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Marya Eduarda de Souza - 7° período Anestesia e instrumentação cirúrgica veterinária Introdução à anestesiologia Veterinária → O que é anestesia/anestesiologia? Anestesia é uma palavra que vem do grego que diz perda da sensação de parte do corpo ou do corpo inteiro. Anestesiologia é o estudo da anestesia. A anestesia é um conjunto de vários saberes, é a integração de vários conhecimentos (fisiologia, farmacologia, clínica geral, técnicas de monitorização) para realizar de forma mais segura possível. Obviamente na anestesia o processo é individual seguindo as particularidades fisiológicas de cada paciente. Tópicos • História e perspectivas futuras da anestesiologia • Importância da anestesia ➔ repercussões para o paciente, para o cirurgião e para o tutor ➔ aspectos legais de um procedimento anestésico • Nomenclatura, termos e conceitos básicos • Introdução aos materiais e equipamentos ➔ cálculo de doses e infusões ➔ vias de administração ➔ técnicas de acesso vascular (central e periférico) ➔ manejo de vias aéreas 📎História e perspectivas futuras Desde os estudos de fisiologia, vários estudiosos buscam a muito tempo a anestesiologia, o local onde estamos hoje foi um caminho muito longo. ⚫ 1677 - 1761 – Stephen Hales: primeira mensuração de pressão arterial, em equinos, com colunas de água dentro de tubos. ⚫ 1800 – Humphy Davy – descobertas com o óxido nitroso (primeiro anestésico geral) e identificação do O2 e CO2 como gases do metabolismo ⚫ Horace Wells - observou o ácido nitroso que era utilizado como droga recreativa, observando efeito dos gases e tentou demonstrar os efeitos anestésicos. - considerado um dos pais da anestesiologia ⚫ 16 de outubro (dia mundial da anestesia) de 1846 – W. T. G. Morton - 1 ° demonstração do uso do éter (como anestésico) ⚫ 1842 e uso no parto do seu filho, em 1845; Crawford Long - Demonstração de uso do éter Marya Eduarda de Souza - 7° período - A cocaína foi usada durante muito tempo como anestésico local, vendida até como pastilha para dor de dente. - O xarope de opioides foi usado por muito tempo, como antidiarréicos. ⚫ Técnica de monitorização - OXÍMETRO DE PULSO (usado até hoje): Glenn Milikan (1942); é aperfeiçoada ao longo do tempo, Nellcor (1983). ⚫ Halotano, foi utilizado por muito tempo, começando a ser usado em 1956. - Usado em anestesia inalatória ⚫ 1898 – August Bier usou a agulha de Quincke para realizar raquianestesia com cocaína - executando uma raquianestesia ⚫ A heroína foi usada por muito tempo como um fármaco analgésico, hoje em dia é uma droga recreativa. Hoje em dia é usado drogas mais puras com efeitos indesejados menores, como o Remifentanil. O que faz um anestesista? • avaliação e preparo de pacientes para a anestesia; • prevenção, diagnóstico e tratamento da dor – incluindo a dor do paciente oncológico; • cuidados no período transoperatório; • diagnóstico e tratamento de doenças graves; • ressuscitação cardiopulmonar e do trauma; • avaliação e tratamento da função respiratória; • instrução, avaliação e supervisão da equipe perioperatória; • administração hospitalar; • condução de pesquisas de base, translacionais e clínicas E para onde vai a anestesiologia? De acordo com estudos, a anestesia inalatória mostrou uma mortalidade maior do que a anestesia intravenosa, então se tem uma tendência de perda do volume da inalatória ao longo do tempo. São fatores que contribuem com a evolução da farmacologia: - Engenharia biomédica - Pesquisa farmacêutica - Interdisciplinaridade A tendência é que se tenha tecnologias menos invasivas ao longo do tempo, a fim de reduzir o risco de procedimentos, prezar pela segurança e ter mais informações. Marya Eduarda de Souza - 7° período Sair vivo deixou de ser padrão de ! qualidade na anestesia. ⤷ Claramente é o mais importante, porém o paciente deve sair sem dor, com o mínimo de lesão de órgãos alvos e repercussões hemodinâmicas. Suporte a vida pré-operatório transmitir segurança para o tutor, construindo uma relação de confiança, entender as necessidades dele e do paciente (“ganhar” o cliente, evitar processos, melhorar o serviço). transoperatório homeostasia, relaxamento para o cirurgião, redução do sangramento e da possibilidade de infecção, analgesia preemptiva, controle do balanço hídrico … pós operatório hemostasia, controle de dor e da náusea, redução da chance de infecção, garantir a sobrevida do paciente sem comorbidades. a anestesia não acaba quando fechamos o vaporizador ou paramos a infusão!!! Observando trabalhos é mostrado que a maior parte dos óbitos relacionados a anestesiologia é no pós-operatório, por isso é tão importante a continuidade do estado do paciente. - Se a gente não conhece os efeitos dos fármacos e das técnicas pode ser que não observemos os sinais que o animal demonstra. Modulação dos fármacos! = conhecer as alterações. - Ao se comparar com a mortalidade dentro da veterinária podemos pensar na porcentagem de 1,39% em média, o que é uma taxa bem significativa. ⚫ As complicações em anestesia de equinos é algo relevante: - não só o óbito é uma preocupação • miosite • miopatia (até 7% das mortes) • neurite • íleo • fraturas (até 25% das mortes) • hipercapnia • hipoxemia - Atenção a: ➔ dor e hiperalgesia Marya Eduarda de Souza - 7° período ➔ miopatia, neurite e claudicação ➔ queimadura por colchão térmico ➔ úlceras por sobredose de AINES ➔ miopatia, neurite e claudicação ➔ broncoaspiração de Bário (contraste) ➔ dispneia em braquiocefálico (ficar atento a recuperação desse paciente) ➔ acinesia palpebral !!! A taxa de complicações anestésicas nunca será zero. Todos os anestesistas, independentemente da sua experiência, das suas habilidades, diligência e boas intenções, participarão de procedimentos associados à injúria de um paciente.” - hipotensão e injúrias. ➡ a cirurgia deve levar sempre o menor tempo possível. O aumento do tempo cirúrgico pode levar a complicações, por isso se deve ser feita no menor tempo necessário. E se complicar ? quando nada dá certo…. - 4,8% tiveram algum ensino formal de como transmitir más notícias. - 58% dos médicos têm dificuldade em serem honestos sem tirar as esperanças. protocolo SPIKE Setting , Perception , Invitation, Knowledge , Emotions ↳ ser empático com as emoções do tutor ➡ importância da anestesia - aspectos legais de um procedimento anestésico Hoje em dia se tem muitos processos judiciais nesse campo, por isso se deve trabalhar da melhor maneira possível. Três tipos de erros que podemos cometer: Imperícia Inaptidão, ignorância, falta de qualificação técnica, teórica ou prática, ou ausência de conhecimentos elementares e básicos da profissão. Imprudência Ação precipitada e sem cautela. A pessoa não deixa de fazer algo, não se omite; ela age, mas toma uma atitude diversa da esperada. Negligência Marya Eduarda de Souza - 7° período Quando se deixa de tomar uma atitude esperada para a situação, agindo com descuido, indiferença ou desatenção, não tomando as devidas precauções. Ação precipitada e sem cautela. A pessoa não deixa de fazer algo, não se omite; ela age, mas toma uma atitude diversa da esperada. Inaptidão, ignorância, falta de qualificação técnica, teórica ou prática, ou ausência de conhecimentos elementares e básicos da profissão. - Por própria precaução do conselho se determina trabalhar com: I - autorização para exames ou procedimentos terapêuticos que sabidamente possam oferecer riscos iminentes de reação adversa ou morte; II - autorização para internação e tratamento clínico ou cirúrgico de pacientes; III - autorização para procedimentos cirúrgicos de qualquer natureza; IV - autorização para procedimentos anestésicos; V - consentimento para procedimento de eutanásia. nomenclatura, termos e conceitos básicos criando as bases para o estudo da anestesiologia ➔ dor - sensação ou experiência emocional desagradável associada a um dano tecidual real ou potencial. ➔ nocicepção - processo neural do estímulo doloroso (transdução, transmissão, modulação e percepção), não depende de consciência.➔ analgesia - ausência de dor em resposta a um estímulo normalmente doloroso ➔ tranquilização - mudança comportamental em que há alívio da ansiedade e o paciente se torna relaxado mas consciente do seu entorno. ➔ sedação - depressão central acompanhada de sonolência e certo grau de relaxamento. O paciente em geral não responde a estímulos ambientais, exceto estímulos intensos. ➔ narcose - sono profundo induzido por drogas, em que é difícil acordar o paciente. ➔ hipnose - sono artificialmente induzido, resultante de depressão moderada do SNC. insensibilidade à dor, associada ou não a inconsciência Anestesia - insensibilidade à dor, associada OU NÃO a inconsciência Podendo ser: Marya Eduarda de Souza - 7° período ● Geral - perda de consciência induzida por drogas em que o paciente não pode ser acordado por um estímulo doloroso ● Dissociativa - induzida por anestésicos como a cetamina, dissociando o tálamo e o córtex cerebral. Estado cataleptóide, olhos abertos e reflexos mantidos e hipertonia muscular ●Local - perda da sensação dolorosa em uma área circunscrita do corpo ● Regional - insensibilidade à dor em uma área maior, porém delimitada, do corpo. - Podemos relacionar eles também! O TRIPÉ DA ANESTESIA: - ANALGESIA - CONSCIÊNCIA - RELAXAMENTO MUSCULAR IMPACTANDO MINIMAMENTE POSSÍVEL A HOMEOSTASE. - estabilidade cardiovascular / respiratória Como atingir esse tripé ? temos que fazer sempre duas perguntas: 1° Quem é o paciente? - espécie, raça, temperamento, doenças (de base e concomitantes), etc 2° Qual é o procedimento? - duração, grau de invasão, perfil do cirurgião, estrutura pós-operatória Sempre tentar trabalhar com o conceito de: anestesia balanceada ➡ associação de múltiplas drogas e técnicas direcionadas para atenuar componentes específicos do estado de anestesia, ou seja, amnésia/inconsciência, antinocicepção, relaxamento muscular e alteração dos reflexos autonômicos. MÍNIMO DE EFEITO E MÁXIMO DE EFICÁCIA!!!! Para isso se deve conhecer a farmacocinética, farmacodinâmica e interações medicamentosas!!! Se pensarmos na anestesia podemos dividi las em algumas etapas: 1. MEDICAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA: tranquilizantes, sedação e redução de doses dos anestésicos - ela não é obrigatória! 2. INDUÇÃO: aprofundamento abrupto do plano anestésico 3. MANUTENÇÃO: garantir plano adequado ao procedimento 4. RECUPERAÇÃO: superficialização do plano anestésico até o despertar ! Em qualquer etapa desta sequência poderíamos trabalhar com as técnicas locorregionais. introdução aos materiais e equipamentos ➔ vias de administração • oral, sublingual, retal • subcutânea, intramuscular, intravenosa, intra-arterial, intraóssea Marya Eduarda de Souza - 7° período • tópica • inalatória • epidural • subaracnóidea • intratraqueal • intraperitoneal ➔ acesso vascular central e periférico - essenciais - praticamente sempre trabalhamos com pelo menos um acesso periférico. • acesso venoso periférico - usamos bastante na prática, é importante, deve ser feito com todo cuidado. Tricotomia ampla da região, antissepsia, introdução do cateter, fixação e a colocação de uma manutenção. • acesso venoso central - feito com cateter venoso central. Colocação como se fosse cirurgia com todas as técnicas antissepsia. • acesso arterial • acesso intra-ósseo
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