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Saúde da população negra

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Saúde da po����ção
ne���
O racismo é produto de ordem hierárquica
na sociedade escravocrata e que deu o
tom da formação da nação por quase
quatro séculos.
Brasil: país das Américas que mais
recebeu escravos do tráfico negreiro da
África no período colonial e um dos
últimos a abolir a escravidão.
➔ ‘’Traficamos’’ cerca de 5 milhões
de africanos;
➔ Enquanto os EUA e Canadá
receberam 400 mil.
Mesmo após a abolição (1888) e a
proclamação da República, essa ordem
hierárquica nunca se desmantelou por
completo. Ela se modernizou e se instalou
nas relações sociais da perspectiva de
classes e de raça.
➔ São 131 anos de racismo velado,
estruturado e estruturante.
À herança da escravidão: afeta o modo
como a sociedade se organiza
➔ Racismo conectado a uma
hierarquia estamental. Dividida por
nascimento e não por classes.
Brasil: história feita de heranças e
continuidades
● Isso significa que não existe
mobilidade efetiva entre os grupos.
● Dos 10% mais pobres do país,
70% são negros;
● Dos 10% mais ricos apenas 15%
são negros.
● O racismo se implanta como
instrumento de manutenção das
hierarquias, e se manifesta no
preconceito de cor e na
valorização do branqueamento da
pele.
Relações raciais no Brasil: sob a égide
da eugenia
● Mito da união das 3 raças: branca,
negra e indígena → no sentido que
todos somos iguais por essa
miscigenação.
● Superioridade da raça branca;
● Políticas de caráter eugênico
facilitaram o processo migratório
de populações europeias, com o
objetivo de fortalecer o cidadão
brasileiro.
● Ideia de mistura como solução
para o problema da formação da
nação.
● Para gerar indivíduos ‘’capazes’’
de participar do desenvolvimento
social, econômico, cultural e
político.
● Representação social calcada em
estereótipos racistas: imagem da
população negra negativa,
associada ao primitivismo, à
violência, à preguiça, à falta de
caráter e ética.
Quem sofre racismo enfrenta obstáculos
concretos no acesso à direitos, bens e
serviços (incluindo aqui à saúde).
Reproduzindo dor na vida social como um
todo: baixa autoestima, problemas de
aceitação, problemas no desenvolvimento
do psiquismo.
A população negra apresenta um baixo
IDH e menor renda média e maior taxa
de analfabetismo quando comparadas à
população branca.
Acesso à serviços de saúde
Maior mortalidade infantil em crianças
pardas e negras: sendo por doenças
infecciosas, parasitárias e desnutrição
maior quando comparado a crianças
brancas.
Mortalidade materna: mulheres negras
grávidas morrem mais de eclâmpsia do
que as grávidas.
Violência no Brasil - IPEA
➔ Perfil das vítimas: os homicídios
acometem principalmente os
homens jovens.
➔ De cada 100 pessoas que sofrem
homicídio no Brasil, 71 são negras.
Determinantes sociais de saúde
Os indicadores de saúde cruzados com
características socioeconômicas: relação
entre saúde e seus determinantes sociais
e a organização (acesso) do sistema de
saúde.
Utilidade: instrumentalizar a elaboração
de políticas e programas voltados para o
combate às desigualdades.
Princípios do SUS equidade e
integralidade no acesso.
A boa qualidade de saúde gera condições
para a inserção dos sujeitos nas
diferentes esferas da sociedade e
consolida sua autonomia e cidadania.
A política nacional de saúde integral da
população negra (PNSIPN)
Resposta dos ministérios da saúde as
desigualdades em saúde que acometem
esta população e o reconhecimento de
que as suas condições de vida resultam
de injustos processos sociais, culturais e
econômicos presentes na história do país.
Década 1990: resultado de reivindicações
da Marcha Zumbi dos Palmares, realizada
em novembro de 199, o que resultou na
criação do Grupo de Trabalho
Interministerial para Valorização da
População Negra (GTI) e do Subgrupo
Saúde.
1991: temas abordados sobre saúde da
população negra:
● Introdução do quesito cor nos
sistemas de informação de
mortalidade e de nascidos vivos.
● Elaboração da Resolução CNS nº
196/96, que introduziu, entre
outros, o recorte racial em toda e
qualquer pesquisa envolvendo
seres humanos; e
● Recomendação de implantação de
uma política nacional de atenção
às pessoas com anemia
falciforme.
2003: criação da secretaria especial de
políticas de promoção da igualdade racial
(SEPPIR), pela Lei nº 10.678: órgão de
assessoramento direto da Presidência da
República.
➔ Conquista do Movimento Social
Negro
Função da SEPPIR: monitoramento e
coordenação das políticas de diferentes
ministérios na busca por igualdade e a
proteção dos direitos de indivíduos e
grupos raciais e étnicos.
2007: criação da Política Nacional de
Saúde Integral da População Negra.
2009: Portaria nº 992, de 13 de maio de
2009 - institui a Política Nacional de
Saúde Integral da População Negra.
À
A Política Nacional de Saúde Integral
da População Negra (PNSIPN) - 2013
I – inclusão dos temas Racismo e Saúde
da População Negra nos processos de
formação e educação permanente dos
trabalhadores da saúde e no exercício do
controle social na saúde;
II – ampliação e fortalecimento da
participação do Movimento Social Negro
nas instâncias de controle social das
políticas de saúde, em consonância com
os princípios da gestão participativa do
SUS, adotados no Pacto pela Saúde;
III – incentivo à produção do
conhecimento científico e tecnológico em
saúde da população negra;
IV – promoção do reconhecimento dos
saberes e práticas populares de saúde,
incluindo aqueles preservados pelas
religiões de matrizes africanas;
V – implementação do processo de
monitoramento e avaliação das ações
pertinentes ao combate ao racismo e à
redução das desigualdades étnicoraciais
no campo da saúde nas distintas esferas
de governo;
VI – desenvolvimento de processos de
informação, comunicação e 32 educação,
que desconstruam estigmas e
preconceitos, fortaleçam uma identidade
negra positiva e contribuam para a
redução das vulnerabilidades.
Objetivo Geral: promover a saúde
integral da população negra, priorizando a
redução das desigualdades étnico-raciais,
o combate ao racismo e a discriminação
nas instituições e serviços do SUS.
A Política Nacional de Saúde Integral
da População Negra (PNSIPN) - 2013
Objetivo específicos:
I - Garantir e ampliar o acesso da
população negra em áreas urbanas,
principalmente nas regiões periféricas.
II - Garantir e ampliar o acesso da
população negra do campo e da floresta,
principalmente das populações
quilombolas.
III - Incluir o tema Combate às
Discriminações de Gênero e Orientação
Sexual, com destaque para a saúde da
população negra.
IV - Identificar, combater e prevenir
situações de abuso, exploração e
violência, incluindo assédio no trabalho.
V - melhorar a qualidade dos sistemas de
saúde, por meio da inclusão do quesito
cor em todos os sistemas de coleta de
dados.
VI - Melhorar a qualidade dos sistemas de
informação do SUS no que tange a coleta,
processamento e análise dos dados por
raça, cor e etnia.
VIII - definir e pactuar, junto às três
esferas do governo, indicadores e metas
para a promoção da equidade
étnico-racial na saúde.
IX - reduzir as iniquidades
macrorregionais, regionais, estaduais e
municipais da saúde da população negra.
X - Incluir as demandas específicas da
população negra nos processos de
regulação do sistema de saúde
suplementar.
XI - monitorar e avaliar as mudanças na
cultura institucional, visando a garantia
dos princípios antirracistas e não
discriminatórios.
XII - fomentar a realização de estudos e
pesquisas sobre racismo e saúde da
população negra.
Falhas e dificuldades
● Reconhecimento do problema
como um dos determinantes das
iniquidades no processo
saúde-doença-cuidado e morte.
● Investimentos em ações e
programas específicos de
identificação de práticas
discriminatórias.
● Adoção de mecanismos e
estratégias de não discriminação,
enfrentamento e prevenção do
racismo.
● Informação adequada sobre o
tema.
● Investimentos na formação
específica de profissionais.
● Priorizar e implementar
mecanismos e estratégias de
redução das disparidades e
promoção da equidade.
O racismo se reafirma no dia a dia pela
linguagemcomum, se mantém e se
alimenta pela tradição e pela cultura,
influencia a vida, o funcionamento das
instituições e também as relações entre
as pessoas; é condição histórica e traz
consigo o preconceito e a discriminação,
afetando a população negra de todas as
camadas sociais, residente na área
urbana ou rural e, de forma dupla, as
mulheres negras, também vitimadas pelo
machismo e pelos preconceitos de
gênero, o que agrava as vulnerabilidades
a que está exposto este segmento.
Racismo institucional
Constitui-se na produção sistemática da
segregação étnico-racial, nos processos
institucionais.
Manifesta-se por meio de normas,
práticas e comportamentos
discriminatórios adotados no cotidiano de
trabalho, resultantes de ignorância, falta
de atenção, preconceitos ou estereótipos
racistas.
Em qualquer caso, sempre coloca
pessoas de grupos raciais ou étnicos
discriminados em situação de
desvantagem no acesso a benefícios
produzidos pela ação das instituições.
Grande parte das causas de doenças e
desigualdades em saúde derivam,
principalmente, de fatores como:
● Condições em que a pessoa
nasce;
● Trajetórias familiares e individuais;
● Desigualdades de raça, etnia, sexo
e idade;
● Local e condições de vida e
moradia;
● Condições de trabalho, emprego e
renda;
● Acesso a informação aos bens e
serviços potencialmente
disponíveis.
Políticas de Ações afirmativas
Ações afirmativas são políticas focais que
alocam recursos em benefício de pessoas
pertencentes a grupos discriminados e
vitimados pela exclusão socioeconômica
no passado ou no presente.
Trata-se de medidas que têm como
objetivo combater discriminações étnicas,
raciais, religiosas e de gênero.
Aumentando a participação de minorias
no processo político, no acesso à
educação, saúde, emprego, bens
materiais, redes de proteção social e/ou
no reconhecimento cultural.
Atos ou medidas especiais e temporárias,
tomadas ou determinadas pelo Estado,
com os objetivos de:
● Eliminar desigualdades
acumuladas;
● Garantir a igualdade de
oportunidades e tratamento.
● Compensar perdas provocadas
pela discriminação e
marginalização decorrentes de
motivos raciais, étnicos, religiosos,
de gênero e outros.

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