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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO CIVIL DEC.023: Trabalho de Conclusão I FORMULÁRIO PARA AVALIAÇÃO DA ETAPA 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA – TCCI Nome do(a) Orientando(a): Alexandre de Aguilar Nunes Júnior Nome do(a) Orientador(a): Jussara Provenzani de Almeida Aluno Apresentar, em separado, para avaliação do professor orientador e entrega na data definida pelo professor da disciplina, resumo do trabalho contendo: Título do trabalho: Estudo de caso: Implantação de franquia de fast food. Tema: Viabilidade técnica e financeira de uma planta de Hamburguer Artesanal. Introdução: conceituar o tema e apresentar a proposta a ser desenvolvida no TCC. Fundamentação Teórica: apresentação dos principais conceitos necessários ao entendimento do tema (3 a 5 páginas) Orientador A introdução caracteriza o tema, apresentando os pontos principais necessários ao entendimento e valorização da pesquisa como um todo? Orientador A fundamentação teórica apresenta todos os conceitos necessários ao entendimento do tema, da proposta e do desenvolvimento esperado para esta proposta? Orientador Avaliação Total da atividade (0 a 100 pontos): Professor da disciplina Nota de Desempenho Mensal (0 a 100 pontos): Avaliação mensal Média das notas do Orientador e do Professor da disciplina: Belo Horizonte, ____ de ___________________ de ________ Professor Orientador Professor da disciplina 1. INTRODUÇÃO Atualmente, se levarmos em consideração as variáveis de investimento e o risco-retorno nas franquias que possuem maior destaque e consolidação no mercado brasileiro, essas são um potencial investimento seguro para os brasileiros, dado seu crescimento sempre acima do Produto Interno Bruto (BORINI, 2012). Segundo a Associação Brasileira de Franquias (2015) a variação de taxas para se abrir uma franquia no setor alimentício, tais como, taxas de franquia, royalties e Fundo de propaganda podem variar de trinta mil reais a dois milhões e quinhentos mil reais. Logo, a fim de verificar a viabilidade econômica para a construção de uma planta do ramo alimentício iremos desenvolver e analisar o orçamento das obras de implantação, as principais variáveis financeiras/econômicas (custos fixos e variáveis, fluxo de caixa, payback etc.) e os principais parâmetros mercadológicos (fluxo de pessoas, mercado consumidor, concorrentes etc.). 1.1. Contextualização do tema As opções gastronômicas na cidade de Belo Horizonte atraem público de todas as partes da cidade, inclusive de sua região metropolitana. Além disso, a capital de Minas Gerais é um polo educacional consolidado e reconhecido e vem sendo foco de investimentos em diversos setores socioeconômicos, principalmente os setores ligados à tecnologia e inovação. Este fenômeno, consequentemente, irá atrair sedes de diversas empresas nacionais e multinacionais (inclusive franquias internacionais) para a cidade e, portanto, surgirá diversos centros comerciais em vários pontos pela cidade (não necessariamente centralizados). Logo, dado a maturidade da infraestrutura da cidade (disponibilidade de mão de obra, centros educacionais e tecnológicos etc.) haverá já no curto prazo uma tendência de crescimento muito forte do mercado consumidor local, principalmente próximos à estes centros comerciais em desenvolvimento. Isto posto, como oportunidade de investimento e disponibilidade de um mercado consumidor com grande potencial de crescimento, foi escolhido um modelo de negócio já testado e consolidado para a abertura de uma hamburgueria artesanal que trabalha com o método de franquia há 12 anos. Portanto, analisando as características iniciais de uma loja existente podemos observar a percepção da população local sobre a empresa como, por exemplo, a qualidade do produto final, a satisfação do cliente, o atendimento e os serviços altamente padronizados. 1.2. Justificativa Em virtude da importância para a análise de investimento e a construção civil do estudo de viabilidade econômica, do processo orçamentário de obras e do planejamento financeiro para o investimento na implantação de um novo negócio, a elaboração deste trabalho se dá pela motivação de proporcionar ao investidor uma melhor visão sobre onde, quanto, quando e porque ele deve aplicar seus recursos disponíveis. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1. Engenharia de custos A Engenharia de Custos, aplicada à Construção Civil, é a única disciplina capaz de dar suporte à Formação do Preço e Controle de Custos de obras. Segundo Vilela Dias (2004) é a área da engenharia onde princípios, normas, critérios e experiência são utilizados para resolução de problemas de estimativa de custos, avaliação econômica, de planejamento e de gerência e controle de empreendimentos. Segundo Vilela Dias (2004) a engenharia de custos não termina com a previsão de custos de investimentos, prossegue, necessariamente na fase de construção, com o mesmo rigor, através do planejamento, controle, acompanhamento de custos e definição dos custos de manutenção das mesmas. Serve ainda para a montagem de bancos de dados com as composições analíticas de custo dos serviços de interesse da empresa, com base nos resultados obtidos nas obras que vão sendo executadas, uma vez que isto virá consolidar o trabalho de estimativas de custo de futuras obras. A engenharia de custos também compreende a elaboração de orçamentos e atua na concepção e concretização do empreendimento, verificando a viabilidade técnico- econômica, realizando análises, diagnósticos e prognósticos. Segundo Limmer (1997) a viabilidade é a fase de avaliação da exequibilidade do projeto, considerando recursos tecnológicos disponíveis e a relação custo-benefício a ser obtida quando da utilização do projeto a ser executado. Além da viabilidade técnica econômica, a engenharia de custos abrange ainda o estudo de pré-investimento que, segundo Tisaka (2006), tem como finalidade fundamentar políticas de investimento e gestão e/ou determinar a visibilidade de projetos individuais, onde se incluem: planos diretores e setoriais de desenvolvimento urbano, rural e regional e outras atividades de planejamento, como também estudos de mercado e de localização, viabilidade técnica, econômica e financeira, estudos de impactos ambientais e sociais, estudos institucionais e atividades assemelhadas. A engenharia de custos também abrange o planejamento das construções. Segundo Gonzáles (2008) o planejamento da construção consiste na organização para a execução, e inclui o orçamento e a programação da obra. O orçamento contribui para a compreensão das questões econômicas e a programação é relacionada com a distribuição das atividades no tempo. Devido aos grandes investimentos que são feitos todos os anos na construção civil brasileira, podemos considerar que o estudo dos orçamentos sempre teve grande papel na engenharia. Na segunda metade do século 19, começou-se a dar a importância necessária para o estudo econômico das obras devido ao crescimento das ferrovias nos Estados Unidos, o que acabou criando demanda para a criação de ferramentas que analisassem os investimentos de longo prazo. A partir dos estudos de A.M. Wellington (1887), foi evidenciada a importância do tempo no valor do dinheiro, seguido por Walter O. Pennell (1914), que desenvolveu equações para possibilitar escolha entre a instalação de novas máquinas ou a manutenção de equipamentos antigos. Desse modo, esses trabalhos pioneiros geraram a criação de novos estudos e metodologias que migraram para a Faculdade de Engenharia, passando a fazer parte integrante do currículo acadêmico. Contudo, em meados dos anos 40, o estudo sobre a avaliação econômica dos problemas de engenharia transferiu-se para a Engenharia de Produção, gerando um escopo de estudos financeiros mais desenvolvidos, porém voltados para a prestação de serviços e a indústria, saindo do foco inicial que eram as construções civis. 2.2. Orçamento Analítico Segundo Mattos(2014), o orçamento analítico é a maneira mais precisa e detalhada de estimar os custos efetivos de uma obra. Ele é feito a partir de composições de custos e de uma pesquisa minuciosa de preços dos insumos, procurando chegar sempre a um valor bem próximo do custo “real” e com uma pequena margem de incerteza. Além dos custos diretos, os custos indiretos também são incorporados a esse tipo de orçamento. Assim, com cálculos que envolvem materiais, encargos trabalhistas, equipamentos, taxas, impostos e outros itens, é possível chegar a um valor extremamente preciso e confiável para o custo total da obra. (MATTOS, 2014). Para que se tenha um orçamento justo, isto é, exato e legítimo, e também responsável, alguns parâmetros devem ser seguidos, como a existência do projeto executivo completo e especificações rígidas de serviços e materiais. O projeto básico leva a uma possibilidade de 20 a 30% de erro em relação ao projeto executivo. (DIAS, 2011). Assim, o orçamento analítico é o que exige mais empenho do orçamentista, porque demandam leitura e interpretação de projeto, cálculos de áreas e volumes e outros itens, a fim de quantificar todos os insumos e serviços necessários para a realização completa da obra. Geralmente, é considerada como aceitável uma margem de erro que varia de 1 a 5% (CONSTRUCT, 2017). 2.3. Estudo dos aspectos de viabilidade econômica Um projeto de investimento consiste em imobilizar um certo capital com o intuito de produzir algum tipo de bem ou prestar algum serviço. Antes de formalizar o projeto, ele deve passar por estágios preliminares em que a análise é feita sem maiores definições e aprofundamentos, mas cujo resultado pode ou não apontar a conveniência de fazer estudos mais detalhados e com maior nível de precisão. Conforme Ribeiro (2006, p 25), essa identificação do produto constitui a primeira fase do estudo e tem como objetivo conhecer as especificações e características técnicas que definem e individualizam, com exatidão, os bens e serviços que estão sendo estudados, os fins a que se destinam, quem os utiliza e como são usados. Ressalta ainda o citado autor, na etapa que estuda o mercado, a importância de se observar a legislação e as normas técnicas relacionadas com o produto ou serviço em questão. Segundo Buarque (1986, p. 25), “a realização do projeto, desde a ideia inicial até o seu funcionamento como unidade de produção, é um processo contínuo no tempo, por meio de sucessivas fases, nas quais se combinam considerações de caráter técnico, econômico e financeiro”. Passando ao estudo de viabilidade propriamente dito, as etapas básicas são: · Estudo de mercado; · Localização; · Tamanho; · Engenharia; · Investimentos / financiamento; · Análise dos custos e receitas projetadas no fluxo de caixa; · Análise da rentabilidade (avaliação do mérito do projeto); Segundo a metodologia preconizada por Buarque (1986, p. 26), o estudo começa por caracterizar o produto de forma preliminar em uma macro localização provisória, ou seja, inicia-se o estudo do mercado de um modo mais superficial, porém, abrangendo uma macro região, com o objetivo de se determinar os dados mais gerais da demanda potencial do produto. A partir desta estimativa da demanda em ordem de grandeza, com dados provisórios e gerais, é possível se projetar a escala de produção e, consequentemente, o tamanho e a engenharia do projeto, que, num conceito mais amplo, definem o processo produtivo, as máquinas e equipamentos, de acordo com o nível tecnológico mais apropriado para o empreendimento. 2.3.1. Aspectos financeiros A viabilidade financeira é um dado calculado em cima de despesas e lucros. Ela permite calcular se o investimento de tempo e dinheiro necessário para colocar em prática um plano ou projeto é viável para seus investidores. Mostra dados reais sobre o provável retorno financeiro de acordo com a injeção de dinheiro e a análise de mercado. Em seu artigo, apresentado no VI Congresso Virtual Brasileiro de Administração, ZAGO, WEISE, HORNBURG (2009), define viabilidade econômica e financeira como uma atividade estudada pela engenharia econômica que busca identificar os benefícios esperados por determinado investimento para colocá-los em comparação com os investimentos e custos associados ao mesmo, a fim de verificar a sua viabilidade de implementação. Existe inúmeros tipos ou modalidade de projetos de viabilidade, porém ao analisar a concepção de cada um deles, percebe-se um objetivo bem definido, a alocação de recursos, a importância do orçamento, a projeção dos custos e principalmente a pressão sobre os prazos, para conclusão dos projetos. Colaborando com Kerzner, Meredith e Mantel, cabe salientar que projeto de fato é finito, tem prazo, data para conclusão e sua confecção demanda tempo, meses, as vezes anos e não se pode esquecer que o projeto de viabilidade econômica e financeira é uma ferramenta ou mecanismo de tomada de decisões. Quando a intenção é comparar projetos, ao concluí-los, o processo decisório fica aliviado, ou seja, passível de ser decidido, dizemos que uma escolha pode ser feita. As decisões de investimento dependem da análise da viabilidade dos projetos e quanto mais rápido, desde que com qualidade, seja concluída esta etapa, menos desperdício de tempo e dinheiro é percebido pela organização. Da mesma forma acontece quando o objetivo do projeto não é a comparação entre diferentes investimentos, mas sim, o atestado de viabilidade econômica e financeira de determinada ação. Caso o processo seja inviável, a organização teve ganhos por deixar de apostar em algo que possa não lhe trazer os benefícios esperados, mas também perde no fator tempo, algo muito custoso nos negócios contemporâneos. Esse fator, o tempo, podemos considerar algo preponderante na condução de projetos e viabilidade, comparando a finitude do projeto destacado por (MEREDITH e MANTEL, 2000, apud FREZATTI 2008). As decisões de investimentos em capital possuem conotação estratégica, econômica e financeira, sendo que LEMES JR et al (2015 p.182) comentam que os estudos e análises sobre investimentos de capital abrangem, sobretudo, o tempo de vida e o risco do investimento. 2.3.2. Aspectos mercadológicos Para Woiler e Mathias (1996) a análise de mercado, além de oferecer elementos para a elaboração de projetos provoca o crescimento do mercado de muitos produtos, a introdução de novos produtos e a obsolescência de outros. Dolabela (1999) complementa que a principal resposta que a análise de mercado traz para a empresa é a identificação das ameaças e oportunidades do setor de atuação. A pesquisa dos aspectos mercadológicos traz as informações necessárias para o negócio no que tange o conhecimento do mercado de atuação, como os clientes, concorrentes e fornecedores. Podendo assim fazer projeções das necessidades do mercado, do preço de venda, custos e distribuição da mercadoria, além de diminuir suas incertezas diante de um ambiente econômico de constantes mudanças, inovador e globalizado. REFERÊNCIAS BORINI, F.; ROCHA, T.; SPERS, E. Desafios para a internacionalização das franquias brasileiras: um survey com franquias internacionalizadas. In: MELO, P.R.L., Andreassi, T. (Org.) Franquias brasileiras, p. 71-87 São Paulo: Cengage Learning, 2012. BUARQUE, C. Avaliação Econômica de Projetos. 2 ed. Rio de Janeiro: Campus, 1986, 266 p. CONSTRUCT. O guia Definitivo do Orçamento de Obras. Sienge, 2017. 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