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Execução civele fluxo grama

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Caro aluno, 
Seja bem vindo, 
Nesta nossa disciplina trataremos do PROCESSO DE EXECUÇÃO no Direito Processual Civil com o objetivo de lhe 
trazer um panorama da execução e do cumprimento de sentença no direito brasileiro, e é nossa expectativa que você 
aprenda bastante. 
Considerando-se que será você quem administrará seu próprio tempo, nossa sugestão é que você dedique ao menos 
2 (duas) horas por semana para esta disciplina, estudando os textos sugeridos e realizando os exercícios de auto-
avaliação. Uma boa forma de fazer isso é já ir planejando o que estudar, semana a semana. 
Para facilitar seu trabalho, apresentamos na tabela abaixo, os assuntos que deverão ser estudados e, para cada 
assunto, a leitura fundamental exigida e a leitura complementar sugerida. 
No mínimo você deverá buscar entender bastante bem o conteúdo da leitura fundamental, só que essa compreensão 
será maior, se você acompanhar, também a leitura complementar. 
Você mesmo perceberá isso, ao longo dos estudos. 
 
a). Conteúdos e leituras sugeridas: 
 
Assuntos/ Módulos Leitura fundamental sugerida Leitura complementar 
sugerida 
1 – Teoria Geral da Execução 
Civil (parte I e II) 
Livro texto: p.1 a 90. Livro recomendado: p.867 a 
937 
2 – Execução definitiva e 
provisória e Requisitos e 
Elementos da Execução 
(parte I) 
Livro texto: p.37 a 71. Livro recomendado: p. 649 a 
651 e 893 a 895. 
3 – Requisitos e Elementos 
da Execução (parte II) e 
Liquidação de Sentença 
Livro texto: p.91 a 104. Livro recomendado: p.633 a 
641 
4 – Execução por quantia 
certa contra devedor 
solvente (partes I e II) 
Livro texto: p.176 a 201. Livro recomendado: p.949 a 
1019 
5 – Execução contra devedor 
insolvente e Execução para 
Entrega de Coisa Certa e 
Incerta 
Livro texto: p.209 a 211 e 
118 a 120. 
Livro recomendado: p.940 a 
944 e 1033 a 1043 
6 – Execução de Obrigação 
de Fazer e não Fazer (parte I 
e II) 
Livro texto: p.121 a 125 Livro recomendado: p.945 a 
947 
7 – Execução de Alimentos e 
Execução contra Fazenda 
Pública 
Livro texto: p.202 a 209 Livro recomendado: p.1021 
a 1027 
8 – Embargos do Devedor 
(parte I e II) 
Livro texto: p. 158 a 174 Livro recomendado: p.1056 
a 1083 
 
b). Avaliações 
 
Como é de seu conhecimento, você estará obrigado a realizar uma série de avaliações, cabendo a você tomar 
conhecimento do calendário dessas avaliações e da marcação das datas das suas provas, dentro dos períodos 
especificados. 
Por outro lado é importante destacar que uma das formas de você se preparar para as avaliações é realizando os 
exercícios de auto-avaliação, disponibilizados para você neste sistema de disciplinas on-line. 
O que tem de ficar claro é que as avaliações não serão repetições dos exercícios disponibilizados. 
 
Para sua orientação, informamos na tabela a seguir os assuntos que serão requeridos em cada uma das avaliações às 
quais você estará sujeito: 
Avaliações Assuntos/Módulos Exercícios 
B1 Módulos de 1 a 4 on line 
B2 Módulos de 5 a 8 on line 
Substitutiva Toda a matéria Todos on line 
Exame Toda a matéria Todos on line 
 
c). Referência bibliográfica: 
Leitura fundamental sugerida: 
GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Novo Curso de Direito Processual. 6ª. Ed. São Paulo: Saraiva, 2010. v. 3. 
Leitura complementar sugerida: 
DONIZETTI, Elpídio. Curso Didático de Direito Processual Civil. 15ª ed. São Paulo: Atlas, 2011. 
 
 Livro com pratica processual: 
MELO, Nehemias Domingos de. Manual de Prática Jurídica Civil - Para Graduação e 
Exame da Oab, 3a. ed. São Paulo: Atlas, 2012. 
TEORIA GERAL DA EXECUÇÃO CIVIL 
PARTE I 
 
(1) EXECUÇÃO FORÇADA: 
 
 
Conhecimento e execução são atividades jurisdicionais complementares na medida em que 
quando ocorre uma violação a ordem jurídica, esta precisa ser reconhecida para que gere a respectiva sanção, que é a 
resposta oficial para a violação da norma. 
 Oferecida a resposta oficial à violação da norma, recusando-se o infrator a respeitar o comando 
judicial, não haverá outra alternativa, senão a execução forçada. 
A execução forçada é a atividade estatal que sucede a atividade de cognição, pois para que o 
Estado faça o uso da força em prol do cumprimento da obrigação, é imprescindível que exista a certeza do direito do 
credor, ou ao menos a aparência deste direito, quer atestada por um processo de conhecimento anterior (títulos judiciais 
elencados junto ao artigo 475-N do Código de Processo Civil), quer porque estribada em um instrumento ao qual a lei 
conferiu a qualidade de título, embora ainda não submetidos ao crivo judicial (títulos extrajudiciais elencados junto ao 
artigo 585, do Código de Processo Civil). 
 Em face dessa “certeza” previamente existente a execução não é um processo contraditório, 
e não estabelece, a princípio, a discussão sobre o direito das partes, sendo o réu na ação de execução de título 
extrajudicial, citado para pagar e não para se defender. 
 Não obstante isso, nós estudaremos que o devedor (na ação de execução de título extrajudicial) 
pode tentar desconstituir o título ou mesmo atacar alguma nulidade do processo, circunstância em que será aberto 
procedimento de caráter contraditório (embargos), bem como inúmeras questões sobre os atos praticados no curso da 
execução podem eventualmente se tornar controvertidas e então se submeterão ao princípio constitucional do 
contraditório (exemplo: o valor atribuído a um bem penhorado, o pedido de substituição de um bem penhorado). 
 Antes da reforma processual instituída pela Lei nº11.232/05, havia a dicotomia entre processo 
de conhecimento e processo de execução, sendo que após uma normalmente demorada ação de conhecimento o 
vencedor da demanda era ainda obrigado a iniciar um novo processo, o processo de execução do título judicial, onde 
deveria pacientemente aguardar nova citação do já declarado devedor. 
 Após a reforma, foi abolida a ação de execução de título judicial, passando a existir apenas 
uma “fase de cumprimento de sentença”, regulada pelos artigos 475-I a 475-R do Código de Processo Civil, restringindo-
se atualmente a autonomia do processo à ação de execução de título extrajudicial. 
 Não obstante isso, seja através da fase de cumprimento de sentença no processo de 
conhecimento, ou pela ação autônoma de execução de título extrajudicial, teremos em ambos os casos atos de execução 
forçada. 
 Algumas vezes, através da execução forçada, é possível restabelecer exatamente a situação 
violada, entregando ao credor aquilo que lhe foi tomado e nessas hipóteses afirmamos que há uma EXECUÇÃO 
ESPECÍFICA, pois o órgão executivo realiza a própria prestação devida, por exemplo, quando na execução de um 
contrato para entrega de uma máquina, o Judiciário entrega ao credor o próprio bem pretendido. 
 Entretanto, há hipóteses em que não é mais possível restabelecer o “status quo ante”, então o 
ordenamento determina que se propicie ao credor o equivalente a perda que sofreu, então falamos em EXECUÇÃO DA 
OBRIGAÇÃO SUBSIDIÁRIA, por exemplo, se alguém contratou uma empresa de eventos para organizar sua festa de 
casamento e a equipe contratada naquele dia, não comparece, evidente que a questão será remetida a apuração de 
perdas e danos. 
 A execução forçada consiste assim na satisfação compulsória dos direitos do credor, quer de 
forma específica ou subsidiária. 
A execução forçada é o conteúdo e finalidade dos procedimentos de execução, emboranem 
sempre ocorra, como quando citado na ação de execução de título extrajudicial o devedor paga voluntariamente ou 
ainda quando é declarado insolvente. 
 Os atos de execução forçada podem se desenvolver no nosso ordenamento jurídico por dois 
meios, ou através de mecanismos de coação que intimidam o devedor, como a prisão e a multa pecuniária ou através 
de subrogação, que é a execução forçada propriamente dita, em sentido mais técnico, pois configura a verdadeira 
hipótese de substituição da vontade do devedor, pela prática do ato que lhe competiria. 
 Por essa razão, alguns doutrinadores afirmam que só há verdadeira execução forçada na 
execução direta, quando há agressão ao patrimônio do devedor para satisfazer o direito do credor. 
 
(2). PRINCÍPIOS DA TUTELA EXECUTIVA 
 
 Existem alguns princípios que são informativos das execuções em geral e norteiam o espírito 
do legislador em diversos dispositivos legais, razão pela qual é importante compreendê-los. Vejamos: 
2.1- Toda execução é REAL; 
2.2- Toda execução tende apenas à SATISFAÇÃO DO CREDOR; 
2.3- Toda execução deve ser ÚTIL AO CREDOR; 
2.4- Toda execução deve ser feita de forma ECONÔMICA; 
2.5- Toda execução deve ser o quanto possível ESPECÍFICA; 
2.6- Toda execução deve ser feita ÀS EXPENSAS DO DEVEDOR; 
2.7- Toda execução deve RESPEITAR A DIGNIDADE DO DEVEDOR; 
2.8- O credor sempre PODE DISPOR da Execução. 
 Resumimos o significado de cada um desses princípios: 
 
2.1- Toda execução é REAL: 
 O processo executivo moderno não tolera a execução pessoal, ou seja, o credor não pode 
buscar escravizar o devedor, flagelá-lo fisicamente ou detê-lo como meio de pagamento da dívida. 
No nosso ordenamento, a execução deve ser sempre patrimonial, recaindo sobre os bens 
presentes e futuros do devedor (art. 591, do Código de Processo Civil) 
 As únicas exceções no nosso sistema eram o devedor de alimentos e o depositário infiel (art. 
5º, LXVII, CF), entretanto nesta última hipótese, embora o artigo de nossa Carta Magna não tenha sido expressamente 
revogado, perdeu sua eficácia por conta do nosso Supremo Tribunal Federal. 
 Para entendermos melhor a questão devemos fazer um retorno histórico para lembrar que 
através do Decreto 678 o Brasil, no ano de 1992 se tornou signatário do “Pacto de San Jose da Costa Rica”, o qual só 
admite a prisão por dívida para a hipótese do devedor de alimentos. 
Àquela época grande parte dos juristas aventou a questão, mas pareceu prevalecer o 
entendimento de que aquela norma ingressava no ordenamento com a estatura hierárquica das leis ordinárias e que 
por isso não teria o poder de revogar a norma constitucional, entretanto, revogaria as disposições dos Códigos Civil e 
de Processo Civil, que eram anteriores a ratificação. 
A discussão pareceu perder força com a publicação do novo Código Civil que em 2002 previu 
expressamente a prisão do depositário infiel e por assim dizer, até mesmo para aqueles que entendiam que o pacto 
ingressava no ordenamento como lei ordinária, teria sido nesse aspecto revogado pelo Código Civil de 2002. 
Apesar disso, muito doutrinadores continuavam a bradar desde a ratificação daquele tratado a 
impossibilidade da prisão civil do depositário infiel, por ser violadora de princípios inerentes aos direitos humanos. 
A questão se tornou ainda mais tormentosa após a Emenda Constitucional 45/04, a qual 
estabeleceu que os tratados que disponham sobre direitos humanos, quando ratificados em dois turnos, por três quintos 
dos membros do Congresso Nacional, entram no ordenamento com força de norma constitucional. 
Não obstante isso, até 2008, a prisão do depositário infiel era decretada pelos juízes em 
quaisquer processos em que se demonstrasse necessária, aplicando inclusive a Súmula 619, do STF que autorizava o 
juiz a determinar a prisão nos próprios autos, sem necessidade de procedimento próprio. 
Ocorre que, em 2008, nosso Supremo Tribunal Federal no julgamento do Habeas Corpus 
nº92.566-SP, decidiu revogar a Súmula 619 que tratava da prisão do depositário infiel em juízo, entendendo que esta 
espécie de prisão por dívida não estaria mais em harmonia com nosso ordenamento jurídico, isto porque no voto 
vencedor considerou-se que o tratado ratificado pelo Congresso deveria ser considerado como norma “supra-legal”, ou 
seja, apesar de inferior ao texto constitucional, estaria acima das leis ordinárias e portanto, revogaria as disposições 
do Código Civil e do Código de Processo Civil, os quais regulamentavam a prisão do depositário infiel. 
A partir desse primeiro julgamento, o qual foi um divisor de águas em nosso ordenamento, 
diversos outros recursos chegaram ao STF questionando, com base naquele precedente judicial, prisões determinadas 
por juízes e Tribunais de instâncias inferiores, o que fez com que fosse apresentada a Proposta de Súmula Vinculante 
nº31 (PSV 31), a qual posteriormente aprovada (em 16.12.2009), se transformou na Súmula Vinculante nº25, cujo 
texto determina que “é ilícita a prisão civil do depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito”. 
 Vê-se, portanto, que a execução pessoal é de fato exceção, que no nosso ordenamento está 
atualmente limitada apenas à hipótese do devedor de alimentos. 
 
2;2- A execução tende apenas a SATISFAÇÃO DO CREDOR: 
 Isto significa que a atuação do Estado é proporcional à satisfação dos direitos do credor, não 
tendo caráter de penalidade ou perseguição ao devedor, assim feito o pagamento extingue-se a execução e seus efeitos. 
 A penhora, em face desse princípio, deve recair apenas sobre os bens que bastem ao 
cumprimento da obrigação (art. 659, CPC) e a arrematação será suspensa logo que o valor bastar para o 
pagamento do credor (art. 692, parágrafo único, CPC). 
 
2.3- Toda execução de ser UTIL ao CREDOR: 
 Associa-se ao princípio anterior, pois determina que a execução não pode ser vista como 
mecanismo de vingança em face do devedor, ou em outras palavras, não será levada adiante sem que haja 
real benefício a credor. 
Por essa razão, veda-se a penhora de bens cujo valor será totalmente absorvido pelas 
custas do processo (art. 659,§ 2º, CPC). 
 
 
 
2.4- Toda execução deve ser feita de forma ECONÔMICA: 
 Também está ligada a idéia de que a execução não é penalidade para o devedor, assim, existindo 
vários meios de satisfação, deve-se optar por fazer a execução pelo menos gravoso ao devedor (art. 620 CPC). 
Exemplo: no passado, quando as linhas telefônicas possuíam valor econômico, já se decidiu ser 
exagerado o pedido de desligamento imediato das linhas se não houvesse qualquer indício de fraude. 
 
2.5- Toda execução deve ser o quanto possível ESPECÍFICA: 
 O objeto pretendido na execução deve ser tanto quanto possível o objeto da relação jurídica 
originária, ocorrendo sua substituição pelo equivalente em dinheiro apenas quando a prestação originária não for 
entregue (art. 627 e 633, do CPC). 
Nas ações de execução cujo objeto seja obrigação de fazer ou não fazer o autor pode requerer 
perdas e danos desde a petição inicial, ainda que possível a tutela específica (art. 633, CPC), pois neste caso poderá 
demonstrar o seu desinteresse pela obrigação originária. 
 
2.6 – Toda execução é um ÔNUS DO DEVEDOR:Como o inadimplemento do devedor foi o causador da execução, este deve responder por todos 
os reflexos de sua mora, assim só se desobrigará pelo pagamento do principal e de todos os demais encargos incidentes 
(multa, correção monetária, juros de mora), prejuízos e despesas que seu inadimplemento deu causa, aí incluído 
também o ônus da sucumbência (artigos 651 e 659, CPC). 
 
2.7- Toda execução deve respeitar os princípios da DIGNIDADE HUMANA: 
 Uma vez mais, repete-se a regra segundo a qual a execução não tem por objetivo punir, assim 
não pode afetar a dignidade do devedor, objetivando causar-lhe vexame ou humilhação, levá-lo à fome ou impossibilitá-
lo de exercer sua profissão. 
 È com fundamento nesse princípio que se estabelece a impenhorabilidade de certos bens, tais 
como as peças de vestuário (artigo 649, III, CPC) ou dos instrumentos necessários ao exercício de profissão (art.649, 
V, do CPC) ou ainda aqueles bens que tenham apenas valor sentimental. 
 
2.8- A execução está na esfera de DISPONIBILIDADE DO CREDOR: 
 O credor tem integral disponibilidade sobre a execução, podendo deixar de executar o título 
que possui ou desistir da execução já iniciada, sem qualquer condição para tanto, ou seja, sem a necessidade de buscar 
a anuência da parte contrária, isto porque já há um direito reconhecido. 
 No processo de conhecimento, após o prazo de resposta, o autor só poderia desistir com o 
consentimento de réu, na execução não existe tal exigência, podendo o credor desistir de atos executivos ou de toda a 
execução (art. 569, CPC), assumindo apenas as custas geradas e honorários eventualmente gerados. 
 A desistência não se confunde com a renúncia ao crédito, pois aquela permite a renovação da 
ação, enquanto a renúncia extingue em definitivo o direito ao crédito (art. 794, III, CPC). 
 Apesar disso, em sendo interpostos Embargos, sendo estes uma espécie de ação de 
conhecimento incidental, o legislador determinou que se faça a análise sobre o objeto dessa ação, pois sendo questão 
meramente processual, os Embargos e a execução serão extintos juntos, sendo o credor, responsável pelas custas 
e honorários advocatícios do Embargante, já que deu causa a demanda, entretanto, não sendo o objeto meramente 
processual, versando a demanda sobre questão de mérito, a extinção só poderá operar com a concordância do 
Embargante (artigo 569, parágrafo único, b, do CPC), pois este pode ter o interesse de, por exemplo, ver o título 
anulado. 
 Igualmente, em virtude do princípio da disponibilidade da execução, é possível ao credor alterar 
parcialmente o pedido até antes da propositura dos Embargos, inclusive, variando de espécie de execução ou desistindo 
parcialmente em relação a algum co-executado. 
Entretanto, após a nomeação de patrono pelo devedor (ainda que não haja interposição de 
Embargos), o credor, na hipótese de desistência, responderá pelos honorários advocatícios deste. 
TEORIA GERAL DA EXECUÇÃO CIVIL 
PARTE II 
 
 
(3). FORMAS, FASES E ATOS DA EXECUÇÃO 
 
Nosso ordenamento jurídico distingue os procedimentos executivos pela natureza da prestação 
assegurada ao credor, assim se fala em : 
 Certa ( art. 621 a 628, CPC) 
1-Execução para entrega 
 de coisa Incerta (art. 629 a 631, CPC) 
 de 
fazer (arts. 632 a 638, CPC) 
2-Execução de obrigações 
 de não fazer (arts. 642 e 643 CPC) 
 
3-Execução por quantia certa contra devedor solvente (artigo 646 e seguintes do CPC) 
 contra devedor insolvente (artigo 748 e seguintes do CPC) 
 
 Nesta última classificação, norteada pelo estado de solvência do devedor, costuma-se falar em: 
 
3.1-EXECUÇÃO SINGULAR (contra devedor solvente): 
 Objetivo, é o total pagamento do exeqüente, que com a penhora terá a preferência sobre os 
demais credores quirografários. 
 
3.2-EXECUÇÃO COLETIVA (contra devedor insolvente): 
 Quando há a prévia declaração de insolvência do devedor, dada a impossibilidade de seu 
patrimônio responder por todas as dívidas, assim são convocados todos os seus credores e arrecadados todos os seus 
bens penhoráveis. 
O objetivo da execução coletiva é colocar todos os credores em igualdade (ressalvados os 
privilégios legais), para que todos rateiem o produto da expropriação. 
 Além da classificação que se faz dos procedimentos executivos, em todo o processo de execução, 
é possível distinguir fases, apresentá-las por razões didáticas da seguinte forma: 
a) PROPOSIÇÃO: o interessado na petição inicial, apresenta o título extrajudicial e justifica a execução. 
b) PREPARAÇÃO: são realizados os atos de citação e na hipótese de não haver cumprimento voluntário da obrigação, 
iniciam-se os atos executivos para a satisfação da obrigação. 
c) FASE FINAL: satisfação do credor 
 
No processo de execução, em relação à atividade jurisdicional, podemos distinguir: 
 
1-DESPACHOS DE MERO EXPEDIENTE: são os atos judiciais que impulsionam o processo. Exemplo.: determinação de avaliação do bem penhorado. 
 
2-ATOS EXECUTÓRIOS EM SENTIDO ESTRITO: são os atos processuais que agridem o patrimônio do devedor. Exemplo: realização da penhora, hasta pública, 
pagamento do credor, etc. 
 
3-DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS: o juiz, profere juízos de valor sobre questões surgidas no curso da execução. Exemplo.: pedido de ampliação ou redução de 
penhora. 
4-SENTENÇA: na execução a sentença não julgará o mérito da execução, mas apenas declarará extinta a obrigação, nas hipóteses previstas junto ao artigo 794, do 
Código de Processo Civil (pagamento, transação, renúncia). 
 Ainda há que se observar que a relação processual na ação de execução se completa a existir 
a partir da citação do devedor, entretanto execução forçada só há a partir dos atos de agressão patrimonial. 
 
(4). DISPOSIÇÕES GERAIS 
 
As regras do processo de conhecimento (art. 598, CPC) se aplicam de forma geral ao processo de execução, pois 
ambos os tipos de tutela mantêm relação de subsidiariedade. Exemplo: regras sobre a petição inicial (art. 282 
CPC), nulidades (arts. 243 a 250, CPC) , tempo e lugar dos prazos processuais (arts. 172 a 176, CPC), etc. 
Uma das regras aplicáveis ao processo de execução, assim como ao processo de conhecimento é o princípio da 
lealdade processual que determina que o magistrado zele pelo comportamento das partes, intervindo sempre que 
abusos forem cometidos, assim são poderes do juiz diante de atos inadequados: 
a). Ordenar o comparecimento das partes (art. 599, I ,CPC) 
b). Advertir o devedor, quando se comporte de forma atentatória à dignidade da justiça (artigo 
599, II, combinado com 600, ambos do CPC), tais como fraudar a execução, resistir as ordens judiciais, não indicar 
bens quando intimado para tanto, se os possuir, etc. 
c). Aplicar a multa de até 20% do valor do débito quando constatada a prática de ato atentatório 
à dignidade da justiça, salvo se o devedor apresentar fiador idôneo (art. 601, CPC).Por ser lesão não só ao interesse da parte, como aos interesses da Justiça, o juiz pode e deve agir “ex-officio” ou 
ainda mediante provocação, podendo além de aplicar a multa do art. 601, CPC, condenar o devedor a indenizar o 
credor pelos prejuízos que o seu ato tenha causado, nos termos do art. 18, “segunda parte”, Código de Processo Civil. 
 
EXISTE REVELIA EM PROCESSO DE EXECUÇÃO? 
 
 Ao estudarmos citação, observamos que a teor do artigo 222, “d”, do CPC, a única forma de 
citação vedada no processo de execução, é a citação postal, ou seja, aquela feita através de carta enviada pelo correio. 
Logo, verificados os requisitos, é possível que ocorra a citação edilícia (art. 231, CPC), ou na 
hipótese de ocultação do devedor até mesmo a citação com hora certa (art. 227 e 228, CPC) nas ações de execução 
por título extrajudicial. 
 Ocorrida à citação por edital ou com hora certa, o art. 9º, II, do 
CPC, dispõe que deve ser nomeado curador ao réu. 
 Muitos autores e alguns tribunais a esse respeito, têm se manifestado no sentido de não haver 
nomeação de curador na execução, pois o devedor não é chamado para se defender, mas sim para cumprir a obrigação 
(art. 652, “caput”, CPC), afirmando ainda que por isso não haveria REVELIA. 
 Entretanto há confusão conceitual nesse entendimento, pois a revelia é a inércia diante do 
ato citatório, não se confundindo com os seus efeitos, estes sim, característicos do processo de conhecimento e 
inexistentes no processo de execução. 
Dessa forma, citado por edital ou com hora certa, entendemos que deve ser nomeado curador 
ao devedor, para que seja resguardado o contraditório em todos os atos do processo de execução, sendo certo que há 
quem entenda que se existirem elementos nos autos, o curador poderá até mesmo opor embargos, entendimento que 
só foi reforçado pelas últimas reformas, tendo em vista que não há mais a necessidade de garantia do juízo para 
embargar (artigos 736 e 738 do CPC). 
A esse respeito, entendendo do modo como pensamos, o antigo 1º Tribunal de Alçada Civil de 
São Paulo, nos autos da Apelação nº 259.530, in RT 535/124; e no mesmo sentido RT 553/152 e RT 530/121. 
 
EXECUÇÃO DEFINITIVA E EXECUÇÃO PROVISÓRIA 
 
EXECUÇÃO DEFINITIVA é aquela que se fundamenta em situação presumida pelo Estado 
como imutável. É a execução dos títulos extrajudiciais (artigo 585, CPC), pois a lei lhes conferem previamente a certeza 
jurídica, e dos títulos judiciais (artigo 475-N, do CPC) quando submetidas a coisa julgada (fase de cumprimento de 
sentença). 
 Ainda no que se refere à execução definitiva é preciso observar que mesmo nos casos em que 
exista recurso pendente de julgamento, poderá ocorrer a execução definitiva, desde que o recurso ataque apenas 
parcialmente a sentença ou acórdão. Exemplo: em uma sentença que condena o réu ao pagamento de danos materiais 
e morais, este recorre voltando-se apenas contra a condenação por danos morais, silenciando quanto aos danos 
materiais. 
Neste caso, seria possível a execução definitiva sobre os danos materiais, eis que sobre esse 
aspecto houve o trânsito em julgado, em outras palavras, a ausência de inconformismo do condenado, gerou sua 
imutabilidade. 
 
EXECUÇÃO PROVISÓRIA é aquela que se fundamenta em decisões judiciais que ainda não 
transitaram em julgado, na hipótese de pendência de recursos sem efeito suspensivo, razão pela qual tem um caráter 
precário, em virtude da possibilidade de reforma da decisão, como ocorre, por exemplo, nas apelações previstas no 
artigo 520, do Código de Processo Civil, ou também, no caso de interposição de recurso especial ou extraordinário.[1] 
 
 
PRINCÍPIOS DA EXECUÇÃO PROVISÓRIA 
 
1- É sempre um risco do credor, que fica obrigado a REPARAR PERDAS E DANOS, caso a sentença seja reformada 
(artigo 475-O, I, CPC), ressaltado que sendo esta reforma parcial, somente nesta ficará sem efeito a execução (artigo 
475-O, §1º, CPC). As perdas e danos ocorridos serão apurados nos próprios autos, mediante arbitramento pelo juiz 
(artigo 475-O, II, “parte final”, combinado com artigo 574, ambos do CPC). Exemplo de situação danosa ao suposto 
devedor: o credor pede a penhora de um imóvel do executado que estava prestes a ser vendido para custeio de um 
tratamento de saúde, o que se inviabiliza pela determinação de constrição judicial; caso, posteriormente a sentença 
seja reformada, entendendo-se que o executado não era na verdade devedor, os prejuízos por ele suportados devem 
ser reparados pelo exeqüente que iniciou, sob seu risco, a execução provisória. 
 
2- VEDAM-SE, a princípio, atos que impliquem em levantamento de dinheiro ou alienação de propriedade, ou 
quaisquer outros que possam causar graves danos ao executado, ressalvada a apresentação de CAUÇÃO IDÔNEA 
arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos (artigo 475-O, III, CPC), ressalvada as hipóteses 
de dispensa de garantia. 
O artigo 475-O, § 2º, do CPC, autorizou o juiz a dispensar a caução nas seguintes hipóteses: 
a). para o crédito alimentar ou decorrente de ato ilícito até o limite de 60 (sessenta) salários mínimos, 
provado o estado de necessidade do exeqüente (artigo 475-O, § 2º, I, do CPC). 
b). se o recurso pendente for agravo de instrumento perante o STF ou o STJ, salvo se avaliar que a dispensa 
da caução pode resultar risco de grave dano, de difícil ou incerta reparação (artigo 475-O, § 2º, II, do CPC). Exemplo: 
se a decisão judicial determinou a demolição de um prédio. 
 
3- Retorno total ou parcial ao “status quo ante”, caso o recurso seja total ou parcialmente provido (artigo 475-O, 
§1º, CPC), o credor deve providenciar o retorno da situação ao estado anterior. Se a reversão se tornar impossível por 
qualquer razão, serão apurados eventuais prejuízos nos próprios autos, mediante arbitramento pelo juiz (artigo 475-O, 
II, “parte final”, combinado com artigo 574, ambos do CPC). 
 
Entretanto, se o Tribunal confirmar a sentença a execução que antes era provisória, se tornará 
definitiva. 
 A execução provisória, em virtude dos autos estarem em instâncias superiores, seráfeita 
em autos apartados, sendo certo que o exeqüente instruirá seu pedido com cópias autenticadas (ou declaradas 
autênticas nos termos do artigo 544, §1º, do CPC) dos documentos que entender necessários, e obrigatoriamente dos 
seguintes documentos: 
1. Sentença ou acórdão a executar; 
2. Certidão de interposição do recurso não dotado de efeito suspensivo; 
3. Procurações outorgadas pelas partes; 
4. Decisão ou sentença de habilitação dos sucessores do falecido, se houve falecimento noticiado nos autos (art. 
1055 e seguintes do CPC) 
Definitiva ou provisória a execução se fará sempre mediante provocação do interessado, através 
de petição, que será petição inicial na ação de execução de título extrajudicial, que obedecerá todos os requisitos do 
art. 282, CPC; ou se tratando de título judicial, será mero pedido de providências, requerendo o cumprimento da 
sentença. 
 
 
 
[1] É preciso registrar que na hipótese de ação de execução fundada em título extrajudicial embargada 
pelo devedor, quando a sentença dos Embargos seja de rejeição ou improcedência do pedido, a apelação 
contra esta sentença terá efeito apenas devolutivo, ou seja, permitindo a continuidade da execução; 
entretanto prevalece o entendimento dominante no STJ de que, neste caso, não é necessário qualquer tipo 
de caução do credor a fim de dar continuidade à execução,já que esta ação goza da presunção de certeza. 
REQUISITOS E ELEMENTOS DA EXECUÇÃO 
PARTE I 
 
 
1). PRESSUPOSTOS DA EXECUÇÃO FORÇADA: 
A execução se submete aos mesmos requisitos genéricos de qualquer ação, assim é necessária 
a presença das condições da ação (possibilidade jurídica do pedido, interesse e legitimidade), bem como os pressupostos 
processuais que permitem o estabelecimento e desenvolvimento válido da relação processual (competência, capacidade 
para ser parte, para estar em juízo, capacidade postulatória, etc...). 
A par desses requisitos genéricos o processo de execução possui requisitos específicos que 
consistem na existência de um título executivo de onde se extraia a certeza, liquidez e exigibilidade da obrigação 
(artigo 586, do Código de Processo Civil), bem como a caracterização do inadimplemento do devedor, eis que sem 
este não há sequer interesse de agir. 
 
A). O TÍTULO EXECUTIVO (LÍQUIDO, CERTO E EXIGÍVEL) 
 
O titulo executivo tem por função autorizar a execução, definir o fim 
da execução (se é execução por quantia certa, fazer, não fazer, etc...), e fixar os limites 
da execução (valor e espécie da obrigação, bem como legitimidade ativa e legitimidade 
passiva). 
A conseqüência prática do título executivo é tornar certa a relação obrigacional estabelecida, autorizando a agressão 
patrimonial na hipótese de inadimplemento, essa certeza nos títulos judiciais, decorre da manifestação do Estado no 
processo de conhecimento e nos títulos extrajudiciais, da manifestação da vontade das partes, cientes do 
consecutório legal. 
 
ATRIBUTOS ESPECÍFICOS DO TÍTULO EXECUTIVO 
 Além da existência material do título para que este seja passível de execução, tem de preencher 
os seguintes requisitos, segundo o art. 586, CPC: 
 
A- LIQUIDEZ: consiste na obrigação de que esteja determinado no título o conteúdo e o 
“quantum” da prestação a ser exigida. Na hipótese de cumprimento de sentença, a indeterminação quantitativa gera 
o procedimento de “liquidação de sentença”, que aprenderemos mais adiante, já para os títulos extrajudiciais a iliquidez 
gera a impossibilidade da ação de execução, passando a ser hipótese de ação monitória. 
 
B- CERTEZA: é a convicção sobre a existência de instrumento que preencha os requisitos 
formais para que seja considerado título executivo, na medida em que esclarece a obrigação quanto a sua existência e 
extensão. 
 
C- EXIGIBILIDADE: o seu pagamento não depende de termo ou condição ainda não 
cumprida. Exemplo: pretendo executar a obrigação de fazer transferência do título de domínio, tenho de comprovar 
que paguei todas as prestações devidas. 
Na hipótese da execução estar condicionada à contraprestação a cargo do credor, por tratar o 
título de obrigação recíproca (artigo 476, do Código Civil), este só poderá propor a execução, se oferecer em juízo a 
sua contraprestação (artigo 615, IV, do Código de Processo Civil). 
De outro lado, embora o credor não possa executar o devedor, se não cumpriu sua parte na 
obrigação, o devedor quando citado, em tal hipótese, poderá exonerar-se da dívida depositando sua prestação, sendo 
o exeqüente chamado a cumprir sua contraprestação para efetuar o levantamento (art. 582, parágrafo único, do Código 
de Processo Civil), em prazo certo, após o qual, o depositante poderá executar o autor, pois agora este se transforma 
em único devedor. 
 
B).INADIMPLEMENTO DO DEVEDOR (ART. 580, CPC) 
 Inadimplente é aquele, que não cumpriu na forma e tempo devidos uma obrigação, sendo o 
inadimplemento exigência fundamental para a propositura da execução, uma vez que sua inexistência caracterizaria, 
inclusive, a ausência de interesse de agir, que é uma das condições da ação. 
 
 
2). ELEMENTOS DO PROCESSO DE EXECUÇÃO 
Em qualquer relação processual, há elementos subjetivos e objetivos, pois qualquer relação 
jurídica é sempre um vinculo entre pessoas a respeito de bens da vida. 
 
Elementos subjetivos compreendem: partes (credor e devedor) 
 órgão jurisdicional 
 
 
Elementos objetivos compreendem: titulo executivo 
 
 bens sobre os quais recaiam a 
atividade jurisdicional 
(execução forçada) 
 
A). ELEMENTOS SUBJETIVOS (JUÍZO DE PARTES): 
 Partes na execução são denominadas de exeqüente e executado ou como fez o legislador 
algumas vezes: credor e devedor. 
 
LEGITIMAÇÃO ATIVA: (art. 566 e 567, CPC), pertence a aqueles que estão autorizados a propor a ação, pode ser ainda: 
1. Legitimação originária: a que decorre do próprio título executivo em sua formação. 
· Credor (é a regra geral): aquele que consta no título executivo como beneficiário da obrigação descumprida. 
· Ministério Público: quando atua como substituto processual do credor, nas hipóteses em que a lei autoriza. Exemplo: 
execução de sentença penal condenatória para ressarcir civilmente a vítima (ação “ex delicto” de vítima pobre). 
 
2. Legitimidade superveniente ou derivada: quando decorre de fato posterior à formação do título que representa 
sucessão de partes (seja esta sucessão da espécie “causa mortis” ou “inter vivos”). 
Atenção especial deve ser dada a essas hipóteses dada a sua excepcionalidade, são os casos 
em que outra pessoa assume a posição do credor, seja judicial ou extrajudicial o título. 
A condição de sucessor deve estar comprovada na inicial da ação de execução, sob pena de 
indeferimento por ilegitimidade ativa, ou havendo sucessão no curso da demanda, assim que esta ocorrer. 
 
São LEGITIMADOS ATIVOS supervenientes: 
 
a)- espólio, herdeiros ou sucessores do credor, quando o direito foi transmitido pela morte do credor 
Enquanto não efetivada a partilha dos bens deixados pelo falecido, o espólio promoverá a 
execução forçada, sendo representado pelo inventariante, salvo se este for dativo, quando então será representado 
pela totalidade dos herdeiros. 
Embora a representação processual do espólio seja aquela estabelecida no art. 12, V, CPC, na 
omissão do inventariante, qualquer herdeiro, na qualidade de comunheiro de bens, terá interesse na defesa do espólio 
ou para a propositura da respectiva ação. 
Se o falecimento ocorreu no curso do processo, deve ser feita a habilitação incidente do espólio 
ou dos sucessores. 
O dispositivo ao distinguir herdeiro e sucessores do falecido, está na primeira hipótese se 
referindo aos sucessores a título universal e na segunda aos legatários ou sucessores a título singular (de coisa 
específica). 
 
b)- Cessionário: aquele que recebe o título por ato “inter vivos”, oneroso ou gratuito, desde que a cessão não seja vedada 
pela lei (exemplo de proibição legal é a da cessão de benefício previdenciário) ou pela própria vontade das partes. 
 
c)- Subrogado: subrogação é o direito que nasce para aquele que paga dívida de terceiro, de assumir todos os direitos, 
ações, garantias e privilégios do credor primitivo em face do devedor e seus fiadores (art. 349, CC). 
A subrogação pode decorrer da lei ou da vontade das partes. Exemplo: fiador que paga dívida 
do afiançado, adquirente de imóvel hipotecário. 
O credor originário pode prosseguir no feito na condição de substituto processual, bem como o 
subrogado pode nelaprosseguir na hipótese de ter ocorrido já no curso do processo. 
Embora os artigos 566 e 567, CPC, não tenham mencionado também, são partes legítimas para 
propor ação de execução a massa falida, o condomínio e a herança jacente ou vacante. 
 
 
 
 
 
 
LEGITIMAÇÃO PASSIVA: corresponde aquele em face de quem se pode mover ação de execução. 
 Há três categorias de legitimados passivos a saber: 
· Devedores originários; (art. 568, I, CPC) 
· Sucessores; (art. 568, II e III , CPC) 
· Responsáveis patrimoniais (art. 568 IV e V, CPC) 
A distinção que se faz entre os devedores (sejam originais ou sucessores) e os 
responsáveis pela dívida, leva em conta a distinção entre o caráter pessoal da 
obrigação (assumida pelo devedor), e o seu caráter patrimonial (assumida pelo 
devedor e eventualmente por terceiros garantidores da obrigação em 
decorrência da lei ou do contrato). 
O devedor está OBRIGADO pela dívida, mas o responsável sofre a execução em virtude 
da SUJEIÇÃO de seus bens ao processo. 
A respeito da RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL, que é exatamente a sujeição do 
patrimônio à execução, nosso Código de Processo Civil dedicou todo um capítulo, detalhando a questão entre os artigos 
591 a 597 do Código de Processo Civil. 
É certo dizer que a princípio o devedor responde pela dívida com todo o seu patrimônio, 
presente ou futuro, ressalvadas apenas as hipóteses de impenhorabilidade que a própria 
legislação estabeleça (artigo 649, do CPC e Lei nº8.009/90). 
Sempre que não existir a identidade de obrigação e sujeição, ou seja, quando o 
exeqüente esteja acionando aquele que é apenas o RESPONSÁVEL PATRIMONIAL e 
não devedor, deverá instruir a inicial com a prova documental dessa responsabilidade, 
dada a impossibilidade de instrução oral em processo de execução. 
 
a)- Devedor originário: é aquele que figure no corpo do título executivo como 
devedor. 
 
b)- Sucessores: aqui menciona o art. 568, II, CPC, o espólio, os herdeiros e os demais 
sucessores. 
 O espólio será parte ré até antes da partilha, pois ultimada esta cada herdeiro 
responde na proporção que lhe coube na herança (art. 597, CPC), preservado o seu 
patrimônio pessoal. 
 
c)- Novo devedor: ocorre na hipótese de assunção de dívida prevista pelo artigo 
299 do Código Civil, tendo como condição a anuência expressa do credor que deve 
consentir. O antigo devedor fica exonerado salvo se o novo devedor era insolvente e 
esta condição era ignorada pelo credor. 
Na hipótese de execução em face do novo devedor, o credor deve 
junto à inicial, trazer a prova da assunção da dívida. 
O art. 303 do Código Civil, fala do adquirente de imóvel hipotecado, 
quando notifica o credor que assumirá o crédito, em não havendo manifestação em 
contrário, presume-se o assentimento. 
 
d)- Fiador Judicial (RESPONSÁVEL PATRIMONIAL): é garantia pessoal prestada no 
curso do processo, podendo ser cautelar preparatória ou incidental (artigos 826a 838, 
CPC). 
Ex¹. quando o condenado em ação de indenização à prestação de 
caráter alimentar requerer a substituição da constituição de capital, por fiança bancária 
(art. 475-Q, § 2º, do Código de Processo Civil). 
Ex²: caução para arrematação no prazo de 15 (quinze) dias e não à vista como ordinariamente 
deveria ser feito (art. 690, “caput”, do Código de Processo Civil). 
Ex³: Nas ações possessórias, quando o réu prove que o autor não tem idoneidade financeira 
para na hipótese de sucumbência responder por perdas e danos (art. 925, CPC). 
Ex4: O requerido nunciado na ação de nunciação de obra nova, quando prove o prejuízo na sua 
suspensão, presta caução, para nela prosseguir (art. 940, “caput”, do Código de Processo Civil). 
Ex5: Os herdeiros que forem imitidos na posse de bens do ausente, devem prestar caução para 
garantir futura e eventual restituição. 
O fiador tem o BENEFÍCIO DE ORDEM, (art. 595, “caput”, do Código de Processo Civil), que 
consiste na faculdade de nomear bens do devedor os seus responderão pela dívida, resguardado o DIREITO DE 
REGRESSO, NOS MESMOS AUTOS (art. 595, parágrafo único, do Código de Processo Civil). 
O art. 568, IV, só trata do fiador judicial, porque o fiador extrajudicial, ou seja, aquele que se 
obrigou por um instrumento particular (contrato acessório de caução), é equiparado ao devedor, pois os contratos de 
caução são títulos executivos por si mesmos (art. 585, III, do Código de Processo Civil) apesar de acessórios em relação 
a um contrato principal. 
 
e)- Responsável tributário (art. 568, V, do Código de Processo Civil): aquele definido na legislação tributária e 
cujo nome esteja inscrito na dívida ativa como responsável, tenha ou não auferido vantagem do fato gerador da 
obrigação tributária. Exemplo 1: O adquirente é responsável pelos tributos relativos aos bens adquiridos (art. 130, 
“caput” do Código Tributário Nacional). Exemplo 2: O tomador de serviços é responsável pelas contribuições 
previdenciárias não recolhidas pelo prestador. 
O artigo 592 trata de outras hipóteses de SUJEIÇÃO PATRIMONIAL afirmando que 
respondem pela dívida OS BENS: 
a). OBJETO DA OBRIGAÇÃO EM PODER DO SUCESSOR A TÍTULO SINGULAR (artigo 592, II, CPC): a 
responsabilidade ocorre na hipótese da execução para entrega de coisa (seja em cumprimento de sentença ou ação de 
execução de título extrajudicial) estar fundamentada em direito real ou em obrigação reipersecutória, ou seja, aquela 
em que existe direito de seqüela sobre o bem (perseguição do bem com quem quer que esteja). 
 
b). DO SÓCIO (artigo 592, II, do CPC): os bens particulares dos sócios, como regra, não respondem pela dívida da 
sociedade, ressalvado quando a lei assim o determinar, o que ocorre nas sociedades simples, conforme determina o 
artigo 1023, do CC (responsabilidade pessoal na proporção de sua participação societária). 
Os sócios também tem o chamado benefício de ordem (artigo 1024 do CC combinado com artigo 
596, do CPC), que consiste na possibilidade de indicarem bens da pessoa jurídica a fim de não terem seu patrimônio 
pessoal atingido, nem mesmo no limite da responsabilidade societária. 
Necessário mencionar, entretanto, que caso existam abusos ou ilegalidades praticadas na 
administração da empresa, esta regra de distinção entre a pessoa jurídica e física é alterada, sendo utilizada para tanto 
a teoria da “desconsideração da personalidade jurídica” (disregard of legal entity), que não impõe limites a execução 
forçada sobre o patrimônio pessoal dos sócios, estando disciplinada pelo artigo 50, do Código Civil. 
 
c). DO DEVEDOR, MAS EM PODER DE TERCEIROS (artigo 592, III, do CPC): esta regra na verdade não cria 
qualquer exceção haja vista que não importa a localização dos bens, mas sim sua titularidade, logo se tenho um barco 
guardando em uma marina particular, este barco está tão sujeito à execução quanto qualquer outro bem que esteja 
diretamente sob minha posse, ainda que exista posse contratual de terceiro (na hipótese de locação ou comodato). 
 
d). DO CÔNJUGE: o cônjuge, ainda que não tenha diretamente contraído a dívida, poderá responder com sua meação, 
bens próprios ou reservados, nas hipóteses em que a lei determina sua responsabilidade patrimonial. 
Os artigos 1643 e 1644, ambos do Código Civil, determinam que as dívidas contraídas por 
qualquer deles para aquisição de coisas necessárias à economia doméstica ou empréstimos para a aquisição de tais 
bens, obrigam solidariamente ambos os cônjuges, qualquer que seja o regime de casamento. 
No regime de comunhão parcial (artigo 1664, CC) dívidas contraídas para atender a encargos 
da família ou a despesas de administraçãodos bens comuns também são de responsabilidade solidária. 
e). BENS OBJETO DE FRAUDE À EXECUÇÃO: quaisquer bens que tenham sido alienados a qualquer título ou gravados 
com ônus real, se: 
e-1). Já pendia sobre eles ação fundada em direito real (art.593, I, CPC); 
e-2). Já havia ação em curso capaz de reduzir o devedor à insolvência (art.593, II, CPC); 
e-3). Quando a lei assim o determinar. 
Devemos esclarecer que nossa jurisprudência pátria vem interpretando este dispositivo de 
forma a preservar os interesses do terceiro adquirente de boa-fé, assim considerado aquele que tomou todos os 
cuidados na aquisição do bem, mas ainda assim não tinha como ter ciência da existência de demandas (ver a esse 
respeito Apelação com Revisão nº1163592-0/6 – voto 15.593 – 32ª. Câmara de Direito Privado – TJSP – julgado em 
28/08/2008; RECURSO ESPECIAL Nº60.660/PR – Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça – Ministro Relator 
Nilson Naves – julgado em 17.10.1995; RECURSO ESPECIAL Nº316.244/SP – Quarta Turma do Superior Tribunal de 
Justiça – Ministro Relator Aldir Passarinho Junior – julgado em 27/06/2002; RECURSO ESPECIAL Nº494.545/RS – 
Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça - Relator Ministro Teori Albino Zavascki – Julgado em 14/09/2004; 
RECURSO ESPECIAL Nº439.418/SP – Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça - Relatora Ministra Nancy Andrighi 
– Julgado em 23/09/2003; RECURSO ESPECIAL Nº111.899/RJ – Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça - Relator 
Ministro Eduardo Ribeiro – DJ 08/11/1999) 
A título de exemplificação: 
Imaginemos que um devedor X possui contra si uma demanda ajuizada na Comarca de Manaus-
AM e atualmente resida em Cuiabá-MT, sendo proprietário de um imóvel na cidade do Rio de Janeiro. 
Seria total absurdo exigir de qualquer possível interessado na compra do imóvel, que tenha 
dons premonitórios e adivinhe a existência da ação na Comarca de Manaus-AM, uma vez tendo perquirido pela vida do 
devedor no seu domicílio e na matrícula do imóvel. 
 
REQUISITOS E ELEMENTOS DA EXECUÇÃO 
PARTE II 
 
B). COMPETÊNCIA: 
Na hipótese de CUMPRIMENTO DE SENTENÇA, a atual redação do artigo 475-P, combinado 
com o artigo 575, ambos do Código de Processo Civil, dispõe que será competente: 
a- Tribunal: para o cumprimento de acórdãos nas ações originárias (artigo 475-P, I combinado com 575, I, CPC). 
b- O juízo que processou a causa em 1º grau para as sentenças cíveis em geral, podendo entretanto o credor OPTAR 
PELO FORO DA SITUAÇÃO DOS BENS OU DO ATUAL DOMICÍLIO DO DEVEDOR (artigo 475-P, parágrafo único 
combinado com artigo 575, II, ambos do Código de Processo Civil). 
c- O juízo cível competente, segundo as regras normais de competência territorial, para 
cumprimento de sentença penal condenatória, de sentença arbitral ou de sentença 
estrangeira (artigo 475-P, III, CPC). 
 Observamos que em se tratando de sentença estrangeira, esta 
só será título executivo em nosso país após sua prévia homologação pelo Superior 
Tribunal de Justiça (art. 483, CPC e artigo 105, I, i, da Constituição Federal). 
 A execução em si, após a homologação, far-se-á, por carta de 
sentença e competentes para os atos executórios serão os juízes federais de primeira 
instância, segundo o que dispõe o art. 109, X, de nossa Carta Magna. 
O credor em hipótese alguma poderá ajuizar ação de execução em 
outro país e buscar cumprimento de mandado executivo no Brasil, pois já se decidiu que 
não será concedido o “exequatur”, para Carta Rogatória executiva (STF, Exeq. Nº 1395, 
Min.Oswaldo Triqueiro). 
 Assim sendo, se o título é judicial, o credor deve antes requerer 
a homologação da sentença, se é extrajudicial, deve propor ação de execução no Brasil. 
 O art. 576, do Código de Processo Civil, estabelece para ações 
de execução por TÍTULO EXTRAJUDICIAL, a aplicação das regras de competência do 
processo de conhecimento. 
 Assim será distribuída a ação de execução de título 
extrajudicial: 
a). foro de eleição: se o título executivo for contrato e tiver previsto tal cláusula (artigo 
111, “caput”, do Código de Processo Civil). 
b). local onde a obrigação deve ser satisfeita, quando não houver foro de eleição, mas 
existir indicação no próprio título executivo (praça de pagamento), conforme artigo 100, 
IV, do Código de Processo Civil. 
c). foro geral: domicílio do réu (artigo 94, do Código de Processo Civil). 
 Parte de nossa jurisprudência entende que como as duas 
primeiras regras (foro de eleição e local de cumprimento da obrigação) são 
estabelecidas em benefício do credor, o devedor não poderia opor exceção de 
incompetência na hipótese de ser acionado em seu domicílio, haja vista que nenhum 
prejuízo acarretaria. 
 
3). CUMULAÇÃO DE EXECUÇÕES: 
 
Em virtude do princípio da economia processual, que consiste em obter no processo um melhor 
resultado com a prática de menor número de atos, nosso legislador processual civil autorizou a cumulação de execuções, 
desde que obedecidos os seguintes requisitos, expostos no artigo 573, do Código de Processo Civil: 
a). que seja o mesmo devedor; 
b). que seja o mesmo procedimento (obrigação de natureza igual, ou seja, duas ou 
mais execuções por quantia certa, duas ou mais execuções para entrega de coisa, etc...); 
c). que o juiz seja competente para todas as execuções. 
Preenchidos esses requisitos, podemos ter a cumulação de execuções sem qualquer problema. 
 
 
 
IQUIDAÇÃO DE SENTENÇA 
 
Sentença ilíquida é aquela que não fixa o valor da condenação, sendo proferida como exceção, uma vez 
que sendo o pedido determinado a sentença deverá também, desde logo descrever o objeto da condenação, em sua 
qualidade e quantidade, entretanto, há casos em que o próprio legislador autorizou a indeterminação do pedido 
(hipóteses do artigo 286, do Código de Processo Civil), circunstâncias em que a sentença proferida poderá ser 
ilíquida[1] (ressalvadas as hipóteses em que o legislador proibiu o juiz de proferir sentença ilíquida, como ocorre nas 
ações de indenização por acidente de veículo e cobrança de seguro por esses acidentes, ambas ações de rito sumário, 
previstas junto ao artigo 275, II, “d” e “e”, do Código de Processo Civil, e ainda nas ações que tramitam pelos Juizados 
Especiais, conforme artigo 38 combinado com 52, I, da Lei n°9.099/95). 
A iliquidez é incompatível com a execução, pois esta requer título líquido, certo e exigível, consoante o 
artigo 586, do Código de Processo Civil. 
Quando faltar esse requisito aos títulos judiciais, antes de proceder ao cumprimento da sentença (artigo 
475-I a 475-R, do Código de Processo Civil) se fará sua liquidação para que se fixe o valor ou se individualize o objeto 
da execução, já na hipótese de título extrajudicial a iliquidez faz com que perca a própria executividade, não sendo 
então adequada a ação de execução, mas sim a chamada ação monitória (artigo 1102-A e seguintes do Código de 
Processo Civil). 
A respeito da natureza jurídica da liquidação de sentença, no passado, antes da reforma processual 
operada pela Lei nº11.232/05 era pacífico o entendimento de que se tratava de processo preparatório, que antecedia 
a execução e gerava uma sentença declaratória que atribuía certeza ao título executivo anteriormente gerado. 
Após a reforma, a liquidação se tornou uma fase do processo de conhecimento que antecede o 
cumprimento da sentença, este também mera fase do processo anterior, sendo certo que o legislador passou a tratar 
a questão apenas como decisão interlocutória, haja vista que o Código de Processo Civil, junto ao artigo 475-H, 
esclareceuque “da decisão de liquidação caberá agravo de instrumento”. 
Destarte, diante da clareza do texto legal, entendemos que não é mais possível sustentar qualquer 
dúvida doutrinária a cerca da natureza jurídica da liquidação de sentença. 
 
LIMITES DA LIQUIDAÇÃO: 
 É certo que a decisão de liquidação não pode em nada alterar o teor da sentença anterior, sob pena 
de violar coisa julgada, conforme expressamente veda o artigo 475-G do nosso Código de Processo Civil. 
 A regra, não se aplica aos juros e à correção monetária, cujos pedidos ainda que não formulados e 
mesmo que não contidos expressamente na sentença da ação de conhecimento, em conformidade com o artigo 293 e 
a Súmula 254, do Supremo Tribunal Federal, são considerados implícitos e assim devem ser sempre considerados na 
liquidação. 
 O que não pode ser feito é alterar o percentual de tais juros ou o índice de correção anteriormente 
determinados na sentença, ressalvada a hipótese do índice oficialmente extinto e substituído por outro. 
 
CONTRADITÓRIO: 
 Como em qualquer procedimento ou fase do processo, este princípio também é respeitado na liquidação 
da sentença. 
 
LIQUIDAÇÃO PARCIAL: 
 Na hipótese de haver na sentença uma parte líquida e outra não, é direito do credor executar a parte 
líquida desde logo, circunstância em que a liquidação da outra parte poderá ser procedida em autos apartados, tal como 
ocorrerá na hipótese de pendência de recurso, prevista pelo artigo 475-A, §2º, do Código de Processo Civil. 
 
LIQUIDAÇÃO EM FASE RECURSAL: 
 O legislador autorizou que se inicie a liquidação de sentença, ainda que desta penda recurso (artigo 
475-A, §2º, CPC), circunstância em que o procedimento de liquidação será realizado em autos próprios que serão 
instruídos com cópias dos autos principais, declaradas autênticas sob a responsabilidade do advogado. 
 Esta medida é de evidente economia processual, haja vista que a liquidação da sentença pode levar 
tempo, entretanto, todo o procedimento pode ser posto a perder caso haja alteração da sentença em grau de recurso, 
risco o qual é assumido inteiramente pelo liquidante. 
 
LIQUIDAÇÃO PELO VENCIDO: 
 A liquidação também pode ser requerida pelo vencido, uma vez que este tenha interesse em pagar 
voluntariamente a fim de fugir dos efeitos da mora, observando-se entretanto que, enquanto não procedida a liquidação, 
não é possível cobrar a multa prevista no artigo 475-J, do Código de Processo Civil. 
 
DIFERENÇA ENTRE LIQUIDAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE VALORES: 
 Não podemos confundir a apuração de quantia certa, que até então era desconhecida pelas partes, o 
que se faz nos títulos judiciais perante o procedimento de liquidação que estamos estudando, com as meras atualizações 
de débito, realizadas no curso do cumprimento da sentença e também nas execuções de título extrajudicial, apenas 
para agregar despesas processuais e custas ou atualizar acessórios. 
 
ESPÉCIES DE LIQUIDAÇÃO: 
 Nosso legislador processual estabeleceu tratou de três espécies de liquidação, quais sejam: 
a). por cálculo (artigo 475-B, CPC); 
b). por arbitramento (artigo 475-C e 475-D, CPC); 
c). por artigos (artigo 475-E, CPC). 
 Vejamos uma a uma: 
 
A). “LIQUIDAÇÃO” POR CÁLCULO (art.475-B, CPC): 
 A liquidação por cálculo é na verdade um procedimento cumprido pela própria parte que ao peticionar 
requerendo o cumprimento da sentença junta a petição uma memória discriminada e atualizada do cálculo, procedido 
consoante o que fora determinado pela sentença e por essa razão uma parcela da doutrina afirma que não poderia 
sequer ser considerada espécie de “liquidação”, já que neste caso não seria necessário nenhum procedimento especial 
para apurar o valor. 
 Não obstante isso, preferimos manter o tema, entre as espécies de liquidação, não apenas por apego 
á tradição, mas por entendermos que por enquanto este ainda é o modo mais didático de tratar o assunto. 
 Assim, feita essa ressalva, é necessário dizer que há também hipóteses em que o cálculo depende da 
apresentação de documentos ou informações que estão com o devedor ou mesmo com terceiro e nessa hipótese deve-
se requerer ao juiz que intime a parte ou terceiro para que apresente tais dados, podendo fixar até 30 (trinta) dias para 
cumprimento da diligência (artigo 475-B, §1º, do CPC). 
 Caso o devedor não apresente esses dados, sem justo motivo, o cálculo apresentado pelo credor será 
considerado correto, e sendo o descumprimento injustificado praticado por terceiro, será expedido mandado de busca 
e apreensão, sem prejuízo de sua responsabilização por crime de desobediência (artigo 475-B, §2º combinado com 
artigo 362, ambos do Código de Processo Civil). 
 Como dito o cálculo é feito pela própria parte, como regra, entretanto, por exceção poderá ser 
determinado ao CONTADOR DO JUÍZO, quando os cálculos iniciais parecerem excessivos ou ainda quando o credor for 
beneficiário da assistência judiciária gratuita, tendo em vista a presumida hipossuficiência nesse último caso. 
 Feito o cálculo pelo contador, as partes serão intimadas a se manifestar, entretanto se o credor 
discordar, a execução prosseguirá pelo valor originalmente requerido, entretanto a penhora será feita com base no 
valor encontrado pelo contador (artigo 475-B, §4º, do Código de Processo Civil), aguardando-se a intimação do devedor 
a respeito da penhora, data a partir do qual correrá o prazo para eventual impugnação (artigo 475-J, §1º, CPC). 
 
B). LIQUIDAÇÃO POR ARBITRAMENTO (artigo 475-C) 
 A liquidação por arbitramento é feita quando: 
a). a sentença determinar que assim o seja; 
b). as partes convencionaram que assim o seja; 
c). a natureza do objeto exija que assim o seja. 
 A liquidação por arbitramento é realizada mediante exame pericial cujo objetivo é utilizar do 
conhecimento técnico de um profissional que analisará as informações dos autos, e sem necessidade de produzir outras 
provas, estimará o valor da condenação. Exemplo: estimar os lucros cessantes de uma atividade, estimar os danos em 
uma obra de arte, etc.. 
 
PROCEDIMENTO: 
 a). Petição de requerimento: o juiz recebendo a petição nomeará perito, fixando desde logo 
prazo para entrega do laudo; 
 b). As partes são intimadas, através de seus advogados, da nomeação do perito, e têm 5 
(cinco) dias para indicar assistentes técnicos e apresentar quesitos (artigo 421, CPC). 
 c). Apresentado o laudo as partes têm o prazo comum de 10 (dez) dias para se manifestarem 
a respeito e em seguida o juiz proferirá decisão, ou, em havendo dúvidas, poderá designar audiência de instrução para 
esclarecê-las (artigo 475-D, parágrafo único, CPC), decidindo em seguida, decisão contra a qual cabe agravo de 
instrumento (artigo 475-H, CPC). 
 
C). LIQUIDAÇÃO POR ARTIGOS (ART.475-E, CPC): 
 A liquidação por artigos é procedida quando é necessário alegar e provar fato novo que não 
pode ser apurado antes da sentença, o que acontece freqüentemente nas situações continuativas, por exemplo, nos 
casos de indenização por danos que se propagam ao longo do tempo. 
 O nome do procedimento decorre do fato de que a petição que o requeria eratradicionalmente 
elaborada de forma articulada, ou seja, pela indicação enumerada de fatos a serem provados. 
 Atualmente a legislação não faz a exigência da articulação, sendo certo apenas que o 
procedimento a ser seguido é o comum, conforme preceitua o artigo 475-F, do Código de Processo Civil, ou seja, 
o credor pode elaborar petição onde narre os fatos que tenham relação com a apuração dos valores, não podendo 
modificar ou inovar a condenação. 
 Exemplo: em uma ação de indenização por atropelamento, a sentença condenatória foi ilíquida 
porque no momento em que foi proferida ainda não era possível determinar em definitivo os danos decorrentes do fato, 
haja vista que a vítima ainda estava hospitalizada, assim sendo a extensão dos danos será provada em fase de 
liquidação por artigos. Deve-se ressaltar que, no exemplo, as partes não voltarão a discutir a autoria e materialidade 
do fato causador do dano, pois este já está fixado na sentença, mas discutirão as provas de sua real extensão. 
 
PROCEDIMENTO: 
 A liquidação por artigos seguirá o rito ordinário em todas as suas regras, assim sendo, temos 
em síntese as seguintes fases: 
 a). Petição requerendo a liquidação por artigos, onde obrigatoriamente devem constar os fatos 
que precisam ser demonstrados a fim de que se chegue a um valor certo. Exemplo: em uma sentença que condenou o 
réu a indenizar as despesas de tratamento médico e psicológico originárias de uma agressão física, devem se elencar 
a título meramente ilustrativo, as contas do hospital, do ingresso até a alta médica, as contas de medicamentos, as 
contas de fisioterapeuta, as contas de sessões psicológicas realizadas e as que se estimem necessárias para a total cura 
da vítima, etc... 
 b). Intimação do devedor para em 15 (quinze) dias apresentar resposta, a teor do que determina 
o artigo 297, do Código de Processo Civil, lembrando que a autoria e a materialidade dos fatos já reconhecidos pela 
sentença não podem ser objeto de impugnação nessa fase, tendo em vista o respeito à coisa julgada; 
 c). Havendo ou não resposta pode haver ou não direito à réplica; 
 d). O juiz, sendo o caso, designará audiência preliminar do saneador (artigo 331, do CPC), e, 
especificadas as provas a serem produzidas, será designada audiência de instrução e julgamento (se necessária a prova 
oral), sendo a seguir proferida a decisão interlocutória a respeito da liquidação. 
 
 
 
 
 
[1] O juiz está proibido de proferir sentenças ilíquidas em ações de indenização por acidente de veículos 
(artigo 275, II, “d”, do CPC) ou cobrança de seguro oriundo de acidente de veículo (artigo 275, II, “e”, 
CPC), ainda que o pedido seja genérico, tendo em vista a vedação disposta no artigo 475-A, §3º, do 
Código de Processo Civil. 
AÇÃO DE EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA 
CONTRA DEVEDOR SOLVENTE 
PARTE I 
 
 Preliminarmente é importante dizer que nesta unidade trataremos apenas das ações de execução por 
quantia certa, ou seja, apenas da execução fundada em título extrajudicial (artigo 585, do Código de Processo Civil), a 
qual não se confunde com a fase de cumprimento de sentença (artigo 475-I a 475-R do Código de Processo Civil), 
embora muitas de suas disposições sejam aplicáveis a ambas espécies. 
 O objetivo da ação de execução por quantia certa prevista entre os artigos 646 a 729, do CPC é a 
expropriação de bens do devedor para satisfazer obrigação expressa em unidades monetárias, constante de título 
extrajudicial (artigo 646, CPC). 
 A divisão da ação de execução por quantia certa em fases é meramente didática, ou seja, faz-se 
exclusivamente com o intuito de aprender com maior facilidade. Assim, podemos vislumbrar as seguintes fases ou 
etapas da execução por quantia certa: 
a). proposição (da petição inicial a citação do devedor) 
b). preparação (ocorrerá se não houve pagamento voluntário, podendo ir de uma penhora até a arrematação do bem) 
c). pagamento ou satisfação do credor (através de adjudicação deste pelo credor, pela entrega do produto da 
arrematação ou mesmo pelo usufruto destes). 
Vejamos uma a uma estas fases: 
 
A). FASE DE PROPOSIÇÃO: 
A PETIÇÃO INICIAL deve vir acompanhada necessariamente do instrumento de mandato, da memória do débito, 
e do título executivo extrajudicial (art.585, CPC), que como vimos deve ser líquido, certo e exigível. 
A partir da Lei nº11.382/06, o credor poderá indicar na sua petição inicial os bens que conhece do 
devedor a fim de que, em não havendo pagamento, sejam estes penhorados (artigo 652, §1º, CPC), não 
obstante o juiz possa, de ofício ou a requerimento da parte, a qualquer tempo determinar a intimação do devedor para 
indicar bens à penhora (artigo 652, §3º, CPC), prevendo que se não indicá-los em 5 (cinco) dias, considerar-se-á que 
está praticando ato atentatório à dignidade da Justiça (artigo 600, IV, do CPC). 
O requerimento de CITAÇÃO DO DEVEDOR ocorre para que ele pague no prazo de 3 (três) dias, 
conforme artigo 652, do CPC (antes da Lei nº11.382/06 o prazo era de 24 horas para pagar ou nomear bens a 
penhora). 
O juiz ao receber a petição inicial, se verificar que está incompleta ou que falta algum documento essencial 
deve determinar sua emenda no prazo de 10 dias (art.616, CPC), sob pena de indeferimento; e ao DESPACHAR A 
INICIAL o juiz fixará desde logo os honorários advocatícios para a hipótese de pagamento (artigo 20, §4º, do CPC), 
sendo certo que a partir da Lei nº11.382/06, o devedor terá o benefício de redução da verba honorária pela 
metade na hipótese de pagamento integral (artigo 652-A, parágrafo único, do CPC). 
É importante lembrar que o prazo para oferecimento de Embargos do Devedor (ação incidental que visa 
desconstituir o título ou apontar defeitos do processo), não se confunde com prazo para pagamento voluntário e 
será contado a partir da juntada do mandado de citação cumprido aos autos, sendo de 15 (quinze) dias, 
conforme dispõe o artigo 738, “caput” do Código de Processo Civil. 
O legislador, objetivando incentivar o pagamento dos débitos, outorgou ao devedor um outro benefício, no 
prazo dos Embargos: caso o devedor, no prazo para Embargar, reconheça a dívida, depositando em juízo 30% (trinta 
por cento) do valor do débito (considerando o valor original, seus acréscimos, custas e honorários), poderá pedir ao 
juiz para pagar o saldo em até 6 (seis) parcelas, com correção monetária e juros de 1% ao mês (artigo 745-A, caput, 
do Código de Processo Civil) 
O juiz decidirá se defere ou não a proposta, se deferir, todos os atos executórios serão suspensos para aguardar 
o pagamento, mas ainda que seja indeferida a proposta o valor do depósito permanecerá nos autos e a execução 
prosseguirá (artigo 745-A, §1º., do Código de Processo Civil). 
Caso o devedor deixe de pagar qualquer parcela incidirá em multa de 10% (dez por cento) sobre o valor das 
prestações não pagas e a execução prosseguirá (artigo 745-A, §2º., do Código de Processo Civil), sendo vedado ao 
devedor a utilização do Embargos, nesta hipótese. 
 
CERTIDÃO DE DISTRIBUIÇÃO E AVERBAÇÃO SOBRE BENS DO DEVEDOR (art.615-A, do CPC): 
Outra novidade da Lei nº11.382/06 é o fato de que distribuída a execução, o credor tem o direito de obter 
Certidão comprobatória do seu ajuizamento, com identificação das partes e valor da causa, para efetuar AVERBAÇÃO 
junto a registro de imóveis, registro de veículos ou registro de outros bens sujeitos à penhora e arresto.É obrigatória a comunicação das averbações feitas, no prazo de 10 (dez) dias a partir de sua concretização 
(artigo 615-A, §1º, do CPC), e após a penhora dos bens será determinado o cancelamento das averbações dos bens 
que não tenham sido penhorados (artigo 615-A, §2º, do CPC). 
É certo que a partir da averbação autorizada pelo artigo 615-A, do CPC, ocorre a PRESUNÇÃO DE FRAUDE na 
hipótese de alienação ou oneração dos bens que sofreram averbação (artigo 615-A, §3º, combinado com 593, ambos 
do CPC). 
O legislador também se preocupou em proteger a parte executada de eventuais abusos, sendo prevista 
indenização para o exeqüente que promover averbação indevida, a título de litigância de má-fé (artigo 18, §2º, do 
CPC), no teto de 20% (vinte por cento) sobre o valor da causa ou mediante liquidação por arbitramento, caso em que 
o incidente será processado em autos apartados 
O novel legislador estabeleceu que, após normatização pelos Tribunais, a averbação de penhora de bens poderá 
ser realizada por meios eletrônicos (artigo 659, §6º, do CPC). 
 
B). FASE DE PREPARAÇÃO: 
 
ARRESTO : DEVEDOR NÃO ENCONTRADO PARA CITAÇÃO (artigo 653, do CPC): 
O Oficial de Justiça, estando com o mandado executivo em mãos, procurará o devedor no endereço indicado na 
inicial, e caso não o encontre, mas encontre bens, deverá arrestar o que for suficiente para garantir a execução, 
circunstância em que deve permanecer com o mandado executivo nos 10 (dez) dias seguintes ao arresto, procurando 
o devedor por 3 (três) vezes em dias distintos, mas não o encontrando deverá certificar o ocorrido (art.653, parágrafo 
único, CPC). 
O credor será intimado do arresto realizado e deve nos 10 (dez) dias seguintes a sua intimação sobre o arresto 
providenciar a citação por Edital do devedor. 
Após o decurso do prazo do Edital o devedor terá os 3 (três) dias seguintes para efetuar o pagamento, nos 
termos do artigo 652, “caput”, do CPC), e em não havendo este pagamento o arresto será convertido em penhora 
(artigo 654,CPC) e a execução prosseguirá. 
 
PENHORA DE BENS DO DEVEDOR: 
Caso o devedor tenha sido citado pelo Oficial de Justiça, decorrido o prazo de 3 (três) dias para 
pagamento (que será contado a partir da citação), o oficial de justiça retornará ao endereço do devedor e 
verificado o inadimplemento, procederá a penhora de bens e a sua avaliação, lavrando-se o respectivo auto e intimando 
o executado, na mesma oportunidade, se este estiver presente (artigo 652, §1º, CPC). 
A intimação da penhora também pode ocorrer na pessoa do advogado do devedor (se houver) ou pode até 
mesmo ser dispensada (artigo 652, §4º, CPC) a critério do juiz que decidirá se dispensa a intimação ou se determina 
novas diligências (artigo 652, §5º, CPC). 
É por ocasião da penhora, que o Oficial de Justiça faz a descrição dos bens, sua apreensão, sua avaliação (se 
não se tratar de objeto que exija conhecimentos técnicos) e seu depósito. 
 
Conseqüências ou efeitos da penhora na esfera de direito das partes: 
a). ineficácia dos atos de disposição perante o credor, ou seja, ainda que ocorra a alienação a terceiro (e entre o 
devedor e o adquirente este ato pode produzir efeitos pessoais), isto não afeta o direito do credor; 
b). indisponibilidade do bem para o depositário, que em regra, não poderá utilizar o bem, mas apenas guardá-lo 
e conservá-lo para entrega futura. 
c). direito de seqüela (ressalvadas as garantias reais ou privilégios anteriores, conforme art.613, CPC) é a 
possibilidade de buscar o bem e leva-lo à arrematação nas mãos de quem quer que ele esteja. 
d). direito de preferência: a penhora é o ato através do qual se cria um vínculo entre o bem e a ação, assim sendo, 
segundo o artigo 612, do CPC, cria-se um direito de preferência, consistente no fato de que o credor que primeiro 
penhorou o bem será o primeiro a ter o seu crédito satisfeito, restando ao segundo o saldo, caso exista, e assim 
sucessivamente em relação aos demais credores. O direito de preferência da penhora só deixa de existir na hipótese 
de credores que detenham privilégios legais (os artigos 955 a 965, do Código Civil, tratam de alguns privilégios 
creditórios). 
 
Procedimento de penhora: 
a). o credor, como já dito, pode indicar na petição inicial, bens do devedor passíveis de penhora (artigo 652,§2º, 
do CPC); 
b). caso o bem penhorado esteja gravado por penhor, hipoteca ou anticrese, o credor que tem tais garantias 
deverá ser obrigatoriamente intimado da penhora (art.615, II combinado com 619, CPC). 
 c). deve ser respeitada a ORDEM LEGAL inscrita junto ao artigo 655, CPC, bem como devem ser 
respeitadas as RESTRIÇÕES DE IMPENHORABILIDADE(artigo 649 e 650, do CPC, bem como Lei nº8.009/90). 
 d). quando o Oficial de Justiça não encontrar bens de valor significativo para penhorar deverá descrever os 
bens que guarnecem a casa ou estabelecimento do devedor (artigo 659, §3º, CPC) caso o devedor resista ao 
cumprimento do mandado executivo pelo Oficial, este deve comunicar ao juiz e solicitar ordem de arrombamento 
(art.660, CPC), circunstância em que 2 (dois) Oficiais cumprirão o mandado, lavrando auto circunstanciado do ocorrido, 
que será também assinado por 2 testemunhas que a tudo deverão assistir (art.661,CPC). 
Sempre que necessário poderá ser requisitada força policial para auxiliar o trabalho dos Oficiais (artigo 662, 
CPC). 
Na hipótese de prisão por resistência os oficiais deverão lavrar também um auto de resistência com rol de 
testemunhas, em duas vias, ficando uma via nos autos do processo e outra entregue ao policial a quem entregarem o 
preso (artigo 663, CPC). 
 e). auto de penhora: deve constar obrigatoriamente do auto de penhora (art.665, CPC): - data e local; -nome 
das partes; -descrição dos bens penhorados; - nomeação do depositário (se for feito o depósito dos bens será lavrado 
um único auto, conforme determina o artigo 664, do CPC). 
 
 
SEGUNDA PENHORA (art.667, CPC): só ocorrerá uma nova penhora se a primeira foi 
anulada (se houve penhora de bem impenhorável, como dinheiro de aposentadoria), se 
os bens não bastam ou o credor desistir dos bens por serem litigiosos ou onerados por 
outros gravames. 
 
SUBSTITUIÇÃO DO BEM PENHORADO A PEDIDO DO DEVEDOR (ART.668, CPC, 
ALTERADO PELA LEI Nº11.382/06): 
O devedor pode no prazo de 10 (dez) dias após a intimação da penhora, requerer 
a substituição da penhora, provando que isto não causará prejuízo ao exeqüente e lhe 
será menos onerosa. Antes da reforma operada pela Lei nº11.382/06, não havia prazo 
fixo para o pedido de substituição, podendo ocorrer a qualquer tempo, desde que antes 
da arrematação ou adjudicação. 
 
SUBSTITUIÇÃO DA PENHORA A PEDIDO DO CREDOR (artigo 656, do CPC): 
O credor poderá requerer a substituição do bem penhorado se: a) não obedecer a 
ordem legal (artigo 655, CPC); b) se não incidir sobre os bens designados na lei, 
contrato ou ato judicial para pagamento; c) se há bens no foro da execução, mas outros 
foram penhorados; d) se havia bens livres, mas foram penhorados bens já penhorados 
ou objeto de algum gravame anterior; e) se recaírem sobre bens de baixa liquidez; f) se 
fracassarem as tentativas de alienação judicial desses bens ou ainda g) se o devedor 
não fornecer a descrição e valor dos bens, conforme determina o artigo 668, parágrafo 
único, I a IV, do CPC. 
 
PENHORA DE BENS IMÓVEIS: 
A penhora de imóveis pode se realizar mediante auto (pelo Oficial) ou termo (no Cartório), cabendo ao 
exeqüente providenciar a indispensável averbação do ato na matrícula do imóvel perante o registro público, bastando 
para tanto a Certidão de inteiro