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Enfermagem em Nutrição Enteral e Parenteral

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Prévia do material em texto

Programa de Educação 
Continuada a Distância 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso de Enfermagem em 
Nutrição Enteral e Parenteral 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
 
 
 
 
 
 
 
EAD - Educação a Distância 
 Parceria entre Portal Educação e Sites Associados 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso de Enfermagem em 
Nutrição Enteral e Parenteral 
 
 
 
 
 
MÓDULO I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para 
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do 
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores 
descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 
 
 
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3 
SUMÁRIO 
 
 
MÓDULO I 
1 A NUTRIÇÃO E O PACIENTE HOSPITALIZADO 
2 TERAPIA NUTRICIONAL 
2.1 TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL 
2.2 TERAPIA DE NUTRIÇÃO PARENTERAL 
3 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL 
4 INTERAÇÃO MEDICAMENTO-NUTRIENTE 
 
MÓDULO II 
5 EQUIPE MULTIPROFISSIONAL DE TERAPIA NUTRICIONAL 
5.1 TRABALHO EM EQUIPE MULTIPROFISSIONAL 
5.2 REGULAMENTAÇÃO DA EMTN 
6 A ENFERMAGEM NA TERAPIA NUTRICIONAL 
6.1 O PAPEL DO ENFERMEIRO NA TERAPIA NUTRICIONAL 
ANEXO – EXEMPLO DE FOLDER INFORMATIVO 
 
MÓDULO III 
7 GASTROSTOMIA 
7.1 INDICAÇÕES 
8 JEJUNOSTOMIAS 
9 PROCESSO DE ENFERMAGEM – PACIENTE COM GASTROSTOMIA E 
JEJUNOSTOMIA 
9.1 HISTÓRICO DE ENFERMAGEM 
9.2 DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM 
9.3 PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM 
9.4 EVOLUÇÃO 
10 PRINCIPAIS INTERCORRÊNCIAS RELACIONADAS AO USO DA TERAPIA 
NUTRICIONAL ENTERAL 
 
 
 
 
 
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4 
11 NUTRIÇÃO PARENTERAL 
11.1 VIAS DE ACESSO 
11.1.1 Nutrição Periférica Parcial 
11.1.2 Nutrição Parenteral Total 
12 PROCESSO DE ENFERMAGEM – PACIENTE EM NUTRIÇÃO PARENTERAL 
12.1 HISTÓRICO DE ENFERMAGEM 
12.2 DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM 
12.3 PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM 
12.4 EVOLUÇÃO 
13 PREPARO E ADMINISTRAÇÃO DA NP 
13.1 COMPLICAÇÕES RELACIONADAS AO USO DA NUTRIÇÃO PARENTERAL 
TOTAL 
ANEXO: EXEMPLO DE FOLDER INFORMATIVO ENTREGUE AO PACIENTE 
COM GASTROSTOMIA NA ORIENTAÇÃO DA ALTA HOSPITALAR 
ANEXO: RESOLUÇÃO COFEN - Nº 277/2003 
ANEXO: ANEXO III DA PORTARIA Nº 272 DE 08 DE ABRIL DE 1998 - BPANE 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
Anexo 4 – Resolução COFEN 258/2001 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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MÓDULO I 
 
 
1 A NUTRIÇÃO E O PACIENTE HOSPITALIZADO 
 
 
A equipe de enfermagem, que se constitui em torno de 60 a 70% dos 
colaboradores das instituições hospitalares, é responsável direta pelos cuidados 
prestados ao paciente. Por muito tempo se incentiva novas tecnologias em 
tratamentos e a cada dia surgem novas condições de se programar ações para 
conduzir de maneira mais adequada a assistência prestada ao doente. 
É importante perceber nas ações de enfermagem as necessidades básicas 
do paciente e o atendimento destas. Com a constante implementação tecnológica 
nos hospitais, é comum que os profissionais de saúde observem questões mais 
amplas em torno do tratamento e, por ventura, deixem em segundo plano, questões 
básicas, como por exemplo, a alimentação. 
Para compreender as necessidades básicas do paciente é importante 
lembrar-se das teorias acerca das necessidades humanas básicas. O ser humano 
enquanto sujeito hospitalizado, mesmo com prioridades de tratamento específicos, 
ainda assim apresenta as necessidades básicas que o constituem como pessoa, 
mesmo em ambiente hospitalar. 
Abraham Maslow, psicólogo norte-americano que viveu durante o período de 
1908 a 1970, propôs uma hierarquia de necessidades humanas, definindo um 
conjunto de cinco, sendo elas: 
• Necessidades fisiológicas, tais como a fome, sede, sexo, excreções; 
• Necessidades de segurança que vão desde a simples necessidade de 
estar seguro dentro de uma casa às formas mais elaboradas de segurança, como 
um emprego, uma religião, a ciência, entre outras; 
• Necessidades de amor, afeição e sentimentos de pertença tais como 
o afeto, o carinho entre outros; 
• Necessidade de estima: o reconhecimento das nossas capacidades 
 
 
 
 
 
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pessoais e o reconhecimento dos outros em face de nossa adequação frente às 
funções que desempenhamos. 
 
A partir destes conjuntos de necessidades, surgiu a representação gráfica 
que forma a Pirâmide das Necessidades Humanas de Maslow: 
 
 
 
Disponível em:< http://www.suamente.com.br/a-piramide-de-maslow/. Acesso em 10 de janeiro de 
2009. 
 
 
A interpretação da Pirâmide das Necessidades Humanas, por Maslow, faz 
entender que o ser humano precisa que suas necessidades fisiológicas básicas 
sejam atendidas primeiramente – aquelas que estão na parte mais inferior da 
pirâmide. Dentre estas necessidades fisiológicas está a alimentação (nutrição), que 
constitui, junto com os demais itens que compõem as necessidades fisiológicas, um 
degrau para o alcance das demais necessidades. 
Analisando a denominação de João Mohana (1964) apud Horta (1979), as 
necessidades humanas básicas são divididas em três níveis: psicobiológico, 
psicossocial e psicoespiritual. Os dois primerios níveis são comuns a todos os seres 
 
 
 
 
 
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vivos nos diversos aspectos de sua complexidade orgânica. Já o terceiro nível, 
dentro dos conhecimentos atuais, é característica única do homem. 
 
Ilustrando os níveis de João Mohana: 
Necessidades Psicobiológicas Necessidades Psicossociais 
Oxigenação 
Hidratação 
Nutrição 
Eliminação 
Sono e Repouso 
Exercícios e Atividade Física 
Sexualidade 
Abrigo 
Mecânica – Corporal 
Motilidade 
Cuidado Corporal 
Integridade Cutâneo – Mucosa 
Integridade Física 
Regulação: térmica, hormonal, 
neurológica, hidrosalina, eletrolítica, 
imunológica, crescimento vascular e 
celular 
Percepção: olfativa, visual, auditiva, tátil, 
gustativa, dolorosa 
Ambiente 
Terapêutica. 
Segurança 
Amor 
Liberdade 
Comunicação 
Criatividade 
Aprendizagem (Educação à Saúde) 
Gragária 
Recreação 
Lazer 
Espaço 
Orientação no Tempo e Espaço 
Aceitação 
Autorrealização 
Autoestima 
Participação 
Autoimagem 
Atenção 
Necessidades Psicoespirituais: religiosa 
ou teológica, ética ou de filosofia. 
 
Diante destes dois embasamentos das necessidades humanas básicas, 
pode-se verificar a alimentação (nutrição) enquadrada dentro dos aspectos 
fundamentais para o alcance das demais necessidades humanas. Sendo assim, o 
paciente hospitalizado merece atenção especial de toda a equipe multiprofissional 
 
 
 
 
 
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sobre o questionamento de aceitação da alimentação. 
 
 
2 TERAPIA NUTRICIONAL 
 
 
 A alimentação é condição essencial para a sobrevivência humana. No 
entanto, conforme o Inquérito Brasileiro de Avaliação Nutricional Hospitalar 
(IBRANUTRI), realizado em 1996, dos 4.000 doentes avaliados, 48,6% estavam 
desnutridos, sendo que a desnutrição grave foi encontrada em 12,7% dos casos. 
A desnutrição é um quadro carencial agravado pela presença de diarreia. 
Pacientes com episódios de diarreia apresentam-se frequentementedesnutridos, o 
déficit do estado nutricional, principalmente quando evidenciado pela perda de 
massa corporal magra, está associado ao aumento no tempo de hospitalização e na 
morbi-mortalidade. Entre os fatores associados com esta perda estão a redução da 
imunidade – com aumento de infecções, prejuízos no processo de cicatrização, 
fraqueza muscular, pneumonia e outros (GARAFOLO e PETRILLI, 2006). 
A incidência de complicações, infecciosas e não infecciosas, aumenta de 
duas a seis vezes em pacientes desnutridos. Pacientes submetidos à amputação de 
pé, quando desnutridos, apresentaram um índice de cicatrização de 18%, enquanto 
o grupo de nutridos teve as feridas cicatrizadas em 86% dos casos. Doentes 
submetidos a tratamento cirúrgico de doenças gastrintestinais não malignas 
apresentaram um índice de complicações de 59% quando desnutridos, e de 20% 
quando em bom estado nutricional. O tempo de permanência hospitalar em 
pacientes desnutridos é significativamente maior e pode aumentar em até 90%. O 
índice de mortalidade também é maior em pacientes desnutridos. 
Enquanto a desnutrição se mostra deletéria, a adequada Terapia Nutricional 
é um cuidado que não podemos negligenciar. O Ministério da Saúde, por meio da 
Agência Nacional de Vigilância Sanitária, criou em 1998 a portaria 272, que 
regulamenta as ações de Terapia Nutricional Parenteral nos hospitais e a resolução 
63 de 2000 que regulamenta a Terapia Nutricional Enteral (BRASIL, 1998, 2000b). 
 
 
 
 
 
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Uma das exigências principais para a regulamentação do uso da Terapia 
Nutricional nos hospitais é composição e atuação de uma equipe de profissionais 
que são responsáveis por todo o processo de avaliação, indicação, administração e 
acompanhamento da Terapia Nutricional. Esta Equipe é denominada de Equipe 
Multiprofissional de Terapia Nutricional (EMTN). 
Pacientes hospitalizados podem ter necessidades nutricionais especiais em 
função da desnutrição e dos desequilíbrios metabólicos impostos pelas doenças. A 
terapia nutricional, principalmente nos estágios críticos das enfermidades, deve ser 
administrada de modo seguro e eficaz, e é neste momento que a EMTN realiza seu 
papel, no cuidado e na evolução nutricional de acordo com as intercorrências 
apresentadas, principalmente do paciente que se encontra em cuidados intensivos 
(LEITE et al., 2005). 
Segundo o Ministério da Saúde, Portaria 272 (1998) e RDC nº 63 de 06 de 
julho de 2000, a Terapia Nutricional constitui-se no conjunto de procedimentos 
terapêuticos para a manutenção ou recuperação do estado nutricional do paciente 
por meio da Nutrição Parenteral e/ou Nutrição Enteral. 
 
 
2. 1 TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL 
 
 
O suporte nutricional enteral é utilizado como uma terapia de rotina nestes 
pacientes com necessidades nutricionais especiais, porém as vantagens oferecidas 
pelo emprego da nutrição enteral, muitas vezes, tornam-se secundárias às 
complicações derivadas de sua utilização. Uma das intercorrências da nutrição 
enteral é a contaminação das fórmulas, podendo estar associada a complicações 
infecciosas, sendo a diarreia a mais frequente. A administração de fórmulas 
eventualmente contaminadas pode não somente causar distúrbios gastrintestinais, 
mas contribuir para infecções mais graves, especialmente em pacientes 
imunodeprimidos (LIMA et al., 2005). 
 
 
 
 
 
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Segundo o Ministério da Saúde - RDC nº 63 de 06 de julho de 2000 a 
Nutrição Enteral ou NE é “todo e qualquer alimento utilizado para fins especiais, com 
ingestão controlada de nutrientes, na forma isolada ou combinada, de composição 
definida ou estimada, especialmente formulada e elaborada para uso por sondas ou 
via oral, industrializado ou não, utilizada exclusiva ou parcialmente para substituir ou 
complementar a alimentação oral em pacientes desnutridos ou não, conforme suas 
necessidades nutricionais, em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando 
a síntese ou manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas.” 
A oferta ao paciente de uma dieta específica e adequada às necessidades 
nutricionais do paciente, em condições higiênico-sanitárias satisfatórias, é 
fundamental para não comprometer seriamente a evolução clínica destes, 
agravando os quadros de diarreia e desnutrindo-os. 
As instituições hospitalares que prestam serviço de nutrição enteral possuem 
uma área de preparo e conservação das dietas enterais. Toda a área de 
manipulação das dietas enterais é supervisionada e acompanha as normas de 
funcionamento elaboradas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). 
A enfermagem não é responsável pela Manipulação de Dietas. Os 
profissionais responsáveis por esta área são escolhidos e treinados pelos 
nutricionistas que são diretamente responsáveis por todo o processo. A 
responsabilidade da enfermagem está no recebimento da dieta na unidade, e a 
administração no paciente. 
De qualquer forma, para compreender melhor sobre o assunto, é necessário 
sabermos resumidamente todos os processos que envolvem direta e indiretamente 
desde a indicação, preparo até a administração das dietas nos pacientes. 
As dietas para alimentação enteral são misturas de nutrientes para 
administração via oral ou por intermédio de sondas e que, geralmente, são indicadas 
para pacientes clinicamente comprometidos. O preparo e administração destas 
implicam em possíveis riscos de contaminação podendo aumentar as complicações 
sépticas do paciente, prolongar a hospitalização e aumentar o risco de mortalidade 
(ÁLVAREZ E GUIDA, 2000). 
 
 
 
 
 
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As dietas enterais podem favorecer o crescimento de germes, devendo por 
isso passar por rígido controle de qualidade. Estudos comprovaram riscos de 
contaminação enteral durante sua preparação (LEVY 1989; CASEWELL 1981; 
FAGERMAN 1984), por esta razão, a dieta enteral deve ser preparada em área 
limpa, com lavagem/degermação das mãos, uso de germicida apropriado para a 
área de manipulação de alimentos na superfície onde será feito o preparo da dieta 
(álcool, hipoclorito de sódio a 250ppm), nos equipamentos e utensílios. 
As embalagens que serão envasadas necessitam de desinfecção antes de 
serem abertas. Utilizar gorro, avental, luvas e máscara, fazer uso de água tratada e 
fervida, manter a dieta em geladeira – não ultrapassando o prazo de 24 horas após 
o seu preparo. Utilizar frascos descartáveis para o seu acondicionamento, observar 
cuidados rigorosos com a higiene pessoal e com o ambiente, incluindo os utensílios 
e liquidificadores. Cuidados semelhantes devem ser tomados para o preparo de 
fórmulas lácteas. 
Sabe-se também que, pacientes idosos ou com patologias de base, como 
AVC, AIDS, desnutrição, neoplasias, politrauma e grandes queimaduras, 
apresentam maior predisposição a infecções sistêmicas por contaminação da dieta, 
devido ao seu estado geral debilitado. Além disso, fatores como o uso de antiácidos, 
bloqueadores H2, perda da integridade epitelial do trato gastrintestinal ou atrofia por 
desuso podem aumentar a susceptibilidade a infecções (FINK 1991; PAYNE-JAMES 
1991). 
O cuidado na administração da dieta enteral é outro ponto importante na 
prevenção de infecções (ANDERTON, 1995). Orienta-se a troca do equipo a cada 24 
horas (ANDERTON 1995; KOHN 1991; WAGNER 1994; WEENK 1993); controle 
rigoroso do gotejamento; realizar a aspiração do resíduo gástrico antes de cada 
administração da dieta – evitando refluxo gastroesofágico; elevar a cabeceira do 
leito a 30°; observara via de administração da dieta, não permitindo sua instalação 
em via endovenosa. Deve-se também observar técnica asséptica rigorosa quando 
administrar drogas simultaneamente à dieta, uma vez que existem relatos de 
contaminação por Enterobacter cloacae, Pseudomonas aeruginosa, E. coli, 
Klebsiella sp. Os frascos devem ser posicionados corretamente ao serem instalados 
 
 
 
 
 
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no paciente, já que pode haver contaminação do paciente para a sonda 
(CASEWELL, 1981; VAN ALSENOY, 1985). 
Também é recomendada a lavagem rotineira das sondas com água filtrada e 
como prevenção na contaminação do equipo, o uso de bomba de infusão com 
câmara de gotejamento funcionando como barreira contra micro-organismos 
(PAYNE-JAMES, 1992). 
Segundo a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 63 de 06 de julho de 
2000, no Regulamento Técnico para Terapia de Nutrição Enteral (TNE), as 
Condições Gerais são: 
 
TABELA: ITEM 4º - CONSIDERAÇÕES GERAIS - RESOLUÇÃO DA DIRETORIA 
COLEGIADA - RCD N° 63, DE 6 DE JULHO DE 2000 
4.1. As UH (Unidade Hospitalar) e as EPBS (Empresas Prestadoras de Bens e Serviços) que 
realizem procedimentos de TNE devem possuir licença de funcionamento concedida pelo órgão 
sanitário competente. 
4.2. As UH e as EPBS interessadas em realizar procedimentos de TNE devem solicitar o seu 
cadastramento, conforme Anexo V, à autoridade sanitária local. 
4.3. A complexidade da TNE exige o comprometimento e a capacitação de uma equipe 
multiprofissional para garantir a sua eficácia e segurança para os pacientes. 
4.4. A TNE deve abranger obrigatoriamente as seguintes etapas: 
4.4.1. Indicação e prescrição médica 
4.4.2. Prescrição dietética 
4.4.3. Preparação, conservação e armazenamento 
4.4.4. Transporte 
4.4.5. Administração 
4.4.6. Controle clínico laboratorial 
4.4.7. Avaliação final 
4.5. Todas as etapas descritas no item anterior devem atender a procedimentos escritos específicos 
e serem devidamente registradas, evidenciando as ocorrências na execução dos procedimentos. 
4.6. As UH e as EPBS que queiram habilitar-se à prática da TNE devem contar com: 
4.6.1. Sala de manipulação que atenda às recomendações da BPPNE (Boas Práticas de Preparação 
da Nutrição Enteral), sempre que se optar pela utilização de NE em sistema aberto 
4.6.2. EMTN - grupo formal e obrigatoriamente constituído de, pelo menos, um profissional de cada 
categoria, com treinamento específico para esta atividade, a saber: médico, nutricionista, enfermeiro, 
farmacêutico, podendo ainda incluir profissionais de outras categorias a critério das UH e ou EPBS, 
com as respectivas atribuições descritas no Anexo I. 
 
 
 
 
 
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4.7. A UH, que não possui as condições previstas no item anterior, pode contratar os serviços de 
terceiros, devidamente licenciados, para a operacionalização total ou parcial da TNE, devendo 
nestes casos formalizar um contrato por escrito. 
4.7.1. Os profissionais não participantes da equipe multiprofissional, que queiram atuar na prática de 
TNE, devem fazê-lo de acordo com as diretrizes traçadas pela EMTN. 
4.7.2. A EPBS que somente exerce atividades de preparação da NE está dispensada de contar com 
a EMTN, porém deve contar com uma UND (Unidade de Nutrição e Dietética) sob a 
responsabilidade de um nutricionista. 
4.8. As UH e as EPBS só podem habilitar-se para a preparação da NE se preencherem os requisitos 
do item 4.11 e forem previamente inspecionadas. 
4.9. Ao médico, de acordo com as atribuições do Anexo I, compete: indicar, prescrever e 
acompanhar os pacientes submetidos à TNE. 
4.10. Ao nutricionista, de acordo com as atribuições do Anexo I, compete: realizar todas as 
operações inerentes à prescrição dietética, composição e preparação da NE, atendendo às 
recomendações das BPPNE, conforme Anexo II 
4.11. Ao farmacêutico, de acordo com as atribuições do Anexo I, compete: adquirir, armazenar e 
distribuir, criteriosamente, a NE industrializada, quando estas atribuições, por razões técnicas e/ou 
operacionais, não forem de responsabilidade do nutricionista; participar do sistema de garantia da 
qualidade referido no item 4.6. do Anexo II, respeitadas suas atribuições profissionais legais. 
4.12. Ao enfermeiro, de acordo com as atribuições do Anexo I, compete: administrar NE, observando 
as recomendações das Boas Práticas de Administração de NE – BPANE (Boas Práticas de 
Administração de Nutrição Enteral), conforme Anexo III. 
4.13. As UH e EPBS devem possuir recursos humanos, infraestrutura física, equipamentos e 
procedimentos operacionais que atendam às recomendações das BPPNE e BPANE, conforme 
Anexos II e III. 
4.14. É de responsabilidade da Administração da UH e EPBS prever e prover os recursos humanos 
e materiais necessários à operacionalização da TNE. 
4.15. Acidentes na TNE estão sujeitos às disposições previstas no Código de Defesa do Consumidor 
(Lei n.º 8078, de 11/09/1990) e, em especial, nos artigos 12 e 14 que tratam da responsabilidade 
pelo fato do produto e do serviço, independentemente da responsabilidade criminal e administrativa. 
4.16. O descumprimento das recomendações deste Regulamento e seus anexos, sujeita os 
responsáveis às penalidades previstas na Legislação Sanitária vigente, sem prejuízo da cível e 
criminal. 
 
Disponível em:<http://www.e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=17610&word=> 
Acesso em 22 out. 2009. 
 
 
 
 
 
 
 
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Conforme o descrito acima, é importante ressaltar que a utilização da 
Nutrição Enteral está sob a responsabilidade de todos os membros que compõem a 
Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional, cada um desempenhando suas 
funções específicas que conjuntamente proporcionam um processo adequado neste 
tipo de conduta terapêutica. 
O enfermeiro está descrito como profissional responsável pela administração 
da Nutrição Enteral, desta forma, no que se refere ao parágrafo 4.14 o qual descreve 
a responsabilidade das UH e EPBS na previsão e abastecimento dos materiais para 
operacionalizar a TNE e reportando-se a prática diária é imprescindível que o 
enfermeiro participe de toda a captação e avaliação de materiais para administração 
da Nutrição Enteral, ou seja, compra de equipos para administrar dietas, bombas de 
infusão, sondas de alimentação, etc. 
Ainda reportando a RDC nº 63 de 06 de julho de 2000, do Regulamento 
Técnico para Terapia Nutricional, como Condições Específicas, são descritos: 
 
TABELA: ITEM 5º - CONSIDERAÇÕES ESPECÍFICAS - RESOLUÇÃO DA DIRETORIA COLEGIADA 
- RCD N° 63, DE 6 DE JULHO DE 2000 
Na aplicação deste Regulamento são adotadas as seguintes condições específicas: 
Indicação 
O médico é responsável pela indicação da TNE. 
A indicação da TNE deve ser precedida da avaliação nutricional do paciente que deve ser repetida, 
no máximo, a cada 10 dias. 
São candidatos à TNE os pacientes que não satisfazem suas necessidades nutricionais com a 
alimentação convencional, mas que possuam a função do trato intestinal parcial ou totalmente 
íntegra. 
Prescrição 
O médico é responsável pela prescrição médica da TNE. 
O nutricionista é responsável pela prescrição dietética da NE. 
A prescrição dietética deve contemplar o tipo e a quantidade dos nutrientes requeridos pelo paciente, 
considerando seu estado mórbido, estado nutricional e necessidades nutricionais e condições do 
trato digestivo. 
A TNE deve atender a objetivos de curto e longo prazos. 
5.2.4.1. Entende-se como curto prazo a interrupção ou redução da progressão das doenças,a 
cicatrização das feridas, a passagem para nutrição normal e a melhora do estado de desnutrição. 
5.2.4.2. Entende-se por longo prazo a manutenção do estado nutricional normal e a reabilitação do 
 
 
 
 
 
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paciente em termos de recuperação física e social. 
5.2.4.3. Em casos excepcionais a TNE pode substituir definitivamente a nutrição oral. 
Preparação 
O nutricionista é responsável pela supervisão da preparação da NE. 
A preparação da NE envolve a avaliação da prescrição dietética, a manipulação, o controle de 
qualidade, a conservação e o transporte da NE e exige a responsabilidade e a supervisão direta do 
nutricionista, devendo ser realizada, obrigatoriamente, na UH ou EPBS, de acordo com as 
recomendações das BPPNE, conforme Anexo II. 
Os insumos e recipientes adquiridos industrialmente para o preparo da NE devem ser registrados 
nos órgãos competentes, quando obrigatório, e acompanhados do Certificado de Análise emitido 
pelo fabricante, garantindo a sua pureza físico-química e microbiológica, bem como o atendimento 
às especificações estabelecidas. 
A NE preparada na sala de manipulação da UH e ou EPBS deve atender às exigências das BPPNE 
(Anexo II). 
A avaliação da prescrição dietética da NE quanto à sua adequação, concentração e compatibilidade 
físico-química de seus componentes e dosagem de administração, deve ser realizada pelo 
nutricionista antes do início da manipulação, compartilhada com o farmacêutico quando se fizer 
necessário. 
5.3.5.1. Qualquer alteração na prescrição dietética deve ser discutida com o nutricionista 
responsável por esta, que se reportará ao médico sempre que envolver a prescrição médica. 
5.3.5.2. Qualquer alteração na prescrição dietética deve ser registrada e comunicada à EMTN. 
Os insumos, recipientes e correlatos para preparação da NE devem ser previamente tratados para 
garantir a sua assepsia e inspecionados visualmente, quanto à presença de partículas estranhas. 
A manipulação da NE deve ser realizada em área específica para este fim, de acordo com as 
BPPNE 
A manipulação da NE deve ser realizada com técnica asséptica, seguindo procedimentos escritos e 
validados. 
O nível de qualidade da manipulação da NE deve ser assegurado pelo controle em processo, 
conforme item 4.5. das BBPNE, Anexo II. 
A NE deve ser acondicionada em recipiente atóxico, compatível físico-quimicamente com a 
composição do seu conteúdo. O recipiente deve manter a qualidade físico-química e microbiológica 
do seu conteúdo durante a conservação, transporte e administração. 
A NE deve ser rotulada com identificação clara do nome do paciente, composição e demais 
informações legais e específicas, conforme item 4.5.4.2. do Anexo II, para a segurança de sua 
utilização e garantia do seu rastreamento. 
Após a manipulação, a NE deve ser submetida à inspeção visual para garantir a ausência de 
partículas estranhas, bem como precipitações, separação de fases e alterações de cor não previstas, 
 
 
 
 
 
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devendo ainda ser verificada a clareza e a exatidão das informações do rótulo. 
De cada sessão de manipulação de NE preparada devem ser reservadas amostras conservadas sob 
refrigeração (2ºC a 8ºC) para avaliação microbiológica laboratorial, caso o processo de manipulação 
não esteja validado. 
As amostras para avaliação microbiológica laboratorial devem ser estatisticamente representativas 
+ 1 de uma sessão de manipulação, colhidas aleatoriamente durante o processo, caso o mesmo 
não esteja validado, sendo “n” o número de NE preparadas. 
Recomenda-se reservar amostra de cada sessão de preparação para contraprova, devendo neste 
caso, ser conservada sob refrigeração (2ºC a 8ºC) durante 72 horas após o seu prazo de validade. 
A garantia da qualidade da NE pode ser representada pelo resultado do controle em processo 
(Anexo II item 4.5) e do controle de qualidade da NE (Anexo II item 4.6.2) 
5.3.17. Somente são válidas, para fins de avaliação microbiológica, as NE nas suas embalagens 
originais invioladas ou em suas correspondentes amostras. 
Conservação 
5.4.1. A NE não industrializada deve ser administrada imediatamente após a sua manipulação. 
5.4.2. Para a NE industrializada devem ser consideradas as recomendações do fabricante. 
Transporte 
O transporte da NE deve obedecer a critérios estabelecidos nas normas de BPPNE, conforme Anexo 
II. 
O nutricionista é responsável pela manutenção da qualidade da NE até a sua entrega ao profissional 
responsável pela administração e deve orientar e treinar os funcionários que realizam o seu 
transporte. 
Administração 
O enfermeiro é o responsável pela conservação após o recebimento da NE e pela sua 
administração. A administração da NE deve ser executada de forma a garantir ao paciente uma 
terapia segura e que permita a máxima eficácia, em relação aos custos, utilizando materiais e 
técnicas padronizadas, de acordo com as recomendações das BPANE, conforme Anexo III. 
A NE é inviolável até o final de sua administração, não podendo ser transferida para outro tipo de 
recipiente. A necessidade excepcional de sua transferência para viabilizar a administração só pode 
ser feita após aprovação formal da EMTN. 
A via de administração da NE deve ser estabelecida pelo médico ou enfermeiro, por meio de técnica 
padronizada e conforme protocolo previamente estabelecido. 
A utilização da sonda de administração da NE não é exclusiva, podendo ser empregada para 
medicamentos e outras soluções quando necessário. 
Controle Clínico e Laboratorial 
O paciente submetido à TNE deve ser controlado quanto à eficácia do tratamento, efeitos adversos e 
alterações clínicas que possam indicar modificações da TNE. 
 
 
 
 
 
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O controle do paciente em TNE deve ser realizado periodicamente e contemplar: ingressos de 
nutrientes, tratamentos farmacológicos concomitantes, sinais de intolerância à NE, alterações 
antropométricas, bioquímicas, hematológicas e hemodinâmicas, assim como modificações em 
órgãos, sistemas e suas funções. 
5.7.3. Qualquer alteração encontrada nas funções dos principais órgãos e as consequentes 
alterações na formulação ou via de administração da NE devem constar na história clínica do 
paciente. 
Avaliação Final 
Antes da interrupção da TNE o paciente deve ser avaliado em relação à: 
5.8.1.1. Capacidade de atender às suas necessidades nutricionais por alimentação convencional; 
5.8.1.2. Presença de complicações que ponham o paciente em risco nutricional e/ou de vida e 
5.8.1.3. Possibilidade de alcançar os objetivos propostos, conforme normas médicas e legais. 
Documentação Normativa e Registros 
5.9.1. Os documentos normativos e os registros inerentes à TNE são de propriedade exclusiva da 
UH e ou EPBS, ficando à disposição da autoridade sanitária, quando solicitados. 
5.9.2. Quando solicitadas pelos órgãos de vigilância sanitária competentes, devem as UH e ou EPBS 
prestar as informações e ou proceder a entrega de documentos, nos prazos fixados, a fim de não 
obstarem as ações de vigilância e as medidas que se fizerem necessárias. 
 
Disponível em: <http://www.e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=17610&word=> 
Acesso em: 22 out. 2009. 
 
 
Conforme o descrito acima, a enfermagem tem papel essencial no 
recebimento e administração da Nutrição Enteral no paciente. O enfermeiro faz parte 
de todo o processo de utilização da Terapia Nutricional e deve se envolver na 
elaboração de todas as rotinas referentes ao uso da Nutrição Enteral.Por exemplo, mesmo não sendo do enfermeiro a responsabilidade da 
manipulação da dieta, é importante que este tenha conhecimento sobre o tipo de 
dieta que é utilizada na instituição, ou seja, dietas em forma de pós, dietas líquidas, 
entre outras, uma vez que cada fabricante possui uma rotina de conservação e 
temperatura para a administração que deverá ser obedecida. 
Antigamente, a maioria das instituições trabalhava com as dietas em formas 
de pó. Na área de manipulação eram liquidificadas e preparadas conforme a 
prescrição do nutricionista. A administração desta dieta no paciente é na 
temperatura de mamadeira (morna) para garantir a eficácia do produto. Mais 
 
 
 
 
 
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recentemente, grande parte das instituições utiliza as dietas líquidas que são 
fracionadas na área da manipulação, e conforme o fabricante de algumas delas 
recomenda, a temperatura é ambiente. 
Esta mudança apenas na temperatura da administração da dieta requer um 
conhecimento específico do enfermeiro, para que haja compreensão frente a 
mudança ocorrida e possa contribuir evitando danos na administração da dieta 
enteral no paciente e também desperdícios por falta de conhecimento. 
 
2.2 TERAPIA DE NUTRIÇÃO PARENTERAL 
 
A Nutrição Parenteral é uma opção de nutrir o paciente por meio de soluções 
nutricionais especiais administradas pela via endovenosa. A indicação de Nutrição 
Parenteral é feita por intermédio da avaliação do estado nutricional do paciente, 
diagnóstico e aceitação dos demais meios nutricionais. Esta avaliação é realizada 
conjuntamente pelos membros da Equipe de Suporte Nutricional, bem como pelo 
médico assistente. 
Segundo o Ministério da Saúde - Portaria nº 272 de 8 de abril de 1998 a 
Nutrição Parenteral (NP) é “a solução ou emulsão composta basicamente de 
carboidratos, aminoácidos, lipídios, vitaminas e minerais, estéril e apirogênica, 
acondicionada em recipiente de vidro ou plástico, destinada à administração 
intravenosa em pacientes desnutridos ou não, em regime hospitalar, ambulatorial ou 
domiciliar, visando a síntese ou manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas.” 
Segundo a Portaria 272 do Ministério da Saúde (1998) a Terapia Nutricional 
Parenteral é o conjunto de procedimentos terapêuticos para a manutenção ou 
recuperação do estado nutricional do paciente por meio da Nutrição Parenteral. 
Até meados de 1993, na grande maioria das instituições hospitalares, o 
preparo de fórmulas de nutrição parenteral (NP) era realizado pelo profissional de 
enfermagem. No entanto, por se tratar de manipulação magistral - preparo de um 
medicamento prescrito por um médico para terapia individualizada – a 
responsabilidade deste preparo cabe ao profissional farmacêutico (Lei 3820/60- 
Âmbito Profissional Farmacêutico, de 11 de novembro de 1960). A Resolução 
 
 
 
 
 
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162/1993 do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) vetou ao profissional de 
enfermagem esta atividade. 
O preparo da Nutrição Parenteral é realizado pelo farmacêutico, a prescrição 
da nutrição parenteral é realizada pelo médico da EMTN. O recebimento e 
administração da nutrição parenteral é responsabilidade da equipe de enfermagem. 
A Nutrição Parenteral pode ser parcial ou total, dependendo da necessidade 
apresentada pelo paciente. Nos próximos módulos será discutida mais 
profundamente a classificação da Nutrição Parenteral e as responsabilidades da 
enfermagem. 
Segundo a Portaria 272 do Ministério da Saúde de 08 de abril de 1998, no 
Regulamento Técnico para Terapia de Nutrição Parenteral (TNP), as Condições 
Gerais são: 
 
 
TABELA: ITEM 4 º - CONSIDERAÇÕES GERAIS - PORTARIA 272 DO 
MINISTÉRIO DA SAÚDE DE 08 DE ABRIL DE 1998 
4.1. A complexidade da TNP exige o comprometimento e a capacitação de uma equipe 
multiprofissional para garantia da sua eficácia e segurança para os pacientes. 
4.2. A TNP deve abranger, obrigatoriamente, as seguintes etapas: 
4.2.1. Indicação e prescrição médica. 
4.2.2. Preparação: avaliação farmacêutica, manipulação, controle de qualidade, conservação e 
transporte. 
4.2.3. Administração. 
4.2.4. Controle clínico e laboratorial. 
4.2.5. Avaliação final. 
4.3. Todas as etapas descritas no item anterior devem atender a procedimentos escritos específicos 
e serem devidamente registradas, evidenciando as ocorrências na execução dos procedimentos. 
4.4. As UH e as EPBS que queiram habilitar-se à prática da TNP devem contar com: 
4.4.1. Farmácia com licença de funcionamento concedida pelo órgão sanitário competente. 
4.4.2. Equipe de Terapia Nutricional constituído por uma equipe multiprofissional de terapia 
nutricional (EMTN), formal e obrigatoriamente constituída de, pelo menos, um profissional de cada 
categoria, que cumpra efetivamente com treinamento específico para essa atividade, a saber: 
médico, farmacêutico, enfermeiro e nutricionista. 
4.4.3. As UHS e EPBS, para exercerem as suas atividades especificas, devem cadastrar-se junto ao 
Orgão de Vigilância Sanitária Estadual, Municipal ou do Distrito Federal. 
 
 
 
 
 
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NOTA: As UH e EPBS que desenvolverem atividades de Terapia Nutricional estão sujeitas as 
inspeções sanitárias periódicas. 
4.5. As UH que não possuem as condições previstas no item anterior podem contratar os serviços de 
terceiros, devidamente licenciadas, para a operacionalização total ou parcial, da TNP, devendo, 
nestes casos, formalizar um contrato por escrito. 
NOTA 1: Os médicos não participantes da equipe multiprofissional que queiram indicar, prescrever e 
acompanhar pacientes submetidos à TNP devem fazê-lo em consenso com uma equipe 
multiprofissional, conforme previsto no item 4.4.2. 
NOTA 2: A EPBS que somente exercer a atividade de preparação da NP fica dispensada de contar 
com a EMTN. 
4.6 As farmácias só podem habilitar-se para a preparação da NP se preencherem os requisitos do 
item 4.11 e forem previamente inspecionadas. 
4.7 Ao médico, de acordo com as atribuições do Anexo I, compete: indicar, prescrever e acompanhar 
os pacientes submetidos à TNP. 
4.8 Ao farmacêutico, de acordo com as atribuições do Anexo I, compete: realizar todas as operações 
inerentes ao desenvolvimento, preparação (avaliação farmacêutica, manipulação, controle de 
qualidade, conservação e transporte) da NP, atendendo às recomendações das BPPNP, conforme 
Anexo II. 
4.9 Ao enfermeiro, de acordo com as atribuições do Anexo I, compete: administrar NP, observando 
as recomendações das BPANP, conforme Anexo IV. 
4.10 Ao nutricionista, de acordo com as atribuições do Anexo I, compete: avaliar o estado nutricional 
dos pacientes, suas necessidades e requerimentos. 
4.11 As farmácias devem possuir recursos humanos, infraestrutura física, equipamentos e 
procedimentos operacionais que atendam às recomendações das BPPNP, conforme Anexo II. 
4.12 É de responsabilidade da Administração da UH prever e prover os recursos humanos e 
materiais necessários à operacionalização da TNP. 
4.13 Acidentes na TNP estão sujeitos às disposições previstas no Código de Defesa do Consumidor 
(Lei n.º 8078, de 11/09/1990) e, em especial, nos artigos 12 e 14 que tratam da responsabilidade 
pelo fato do produto e do serviço, independentemente da responsabilidade criminal e administrativa. 
4.14 O descumprimento das recomendações deste Regulamento e seus anexos, sujeita os 
responsáveis às penalidades previstas na Legislação Sanitária vigente, sem prejuízo da cível e 
criminal.” 
Disponível em: <http://www.nutricaoclinica.com.br/2005080228/Conteudo-Cientifico/Terapia-
Nutricional-Parenteral/portaria-no-272-de-8-de-abril-de-1998.html>.Acesso em: 22 out. 2009. 
 
Conforme descrito acima, o enfermeiro na Nutrição Parenteral tem a 
responsabilidade da administração no paciente. A administração da Nutrição 
Parenteral constitui-se na mesma rotina de administração de medicamentos, ou seja, 
 
 
 
 
 
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todos os itens que são observados na administração medicamentosa devem ser 
observados na administração da NP, entretanto, excluindo a parte de preparo da 
medicação, já que na Nutrição Parenteral o preparo é realizado pelo farmacêutico. 
Ainda reportando a Portaria 272 do Ministério da Saúde, Regulamento 
Técnico para Terapia de Nutrição Parenteral, como Condições Específicas são 
descritos: 
 
TABELA: ITEM 5 º - CONDIÇÕES ESPECÍFICAS - PORTARIA 272 DO 
MINISTÉRIO DA SAÚDE DE 08 DE ABRIL DE 1998 
Na aplicação deste regulamento são adotadas as seguintes condições específicas: 
5.1. Indicação: 
5.1.1 O médico é o responsável pela indicação da NP. 
5.1.2. A indicação da TNP deve ser precedida da avaliação nutricional do paciente. 
5.1.3. São candidatos à TNP os pacientes que não satisfazem suas necessidades nutricionais pela 
via digestiva, considerando-se também seu estado clínico e qualidade de vida. 
5.2. Prescrição: 
5.2.1.O médico é o responsável pela a prescrição da TNP. 
5.2.2. A prescrição da TNP deve contemplar o tipo e a quantidade dos nutrientes requeridos pelo 
paciente, de acordo com seu estado mórbido, estado nutricional e requerimentos nutricionais. 
5.2.3.A TNP deve atender a objetivos de curto e longo prazos. 
NOTA 1: Entende-se como curto prazo a interrupção ou redução da progressão das doenças, a 
cicatrização das feridas, a passagem para nutrição por via digestiva e a melhora do estado de 
desnutrição. 
NOTA 2: Entende-se por longo prazo a manutenção do estado nutricional normal e a reabilitação do 
paciente em termos de recuperação física e social. 
5.3. Preparação: 
5.3.1 O farmacêutico é o responsável pela a preparação da NP. 
5.3.2 A preparação da NP, que envolve a avaliação farmacêutica da prescrição, a manipulação, o 
controle de qualidade, a conservação e o transporte da NP, exige a responsabilidade e a supervisão 
direta do farmacêutico, devendo ser realizada, obrigatoriamente, na farmácia habilitada para este fim 
e de acordo com as recomendações das BPPNP, conforme Anexo II. 
5.3.3 Os produtos farmacêuticos e correlatos adquiridos industrialmente para o preparo da NP 
devem ser registrados no Ministério da Saúde e acompanhados do Certificado de Análise emitido 
pelo fabricante, garantindo a sua pureza físico-química e microbiológica, bem como o atendimento 
às especificações estabelecidas. 
5.3.4 Os produtos farmacêuticos produzidos em farmácia de UH e/ou EPBS devem atender às 
 
 
 
 
 
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Normas de Boas Práticas de Fabricação de Soluções Parenterais de Grandes Volumes e/ou de 
Produtos Farmacêuticos. 
5.3.5 A avaliação farmacêutica da prescrição da NP quanto à sua adequação, concentração e 
compatibilidade físico-química de seus componentes e dosagem de administração, deve ser 
realizada pelo farmacêutico antes do início da manipulação. Qualquer alteração na prescrição, que 
se fizer necessária, em função da avaliação farmacêutica, deve ser discutida com o médico da 
equipe que é o responsável por sua alteração formal. 
5.3.6 Os produtos farmacêuticos e correlatos para preparação da NP devem ser previamente 
tratados para garantir a sua assepsia externa e inspecionados visualmente quanto à presença de 
partículas. 
5.3.7 A manipulação da NP deve ser realizada em área classificada grau A ou B (classe 100), 
circundada por área grau B ou C (classe 10.000), de acordo com as Boas Práticas para Fabricação e 
Controle de Produtos Farmacêuticos. 
5.3.8 A manipulação da NP deve ser realizada com técnica asséptica, seguindo procedimentos 
escritos e validados. 
5.3.9 A formulação padronizada de NP deve ter estudos de estabilidade previamente realizados para 
definir seu prazo de validade. 
5.3.10 A formulação padronizada adicionada de qualquer outro produto, por expressa prescrição 
médica, transforma-se em uma preparação extemporânea. 
5.3.11 A NP deve ser acondicionada em recipiente atóxico, apirogênico, compatível físico-
quimicamente com a composição do seu conteúdo, conforme estabelecido no anexo III. O recipiente 
deve manter a esterilidade e apirogenicidade do seu conteúdo durante a conservação, transporte e 
administração e ter registro no Ministério da Saúde. 
5.3.12 A NP deve ser rotulada com identificação clara do nome do paciente, composição e demais 
informações legais e específicas, conforme item 4.5.4.2.do Anexo II, para a segurança de sua 
utilização e garantia da possibilidade de seu rastreamento. 
5.3.13 Após a manipulação, a NP deve ser submetida à inspeção visual para garantir a ausência de 
partículas, precipitações, separação de fases e alterações de cor, bem como deve ser verificada a 
clareza e a exatidão das informações do rótulo. 
5.3.14 De cada NP preparada devem ser reservadas amostras, conservadas sob refrigeração (2ºC a 
8ºC), para avaliação microbiológica laboratorial e contraprova. 
5.3.15 As amostras para avaliação microbiológica laboratorial devem ser estatisticamente 
representativas de uma sessão de manipulação n + 1 colhidas aleatoriamente no início e fim do 
processo de manipulação. 
5.3.16 As amostras para contraprova de cada NP preparada, devem ser conservadas sob 
refrigeração (2ºC a 8ºC) durante 7 dias após o seu prazo de validade. 
NOTA: Somente são válidas, para fins de avaliação microbiológica, as NP nas suas embalagens 
 
 
 
 
 
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originais invioladas ou suas correspondentes amostras. 
5.4 Conservação: 
5.4.1 Imediatamente após o preparo e durante todo e qualquer transporte a NP deve ser mantida sob 
refrigeração (2ºC a 8ºC), exceto nos casos de administração imediata. 
5.5 Transporte: 
5.5.1 O transporte da NP deve obedecer a critérios estabelecidos nas normas de BPPNP, conforme 
Anexo II. 
5.5.2 O farmacêutico é responsável pela manutenção da qualidade da NP até a sua entrega ao 
profissional responsável pela administração e deve orientar e treinar os funcionários que realizam o 
seu transporte. 
5.6 Administração: 
5.6.1 O Enfermeiro é responsável pela administração. 
5.6.2 A administração da NP deve ser executada de forma a garantir ao paciente uma terapia segura 
e que permita a máxima eficácia, em relação aos custos, utilizando materiais e técnicas 
padronizadas. 
5.6.3 A NP é inviolável até o final de sua administração, não podendo ser transferida para outro tipo 
de recipiente. 
5.6.4 O acesso venoso para infusão da NP deve ser estabelecido sob supervisão médica ou de 
enfermeiro, por meio de técnica padronizada e conforme protocolo previamente estabelecido. 
5.6.5 A utilização da via de acesso da NP deve ser exclusiva. A necessidade excepcional da sua 
utilização para administração de qualquer outra solução injetável, só pode ser feita após aprovação 
formal da Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional (EMTN). 
5.7 Controle Clínico e Laboratorial: 
5.7.1 O paciente submetido à TNP deve ser controlado quanto à eficácia do tratamento, efeitos 
adversos e modificações clínicas que possam influir na qualidade da TN. 
5.7.2 O controle do paciente em TNP deve contemplar: ingressos de nutrientes, tratamentos 
farmacológicos concomitantes, sinais de intolerância à NP, alterações antropométricas, bioquímicas, 
hematológicas e hemodinâmicas, assim como modificações em órgãos e sistemas cujas funções 
devem ser verificadas periodicamente.5.7.3 Qualquer alteração encontrada nas funções dos principais órgãos e as consequentes 
alterações na formulação ou via de acesso da NP devem constar na história clínica do paciente. 
5.8 Avaliação Final: 
5.8.1 Antes da interrupção/suspensão da TNP o paciente deve ser avaliado em relação à: 
a) capacidade de atender às suas necessidades nutricionais por via digestiva. 
b) presença de complicações que ponham o paciente em risco de vida. 
c) possibilidade de alcançar os objetivos propostos, conforme normas médicas e legais. 
Disponível em: <http://www.nutricaoclinica.com.br/2005080228/Conteudo-Cientifico/Terapia-
Nutricional-Parenteral/portaria-no-272-de-8-de-abril-de-1998.html>. Acesso em: 22 out. 2009. 
 
 
 
 
 
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O enfermeiro, conforme descrito acima tem papel no recebimento da 
Nutrição Parenteral, observância da via de acesso da Nutrição Parenteral, como 
também observação do paciente e reações que venham a ocorrer. A duração da NP 
também é outro item importante, pois o enfermeiro quando possui a prescrição 
médica do tempo de infusão deverá calcular o gotejamento necessário para a 
correta infusão no paciente. 
Consta a obrigatoriedade de identificação do frasco de NP, com dados do 
paciente e do preparo da solução. Ao receber a nutrição parenteral o enfermeiro tem 
responsabilidade de certificar-se que aquele frasco será administrado no paciente 
correto, seguindo as mesmas regras estabelecidas pela administração de 
medicamentos. 
 
 
3 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL 
 
 
A avaliação nutricional do paciente hospitalizado é realizada pelo 
nutricionista. A enfermagem tem papel importante na comunicação ao profissional de 
nutrição sobre os aspectos de ingesta e recusa da dieta, êmese, jejum para exames, 
entre outros; e também auxilia na realização de procedimentos que envolvem as 
condutas estabelecidas pelo nutricionista como, por exemplo, a pesagem do 
paciente, administração de dietas por sondas de alimentação e passagem de 
sondas de alimentação. 
A avaliação do estado nutricional tem como objetivo identificar os distúrbios 
nutricionais, possibilitando uma intervenção adequada de forma a auxiliar na 
recuperação e/ou manutenção do estado de saúde do indivíduo. São inúmeros os 
métodos de avaliação. Entre os métodos objetivos incluem-se a antropometria, 
composição corporal, parâmetros bioquímicos e consumo alimentar. Já os subjetivos 
envolvem exame físico e avaliação subjetiva global (CUPPARI, 2002). 
O estado nutricional de um indivíduo reflete o grau por meio do qual as 
necessidades fisiológicas de nutrientes estão sendo atendidas. A ingestão de 
 
 
 
 
 
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nutrientes encontra-se diretamente ligada à ingestão de alimentos, que é 
influenciada por muitos fatores, fatores estes ligados a condição econômica, 
comportamento alimentar, ambiente emocional, influências culturais, além do efeito 
de diversas doenças no apetite e na capacidade de consumir e absorver nutrientes 
de forma adequada. Por outro lado, as necessidades de nutrientes podem ser 
também influenciadas por estresse fisiológico, por meio de uma infecção; processos 
crônicos ou agudos de uma doença; febre e/ou trauma; estados anabólicos normais 
de crescimento e gravidez; manutenção do corpo e bem-estar e estresse psicológico 
(MAHAN, 2002). 
Uma vez que o consumo de alimentos é suficiente para atender as 
necessidades diárias do organismo, com qualquer acréscimo de demanda 
metabólica é alcançado um estado nutricional ótimo. Isso propicia o crescimento e 
desenvolvimento, mantém a saúde geral, sustenta as atividades vitais diárias e 
auxilia na proteção contra doenças (MAHAN, 2002). 
Segundo Mahan (2002), técnicas apropriadas de avaliação detectam 
deficiência nutricional em estágios iniciais de desenvolvimento, permitindo que a 
ingestão dietética possa ser melhorada por intermédio de suporte nutricional e 
aconselhamento, antes que uma lesão mais grave apareça. Pacientes em risco 
nutricional podem ser identificados mediante uma base de informações de triagem 
que são obtidas rotineiramente no momento da entrada no hospital; essas 
informações são usadas na avaliação nutricional como base para se traçar o plano 
de atenção. Uma avaliação nutricional completa aumentará a eficácia do apoio 
nutricional e educação/aconselhamento nutricional. 
 
4 INTERAÇÃO MEDICAMENTO–NUTRIENTE 
 
É importante reconhecer que o nutriente a ser administrado no paciente 
poderá ter interação medicamentosa. Como a enfermagem é responsável pela 
administração dos medicamentos prescritos pelo médico, e também pela 
administração de algumas formas de dietas prescritas pelo nutricionista, cabe 
reconhecer interações e reações aceitáveis frente ao procedimento. 
 
 
 
 
 
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Atualmente, o uso da nutrição enteral, tanto em pacientes hospitalizados 
como em domicílio, supera o da nutrição parenteral. Hoje é possível prever o 
resultado da interação entre atividade farmacoterapêutica, a qualidade da nutrição e 
o estado nutricional em relação ao comportamento cinético e dinâmico do 
medicamento e/ou seus metabólitos. A avaliação e o manejo do paciente nessas 
situações constituem um desafio para a equipe multiprofissional de terapia 
nutricional (MERINO SANJUÁN et al., 1999). 
A maioria dos pacientes submetidos à Terapia Nutricional Enteral recebe 
simultaneamente medicamentos. É importante alcançar a melhor resposta clínica 
possível em termos de eficácia e segurança para o paciente, e isto não depende 
apenas do diagnóstico correto e da prescrição do tratamento farmacológico 
adequado. A avaliação de todos os fatores que podem modificar a resposta 
farmacológica esperada exige conhecimento das fontes de variabilidade, para que 
as interações entre medicamentos e nutrientes sejam identificadas (MERINO 
SANJUÁN et al., 1999). 
Uma interação medicamento-nutriente é definida como o aparecimento de 
um efeito farmacológico de intensidade maior ou menor que a esperada, como 
consequência da presença ou ação simultânea de nutrientes e medicamentos. Os 
mecanismos responsáveis pelas interações medicamento-nutriente atuam de forma 
conjunta e provocam uma alteração final da resposta farmacológica nos pacientes 
(MERINO SANJUÁN et al., 1999). 
Conforme o mecanismo primário, responsável pela modificação da resposta 
farmacológica, as interações podem ser classificadas em: Interações medicamento-
nutriente farmacocinéticas: são as que afetam os processos de liberação, absorção, 
distribuição, metabolismo e excreção dos medicamentos, e em Interações 
medicamento-nutriente farmacodinâmicas: são as que provocam alterações da 
resposta farmacológica e/ou dos efeitos adversos dos medicamentos sem afetar sua 
disposição no organismo. Entretanto, podem também ser classificadas, segundo 
suas características, origem dos nutrientes e estado nutricional do paciente. 
 
 
 
 
 
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A equipe multiprofissional de terapia nutricional deve avaliar 
permanentemente as interações medicamento-nutriente a fim de maximizar a 
resposta terapêutica do medicamento sem afetar a tolerância à nutrição enteral. 
A incorporação de medicamentos às fórmulas enterais, sejam misturas 
preparadas ou industrializadas, pode causar alterações físico-químicas levando a 
perdas pré-sistêmicas de fármacos e nutrientes (MERINO SANJUÁN et al., 1999; 
SAULNIER, 1999). Para evitar tais interações éimportante: 
• Conhecer a compatibilidade com a fórmula e garantir que os fármacos 
estejam disponíveis para absorção em quantidades suficientes para produzir o efeito 
terapêutico desejado; 
• Nenhum medicamento deve ser adicionado diretamente à fórmula enteral; 
• Não administrar nenhum medicamento pela sonda ao mesmo tempo em 
que a dieta; 
• Se forem vários medicamentos, administrar cada um em separado. 
Sendo assim, as interações medicamento-nutriente requerem maior atenção 
dos profissionais de saúde, pois nem sempre são considerados problemas clínicos 
de menor importância. Os mecanismos dessas interações são complexos e tanto os 
farmacêuticos quanto os profissionais de enfermagem, nutricionistas e médicos são 
responsáveis por garantir que a nutrição enteral indicada não interfira negativamente 
no sucesso do tratamento medicamentoso prescrito para o paciente. 
A investigação da etiologia da diarreia é muito importante, uma vez que 
existem situações em que há comprometimento da absorção intestinal causado pela 
própria patologia de base do paciente, como nos casos de desnutrição calórico-
protéica grave e hipoalbuminemia. O uso de drogas, como antiácidos com magnésio, 
digitais, laxativos, aminofilina, potássio e fósforo podem causar diarreia como efeito 
colateral. 
Ainda como fator importante para a ocorrência de diarreia, devemos 
considerar a administração rápida da dieta, sendo necessário adequar a velocidade 
da infusão à localização da sonda, principalmente quando está situada no duodeno 
e jejuno. Outra causa de diarreia é a hiperosmolaridade da solução infundida. O uso 
prolongado de antibióticos associado à administração de nutrição enteral pode 
 
 
 
 
 
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causar diarreia pelo Clostridium difficile, bactéria anaeróbica que libera 
enterotoxinas, causando colite pseudomembranosa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
------------FIM DO MÓDULO I------------ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso de Enfermagem em 
Nutrição Enteral e Parenteral 
 
 
 
 
 
MÓDULO II 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para 
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do 
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores 
descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 
 
 
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MÓDULO II 
 
 
5 EMTN – EQUIPE MULTIPROFISSIONAL DE TERAPIA NUTRICIONAL 
 
 
Conforme a RDC 63, de 06 de julho de 2000, entende-se por EMTN – 
Equipe Multidisciplinar de Terapia Nutricional – grupo formal e obrigatoriamente 
constituído de, pelo menos, um profissional de cada categoria: médico, nutricionista, 
enfermeiro e farmacêutico, podendo ainda incluir profissionais de outras categorias 
habilitados e com treinamento específico para prática de Terapia Nutricional (TN). 
A equipe de Terapia Nutricional é obrigatória nas instituições que possuem o 
processo de manipulação, preparo e administração de Terapia Nutricional. Para 
obter o credenciamento para utilização deste serviço é necessário possuir na 
instituição uma equipe de profissionais que atuam na avaliação, indicação e 
acompanhamento dos pacientes que recebem a nutrição enteral e/ou parenteral. 
Esta equipe constitui-se em um trabalho conjunto entre diferentes áreas 
específicas de atuação, entretanto, todas voltadas para um mesmo objetivo, qual 
seja, o acompanhamento adequado do paciente. O enfermeiro é presença 
obrigatória neste grupo, por isso a importância de intensificar os conhecimentos em 
terapia nutricional, não somente para aqueles que já atuam na área, mas também 
pela necessidade de compreender a importância da nutrição na recuperação e 
reabilitação do paciente enfermo. 
Talvez, o primeiro grande desafio do enfermeiro em fazer parte da EMTN é a 
interação com os demais membros, sendo que esta condição pode estar ligada a 
todos os profissionais igualmente uma vez que se verificam no cotidiano das práticas 
assistências à dificuldade de uma manutenção do trabalho em equipe com 
resolutividade, desta forma cabe retomar o que realmente significa um trabalho em 
equipe, abordando primeiramente em sua amplitude, para após, especificar o 
trabalho propriamente dito da EMTN. 
 
 
 
 
 
 
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5.1 TRABALHO EM EQUIPE MULTIPROFISSIONAL 
 
 
As variáveis e a complexidade de diversas situações concebidas pela 
sociedade, atualmente, exigem o engajamento de dois ou mais grupos profissionais 
na intervenção de um mesmo problema. Atuando conjuntamente com objetivos 
comuns frente à demanda da população. 
O trabalho em Equipe Multiprofissional aparenta – se olharmos apenas as 
questões resolutivas, ser um trabalho fácil. Seria o mesmo que cada profissional ler 
as determinações de seu conselho profissional e, após, cumprir os escritos. 
Entretanto, sob a perspectiva do trabalho em saúde, essa questão é bem mais 
complexa, uma vez que a produção e o produto destas relações são subjetivos. 
As definições sobre Equipe de Saúde são raras. Nas produções teóricas 
predomina a concepção de equipe do senso comum, onde esta é representada por 
um conjunto de profissionais em situação comum de trabalho. Na atividade em 
saúde, a equipe sempre fará referência a um serviço relativo à obtenção de bens ou 
produtos para a atenção das necessidades humanas. 
O trabalho em Equipe na Enfermagem foi proposto na década de 50, nos 
Estados Unidos, mediante experiências realizadas no Teacher’s College da 
Universidade da Columbia. Elenor Lambertsen (1996 está na bibliografia) 
preconizava a organização do trabalho em enfermagem com base na equipe. 
No Brasil, os resultados desta proposta foram divulgados em 1996 pela 
Associação Brasileira de Enfermagem com o livro “Equipe de Enfermagem 
Organização e Funcionamento”. Desde então, surgem experiências na área da 
enfermagem com o objetivo de melhorar o aproveitamento de pessoal. 
Lambertsen (1996) propõe a organização do serviço de enfermagem com 
base no trabalho em equipe enfatizando o cuidado para o paciente, tomando como 
base a utilização do pessoal de enfermagem com a máxima economia e eficácia. 
Esse modelo de organização do trabalho de enfermagem propõe: 
• Crítica ao trabalho centrado na tarefa (modelo funcional); 
 
 
 
 
 
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• Tentativa de solução para a escassez dos recursos humanos de 
enfermagem nos hospitais norte americanos no período após a II Guerra Mundial. 
Pela necessidade de extensão na cobertura dos serviços de saúde, na 
década de 70, no Brasil, a proposta do trabalho em equipe multiprofissional ganha 
ênfase, sobretudo, pela atuação das condutas de Medicina Comunitária e Medicina 
Preventiva, destacando o trabalho em equipe como racionalização dos serviços. 
No primeiro momento, as equipes de saúde trabalhavam com o médico e os 
atendentes de enfermagem, consideradas uma composição inadequada. Em 1980, 
com a ampliação na formação de profissionais de nível médio e superior (não 
médicos) diversificou-se a equipe de saúde. 
A Equipe Multiprofissional começou a ser composta por profissionais de 
diferentes áreas como: enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos, 
nutricionistas, médicos, entre outros. A atuação de uma Equipe Multiprofissional é 
permeada pelo alcance de resultados comuns, sendo, no caso da Saúde, o 
atendimentoe resolução das necessidades apresentadas pelo paciente nos 
diferentes níveis de intervenção. 
A obtenção de resultados em um trabalho de Equipe Multiprofissional pode 
ser interferida pelos seguintes fatores: 
• Atenção Integral as necessidades de Saúde da População 
- Os serviços especializados tendem a fragmentação do cuidado a saúde do 
indivíduo; 
- Ações realizadas por diferentes profissionais necessitam articulação; 
- Nenhum profissional de saúde em separado tem possibilidades de atender 
as demandas de saúde do paciente. 
• Comunicação: Busca de consenso entre os profissionais 
- Articular diversas ações realizadas em um setor, integrar setores e serviços 
entre si. 
O trabalho em equipe multiprofissional é uma prática onde a comunicação 
entre os profissionais faz parte do cotidiano. As articulações das ações se dão pelo 
uso da linguagem. Este processo é permeado pela comunicação e interação dos 
 
 
 
 
 
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agentes; esta relação recíproca entre o trabalho e a interação que caracteriza o 
trabalho em equipe. 
Peduzzi (1998; 2001), em seus estudos sobre conceito e tipologia do 
trabalho em Equipe Multiprofissional de Saúde, afirma que o trabalho em Equipe 
Multiprofissional é uma modalidade de trabalho coletivo centrada na reciprocidade 
entre trabalho e interação, que as principais dimensões do trabalho em equipe são a 
articulação das ações e a interação de seus agentes. 
Sobre a articulação, Peduzzi descreve os momentos em que os profissionais 
ativamente colocam em evidência as conexões existentes entre as distintas ações e 
os variados conhecimentos técnicos. A interação como uma prática comunicativa, 
por meio da qual, os envolvidos se colocam de acordo quanto a um projeto comum; 
capaz de promover a cooperação e integração na equipe. 
Minelli (2004) afirma que as respostas da interação dos grupos profissionais 
vão desde aspectos relativos aos olhares diferenciados para um determinado 
processo até uma possibilidade de ganho na qualidade e eficiência da resposta 
recebida. 
O trabalho em Equipe Multiprofissional também é caracterizado por 
complexidade advinda da convivência entre os diferentes processos de trabalho, 
objetos de trabalho, saberes específicos, instrumentos utilizados para realização e 
desenvolvimento do trabalho. 
A principal problemática visualizada na Equipe de Trabalho Multiprofissional 
é a inexistência de integração entre os profissionais que a compõem. A noção de 
equipe que predomina nos serviços de saúde se restringe a coexistência de vários 
profissionais numa mesma situação de trabalho, compartilhando o mesmo espaço 
físico e a mesma clientela, porém, sem integração. 
Segundo Peduzzi (1998; 2001) a tipologia do trabalho em equipe pode ser 
distinguida em duas modalidades: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 JUSTAPOSIÇÃO DAS AÇÕES 
 
EQUIPE AGRUPAMENTO 
 
 
 AGRUPAMENTO DOS AGENTES 
 
 
 
 
 ARTICULAÇÃO DAS AÇÕES 
 
EQUIPE INTEGRAÇÃO 
 
 INTERAÇÃO DOS AGENTES 
 
 
Em ambas estão presentes as diferenças técnicas dos trabalhos 
especializados e a desigualdade de valor atribuído a estes trabalhos. Também em 
ambas estão presentes tensões entre as diversas concepções quanto a 
independências dos trabalhos, especializados ou a sua complementaridade objetiva. 
Existem alguns critérios de reconhecimento da modalidade do trabalho em 
equipe, que classifica a equipe em agrupamento ou integração, conforme mostra a 
tabela abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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TABELA – CRITÉRIOS DE RECONHECIMENTO DA MODALIDADE DE 
TRABALHO EM EQUIPE 
 
 TIPOLOGIA 
Parâmetros Equipe Integração Equipe Agrupamento
Comunicação externa ao trabalho X 
Comunicação estritamente pessoal X 
Comunicação intrínseca ao trabalho X 
Projeto assistencial comum X 
Diferenças técnicas entre trabalhos 
especializados 
X X 
Arguição da desigualdade dos 
trabalhos especializados 
X 
Especificidades dos trabalhos 
especializados 
X X 
Flexibilidade da divisão do trabalho X 
Autonomia técnica de caráter 
interdependente 
X 
Autonomia técnica plena X 
Ausência de autonomia técnica X 
FONTE: Equipe Multiprofissional de Saúde: Conceito e Tipologia: Peduzzi, 2001. 
 
 
Diante destes conceitos e tipologias, algumas das principais problemáticas 
apresentadas no desenvolvimento do trabalho em Equipe Multiprofissional de Saúde 
são: 
• Falta de responsabilidade coletiva pelos resultados dos trabalhos; 
• Ações e intervenções desarticuladas e independentes; 
• Baixo grau de interação entre os profissionais; 
• Dificuldade de atuar de forma coesa e integrada; 
 
 
 
 
 
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• Desarticulação de ações de caráter curativo, administrativo e 
preventivo; 
 
Os resultados de um trabalho em Equipe Multiprofissional dependem 
diretamente da integração das ações dos profissionais. Trata-se de uma interação 
de saberes e de relacionamento. O sucesso no atendimento ao paciente é possível 
quando abrange a Equipe Multiprofissional, sendo que o maior desafio destes 
profissionais é atingir a integração nas práticas de saúde desenvolvidas ao cliente. 
 
 
5.2 REGULAMENTAÇÃO DA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL DE TERAPIA 
NUTRICIONAL 
 
 
A Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional deve ser composta por, no 
mínimo, um profissional de cada categoria: um médico, um enfermeiro, um 
farmacêutico e um nutricionista. Dentre os membros haverá um Coordenador 
Técnico e um Coordenador Clínico, sendo que o coordenador técnico é um dos 
membros da equipe, escolhido pelos demais componentes e que possua título de 
especialista em TN. 
O coordenador clínico deve ser um médico, com título de especialista, 
podendo um mesmo membro assumir ambas as funções, coordenador técnico e 
coordenador clínico, necessitando para esta alternativa que seja um médico. 
A EMNT tem como principal função estabelecer todos os parâmetros que 
regem o processo de acompanhamento das Terapias Nutricionais. Desta forma, 
cada profissional que compõe a equipe é responsável por realizar rotina integrada 
com os demais, para proporcionar um atendimento de qualidade ao paciente. 
Na atuação diária, nos hospitais, a EMTN deve sempre ser comunicada e 
também investigar os pacientes em risco de desnutrição ou desnutridos. Os médicos 
e demais profissionais que não compõe a equipe têm a liberdade de solicitar 
assessoramento frente a dificuldades de nutrição de seus pacientes. 
 
 
 
 
 
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Neste sentido, a enfermagem coopera para a eficiente comunicação sobre o 
estado do paciente relacionado à nutrição, fornecendo informações a cerca da 
aceitação ou recusa da dieta, e demais alterações que possam vir a ocorrer. 
As atribuições da Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional (EMTN) em 
Terapia Nutricional Enteral é descrita no Anexo 1 do Regulamento Técnico da RDC 
63, a saber: 
 
 
TABELA: ITEM 2° – CONSIDERAÇÕES GERAIS – ANEXO I – REGULAMENTO 
TÉCNICO PARA A TERAPIADE NUTRIÇÃO ENTERAL 
Para a execução, supervisão e avaliação permanentes, em todas as etapas da TNE, é condição 
formal e obrigatória a constituição de uma equipe multiprofissional. 
Por se tratar de procedimento realizado em paciente sob cuidados especiais e para garantir a 
vigilância constante do seu estado nutricional, a EMTN para TNE deve ser constituída de, pelo 
menos, 1 (um) profissional de cada categoria, com treinamento específico para esta atividade, a 
saber: médico, nutricionista, enfermeiro, farmacêutico, podendo ainda incluir profissionais de outras 
categorias a critério das UH e ou EPBS. 
No caso do uso eventual de TNE, a não existência da EMTN deve ser justificada mediante a 
apresentação, pela UH, de alternativa de atuação para prévia avaliação da autoridade sanitária. 
A EMTN deve ter um coordenador técnico-administrativo e um coordenador clínico, ambos membros 
integrantes da equipe e escolhidos pelos seus componentes. 
O coordenador técnico-administrativo deve, preferencialmente, possuir título de especialista 
reconhecido em área relacionada com a TN. 
O coordenador clínico deve ser médico, atuar em TN e, preferencialmente, preencher um dos 
critérios abaixo: 
2.4.2.1. ser especialista, em curso de pelo menos 360 horas, em área relacionada com a TN, com 
título reconhecido. 
2.4.2.2. possuir título de mestrado, doutorado ou livre docência em área relacionada com a TN. 
2.4.2.2.1. O coordenador clínico pode ocupar, concomitantemente, a coordenação técnico-
administrativa, desde que consensuado pela equipe. 
É recomendável que os membros da EMTN possuam título de especialista em área relacionada com 
a TN. 
 
Disponível em < http://www.sbnperj.com.br/aspectosResolucaoA1.aspx. Acesso em: 04 dez. 
2009. 
 
 
 
 
 
 
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TABELA: ITEM 3° – ATRIBUIÇÕES GERAIS DA EMNT – ANEXO I – 
REGULAMENTO TÉCNICO PARA A TERAPIA DE NUTRIÇÃO ENTERAL 
3. ATRIBUIÇÕES GERAIS DA EMTN 
Compete a EMTN: 
3.1. Estabelecer as diretrizes técnico-administrativas que devem nortear as atividades da equipe e 
suas relações com a instituição. 
3.2. Criar mecanismos para o desenvolvimento das etapas de triagem e vigilância nutricional em 
regime hospitalar, ambulatorial e domiciliar, sistematizando uma metodologia capaz de identificar 
pacientes que necessitam de TN, a serem encaminhados aos cuidados da EMTN. 
3.3. Atender às solicitações de avaliação do estado nutricional do paciente, indicando, 
acompanhando e modificando a TN, quando necessário, em comum acordo com o médico 
responsável pelo paciente, até que sejam atingidos os critérios de reabilitação nutricional pré-
estabelecidos. 
3.4. Assegurar condições adequadas de indicação, prescrição, preparação, conservação, transporte 
e administração, controle clínico e laboratorial e avaliação final da TNE, visando obter os benefícios 
máximos do procedimento e evitar riscos. 
3.5. Capacitar os profissionais envolvidos, direta ou indiretamente, com a aplicação do procedimento, 
por meio de programas de educação continuada, devidamente registrados. 
3.6. Estabelecer protocolos de avaliação nutricional, indicação, prescrição e acompanhamento da 
TNE. 
3.7. Documentar todos os resultados do controle e da avaliação da TNE visando a garantia de sua 
qualidade. 
3.8. Estabelecer auditorias periódicas a serem realizadas por um dos membros da EMTN para 
verificar o cumprimento e o registro dos controles e avaliação da TNE. 
3.9. Analisar o custo e o benefício no processo de decisão que envolve a indicação, a manutenção 
ou a suspensão da TNE. 
3.10. Desenvolver, rever e atualizar regularmente as diretrizes e procedimentos relativos aos 
pacientes e aos aspectos operacionais da TNE. 
 
Disponível em < http://www.sbnperj.com.br/aspectosResolucaoA1.aspx. Acesso em: 04 dez. 
2009. 
 
 
O funcionamento da EMTN deverá ser regido por rotinas estabelecidas pela 
própria equipe que atendam as exigências citadas acima. Desde a composição do 
grupo até a Eleição dos coordenadores e a atuação diária são registrados em ata 
para fins de futuras fiscalizações e auditorias. 
 
 
 
 
 
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A seguir, serão citados alguns exemplos de normas e rotinas preconizadas 
para o funcionamento de uma EMTN. Considerando, no entanto, que todos os 
processos são específicos e adaptáveis a cada instituição; tendo o conhecimento 
que, em qualquer elaboração de conduta a cerca da EMTN, existem portarias que 
prioritariamente deverão ser seguidas. 
 
 
EXEMPLO 1: NORMA E ROTINA “ENCONTRO DOS MEMBROS DA EMTN 
Norma 1: Realizar encontro diário dos membros da EMTN; 
Rotina 1: Todos os dias da semana, exceto sábado e domingo, os membros da 
EMTN se reúnem às 14 horas tendo como ponto de referência a sala da 
Nutricionista. Nos sábados e domingos o Coordenador Clínico da EMTN deverá ser 
comunicado por telefone sobre qualquer intervenção referente à Terapia Nutricional 
Enteral e/ou Parenteral. 
Norma 2: Realizar reunião mensal de avaliação entre os membros da EMTN; 
Rotina 2: Todos os meses, na segunda quarta-feira do mês, às 16 horas, na sala 
de estudos da instituição, os Membros da EMTN realizam encontro com o objetivo 
de avaliar as ações cumpridas, problemas detectados e encaminhamentos. 
Registrado em ata. 
 
 
EXEMPLO 2: NORMA E ROTINA “ACOMPANHAMENTO DOS PACIENTES” 
Norma 1: Acompanhar o estado nutricional dos pacientes hospitalizados; 
Rotina 1: O acompanhamento dos pacientes hospitalizados é realizado por meio 
da busca ativa junto ao paciente ou acompanhante questionando a aceitação da 
dieta. Nos casos em que, por algum motivo, o paciente com dieta via oral, não 
estiver se alimentando, a Nutricionista da EMTN deverá ser comunicada. A 
comunicação poderá ser realizada pelos profissionais de enfermagem que estão 
em constante contato com o paciente e registrada no prontuário. 
 
 
 
 
 
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Norma 2: Realizar visitação aos pacientes hospitalizados; 
Rotina 2: Diariamente os pacientes em uso de terapia nutricional são visitados pela 
EMTN que avalia as condutas e estabelece ou não mudanças, sempre com o 
registro no prontuário. 
Norma 3: Realizar avaliação mediante a solicitação médica; 
Rotina 3: O médico assistente tem a liberdade de solicitar avaliação da Equipe 
Multiprofissional de Terapia Nutricional frente a alguma necessidade apresentada 
pelo paciente. Neste caso, o médico solicita a avaliação na prescrição médica e a 
equipe de enfermagem realiza a comunicação à EMTN, esta por sua vez, faz a 
visitação ao paciente e descreve a conduta sugerida. 
 
 
EXEMPLO 3: NORMA E ROTINA “USO DE TERAPIA NUTRICIONAL” 
Norma 1: Estabelecer e/ou indicar o uso da Terapia Nutricional; 
Rotina 1: A EMTN é responsável pela prescrição da Terapia Nutricional ao 
paciente. Nos casos em que o médico que assiste o paciente realizar a prescrição 
de alimentação por sonda, a EMTN é comunicada para realizar a avaliação, e em 
conjunto com o médico assistente chegar a um consenso sobre a indicação da 
Terapia. Nestes casos, antes da realização da sondagem, a EMTN deve ser 
comunicada para a avaliação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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TABELA: ITEM 4° – ATRIBUIÇÕES DO COORDENADOR TÉCNICO-
ADMINISTRATIVO – ANEXO I – REGULAMENTO TÉCNICO PARA A TERAPIA DE 
NUTRIÇÃO ENTERAL 
4. ATRIBUIÇÕES DO COORDENADOR TÉCNICO-ADMINISTRATIVO 
Compete ao coordenador técnico-administrativo: 
4.1. Assegurar

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