Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Página 1 de 3 ANESTESIOLOGIA E TÉCNICA CIRÚRGICA 22/08/22 Fluidoterapia em grandes animais Desequilíbrio hidroeletrolítico (sódio, potássio, cálcio, magnésio...) Cavalo com cólica sempre vai estar desidratado Falta líquido no espaço intra e extracelular Se faltar água no sangue vai baixar pressão (volemia diminuiu) Anestesia inalatória causa depressão no sistema respiratório e cardiovascular Introdução Distribuição dos líquidos corpóreos e íons: • Neonato 80% água → desidrata muito rápido, entra em hipoglicemia muito rápido • Adulto 60% água Distribuição do fluido: • 40% intracelular • 20% extracelular → sangue, líquido cefalorraquidiano... Movimento dos líquidos: lugar onde possui menor quantidade de moléculas osmoticamente ativas, puxa mais Queimadura: extracelular → intracelular Desequilíbrio entre EIC e EEC: diminuição da ingestão, aumento das perdas (diarreia, hemorragia [pulmonar induzida pelo exercício, exclusiva dos equinos com alto desempenho atlético]), combinação dos 2 fatores. Objetivos: Reestabelecer volume de sangue (volemia) Hidratação e perfusão de tecidos (concentração nos órgãos essenciais: cérebro, coração, rim) Desequilíbrios (exame complementar, tomar cuidado com o íon potássio e cálcio) Estimulação de órgãos (cavalo com insuficiência renal aguda – diurético e fluidoterapia para estimular rim) Administração de fármacos (DMSO, bicarbonato de sódio para acidose metabólica) Diarreia, choque hipovolêmico, síndrome cólica, desidratação pós exercício, desequilíbrios metabólicos. Alcalose metabólica bovino: abomaso torce, ácido clorídrico não vai sentido aboral para ser reabsorvido o hidrogênio, animal entra em alcalose Quando realizar? Classificar a desidratação → leve, moderada e severa Desidratação leve (5-8% do PV): Apatia, elasticidade/turgor da pele diminuída 2 a 4”, mucosas pouco úmidas, ainda róseas, TPC 2 a 3”, taquicardia leve (de acordo com a espécie), normotermia, animal em estação e manutenção da sede e apetite. Desidratação moderada (8-10% do PV): Apatia acentuada, elasticidade da pele diminuída 5”, mucosas secas e vermelhas (inflamação sistêmica), TPC em torno de 4”, taquicardia acentuada, pulso fraco e regular, normotermia, extremidades frias, animal em estação, anore- xia, enoftalmia (retração do globo ocular) Desidratação severa (10-12% do PV): Depressão profunda, elasticidade da pele diminuída 6-10”, mucosas secas e vermelhas escuras ou azuladas (cia- nose), TPC acima de 6”, taquicardia acentuada, pulso fraco e filiforme, hipotermia, extremidades frias, animal em de- cúbito esternal (principalmente ruminantes), inapetência (menor possibilidade de se alimentar), enoftalmia acentuada Página 2 de 3 Choque hipovolêmico (15% ou mais do PV): Coma, elasticidade da pele diminuída 20”, mucosas secas, brancas ou azuladas, TPC acima de 8”, taqui ou bradicardia acentuada, pulso fraco e filiforme, hipotermia, extremidades frias, decúbito lateral permanente (principalmente bovi- nos), inapetência, enoftalmia acentuada Exames laboratoriais mais comumente utilizados – valores validos somente para equinos: HT PTP 43-50 7.0-8.0 Desidratação leve 5 a 8% HT PTP 50-57 8.1-9.0 Desidratação moderada 8 a 10% HT PTP >57 >9.0 Desidratação severa 10-12% Tipos de fluidos Coloides: substâncias que possuem açúcares e/ou proteínas de alto peso molecular, que quando administrados re- sultam no aumento da pressão oncótica. Muito utilizados em caso de hipoproteinemia. Utilizado menos em relação ao cristaloide. Muito caro, dependendo da origem (natural: albumina e sintético) pode ter uma reação anafilática, e os sintéticos se administrado da maneira incorreta, com cálculo incorreto pode causar problemas na cascata de coagu- lação. Muito mais viscoso. SINTÉTICOS: • Dextran 40; 70 • Hetastarch • Gelatina NATURAL: • Plasma • Albumina (extremamente caro) Comum fazer coloide seguido de cristaloide Cristaloide: precisa de mais volume para repor a volemia, Ringer com lactato → acidose metabólica, lactato transformado pelo fígado, pode se transformar numa substância básica revertendo o caso NaHCO3 5% → bicarbonato de sódio. Acidose metabólica NaCl 0,9% → composto por sódio e cloreto. Hiponatremia e hipocloremia Glicose 5% → hipoglicemia (animais jovens, parou de mamar por afecção) NaCl 7,5% → muda a quantidade de sal, solução supersaturada, puxa líquido numa velocidade muito grande. Em se- quência dela precisa usar uma solução isotônica. Cálculo de administração diferente Quantidade e vias de administração Quantidade: Perdas devido a desidratação + volume necessário para manutenção diária da espécie % estimada da desidratação x PV do animal + 50 a 100 ml/kg/dia 50 para adultos, 100 para jovem, 150 neonato Cavalo de 400kg, desidratação estimada em 8%. Qual o volume total (VT) a ser administrado em um período de 24 horas? Cavalo de 400 kg 8% desidratação + necessidade de manutenção diária 32 litros + 20.000ml ou 20L = 52L 8% x 400 (L) = 32L 50 x 400 (ml) = 20.000ml Página 3 de 3 Bezerro de 50kg, desidratação estimada em 10%. Qual o volume total (VT) a ser administrado em um período de 24 horas? Bezerro de 50 kg 10% desidratação + necessidade de manutenção diária 5 litros + 5.000ml ou 5L = 10L 10% x 50 (L) = 5L 100 x 50 (ml) = 5.000ml Vias de administração: VIA ORAL: mais segura, barata e rápida Não indicado: cavalo com suspeita de cólica, intuscepção intestinal VIA INTRAVENOSA: eleição na maioria das enfermidades Utilização de cateter, feito de polipropileno, silicone, materiais inertes que não induzem a resposta inflamatória e não lesionam o vaso CATETER: Mais utilizados: 16 e 18 Gauge (quanto menor o número, maior o calibre do cateter) Antes do garrote: tricotomia bem delimitada e sem lesões do tecido, antissepsia cirúrgica (degermante; álcool 3x), luva estéril, cateter no sentido do fluxo sanguíneo, administração subcutânea de 0,5 a 1ml de lidocaína (literatura), em último caso a sedação. Realização do garrote distal ao local de introdução do cateter, venopunção inicial em ângulo de 45º-65º, introdução de 1,5cm do cateter juntamente com o mandrio, manter mandrio imóvel, introduzindo apenas o cateter no interior da veia, após remoção do mandrio acoplar tubo extensor do cateter (possui 20cm) Vaca de leite: orelha Cefálica, torácica Não ausência de sangue após a retirada do mandrio indica insucesso do procedimento, após certeza de que o cateter está colado de maneira correta → fixação do cateter (fio de náilon) Antes e após a administração de qualquer substância via cateter ou a cada 6h: heparizinar o sistema Solução heparizinada para não coagular, 10UI/ml de solução salina Cuidados com o cateter: jamais tentas desobstruir o cateter sob pressão, inspecionar o conjunto no mínimo uma vez por dia, hipertermia, edema, dor, remover imediatamente Permanência de no máx. 72h Valores abaixo de 3mEq/L, de 20 a 40 mEq/L IV, velocidade não superior a 0,5mEq/kg/hr, oral 40g/450kg BID Solução hipertônica de NaCl a 7,5% 4 a 6ml/kg IV, period de no mínimo 15min Sempre seguido de solução isotônica Glicose a 5% 2 a 3ml/kg/hr equinos adultos Potros neonatos 3 a 5ml/kg/hr Administração de glicose de maneira rápida pode causar diurese osmótica
Compartilhar