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Fluidoterapia e cálculo de fluidos

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Terapêutica Veterinária MEDICINA VETERINÁRIA 
 
A fluidoterapia envolve a reposição 
de líquidos cristaloides e coloides sintéticos. Se 
feita de forma inadequada pode causar 
prejuízo ao animal. 
Volemia é um termo para se referir ao 
volume sanguíneo. É a relação do sangue em 
função do peso, por exemplo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
CÃES X GATOS 
Gatos possuem um menor volume 
sanguíneo e isso significa que há um maior 
risco de efusão/edema se for administrada 
uma dose maior. Outra diferença é quanto a 
contração esplênica. 
O baço é um reservatório de sangue, 
e se o paciente entra em uma condição de 
hemorragia, ele se contrai para mandar sua 
reserva para os vasos e manter a volemia do 
paciente. O gato não tem esse processo tão 
eficiente quanto o cão e tem uma menor 
resposta a hipovolemia. 
Outra característica importante é a 
tendência à hipotermia. O gato possui uma 
resposta adrenérgica mais frágil em 
condições hipotérmicas. A resposta 
adrenérgica é comandada pelo SNA simpático 
e realiza a vasoconstrição dos vasos, se ela 
está diminuída, ocorre uma vasodilatação não 
responsiva à fluido.  Portanto, deve-se 
aquecer o animal. 
 
Existem duas diferentes pressões que fazem 
os líquidos permanecerem dentro de seus 
reservatórios: a pressão hidrostática (é a 
pressão que o volume faz dentro do vaso 
para mandar o líquido para fora) e a pressão 
oncótica (é a pressão que atrai os líquidos 
para dentro dos vasos). Desequilíbrio entre 
essas pressões = extravasamento de líquido, 
formando edemas, etc. 
 
Além de água, há os eletrólitos que 
são fundamentais para a manutenção da 
homeostasia. Esses eletrólitos podem ter 
cargas positivas (cátions) e negativas (ânions). 
 O total de cargas positivas tem que ser 
igual ao total de cargas negativas. 
 
Cátions – Na+, K+, Ca++ e Mg++. 
Ânions – Cl-, HCO-, h2PO4, HPO4-, proteínas 
e outros. 
FISIOLOGIA DOS LÍQUIDOS 
CORPORAIS 
A obtenção se dá pela ingestão ou do 
produto final do metabolismo celular. A 
excreção se dá pela urina, pele, gazes 
expirados, saliva, fezes e lactação. O controle 
da quantidade de água ocorre principalmente 
no hipotálamo e a sede é estimulada de forma 
direta ou pelo sistema renina-angiotensina-
aldosterona (SRAA). 
corpo 
constituido com 
60 % de água
75% intersticial 25%intravascular
O cão possui 8% 
de volemia
O gato possui 
6,5% de volemia
33% extracelular
66% intracelular
Terapêutica Veterinária MEDICINA VETERINÁRIA 
 
SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA-
ALDOSTERONA. 
Em um volume alto, é estimulado uma diurese 
para perda maior de água na urina. 
 O ADH (antidiurético) também participa do 
equilíbrio dos líquidos corpóreos e pode ser 
chamado de vasopressina. Utilizado quando é 
necessário manter mais água no organismo. 
DESEQUILÍBRIO HÍDRICO ENTRE OS 
COMPARTIMENTOS. 
No desequilíbrio hídrico entre a 
ingesta para obtenção e excreção que leva a 
um quadro de diminuição de líquidos corporais, 
é preciso pensar em duas situações: 
desidratação e hipovolemia. 
DESIDRATAÇÃO – É a diminuição de líquidos 
fora dos vasos. 
HIPOVOLEMIA – É a diminuição de líquidos 
dentro dos vasos. 
í
1- Diminuição da ingesta (desde diminuição do 
acesso à água até alterações neurológicas e 
sistêmicas); 
2- Aumento da perda de fluidos como poliúria, 
vômito, diarreia, febre, sudorese 
(principalmente em equinos), queimaduras 
 
1 Acúmulo de líquido dentro da cavidade torácica. 
extensas e efusões (efusão pleural1, cite2, 
edemas). 
DESIDRATAÇÃO 
Há 3 tipos de desidratação: 
desidratação isotônica, desidratação 
hipotônica e desidratação hipertônica. O tipo 
mais comum em desidratação é a isotônica. 
DESIDRATAÇÃO ISOTÔNICA - É uma 
desidratação de osmolaridade igual, ou seja, é 
a desidratação onde há perda proporcional de 
água e eletrólitos e não vai haver alteração 
da osmolaridade. Pode ocorrer em casos de 
vômito, diarreia, infecções, doença renal, 
choque hipovolêmico. 
DESIDRATAÇÃO HIPOTÔNICA – É 
onde ocorre uma baixa osmolaridade no 
espaço extracelular. Essa osmolaridade 
diminuída ocorre pela perca de mais 
eletrólitos, ou seja, perda de líquido 
hiperosmolar (acima de 310mOsm/kg). 
O compartimento extracelular se 
torna hiposmolar e hipotônico (abaixo de 
280mOsm/kg) em relação ao intracelular. 
Na desidratação hipotônica ocorre o chamado 
ingurgitamento celular, ou seja, o organismo 
manda água para dentro da célula na 
tentativa de reestabelecer a osmolaridade 
entre os meios. 
 Essa desidratação pode ocorrer, por 
exemplo, na insuficiência da adrenal e no uso 
excessivo de diuréticos. 
DESIDRATAÇÃO HIPERTÔNICA – É o 
contrário a hipotônica, onde ocorre a perda 
de mais água do que eletrólitos e o meio fica 
hiperosmolar. Assim, o organismo, para 
tentar reestabelecer o equilíbrio, tira água de 
dentro das células para mandar para o meio 
extracelular. Essa osmolaridade ocorre pela 
2 Acúmulo de líquido dentro da cavidade abdominal. 
Rim não recebe volume 
adequado ativa o sistema
liberação de renina pelo 
rim
Renina + angiotensinogênio 
(liberado pelo fígado).
Formação de angiotensina 
I de forma inativa.
Formação de 
angiotensina II
Vasoconstrição e 
liberação de aldosterona
Retenção de sódio e 
água.
Retenção de volemia.
Terapêutica Veterinária MEDICINA VETERINÁRIA 
 
baixa ingestão de água e quando ocorre o 
aumento das perdas insensíveis (aquelas não 
visíveis) como a febre e taquipneia. 
SINAIS CLÍNICOS DE 
DESIDRATAÇÃO 
O primeiro critério a ser estabelecido é: meu 
paciente está desidratado? Qual o tipo de 
desidratação ele apresenta? 
O grau de desidratação estimula o quanto de 
fluido será administrado. 
Um sinal de desidratação é a 
elasticidade/turgor da pele, ressecamento 
das mucosas, enolftalmia, diminuição da urina, 
aumento do TPC (tempo de preenchimento 
capilar), etc. 
 Há várias tabelas com diferentes 
graus de desidratação. É necessário que o 
médico veterinário escolha uma e a faça usual. 
GRAU SINAIS CLÍNICOS 
 
 
Menor que 5% 
História de vômito ou diarreia 
ou perda de líquido, 
membrana mucosa normal, 
incapaz de detectar < 5% no 
exame físico. 
 
5% 
História de vômito ou diarreia 
ou perda de fluido, 
membranas mucosas secas. 
 
 
 
7% 
História de vômito ou diarreia 
ou perda de fluido, 
membranas mucosas secas, 
diminuição do turgor da pele, 
taquicardia, qualidade de pulso 
normal e pressão arterial 
normal. 
 
 
10% 
História de vômito ou diarreia 
ou perda de fluido, 
membranas mucosas secas, 
diminuição do turgor da pele, 
taquicardia, pulso fraco, 
hipotensão. 
 
 
 
 
12% 
História de vômito ou diarreia 
ou perda de fluido, 
membranas mucosas secas, 
diminuição do turgor da pele, 
taquicardia ou bradicardia, 
pulso fraco ou ausente, 
hipotensão, extremidades 
frias, hipotermia. 
GRAU SINAIS CLÍNICOS 
5% - Leve 
Perda mínima do turgor da 
pele, mucosas um pouco 
ressecadas. 
8% - Moderada 
Perda moderada do turgor 
da pele, mucosas 
ressecadas, pulso fraco e 
rápido, enoftalmia. 
10% - Severa 
Considerável perda do 
turgor da pele, mucosas 
extremamente ressecadas, 
severa enoftalmia, pulso 
filiforme, hipotensão, 
alteração do nível de 
consciência. 
GRAU SINAIS CLÍNICOS 
Até 4 Inaparentes. 
4-6 
Perda da elasticidade da 
pele, ressecamento das 
mucosas, TPC aumentado, 
diminuição no débito urinário. 
8-10 
Sinais anteriores mais 
severos, ressecamento da 
córnea, diminuição na 
pressão intraocular, 
retração do olho na órbita, 
pulso fraco, oligúria, 
depressão, hematócrito 
acima de 60%, jugular com 
distensão comprometida. 
GRAU HT PPT TPC 
Turgor 
da 
pele 
Mucosas 
5% 
40-
50 
6,5 
– 
7,5 
2-3 2-3 úmidas 
8% 
50-
60 
7,5 
– 
8,5 
2-4 3-4 
Pouco 
secas 
10% > 60 > 8,5 > 4 > 4 Secas 
 
HT (%) – Hematócritos (também chamado de 
volume globular); 
PPT (g/dL) – Proteínas plasmáticas totais; 
TPC (s) – Tempo de preenchimento capilar. 
Terapêutica Veterinária MEDICINA VETERINÁRIA 
 
SINAIS CLÍNICOS EM RUMINANTES 
Podem apresentar perda de peso,aumento da FC e do TPC, perda da elasticidade 
da pele, ressecamento das mucosas, 
diminuição da temperatura nas extremidades 
e diminuição da produção de urina. 
GRAU SINAIS CLÍNICOS 
10 
Sinais de depressão e 
apatia, mucosas 
ressequidas, perda de 
turgor da pele, enoftalmia, 
paciente em estação ou 
decúbito esternal. 
15 
Além de sinais de grau 
moderado, diminuição na 
temperatura corporal, 
decúbito lateral e animal 
moribundo. 
GRAU SINAIS CLÍNICOS 
Leve 
Apatia discreta, mantém 
estação, mantém apetite e 
sede (reflexo se sucção), 
mucosas rosadas e pouco 
pegajosas. 
Moderada 
Apatia acentuada, decúbito 
esternal preferencial 
(ergue-se sem auxílio), 
anorexia (reflexo de sucção 
ainda presente), mucosas 
pegajosas a secas e 
avermelhadas, enoftalmia, 
taquicardia, pulso fraco e 
regular e extremidades 
discretamente frias. 
Severa 
Depressão, decúbito 
esternal permanente, 
inapetência (sem reflexo de 
sucção), mucosas secas e 
vermelhas, enoftalmia, 
taquicardia, pulso filiforme, 
extremidades frias, 
hipotermia. 
GRAU 
Retração 
do globo 
ocular 
Turgor 
da 
pele 
Mucosas 
6-8% Discreta 2-4 Úmidas 
8-10% Evidente 3-4 Pouco secas 
10-12% Profunda > 4 Secas 
Na avaliação laboratorial em um 
paciente desidratado, como vai haver perda 
de líquido pode ocorrer o aumento do 
hematócrito. Um exame que pode auxiliar no 
diagnóstico é a urinálise onde observa-se o 
aumento da densidade urinária em função do 
aumento das partes sólidas. 
 São mais interessantes serem utilizadas 
tabelas que não utilizem análises laboratoriais 
para que o diagnóstico seja apenas clínico. 
Correção de desidratação ou 
hipovolemia, reposição de eletrólitos, 
compensar perdas de vômito e diarreia, 
manutenção do acesso venoso, manter a 
perfusão renal, fazer a perfusão de 
medicamentos intravenosos e também por 
intoxicações (estimulando a diurese ele pode 
ser eliminado mais rápido do organismo). 
á
As vias que podem ser utilizadas são: 
VO, IV, SC, intra-peritoneal e intra-óssea. A 
mais utilizada é IV (dentro do ambiente 
hospitalar), para fazer em domicílio, é a VO. A 
VO também é de eleição para animais de 
grande porte. Essa via é feita com sonda 
nasogástrica para equinos e sonda 
orogástrica. As veias utilizadas são as veias 
periféricas como a cefálica e a safena para 
pequenos animais, já para grandes animais 
utiliza-se a veia jugular. 
 A FLUIDOTERAPIA DEVE SEGUIR O FLUXO 
DA VEIA.  Em um paciente internado, o 
cateter deve ser trocado a cada 72 horas. 
 
Terapêutica Veterinária MEDICINA VETERINÁRIA 
 
Via oral – reservada para o paciente 
normohidratado, pacientes que não estão vomitando. 
– Pode oferecer cubos de gelo, pequenas 
quantidades de água ou glicose por via oral e solução 
de eletrólitos. Administrar em intervalos frequentes 
para fornecer os requisitos. 
Subcutânea – usada apenas para tratar 
desidratação na ausência de outros sinais sistêmicos. 
Fluidos estéreis poliônicos isotônicos balanceados 
(solução de ringer com lactato). Usada em cães e 
gatos pequenos sem vasoconstrição periférica. Não 
exceder 10-20ml/kg de fluido por local de injeção. O 
fluxo de fluidos é baseado no conforto do paciente. O 
fluido é absorvido de 6 -8 horas. Não usar cristaloides 
hipertônicos, coloides ou fluidos suplementados com 
dextrose.  É pouco utilizada (geralmente quando o 
paciente vai para casa). Cuidado com o pH de algumas 
substâncias, pode causar necrose. 
Intravenosa – usada em casos de 
desidratação moderada a severa. Usada quando as 
entregas precisas do volume de fluido e agentes 
farmacoterapêuticos são necessários. O benefício é 
uma administração rápida e ampla de fluidos e 
titulação de fluidos. Permite a suplementação de 
potássio para repor o potássio perdido em vômito. 
Intraperitoneal – usada quando o cateter 
intravenoso não é bem sucedido ou possível porque 
isso fornece acesso rápido à circulação. Mais 
comumente necessária em situações de emergência 
quando o acesso intravenoso imediato não é possível 
para o paciente pediátrico ou neonatal.  Via muito 
vascularizada com alto poder absortivo. 
Intra-óssea – Para pacientes pediátricos 
gravemente anêmicos. Considerar reaquecer 
pacientes com hipotermia. Líquido isotônico a 
levemente hipotônico para reidratação. Via 
intravenosa preferida quando possível. A medula não 
colapsa durante a hipovolemia.  Cateter inserido na 
medula dos ossos. Utilizada quando não se consegue 
acesso venoso, porém o volume é menor. Utilizada em 
ossos grandes como úmero, tíbia, íleo e fêmur.  É 
feito na ave, mas deve-se ter cuidado com os ossos 
pneumáticos (utilizar ulna e tíbia). 
Soro caseiro = feito com meia colher 
de chá de sal (3,5g), oito colheres de chá de 
açúcar refinado (40g) e 1 L de água filtrada. 
O material utilizado é o cateter, scalp 
(não mais utilizado para a manutenção) e o 
equipo (macro -20 gotas=1ml e micro -60 
gotas=1ml -). 
EM UM ANIMAL ATÉ 10KG PODE SER 
UTILIZADO O EQUIPO DE MICROGOTAS. 
A diferença entre esses grupos é o 
peso molecular do fluido. O fluido cristaloide 
por ser de baixo peso molecular, não 
consegue ficar muito tempo dentro do vaso e 
logo sai de dentro dos vasos e vai para o 
interstício e células, já os coloides tem um alto 
peso molecular e não conseguem sair dos 
vasos para se distribuírem para os tecidos e 
células, possuindo um tempo maior dentro dos 
vasos. 
CRISTALOIDES – solutos eletrolíticos 
e não eletrolíticos capazes de penetrar todos 
os compartimentos. Tem uso geral. Ex: NaCl 
0,9%, Ringer lactato e glicose 5%. 
Fluido isotônico - osmolaridade semelhante a 
osmolaridade do sangue. 
Fluido hipertônico – osmolaridade maior em 
comparação com a do sangue. 
Fluido hipotônico - osmolaridade menor 
comparada com a osmoralidade do sangue. 
Além disso, os fluidos cristaloides, 
independentes de serem iso, hipo e 
hipertônicos, podem ser classificados em 
Cristaloides
Isotônicos
Hipertônicos
Hipotônicos
Coloides
Naturais
Sintéticos
Terapêutica Veterinária MEDICINA VETERINÁRIA 
 
acidificantes (tem o pH menor que o do 
sangue) e alcalinizantes (tem o pH maior que 
o do sangue). 
O pH sanguíneo varia de 7,35 -7,45. Todos os 
fluidos tem o pH menor que o do sangue, 
assim, um fluido acidificante tende a acidificar 
o meio, pois tem o pH baixo e os alcalinizantes 
tem o pH mais próximo do sangue e ajudam a 
alcalinizar o meio sanguíneo, pois apresentam 
em sua constituição um tampão. 
COLÓIDES – substancias de alto peso 
molecular que se mantêm exclusivamente no 
plasma. Uso em emergências e 
hipoproteinemia. Ex: plasma (natural) e 
dextran. 
NaCl 0,9% - Tem pH 5,7. É a solução 
fisiológica. Sua composição é: 
Na: 154 mEq/l  S: 140 mEq/l 
Cl: 154 mEq/l  S: 106 mEq/l 
Osmolaridade: 310mOsm/l 
É acidificante, pois não possui 
nenhum tampão e seu pH é muito abaixo do 
pH sanguíneo. 
Deve-se ter cuidado com a 
quantidade de grandes volumes de NaCl 0,9%, 
pois se ele possui uma baixa quantidade de K+, 
a administração irá baixar ainda mais o K+ 
(hipocalemia), já que haverá um maior volume. 
Glicose 5% - Só oferece glicose, não 
oferecendo eletrólitos, apenas glicose e 
volume. 
pH – 4 
Glicose – 50g/l 
Calorias – 170 cal/l 
Osmolaridade – 252mOsm/l 
É acidificante, pois não possui 
nenhum tampão e seu pH é muito abaixo do 
pH sanguíneo. É feita exclusivamente por via 
intravenosa em função do seu pH 
extremamente baixo.  Não é utilizada como 
fluido de manutenção, em grandes volumes, 
irá diluir os eletrólitos. A forma mais utilizada 
é colocar ampolas de glicose na fluido quando 
o animal não estiver se alimentando. 
Se a glicose passar da concentração 
de 5% ou for administrada muito 
rapidamente ela não vai ter efeito hidratante, 
mas tem efeito diurético, causando glicosúria 
e se a glicose sair da veia ela causa uma 
tromboflebite. 
0,5g/kg/hora é o ideal a ser administrado. 
Ringer lactato – Tem pH 6,7. É a mais 
utilizada, pois é a que mais se aproxima dos 
valores fisiológicos. Fornece os 4 eletrólitosNa: 130 mEq/l  S: 140 mEq/l 
K: 4 mEq/l  S: 4 mEq/l 
Ca: 3 mEq/l  S: 0mEq/l 
Cl: 109 mEq/l  S: 106 mEq/l 
Osmolaridade: 273 mOsm/l 
Calorias: 9cal/l 
Possui tampão: o lactato que será 
transformado em bicarbonato. 
Ringer – Tem pH de 5,5. Possui os 4 
eletrólitos, mas não possui lactato e isso 
impacta no valor do seu pH, assim, ele possui 
uma classificação de acidificante. 
Na: 147 mEq/l  S: 140 mEq/l 
K: 4 mEq/l  S: 4 mEq/l 
Ca: 6 mEq/l  S: 0mEq/l 
Cl: 156 mEq/l  S: 106 mEq/l 
Osmolaridade: 309 mOsm/l 
Calorias: 9cal/l 
SOLUÇÃO TONICIDADE USO CLÍNICO 
Ringer lactato Isotônica 
Alcalinizante 
Reposição eletrolítica 
Ringer Isotônica 
Acidificante 
Reposição eletrolítica 
NaCl a 0,9% Isotônica 
Acidificante 
Reposição eletrolítica 
Glicose a 5% Hipotônica 
Reposição de água, 
desidratação hipertônica 
e hipernatremia 
(excesso de sódio). 
Terapêutica Veterinária MEDICINA VETERINÁRIA 
 
 
FLUIDO INDICAÇÕES 
CONTRAINDICAÇÃO 
RELATIVA 
NaCl 0,9% 
Reposição, choque 
hipovolêmico, 
anorexia, vômito, 
alcalose metabólica, 
hipercalemia, 
hipercalcemia, 
hiponatremia aguda, 
hipernatremia 
crônica, 
insuficiência renal. 
Doença cardíaca, 
doença hepática, 
acidose metabólica 
Ringer 
lactato 
Reposição, choque 
hipovolêmico, 
vômito, diarreia, 
hipocalemia, acidose 
metabólica, 
insuficiência renal 
Hipercalemia, 
hipercalcemia, 
linfossarcoma, 
insuficiência hepática 
Glicose a 5% 
Administração de 
fármacos, correção 
de hipernatremia e 
déficit de água livre 
Não fornece calorias 
suficiente para ser 
usada como uma 
forma de nutrição 
parenteral 
Outras soluções cristalóides = normosol, 
plasmalyte e isolyte. Elas são as que mais se 
aproximam dos valores sanguíneos e 
apresentam tampão (acetato e gluconato). 
Não são da rotina veterinária, pois são novas 
e muito caras. O NaCl 7,5% também é usado 
e é uma solução é hipertônica. 
As duas principais causas de 
desidratação são: vômito crônico ou diarreia, 
onde ocorre a acidose por perda de HCO-3, 
assim, utiliza-se um alcalinizante como o 
Ringer com lactato, NaCl 0,9% + bicarbonato 
= NaHCO3. 
 Na diarreia ocorre acidose por 
perda de HCO3, assim, usa-se um alcalinizante. 
 Em uma diarreia, ringer lactato + potássio, 
pois quando o paciente está perdendo muito 
potássio, se deve acrescentar K+ na fluido 
para repor de forma efetiva os eletrólitos 
que estão sendo perdidos. 
 Em casos onde ocorre vômito e diarreia, 
avalia-se a maior perda e administra-se o 
fluido. 
Deve-se ter cuidado ao usar ringer 
simples e o ringer com lactato em pacientes 
muito desidratados, pois oferecem potássio e 
dentro do organismo, o K+ tem uma afinidade 
maior pelas células cardíacas, podendo 
produzir uma arritmia pela alteração do 
potencial de ação. Por isso deve-se ter o 
cuidado na velocidade do tratamento. 
NaCl 7,5% - É considerada uma 
solução hipertônica e tem indicação clínica 
quando há expansão da volemia em casos de 
CHOQUE. Essa é a única indicação para uso de 
soluções hipertônicas. Sua osmolaridade é de 
24000 mOsm/l. 
Na – 1200 mEq/l 
Cl – 1200 mEq/l 
pH – 7,4 
Quando o animal está com uma 
volemia MUITO baixa, esse fluido recruta 
líquido para dentro do vaso (pressão 
osmótica). Assim, é utilizado apenas de forma 
emergencial e tem duração de 30 – 45 
minutos, por isso deve-se colocar uma 
fluidoterapia de manutenção. 
Sempre que se faz terapia com soluções 
hipertônicas, na sequencia deve ser trocado 
com uma solução cristaloide isotônica. 
 Para gatos é utilizada 2mL/Kg e no cão e 
equino administra-se 4mL/kg. Pode ser 
comprado ampolas prontas ou pode ser 
preparada uma solução hipertônica usando o 
NaCl 0,9% e ampolas de NaCl a 20% 
Como preparar uma solução a 7,5% 
a partir dessas duas soluções? Utiliza-se 2/3 
de NaCl 0,9% e 1/3 de NaCl 20% para fazer 
o cálculo. É só calcular a quantidade que o 
animal precisa, por exemplo: um cão de 10kg 
Terapêutica Veterinária MEDICINA VETERINÁRIA 
 
 4 ml/k = Precisa de 40ml de NaCl 7,5%, 
assim, divide-se por 3, pois se quer descobrir 
quanto de cada concentração de NaCl será 
necessário. Assim, utiliza-se 2/3 de 40 dá 
26,6 ml (NaCl 0,9%) e 1/3 de 40 dá 13,3 ml 
(NaCl 20%). Para preparar é só juntar as 
duas substâncias. 
São substâncias de alto peso 
molecular que permanecem dentro dos vasos 
sanguíneos. 
Colóides naturais – O plasma, sangue 
total e albumina. 
Colóides sintéticos: Substâncias 
sintetizadas para permanecerem na 
corrente sanguínea. 
As vantagens dos colóides são: um 
menor volume para alcançam o efeito pois 
possuem um alto peso molecular, tem uma 
maior duração de ação, uma melhor 
estabilização hemodinâmica, um melhor 
aumento da microcirculação e uma menor 
hemodiluição além de poder ter indicação para 
animais hipoproteícos, pois são feitos a base 
de proteínas. As desvantagens são: o custo, 
pois são bem mais caros. Podem ocorrer 
alterações de coagulação, na função renal e 
reações anafiláticas. 
Gelatinas – foram os primeiros 
colóides e fora feitas a base de colágeno 
bovino.  Não são mais utilizados. 
Dextrans – São polissacarídeos e em 
relação a composição do Dextran 70 e 
Dextran 40 é praticamente a mesma, o que 
vai variar é o peso molecular das substâncias. 
O dextran 70 – é um expansor plasmático 
com solução a 6% e com doses de 10 – 20 
ml/kg/dia (cães) e 5 – 10 ml/kg/dia (gato). 
O dextran 40 é um expansor 
plasmático de solução a 40% e com doses de 
10 – 20 ml/kg/dia (cães) e 5 – 10 ml/kg/dia 
(gato). 
São associados com alguns efeitos colaterais 
como reações anafiláticas (são a base de 
proteínas), porém possui baixa incidência, 
pode causar coagulação em função da 
hemodiluição e pode causar agregação 
intravascular. 
Amino Hidroxietílico – utilizados para 
choque hipovolêmico. O utilizado é um derivado 
do amino hidroxietílico e existem 3 derivados, 
dependendo do número de moléculas que a 
substância apresenta. 
Tetrastarch 200,00 KDa – 4 moléculas de 
aminohidroxietílico. Nome comercial: Voluven. É 
o mais utilizado na veterinária. 
Observado pelos sinais clínicos da 
desidratação e pela produção de urina. O 
débito urinário normal é de 1 – 2 ml/kg/hora. 
HIPOVOLEMIA – causa alteração na 
perfusão tecidual, falência renal, falha 
anastomose, confusão mental e risco de AVC, 
isquemia esplênica em falência múltipla de 
órgãos. 
HIPERVOLEMIA – causa edema, 
hipertensão arterial, falência intra abdominal, 
prejuízo à resolução da causa da doença, 
mobilização alterada e falência múltipla de 
órgãos. 
Sinais de Hipervolemia – distensão jugular, 
tremores, TPC mais rápido, inquietação, 
secreção nasal, náusea, vômito, aumento da 
produção de urina, arritmias, convulsões e 
edema pulmonar.  Em uma situação em 
que é administrado muito fluido ocorre a 
destruição do glicocálix endotelial, fazendo 
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com que os componentes da circulação que 
deveriam permanecer no vaso, saiam e ou 
que haja a entrada de substancias e 
microrganismos. Pode ser demorado de dias a 
semanas para o glicocálix ser reconstituído. 
Sinais de hidratação ineficaz – taquicardia 
persistente, baixa qualidade de pulso, 
produção inadequada de urina e perda de 
peso. 
Sinais de hidratação excessiva – quemose 
(inchaço da conjuntiva pelo excesso de líquido), 
secreção nasal serosa, ganho de peso excede 
o esperado para realizar a hidratação, 
diminuição excessiva de HT e eletrólitos, 
micção excessiva, aumento repentino ou 
pressão venosa central persistentemente 
elevada, FR e/ou esforço respiratório 
aumentados, edema subcutâneo depressível e 
estertores pulmonares (indicador tardio). 
O fluido irá corrigir a desidratação, 
fazer a manutenção diária e corrigir perdas 
diárias. 
1° - A primeira coisa é determinar o grau 
percentual de desidratação. 
2° - A segunda situação é saber se paciente 
ingere ou não água, se ele está ingerindo, o 
cálculo 2 não entra precisa ser realizado, mas 
se ele não estiver, deve-se fornecer o que 
ele deveriaingerir o volume de água por dia. 
3° - A terceira pergunta a se fazer é se o 
paciente tem vomito ou diarreia. Se ele tiver, 
um de cada ou os dois deve-se incluir mais 
uma quantidade de volume relacionado a 
perdas de vomito e diarreia. 
 Esse cálculo só é válido por 24 horas. O 
somatório dos cálculos é o total do que o 
paciente necessita para 24 horas. 
 
 Para corrigir a hidratação – primeiro 
cálculo. 
Peso (kg) x % de desidratação x 10 
Por exemplo: Cão com 4 meses, 
apresentando vômitos e diarreia, 10 kg e 8% 
de hidratação. 
10 x 8 x 10 = 800 ml de reposição. 
 Para manutenção diária – segundo cálculo. 
Gatos: 70 ml/kg/dia 
Cão, equino, ruminantes jovem: 60ml/kg/dia. 
Cão, equino, ruminante adulto: 50ml/kg/dia. 
Cão idoso: 40ml/kg/dia. 
Tomando o mesmo exemplo acima: 
60 x 10 = 600 ml/dia. 
 Para perdas diárias – terceiro cálculo. 
Diarreia: 50ml/kg/dia 
Vômito: 40ml/kg/dia 
Vômito + diarreia: 60ml/kg/dia. 
Tomando o mesmo exemplo acima: 
60 x 10 = 600 ml/dia. 
 Portanto, somando todos os cálculos, 800 
+ 600 + 600 = 2000 ml ou 2 litros de ringer 
lactato. Após isso será calculado o 
gotejamento. 
Para descobrir o tempo... 
X – 1 minuto 
2000 ml – 1440 minutos 
1440 X = 2000 
X = 2000/1440 
X = 1,38 ml/min 
Para descobrir as gotas... 
1 ml – 20 gotas 
1,38 ml – X 
X = 27,6 gotas ou 28 gotas/min. 
 
Em grandes animais... 
Em equinos adultos é necessário dividir as 
porções em 3. Em vacas lactantes é 
necessário adicionar 1 litro a mais de fluido 
para cada litro de leite produzido. 
Para o cálculo de gotejamento: a 
partir de 10 kg é utilizado o equipo de 
macrogotas. 
Microgotas: 1 ml = 60 microgotas 
Macrogotas: 1 ml = 20 microgotas 
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Na fluidoterapia podem ser 
adicionados como complementos a glicose, 
cloreto de potássio e bicarbonato de sódio. 
Cloreto de potássio – todo paciente 
que não esteja hipercalêmico deve receber 
suplementação com KCl no fluido. O potássio é 
dosado por um dosador de eletrólitos e as 
necessidades diárias de manutenção de é de 
15 a 30 mEq.  Todo paciente que tem 
vomito e diarreia recebe potássio! 
1 ml KCl 19,1% = 2,56 mEq 
O máximo é de 0,5 mEq/kg/h (até 20 mEq 
de k+/litro). 
 
PARA O CALCULO DE GLICOSE. 
A glicose é administrada para animais 
que não se alimentam. 
Adicionar glicose varia de 2 a 5%. Se 
a hipoglicemia estiver mais severa é utilizado 
a da 5%, se estiver mais leve a de 2%. E a 
glicose pode ser retirada conforme o 
paciente vai melhorando. 
 
PARA O CÁLCULO DE POTÁSSIO 
O ringer lactato já repõe um pouco 
de K+, cerca de 4 mEq, portanto, se for 
administrado esse fluido, deve-se atentar 
para isso. As necessidades diárias de 
manutenção de K+ é de 15 a 30 mEq. Porém, 
quando não se faz dosagem, é administrado o 
mínimo. Mas quando é possível dosar, é feito 
o cálculo para administrar o valor certo. 
Para saber se pode colocar tudo no 
primeiro frasco, tem que ser feito o seguinte 
cálculo: o paciente pode receber até 0,5 
mEq/kg/hora. 
 
PARA CALCULAR O BICARBONATO 
É o que se deve ter mais critério. O 
bicarbonato é administrado para pacientes 
em acidose metabólica. Acidose leve não tem 
indicação de bicarbonato, pois ao corrigir o 
problema a acidose também é tratada, assim 
deve ser dosada a acidose pelo aparelho de 
gasometria. Na acidose metabólica grave é 
administrada o bicarbonato. 
A dose de segurança do bicarbonato 
é 0,5 a 1 mEq/kg. Quando não se tem o valor 
do bicarbonato sanguíneo, utiliza-se essa 
fórmula como dose de segurança.  Quando 
se tem o valor sérico do bicarbonato utiliza-
se a fórmula: 
0,5 x kg x (HCO3 esperado – HCO3 do 
paciente. 
No bicarbonato esperado sempre se 
coloca o valor mínimo, que é 20. O valor 
normal esperado está entre 20 a 29 
mEq/litro. 
Não se deve utilizar o bicarbonato em 
soluções com cálcio, assim ele deve ser diluído 
em glicose a 5% ou NaCl 0,9%. 
 
 Transformação de mEq para ml é de 1 
para 1, ou seja, 1 ml é 1 mEq.

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