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Thais Alves Fagundes CULTURA BACTERIANA E ANTIBIOGRAMA BACTÉRIAS MORFOLOGIA Procariotos: bactérias Eucariotos: fungos Organização mais simples Organização mais complexa Parede celular → membrana citoplasmática Parede celular → membrana citoplasmática Citoplasma: ribossomos Citoplasma: apresentam organelas envolvidas por membrana. • Complexo de golgi • Retículo endoplasmático • Mitocôndrias • Cloroplastos (nas células vegetais) Material genético não é envolvido por membrana nuclear Material genético composto por moléculas de DNA e envolvido por membrana nuclear. Podem apresentar plasmídeos: material genético extra-cromossomal FORMATO COCOS Diplococos: duas células (células se multiplicam, mas não se dividem) • Neisseria gonorrhoeae: infecção bacteriana sexualmente transmissível (fímbrias com função de adesão ao tecido). Estreptococos: formação de cadeias de células. Dá nome para espécies de bactérias. • Streptococcus: infecção de cateter em hospitais e centros de hemodiálise. • Streptococcus mutans: infecção de próteses e cárie dentária. Tétrade: quatro células • Micrococcus: habitam naturalmente a pele da mucosa e orofaringe. Acometem imunossuprimidos. Estafilococos: células em formato de cacho de uva ou grumo. Dá nome para espécies de bactérias. • Staphylococcus aureus: o Presente naturalmente na orofaringe (50%), no nariz (30%) e na pele (20%). o Associada com infecções: ▪ Endocardite (CTI), osteomielite. ▪ Intoxicação alimentar por estafilococos (ingestão da toxina produzida pela bactéria). ▪ Infecção alimentar (ingestão da bactéria). ▪ Síndrome de choque tóxico (TSST-1) e síndrome de pele escaldada. o Diagnóstico: coagulase + (teste da coagulase). Cultura: manitol salgado NaCl 7,5%. Sarcina: oito células, em formato quadrangular. BACILOS Bacilos: únicos • Escherichia coli: bactéria do trato gastrointestinal. Coliforme fecal: presença é observada na verificação da potabilidade da água, caso encontrada, a água se torna imprópria para consumo, pois indica que qualquer outro patógeno de transmissão fecal-oral também pode estar presente. • Pseudomonas: bactéria que apresenta flagelos. Relacionada com infecção hospitalar. Diplobacilos: duas células Estreptobacilos: mais de duas células • Streptobacillus moniliformis: febre da mordida do rato. Cocobacilo: formato intermediário entre cocos e bacilos. • Gardnerella vaginalis ESPIRILOS Vibrões: formato de vírgula. • Vibrio cholerae: causa a cólera e sua transmissão ocorre por águas salgadas costeiras, frutos do mar mal cozidos, água contaminada. Pessoa infectada apresenta fezes diarreicas, descritas como “água de arroz”, nas quais observa-se a bactéria na microscopia. VIBRIÕES Espirilo: formato com curvas • Spirillum volutans: ambiente aquático, sem interesse clínico. • Spirillum minus: febre da mordida do rato. Espiroqueta: quantidade maior de curvas • Spirochaeta zuelzerae • Leptospira interrogans: causa leptospirose, veiculada pela urina do rato. Thais Alves Fagundes CULTURA BACTERIANA E ANTIBIOGRAMA FATORES QUE INFLUENCIAM A CULTURA BACTERIANA Fatores preponderantes e essenciais, que determinam o padrão de crescimento microbiano em uma cultura Temperatura, ph e NaCl Temperatura Psicrófilos: baixas temperaturas → 0° a 20°C / Ótima: 15°C Mesófilos: temperaturas moderadas → 10° a 50°C / Ótima: 25 a 40°C • Organismos da microbiota natural e organismos patogênicos. Termófilos: altas temperaturas → 40° a 85°C / Ótima: 50° a 60°C • Não são frequentemente associados a problemas clínicos. • Quando presentes, estão associados a processos de degradação de alimentos, o que pode inviabilizar seu consumo. Hipertermófilos: acima de 100°C Temperatura ótima: maior taxa de crescimento, reflexo das elevadas atividades enzimáticas presentes na célula do microrganismo. Limites inferiores e superiores do crescimento: faixa de temperatura na qual o microrganismo se desenvolve. Acima desse limite ocorre a morte do microrganismo. Concentração de sal (NaCl) Não halófilo: não necessitam de sal para se multiplicar. • Maior parte dos microrganismos da microbiota humana e patogênicos são não halófico. • Escherichia coli Halotolerante: microrganismos que “toleram” o sal. • Staphylococcus aureus: sobrevive em ambientes nos quais outros microrganismos não sobreviveriam (alimentos salgados/embutidos, podendo causar deterioração destes e intoxicação/infecção alimentar). Halófilos: necessitam de uma concentração maior de sal para se multiplicar. Halófilos extremos: necessitam de uma concentração significativamente maior de sal para se multiplicar. • Os dois últimos não possuem importância clínica. PAREDE CELULAR BACTERIANA FUNÇÃO: • Determina a forma da célula • Protege contra choques mecânicos • Barreira a algumas substâncias • Previne a evasão certas enzimas • Mantém a integridade celular: impede lise, pela elevada pressão osmótica interna e tendência à entrada de água. COMPOSIÇÃO • Peptidoglicano: polissacarídeo composto por N- acetilglicosamina e ácido N-acetilmurâmico, junção desses carboidratos por meio da ligação de aminoácidos. GRAM POSITIVAS: Peptidioglicano: parede espessa, em camadas ligadas por aminoácidos Ácidos teicóicos e ácidos lipoteicóicos: permeiam a camada de peptidioglicano. • Acidos lipoteicóicos: liga-se à membrana citoplasmática. • Ácido teicóico de parede: liga-se à camada de peptidioglicano. Lisozima: • Enzima que atua como mecanismo de defesa. • Observada nas secreções humanas e no trato gastrointestinal. • Cliva ligações entre N-acetilglicosamina e ácido N-acetilmurâmico. • Permite entrada de água, causando entumescimento e ruptura da bactéria. GRAM NEGATIVAS: Membrana celular: bicamada fosfolipídica e proteínas de membrana. Peptidioglicano: parede delgada de peptidioglicano, poucas camadas ligadas por amnc. Membrana externa: • Lipopolissacarídeos • Lipoproteínas: transporte de moléculas do ambiente externo para interno. • Fosfolipídeos Periplasma/Espaço periplasmático: armazena de enzimas que degradam antibióticos • Espaço físico entre o peptidioglicano e a membrana citoplasmática. • Espaço físico entre o peptidioglicano e a membrana externa. Lipopolissacarídeos (LPS): • Cerne do polissacarídeo (core) /Polissacarídeo cerne • Antígeno O / Polissacarídeo O • Lipídeo A / Polissacarídeo A (endotoxina): Pode causar febre, diarreia, choque, quando injetada em um indivíduo. Processo de esterilização não elimina a possibilidade de ter endotoxina A. Havendo a injeção de endotoxina A no indivíduo, causa sintomas supramencionados, mesmo a substância sendo considerada estéril. COLORAÇÃO DE GRAM Diferenças na estrutura da parede celular das bactérias permitem classificar bactérias como Gram + e Gram - Procedimento: • Colocar corante: cristal violeta (coloração roxa) na amostra. • Colocar solução mordente: lugol, que forma complexo com o cristal violeta e fica retido dentro da célula. • Descoloração: álcool acetona o Efeito diferente a depender do tipo de célula. o Gram +: causa desidratação do peptidioglicano, fazendo com que cristal violeta fique retido na célula. o Gram-: causa formação de poros na parede celular, fazendo com que o complexo cristal violeta-lugol saia da célula. • Colocar contra-corante: fuccina ou safranina (coloração vermelha) o Entra apenas em células gram negativas. GRAM POSITIVAS: roxo GRAM NEGATIVAS: vermelho Desidratação do peptidioglicano, fazendo com que cristal violeta fique retido na célula. Parede com peptideoglicano e ácido teicoico retém coloração violeta. Formação de poros na parede celular, fazendo com que o cristal violeta saia da célula. Parede fina de peptideoglicano ligada a um fosfolipídio. Thais Alves Fagundes ANTIBIOGRAMA NORMAS: • Teste utilizado para avaliar o perfil de suscetibilidade e resistência das bactériasaos antimicrobianos. • Comitê de padronização de ensaios antimicrobianos, com o objetivo de padronizar como deve ser feito o antibiograma. o CLSI – Clinical Laboratory Standart Institut (comitê americano) o EUCAST – European Committee on Antimicrobial Susceptibility Testing (comitê europeu) TESTES DE SENSIBILIDADE: • Diluição em caldo • Diluição em ágar • Ágar difusão: mais utilizado → difusão em disco, difusão em poço, bioautografia ÁGAR DIFUSÃO (DIFUSÃO EM DISCO) MÉTODO Solução salina: colocar o microrganismo em solução salina. Padronizar/Quantificar o inóculo: norma determina a quantidade de microrganismos que é preciso colocar. • Métodos para se determinar o tamanho do inóculo: o Densidade óptica ou transmitância (espectrofotômetro): coloca a amostra em uma cubeta, equipamento emite luz e a quantidade de feixes de luz que atravessaram a cubeta é registrada, indicando a quantidade de células microbianas contidas, por meio na aplicação em uma fórmula matemática. o Contagem em câmara de Neubauer: coloca parte da amostra, conta a quantidade de células e aplica em regra de três, para saber se a quantidade de células alcançou a quantidade determinada pela norma. Swab: molhar um swab na suspensão e passar o swab em toda a superfície da placa de petri. Discos: colocar discos de papel com antibiótico na superfície do meio de cultura. Antibiótico sai do disco de papel e se difunde pelo meio de cultura. Incubação: incuba as placas por certo tempo (Bactérias: 24 a 48h / Leveduras: 48 a 72h) Leitura do resultado: baseada no diâmetro da zona/halo de inibição. • Zona de inibição: o Área livre do crescimento dos microrganismos devido a ação inibitória do antimicrobiano. o Zona branca é o microrganismo que se multiplicou, o diâmetro é a zona de inibição. RESULTADO Ausência total de halo de inibição: • Microrganismo resistente ao antibiótico. • Microrganismo continua a crescer mesmo na presença do antibiótico. Presença de halo de inibição: • Microrganismo pode ser, ou não, sensível ao antibiótico. Nem sempre a presença de halo de inibição indica sensibilidade. • Norma determina o tamanho do halo que indica sensibilidade, de acordo com cada antibiótico. o Ampicilina: ▪ Resistente ≤ 13 mm (observa presença de halo, mas indica resistência apesar disso). ▪ Intermediário 14-16 mm ▪ Sensível: ≥ 16 mm • Não pode indicar eficiência do antibiótico, baseado no tamanho comparativo dos halos de inibição. o Cada antibiótico apresenta padrões químicos e físicos que influenciam no seu padrão de difusão pelo meio de cultura. o Antibióticos com moléculas pequenas possuem uma tendência a se difundir rapidamente, tornando seu halo de inibição maior, quando comparado a um antibiótico com moléculas grandes, que terá um halo menor. No entanto, isso não quer dizer que o primeiro antibiótico é melhor que o segundo. o Basear sempre nas tabelas da norma!
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