tipo de evento realizado dentro do universo esportivo, em qualquer modalidade. RELIGIOSA: trata de interesses, assuntos e confraternizações religiosas, independente da crença. BENEFICENTE: eventos que refletem programas e ações sociais divulgados e/ou auxiliados em acontecimentos públicos. TURÍSTICA: objetiva a divulgação e promoção de produtos e serviços turísticos. Tem a finalidade de incrementar o turismo em uma localidade. 6 2.5 – ABRANGÊNCIA1 MUNDIAL: evento itinerante com identidade, divulgação, repercussão mundial e participação presencial ou à distância do participante e público final na maioria dos continentes. INTERNACIONAL: evento com identidade, divulgação, repercussão mundial e participação presencial ou à distância do participante e público final de outros países. LATINO-AMERICANO: evento com identidade, divulgação, repercussão mundial e participação presencial ou à distância do participante e público final de países latino-americanos. NACIONAL: evento com identidade, divulgação, repercussão mundial e participação presencial ou à distância do participante e público final de pelo menos duas regiões do país. REGIONAL: evento com identidade, divulgação,repercussão mundial e participação presencial ou à distância do participante e público final de estados da região. ESTADUAL: evento com identidade, divulgação, repercussão mundial e participação presencial ou à distância do participante e público final do estado. MUNICIPAL: evento com identidade, divulgação, repercussão mundial e participação presencial ou à distância do participante e público final da cidade. 1 Fonte: NBR 16004/16 7 3- TIPOS DE EVENTOS Um bom profissional de eventos deve ser capaz de discernir entre os diversos tipos existentes, no intuito de orientar e atender às expectativas de um promotor. A tipologia de eventos está relacionada à característica mais marcante dos mesmos. Nas páginas a seguir, lista-se os eventos mais utilizados e que representam maior movimentação para a infraestrutura turística, segundo o Portal da Educação (2011)2. 3.1 – PROGRAMAS DE VISITAS São eventos destinados a promover visitação, normalmente têm objetivo técnico- científico. FAMTOURS Abreviatura de familiarization tour, que significa viagem de familiarização. Normalmente realizado por agentes de viagens. OPEN DAY Programa de visitação interno à empresas e fábricas com o intuito de apresenta- las a um público de interesse, por meio de uma programação criteriosamente preparada. 3.2 – EXPOSIÇÕES Eventos que destinam a apresentar ou demonstrar in loco ou de forma itinerante, novos equipamentos, produtos, artefatos artísticos, destinações turísticas e serviços. A finalidade é a divulgação, promoção e venda. FEIRA Um dos tipos mais conhecidos de exposição. É uma iniciativa de uma ou mais empresas que se associam para divulgar e promover seus produtos, técnicas e serviços, visando a comercialização. A principal finalidade é a conquista de mercado, isto é, aumento da demanda pelos produtos/serviços em exposição. Uma das características deste tipo de evento é a montagem de mercadorias de modo que as pessoas possam tocá-las, examiná-las e mesmo degustá-las. 2 Frisa-se que todo o tópico Tipos de Eventos foi retirado do material didático do Curso Organização de Eventos do Portal da Educação. 8 Pode ser aberta ao público em geral ou restrita a um público específico. Normalmente é um evento de grande porte, de periodicidade anual ou bienal, com tempo de duração estimado entre dois e até quinze dias. A feira pode ainda ser classificada como: VERTICAL OU SETORIAL: quando se apresenta apenas uma categoria de mercadoria, tecnologia ou serviço. Neste caso, procura-se mostrar todas as fases de produção de um setor. Exemplo: salão do automóvel, onde participam desde fábricas de pneus até revendedores de automóveis. HORIZONTAL: apresenta produtos de diversas categorias, tecnologias e serviços. Neste tipo de feira a principal preocupação é com a última geração do produto para a venda. Exemplo: feira de utilidade doméstica. TÉCNICA: implica alto volume de negócios e, normalmente, não há vendas no local do evento. O que os visitantes buscam é um primeiro contato com os produtos e, havendo interesse, há uma inscrição para que posteriormente sejam contatados. AMOSTRA: onde se realiza pedidos ou encomendas durante o evento e os produtos são entregues posteriormente. Muitas vezes é realizada paralelamente a congressos. ROAD SHOW Um tipo de exposição itinerante, montada sobre rodas (ônibus ou carreta). SHOWCASING Evento parecido com a feira, no entanto, possui a característica de exposição dos produtos em vitrines fechadas. Sendo assim, não há contato direto dos visitantes com os expositores. O contato é realizado por meio de telefones instalados em cabines anexas, diretamente ligadas à central de informação do expositor. O objetivo maior deste tipo de evento é a divulgação, em que a venda é realizada por um sistema de reservas e encomendas. MOSTRA Evento normalmente de pequeno porte e de data móvel, podendo ser itinerante ou não. Exibe produtos, bens públicos e produções artísticas. SALÃO Espaço de exibição pública de produtos e serviços. Destina-se a um público mais ou menos segmentado, onde não se pratica a venda direta, mas somente a promoção, divulgação e informação. Visa criar entre os consumidores uma imagem positiva da instituição ou empresa promotora. Objetiva especialmente uma promoção institucional e, apesar de parecido com a feira, não possui finalidades comerciais imediatas. 9 VERNISSAGE Evento característico de exposição de produção artística. Pode apresentar os trabalhos de um ou mais artistas, sob o mesmo tema ou mesmo temas variados. De data móvel, realizado de acordo com a produção do artista. A origem da palavra vernissage é francesa e vem de um hábito antigo de artistas plásticos, especialmente pintores que, ao terminarem suas obras, passavam uma demão de verniz e chamavam seus amigos para apreciar a obra e degustarem vinho. Um hábito de alguma maneira mantido, pois o vernissage é usualmente acompanhado de coquetel. 3.3 – ENCONTROS TÉCNICOS E CIENTÍFICOS Encontros são eventos muito utilizados no campo das ciências humanas e sociais. o objetivo é a exposição de trabalhos, resultados de estudos, pesquisas e experiências relevantes ao desenvolvimento dessas áreas de conhecimento. CONGRESSO Possui programação centrada em determinada área de conhecimento. Pode ser definido como reunião promovida por entidades associativas, visando debater assuntos que interessem a um determinado segmento profissional. Pode ser de âmbito regional, nacional e internacional. As sessões de trabalho dentro de um congresso são divididas m várias atividades, como mesas-redondas, conferências, simpósios, temas livres, painéis, cursos, etc. CONFERÊNCIA Tipo de reunião que consiste sempre de duas partes, o auditório e o expositor. É apresentado um tema informativo, técnico ou científico, por autoridade amplamente conhecida. O conferencista discorre sobre um assunto previamente conhecido e de seu amplo conhecimento, durante um determinado tempo. Ao final da apresentação, o conferencista responde a questionamentos dos ouvintes. E um tipo de evento que visa um público específico que demonstra familiaridade com o assunto abordado. VÍDEOCONFERÊNCIA Tipo mais moderno de conferência que depende exclusivamente de tecnologias e redes de comunicação, como a internet. A vantagem é que o conferencista não precisa se deslocar para falar sobre sua especialidade e, ao mesmo tempo, interage como se estivesse junto ao público que o escuta. 10 PALESTRA Difere da conferência pela menor formalidade em torno do local de realização, permitindo, por exemplo, que o ministrante se utilize de tribuna, mesa ou mesmo circule livremente entre os ouvintes. Também o público não necessariamente tem familiaridade com o assunto a ser abordado. SIMPÓSIO Evento destinado à divulgação de experiências, pesquisas ou inovações tecnológicas em determinada área profissional para discussão e debate sobre as possibilidades de sua aplicação prática. Evento prático e simples, de pequeno porte e de curta duração, dirigido a público especializado e diretamente interessado no assunto. Tem característica mais liberal que o congresso, permitindo a apresentação de temas de interesse do público em geral. MESA REDONDA Reunião clássica, preparada e conduzida por um coordenador, normalmente denominado mediador, pois atua orientando a discussão para que ela se mantenha sempre em torno do tema principal. Os participantes da mesa redonda são, geralmente, especialistas que apresentam seus pontos de vista sobe o assunto em pauta, sendo-lhes destinado tempo limite para sua exposição.O sucesso de uma mesa redonda depende muito do mediador ou coordenador, pois este tem a missão de conduzir os trabalhos de forma que os objetivos sejam atingidos. PAINEL Se caracteriza pela apresentação, em quadros, de um assunto a ser explanado pelo painelista. É uma forma de reunião limitada a um pequeno grupo de especialistas e possui três etapas: apresentação, discussão e arguição da plateia. FÓRUM Tipo menos técnico de reunião que tem como objetivo conseguir efetiva participação de um público numeroso que deve ser motivado. Muito usado para sensibilização da opinião pública para algum assunto. Deve ser realizado em espaço amplo, com a presença de um coordenador que levante um problema de interesse geral e busque participação da coletividade. CONVENÇÃO Tipo de reunião fechada, promovida por entidades sociais e empresariais. 11 SEMINÁRIO Tem como objetivo a transmissão, atualização, debate, divulgação ou transferência de conhecimentos e técnicas centrados em um tema básico, podendo conter subtemas. DEBATE Discussão entre duas ou mais pessoas, onde cada um defende um ponto de vista. Há sempre a necessidade de um moderador para a coordenação do evento. Pode ser aberto ao público ou transmitido por veículos de mídia. Não há participação da plateia com arguições. CONCLAVE Evento de caráter religioso, no qual são debatidos problemas de ordem moral e ética, ligados à religião, por autoridades do setor. Semelhante a um simpósio ou congresso. CONCÍLIO Reunião de prelados católicos na qual são tratados assuntos dogmáticos, doutrinários ou disciplinares. BRAINSTORMING Encontro que se caracteriza pela utilização de raciocínio livre a respeito do tema. Neste tipo de reunião, grupos de pessoas convenientemente orientadas põem-se a emitir ideias livremente sobre uma questão. A intenção é que ideias iniciais estimulam e favorecem o surgimento de outras ideias ou melhoria das iniciais, de modo que a multiplicação e integração. O resultado é uma quantidade de soluções viáveis. Há uma primeira etapa criativa e uma segunda, avaliativa. Um coordenador designado coleta todas as ideias, faz uma triagem e um exame crítico sobre a viabilidade de execução de cada uma. SEMANA Evento semelhante ao congresso que possui duração de uma semana. Neste evento são apresentados e discutidos assuntos de interesse comum à uma área de atuação. Possui dinâmica variada, conforme os objetivos da entidade promotora. JORNADA Reunião de determinados grupos de profissionais realizada periodicamente com o objetivo de discutir um ou mais assuntos que são usualmente objetos de discussão em congressos. Considerada congresso em miniatura, diferindo desse por se tratar de reuniões de grupos de uma região, em épocas propositadamente não coincidentes. 12 ENTREVISTA COLETIVA Realizada com entrevistados de forte projeção, destinada a um público dirigido: a imprensa. WORKSHOP Reúne um determinado segmento de mercado, em que todos participam ativamente das discussões, após uma apresentação sintetizada do assunto por um coordenador geral. OFICINA Reflete a apresentação e discussão de estudos da área educacional. Relaciona-se a novos produtos e dinâmicas, com o objetivo de disseminar o conhecimento e a prática relativos aos temas enfocados. ASSEMBLEIA Reunião onde participam delegações representantes de grupos, estados, países. A característica principal é a de colocar em debate assuntos de grande interesse de grupos, classes ou regiões. O desenvolvimento dos trabalhos tem como particularidade a colocação das delegações em lugares pré-estabelecidos, sendo as conclusões submetidas à votação, as quais são transformadas em recomendações da assembleia. REUNIÃO DE NEGÓCIOS Objetiva aproximar empresas, fornecedores, vendedores, compradores, em momentos distintos, celebrando convênios e parcerias, indicando políticas de ações ou concluindo negociações. 3.4 – ENCONTROS DE CONVIVÊNCIA Consistem na reunião de pessoas coma finalidade de proporcionar descontração e lazer. Podem estar inseridos ou não em acontecimentos de negócios, encontros acadêmicos e profissionais. SARAU Consiste em uma reunião festiva que ocorre a tarde ou no início da noite, apresentando concertos musicais, serestas, cantos e apresentações solo. COQUETEL Normalmente destinado à homenagens, início ou encerramento de outros eventos maiores, à comemoração de datas ou simples confraternização. 13 Caracteriza-se pela livre circulação das pessoas, favorecendo a integração das mesmas. O serviço inclui bebidas e aperitivos como canapés quentes, frios e salgados. HAPPY HOUR Refere-se ao hábito de encontros sociais em bares ou similares, quando as pessoas tomam drinks e degustam aperitivos, em meio à conversas descontraídas após o turno de trabalho. CHÁ DA TARDE Característico de reuniões de senhoras da sociedade para conversas e pequenas confraternizações. CHÁ DE COZINHA Oferecido à noivas por amigos ou parentes, como uma forma de presenteá-las com artigos e objetos de cozinha que normalmente são simplórios para serem oferecidos como presentes de casamento, mas extremamente necessários na montagem de uma casa. CHÁ DE BEBÊ Para mulheres gestantes a fim de amenizaremos gastos com a vinda do bebê e também para celebrar a nova vida. CHÁ BENEFICENTE Oferecido por senhoras envolvidas com entidades e questões sociais, cuja finalidade é angariar fundos para campanhas humanitárias e beneficentes. ALMOÇO Fato corriqueiro na vida de qualquer pessoa, ganhou o status de evento ao começar a ser utilizado para comemorações e homenagens. A escolha do cardápio e do local irá depender da quantidade de pessoas, da disponibilidade financeira das entidades promotoras e da logística necessária. JANTAR Mais formal que o almoço, utiliza a mesma logística deste. Bastante utilizado em recepções de pessoas e autoridades. BANQUETE Eventos de grande porte, que significa uma refeição suntuosa e solene oferecida a um número elevado de convidados. Realizado em ocasiões festivas ou 14 cerimônias com a finalidade de agrupar pessoas com mesmas crenças religiosas ou políticas. CAFÉ DA MANHÃ Caracteriza-se por encontros profissionais que ocorrem no começo das manhãs e antecedem o horário normal de trabalho. BRUNCH Evento que une o café da manhã com o almoço, por isso seu diferencial está no cardápio que oferece opções de café da manhã e salgados. Normalmente de 10:00h às 14:00h. COFFEE BREAK Terminologia usada para os intervalos de eventos maiores, em que são servidas bebidas e petiscos que variam conforme a ocasião. GUEST COFFEE Parecido com o coffee break, consiste em um lanche ou café da manhã servido antes do início de outros grandes eventos, como congressos, seminários, etc. normalmente oferecido aos palestrantes em uma sala VIP, antes que subam ao palco ou mesa, com a finalidade de relaxamento e revisão de apresentações. 3.5 – CERIMÔNIAS São reuniões de caráter mais solene, com formalidades e cortesias entre pessoas não íntimas. São organizadas conforme cerimonial e protocolo pertinentes. Podem ser de cunho religioso, governamental, social, político e acadêmico. CASAMENTO OU BODAS DE CASAMENTO Cerimônias únicas e que devem ter bastante planejamento. Momentos que merecem muita atenção, pois envolvem sentimentos familiares e conjugais. CERIMÔNIAS FÚNEBRES Eventos em que se prestam homenagens a personalidades e que possuem cerimonial e protocolo específicos. CERIMÔNIA DE POSSE Relaciona-se a quando presidente, governadores, prefeitos, vereadores, funcionários públicos tomam posse em um cargo.15 CERIMÔNIAS ACADÊMICAS FORMATURA: com diversos tamanhos, incorporam a cerimônia pública e oficial de colação de grau. Há eleição de um orador, além de homenagens diversas. Evento conduzido por um mestre de cerimônias. OUTORGA DE TÍTULOS ACADÊMICOS: cerimônia de homenagem em reconhecimento aos serviços prestados à comunidade acadêmica. São exemplos: professor emérito, professor honoris causa e chanceler. Normalmente se oferece uma recepção, consistindo em coquetel ou jantar, em que os convidados participam por adesão, com apresentação de convite. AULA MAGNA OU INAUGURAL: ocorrendo no início do ano letivo, tem a característica de apresentação de uma palestra sobre o curso em questão e o mercado de trabalho. 3.6 – EVENTOS COMPETITIVOS Eventos cujos participantes concorrem a alguma coisa, precisando para isso cumprir etapas. CONCURSO Evento em que não se enfatiza forma física ou talento esportivo. Segue regulamento específico. GINCANA Apresenta características de competição e possui regulamento descritivo de tarefas a serem cumpridas. A essência é a criatividade e o humor. CAMPEONATO Competições de modalidades esportivas. Como uma das mais conhecidas, temos as OLIMPÍADAS, que consiste em um conjunto de campeonatos que envolvem várias modalidades, cada um sujeito a regulamentos próprios. 3.7 – INAUGURAÇÕES Eventos que têm como característica principal a apresentação ao público de novos espaços, instalações ou marco históricos. INAUGURAÇÕES DE ESPAÇOS FÍSICOS: lançamentos de construções INAUGURAÇÕES DE MONUMENTOS HISTÓRICOS: reflete principalmente o resgate de tradições e acontecimentos importantes de uma determinada época. 3.8 – LANÇAMENTOS Representa o ato de lançar algum produto ou serviço em uma determinada localidade. 16 LANÇAMENTO DE PEDRA FUNDAMENTAL Solenidade que marca o início de uma construção de grande porte. É comum, neste tipo de evento, que se depositem em uma urna vários documentos referentes à obra, como jornais da época, objetos de referência da empresa, moedas da época, etc. Após isso, a urna é enterrada e, no local, afixa-se uma placa de identificação, com o intuito de registrar o momento histórico para futuras gerações. LANÇAMENTO DE LIVROS Também conhecido como noite de autógrafos, conta com a participação do autor, que irá redigir uma dedicatória a cada comprador do livro vendido no local. Geralmente os livros têm preço especial no dia do lançamento. LANÇAMENTO DE EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS Normalmente há exibição de uma maquete da construção, em escala reduzida, e o oferecimento de um coquetel. LANÇAMENTO DE PRODUTOS TURÍSTICOS É comum que se recorra a recursos audiovisuais para demonstrar as qualidades e sensibilizar consumidores em potencial. 3.9 – DESFILES DESFILES DE MODA Refletem as tendências ditadas por estilistas e apresentam novas tecnologias em tecidos e acabamentos, acessórios e até maquiagem, com a utilização de modelos que passeiam por uma passarela que permeia a plateia. DESFILE FESTIVO O exemplo mais conhecido no Brasil é o desfile de escolas de samba, em que temas são trabalhados com diferentes abordagens, expressas nas fantasias e carros alegóricos. DESFILE CÍVICO Feito pelas Forças Armadas e também escolas que comemoram datas cívicas. 3.10 – LEILÃO Evento que se caracteriza pela exposição de produtos que têm a finalidade de serem vendidos para quem pagar além do preço inicial. O preço de venda final é determinado pela adesão aos lances oferecidos pelos participantes, a partir de um preço mínimo. Quem oferecer o maior lance, leva o produto. 17 4 - FASES DE UM EVENTO São basicamente três as fases de um evento, independentemente de seu porte: pré- evento, evento e pós-evento. 4.1 – PRÉ-EVENTO Fase em que há a definição do projeto do evento, o planejamento das atividades, além do detalhamento de receitas e despesas esperadas. Também, nesta fase, decide-se sobre fornecedores e profissionais a serem contratados e os controles administrativos e financeiros. Esta é uma fase que exige muito cuidado e atenção. É o momento de detalhes, de todos os tamanhos e formas, de todas as áreas de serviços, recursos e despesas, de todos os aspectos de mercado e de pessoas que envolverão ou serão envolvidas no evento. Para o sucesso do evento, é importante que se tenha cuidado na contratação de fornecedores, pois os mesmos devem ter boa reputação no mercado além de competência técnica e qualidade. Devemos lembrar que todas as contratações devem ser feitas mediante contrato escrito. 4.2 – EVENTO Dia ou período em que o evento é colocado em prática integralmente. Este e um momento em que o instrumento de trabalho mais eficaz é a checagem geral (check list), além de um acompanhamento pelo cronograma de atividades, elaborado anteriormente. Durante o evento, cada comissão de trabalho desempenha sua função nos mínimos detalhes. A checagem feita, inclusive diariamente, para um evento de duração em dias, deve se estender na infraestrutura interna do evento, é importante verificar todos os itens para que não haja falhas: infraestrutura física, equipamentos e mobiliários, material da secretaria, limpeza do local e segurança, alimentos e bebidas, transporte local, programação social, cultural e turística, tradução simultânea, se houver. Além disso, também é essencial a checagem da estrutura externa do evento, que consta de postos de atendimento em hotéis e transporte local, dimensionamento de funcionários, reservas solicitadas. 18 4.3 – PÓS-EVENTO Marcado pelas atividades de encerramento do evento. Tais atividades vão além de uma desmontagem física das estruturas utilizadas para o evento. E um momento de prestar contas para o cliente por meio de relatórios da movimentação financeira, dos resultados esperados e alcançados, além da devolução da sobra de materiais não utilizados. A avaliação é muito importante, pois auxilia na identificação de pontos fortes e fracos do evento como um todo, além do conteúdo técnico e temas abordados, palestrantes, estimar o alcance dos objetivos propostos além de conhecer o perfil dos inscritos e demais componentes do público-alvo definido. No final do evento, ainda é necessário solicitar à assessoria de imprensa a ordenação e arquivos de todos os press releases, anúncios e espaços de mídia, preparar e distribuir o ultimo press release para a imprensa, que tem o objetivo de informar sobre o resultado final alcançado do evento, fazendo avaliação final do trabalho e impacto obtido. 4.3.1 – AVALIAÇÃO E RELATÓRIO DO EVENTO A avaliação de um evento, desde que corretamente aplicada, é a chave para um contínuo aperfeiçoamento e para o prestígio e reputação do evento. A avaliação de um evento pode ser definida como um processo de observação, mensuração e monitoração crítica da implementação do evento a fim de avaliar os resultados de forma precisa. Através da avaliação de um evento tem-se a possibilidade da criação de um perfil que delineia as características básicas e dados estatísticos importantes. Além disso, permite que se apresente um retorno aos parceiros do evento. Allen et al (2003 apud PORTAL DA EDUCAÇÃO, 2011) sugerem que se elabore uma listagem para avaliação do evento, a qual está em anexo a esta apostila. Há também um modelo de questionário de avaliação para eventos, também em anexo. É após uma análise criteriosa das informações provenientes da pesquisa de coleta de dados que se elabora um relatório de avaliação final do evento, o qual é distribuído para todos os parceiros. 19 5 – CERIMONIAL E PROTOCOLO Uma questão muito relevante a um profissional que possa atuar na área é saber diferenciar o que é Cerimonial e o queé Protocolo: Cerimonial: é um conjunto de formalidades específicas de um ato/evento público, dispostas numa ordem sequencial, que envolve a ordem de precedência (protocolo) a ser observada, a utilização de indumentária própria e de elementos simbólicos, bem como o cumprimento de um ritual. “A palavra vem do latim cerimoniale e referia-se a cerimônias religiosas”. (EGOV, 2019) Protocolo: é parte importante do cerimonial e constitui-se do conjunto de normas para conduzir atos oficiais sob as regras da diplomacia, tais como a ordem geral de precedência. Em alguns eventos, principalmente aqueles nos quais estão presentes várias autoridades municipais, estaduais, federais, com mesa solene, o protocolo soluciona as dúvidas de quem deverá ser chamado primeiro, quem deverá ficar ao lado de quem ou quando irá pronunciar-se. A palavra vem do grego protókolon. Era a primeira folha colada nos rolos de papiro, em que se escrevia um resumo do conteúdo do manuscrito. Era também o selo colocado pelos romanos em papéis onde registravam atos públicos. (EGOV, 2019) É possível perceber que os conceitos estão intrinsecamente ligados e que são imprescindíveis no contexto de um evento, seja ele de organizações públicas ou privadas. São instrumentos de comunicação que buscam valorizar ações e gestos, boas relações, enfim, destacar o elemento humano. Seus objetivos básicos são tornar mais fáceis os cumprimentos das regras simples de convívio social entre os diversos públicos de interesse das organizações. O protocolo é considerado a norma, e o cerimonial, a forma. Além disso, é também essencial que se saiba o que é etiqueta, além de ter noções gerais da mesma no vestir, à mesa, profissional e social, afinal, profissionais de eventos e de cerimonial devem saber se comportar nas diferentes ocasiões. 20 Etiqueta: relaciona-se às normas de comportamento social, profissional e familiar. Tem a ver com hábitos e costumes dos povos e determinam como as pessoas se comportarão. Palavra originária do francês étiquette. (EGOV, 2019) 5.1 - PROCEDIMENTOS E AÇÕES É natural que muitas dúvidas surjam na organização do Cerimonial de um evento, como por exemplo: a presença ou não do hino, quantas pessoas vão compor a mesa, quem realmente deve se pronunciar, entre outras. Cabe ressaltar, que o anfitrião “dá a cara ao cerimonial”, ou seja, é ele quem define o modelo de organização desejado, juntamente com o responsável pelo Cerimonial e Protocolo. Ele é responsável por definir a formalidade, a melhor maneira para as pessoas serem recebidas e a sequência adequada da programação para tornar o evento agradável. Claro que este processo, além de bom senso e coerência, deve estar pautado de acordo com as regras do Cerimonial. Nos mais variados tipos de eventos, as instituições seguem procedimentos próprios de cada um. Sempre que possível, pautando-se pelas Normas do Cerimonial Público e da Ordem Geral de Precedência. 5.2 - ORDEM DA SAUDAÇÃO E DOS PRONUNCIAMENTOS Para fazer a saudação de autoridades, a ordem a ser seguida deve ser sempre da mais importante para a menos importante, como por exemplo: Presidência da Câmara de Vereadores / Diretor da Associação X / Representante da entidade Y; Já em relação aos pronunciamentos, a ordem para se chamar é do menos importante para o mais importante, como por exemplo: Representante da entidade Y / Diretor da Associação X / Presidente da Câmara de Vereadores; IMPORTANTE!!! Deve se dar atenção especial à presença dos representantes, pois eles são o testemunho de que a autoridade convidada, mesmo impedida por algum motivo de participar da atividade, interessou-se em prestigiar o evento. Dessa forma, sugere-se citar o 21 representante e, se for o caso, convidá-lo para compor a mesa de honra. Porém, o representante, salvo de autoridade máxima do protocolo, não deve se pronunciar. 5.2.1 - QUANDO CITAR AUTORIDADES PRESENTES Demais autoridades, que não fazem parte da mesa, devem ser citadas logo após a composição desta. No entanto, para não correr o risco de desprestigiar alguém que não se identificou, citar nomes incorretos ou desatualizados, sugere-se citar apenas os órgãos presentes. Dessa forma, destaca-se atenção especial às entidades que participam do evento, de uma forma rápida e sem constrangimento a ninguém. A ordem de citação é da maior para a menor autoridade. A lista de autoridades para citação chama-se nominata, cujo nome significa lista de nomes. (EGOV, 2019). Caso a lista de autoridades a serem citadas for muito grande, pode-se generalizar as citações, agradecendo a presença de todos e separando por setores, como por exemplo: “Registramos a presença das autoridades militares, civis, parlamentares, bem como servidores e sociedade civil” (EGOV, 2019) Exemplo de nominata: Fonte: EGOV, 2019 5.3 - PRECEDÊNCIA O que é precedência? É o que precede ou vai adiante, ou que está antes em uma ordem determinada. Significa quem tem prioridade. Relaciona-se ao conceito de presidir, predominar, de ocupar o primeiro lugar em um grupo de pessoas. 22 Segundo Nelson Speers (apud EGOV, 2019) “a precedência é reconhecer a primazia de uma hierarquia sobre a outra, e tem sido, desde os tempos mais antigos, e em todas as partes, motivo de normas escritas [...]”. A palavra vem do latim praecedere, sentar-se na frente, donde deriva, por contaminação semântica, passar na frente, situar-se antes. (EGOV, 2019) É de fundamental importância que os organizadores do Cerimonial compreendam os princípios que regem a hierarquia das regras de Precedência em seus vários níveis. Para isso, vamos voltar um pouco na história e estudar a origem da Precedência para compreendermos sua importância. 5.3.1 - CRITÉRIOS BÁSICOS Em qualquer solenidade, a pessoa de maior precedência é sempre a última a fazer o uso da palavra. No Estado, o Governador; no Município, o Prefeito; em uma Universidade, o Reitor; em uma organização, o Diretor, etc. Isso significa que os pronunciamentos devem seguir uma escala hierárquica do menos importante para o mais importante, que encerra os discursos. A precedência entre Ministros de Estado é determinada pelo critério histórico de criação do respectivo Ministério. Em uma solenidade, se estiverem dois ou mais Ministros, eles serão colocados na ordem de precedência de seus respectivos Ministérios. A precedência entre os Governadores de Estado e Territórios será seguida, pelo critério de constituição histórica de cada unidade da federação. Em qualquer evento que envolva a presença de autoridades civis, militares, eclesiásticas, a ordem de precedência é válida para a composição de mesas de honra e distribuição de lugares. Em eventos sociais a mulher acompanha a precedência do marido. Isso acontece em alguns casos oficiais, a exemplo de posse de governador. No Brasil é hábito ao iniciar os discursos citar nominalmente as principais autoridades presentes (mesa) o que é feito em ordem decrescente. Isso obriga a citar o homenageado frequentemente em último lugar, com uma ênfase especial. Dessa forma, cumprimenta-se primeiro o presidente da mesa. 23 5.3.2 - PRIMAZIA DA DIREITA Quem ocupa este lugar de honra? Na grande maioria, nas precedências, o lugar de honra é à direita do anfitrião ou no ponto central de referência do lugar. Portanto, quando existe um convidado de honra ou um homenageado, este será colocado à direita do anfitrião ou da máxima autoridade do lugar. Contudo essa regra não vale para todos. Existem países, como a maioria dos países muçulmanos, que usam o lado esquerdo como lugar de honra. O anfitrião pode ser um homem em sua casa, um presidente de uma empresa dentro de sua firma, um embaixador dentrosua embaixada, um reitor dentro da sua universidade, etc. A localização mais importante é a central, chamada de ponto O . A partir desse ponto serão determinadas as precedências, ou seja, que o ponto O não é incluído no ordenamento. Quando o convidado de honra supera, em hierarquia, o anfitrião, este último deve ceder seu lugar e colocar-se à esquerda do seu homenageado. Desse modo, o convidado principal ocupará o centro, mas continuará à direita do anfitrião. No país, a maior precedência é a do Presidente da República. Ele presidirá qualquer cerimônia que comparecer, ocupando o lugar de honra. Não comparecendo o Presidente, o Vice-Presidente presidirá a cerimônia a que comparecer. A sua esquerda, ficará o dono da casa. Nas reuniões privadas, isto é, sem caráter oficial, o lugar central será ocupado pelo verdadeiro anfitrião. 24 5.3.3 - QUEM PRESIDE? A regra geral é que: quem preside é quem organiza, convoca, recebe ou dirige o ato e despede-se dos convidados. As presidências são cedidas: Quando assiste ao ato o Presidente da República; Quando assistem ao ato outros Chefes de Estado e autoridades estrangeiras; Quando a autoridade que organiza o ato está subordinada a outra, que assiste; Voluntariamente, em atos de homenagem a autoridades de igual ou superior hierarquia; Quando quem cede ocupa o segundo lugar na precedência. Se o ordenamento é alternado e o número de pessoas é par, o que cede se colocará à esquerda de quem preside. 5.3.4 PRECEDÊNCIA ENTRE CHEFES DE ESTADO E CHEFES DE GOVERNO O Chefe de Estado é a autoridade suprema de um Estado e representa o país em suas relações com os demais países, e suas atribuições estão limitadas, em geral às funções de índole protocolar. O Chefe de Governo é quem está a cargo do manejo do Poder Executivo, e é quem dirige, em plano nacional, a administração pública. As outras denominações do Chefe de Governo são: Primeiro-ministro. Chefe de Gabinete. Presidente do Conselho de Ministros. Presidente de Governo. Como se aplica a precedência? Entre Chefes de Estado, normalmente, se aplica a ordem alfabética, segundo o nome oficial de cada país, porque todos os Estados têm igual categoria (rango), em virtude do princípio de igualdade jurídica dos Estados. Se a precedência for entre monarquias, pode ser utilizado o sistema baseado na data da coroação; tratando-se de nobreza, a data que se outorgou o título. 25 Chefe de Estado (Rei ou Presidente) sempre terá precedência sobre o Chefe de Governo. Chefes de Governo terão precedência sobre representantes diplomáticos. Ninguém pode se fazer representar naqueles atos aos quais assista o Presidente da República. 5.3.5 PRINCÍPIOS GERAIS Para determinar o lugar em que se deve colocar a pessoa de maior hierarquia que comparece a um ato ou cerimônia. a prática e o uso tradicional levam em conta vários fatores circunstanciais, tais como: Lado - Geralmente, o lado direito é considerado superior ao lado esquerdo, salvo em cerimônias nos templos católicos em que o lugar de honra situa-se à esquerda do Presbitério ou da nave. Distância - A proximidade em relação ao lugar onde se realiza o ato ou cerimônia determina o grau de importância na escala de precedência. Porta de entrada - A localização de costas para a porta da entrada de um salão, onde se realiza um banquete, é considerada inferior à posição de frente para essa entrada. Luz - O lado iluminado, ou que recebe luz natural pela esquerda, é considerado o melhor. Esses fatores variam de acordo com a cerimônia, levando-se em conta se os presentes estão sentados, de pé ou caminhando. 5.3.6 COMPOSIÇÃO DA MESA DE HONRA A designação de lugares é uma decorrência natural da precedência. Conhecida a precedência, torna-se necessário que conheçamos a hierarquia dos lugares que, na mesa de honra, o ideal é, no máximo, entre 7 e 9 pessoas. A mesa principal ou diretiva é formada a partir da pessoa mais importante (dono da casa), com os demais colocados à direita e à esquerda do anfitrião. Importante ressaltar 26 que esse critério de direita e esquerda é relativo ao centro da mesa e não em relação ao auditório. Como foi dito, uma das responsabilidades do anfitrião é pensar no bem estar dos convidados. Isso inclui, dentre outros detalhes, recepcionar e acolher de forma conveniente as autoridades e não permitir uma cerimônia cansativa para os presentes. Acolher as autoridades de forma agradável não significa ter que dar lugar na mesa de honra a todos, tampouco deixar a tribuna livre para pronunciamentos. Pelo contrário, a composição da mesa e os pronunciamentos devem ser definidos com antecedência. 5.3.7 PLANO DA MESA DE HONRA Mesa ímpar: a pessoa mais importante fica no centro. A segunda pessoa mais importante fica a direita da pessoa mais importante. A terceira pessoa mais importante fica a esquerda da mais importante. A distribuição continua nessa ordem. Ou seja, com número ímpar de participantes, a pessoa mais importante (o primeiro da lista de precedência) é o número 1 e depois você distribui a sequência da precedência um para a direita, outro para esquerda: 6 4 2 1 3 5 7 Mesa par: ninguém fica no centro da mesa. É considerado um centro imaginário a partir do qual são colocadas as autoridades. A primeira pessoa mais importante fica à direita do centro imaginário. A segunda à esquerda do centro. A terceira pessoa fica à direita da primeira mais importante. A quarta à esquerda da segunda, e assim por diante, (coloque-se no palco, de frente a plateia, na posição de um palestrante). Ainda, com número par de participantes, idealize um centro imaginário e coloque a pessoa mais importante, o número 1 à direita, e depois você distribui a sequência da precedência da mesma forma, um para cada lado: 5 3 1 2 4 6 27 6 SÍMBOLOS NACIONAIS Em nosso país são quatro os símbolos nacionais: Bandeira Nacional; Hino Nacional; Brasão da República/Armas Nacionais; Selo Nacional. Os símbolos nacionais podem ser definidos como manifestações gráficas e musicais, de importante valor histórico, criadas para transmitir o sentimento de união nacional e mostrar a soberania do país. O uso e a disposição de nossos símbolos nacionais é regulamentado pela Lei nº5700 de 1º de setembro de 1971. Dos quatro símbolos, a Bandeira Nacional e o Hino Nacional são os mais importantes para uma equipe de cerimonial em termos da necessidade de conhecimento do uso de cada um. No entanto, para fins de conhecimento, registra-se: Armas Nacionais: É o escudo usado na frontaria de edifícios oficiais e nos documentos oficiais, segundo Decreto no 80.739, de 14 de novembro de 1977. (EGOV, 2019) Selo Nacional: Foi estabelecido para autenticar os atos do governo e os diplomas e certificados expedidos pelos estabelecimentos de ensino oficial ou reconhecidos. (EGOV, 2019) 28 6.1. BANDEIRA NACIONAL A Bandeira Nacional pode aparecer em todos os eventos oficiais e privados que ocorrem no país e, em todas as apresentações no território nacional, deve ocupar lugar de honra. Assim, é sempre colocada no centro ou à direita do ponto central quando alinhada com outras bandeiras e à direita de tribunas, mesas de reunião ou de trabalho. O essencial é que esteja em lugar destacado e de fácil visualização. As regras quanto à disposição da Bandeira são as seguintes: Em composição com as bandeiras dos Estados brasileiros, a Bandeira Nacional, é colocada ao centro, seguindo a ordem de constituição histórica. Quando o número de bandeiras for par, a Bandeira Nacional ocupa o lugar do centro, à direita seguindo essa mesma ordem. Em relação ao “lugar de honra”, o artigo 31 do Decreto nº 70.274 de 1972 diz que este lugaré: Central ou o mais próximo do centro e à direita deste, quando com outras bandeiras, pavilhões ou estandartes, em linha de mastros, panóplias, escudos ou peças semelhantes. Destacada à frente de outras bandeiras, quando conduzida em formaturas ou desfiles. À direita de tribunais, púlpitos, mesas de reunião ou de trabalho. E no parágrafo único do artigo: Considera-se direita de um dispositivo de bandeira a direita de uma pessoa colocada junto a ele e voltada para a rua, para a plateia ou, de modo geral, para o público que observa o dispositivo. 29 30 Frisa-se ainda os demais aspectos, constantes na Lei 5.700/1971: Pode ser usada: hasteada em mastros ou adriças (edifícios públicos, casa, embarcações, templos); distendida e sem mastro em aviões ou balões. Quando a Bandeira Nacional permanecer hasteada à noite, deve estar sempre iluminada. A Bandeira Nacional pode ser hasteada e arriada a qualquer hora do dia. Sugere- se, no entanto: 8h (hasteamento) e 18h (arriamento). No dia 19 de novembro, quando é comemorado o Dia da Bandeira, ela é hasteada ao meio dia. Quando estiverem sendo hasteadas várias bandeiras, a Bandeira Nacional deve ser a primeira a atingir o topo; e, no arriamento, a última a descer. Quando a Bandeira Nacional for hasteada em eventos, deve ser sempre com a execução do Hino Nacional Brasileiro. A maior autoridade presente no evento deve hasteá-la. Quando o Presidente da República decretar luto nacional, a Bandeira deve ficar a meio mastro. No entanto, ao ser hasteada, ela deve atingir primeiramente o topo e, logo em seguida, ser descida até meio mastro. 6.1.1 – DISPOSIÇÃO DAS BANDEIRAS Os princípios para a colocação de bandeiras de diversas entidades são: 1. As Bandeiras Nacionais são intercaladas à direita e à esquerda da Bandeira Nacional local. 2. As bandeiras dos Estados são colocadas sucessivamente à direita e à esquerda das Estrangeiras, obedecendo ao critério de precedência que lhes corresponde. 3. As bandeiras de Instituições serão postas à direita e à esquerda das Estaduais. 4. As bandeiras das Empresas se situam à direita e à esquerda das institucionais, sendo colocadas por ordem alfabética ou de acordo com o critério para precedências decidido pelas empresas participantes. 31 6.2 – HINO NACIONAL Como Símbolo Nacional, o Hino Nacional tem normativas presentes no Decreto Lei 70.274/1972 e na Lei 5700/71. A execução em sessões cívicas, cerimônias religiosas a que se associe um sentido patriótico e para exprimir regozijo público em ocasiões festivas é facultativa. (Art. 25, § 3º, Lei 5700/1971). No entanto, quando se optar pela execução, esta deve acontecer no início da solenidade, logo após a composição da mesa e a saudação das autoridades. Por ser um símbolo federal, deve ser executado com todo o cuidado. É sempre prudente verificar a qualidade do som reproduzido. É uma indicação de respeito quando todos – público e membros da mesa – voltam- se em direção às bandeiras durante a execução do Hino, mas esta não é uma conduta obrigatória. O Hino poderá ser executado por bandas de música, orquestras sinfônicas, cd´s ou qualquer outra mídia, conforme a ocasião e o bom senso. Na presença de altas autoridades, por exemplo, o ideal é que o Hino seja executado por uma banda, um coral ou uma orquestra. Quanto aos aplausos ao Hino Nacional, não há uma regra. Alguns consideram que o trecho da Lei 5700/71, em seu Art.30 que diz: “[...]durante a execução do Hino Nacional, todos devem tomar atitude de respeito, de pé e em silêncio, os civis do sexo masculino com a cabeça descoberta e os militares em continência, segundo os regulamentos das respectivas corporações”. “Parágrafo único: é vedada qualquer outra forma de saudação” teria sido o motivo das não recomendações para os aplausos ao Hino; outros entendem que ninguém aplaude o que não gosta e, assim, as palmas são também uma forma respeitosa em relação a este Símbolo Nacional. Sendo assim, esta ainda é uma questão em aberto, sem uma legislação pertinente. 32 7 – EQUIPE DE CERIMONIAL Vários são os profissionais que atuam em um trabalho de cerimonial: Mestre de cerimônias: É a pessoa que apresenta o cerimonial, ou seja, quem conduz a cerimônia; Dá o tom ao cerimonial, pela sua postura e atitude; Geralmente é alguém contratado com boa dicção, voz imponente; São atribuições conferidas a este profissional: seguir a pauta traçada; checar as instalações do púlpito; posição das bandeiras; o funcionamento de microfones e materiais audiovisuais; número de cadeiras da mesa diretiva, e administrar as recepcionistas. Também compete a esse profissional, a execução de hinos, presença de autoridades, confirmação de pronunciamentos; ler, cuidadosamente os nomes das autoridades; além de claro, checar todo o roteiro do evento com a comissão responsável. São características importantes a este profissional: Boa voz; Dicção fluente (por meio de uma boa leitura); Boa aparência; Saber elaborar o “Roteiro” e o “Script”; Conhecer as normas básicas da Ordem de Precedência; Ser discreto; Ter calma e tranquilidade; Ser pontual; Ter experiência com o público; Inteirar-se da realidade (evento) que o cerca. E ainda: Saber ouvir as pessoas (clientes, chefes); mostrar conhecimento do assunto do evento; discutir os assuntos do evento; exercitar o bom senso; Impor sem agredir; Ser cortês e diplomático; Vestir-se com elegância; Exercitar (praticar) a boa higiene; Ter paciência com as pessoas envolvidas no evento (autoridades, público, recepcionistas, auxiliares, etc); Realizar seu trabalho com profissionalismo. Um evento pode acontecer com ou sem a presença do mestre de cerimônias; tudo depende da sua abrangência e finalidade. Por exemplo, em eventos pequenos, o próprio anfitrião pode receber os convidados, fazer a saudação inicial e conduzir os pronunciamentos. Contudo, para organização do cerimonial, a presença do mestre de cerimônia é muito relevante. Dificilmente uma solenidade terá o efeito desejado de correção, beleza, harmonia, sequência de roteiro, pauta e tudo mais, se não for conduzida por um competente mestre de 33 cerimônia. Por mais importante que seja a autoridade, uma solenidade será melhor desenvolvida ou conduzida por um Mestre de Cerimônias do que com o gerenciamento partindo da presidência da mesma. Em cerimonial, diz-se que o Mestre de Cerimônias atua como quem trabalha em circo: arma o circo, apresenta o espetáculo, desarma o circo e enrola a lona. Em cerimonial o Mestre de Cerimônia é o primeiro a chegar e o último que se retira. Cerimonialista: É quem estabelece o protocolo, cuida dos detalhes e monta o cenário da solenidade. Recepcionistas: Têm a responsabilidade de encaminhar e orientar corretamente os convidados. Devem estar aptas (os) a fornecer os diversos tipos de informações como: local de telefones, banheiros, programação do evento, etc. Não são um mero objeto decorativo, mas pessoas qualificadas para desempenhar uma função de vital utilidade num evento pequeno ou grande. Contudo, devem ter a apresentação ideal, com o uniforme adequado para cada tipo de evento, além da maquiagem que deve ser discreta e com acessórios discretos, sem exageros. São questões fundamentais para esses profissionais: Boa aparência; Desenvoltura; Elegância; Eficiência; Simpatia; Boa Vontade; Pontualidade; Disciplina; Responsabilidade. Funcionários terceirizados: Dependendo do tipo de evento tem-se uma demanda específica de pessoal. Caberá ao organizador definir os profissionais que serão necessários àquele evento: manobrista, segurança, porteiro, fotógrafo, intérprete, locutor, etc. De modo geral toda a equipe de cerimonial, independente da função deve se atentarpara algumas questões: Não deve se vestir ou se comportar de maneira que as atenções se voltem a ela, mas sim, ao seu trabalho. 34 Deve usar cabelos presos, roupa discreta, social e em tons neutros (geralmente o mais usado é preto) e evitar acessórios da moda ou chamativos. O espírito de colaboração deve predominar entre os que compõem a equipe de trabalho. As boas maneiras devem predominar todas as suas atividades. 8 ROTEIRO E SCRIPT Roteiro: Trata-se de um resumo de todas as fases do evento em tópicos e vai determinar o script. Deve ser claro em sua apresentação, fornecendo todas as informações sobre o evento (horário, intervalos, pronunciamentos e etc.) e deve conter espaços para anotações de última hora entre as linhas. Utilizado pelo chefe do cerimonial para auxiliar os componentes da mesa de honra e os funcionários que trabalham na solenidade Documento menos detalhado do que o script Modelo: Script: Mais detalhado que o roteiro Indicação do que será falado pelo mestre de cerimônias durante o evento Traz informações que auxiliam não só o mestre de cerimônias, mas as autoridades Texto que se destina a ser lido por locutores ou radioatores ou decorado pelos artistas de cinema e televisão 35 Contém além do texto do mestre de cerimônias, os tópicos determinados no roteiro, indicando a ação e o que deve ser falado para concretizar essa ação. Modelo:
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