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ELABORAÇÃO 
E ANÁLISE DE 
PROJETOS 
AGROPECUÁRIOS
Professora Dra. Juliana Franco Afonso
GRADUAÇÃO
Unicesumar
Acesse o seu livro também disponível na versão digital.
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/755
N964 Núcleo de Educação a Distância. AFONSO, Juliana Franco.
Elaboração e Análise se Projetos Agropecuários / Juliana
Franco Afonso. - Florianópolis, SC: Arqué, 2023.
240 p.
ISBN papel 978-65-6083-337-1
ISBN digital 978-65-6083-338-8
1. Projetos Agropecuários 2. Análise 3. Elaboração 4. EaD. I. Título. 
CDD - 338.10981
Bibliotecária: Leila Regina do Nascimento - CRB- 9/1722.
Ficha catalográfica elaborada de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).
Impresso por:
Coordenador de Conteúdo
Silvio Silvestre Barczsz
Designer Educacional
Lilian Vespa
Projeto Gráfico
Jaime de Marchi Junior
José Jhonny Coelho
Arte Capa
Arthur Cantareli Silva
Ilustração Capa
Bruno Pardinho
Editoração
Juliana Duenha
Qualidade Textual
Felipe Veiga da Fonseca
Ilustração
Bruno Pardinho
02511509
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/17299
CU
RR
ÍC
U
LO
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois quan-
do investimos em nossa formação, seja ela pessoal 
ou profissional, nos transformamos e, consequente-
mente, transformamos também a sociedade na qual 
estamos inseridos. De que forma o fazemos? Crian-
do oportunidades e/ou estabelecendo mudanças 
capazes de alcançar um nível de desenvolvimento 
compatível com os desafios que surgem no mundo 
contemporâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de 
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens 
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógi-
ca e encontram-se integrados à proposta pedagógica, 
contribuindo no processo educacional, complemen-
tando sua formação profissional, desenvolvendo com-
petências e habilidades, e aplicando conceitos teóricos 
em situação de realidade, de maneira a inseri-lo no 
mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm 
como principal objetivo “provocar uma aproximação 
entre você e o conteúdo”, desta forma possibilita o 
desenvolvimento da autonomia em busca dos conhe-
cimentos necessários para a sua formação pessoal e 
profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de cresci-
mento e construção do conhecimento deve ser apenas 
geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos 
que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. 
Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu 
Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fó-
runs e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe 
das discussões. Além disso, lembre-se que existe uma 
equipe de professores e tutores que se encontra dis-
ponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em 
seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe 
trilhar com tranquilidade e segurança sua trajetória 
acadêmica.
Professora Dra. Juliana Franco
Doutorado em Economia pela Universidade Estadual de Maringá (UEM/2017), 
mestra em Economia pela mesma instituição (UEM/2006) e graduada em 
Economia pela Universidade Estadual de Maringá (UEM/2002) . Atualmente, 
é professora titular do Centro de Ensino Superior de Maringá, consultora de 
empresas - Economy Consultoria e Assessoria Empresarial e professora titular 
da Faculdade Cidade Verde. Tem experiência na área de economia empresarial 
com ênfase em análise e elaboração de projetos de inovação tecnológica, 
pesquisa de mercado, avaliação econômica de empresas e treinamento de 
equipes para inovação. É pesquisadora na área de produtividade, econometria 
espacial e indicadores de gestão pública. Atualmente, é Diretora do Conselho 
de Desenvolvimento Econômico de Maringá - Codem e ganhadora do XXIII 
Prêmio Brasil de Economia, Categoria “Tese de Doutorado”, em 2017.
http://lattes.cnpq.br/4882579117919191.
SEJA BEM-VINDO!
Olá, caro estudante, meu nome é Juliana Franco. Seja bem-vindo à nossa disciplina Ela-
boração e Análise de Projeto Agropecuários. Você sabia que um projeto é transformar 
ideias em ações, ou seja, é um empenho temporário empreendido para criar um produ-
to ou serviço? Como são temporários, possuem início e fim definidos, planejados, exe-
cutados e controlados, possuem recursos limitados e são realizados por pessoas. Dessa 
forma, a elaboração de um projeto começa pelo “coração”, ou seja, a definição real do 
objeto do trabalho, a finalidade, os objetivos e uma visão clara das dificuldades que se 
quer resolver com a efetivação da ideia.
Para transformar ideias em ações, é necessário ter capacidade técnica, ou seja, ter com-
petência, criatividade e comprometimento para desenvolver uma excelente estratégia 
de como materializá-la. Criar é empreender, assumir risco e antecipar o futuro.
Caro(a) aluno(a), a realização de um projeto é uma atividade empreendedora, pois exige 
criatividade e previsões em um mercado dinâmico, que muda constantemente. Você 
deve estar se perguntando: “nossa, não sou empreendedor(a), nem criativo(a), como 
vou realizar um projeto, então?”. A resposta é que justamente nessa disciplina você en-
contrará um material diferenciado, elaborado com a preocupação de proporcionar as 
bases necessárias para que você possa aprender a essência de um projeto e entender 
como fazer previsões com base no ambiente em que a empresa se encontra, pois o su-
cesso das organizações ocorre à medida que elas conseguem se antecipar às mudanças 
do mercado.
Antecipar o futuro não é tarefa fácil, não existem bolas de cristal, e não há uma maneira 
de simplificar os acontecimentos futuros. Para minimizar os riscos de dúvidas quanto 
ao futuro e propiciar ferramentas que promovam a definição de estratégias, utilizam-se 
técnicas prospectivas que serão discutidas no decorrer do livro.
Iniciaremos este livro falando sobre o conceito de empreendedorismo e as característi-
cas do setor agrário. Empreender é criar, assumir risco e antecipar o futuro. Desta forma, 
o empreendedor pode utilizar a metodologia de elaboração de projetos para reduzir o 
risco de seu investimento. Ao tomar a decisão de investimento em um determinado se-
tor, é necessário ter conhecimento técnico e mercadológico dele, por isto apresentarei 
as especificidades do setor rural já no início de nossos estudos.
Para realizar um projeto de investimento, é necessário estar atento às ferramentas utili-
zadas no planejamento estratégico de uma empresa. Pois, muitas vezes, como consulto-
ra, me deparei com empresas que precisavam de um projeto de viabilidade econômico-
-financeira, mas não tinham sequer um planejamento da própria empresa.
Caro(a) aluno(a), para um projeto se transformar em uma proposta de financiamento e 
ser aprovado por algum órgão financiador, esta precisa compreender o programa que 
a empresa pretende realizar, ou seja, precisa perceber a importância do investimento 
e as possibilidades de êxito. Assim, necessita-se que a instituição financiadora acredite 
nas metas da empresa e veja que os objetivos seguem no mesmo rumo, assim como as 
APRESENTAÇÃO
ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS 
AGROPECUÁRIOS
chances de sucesso. Para isso, é necessário realizar um planejamento durante a elabora-
ção do projeto, um conjunto de atividades a serem executadas:
 ■ Inicialmente, precisa-se definir o projeto: o que queremos fazer? 
 ■ Todo projeto precisa de um plano de trabalho: como agir?
 ■ O andamento do projeto: como avaliar, tirar conclusões e disseminar resultados?
 ■ Orçamento: quanto custa?
Os projetos de viabilidade econômico-financeira são destinados a auxiliar o empreen-
dedor na sua decisão de investimento, seja para a ampliação de uma empresa já existen-
te, seja para a compra de novos equipamentos, a implantação de uma nova empresa ou 
a instalação, a mudança de ramo de atividade, entre outros objetivos.
Com as fortes pressões competitivas que as empresas estão sofrendo, eleva-se a impor-
tância da elaboração deprojetos de viabilidade econômico-financeira, visto que muitas 
organizações acabam falindo antes mesmo de completar um ano de existência por falta 
de planejamento e preparo dos empresários.
Investir é realizar desembolsos, esperando benefícios futuros, assim, os empresários e 
administradores, ao tomarem uma decisão de investimento, esperam que os resultados 
da empresa sejam melhores do que seu custo de oportunidade (ou alternativa de inves-
timento), visando a aumentar o valor da empresa quando esta já existe, ou que o novo 
empreendimento seja lucrativo. Assim, quando entramos em um negócio sem analisar 
o mercado, é como entrar em um quarto escuro, não sabemos a direção, aonde iremos 
parar e os obstáculos que enfrentaremos.
Existem diversos fatores que devem ser considerados na elaboração de projetos para a 
busca de financiamentos e que podem impactar a decisão de investimento e a liberação 
do recurso, pois estão baseados na avaliação atraente das estimativas.
Cabe ressaltar, meu caro(a) leitor(a), que cada projeto deve ser elaborado obedecendo 
às normas e peculiaridades de cada setor da economia. Além das especificidades já ci-
tadas, as quais o setor agropecuário possui e que devem ser levadas em consideração 
no momento do seu planejamento, há também a questão das normas a serem seguidas 
para a aprovação do crédito junto às instituições financeiras.
No meu ponto de vista, essa disciplina é um excelente campo de atuação do gestor de 
agronegócio, pois é uma oportunidade que os gestores têm de trabalhar e desenvolver 
atividades empreendedoras. Espero que, durante o decorrer deste livro, você obtenha 
o conhecimento inicial que se deve ter para o começo das atividades de elaboração e 
análise de projetos de investimentos. Vale destacar que, como cada projeto tem carac-
terísticas próprias de acordo com a atividade e setor no qual está inserido, a elaboração 
é um processo contínuo de estudo, pesquisa e aprendizagem. Boa leitura!
APRESENTAÇÃO
SUMÁRIO
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UNIDADE I
EMPREENDEDORISMO E CARACTERÍSTICAS DO SETOR AGRÁRIO
15 Introdução
16 Empreendedorismo e Projetos 
19 Conceito, Finalidade e Tipos de Projetos 
23 Especificidades do Setor Agrário 
37 Considerações Finais 
UNIDADE II
FASES DA ELABORAÇÃO DE PROJETOS
48 Introdução
49 Etapas de um Projeto 
64 Instrumentos de Planejamento 
68 Mapa Modelo de Negócios (Business Model Canvas) 
75 Considerações finais 
SUMÁRIO
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UNIDADE III
ESTUDO DE MERCADO E ENGENHARIA DO PROJETO
87 Introdução
88 O Estudo e Análise de Mercado 
95 Projeção de Demanda e Receita do Projeto 
104 Engenharia do Projeto 
119 Considerações Finais 
UNIDADE IV
INVESTIMENTOS E CUSTOS DO PROJETO RURAL 
131 Introdução
132 Levantamento dos Custos e Despesas do Projeto 
150 Amortização e Financiamento 
158 Orçamento do Projeto: Plano Financeiro 
167 Considerações Finais 
SUMÁRIO
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UNIDADE V
ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DO PROJETO E CRÉDITO RURAL
179 Introdução
180 Instrumentos de Análise EconômicA - Financeira de Investimento 
196 Crédito Rural e Condições Gerais Para Concessão do Crédito 
205 Operações de Crédito Rural 
209 Sistema Nacional de Crédito Rural e Principais Linhas de Financiamento 
222 Considerações Finais 
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Professora Dra. Juliana Franco
EMPREENDEDORISMO 
E CARACTERÍSTICAS DO 
SETOR AGRÁRIO
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Abordar os conceitos e a finalidade sobre empreendedorismo e 
projeto.
 ■ Conhecer os conceitos de empresa rural e as suas características.
 ■ Apresentar as principais especificidades do setor agrário e os seus 
componentes mercadológicos.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Empreendedorismo e projetos
 ■ Conceito, finalidade e tipos de projetos
 ■ Especificidades do setor agrário
INTRODUÇÃO
Caro estudante, na primeira unidade, irei introduzir o conceito de empreendedo-
rismo. O empreendedorismo é importante, pois, por meio das inovações geradas 
por ele, possibilita a geração de renda e melhora a competitividade, possibili-
tando o crescimento econômico de forma organizada. Assim, o empreendedor 
é o indivíduo que detém uma forma especial e inovadora de se dedicar às ativi-
dades de organização, administração e execução, com capacidade de gerar um 
novo método de seu próprio conhecimento.
A atual conjuntura econômica do Brasil, com altas taxas de juros e carga 
tributária elevada, inserido num contexto de um mundo globalizado, levanta 
a importância da elaboração de projetos de viabilidade econômico-financeira. 
Visto que muitas empresas acabam falindo antes mesmo de completar um ano de 
existência por falta de planejamento e preparo dos empresários. Assim, os pro-
jetos são destinados a auxiliar o empreendedor na sua decisão de investimento, 
seja para ampliação de uma empresa já existente, seja para a compra de novos 
equipamentos, a implantação de uma nova empresa ou instalação, a mudança 
de ramo de atividade, entre outros.
A decisão de investimento é uma das mais importantes da empresa ou do 
futuro empreendedor, estando baseada na avaliação atraente das estimativas do 
projeto. Podemos dizer que o desenvolvimento de um projeto é uma atividade 
empreendedora, pois exige criatividade e previsões em um mercado dinâmico. 
Quando desenvolvemos um projeto, colocamos no papel todos os recursos 
materiais e humanos necessários para a realização de uma atividade produtiva e 
analisamos a sua viabilidade. Além disto, devemos saber qual o tipo de projeto 
que estamos desenvolvendo e conhecer as características do setor para o qual 
ele está sendo desenvolvido e, assim, reduzir os riscos na formulação das estra-
tégias de compras, vendas, armazenagem e distribuição do produto ou serviço. 
Assim, nesta unidade, você irá aprender sobre os conceitos de empreende-
dorismo e projetos, no entanto, será dada maior ênfase às características do Setor 
Agrário, visto que são tomadas como base para todos os estudos de modelos de 
previsão, tanto de receitas como de custos e, assim, da rentabilidade do negócio.
Introdução
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EMPREENDEDORISMO E CARACTERÍSTICAS DO SETOR AGRÁRIO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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EMPREENDEDORISMO E PROJETOS
Caro leitor, este item vai falar sobre empreendedorismo, que tem origem no termo 
empreender, que significa executar, ou seja, é o estudo voltado para o desen-
volvimento de competências e habilidades relacionadas à criação e à execução 
de um projeto, pode ser científico, técnico e empresarial. Além disso, o empre-
endedorismo nomeia os estudos relativos ao empreendedor, como suas origens, 
perfil, sistema de atividades e seu universo de atuação.
De acordo com McCraw (2007), o conceito de “empreendedorismo” foi 
popularizado a partir da teoria da destruição criativa, desenvolvida por Joseph 
Schumpeter, em 1945, definindo o empreendedor como alguém versátil, possui-
dor de habilidades técnicas para a produção, alguém que sabe captar recursos 
financeiros, organizar operações internas e realizar vendas para a empresa. 
Schumpeter introduz a habilidade de gerar inovação ao conceito de empre-
endedorismo, afirmando que o empreendedor é a pessoa que destrói a ordem 
econômica existente graças à introdução, no mercado, de novos produtos/servi-
ços, de novas formas de gestão ou pela exploração de novos recursos, materiais 
Empreendedorismo e Projetos
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e tecnologia, assumindo riscos em uma economia em constante transformação 
e crescimento (CHIAVENATO, 2007, p. 18).
Segundo Schumpeter (apud MEDEIROS, 2007), o empreendedor tem um 
papel essencial no processo de inovações, sendo que a figurado empreendedor 
ganhou importância na ciência econômica. Dessa forma, o seu método abrange 
atividades, funções e ações relacionadas com a criação de novos produtos, pro-
cessos e negócios, ou até mesmo, a introdução de novos conceitos e ideias.
Vale destacar que existem os intraempreendedores, que trabalham dentro 
dos limites de uma organização já estabelecida. As grandes empresas vêm bus-
cando incentivar os funcionários com o objetivo de acelerar as inovações dentro 
das organizações. 
De acordo com Leite (2000), os empreendedores se destacam em qualidades 
pessoais como iniciativa, visão, coragem, firmeza, decisão, atitude de respeito 
humano, capacidade de organização e direção. Assim, o empreendedor está dire-
tamente ligado à inovação, que é o processo que compreende o desenvolvimento 
de novos produtos ou processos produtivos.
Logo, o empreendedorismo, juntamente com a inovação que ele gera, são 
aspectos essenciais para o processo criativo, no sentido de promover o crescimento 
econômico, com o aumento da produtividade e a geração de empregos. Segundo 
Castro (2006), o conhecimento passou a ter um papel central no desenvolvimento 
econômico, tornando-se o fator principal no processo de inovação e no aumento da 
competitividade. Assim, a inovação está ligada diretamente com o conhecimento.
O conhecimento é uma concepção ampla que abrange todas as técnicas de 
informações que o empreendedor deve dominar, pois é fundamental, para o 
desenvolvimento de um projeto de investimento, o conhecimento do produto 
ou serviço, seu processo de produção, aspectos administrativos e organizacio-
nais da empresa e do projeto.
Projeto é um empenho transitório empreendido para criar um produto ou 
serviço, normalmente, são autorizados como resultado de uma ou mais importân-
cias estratégicas. Pode ser um avanço tecnológico, um requisito legal, a solicitação 
de um cliente ou uma demanda de mercado.
EMPREENDEDORISMO E CARACTERÍSTICAS DO SETOR AGRÁRIO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E18
A figura do empreendedor está diretamente ligada com a elaboração de 
projetos, pois é o indivíduo que detém uma forma especial e inovadora de se 
dedicar às atividades de organização, administração e execução, com capaci-
dade de gerar um novo método de seu próprio conhecimento. 
Dessa forma, a realização do projeto está diretamente ligada com a figura do 
empreendedor, pois cada um tem suas peculiaridades próprias de acordo com a 
atividade ou o setor em que a empresa está inserida. O empreendedor precisa se 
antecipar às necessidades do mercado e conhecer o ambiente em que a empresa 
atua. Para isso, vamos discutir, a seguir, como planejar estrategicamente um 
negócio por meio da elaboração de um projeto.
O que devo fazer para ser um empreendedor?
Conceito, Finalidade e Tipos de Projetos
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CONCEITO, FINALIDADE E TIPOS DE PROJETOS
Caro leitor, um Projeto de Viabilidade é uma ferramenta utilizada para minimi-
zar os riscos do investimento. Tem como finalidade planejar todos os aspectos 
do empreendimento antes dele ser instituído, a fim de prever as dificuldades que 
serão enfrentadas, bem como analisar a viabilidade ou não de sua implantação. 
O Projeto de Viabilidade tem como objetivo orientar o empreendedor 
sobre a sua própria ideia, visto que a falta de visão ordenada do que precisa ser 
feito, isto é, a falta de um planejamento, pode ser um fator que leve a investi-
mentos errados ou à estagnação da empresa. 
Este tipo de projeto tem como uma de suas principais funções servir como 
ferramenta de gestão para o planejamento e o desenvolvimento inicial de um 
empreendimento, servindo como instrumento de captação de recursos finan-
ceiros junto a potenciais investidores ou credores.
Quando uma empresa toma a decisão de investir, o gestor deve caracterizar os 
diferentes tipos de investimentos que a empresa pode realizar. Segundo Lapponi 
(1999), há vários tipos de investimentos e podem ser dividido em três grupos:
 ■ Investimentos em ativos fixos: infraestrutura, máquinas etc.
EMPREENDEDORISMO E CARACTERÍSTICAS DO SETOR AGRÁRIO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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 ■ Investimentos em ativos financeiros: ações, debêntures, renda fixa etc.
 ■ Investimentos em ativos intangíveis: marcas, patentes etc.
As decisões de investimento são influenciadas por um grande número de fatores 
que, analisados em conjunto, permitem ao empreendedor traçar as diretrizes de 
seu projeto. Segundo Simonsen e Flanzer (1987), esses fatores são:
 ■ Fatores de ordem jurídica: estar atento à legislação ambiental, trabalhista, 
comercial, sanitária, além de aspectos como a necessidade de assinarem 
contratos de fornecimento de matérias-primas, de pagamento de royal-
ties, de assistência técnica, benefícios fiscais do governo etc.
 ■ Fatores de ordem administrativa: novos investimentos podem levar a 
uma reorganização na estrutura administrativa da empresa, como a cria-
ção de novos turnos de trabalho, a introdução de um novo departamento, 
treinamento de pessoal etc.
 ■ Fatores de mercado: é necessário ter a informação sobre a distribuição 
regional do mercado, as projeções de demanda, o estudo sobre produ-
tos similares, os preços praticados pela concorrência, de exportação etc.
 ■ Fatores de ordem técnica: trata-se de se escolher a tecnologia adequada 
ao projeto, verificar a disponibilidade da tecnologia, fatores logísticos 
da empresa (vias de acesso, proximidade de outras indústrias e centros 
consumidores, escoamento da produção, obtenção de matérias-primas), 
projeção de layout etc.
 ■ Fatores de ordem econômica-financeira: levantamentos dos investi-
mentos em ativos fixos e capital de giro, fontes de captação de recursos, 
cronograma de aplicação de recursos, estimativa dos custos de produção 
dada a escala de produção e das receitas.
De acordo com Lapponi (1999), no que diz respeito à classificação orientada para 
criação de valor, os projetos de investimento podem ser divididos em dois grupos: 
Conceito, Finalidade e Tipos de Projetos
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1. Projetos para criação de valor: incluem os projetos de expansão de 
produtos existentes; de lançamentos de novos produtos; de inovação de 
produtos existentes; de pesquisa e desenvolvimento; de redução de custos.
2. Projetos para manter o valor: são os projetos de substituição de equi-
pamentos ou instalações e projetos de informatização.
Com relação ao agronegócio, os projetos de viabilidade de investimentos podem 
ser direcionados para a implantação de uma nova atividade ou produção em uma 
determinada propriedade rural, como para mensurar a viabilidade econômica da 
mudança em uma atividade já existente, denominado de projetos incrementais.
Além disto, os projetos podem ser classificados em públicos ou privados, 
sociais ou econômicos e horizontais ou verticais (HOFFMAN et al., 1987):
 ■ Projetos públicos: o agente executor é um órgão ou instituição pública.
 ■ Projetos privados: o agente executor é uma pessoa jurídica ou física de 
direito privado.
 ■ Projetos sociais: envolvem decisões extraeconômicas provenientes de 
políticas socioeconômicas de um país.
 ■ Projetos econômicos: quando o objetivo principal do projeto é a maxi-
mização do lucro ou da riqueza.
 ■ Projetos verticais: o objetivo do projeto é a produção de um determi-
nado bem de consumo.
 ■ Projetos horizontais: o objetivo é criar infraestrutura.
Os projetos são realizados de acordo com um período de tempo, são realizadas 
estimativas de custo de produção, demanda dos produtos, preços dos fatores 
de produção e dos produtos, reações dos consumidores, desenvolvimentoda 
oferta, possíveis inovações técnicas, variações nos gostos dos consumidores etc. 
Por trabalhar com prospecção futura de variáveis, os projetos possuem um 
risco, que é a probabilidade ou não de as previsões estarem corretas e o sucesso 
ou o fracasso de um projeto pode depender da exatidão dessas previsões.
EMPREENDEDORISMO E CARACTERÍSTICAS DO SETOR AGRÁRIO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E22
Devido ao risco, os projetos de investimentos envolvem várias etapas, as 
quais devem ser bem elaboradas e pesquisadas, a fim de dar consistência aos 
métodos de avaliação que serão utilizados. 
Existem diversos modelos de projetos de viabilidade, variando de acordo com 
os autores e/ou especialistas que os elaboram, com a finalidade e com o tipo de 
empresa e investimento, visto que cada negócio possui características próprias, 
dificultando uma padronização. 
Diante de uma variedade de projetos que podem ser implementados em 
uma empresa ou entidade, é necessário fazer uma seleção das prioridades de 
acordo com os objetivos.
Projetos sociais, que derivam de programas global, nacional ou local, a seleção 
terá como prioridade a elevação do bem - estar social. Assim, dada uma restrição 
dos recursos para a implementação dos projetos, os selecionados são aqueles que 
terão maior impacto social, ou seja, terão abrangência maior sobre a sociedade. 
Os projetos setoriais possuem como objetivo a resolução de problemas apre-
sentados por determinado setor da economia. Neste caso, a prioridade na seleção 
tem que considerar os projetos que melhor resolvem os problemas do setor.
Já os projetos privados terão um critério de seleção puramente econômico, 
visto que o objetivo é a maximização do lucro do projeto ou o retorno do inves-
timento. É neste tipo de projeto, no qual o conteúdo deste livro se concentra, 
e as metodologias de avaliação de projetos que serão estudados na Unidade IV.
Entre no site http://www.empreendedorrural.com.br/, para conhecer como 
funciona o concurso “Melhor Projeto Empreendedor Rural”. No regulamen-
to do concurso tem o anexo 01, que fala dos critérios para julgamento dos 
projetos.
Especificidades do Setor Agrário 
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Cada projeto deve ser elaborado obedecendo às características de cada setor da 
economia. O setor agropecuário possui especificidades que devem ser levadas 
em consideração no momento de seu planejamento. Assim, o empreendedor 
rural deve pesquisar, em primeiro lugar, os fatores de produção tradicionais ou 
modernos que determinam a sua produção rural.
Os fatores de produção que possuem baixo grau tecnológico são aqueles 
considerados Fatores de Produção Tradicionais, como: terra, clima, sementes 
e mudas, ferramentas e equipamentos rudimentares, animais de tração, técni-
cas tradicionais de manejo e de irrigação, adubação verde, materiais orgânicos 
usados como fertilizantes, como cinzas, esterco, restos de lã, resíduos de aves e 
peixes, calcário, misturas de areia e de calcário. 
Por outro lado, os fatores de produção que possuem alto grau de inovação 
tecnológica são considerados Fatores de Produção Modernos, como: fertilizan-
tes químicos, defensivos agrícolas ou agrotóxicos, sementes e mudas melhoradas 
por meio da biotecnologia, melhoramento genético de animais, irrigação mecâ-
nica, máquinas e equipamentos agrícolas, como tratores, colheitadeiras, aviões 
agrícolas, entre outros. Estes fatores geram significativos ganhos de produtivi-
dade da terra e do trabalho, tornando o setor mais competitivo a nível mundial.
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Também podemos classificar os fatores de produção do setor agrário como:
1. Recursos Naturais: terra, água.
2. Trabalho: mão de obra permanente, temporária, técnica e administrativa.
3. Bens de Capital: capital físico ou permanente e capital circulante.
Quando falamos de Recursos Naturais, temos que a terra é o principal fator de 
produção do setor agrário, pois é nela que são combinados capital, insumos e tra-
balho para obter a produção. Antes de qualquer atividade agrícola, o solo deve 
ser preparado de acordo com os padrões biológicos e técnicos para produzir 
colheitas abundantes, lucrativas, com alta produtividade. Desse modo, o empre-
sário rural deve se preocupar com o desgaste do solo em cada ano safra, pois a 
perda de nutrientes, a erosão, entre outros fatores, e que são consequências do 
desgaste, impactam a capacidade produtiva da terra. Assim, uma das primeiras 
atividades do produtor é fazer o estudo do solo para saber quais medidas corre-
tivas são necessárias, antes de começar o plantio. 
O conjunto de bens colocados sobre a terra e que aumenta a produtividade 
do trabalho é denominado de capital físico. São eles: 
1. Máquinas e implementos agrícolas.
2. Benfeitorias (galpões, casas, instalações etc.).
3. Animais de produção (bovinos de cria e de leite, suínos, aves, cavalos).
4. Insumos agropecuários (adubos, mudas, sementes, corretivos, fertilizan-
tes, defensivos agrícolas e pecuários, ração animal etc.).
Os capitais físicos podem ser classificados de permanente e circulante. 
Classificamos como capital circulante aqueles que são totalmente consumi-
dos no processo produtivo, como sementes, mudas, adubos etc. Por outro lado, 
o capital permanente é aquele que permanece em uso na empresa por vários 
ciclos produtivos e é passível de depreciação (desgaste pelo uso), como as ben-
feitorias, as máquinas e os implementos agrícolas. 
Os capitais permanentes possuem um valor de investimento elevado e, por 
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isto, devem contribuir para a produção pelo maior tempo possível, por exemplo, 
um trator deve trabalhar, no mínimo, 10.000 horas, ou seja, cerca de 10 anos; uma 
construção de alvenaria deve durar mais de 50 anos. Muitos destes capitais perma-
necem ociosos em determinadas época do ano, justificando o seu aluguel ao invés 
da compra. Por isto, é importante o empresário rural calcular a viabilidade técnica 
da compra destes bens, este ponto será estudados mais adiante, na Unidade IV.
É importante ressaltar a diferença entre ano agrícola e ano fiscal. O ano fis-
cal é o período de 1° de janeiro a 31 de dezembro, já o ano agrícola corresponde 
ao período de 12 meses, o que engloba o início do cultivo até a colheita das prin-
cipais culturas da região. Assim, uma Empresa Rural deve considerar o seu ano 
agrícola para a realização do orçamento e dos cálculos financeiros a fim de veri-
ficar a sua rentabilidade.
Outra forma de classificação dos fatores de produção é a realizada por 
Hoffman et al. (1987), em que podem ser considerados fatores de produção 
externos e internos à empresa rural. Os fatores de produção externos são 
aqueles em que o produtor rural não possui controle direto, como as condições 
climáticas, as políticas agrícolas adotadas pelo governo, o comportamento do 
mercado, a logística, entre outros. Já os fatores de produção internos são aqueles 
em que o empresário rural consegue controlar, como tamanho do empreendi-
mento, volume da produção, eficiência da mão de obra e máquinas, rotação de 
culturas e combinação de linhas de exploração etc.
Assim, caro estudante, o produtor rural, após definidos os fatores de produção 
que serão utilizados no processo produtivo, deve conhecer as demais característi-
cas do setor rural que, segundo Accarini (1987), podem ser listadas como se segue: 
• Dispersão do espaço rural: o espaço rural é constituído pelas áreas de 
terras efetivamente cultivadas com lavourastemporárias, permanentes, 
pastagem para produção animal e com a exploração de plantas extrativas 
vegetais. A dispersão do espaço rural, meu caro leitor, gera algumas difi-
culdades para os produtores rurais, como: maiores custos de transporte, 
dificuldade no acesso ao crédito, na compra de fatores de produção e na 
venda dos produtos. Além disto, quanto mais dispersa e distante a região 
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produtora dos centros consumidores, menores tenderão a ser os ganhos 
efetivamente recebidos pelos produtores, decorrentes dos maiores custos 
de transporte e armazenagem, sem poderem ser repassados via preços, 
visto que são determinados pelo mercado, independentemente do local 
onde foram produzidos. 
• Descontinuidade do fluxo de produção: as atividades rurais se concen-
tram em épocas específicas no ano, não possuindo um ciclo de produção 
contínuo. Isto ocasiona uma demanda concentrada por fatores de produção 
nas épocas do plantio, que leva a aumentos do preço e, consequentemente, 
dos custos. Em outras épocas, há a ociosidade de fatores de produção 
como terras, armazéns, tratores, colheitadeiras e outros itens de capital 
que possuem um alto valor de investimentos. Assim, o produtor rural 
deve decidir se deve investir na compra destes bens de capital ou se os 
aluga. Com relação à contratação da mão - de - obra, pode ser dispensada 
em período de menor produção, dependendo do contrato de trabalho 
firmado entre o trabalhador e o empregador. Por outro lado, nas épocas 
de safra, o preço das mercadorias tende a cair e os armazéns, os meios 
de transportes e os portos ficam congestionados, aumentando o valor do 
aluguel, dos fretes e outros custos. 
• Duração do ciclo produtivo: diferentemente do que acontece em outros 
setores da economia, no setor agrícola, a duração do ciclo produtivo é 
bastante rígida, ou seja, não há o ajustamento rápido da oferta às altera-
ções de mercado. Dependendo da atividade, este ajustamento pode ser 
superior a um ano. Quanto mais longa a espera produtiva, maior o custo 
dos recursos empregados na produção. Por exemplo, o ciclo produtivo da 
soja é, em média, de 140 dias do plantio até a colheita, e o do boi gordo 
varia de 2 a 4 anos, dependendo do cruzamento de raças e alimentação.
• Perecibilidade dos produtos: os produtos agroalimentares são mais 
perecíveis, exigindo do produtor rural um planejamento adequado da 
produção, desde a colheita até o transporte da mercadoria. Estas ativida-
des devem ser realizadas com técnicas apropriadas, no momento certo 
e com rapidez para evitar a perda da qualidade do produto e reduzir os 
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custos de armazenamento e conservação. Os produtos alimentícios com 
maior grau de perecibilidade, como frutas e hortaliças, devem ter a sua 
produção concentrada ao redor dos centros urbanos para evitar perdas 
e, no caso das frutas, perto das agroindústrias.
• Especificidades biotecnológicas: os tipos de solo e clima determinam o 
tipo de atividade agrícola que é desenvolvida em cada região. No entanto, 
o progresso da biotecnologia tende a ampliar a possibilidade de cultivo de 
determinada variedade de planta em regiões que não eram consideradas 
as mais apropriadas. Para isto, é importante os investimentos em pesquisa 
para o desenvolvimento de mudas e sementes, que se adaptam em dife-
rentes regiões, podendo, assim, ampliar a fronteira agrícola. 
• Risco bioclimático: estes riscos estão relacionados com os impactos das 
condições climáticas sobre as plantações e criações de animais, como os 
efeitos das estiagens prolongadas, de chuvas excessivas, de altas tempera-
turas, geadas, ventos fortes ou ataques inesperados de pragas. Os fatores 
climáticos podem causar os seguintes danos ao setor rural: 
a. Reduz o retorno econômico das atividades rurais, pois tendem a elevar 
os custos de produção e contribuem para deprimir preços de venda, tor-
nando mais lenta a recuperação dos investimentos realizados. 
b. Elevação do risco de mercado decorrente das reduções bruscas de preços 
na época da colheita e dos riscos associados às possibilidades de quebra 
da produção decorrente dos fatores bioclimáticos.
Caro estudante, outra importante característica do setor agrícola é a sua forma 
de comercialização, sendo esta definida como um processo social que envolve 
um conjunto de atividades que buscam transferir a propriedade de bens e ser-
viços de um agente econômico, denominado de produtor, para outro, chamado 
de consumidor, por intermédio de instituições apropriadas.
O mercado é a instituição onde é realizado grande parte das comercia-
lizações do setor rural. Barros (2006) define o mercado como o “local” onde 
ocorre a transferência da posse de mercadorias entre vendedores e comprado-
res. Este mercado pode ser à vista ou a termo. O mercado à vista ocorre quando 
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a transferência de posse da mercadoria ocorre de forma simultânea à mudança 
de propriedade, e o mercado a termo ocorre quando esta transferência de posse 
se dá somente após certo período de tempo. Neste mercado, são negociados con-
tratos de compra e venda de commodities, onde são definidos a quantidade, o 
preço e a qualidade, sendo um compromisso de entrega futura da mercadoria. 
A evolução dos contratos a termo deu origem aos contratos de mercado futuro, 
negociados na Bolsa de Valores que, no Brasil, é realizada na BM&FBovespa. No 
entanto, tratar deste assunto foge do escopo deste material. 
A seguir, apresentarei alguns pontos que caracterizam a comercialização 
agrícola:
OS TIPOS DE MERCADOS AGROALIMENTARES 
Com relação aos tipos de mercados agroalimentares, Hoffman et al. (1987) os 
classificam em três níveis: o Mercado Primário, o Terminal e o Secundário. A 
figura a seguir apresenta o fluxo de bens e serviços no sistema de comercializa-
ção do agronegócio:
Figura 1 - Fluxo de bens e serviços no sistema de comercialização
Fonte: adaptada de Hoffman et al. (1987).
Mercado primário: é o mercado do interior, também conhecido como mercado 
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local. Nele, os agricultores oferecem seus produtos, in natura, aos intermediários, 
que são representados pelas cooperativas, transportadoras ou outros agentes, que 
adquirem as mercadorias e as reúnem nos centros consumidores. Este mercado 
se caracteriza pela concentração dos produtos.
Mercado terminal: é neste mercado onde ocorrem as transações entre inter-
mediários – atacadistas e varejistas, sendo representado pelo mercado atacadista 
central, onde se tem maior concentração do fluxo de transações dos produtos, 
isto é, vendas em grande quantidade para empresas Assim, é neste mercado em 
que se termina a concentração e se inicia a distribuição dos produtos. 
Neste mercado, os compradores adquirem as mercadorias para revender no 
mercado varejista; para produzir outros bens; ou usar para fins institucionais, 
como em restaurantes.
O mercado atacadista, geralmente, está localizado nos grandes centros e 
nele atuam agentes do mercado nacional e internacional. No Brasil, o estado de 
São Paulo concentra boa parte do mercado atacadista de produtos agrícolas, em 
especial na capital.
Mercado secundário: representa o último elo da cadeia de comercializa-
ção. Tem como característica a distribuição dos produtos até o consumidor final, 
sendo representado pelo mercado varejista, que pode assumir as seguintes formas: 
 ■ Mercado especulador:compra em grandes quantidades para a venda em 
lotes menores, sem mudança na forma do produto, tem-se, como exem-
plo, os supermercados.
 ■ Mercado de fábricas: distribuição de produtos agrícolas industrializa-
dos, por exemplo, as distribuidoras de alimentos.
 ■ Mercado varejista: o comprador é o próprio consumidor final. É o varejista 
que conhece de perto as necessidades do consumidor por estar direta-
mente em contato com ele. Em vista disto, é ele que percebe as mudanças 
na demanda por determinado produto e transmite este conhecimento aos 
demais participantes da cadeia de comercialização, até chegar ao produ-
tor, que irá ajustar a sua produção.
Ao conhecer todas estas características do mercado agrícola, você deve definir, 
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no projeto, qual é o mercado que irá vender os seus produtos e qual é o mercado 
o qual você pertence. Desta forma, você irá conseguir determinar, com menor 
margem de erro, o seu preço de venda e a quantidade que deve produzir e vender.
OS TIPOS DE PRODUTOS AGROALIMENTARES 
Outra característica que o empreendedor rural deve conhecer é como os produ-
tos agroalimentares estão classificados em termos de método de conservação. 
Desta forma, podemos classificá-los em: 
 ■ Primeira geração: o estado é bruto (in natura) e o prazo de validade curto.
 ■ Segunda geração: são os produtos enlatados, cujo seu estado é apertizado 
(método de conservação de alimentos pelo calor). Os produtos alimentícios 
são acondicionados em latas, onde são lacrados por meio de recravadei-
ras e encaminhados às autoclaves para a aplicação do tratamento térmico 
superior a 100 ºC. O prazo de validade é de mais de um ano. 
 ■ Terceira geração: o estado do alimento é supergelado, utilizando um 
método de conservação pelo uso do frio, como refrigeração, congelação 
e supergelação. O prazo de validade, normalmente, é superior a um mês.
 ■ Quarta geração: o estado é cru, pronto para uso, e o prazo de validade 
é de quatro a seis dias.
 ■ Quinta geração: o estado é cozido, pronto para servir, e o prazo de vali-
dade é de 42 dias. 
O melhor método de conservação deve ser aquele que garante a qualidade e que 
menos altera as condições naturais dos produtos. Diante disso, caro(a) aluno(a), 
saber a classificação dos produtos é importante para que você possa determinar 
o tempo de estocagem e o levantamento dos custos de conservação que deve-
rão fazer parte do projeto. 
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PREÇOS 
Os preços dos produtos agrícolas sofrem variações que podem ser diárias, sema-
nais, mensais ou seculares, pois, como são determinados no mercado, sofrem 
influências de todos os fatores que impactam a demanda e a oferta, como renda, 
hábito e costumes do consumidor, volume de produção, entre outros fatores. 
O preço é definido, por Batalha e Silva (1995), como a quantidade de dinheiro 
que um vendedor exige para transferir um produto ou serviço ao consumidor. 
Além da demanda de mercado e do volume de produção (oferta regional, 
nacional e mundial do produto), a variável preço para produtos agroalimentares 
sofre influências dos custos de produção da empresa, bem como das alterações 
climáticas e das questões de safra e da legislação governamental vigente, como 
políticas de preços mínimos, subsídios etc. 
A escassez de um determinado produto em uma região, em decorrência de 
uma geada ou seca, pode valorizar o produto de outra região. Outro fator que 
também leva a alterações no preço e que deve ser levado em consideração é a 
perecibilidade, que influi nos custos de armazenamento, transporte e distribui-
ção, tendo impacto no preço do produto final. 
Determinação do Preço de Venda: deve-se levar em consideração os preços 
praticados pelos concorrentes, o preço que os consumidores estariam dispostos 
a pagar, o custo de produção e o mark-up. No entanto, no caso dos produtores 
dos bens agropecuários, esses são passivos à formação de preços, sujeitando-se 
ao que se estabelece no mercado, principalmente no mercado atacadista.
O comportamento dos preços dos produtos agrícolas estão sujeitos a varia-
ções temporais e podem ser classificados, segundo Hoffmann et al. (1987), como: 
 ■ Variações de Curto Prazo: são variações de preços que se repetem em 
período menor que um mês, decorrente de hábitos e costumes de ven-
dedores e consumidores no mercado. Isto ocorre, por exemplo, porque a 
demanda se concentra mais em determinados períodos do mês. 
 ■ Variações Estacionais: são variações de preços decorrentes dos períodos 
de safra, em que o preço é relativamente mais baixo, e de entressafra, onde 
o preço é relativamente mais alto. Na média, espera-se que o aumento 
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do preço na entressafra seja igual ao custo adicional de produzir o bem 
fora da época base, ou igual ao custo de armazenamento do produto. O 
conhecimento da variação estacional do preço é de extrema importância 
para a orientação dos produtores agrícolas e dos comerciantes, em seu 
planejamento financeiro. 
 ■ Outras Variações Cíclicas: outro tipo de variação de preços agrícola é o 
decorrente da defasagem entre o estímulo de preço e a produção agrícola, 
por exemplo: se em um ano, a produção de um produto não é suficiente para 
atender ao potencial de demanda, o preço será alto. No ano seguinte, os pro-
dutores são estimulados a aumentar a produção deste produto, e os preços 
caem, desestimulando a produção para o próximo ano, e o ciclo se repete. 
 ■ Variações Seculares: são as variações de preços decorrentes de inova-
ções tecnológicas, aumentos de produtividade e custos de produção. Os 
dois primeiros fatores causam uma tendência decrescente nos preços, já 
o último termo causa uma tendência crescente. 
ARMAZENAMENTO 
É necessário conhecer as características de armazenamento do seu produto, 
visto que esse envolve um custo que deve ser considerado no projeto. No caso 
de produtos agrícolas, que possuem um ciclo de vida específico, as perspectivas 
de armazenamento surgem da possibilidade de se estocar o produto, sem dete-
rioração, para vendê-los na época de maior escassez a preços mais altos.
Segundo Hoffmann et al. (1987), os principais tipos de unidades armaze-
nadoras são:
 ■ Unidades a nível do produtor: são as que se localizam na empresa agrícola 
e prestam serviço a um único usuário que, normalmente, é o proprietário. 
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 ■ Unidades coletoras e subterminais: as unidades coletoras são localizadas 
em regiões estratégicas, próximas a vários produtores para atender a vários 
usuários, como as unidades armazenadoras das cooperativas agrícolas. Já as 
unidades denominadas de subterminais são unidades de armazenamento 
utilizadas para baldeação de mercadorias de um meio de transporte para 
outro (rodoviário para o ferroviário). Normalmente, são custeadas pelo 
governo, pelas instituições de economia mista ou empresas de logística. 
 ■ Unidades em zona de consumo ou terminais portuários: são localiza-
das nos centros de consumo ou em regiões portuárias, que são centros 
de exportação. 
DISTRIBUIÇÃO E TRANSPORTE 
Como o próprio nome já diz, distribuição nada mais é do que o grupo de indiví-
duos que se encarregam de levar o produto ou o serviço ao local onde o cliente 
se encontra, no momento propício. 
Você deve determinar como será o escoamento físico da produção: como 
será feita a distribuição dos produtos (tipos de viaturas), devem ser medidas asdistâncias que unem o empreendimento aos centros consumidores e avaliados 
os custos de transportes, visto que o levantamento dos custos de transporte deve 
ser inserido nas planilhas financeiras do projeto. 
Desta forma, se torna importante o empreendedor rural definir os canais 
de comercialização existentes para o produto, que será desenvolvido. Segundo 
Hoffmann et al. (1987), os principais canais de comercialização são:
I. Venda direta de Produtor para Consumidor:
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II. Venda do Produtor para o Intermediário e este, para o Consumidor Final:
III. Venda do Produtor para o Atacadista, que vende para o Varejista e este, 
para o Consumidor Final:
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IV. Venda do Produtor para o Intermediário, deste para o Atacadista, que 
vende para o Varejista e este, para o Consumidor Final:
Segundo Hoffman et al. (1987), quanto maior o número de pessoas envolvidas 
no processo necessário de comercialização e de operações, maior será a comple-
xidade do canal de comercialização e o custo logístico da operação. No entanto, 
para o produtor, o custo logístico se reduz com a intensificação da especializa-
ção de atividades, como visto nos fluxogramas anteriores.
PADRONIZAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO 
Os produtos provenientes do setor rural apresentam atributos qualitativos (colo-
ração natural, forma, grau de maturação etc.) e quantitativos (peso e tamanho) 
específicos. A padronização é o estabelecimento de padrões para estes atribu-
tos, que é estabelecido por órgãos nacionais ou internacionais. Já a classificação 
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é a comparação do produto com os padrões preestabelecidos para o enquadra-
mento futuro do produto em grupos, classes ou tipos.
Você deve verificar qual é a padronização e a classificação exigidas para o seu 
produto junto às instituições classificadoras, como bolsas de mercadorias, coope-
rativas, firmas exportadoras, empresas especializadas em classificações e órgãos 
públicos. Se o produto é destinado ao mercado externo, deve-se verificar os 
padrões internacionais para a comercialização do produto. 
Se cada negócio possui características próprias, que fatores podem impac-
tar as decisões de investimentos, qual a essência do projeto para que ele 
seja viável? 
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CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Caro(a) aluno(a), a realização de um projeto é uma atividade empreendedora, 
pois exige criatividade e previsões, em um mercado dinâmico, que muda constan-
temente. É colocar no papel todos os recursos materiais e humanos necessários 
para a realização de uma atividade produtiva e analisar a sua viabilidade, base-
ada nos custos do investimento inicial e de seus possíveis retornos, os quais são 
identificados em uma pesquisa minuciosa sobre o comportamento presente e 
futuro do mercado relativo ao do bem que será produzido.
Assim, nesta unidade, você aprendeu o conceito de empreendedorismo e a 
importância de desenvolver um projeto antes de realizar um investimento. Você 
aprendeu que existem vários tipos de projetos: que criam valor, como o do lança-
mento de um novo produto; projetos cujo objetivo é manter o valor, como o de 
substituição de equipamentos; projetos voltados para criar infraestrutura, como 
os projetos horizontais; e voltados para a produção, como os projetos verticais. 
Entretanto, além de conhecer os diferentes tipos de projetos, você viu que 
é de extrema importância o empreendedor conhecer de forma aprofundada as 
características do setor no qual irá atuar. Principalmente no que diz respeito ao 
setor agrário, que possui especificidades que o tornam mais vulnerável do que 
outros setores da economia, como a rigidez do ciclo produtivo, que faz com que 
não haja o ajustamento rápido da oferta às alterações de mercado, sendo uma 
das causas da volatilidade dos preços dos produtos agrícolas. Outra caracterís-
tica que torna o setor vulnerável são os riscos bioclimáticos relacionados com 
os impactos das condições climáticas sobre as plantações e criações de animais, 
levando a impactos negativos na produção. 
Assim, esta unidade introduziu a você as problemáticas do setor agrário, o 
que eleva a importância desta disciplina no curso do agronegócio.
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1. O desenvolvimento de projetos de investimento tem como objetivo reduzir 
os riscos do negócio, auxiliando o empresário na tomada de decisões estraté-
gicas, para que não venha a ter prejuízo. Os projetos podem ser classificados 
segundo seu objetivo, podendo ser sociais, públicos, privados, horizontais e 
verticais. Sobre os tipos de projetos, leia as afirmações e assinale a alternativa 
correta. 
a) Os projetos ditos públicos são projetos que envolvem decisões extraeconô-
micas provenientes de políticas socioeconômicas de um país, envolvendo o 
setor privado em sua tomada de decisão.
b) Os projetos sociais é quando o agente executor é um órgão ou instituição 
pública, sem o envolvimento do setor privado.
c) Projetos horizontais são aqueles cujo objetivo principal do projeto é a maxi-
mização do lucro ou da riqueza.
d) Projetos para criação de valor: são os projetos de substituição de equipa-
mentos ou de instalações e projetos de informatização.
e) Projetos verticais são aqueles cujo objetivo do projeto é a produção de um 
determinado bem de consumo.
2. O setor agropecuário possui características que o diferenciam dos outros seto-
res da economia, por exemplo, a sua forte dependência a fatores climáticos e 
biológicos. Estas especificidades devem ser levadas em consideração no mo-
mento de seu planejamento. Sobre as características do setor agropecuário, 
leia as afirmações e assinale a alternativa correta.
a) O espaço rural é definido como a área de terras do meio rural, sendo cultiva-
da ou não, e inclui a área de florestas naturais e plantadas.
b) Os preços dos produtos agrícolas se mantêm praticamente constantes ao 
longo do ano, visto que não há muita alteração na oferta de alimento e nem 
no seu consumo.
c) As atividades rurais não possuem um ciclo de produção contínuo e se con-
centram em épocas específicas do ano. Assim, a duração do ciclo produtivo 
é bastante rígida, dificultando o rápido ajustamento da oferta às alterações 
de mercado.
d) Os produtos da área de alimentos têm vários níveis de perecibilidade, no 
entanto, quanto mais perecíveis, menor é o custo de armazenamento. 
e) Os fatores climáticos podem causar uma redução do retorno econômico das 
atividades rurais, mas não interferem no risco do mercado.
39 
3. A instabilidade de preços é uma das principais características do setor agrícola 
e também uma de suas principais dificuldades. Os produtos agrícolas estão 
sujeitos a variações temporais, que devem ser consideradas nas projeções de 
receitas. Sobre os tipos destas variações, leia as afirmativas e assinale a alterna-
tiva correta:
a) As variações de curto prazo são variações de preços decorrentes dos perío-
dos de safra, em que o preço é relativamente mais baixo, e de entressafra, 
em que o preço é relativamente mais alto.
b) Variações estacionais são as variações de preços decorrentes de inovações 
tecnológicas, de aumentos de produtividade e de custos de produção.
c) Um tipo de variação cíclica de preço é o decorrente da defasagem entre 
o estímulo de preço e a produção agrícola, por exemplo: se em um ano, 
a produção de um produto não é suficiente para atender ao potencial de 
demanda, o preço será alto.
d) Variações secularesde preços são variações de preços que se repetem em 
período menor que um mês, decorrente de hábitos e costumes de vendedo-
res e consumidores no mercado.
e) As variações de preços decorrentes de inovações tecnológicas, de aumentos 
de produtividade e de custos de produção são denominadas variações de 
curto prazo.
4. O Brasil, por ser um país de dimensões continentais, com clima e solo diversi-
ficados, apresenta a atividade rural geograficamente dispersa. Com as inova-
ções tecnológicas do setor, possibilitando a abertura de novas fronteiras agrí-
colas, esta dispersão se intensificou, principalmente após a década de 80, com 
as políticas de Modernização da Agricultura. A dispersão da produção agrícola 
faz com que os produtores rurais enfrentem diversos problemas. Leia atenta-
mente as afirmações a seguir e assinale a alternativa correta:
I. Dificuldade na compra dos fatores de produção.
II. Altos custos de transporte.
III. Dificuldade de acesso ao crédito.
IV. Dificuldade de venda da produção.
Assinale a alternativa correta:
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a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
5. O mercado é definido como o “local” onde ocorre a transferência da posse de 
mercadorias entre vendedores e compradores. Para qualquer tipo de merca-
doria, pode-se falar em diferentes níveis de mercado no qual o produto passa 
até chegar ao consumidor final. No caso de produtos do setor agropecuário, 
tem-se o Mercado Primário, o Terminal e o Secundário. Sobre estes três níveis 
de mercado, julgue as afirmativas em Verdadeiras (V) e Falsas (F) e assinale a 
sequência correta:
( ) O mercado primário é constituído pelo mercado do interior, onde os produ-
tores oferecem seus produtos in natura aos intermediários.
( ) O mercado atacadista central é denominado mercado terminal: é constituí-
do pelo mercado atacadista central, onde se tem uma maior concentração do 
fluxo de transações dos produtos, isto é, vendas em grande quantidade para 
empresas.
( ) O local onde ocorrem as transações entre intermediários, atacadistas e vare-
jistas é chamado de mercado primário.
( ) O mercado de varejo é denominado de secundário.
( ) O mercado que representa o último elo da cadeia de comercialização é o 
varejista.
 A sequência correta é:
a) V, F, V, V, F.
b) F, V, V, F, V.
c) F, F, F, V, F.
d) V, V, F, V, V.
e) V, V, V, V, V.
41 
ANÁLISE DO AMBIENTE EMPRESARIAL
O cenário ambiental influencia poderosamente os negócios, afetando-os com maior ou 
menor impacto, pois é constituído de todos os fatores econômicos, sociais, tecnológi-
cos, legais, políticos, culturais e demográficos que compõem um campo dinâmico, pro-
vocando instabilidade e mudanças, por decorrência da complexidade e da incerteza a 
respeito das situações e circunstâncias que são criadas.
Dessa forma, como o ambiente é mutável, qualquer alteração na organização pode alte-
rar ou mudar os fatos ambientais, como também qualquer alteração nesses fatores am-
bientais pode mudar ou alterar a empresa ou organização. Assim, o diagnóstico externo 
satisfaz o estudo dos diversos fatores e forças do ambiente externo, focando, principal-
mente, em identificar as oportunidades e/ou ameaças e localizar potenciais oportunida-
des e ameaças futuras.
De acordo com Chiavenato (2007), o diagnóstico se divide em analisar o ambiente contex-
tual, relacional. O contextual, também chamado de macroambiente, é a situação na qual a 
empresa está inserida, que pode ser definidapor meio de indicadores como:
1. Ambiente demográfico: nível de escolaridade; dimensão, densidade e distribui-
ção geográfica populacional; taxa de mobilidade da população e processo migra-
tório; taxa de casamentos, natalidade e de mortalidade; taxa de crescimento e 
envelhecimento da população; estrutura etária, familiar e residencial; composição 
étnica e religiosa.
2. Ambiente econômico: renda da população; aumento da renda; distribuição de 
renda; nível de emprego; padrão de consumo e poupança; globalização; taxa de 
câmbio, juros e inflação; mercado de capitais; distribuição de renda; Produto Inter-
no Bruto; reservas cambiais e balança de pagamentos.
3. Ambiente político e legal: política monetária, fiscal, tributária e previdenciária; 
legislação tributária, trabalhista, comercial e criminalista; política de relações in-
ternacionais; legislação sobre proteção ambiental; políticas de regulamentação, 
desregulamentação e privatização; estrutura de poder; legislação federal, estadu-
al e municipal.
4. Ambiente sócio cultural: crenças e aspirações pessoais; hábitos das pessoas em 
relação a atitudes e suposições; relacionamentos interpessoais e estrutura social; 
mobilidade entre classes; origem urbana ou rural e os determinantes de status; 
atitudes com preocupações individuais versus coletivas; grau variado de fragmen-
tação dos subgrupos culturais; composição da força de trabalho; situação socioe-
conômica de cada segmento da população.
5. Ambiente tecnológico: processo de destruição criativa; passo tecnológico; 
atenção em novos campos da ciência; nível e programas em pesquisa e desenvol-
vimento (P&D); identificação dos padrões aceitos; manifestações em relação aos 
avanços tecnológicos; velocidade das mudanças tecnológicas atualizadas no país; 
aquisição, desenvolvimento e transferência de tecnologia; proteção de marcas e 
patentes; incentivos governamentais ao desenvolvimento tecnológico.
42 
6. Ambiente dos recursos naturais; custo da energia; escassez de matérias-primas; 
aquecimento global; novas ameaças e doenças, catástrofes naturais; poluição am-
biental; sustentabilidade.
Já o microambiente, também chamado de ambiente relacional, envolve um conjunto de 
fatores competitivos, como concorrentes, fornecedores, clientes e agências reguladoras:
 ■ Ameaça de novos entrantes.
 ■ Fornecedores e poder de barganha de compradores.
 ■ Produtos substitutos e o grau de intensidade e rivalidade entre concorrentes.
Encontrar uma posição estratégica é um desafio, do setor qual a empresa possa influen-
ciar convenientemente os fatores competitivos ou se proteger da influência deles. Assim 
é importante fazer uma análise do setor, que permite examinar e conhecer a conjuntura 
em que a empresa está atuando, e dessa forma avaliar as oportunidades e ameaças, 
identificando possíveis convergências que possam ter impacto na organização. É im-
portante analisar os produtos, serviços, tecnologia, estrutura, dinâmica e crescimento, 
concorrência, fornecedores, clientes e canais de distribuição.
Deste modo, a análise setorial permite avaliar o crescimento e a maturidade do produto 
ou serviço, conhecer o comportamento e antecipar as tendências do sector, reconhecer 
as estratégias vitoriosas, identificar os intervenientes, encontrar novas oportunidades e 
até prever e evitar riscos.
Portanto, na hora de analisar a viabilidade de um projeto, não devemos esquecer, de 
fazer um diagnóstico externo a fim de conhecer o macro e o microambiente. Pois é ne-
cessário compreender que o ciclo econômico é um padrão repetitivo de recessões e 
recuperações da economia, e que nem todos os setores são iguais.
Fonte: Chiavenato (2007).
Material Complementar
MATERIAL COMPLEMENTAR
Administração Rural: Teoria e Prática 
Roni Antonio Garcia Silva 
Editora: Juruá
Sinopse: Administração Rural - Teoria e Prática é uma parte da 
Administração de grande importância em qualquer tipo de atividade 
voltada para o agronegócio, seja uma criação de animais, seja no 
cultivo de cereais, leguminosas , plantas frutíferas ou hortícolas. 
Para ter sucesso em qualquer uma dessas atividades, o empresário 
rural deverá lançar mão de conhecimentos da Administração Rural. 
Embora seu campo de atuação seja bastante amplo, neste trabalho, 
procuramos enfocar os principais aspectos da Administração, visando 
o uso racional dos fatores de produção e objetivando o aumento da 
produtividade por meio da adoção das principais práticas agrícolas, sob a coordenação deuma sólida 
base administrativa.
REFERÊNCIAS
ACCARINI, J. M. Economia Rural e Desenvolvimento. Petrópolis: Vozes, 1987.
BARROS,EG. S. C. Economia da Comercialização Agrícola. Piracicaba: Cepea/LES-
-ESALQ/USP, 2006.
BATALHA, M. O.; SILVA, A. L. Marketing & Agribusiness. Um enfoque estratégico. Re-
vista de Administração de Empresas. São Paulo, 1995.
BUARQUE, C. Avaliação Econômica de projetos. Rio de Janeiro: Campus, 1991.
CASTRO, A. C. Produção e Disseminação de Informação Tecnológica: A atuação 
da INOVA - Agência de Inovação da Unicamp. 2006. 97 f. Dissertação (Mestrado) – 
Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Centro de Ciências Sociais Aplicadas, 
Pós-Graduação em Ciência da Informação, Campinas 2006. 
CHIAVENATO, I. Empreendedorismo: dando asas ao espírito empreendedor. 2. ed. 
rev. e atualizada São Paulo: Saraiva, 2007.
DORNELAS, J. C. A. Empreendedorismo: Transformando Ideias em Negócios. Rio de 
Janeiro: Campus, 2001.
HOFFMANN, R. et al. Administração da empresa agrícola. 5. ed. São Paulo: Pionei-
ra, 1987.
LAPPONI, J. C. Projetos de Investimento: Construção e Avaliação do Fluxo de Caixa. 
São Paulo: Lapponi, 1999.
LEITE, E. O fenômeno do empreendedorismo: criando riquezas. 3. ed. Recife: Ba-
gaço, 2000.
McCRAW, T. K. Prophet of Innovation. Cambridge: Harvard University Press, 2007.
MEDEIROS, R. L. Inovações Tecnológicas e o Processo de Desenvolvimento Eco-
nômico. Disponível em: http://www.desempregozero.org.br/artigos/RAN_2007.
pdf. Acesso em: 20 maio 2018.
SIMONSEN, M. H.; FLANZER, H. Elaboração e Análise de Projetos. São Paulo: Suges-
tões Literárias, 1987.
GABARITO
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1. A.
2. C.
3. C.
4. E.
5. D.
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Professora Dra. Juliana Franco
FASES DA ELABORAÇÃO DE 
PROJETOS
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Apresentar a metodologia de elaboração de projetos, definindo suas 
fases ou etapas de elaboração.
 ■ Mostrar alguns instrumentos de planejamento para a concepção do 
objeto do projeto.
 ■ Apresentar a metodologia do Business Model Canvas como 
instrumento de planejamento. 
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Etapas de um projeto
 ■ Instrumentos de planejamento
 ■ Mapa Modelo de Negócios (Business Model Canvas)
INTRODUÇÃO
Caro estudante, antes de dar início a qualquer atividade empresarial, seja ela 
agrícola ou não, é importante planejar todas as ações que deverão ser executadas 
ao longo de um determinado período, visando a aumentar a eficiência e eficá-
cia das atividades realizadas e reduzir o risco de imprevistos. Quando as ações 
envolvem recursos financeiros, o planejamento se torna mais importante, visto 
que devem gerar o retorno do capital investido. 
O planejamento estratégico é um método gerencial de formulação de obje-
tivos para sua implementação, levando em conta o ambiente externo à empresa 
e a evolução esperada. É no planejamento que definimos as estratégias empresa-
riais para o relacionamento da empresa com o ambiente econômico no qual ela 
faz parte. Apesar de ser um método gerencial, usamos alguns pontos - chave do 
planejamento estratégico na hora de desenvolver um projeto de investimento.
Todo projeto é analisado conforme a viabilidade econômica de uma ideia. 
Portanto, tudo começa com a ideia do empreendedor, seguida pela realização de 
um projeto embasado em planejamento estratégico estruturado. Desta forma, os 
projetos podem ser definidos como o planejamento de todas as atividades que 
deverão ser realizadas, o levantamento de todos os recursos materiais, humanos e 
financeiros que deverão ser contratados para a implantação do projeto e o estudo 
de viabilidade, a fim de prever a lucratividade e a rentabilidade do investimento. 
Como são temporários, possuem início e fim definidos, são planejados, 
executados e controlados, têm recursos limitados e são realizados por pessoas. 
Geralmente, são resultados estratégicos de demanda de mercado, necessidade 
organizacional, avanço tecnológico, solicitação de um cliente ou requisito legal.
Portanto, caro estudante, nesta unidade, vou mostrar alguns pontos - chave 
do planejamento estratégico e as principais etapas de elaboração de um projeto 
para que você aprenda a analisar o ambiente empresarial, pois, muitas vezes, o 
empresário tem uma ideia, quer investir, mas não sabe como planejar e não tem 
conhecimento do mercado que irá atuar. Boa leitura!
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ETAPAS DE UM PROJETO
Caro estudante, nesta aula, iremos aprender que os projetos obedecem a um cclo 
de vida, com começo, meio e fim, que vai desde a concepção da ideia até a imple-
mentação. A metodologia de projetos serve para facilitar o amadurecimento da 
ideia, quando ela passa para a etapa do planejamento. É sobre estes dois assun-
tos que iremos nos aprofundar agora.
CICLO DE VIDA DO PROJETO
Segundo Keeling (2002), os projetos são compostos por fases que vão desde a 
concepção até a conclusão, e cada fase possui um grupo de atividades, com neces-
sidades e características próprias. 
Keeling (2002) afirma que o gestor do projeto (pode ser o próprio empre-
sário rural ou alguém contratado) deve compreender o ciclo de vida do projeto, 
pois é por meio dele que se tem o entendimento da sequência lógica dos even-
tos, em que podemos avaliar o andamento e perceber o que ainda deve ocorrer.
FASES DA ELABORAÇÃO DE PROJETOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E50
O ciclo de vida de um projeto é composto por quatro fases: conceituação, 
planejamento, execução e conclusão, conforme ilustra a Figura 1.
Figura 1 - Ciclo de vida de um projeto
Fonte: adaptada de Keeling (2002).
1. Conceituação: é a fase onde é definido o que será empreendido. Esta etapa 
consiste na identificação de necessidades e/ou oportunidades, podendo 
utilizar a Matriz de SWOT como ferramenta; priorização e seleção das 
necessidades e/ou oportunidades que serão transformadas em proje-
tos; definição do problema; determinação dos objetivos e metas a serem 
alcançados; análise do ambiente econômico do que será empreendido, 
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realizado pela análise de mercado; análise dos recursos disponíveis; esti-
mativa dos recursos necessários; elaboração e apresentação da proposta. 
2. Planejamento: nesta fase, é necessário que a equipe de desenvolvimento 
esteja abastecida de todas as informações necessárias para levar o pro-
jeto adiante. Deve-se planejar a estrutura e a administração do projeto, 
selecionar o gerente e a equipe de especialistas. Além disto, elaborar os 
planos de atividades, o cronograma físico – financeiro do projeto –, aná-
lise da viabilidade e decisão quanto à execução do projeto.
3. Execução: mostra a realidade do projeto na implementação e os seus 
resultados sobre o que foi planejado.
4. Monitoramento e controle: esta etapa garante que os objetivos propos-
tos sejam alcançados.
5. Conclusão: fase com que se chega ao objetivo proposto, ou seja, o pro-
jeto está concluído, replicando o que foi planejado e executado. Deve se 
comparar se o que foi planejado está de acordo com o ocorrido. 
Assim, caro estudante, devido às mudanças potenciais, segundo o PMBOK 
(2015), o projeto é interativo e passa por uma elaboração progressiva no decorrer do 
ciclo de vida, envolvendo melhoria contínua e um maior detalhamento de informa-
ções, conforme o projeto evolui e as estimativas mais exatas tornam-se disponíveis.
ETAPAS DE ELABORAÇÃO DO PROJETO
Entendido o ciclo de vida de um projeto, que são as macrofases, podemos nos con-
centrar em aprender quais são as etapas de elaboração do projeto. Primeiramente, 
devemos saber que a elaboração dele está inserida na primeirae segunda fases 
do Ciclo de Vida do Projeto. Já as etapas de sua elaboração podem ser divididas 
em, pelo menos, nove etapas, as quais estão apresentadas na Figura 2. 
FASES DA ELABORAÇÃO DE PROJETOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E52
Figura 2 - Etapas de elaboração de projetos
Fonte: a autora.
 ■ Etapa 1: o que projetar
Todo projeto tem início com a determinação do empresário de investir certa 
quantidade de capital na produção do bem ou serviço, na melhoria de proces-
sos, na abertura de um novo negócio ou na substituição de cultura no interior de 
uma área agrícola. Além disto, o fator motivador do investimento pode ser pro-
veniente de uma necessidade da empresa ou de uma oportunidade de mercado. 
Desta forma, na definição de qual deve ser o objeto do projeto que justi-
fique o investimento, podemos utilizar alguns instrumentos de planejamento. 
Estes vão auxiliar a concepção e definição da ideia, que se transformará em um 
projeto de investimento. Os principais instrumentos de planejamento utilizados 
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pelos projetistas são: análise de SWOT, matriz BCG, Ciclo de Vida do Produto, 
Matriz Produto/Mercado e Canvas.
 ■ Etapa 2: pré-análise de viabilidade
Definido o que será desenvolvido no projeto, ou seja, se será de implantação do 
cultivo de milho ou criação de vaca leiteira, por exemplo, devemos verificar uma 
série de fatores que podem impactar na efetiva implantação. 
Por exemplo, antes de fazer um projeto de viabilidade para a instalação de 
uma indústria de água mineral, é necessário verificar se há a licença ambien-
tal, se já foi tirada a lavra do terreno no Ministério de Minas e Energia para 
comercializar a água, se não descumpre questão relacionadas à mata ciliar, entre 
outros. Assim, na pré-análise, busca-se identificar os aspectos ligados à legislação 
comercial, ambiental e sanitária, em caso de descumprimento, pode ter impacto 
negativo no empreendimento em longo prazo. 
 ■ Etapa 3: diagnóstico
Após a definição de qual será o investimento realizado pelo empresário, a pro-
posta do que projetar começa a ser estudada. Esta fase envolve pesquisa, coleta, 
registro e análise de informações sobre a empresa e o projeto. 
O Diagnóstico Empresarial corresponde a um retrato atual da empresa, antes 
de qualquer alteração a ser proporcionada pela implantação do projeto. É tam-
bém a análise da área urbana ou rural e dos aspectos socioeconômicos da 
comunidade estudada. Dessa forma, é dividido em: 
Figura 3 - Diagnóstico Empresarial
Fonte: a autora.
FASES DA ELABORAÇÃO DE PROJETOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E54
a. Caracterização do empreendedor: 
- Proponente do projeto: constituição social (produtor, cooperativa, empresa 
rural etc.), definir o porte (micro, pequena, média ou grande empresa) e o enqua-
dramento fiscal.
- Capacidade econômico-financeira: geralmente, em projetos de investimentos 
que necessitam de recursos advindos do Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR), 
solicita-se a comprovação de capacidade de pagamento por meio das Demonstrações 
Financeiras da Empresa e da Declaração de Imposto de Renda do empresário. Estas 
informações devem ser disponibilizadas pelo contador da empresa.
- Proposição: para os empresários que querem financiar o projeto, deve-se 
indicar a linha de crédito (crédito rural para custeio, por exemplo) e o valor do 
financiamento solicitado. 
- Autorização para funcionamento: caso haja lei específica incidente sobre 
a atividade, deve-se apresentar documento de autorização.
- Identificação do responsável técnico: descrever o responsável técnico 
pelo empreendimento.
b. Caracterização do empreendimento: 
- Objetivo: informações sobre o investimento pretendido no tocante à fina-
lidade, apresentando as características do ramo e as vantagens de mercado que 
justificam o empreendimento.
- Localização: apresentar a localização geográfica e os motivos que determi-
naram tal localização, como proximidade com o mercado consumidor, redução 
de custos na obtenção do insumo básico desse processo produtivo etc. A localiza-
ção para projetos que envolvem empresas integradoras, cooperativas e atividades 
ligadas ao setor sucroalcooleiro é definida levando em conta o cálculo do custo 
de transporte. 
- Capacidade de produção: relatar as condições edafoclimáticas, como tipo 
de solo, topografia, declividade, temperatura e insolação, pluviosidade, grau de 
umidade relativa, altitude etc.
- Capacidade de uso do solo: características físicas do solo, características 
químicas e fatores limitantes ou restritivos.
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- Capacidade de uso dos recursos hídricos: existência de rios e afluentes, 
possibilidade de exploração do lençol freático etc.
- Capacidade energética: se na área pode ser gerada energia eólica ou hidráu-
lica, cogeração com bagaço de cana etc.
- Resíduos: qual o tipo de coleta, destinação ou tratamento dos resíduos 
sólidos e líquidos gerados pelo empreendimento; eventual contribuição do 
empreendimento para a poluição ambiental (queimadas, desmatamentos e eutro-
fização da água).
- Incentivos fiscais: se há isenção, desoneração de impostos, transferências 
de recursos, subsídios para o produto e/ou região abordados no projeto.
- Outras características do empreendimento: disponibilidade de transporte; 
disponibilidade de energia elétrica; disponibilidade de mão - de - obra; capaci-
dade de armazenagem na propriedade e na região; e demonstrar se há facilidade 
de expansão do empreendimento.
Por meio desta análise de Diagnóstico Empresarial, busca-se identificar os 
recursos necessários ao projeto: financeiros, humanos, materiais, tecnológicos etc.
c. Levantamento Patrimonial da empresa:
Depois de identificado o empreendimento, deve-se realizar o Levantamento 
Patrimonial da empresa proponente do projeto. A descrição e avaliação patri-
monial da empresa compreendem em:
1. Capital natural.
2. Descrição da área do empreendimento.
3. Capital físico disponível.
4. Capital humano disponível.
- Capital natural: é o termo utilizado para a reserva de recursos naturais, 
de onde se originam os recursos e benefícios úteis aos meios de vida. Há uma 
enorme variedade de recursos que forma o capital natural, desde recursos intan-
gíveis, como a atmosfera e a biodiversidade, até recursos tangíveis utilizados 
diretamente para a produção. São eles: florestas nativas; reflorestamento; reserva 
FASES DA ELABORAÇÃO DE PROJETOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E56
legal (reserva permanente + mata ciliar); capoeiras; cerrado (caracterizar); ter-
ras ocupadas com benfeitorias e grau de utilização das terras (GUT).
- Descrição da Área do Empreendimento: compreende a descrição dos 
seguintes itens:
- Área total do empreendimento.
- Área por atividade (rateio entre as atividades).
- Valor da terra (com base no valor da terra nua tributável – VTNt).
Para facilitar o seu entendimento, o Quadro 1 e a Tabela 1, a seguir, apre-
sentam um exemplo de como elaborar uma planilha que define a ocupação da 
terra e a ocupação da propriedade por atividade produtiva.
ESPECIFICAÇÃO
TIPO DE SOLO 
PREDOMINANTE*
ÁREA 
PRÓPRIA
ÁREA 
ARRENDADA
ÁREA 
TOTAL
Sede e benfeitorias        
Estradas/carreador        
Culturas temporárias        
Culturas permanentes 
(1)
       
Pastagens nativas        
Pastagens formadas (1)        
Florestas nativas        
Reserva permanente        
Mata ciliar        
Outros usos (2)        
TOTAL        
VTNt (3)    
VALOR DA TERRA  
Quadro 1 - Ocupaçãoda terra (exemplo) / Fonte: a autora.
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Obs: (1) indicar: espécie, idade e estado geral da cultura/floresta ou pastagem.
(2) Inclusive áreas de preservação permanente e de utilização limitada, desde 
que não contempladas nos itens anteriores.
(3) Valor da Terra Nua Tributável (VTNt), que é calculada pela Seab/Deral.
ESPECIFICAÇÃO ÁREA (HA) VALOR DA TERRA RATEIO DAS ÁREAS
Atividade A 50 $$$$$ 33,33%
Atividade B 50 $$$$$ 33,33%
Atividade C 50 $$$$$ 33,33%
TOTAL 150 $$$$$ 100,00 %
Valor da Terra - Empreendimento Específico $$$$$
Tabela 1 - Uso da terra por atividade (exemplo) / Fonte: a autora. 
Na caracterização do empreendimento, é importante deixar claro se a terra é pró-
pria ou arrendada. A caracterização do tipo de solo também é importante, pois 
determina o tipo de cultura e os gastos com o preparo da terra. 
Para fazer o cálculo do valor da terra, você pode utilizar, como base de cál-
culo, o Valor da Terra Nua Tributável (VTNt), que é calculada pela Seab/Deral. 
Todavia, em um trabalho mais abrangente, é indicado criar uma nova coluna 
com o valor da terra para cada tipo de utilização. 
Caro estudante, o site da Federação da Agricultura do Estado do Paraná 
(Faep) apresenta o “Valor da Terra Nua” para os municípios do estado. A tabela 
aponta informações do Deral de 2004 a 2014, que serão utilizadas para cálculo do 
valor capital natural da propriedade para o estado do Paraná. Por exemplo, para 
Maringá, o Valor da Terra Nua Tributável está apresentado na Tabela 2 a seguir.
FASES DA ELABORAÇÃO DE PROJETOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E58
MUNICÍPIO
TIPO 
DE 
TERRA
G R A U /
CLASSE
2011 2012 2013 2014
Maringá
Roxa
Meca-
nizada
30.000,00 33.000,00 36.500,00 4.400,00
Meca-
nizável
Não 
meca-
nizável
15.000,00 16.500,00 182.500,00 2.200,00
Inapro-
veitá-
veis
3.000,00 3.300,00 36.500,00 4.400,00
Mista
Meca-
nizada
25.800,00 30.000,00 3.300,00 39.600,00
Meca-
nizável
Não 
meca-
nizável
12.900,00 14.000,00 16.500,00 19.800,00
Inapro-
veitá-
veis
2.580,00 3.000,00 3.300,00 39.600,00
Tabela 2 - Preços anuais de terras agrícolas – Por munícipio e tipo de solo - 2011 a 2014 (em R$/ha) 
Fonte: adaptada de Seab/DERAL ([2019], on-line)1. 
Caro(a) aluno(a), para saber o Valor da Terra Nua dos demais municípios do 
estado do Paraná para o ano de 2018, acesse o link a seguir: http://sistema-
faep.org.br/wp-content/uploads/2018/07/terras_pdf_publicacao_18.pdf. 
Fonte: a autora.
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Contudo, caro estudante, mesmo utilizando o VTNt como proxy para o valor da 
terra, é aconselhável utilizar uma média do período recente para evitar que a aná-
lise dessa variável seja afetada por um período de crise ou euforia no setor.
Se o produtor tem mais de uma propriedade, esta deve ser relatada no projeto 
e também deve ser mencionado o compartilhamento de máquinas, equipamen-
tos e mão - de - obra com o empreendimento analisado.
- Capital físico: é constituído pela infraestrutura básica e os bens de pro-
dução necessários para apoiar os meios de vida. A infraestrutura consiste em 
alterações no ambiente físico que ajudam as pessoas a satisfazer suas necessi-
dades e a serem mais produtivas. Compreendem as máquinas, equipamentos, 
veículos, tratores, instalações, benfeitorias que já fazem parte da empresa. Na 
agricultura, compreende: culturas temporárias e/ou permanentes já existentes na 
propriedade. Na pecuária, compreende: pastagens formadas, pastagens naturais, 
gado de corte e leite (cria, recria, e engorda etc.), caprinocultura, apicultura etc.
Na descrição das Construções e Benfeitorias já existentes na empresa e que 
serão utilizadas no projeto, a Tabela 3 apresenta um modelo de planilha que 
facilita a descrição.
O Instituto de Economia Agrícola (IEA) calcula o Valor da Terra Nua (VTN) 
para os municípios do estado de São Pauloe para outros estado brasileiros, 
estas informações são encontradas no site do Ministério do Desenvolvimen-
to Agrário (MDA). 
Fonte: a autora.
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IIU N I D A D E60
ESPECIFICAÇÃO CARACTERÍSTICAS VALOR (R$)
Barracões 150 m2. $$$
Casa alvenaria 120 m2. $$$
Casa madeira 70 m2. $$$
Galpão alvenaria 500 m2. $$$
Tulha 50 m2. $$$
TOTAL   $$$
Tabela 3 – Valor estimado das Construções e Benfeitorias já existentes / Fonte: a autora.
Na descrição das Máquinas e Equipamentos já existentes na empresa, a Tabela 
4 apresenta um modelo de planilha que facilita a descrição.
ESPECIFICAÇÃO CARACTERÍSTICAS VALOR (R$)
Trator de roda Dois tratores 
Marca John Deere 
Modelo 5055E com 
55CV.
$$$
Arado   $$$
Colheitadeira   $$$
Plantadeira   $$$
TOTAL   $$$
Tabela 4 – Valor estimados das Máquinas e Equipamentos pertencentes à empresa / Fonte: a autora.
Além destas tabelas, você pode apresentar uma tabela mais específica que des-
creva a utilização do capital físico por empreendimento ou tipo de atividade 
produtiva. A Tabela 5 apresenta um resumo do Capital Físico pertencente à 
empresa rural que será utilizado na atividade, objeto do projeto.
https://www.deere.com.br/pt/tratores/s%C3%A9rie-5e-utilitarios-55cv-95cv/5055e/
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ESPECIFICAÇÃO VALOR – R$
Construções e benfeitorias $$$
Máquinas, veículos e equipamentos $$$
Semoventes* $$$
TOTAL  
Tabela 5 – Resumo do Capital Físico (consolidação) / Fonte: a autora.
(*) São representado pelos animais de bando que fazem parte do patrimônio da 
empresa, são exemplos: bovinos, ovinos, suínos, caprinos, equinos, entre outros.
- Capital humano: do mesmo modo que foi feito com o capital natural e 
capital físico, é necessário fazer o rateio da mão de obra por atividade, ou seja, 
qual a parcela da mão - de - obra da propriedade será apropriada pela atividade 
objeto do projeto e definido o tempo dedicado à atividade analisada. A Tabela 
6 apresenta um modelo para que você possa tomar como base para fazer a des-
crição do capital humano no projeto.
TRABALHADOR  CARGO/FUNÇÃO
TIPO DE 
MÃO DE 
OBRA
AT I V I D A D E 
DO PROJETO
CUSTO/
HORA
C U S TO 
TOTAL
Funcionário X Função ocupada. Perma-
nente.
Tempo em 
hora. $ $
Funcionário Y Função ocupada. Temporá-
ria. Dedicado a. $ $
Funcionário Z Função ocupada.
Dono do 
empreen-
dimento.
Cada ativi-
dade. $ $
        $ $
TOTAL       $ $
Tabela 6 - Descrição do capital humano / Fonte: a autora.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Animalia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bovino
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ovino
http://pt.wikipedia.org/wiki/Su%C3%ADno
http://pt.wikipedia.org/wiki/Caprino
http://pt.wikipedia.org/wiki/Equino
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IIU N I D A D E62
Se o produtor retira da propriedade os recursos necessários para as suas neces-
sidades básicas (alimentação, moradia, transporte etc.) é necessário relatar o 
pró-labore mensal ou anual do produtor, sendo considerado no fluxo de caixa 
do empreendimento. 
 ■ Etapa 4: estudo de mercado
Definido o que será produzido, você deve fazer um estudo minucioso sobre o 
mercado deste produto. O estudo inclui: caracterização e utilização do produto; 
análise do mercado consumidor e forma de comercialização; análise da concorrên-
cia, dos fornecedores e do ambiente econômico no qual a empresa está inserida, 
o que inclui fatores como legislação, disponibilidade de crédito, entre outros.
Nesta etapa, realizamos a análisede viabilidade mercadológica do produto 
ou serviço, objeto do projeto. É nela que podemos justificar as projeções de recei-
tas necessárias para o cálculo de viabilidade econômica do projeto. É uma das 
etapas mais importantes, por isso, iremos dedicar um tópico para trabalhar este 
assunto com mais detalhamento. 
 ■ Etapa 5: engenharia do projeto
Definida a área onde será implantado o projeto e identificado o potencial de mer-
cado, você deve definir a produção pretendida (física e em valor) e descrever 
as fases do processo produtivo com a indicação da procedência da tecnologia e 
a forma de obtenção. Por exemplo, no caso da agricultura, você deve apresen-
tar como serão realizados o plantio, a colheita, a estocagem e o transporte dos 
produtos. É importante fazer o cronograma físico da produção, indicando as ati-
vidades que deverão ser desenvolvidas. 
 ■ Etapa 6: levantamento dos custos e despesas do projeto
Após definida a capacidade produtiva do projeto na etapa de engenharia, devemos 
fazer o levantamento de todos os custos e despesas do projeto, classificando-os 
como: custos do investimento inicial; custos de produção e despesas operacio-
nais. Nesta etapa, também serão realizados os cálculos da depreciação dos ativos 
físicos do empreendimento e a planilha de amortização dos capitais de terceiros, 
que serão utilizados na realização do investimento. 
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 ■ Etapa 7: plano financeiro do projeto
Sabendo a estrutura de custo e o valor do investimento, nesta etapa, o projetista 
irá elaborar as demonstrações financeiras do projeto para um horizonte futuro 
de tempo, de três a cinco anos. É a partir das demonstrações financeiras que 
será elaborado o Fluxo de Caixa Projetado, necessário para fazer o Cálculo da 
Viabilidade Econômica-Financeira do projeto. Na Unidade 4 do livro voltare-
mos a este assunto, onde o abordarei com mais detalhamento.
 ■ Etapa 8: elaboração dos indicadores de viabilidade econômico-finan-
ceiro dos projetos
Após a elaboração do Fluxo de Caixa projetado, você deve calcular os indi-
cadores de viabilidade para responder às seguintes perguntas:
 ■ O projeto é viável?
 ■ O projeto é rentável? Qual a sua rentabilidade?
 ■ Qual o tempo de retorno?
 ■ Qual a escala mínima de produção viável?
Para responder a estas perguntas, você deve calcular os seguintes indicadores: 
 ■ Valor presente líquido.
 ■ Taxa interna de retorno.
 ■ Índice de rentabilidade líquida.
 ■ Tempo de retorno do investimento.
 ■ Ponto de equilíbrio. 
Na Unidade 5 de nosso livro, iremos aprender a calcular todos estes indicado-
res de viabilidade.
 ■ Etapa 9: relatório final 
Nesta fase, o projetista deverá realizar uma análise de todas as informações que 
foram levantadas ao longo das oito fases ou etapas do projeto. Deve descrever, 
de forma direta e clara, se o projeto possui viabilidade técnica, mercadológica 
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IIU N I D A D E64
e econômica-financeira. Desta forma, deve justificar se deve ou não ser imple-
mentado pelo empreendedor.
 ■ Etapa 10: implementação do projeto
Passada a fase de planejamento (etapa 1 a 9), vem a execução. Nesta etapa, é 
importante o empreendedor conhecer as principais ferramentas de gerencia-
mento de projetos como forma de auxiliar no gerenciamento da execução das 
atividades. Voltaremos a este assunto na Unidade 5 do livro.
INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO
Prezado estudante, a formação da estratégia funciona como um processo proativo 
ou reativo às forças ambientais, e os empreendedores precisam saber interpre-
tar esse ambiente para garantir uma adaptação adequada do projeto. Para isso, 
há a necessidade de realizar um diagnóstico do ambiente a fim de verificar as 
oportunidades e ameaças, as forças e fraquezas do mercado no qual a empresa 
está inserida.
Uma metodologia muito utilizada pelas empresas para realizar uma análise 
de diagnóstico em relação ao ambiente interno e externa ao empreendimento é 
a análise de SWOT.
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 ■ Análise de SWOT
É uma metodologia que consiste em identificar os fatores externos ao empreendi-
mento, que se configurem em possíveis oportunidades e ameaças; e, ao ambiente 
interno, que se configurem em necessidades e pontos fortes da empresa.
Segundo Chiavenato e Sapiro (2009), os pontos fortes de uma empresa são 
fatores internos atuais ou potenciais, no qual auxiliam o cumprimento do obje-
tivo e/ou missão estratégica da empresa, já os pontos fracos são falhas internas 
atuais ou potenciais que prejudicam ou dificultam o cumprimento do objetivo 
e/ou missão estratégica da empresa. Os pontos fortes e fracos de uma empresa 
rural estão definidos no Quadro 2. 
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS
Terra de boa qualidade e fácil manejo. Instalações obsoletas.
Localização da área próxima aos principais 
centros de distribuição. Terreno com erosão.
Tamanho da área permite acesso a econo-
mias de escala.
Áreas com difícil acesso de cami-
nhão e presença de atoleiros em 
épocas de chuva.
Existência de rios próximos à área. Falta de competências básicas em 
áreas -chave do setor.
Quadro 2 - Exemplo de pontos fortes e fracos de um empreendimento agrário / Fonte: a autora.
Com relação ao ambiente externo, as oportunidades são condições externas 
atuais ou potenciais que podem impactar positivamente a empresa, já as ame-
aças são acontecimentos potenciais capazes de lesar ou atrapalhar o objetivo e/
ou missão estratégica da empresa (CHIAVENATO; SAPIRO, 2009). Os fato-
res do ambiente externo ao negócio não podem ser controlados pelo gestor, 
mas quando identificados, seus efeitos podem ser minimizados. Exemplos de 
oportunidades e ameaças que podem ocorrer em uma empresa rural estão apre-
sentados no Quadro 3:
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IIU N I D A D E66
OPORTUNIDADES AMEAÇAS
Mudanças de hábitos no consumidor. Aumento de produção mundial.
Surgimento de novos mercados. Aumento das vendas de produtos subs-
titutos.
Queda de barreiras comerciais. Alta variabilidade nos preços.
Inovações tecnológicas. Aumento da taxa de juros.
Quadro 3 - Exemplo de oportunidades e ameaças de um empreendimento agrário / Fonte: a autora.
A análise do ambiente interno, caro(a) estudante, busca as vantagens e desvan-
tagens internas da empresa em relação aos concorrentes. Já no ambiente externo, 
busca analisar as perspectiva de mercado, ou seja, aspectos positivos e negativos 
com potencial de crescer ou comprometer a vantagem competitiva da organiza-
ção. Ao cruzarmos os pontos fortes e fracos com as oportunidades e ameaças, o 
resultado é a matriz de SWOT.
Figura 4 - Matriz de SWOT
Fonte: Wikimedia Commons ([2019], on-line)2.
Com a Matriz de SWOT definida, podemos fazer as seguintes análises:
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- Pontos fortes x oportunidades: a empresa tem que extrair altamente as 
forças e aproveitar ao máximo as oportunidades, para isto, deve elaborar uma 
estratégia agressiva. 
- Pontos fortes x ameaças: é necessário que a empresa extraia o máximo da 
força e minimize os efeitos das ameaças, abordagem de segmentação, ou seja, 
área de aproveitamento do potencial.
- Pontos fracos x oportunidades: a empresa precisa trabalhar para desen-
volver estratégias com intenção de minimizar os efeitos negativos das fraquezas 
e aproveitar as oportunidades detectadas, abordagem e defensiva. 
- Pontos fracos x ameaças: énecessário que ela tenha uma abordagem de 
desinvestimento, desativação ou blindagem, pois a organização se encontra na 
área de risco. Assim, se a empresa resolve continuar as atividades, deve realizar 
estratégias para diminuir as fraquezas e as ameaças.
A metodologia de SWOT, quando utilizada corretamente, pode fornecer 
uma boa base para a formulação deestratégias. Podem ser identificadas pos-
síveis oportunidades ou necessidades, que podem vir a se transformar em um 
projeto de investimento.
 ■ Definição de objetivo e justificativa
Após a definição do que projetar, são determinados os objetivos (gerais e espe-
cíficos) e a justificativa de elaboração do projeto. Com relação aos objetivos, eles 
se dividem em geral e específicos:
- Objetivo geral: é a definição do que se pretende com o projeto. Por exem-
plo: analisar a viabilidade econômica do cultivo de algodão na fazenda João de 
Barro, localizada na microrregião de Campo Grande - MS.
- Objetivos específicos: deve definir quais serão os caminhos para o alcance 
do objetivo geral. Por exemplo: fazer o levantamento dos insumos e fatores de 
produção necessários para a produção; Elaborar o sequenciamento das ativida-
des que deverão ser realizadas no processo de cultivo do algodão, como: correção 
do solo, semeadura e adubação.
- Justificativa: deve mostrar, de forma clara, a importância do projeto para a 
empresa, os seus colaboradores e para a comunidade próxima a ela. Além disto, 
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IIU N I D A D E68
você deve apresentar a contribuição do projeto com os objetivos nacionais, ou 
seja, deve realizar uma breve interpretação sobre a contribuição do empreendi-
mento para o desenvolvimento regional e nacional, tendo em vista os objetivos 
governamentais estabelecidos: 
 ■ Empregos a serem gerados.
 ■ Infraestrutura habitacional e social.
 ■ Contribuição na atração de divisas, via exportação.
 ■ Impacto na cadeia produtiva.
MAPA MODELO DE NEGÓCIOS (BUSINESS MODEL 
CANVAS) 
Caro estudante, por meio da análise de diagnóstico, com a utilização do SWOT, 
podem surgir várias ideias, seja por uma oportunidade de mercado ou necessi-
dade, que se transformarão em um projeto de investimento. Uma ferramenta que 
podemos utilizar na maturação de uma ideia é o Business Model Canvas, conhe-
cido como “Mapa Modelo de Negócio”. É a operacionalização desta ferramenta 
que iremos estudar neste tópico.
Mapa Modelo de Negócios (Business Model Canvas) 
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O mapa modelo de negócio, ou canvas, como é chamado, descreve a lógica 
de criação do negócio, apresentando de forma simplificada as partes integrantes 
de um projeto. É considerada uma ferramenta que serve para facilitar a visu-
alização do futuro negócio e precede a elaboração do projeto. Ao utilizar esta 
metodologia, você terá que fazer uma reflexão sobre a ideia original, o que lhe 
possibilitará validar ou não a ideia.
Foi desenvolvida por Alexander Osterwalder e Yves Pigneur, com base em 
pesquisas e experimentos, que resultaram em um livro denominado Business 
Model Generation. O nome do livro foi mantido em inglês na publicação brasi-
leira, com o subtítulo “Inovação em Modelos de Negócios”.
Utilizando-se, assim, de conceitos de design thinking, o mapa modelo de negó-
cios se apresenta como um simples diagrama, permitindo que todo o negócio 
seja visualizado em uma única página, dividida em nove blocos de informações 
(OSTERWALTDER; PIGNEUR, 2010). 
É importante destacar que esta metodologia não elimina o desenvolvimento 
de um projeto, mas nos ajuda a realizar a maturação da ideia, objeto do 
projeto.
 
Figura 5 - Mapa modelo de negócios (Canvas)
Fonte: MBIA ([2019, on-line)3.
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Como apresentado na Figura 5, o Canvas está dividido em nove blocos, que 
seguem uma lógica de preenchimento: proposta de valor, segmento de clientes, 
canais de distribuição, relação com os clientes, fluxos de rendimentos, recursos- 
chave, atividades - chave, parceiros - chave e estrutura de custos. 
1) Proposta de valor: devemos definir “o que vamos fazer”, apresentar o 
benefício do produto ou serviço que será produzido, além de mostrar o diferen-
cial do produto ou serviço em relação ao existente.
Segundo Osterwalder e Pigneur (2010), as propostas de valor podem ser 
inovadoras, com a criação de um novo tipo de serviço ou produto; pode ser o 
oferecimento de um produto tradicional, que existe no mercado, mas possui 
características ou atributos adicionais ou distintos; ou, ainda, pode ser o ofe-
recimento de um produto/serviço com as mesmas características e os mesmos 
atributos, mas com preço mais baixo.
Assim, é importante que você saiba apresentar de forma clara e direta quais 
são os benefícios que seus produtos e/ou serviços entregam aos potenciais clientes.
Exemplo: Vitacress, fornecedora do McDonald’s, aposta na qualidade, fres-
cura e praticidade dos seus produtos (como a alface iceberg) como proposta de 
valor para atrair clientes que querem praticidade na preparação de uma salada.
2) Segmento de clientes: tem por objetivo a identificação do mercado - alvo 
do projeto. Não é necessário, a priori, fazer uma pesquisa de mercado aprofun-
dada, este exercício nós fazemos no projeto, mas já podemos definir para quem 
queremos vender nosso produto ou serviço. A palavra “segmento” mostra, impli-
citamente, que se trata da escolha de uma fatia do mercado ou de um nicho de 
clientes que podem ser agrupados de acordo com os seguintes fatores: 
 ■ Geográficos: tamanho do mercado (países, regiões, cidades, bairros).
 ■ Psicográficos: estilos de vida, atitudes.
 ■ Demográficos: pessoas físicas (faixa etária, gênero, faixa de renda, profis-
são, idade, nível de escolaridade) e pessoas jurídicas (ramos de atividades, 
número de empregados, localização, outros).
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 ■ Comportamentais: hábitos de consumo, benefícios procurados no pro-
duto, frequência de compra desse tipo de produto, lugar onde costuma 
comprar esse tipo de produto, ocasiões de compra e seus principais estí-
mulos, como preço, marca, qualidade, usabilidade, prazo de entrega, 
localização, atendimento, outros. 
Exemplo: o público- alvo de uma agroindústria de produtos diet pode ser o mer-
cado nacional, principalmente pessoas com diabetes e que queiram fazer dietas 
ou reduzir o consumo de açúcar. 
3) Canais de distribuição: devemos apresentar quais são os canais de comu-
nicação, vendas e distribuição do produto que a empresa pode utilizar para se 
conectar com o cliente. Devemos refletir em como o público- alvo irá tomar 
conhecimento do produto, como ele pode comprar e como iremos fazer a entrega 
deste produto. Os canais podem ser operados pelos donos do negócio (canais 
diretos) ou por parceiros (canais indiretos).
Exemplo de canal direto: um produtor de hortaliças que vende o seu pro-
duto na feira, tendo a sua própria barraca.
Exemplo de canal indireto: um produtor de hortaliças que vende a sua 
produção no Ceasa, que é um centro de distribuição, e depois, o vende ao con-
sumidor final.
4) Relação com os clientes: descrever as estratégias de relacionamento que 
a empresa deve utilizar com o objetivo de captar, fidelizar e aumentar o número 
de clientes. Os principais tipos de relações com os clientes estão apresentados 
no Quadro 4.
Por que os clientes comprarão de você e não dos seus concorrentes?
FASES DA ELABORAÇÃO DE PROJETOS
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IIU N I D A D E72
TIPO DE 
RELACIONAMENTO
ESTRATÉGIAS
Assistência pessoal
Estratégias em que há uma interação humana com 
o cliente. Exemplos: pontos de venda, call center, 
e-mail, sistema SAC.
Assistência pessoal 
dedicada
Estratégias em que há interação humana especiali-
zada para o cliente. Exemplos: vendas de insumos 
agrícolas com assistência técnica. 
“Autosserviço” (self-ser-
vice)
A empresa proporciona os meios para os clientes 
executarem o serviço por si próprios. Exemplo: 
restaurante por quilo.
Serviços automatizados
A empresa utiliza recursos de automação para que 
o cliente obtenha o produto ou serviço. Exemplo: 
caixa eletrônico, máquinas de refrigerantes.
Comunidades
Quando se criam condições para que os clientes 
interajam uns com os outros, como comunidades 
online. Exemplo: Clube Nespresso, página no Face-
book em que os clientes podem discutir questões 
relacionadas com o produto.
Retenção de clientes Estratégia para fidelizar o cliente, como cartão fide-
lidade, brindes e amostras grátis de novos produtos.
Frequência de compras
Estratégias para aumentar a frequência de compra 
dos clientes podem ser: diversificação de produtos 
e serviços oferecidos, inovações no produto, vendas 
com preços diferenciados por tamanho do lote. 
Quadro 4 - Tipos de relações com o cliente / Fonte: adaptado de Blank e Dorf (2012).
5) Fluxos de rendimentos: você irá definir como será a entrada de dinheiro 
na empresa, ou seja, como o cliente irá pagar pelo produto ou serviço recebido e 
o quanto pagará. Existem vários modelos de receita que o empreendedor pode 
adotar. 
Exemplos: vendas diretas para o intermediário, no atacado ou varejo, e-com-
merce, aluguel, licença, leilão etc. 
6) Recursos - chave: você irá definir quais são os principais fatores de produ-
ção ou recursos primordiais para iniciar o seu negócio. Não é necessário colocar 
o valor dos recursos, apenas citá-los. O Quadro 4 apresenta alguns exemplos de 
tipos de recursos.
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TIPO EXEMPLO
Recursos Físicos Trator de roda, implementos agrícolas, área disponível, 
outros.
Recursos Humanos Mão - de - obra permanente, temporária, tratorista, 
outros.
Recursos Financeiros Capital próprio, financiamento, investidores.
Recursos Tecnológicos Software de gestão.
Insumos Agrotóxicos, fertilizantes, sementes, outros.
Quadro 5 - Tipos de recursos -chave para a empresa rural / Fonte: a autora.
7) Atividades - chave: neste bloco, você irá listar as principais atividades ou 
ações que deverão ser desenvolvidas para a realização do negócio, alinhada com 
a proposta de valor. São as atividades mais importantes que a empresa deve rea-
lizar, de forma constante para que o negócio seja bem - sucedido. 
Exemplo: produção de bens como o cultivo da soja, milho, outros; criação 
de animais; comercialização de produtos acabados; desenvolvimento de produ-
tos, entre outros. 
8) Parceiros - chave: você deve identificar os principais parceiros que ajudam 
na realização da proposta de valor do negócio. Estas parcerias estão relacionadas 
aos fornecedores de produtos e serviços da empresa, assim como as terceirizações. 
9) Estrutura de custo: agora que você já sabe a estrutura operacional neces-
sária para manter o seu negócio, chegou a hora de definir qual será custo para 
criar e manter toda esta estrutura. Assim, você deve listar os principais custos 
que têm peso no financeiro da empresa e estão relacionados à parte operacional 
do negócio, como recursos - chave, atividades - chave e parceiros - chave. Não é 
necessário fazer o levantamento monetário destes custos, mas apenas listá-los. 
Quais são as atividades mais importantes para o sucesso do seu negócio?
FASES DA ELABORAÇÃO DE PROJETOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E74
Os custos, em valores monetários, você irá realizar na etapa financeira do projeto.
A Figura 6 apresenta um exemplo de como elaborar um Canvas para um 
Hotel Fazenda na Serra Gaúcha.
Figura 6 - Canvas de um Hotel Fazenda na Serra Gaúcha 
Fonte: a autora.
Verifica-se que o modelo Canvas apresenta-se como um “protótipo” ou como 
uma primeira “abordagem” do seu modelo de negócio, apresentando suas prin-
cipais vertentes: produto, cliente, marketing, receitas e gastos.
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Considerações finais
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade, caro estudante, procurei introduzir a você o conhecimento básico 
que se deve ter para o início das atividades de elaboração e análise de projetos de 
investimentos. Procurei apresentar, de uma forma clara e simples, todo o pro-
cesso, começando pelas suas definiçõese finalidades e terminando por apresentar 
as diferentes fases ou etapas.
Você aprendeu que o início de um projeto começa pela concepção do que 
projetar, que pode ser definida na elaboração do diagnóstico da empresa, por 
meio da análise de SWOT, onde são levantadas as ameaçaseoportunidades de 
mercado e os pontos fortes e fracos do negócio. 
É a partir da concepção da ideia inicial do que projetar que o consultor e/ou 
empreendedor irá para as próximas fases do projeto, iniciando com a elaboração 
do pré-projeto com o objetivo de amadurecer a ideia. Como ferramenta, apre-
sentei a vocês o Bussiness Model Canvas ou “Mapa Modelo de Negócios”, muito 
utilizado pelas empresas de tecnologia da informação, mas que está sendo inse-
rido em todas as áreas do conhecimento, por ser uma metodologia simples e fácil. 
Com a elaboração do Canvas, você conseguirá ter uma visão planificada da 
complexidade do projeto, das etapas de pesquisa e do levantamento de informa-
ções que serão necessárias para a concepção do projeto.
Após a elaboração do Canvas, a proposta do que se projetar começa a ser estu-
dada. Esta fase envolve pesquisa, coleta, registro e análise de informações sobre 
a empresa e o projeto, chamada de “Diagnóstico Empresarial”, que corresponde 
a um retrato atual da empresa, antes de qualquer alteração a ser proporcionada 
pela implantação do projeto. 
Dessa forma, como cada projeto tem características próprias de acordo com 
a atividade e o setor nos quais está inserido, a elaboração é um processo contí-
nuo de estudo, pesquisa e aprendizagem.
76 
1. Uma das primeiras etapas de elaboração de projetos empresariais é a iden-
tificação do tipo de investimento necessário para a empresa. O objeto do in-
vestimento pode vir de uma necessidade empresarial ou até mesmo, de uma 
oportunidade de mercado. Este processo pode ser realizado por meio de análi-
ses de diagnóstico referentes ao ambiente interno e externo à empresa. Diante 
disto, qual dos elementos a seguir faz parte do ambiente externo?
a) Políticas empresariais de distribuição de lucro.
b) Novas formas de organização do processo produtivo.
c) Crescimento da demanda mundial por determinado produto.
d) Estrutura de custo da empresa.
e) Profissionais com pouca qualificação.
2. A análise de SWOT é uma metodologia de avaliação de cenários prospectivos, 
que auxilia o gestor na avaliação do ambiente interno e externo à empresa. 
Com o objetivo de coletar e analisar informações sobre o ambiente econômico 
no qual a empresa está inserida e sobre o próprio processo interno de desen-
volvimento das atividades empresariais, procurando relacioná-los aos impac-
tos que podem gerar para o desempenho empresarial e a sua sustentabilidade 
no mercado. Assim, mudanças nestes fatores podem gerar impactos positivos 
ou negativos à sustentabilidade da empresa. Com relação a esses impactos, 
assinale a alternativa correta.
a) Dentro do ambiente dos recursos naturais, uma perspectiva de problemas 
futuros de abastecimento de água parairrigar as plantações pode levar o 
agricultor a tomar adecisão de investir em açudes.
b) A política monetária adotada pelo país, com aumento da taxa de juros, em 
nada impacta as decisões de investimento empresarial. 
c) Fatores como taxa de crescimento e envelhecimento da população; estrutu-
ra etária, familiar e residencial; composição étnica e religiosa não impactam 
de forma significativa as decisões de investimento empresariais para o lan-
çamento de novos produtos.
d) O lançamento de novas tecnologias, como sementes melhoradas, novas 
formas de manejo, inovações tecnológicas de máquinas e equipamento e 
novos fertilizantes só geram decisões de investimentos para grande empre-
sários do agronegócio, devido aos custos das novas tecnologias.
e) A desvalorização do câmbio em nada influencia as decisões de investimento 
dos importadores e exportadores, visto que o que interessa, para eles, é se 
haverá demanda ou não para os seus produtos.
77 
3. Na elaboração de um projeto, é necessário seguir as etapas de desenvolvimen-
to, as quais apresentam um sequenciamento de atividades de busca de infor-
mação que auxiliam na construção do projeto. Além disso, em cada etapa, é 
necessário o uso de ferramentas para avaliar a viabilidade jurídica, mercadoló-
gica, organizacional, tecnológica e financeira de implantação do projeto. Sobre 
as etapas de desenvolvimento, leia as afirmações a seguir:
I. Na etapa de pré-análise de viabilidade, verifica-se uma série de fatores que 
podem impactar a efetiva implantação do projeto, como a verificação da 
necessidade de licença ambiental.
II. Na etapa do diagnóstico, deve-se fazer um levantamento dos custos diretos 
e indiretos de fabricação, custos de comercialização e controle de estoques. 
Além de calcular a rentabilidade de cada atividade da empresa.
III. Na etapa do estudo de mercado, são analisados os mercados de fatores de 
produção, o mercado consumidor e a concorrência. No entanto, a viabilida-
de mercadológica em nada interfere na continuidade do projeto.
IV. Na etapa de engenharia do projeto, devemos descrever o processo produ-
tivo do projeto: fluxograma, o balanço de materiais, o layout, linhas de pro-
dução. No caso da agricultura, por exemplo, como são realizados o plantio, 
a colheita, a estocagem e o transporte dos produtos.
É correto o que se afirma em:
a) Somente as afirmações I e II.
b) Somente as afirmações II e III.
c) Somente as afirmações I, II e IV.
d) Somente as afirmações I, III e IV.
e) I, II, III e IV.
78 
Caro estudante, as questões 4 e 5 serão respondidas com base no texto a se-
guir: 
A empresa Vida Plena, desde sua constituição, no ano 2000, é uma empresa 
focada no desenvolvimento de produtos na linha de suplementos nutricionais 
e nutracêuticos de altíssima qualidade, direcionados a crianças, adultos, ho-
mens, mulheres e atletas. Neste mesmo ano, a empresa teve seu primeiro re-
gistro de suplemento alimentar no Ministério da Saúde. A partir desse momen-
to, a fabricação e distribuição dos produtos naturais e nutracêuticos ganhou 
mercado, não apenas no estado em que a empresa está localizada (São Paulo), 
mas também em outros estados do Brasil, principalmente os da região do Sul 
e Sudestes. As vendas são realizadas pelo e-commerce da empresa e também 
por representantes comerciais. O principal foco é a venda em grandes redes de 
supermercados, em farmácias e demais estabelecimentos.
Até o momento, no ano de 2018, a empresa possui uma linha com mais de 300 
tipos de produtos, proporcionando qualidade de vida para muitos brasileiros. 
Os produtos se dividem nas linhas de emagrecimento, suplementos vitamíni-
cos- minerais, suplementos para atletas, fibras dietéticas, energéticos, suple-
mentos de ômegas, linhas direcionadas para pessoas com intolerância à lacto-
se e ao glúten. Todos os seus produtos são registrados no Ministério da Saúde.
Com base no texto anterior, responda:
4. Qual é a proposta de valor da empresa?
5. Qual é o público-alvo?
79 
Muitas vezes, ao elaborarmos um projeto de investimentos, precisamos conhecer os 
modelos de estratégias, para podermos orientar o investidor sobre a sua decisão. O co-
nhecimento do mercado em que a empresa está atuando é fundamental para o sucesso 
do empreendimento.
Não podemos ficar atrelados apenas à parte financeira do produto, temos que olhar 
em volta, fazer análise e, muitas vezes, montarmos estratégias. Duas ferramentas muito 
utilizadas na elaboração de estratégias é a Matriz Produto/ Mercado e a Matriz BCG que 
serão apresentadas a seguir:
Matriz produto e/ou mercado
Como se pode observar nos itens acima, os objetivos e as missões das empresas desta-
ca crescimento. Uma busca por maior rentabilidade, ou seja, maior lucro. Assim, matriz 
produto/mercado é um modelo utilizado para definir oportunidades de crescimento de 
unidades de negócios de uma empresa.
  PRODUTOS ATUAIS NOVOS PRODUTOS
Mercados Atuais Tática de Penetração no Mercado Tática de Desenvolvimento 
de Produto
Novos Mercados Tática de Desenvolvimento de 
Mercado
Tática de Diversificação
Quadro 6 - Matriz Produto/Mercado / Fonte: adaptado de ANSOFF (1957).
 
1) Penetração no mercado: as empresas tentam vender mais de seus produtos para 
mercados atuais. Assim, a organização foca na mudança de clientes eventuais para 
clientes regulares, ou seja, para usuários intensivos do produto. Para isso, ocorre um 
maior gasto com propagandas e/ou com venda pessoal. Exemplo: os frigoríficos de ave 
utilizam essa estratégia, incentivando os clientes a consumirem o produto mais vezes 
durante a semana, por ser mais saudável do que a carne vermelha.
2) Desenvolvimento de mercado: a organização tenta tomar clientes, inserindo produ-
tos existentes em mercados externos ou colocando novas marcas no mercado, ou seja, 
a empresa continua vendendo seus produtos para novos mercados. Exemplo: quando 
o consumo de leite entra em queda, o produtor rural tenta investir mais recursos na 
produção de queijo.
3) Desenvolvimento de produtos: para satisfazer seus clientes, a empresa busca ven-
der outros produtos ao mercado atual e, consequentemente, atrair um novo público. 
Dessa forma, exige-se que a organização desenvolva novos produtos. Exemplo: uma co-
operativa agroindustrial, produz óleo de soja, passa a produzir óleo de girassol, canola, 
milho e azeite.
80 
4) Diversificação: é uma das estratégias mais arriscadas, a empresa desenvolve novos 
produtos para vender em novos mercados. Exemplo: um piscicultor que fez isso a vida 
toda resolve entrar no mercado de reprodução de bovinos.
Matriz BCG (Participação de Mercado/Crescimento do Mercado)
A matriz BCG é um modelo desenvolvido por Bruce Henderson em 1970. A matriz pode 
ser analisada por duas dimensões, crescimento do mercado e a participação de merca-
do em relação ao seu maior concorrente (COBRA, 2009).
Ao analisarmos a Figura 1 vemos um ponto de interrogação, que é conhecido como 
criança-problema, pois exige altos investimentos e, em contrapartida, apresenta baixo 
retorno sobre o ativo. Um ponto de interrogação identifica produtos com baixa par-
ticipação no mercado, mas com altas taxas de crescimento, que não atingiram a base 
segura em um mercado em expansão e altamente competitivo.
Já a estrela apresenta altas taxas de crescimento e uma grande participação no merca-
do, gerando receitas, ficando em equilíbrio quanto ao fluxo de caixa. No entanto, um 
produto nesta categoria exige muito dinheiro para permanecer competitivo em um 
mercado de crescimento, apresentando um grande desafio para as empresas.
As vacas leiteiras representam o estágio em que os produtos atingem altas parcelas de 
mercado. Os lucros e a geração de caixa são relativamente altos, pois como o crescimen-
to de mercado é baixo, não são necessários grandes investimentos. Podemos considerar 
que o produto se encontra em estágio de maturidade em seu ciclo de vida.
Por fim tem-se o abacaxi, conhecido como bicho de estimação, são produtos que tem 
uma desprezívelparticipação no mercado e operam em setores com baixas taxas de 
crescimentos, devem ser evitados e minimizados numa empresa.
Figura 7 - Matriz BCG
Fonte: Blog da engenharia (2017, on-line)⁴.
81 
Caro estudante, vale destacar que os produtos situados em cada quadrantes são indica-
ção de diferentes estratégias elaboradas, considerando a dinâmica de quatro situações 
distintas. Entretanto, é preciso tomar alguns cuidados na hora de avaliar cada situação, 
pois a alta participação ou o crescimento de mercado não é um exclusivo fator de su-
cesso, às vezes, um animal de estimação, ou seja, um abacaxi, pode gerar mais caixa do 
que uma vaca leiteira.
Fonte: Cobra (2009) e Ansoff (1975).
MATERIAL COMPLEMENTAR
Projetos: Planejamento, Elaboração e Análise
Martins Washington e 
Editora: Atlas.
Sinopse: este livro trata de uma área pouco explorada pela 
literatura técnica disponível no país. A experiência acadêmica e 
profissional dos autores na área de projetos serviu de base para 
a escolha dos conceitos e modelos utilizados. São abordagens 
operacionais testadas na prática do ciclo do projeto. Em síntese, 
a obra aborda os tópicos: Estratégia e projetos; Estrutura e 
etapas de um projeto; Análise do mercado; Localização; Escala e 
aprendizagem; Recursos para o projeto; Critérios quantitativos 
de análise; Incerteza e risco; Processo de decisão e o projeto. 
O livro também apresenta exercícios de aplicação: análise do 
mercado, determinação do tamanho de uma fábrica e um exercício completo de elaboração e análise 
do projeto.
 
é um material que faz parte do Programa de Agroindustrialização da Agricultura Familiar e 
funciona como um manual para a concepção de projetos agroindustriais de pequeno porte, 
apresentando as etapas de elaboração e as informações pertinentes a cada etapa. 
Web: http://www.mda.gov.br/sitemda/sites/sitemda/files/user_arquivos_64/Manual_de_
orienta%C3%A7%C3%B5es_para_concep%C3%A7%C3%A3o_de_projetos_agroindustriais.pdf.
REFERÊNCIAS
83
ANSOFF, H. I. Strategies for Diversification. Harvard Business Review, p. 113-124, 
sept./oct. 1957.
BLANK, S.; DORF, B. The Startup Owner’s Manual - The Step-by-Step Guide for Buil-
ding a Great Company. Pescadero: K&Ranch Inc. Publishers, 2012.
CHIAVENATO, I.; SAPIRO, A. Planejamento Estratégico. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 
2009.
COBRA, M. Administração de Marketing no Brasil. 3. ed. Rio de Janeiro: Campus; 
Elsevier, 2009.
KEELLING, R. Gestão de Projetos: Uma abordagem global. São Paulo: Saraiva, 2002.
OSTERWALDER, A.; PIGNEUR, Y. Business Model Generation - Inovação em Modelos 
de Negócios. São Paulo: Saraiva, 2010.
PMI. Project Management Institute. Um Guia do Conjunto de Conhecimentos em 
Gerenciamento de Projetos (Guia PMBOK). 5. ed. Newtown Square: PMI, 2015.
 REFERÊNCIA ON-LINE
1 Em: http://sistemafaep.org.br/wp-content/uploads/2014/08/terras_pdf_publica-
cao.pdf. Acesso em: 10 jun. 2019.
2 Em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:SWOT.png. Acesso em: 10 jun. 
2019.
3 Em: http://mbia.pt/guia-pratico-do-empreendedor-agricola/capitulo-1.html. 
Acesso em: 10 jun. 2019.
4 Em: https://blogdaengenharia.com/bde-explica-o-que-e-e-como-funciona-a-ma-
triz-bcg. Acesso em: 10 jun. 2019.
GABARITO
1. C.
2. A.
3. C.
4. A proposta de valor é: produtos na linha de suplementos nutricionais e nutra-
cêuticos de altíssima qualidade. Os produtos se dividem nas linhas de emagreci-
mento, suplementos vitamínicos-minerais, suplementos para atletas, fibras die-
téticas, energéticos, suplementos de ômegas, linhas direcionadas para pessoas 
com intolerância à lactose e ao glúten.
5. Público-alvo: pessoas com intolerância à lactose e ao glúten, com problemas de 
diabetes, atletas e pessoas que querem cuidar da saúde, localizadas no estados 
das regiões Sul e Sudeste. 
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Professora Dra. Juliana Franco
ESTUDO DE MERCADO E 
ENGENHARIA DO PROJETO
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Apresentar as principais etapas do estudo de mercado: demanda e 
oferta.
 ■ Mostrar as principais técnicas de projeção de demanda.
 ■ Definir a capacidade produtiva do projeto e as técnicas de produção.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ O Estudo e análise de mercado
 ■ Projeção de Demanda e Receita do Projeto
 ■ Engenharia do projeto
INTRODUÇÃO
Caro estudante, na segunda unidade, eu apresentei a você os principais concei-
tos e definições sobre a elaboração e análise de projetos, e fui mais além, já o(a) 
introduzi à estruturação do projeto, às etapas ou fases que você deve seguir na 
elaboração e os componentes que não devem faltar na sua estruturação.
Diante das várias etapas que apresentei para a elaboração do projeto, existe 
uma de crucial importância, é a fase do Estudo e Análise de Mercado. É por 
meio do estudo de mercado que você, primeiramente, irá definir se vale a pena 
ou não continuar o projeto, visto que definiremos nele o potencial de demanda 
presente e futura, o mercado - alvo (local, regional, nacional ou internacional) 
e o preço de venda do produto. 
Além disto, no estudo de mercado, também será verificada a oferta de fato-
res de produção e o seu preço, e identificado à estrutura de mercado a qual sua 
empresa se insere, isto é, analisaremos a concorrência e verificaremos se existem 
muitos concorrentes, se estes são caracterizados por grandes ou pequenos pro-
dutores, se existem empresas líderes no mercado, os preços que essas empresas 
praticam, a quantidade de produtos produzidos por elas e se esta produção é de 
grande ou pequena escala.
Visto isto, você pode perceber que é no estudo de mercado que se determina 
se iremos produzir, o quanto produziremos e a que preço venderemos nosso pro-
duto e, assim, determinaremos as Projeções de Receitas do projeto.
Para determinar a escala de produção de nosso empreendimento, além de 
avaliar o mercado, devemos definir a função de produção de nosso negócio, isto 
é, quais são os recursos materiais, humanos e tecnológicos que devem ser com-
binados para produzir determinada quantidade de produto? A resposta a esta 
pergunta é respondida na etapa de Engenharia do Projeto. 
Portanto, caro estudante, nesta unidade, eu irei trabalhar com você a elabo-
ração do estudo de mercado, as técnicas utilizadas para a projeção de demanda 
e a determinação da escala produtiva. Boa leitura!
Introdução
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ESTUDO DE MERCADO E ENGENHARIA DO PROJETO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIIU N I D A D E88
O ESTUDO E ANÁLISE DE MERCADO
Caro estudante, o estudo de mercado é uma das principais etapas do projeto, 
visto que, se não tiver viabilidade mercadológica, nem adianta continuar as pes-
quisas nas próximas etapas. Como o estudo de mercado representa uma previsão 
de demanda ou vendas, é necessário realizar uma pesquisa minuciosa sobre o 
mercado do produto ou serviço, objeto do projeto. Além disso, ao analisar as 
características do mercado, o empreendedor pode determinar, com maior segu-
rança, a localização do seu empreendimento: se perto da matéria-prima principal 
ou perto do mercado consumidor. No caso do setor agrícola, o empreendimento 
fica perto dos fatores de produção, devido às suas especificidades técnicas.
Um estudo de mercado deve incluir: caracterização e utilização do produto; 
análise do mercado consumidor e forma de comercialização; análise da concorrên-
cia, dos fornecedores e do ambiente econômico no qual a empresa está inserida, 
o que inclui fatores como legislação, disponibilidade de crédito entre outros.
a) Caracterização e utilização do produto
Primeiramente, você deve descrever “o que é seu produto” e a sua “funcionali-
dade”, ou seja, para que é utilizado, quais as características químicas, mecânicas 
e normas reguladoras da utilização do produto, se precisar. 
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Segundo, você deve mostrar se ele é uma inovação, ou seja, um produto total-
mente novo no mercado; se tem substitutos próximos ou se existem outros produtos 
parecidos e indicar o que ele terá de diferencial em relação aos seus substitutos: 
preço, qualidade, localização, serviços complementares, produtividade, estoques, 
relação estoque/consumo etc. Aqui, você deve apresentar a proposta de valor do 
seu produto, qual o seu diferencial, qual o problema que ele irá solucionar.
Terceiro, você deve descrever o estágio atual do desenvolvimento do produto, 
bem como o seu ciclo de vida. Este dado é importantíssimo, principalmente para 
empreendimentos rurais, visto que uma das principais características do setor agrí-
cola é a descontinuidade da produção, ou seja, as atividades rurais se concentram 
em épocas específicas do ano. Na pecuária, também se verifica uma descontinui-
dade do setor produtivo, por exemplo, um pecuarista que trabalha com engorda de 
boi para abate, usando o método tradicional de engorda, verifica que um garrote 
demora em torno de 3,5 anos para ficar pronto para o abate, mas, se utilizar técni-
cas inovadoras, como o cruzamento industrial de raças, este tempo diminui entre 
18 e 24 meses. Assim, quando se trata do setor rural, o ciclo de produção deve ser 
tratado como um dos principais elementos do planejamento financeiro do projeto.
b) O comportamento do consumidor
O comportamento do consumidor é composto por um conjunto de variáveis que 
influenciam a hora da compra. Essas variáveis são: preço, embalagem ou facili-
dade de preparação, valor nutricional do produto, disponibilidade do produto, 
fatores psicológico, socioculturais pessoais, entre outros. 
Caro estudante, no caso de produtos agroalimentares, poderíamos citar valor 
nutricional, preço, disponibilidade e comodidade de emprego. A decisão depen-
derá do objetivo do consumidor, como: menor gasto, maior qualidade ou menor 
tempo de preparo. Existem também fatores irracionais que interferem no com-
portamento do consumidor, que estão ligados ao valor simbólico que o produto 
representa para o indivíduo que o consome (porque é nutritivo, por lembrar uma 
região onde passou a infância, pelo gosto etc.).
A classe social (variável demográfica) é outro fator utilizado para segmentar 
as firmas agroalimentares. Para as classes de menor poder aquisitivo, são direcio-
nados produtos básicos e sem muita sofisticação. Para as classes de maior poder 
aquisitivo, são oferecidos produtos de maior valor agregado. 
ESTUDO DE MERCADO E ENGENHARIA DO PROJETO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIIU N I D A D E90
Compreendem os fatores pessoais: idade, profissão, condições econômicas, 
bem como o estilo de vida do consumidor. Tais fatores, no que se referem a pro-
dutos agroalimentares, determinam se o consumidor adquirirá alimentos mais 
calóricos ou diet e light, básicos e poucos diferenciados, ou supérfluos. O estilo 
de vida determinará se o indivíduo aprecia o novo e, por consequência, se ele 
vai querer experimentar novas marcas ou não, ou se tem preocupação ecológica. 
O setor rural possui, como mercado consumidor, famílias, governo, coo-
perativas, empresas ligadas ou não ao agronegócio, os próprios agricultores e 
outros países. É importante entender o comportamento do consumo das famí-
lias, visto que estas são o último elo da cadeia de comercialização, pois mesmo 
que o consumidor final não seja o comprador direto, suas decisões de compra 
determinam a demanda dos supermercados que, por sua vez, determinam a 
demanda de atacadistas e agroindústrias, o que resulta em uma demanda deri-
vada para a produção agrícola. O quadro a seguir apresenta os principais tipos 
de consumidores de produtos alimentícios no Brasil:
TIPO DO CONSUMIDOR
FORMA DE LOCAL DE 
COMERCIALIZAÇÃO
Famílias Compra e venda direta e em feiras livres,
Agricultores Compra e venda direta, feiras, leilões, centrais 
de distribuição e parcerias,
Atacadistas e varejistas Compra e venda direta, centrais de distribui-
ção e integração da produção,
Restaurantes, bares e hotéis Compra e venda direta, centrais de distribui-
ção, feiras e parcerias,
Tranding* Compra e venda direta, leilões e bolsas de 
mercadorias,
Agroindústrias a indústrias 
de alimentos
Compra e venda direta, leilões e bolsas de 
mercadorias, integração da produção,
O Estudo e Análise de Mercado
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TIPO DO CONSUMIDOR
FORMA DE LOCAL DE 
COMERCIALIZAÇÃO
Governos Formação de estoques reguladores e garantias 
de preços mínimos, programas de aquisição 
de alimentos.
Quadro 1 - Tipos de consumidores de produtos alimentícios no Brasil 
Fonte: adaptado de Neves et al. (2000) e Kupfer; Hasenclever (2002).
*consiste em uma empresa comercial importadora e exportadora, que opera 
como departamento de comércio exterior terceirizado de empresas, atuando 
tanto na área comercial quanto na área operacional.
c) Variáveis da decisão de compra 
A ocasião da compra tem por objetivo especificar a compra e que fatores são os 
mais importantes, e pode ser associada a duas situações: alimentos consumidos no 
dia a dia e alimentos consumidos nos dias festivos. Os consumidos no dia a dia são 
escolhidos por meio de aspectos racionais, como preço, características nutricionais, 
rapidez de preparação etc., já os festivos são consumidos em dias especiais e pre-
dominam os fatores irracionais, como preços caros, aspecto nutricional baixo etc. 
Segundo pesquisa da Fiesp (2010), realizada pelo Ibope em 2010, sobre o 
perfil do consumo de alimentos no Brasil, em uma perspectiva até 2020, foram 
detectados cinco grupos de tendência: sensorialidade e prazer; saudabilidade e 
bem-estar; conveniência e praticidade; qualidade e confiabilidade; sustentabili-
dade e ética. Para chegar a estes grupos, foram levados em consideração alguns 
fatores de demanda, como o crescimento e o envelhecimento da população brasi-
leira e mundial, o aumento da renda, a redução do número de filhos por família, 
a participação das mulheres no mercado de trabalho, o maior acesso à informa-
ção, entre outros. Como resultado, a pesquisa indicou que o perfil do consumo 
de alimentos no Brasil segue as tendências mundiais: 
 ■ 34% dos consumidores têm como principal fator de decisão de compra 
a praticidade e a conveniência. Enquadram-se neste grupo consumido-
res que trabalham em tempo integral, com pouco tempo para se dedicar 
à alimentação da família, pertencentes às classes A, B e C da população. 
Os alimentos congelados e os semiprontos são fortes aliados desses con-
sumidores, devido à sua praticidade.
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Reprodução proibida. A
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 ■ 23% dos consumidores levam em consideração a confiabilidade e qua-
lidade dos produtos. São consumidores que possuem maior disposição 
a pagar por produtos com maior qualidade e por marcas que apresentam 
maior confiança. Este grupo é composto, na grande maioria, por donas 
de casa que fazem parte da Classe C.
 ■ 22% dos consumidores consideram fatores como sensoriabilidade e pra-
zer como os principais que interferem em suas decisões de compra de 
alimentos. Para este grupo de consumidores, o importante é que a comida 
seja gostosa e atraente. Sua característica sociodemográfica não difere 
muito do perfil da população em geral.
 ■ Por fim, 21% do mercado consumidor de alimentos leva em consideração 
os fatores saudabilidade, sustentabilidade e ética em suas decisões de 
compra. Enquadram-se, neste grupo, os consumidores que buscam por 
alimentos que podem trazer algum benefício à saúde, como os funcio-
nais,e priorizam a compra de alimentos cujo fabricante protege o meio 
ambiente ou tem projetos sociais. Este perfil, no Brasil, está mais presente 
entre pessoas casadas pertencentes à classe C.
d) Caracterização do mercado 
Nesta etapa, você deve pesquisar fatores com relação ao macroambiente do 
empreendimento e do produto, iniciando com a definição precisa da área de 
mercado do empreendimento, indicando, se for o caso, os percentuais desti-
nados ao mercado interno e externo: em nível local, estadual e internacional. 
Deve-se definir, assim, o mercado-alvo: Quem comprará? Quanto comprará? À 
que preço comprará?
Além disto, deve-se listar quais as possíveis ameaças e oportunidades de 
mercado, analisando informações sobre:
 ■ O comportamento do consumo histórico do produto nos últimos 
anos: como tem evoluído, se o mercado se expandiu nacionalmente e 
internacionalmente. 
 ■ Qual o comportamento dos preços dos produtos: padrão sazonal, tendência.
O Estudo e Análise de Mercado
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 ■ Qual a capacidade de produção nacional e internacional.
 ■ Quais os canais de comercialização disponíveis.
 ■ Quais os tipos de leis existentes que regulam a comercialização do produto.
 ■ Se o produto é para exportação, quais os tipos de barreiras sanitárias exis-
tem e qual a padronização que o produto deve ter.
 ■ Qual é o perfil do consumidor: hábitos, cultura, nível de renda, sexo, faixa 
etária, setor produtivo, limite geográfico...
 ■ Quais os impostos incidentes sobre a comercialização do produto e os 
incentivos fiscais.
 ■ Forma de distribuição dos produtos.
 ■ Qualidades alternativas dos produtos e classificações utilizadas.
 ■ Qualidade mínima exigida pelo mercado.
 ■ Séries temporais de quantidades produzidas e de preços recebidos.
 ■ Volumes mínimos e máximos periódicos para comercialização.
É importante, nesta etapa, enfatizar a contribuição do novo empreendimento 
com os objetivos nacionais: breve interpretação sobre contribuição do empreen-
dimento para o desenvolvimento regional e nacional, tendo em vista os objetivos 
governamentais estabelecidos:
 ■ Empregos a serem gerados.
 ■ Infraestrutura habitacional e social.
 ■ Contribuição para a atração de divisas via fluxos comerciais.
Definido o seu produto e analisado o mercado potencial, você deve definir qual 
é a produção pretendida: física e em valor.
e) Caracterização do mercado de fatores de produção
Caro estudante, além de estudar o mercado consumidor, você deve analisar o 
mercado de Fatores de Produção: Capital Físico e Tecnológico, Capital Financeiro, 
Capital Natural, Capital Humano e Insumos disponíveis. 
ESTUDO DE MERCADO E ENGENHARIA DO PROJETO
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IIIU N I D A D E94
Na fase do diagnóstico, abordei a importância de se listar a quantidade des-
tes Fatores de Produção que a empresa já possui. Dispondo destas informações, 
cabe a você, empreendedor(a) rural, listar os Fatores de Produção que irá neces-
sitar para a atividade do projeto e mensurar a quantidade e o valor de cada um. 
Para isto, deverá obter Informações sobre os Fornecedores destes Fatores, como:
 ■ Preços esperados e praticados no mercado para cada Fator.
 ■ Disponibilidade de cada Fator no mercado.
 ■ Oferta local dos Fatores de Produção.
 ■ Qualidade necessária dos Fatores.
 ■ Informações sobre linhas de crédito disponíveis, taxa de juros e seguro 
agrícola.
 ■ Estacionalidade de preços.
 ■ Canais de comercialização.
 ■ Tempo de entrega dos insumos.
f) Caracterização da concorrência
Outra etapa importante do Estudo de Mercado é a análise da concorrência por 
meio de um método de investigação. Você deve levantar as seguintes informa-
ções sobre a concorrência: 
 ■ Identificação das empresas líderes de mercado, com suas respectivas loca-
lização e capacidade de produção dos produtores.
 ■ Estrutura de mercado oa qual a sua empresa se insere: pequeno número 
de grandes produtores, grande número de pequenos produtores, existên-
cia de empresas líderes, entre outros.
 ■ Preços praticados pela concorrência.
 ■ Qualidade dos produtos.
 ■ Formas de comercialização e distribuição praticadas pela concorrência.
 ■ Mercado de produtos substitutos e complementares.
De posse destas informações, você irá mensurar com mais precisão o tamanho 
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potencial de mercado para o seu produto, bem como os principais desafios a 
serem enfrentados.
PROJEÇÃO DE DEMANDA E RECEITA DO PROJETO
Prezado estudante, analisado o potencial de mercado, procurarei relacionar, a seguir, 
alguns critérios e técnicas de projeções que são utilizados para estimar as demandas 
futuras. A projeção da demanda é um processo racional de busca de informa-
ções sobre o valor das vendas futuras de um determinado produto e/ou serviço e 
de informações sobre a evolução da qualidade e a existência de novos mercados.
Será que o produto que eu quero produzir tem demanda? 
ESTUDO DE MERCADO E ENGENHARIA DO PROJETO
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IIIU N I D A D E96
Segundo Horngren (2004, p. 241), a Previsão de Vendas é um prognóstico 
do volume de vendas futuras sob um determinado conjunto de condições. Por 
exemplo, sabemos que, se instituirmos técnicas de marketing, como propaganda, 
promoções, mudança na embalagem do produto ou em um determinado atri-
buto técnico, poderemos ter um aumento no volume de vendas. Outro fator é que 
se conseguirmos comprar matérias-primas com um preço mais baixo, podemos 
vender nossos produtos com um preço melhor e nos tornarmos mais competi-
tivos e, assim, aumentar o volume de vendas. 
Feita a previsão de demanda futura do produto, poderemos determinar e 
elaborar o nosso Orçamento de Vendas (será visto na próxima unidade), que 
representa o resultado das decisões dos gestores da empresa sobre qual política 
de vendas eles se basearam. 
Quanto à elaboração da previsão de demanda, segundo Welsh (1983, p. 
100), normalmente, são elaboradas por pessoas especialistas na área (economis-
tas, estatísticos, engenheiros...) que empregam diversas análises complexas, tais 
como: séries de tempo, correlação, modelos matemáticos, ajustamento exponen-
cial e pesquisa operacional. 
Um grande avanço nesta área é o uso de Softwares Estatísticos para realizar 
análises simples, sofisticadas e complexas. Alguns exemplos de software utili-
zados são: o SAS, o SPSS, o Minitab, o Stata e o Statistica, a maioria deles, em 
inglês. Em português, existe o SAEG, desenvolvido pela Universidade Federal 
de Viçosa. Todos esses softwares são simples e têm uma estrutura similar, logo, 
aprender um deles dá base para migrar para qualquer outro. A planilha Excel 
também pode ser usada para analisar dados estatísticos, porém, para técnicas 
mais avançadas, tem que se desenvolver rotinas específicas, o que demanda um 
bom conhecimento do Excel.
A seguir, irei apresentar alguns critérios e técnicas que devem ser utilizados 
para o desenvolvimento de um Plano de Projeção de Demanda
 ■ Etapas de um Modelo de Projeção de Demanda: 
 ■ Objetivos.
 ■ Coleta e análise de dados.
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 ■ Seleção da técnica.
 ■ Obtenção da previsão.
 ■ Monitoramento.
1. Definição do Objetivo
A primeira etapa consiste em definir qual o produto ou quais famílias de produtos 
será feita a previsão, para qual horizonte de tempo a previsão se destinará, qual 
o grau de acuracidade e de detalhe com que a previsão trabalhará,que recursos 
estarão disponíveis para esta projeção.
2. Coleta e Análise dos dados
Nesta fase, você deve ter um amplo conhecimento do setor no que tange à sua 
estrutura, funcionamento e tendências. Assim, primeiramente, você deve reali-
zar uma pesquisa minuciosa sobre o setor da atividade de seu projeto, deve-se 
conhecer as especificidades do setor, como está estruturado, como é o seu fun-
cionamento e possíveis tendências. 
Conhecer o ramo de atividade de seu empreendimento é fundamental para 
identificar os fatores de real importância que podem influenciar a demanda futura 
e que influenciaram o comportamento da demanda passada do seu produto.
A seguir, irei apresentar algumas indagações que podem conduzir o seu 
raciocínio:
 ■ Qual é a produção total do bem na economia ou na região em estudo?
 ■ Há importação deste produto? Qual o montante desta importação?
 ■ O produto é exportado? Qual o montante exportado? Para onde é expor-
tado? Quais os critérios para se exportar?
 ■ Há estocagem nas fábricas, nos intermediários, nos consumidores finais?
 ■ Qual é o verdadeiro consumo do bem?
 ■ Há fatores influenciando a produção do bem (como carência de insumos, 
dificuldade na obtenção da tecnologia, mão - de - obra especializada...)?
 ■ Há vantagens fiscais com a exportação ou importação do produto?
ESTUDO DE MERCADO E ENGENHARIA DO PROJETO
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IIIU N I D A D E98
 ■ Há limitações pelos fretes, para a movimentação do produto?
 ■ O produto é de baixo valor agregado, de modo que se torna inviável o 
preço do transporte para lugares muito distantes do seu local de origem?
 ■ Há incentivos do governo para a produção do setor em estudo?
 ■ Há fatores limitativos influenciando o consumo do produto?
 ■ A renda dos consumidores é suficiente para o consumo do bem?
A seguir, vou listar alguns cuidados básicos que devem ser tomados na coleta 
de dados:
 ■ As técnicas de previsão terão menor margem de erro quanto maior for o 
banco de dados históricos coletados e analisados.
 ■ Os dados devem buscar a caracterização da demanda real pelos produ-
tos da empresa, que não é, necessariamente, igual às vendas passadas.
 ■ Devem ser analisados dados compatíveis com o comportamento normal 
da demanda, ou seja, as variações extraordinárias da demanda decor-
rentes de greves, promoções, entre outros fatores que fazem com que a 
demanda saia do seu comportamento normal, devem ter seus valores 
substituídos por valores médios.
 ■ O tamanho do período de consolidação dos dados (semanal, mensal...) 
tem influência direta na escolha da técnica de previsão mais adequada, 
assim como na análise das variações extraordinárias.
Caro estudante, seguem alguns sites importantes para a coleta de dados do 
setor agropecuário:
Site do IBGE/Sidra: https://sidra.ibge.gov.br/pesquisa/censo-agropecuario/
censo-agropecuario-2017. 
Site da Conab – Comanhia Nacional de Abastecimento: https://www.conab.
gov.br/. 
Site do IEA – Instituto de Economia Agrícola: http://www.iea.sp.gov.br/out/
bancodedados.html. 
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Após coletados os dados e digitados no sistema, estes devem ser avaliados, ou 
seja, é necessária uma análise exploratória dos dados para que possíveis distor-
ções sejam retiradas dos históricos. Essas distorções podem ser causadas por: 
erro na digitação dos dados; falta de produtos; especulação do mercado sobre 
variações de preço; eventos esporádicos que têm relação com a demanda; expec-
tativas de promoções etc. Além disso, para previsão, é importante trabalhar com 
dados de demanda, e não de entregas ou faturamento. Isso exige outro “filtro 
manual” dos dados na entrada do sistema de previsão.
3. Seleção da Técnica de Análise
Nesta fase, você deverá selecionar a técnica mais adequada para realizar as 
projeções de demanda de seu produto. A sofisticação e o detalhamento do modelo 
dependem da importância relativa do produto a ser previsto, ou da família de 
produtos, e do horizonte ao qual a previsão se destina. Quanto maior o horizonte 
de tempo para as previsões, maior margem de erro será permitida.
As técnicas de previsão podem ser qualitativas e quantitativas e todas elas 
consideram como hipóteses simplificadoras os seguintes fatores:
 ■ As causas que influenciaram a demanda passada continuarão a agir no 
futuro.
 ■ Todas as previsões possuem margem de erro, visto que não somos capa-
zes de prever todas as variações aleatórias que ocorrerão.
 ■ Quanto maior o período de tempo da previsão, maior a margem de erro 
aceita.
Técnicas Qualitativas de Previsão de Demanda
As técnicas qualitativas se apoam em dados subjetivos baseados em opini-
ões e pré-julgamentos de pessoas especialistas nos produtos ou nos mercados 
em que atuam os produtos. Estas pessoas podem ser: executivos, produtores, 
clientes, vendedores e levantamento junto a consumidores acerca da possibili-
dade futura de vendas do produto.
Os principais métodos qualitativos de previsão de demanda são: listagem de 
fatores, extrapolação e construção de cenários. Estes são métodos não-científicos 
ESTUDO DE MERCADO E ENGENHARIA DO PROJETO
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IIIU N I D A D E100
de previsão de demanda, mas que se utilizam de uma metodologia para minimi-
zar a incerteza decorrente da subjetividade da análise ambiental, no momento 
da previsão.
Listagem de fatores:
Este método consiste na construção de um banco de dados que contêm os fato-
res micro (preço, capacidade de produção, quantidade ofertada pela concorrência, 
potencial do mercado etc.) e macroeconômicos (taxa de juros, impostos, crédito, 
abertura dos mercados etc.) que podem afetar as previsões de demanda da empresa. 
Assim, de forma simples, você pode estimar a demanda futura de seu produto.
Extrapolação:
Este método consiste em projetar a demanda futura a partir da demanda pas-
sada da empresa e/ou do setor, incluindo a análise das sazonalidades das vendas e 
dos ciclos de vendas. Deve-se tomar cuidado com períodos em que a demanda foi 
incentivada por influência do ambiente econômico, como planos governamentais.
Construção de cenários:
O método de construção de cenários é um modelo de simulação e leva em 
consideração as incertezas futuras, por trabalhar com três tipos de cenários: pes-
simista, otimista e cenário base. 
Para trabalhar com a construção de cenários, primeiramente, você deve levan-
tar os dados históricos de vendas da sua empresa, ou de empresas semelhantes 
ou do setor. Segundo, você deve identificar as variáveis econômicas que podem 
afetar as vendas do produto, como: inflação, variação de impostos, oferta de pro-
dutos similares, matérias-primas disponíveis, capacidade de produção, recursos 
financeiros (crédito rural), subsídios governamentais, seguro rural, surgimento 
de novos mercados etc. Após analisar estas variáveis econômicas, você deve fazer 
o cálculo da previsão de vendas com base na análise de cenários.
Técnica Quantitativa de Previsão de Demanda:
As técnicas quantitativas envolvem a análise numérica dos dados passados que, 
combinadas com outras técnicas, como a aplicação de questionários e o uso da 
matemática e estatísticas, realizam previsões mais confiáveis da demanda futura. 
Esta técnica não utiliza fatores subjetivos, como opiniões pessoais ou palpites.
As técnicas quantitativas podem ser subdivididas em dois grandes grupos: 
as técnicas baseadas em séries temporais e as técnicas causais (mais conhecidos: 
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Regressão Simples e Múltipla). A principal diferença entre estes dois tipos detécnicas é que o primeiro se baseia na hipótese de que o futuro será uma continu-
ação ou extrapolação do passado, e o segundo procura mostrar relações do tipo 
“causa e efeito” para explicar o comportamento da variável. Atualmente, o com-
putador (software) tem tido papel fundamental para a aplicação de tais técnicas.
Cabe ressaltar, caro estudante, que a seleção do modelo mais apropriado 
de previsão é função de seis fatores: horizonte de previsão, acurácia desejada, 
padrões da demanda, custo da técnica, disponibilidade de dados e complexi-
dade dos modelos.
A seguir, irei apresentar alguns modelos de técnicas utilizando séries tem-
porais e modelos de regressão:
a) Com base na taxa média aritmética de crescimento do consumo, proje-
tada a partir do último valor verificado:
V V ikn � �� �0 1
Em que,
V0 : o valor no período inicial ou base.
Vn : é o valor no período final.
k : período, em unidade de tempo, decorrido entre 0 e n . 
i : taxa de crescimento por unidade de tempo.
Isolando o i , obtém-se a taxa aritmética de crescimento:
i
V
V
k
n
�
�
�
�
�
�
� �
0
1
b) Com base na taxa geométrica de crescimento correspondente ao cresci-
mento do valor final da série, a partir do valor inicial.
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IIIU N I D A D E102
As taxas geométricas de crescimento são obtidas, segundo Cassaroto Filho 
e Kopittke (2000), por meio do desenvolvimento da seguinte fórmula:
V V in
k� �� �0 1
Em que,
V0 : é o valor no período inicial ou base.
Vn : é o valor no período final.
k : período, em unidade de tempo, decorrido entre 0 e n . 
i : taxa de crescimento por unidade de tempo.
Isolando o i , obtém-se a taxa geométrica de crescimento utilizada na pesquisa:
i V
V
xn k
�
�
�
�
�
�
� �
�
�
�
�
�
�
�
�
�
�0
1
1 100
c) Outro processo de projeção da demanda é por meio de técnicas causais 
de regressão pelo Método dos Mínimos Quadrados Ordinários:
Por meio deste método, é possível calcular o valor de uma grandeza (variá-
vel) em função de outras grandezas (outras variáveis). Este método é utilizado 
quando os dados que representam as outras grandezas podem ser estimados com 
facilidade e quando há uma relação causal destas variáveis, que chamamos de 
explicativas, com a variável a qual se quer determinar ou explicar o comporta-
mento, que chamamos de variável dependente.
Assim, para determinar a Demanda Futura, é necessário obter uma série histó-
rica das vendas ou volume de receitas, bem como uma série histórica das variáveis 
que, a priori, se julga influenciar as vendas. Após o levantamento dos dados, deve-
se elaborar uma expressão algébrica que relaciona a variável dependente (volume 
de vendas ou receita) com as variáveis explicativas de seu comportamento.
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Este método procura ajustar uma curva aos pontos relativos e aos consumos 
ou demandas passadas, em que:
Ajustamento linear: .C a bXt� � 
Em que a e b são parâmetros a determinar; C é a função consumo ou 
demanda, t é a variável tempo, e X é a variável explicativa.
Para a utilização desta técnica, normalmente, são utilizados ferramentas e 
softwares, como Excel, SAS, Estata e Shazan, para calcular de forma rápida as 
previsões de venda com base em séries históricas de dados.
4. Obtenção da previsão
Após a definição da técnica que será utilizada para a previsão e a obtenção 
dos dados passados para obter os parâmetros necessários, podemos conseguir 
as projeções futuras da demanda. É melhor trabalhar com horizontes de tempos 
mais curtos, pois quanto maior for o horizonte pretendido, menor a confiabili-
dade na demanda prevista.
5. Monitoramento
Feita a previsão, você deve monitorar e comparar se as previsões estão sendo 
verificadas pela demanda real, deve-se, assim, verificar a extensão da diferença 
entre a demanda real e a prevista, para analisar se a técnica utilizada e os parâ-
metros empregados ainda são válidos. 
Existem vários fatores que podem afetar o desempenho de um modelo de 
previsão, sendo que os mais comuns são:
 ■ A técnica utilizada para previsão pode ser usada incorretamente ou ser 
mal interpretada.
Qual a importância de uma projeção de demanda coerente em um projeto 
de investimento?
ESTUDO DE MERCADO E ENGENHARIA DO PROJETO
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IIIU N I D A D E104
 ■ A técnica de previsão perdeu a validade devido à mudança em uma vari-
ável importante, ou devido ao aparecimento de uma nova variável.
 ■ Variações irregulares na demanda podem ter acontecido em função de 
greves, formação de estoques temporários, catástrofes naturais etc.
 ■ Ações estratégicas da concorrência, afetando a demanda.
ENGENHARIA DO 
PROJETO
Caro estudante, na seção ante-
rior, você aprendeu como analisar e 
mensurar a demanda futura para seu 
produto. Tendo conhecimento do 
quanto vender é que você irá pla-
nejar o quando produzir. Assim, 
a fase de Engenharia do Projeto 
é a fase na qual você irá definir a 
capacidade de produção do seu 
empreendimento. Para isto, apresen-
tarei a você alguns aspectos básicos, de 
extrema importância, que fazem parte 
da fase de engenharia do projeto.
Caro estudante, para saber mais sobre a projeções de longo prazo do agro-
negócio brasileiro de 2016/2017 a 2026/2027, acesse o link: http://www.
agricultura.gov.br/assuntos/politica-agricola/todas-publicacoes-de-politi-
ca-agricola/projecoes-do-agronegocio/projecoes-do-agronegocio-2017-a-
-2027-versao-preliminar-25-07-17.pdf.
Engenharia do Projeto
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105
No caso do agronegócio, na definição da produção, temos que levar em 
conta a produtividade, que é determinada pelo tipo de tecnologia que inserimos 
no processo produtivo, pela qualidade dos insumos e pelo tipo de solo e clima. 
É nesta etapa que devemos descrever as fases do processo produtivo com a 
indicação da procedência da tecnologia e forma de obtenção. No caso da agricul-
tura, por exemplo, devemos apresentar como será realizado o plantio, a colheita, 
a estocagem e o transporte dos produtos. Assim devem ser definidos:
a. Seleção e Descrição da Tecnologia empregada no Processo Produtivo:
Primeiramente, você deve selecionar e especificar a tecnologia (máquinas e equi-
pamentos) e os fatores de produção que você irá utilizar no processo produtivo, 
o qual também deve ser selecionado e descrito.
A escolha do tipo de equipamento e sua especificação são importantes para 
caracterizar a escala de produção e o grau de mecanização do seu empreendi-
mento. Muitas vezes, um determinado grau de mecanização só é justificado 
acima de certa escala de produção. 
Na descrição da tecnologia, você deve listar toda a máquina e todo o equipa-
mento que serão utilizados na produção, não importando se estas serão alugadas 
ou compradas, a diferença estará na caracterização dos custos do projeto, se você 
comprar, será descrita como investimento, se você alugar, será descrito como 
custo operacional.
No caso da agricultura, você deve, primeiramente, identificar a quantidade 
de trabalho que as máquinas e implementos agrícolas são capazes de executar por 
unidade de tempo, ou seja, você deve identificar a capacidade operacional das 
máquinas e dos equipamentos. Esta capacidade é denominada de Capacidade 
de Campo, sendo medida pela fórmula:
Cc �
área trabalhada
unidade de tempo
Além desta fórmula mais geral, existem outras mais precisas para analisar a 
capacidade de produção das máquinas agrícolas (PACHECO, 2000). São elas: 
 ■ Capacidade de Campo Teórica (CcT): 
ESTUDO DE MERCADO E ENGENHARIA DO PROJETO
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IIIU N I D A D E106
É obtida a partir de dados que representam as características de cada modelo de 
máquina agrícola, como: largura de corte e velocidade de deslocamento. Sendo 
medida pela razão entre a área trabalhada, representada pela largura de corte, 
e o tempo efetivo, como se trabalhasse 100% do tempo na velocidade nominal, 
utilizando 100% da sua largura nominal. Normalmente, é expressa em hectare 
por hora.
C T ha h
L m x V km h
x nPc /
/
10
Em que:
L : largura de trabalho (m).
V : velocidade de trabalho (km/h).
nP : número de passadas.
Exemplo: considere que uma máquina de semeadura desenvolveu uma velo-
cidade de trabalho de 7 km/h e largura efetiva de 5 m, sua capacidade de campo 
total será: 
C T ha h x ha hc / , /� � � �
5 7
10
3 5
 ■ Capacidade de Campo Efetiva (CcE):
Outra forma de medir o Desempenho Produtivo de uma máquina é por meio da 
capacidade de campo efetiva da máquina. Medido pela área trabalhada, represen-
tada pela largura de corte, e o tempo de produção, representado pela velocidade 
de deslocamento real. Normalmente, esta medida é expressa em hectare por hora.
C E ha h
L m x V km h
 x nP
Ecc /
/
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Onde:
Ec : eficiência de campo (decimal).
L : largura de trabalho (m).
V : velocidade de trabalho (km/h).
nP : número de passadas.
Na prática, para se determinar a capacidade efetiva de trabalho de uma máquina, 
você deve verificar o número de hectares trabalhados num determinado perí-
odo de tempo. 
Exemplo: se uma semeadora-adubadora plantou 5 ha de milho em 3 horas, 
então, a capacidade de campo efetiva é:
C E ha h área
tempo
ha
h
ha hc / , /� � � � �
5
3
1 66
 ■ Eficiência de campo (Ec):
É medido pela razão entre o tempo operacional efetivo e o tempo total de campo 
ou entre a capacidade de campo efetiva e a capacidade de campo teórica. Veja, 
primeiramente, a fórmula com relação ao tempo:
E ToF
TtC
xc = 100
Onde:
ToE = Tempo Operacional Efetivo: é o tempo real de funcionamento da 
máquina, isto é, o tempo durante o qual a máquina está realmente desempe-
nhando a função para a qual foi projetada.
TtC = Tempo total de campo: é a soma do tempo operacional efetivo com 
os tempos perdidos.
TtC ToF TP� � 
TP=Tempos perdidos: é a perda de tempo que ocorrem durante o traba-
lho da máquina no campo, como: perdas causadas por obstruções no campo, 
ESTUDO DE MERCADO E ENGENHARIA DO PROJETO
Reprodução proibida. A
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IIIU N I D A D E108
ajustes ou reparos em operação, parada para descanso, manobras de cabeceiras, 
abastecimento de depósitos de adubo e sementes etc. 
A outra forma de medir a Eficiência no Campo é dada pela razão entre a 
capacidade de campo efetiva e a capacidade de campo teórica:
E CoE
CtT
xc = 100
Exemplo: considerando que uma máquina de semeadura possui 
CcE ha h=1 66, / e CcT ha h= 3 5, / , a Eficiência de Campo desta máquina 
é da seguinte ordem: 
E xc = =
1 66
3 5
100 0 47 47,
,
, % ou 
A Tabela 1 ilustra alguns cálculos sobre a Eficiência de Campo e Velocidade 
de Trabalho de algumas máquinas agrícolas.
EQUIPAMENTO VELOCIDADE (KM /H) EC (%)
Arados 4 a 8 70 a 85
Grades pesadas 5 a 7 70 a 90 
Grades niveladoras 7 a 9 70 a 90 
Escarificadores 5 a 8 70 a 85
Subsoladores 4 a 7 70 a 90 
Enxadas rotativas 2 a 7 70 a 90 
Semeadoras de sementes miúdas 4 a 8 65 a 80
Semeadoras de sementes graúdas (de precisão)
Plantio direto 3 a 7 50 a 75
Plantio convencional 4 a 8 50 a 75
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EQUIPAMENTO VELOCIDADE (KM /H) EC (%)
Cultivadores 3 a 5 70 a 90 
Pulverizadores 5 a 8 60 a 75
Colhedora de arrasto 3 a 6 60 a 75
Colhedora combinada automotriz 3 a 6 65 a 80
Colhedora de forragem 4 a 7 50 a 75
Ceifadoras 6 a 9 75 a 85
Tabela 1 - Velocidades de trabalho e eficiências de campo (Ec%) para operações com diferentes máquinas e 
implementos agrícolas / Fonte: adaptada de Pacheco (2000).
Considerando a escolha da tecnologia, existem alguns critérios que devem ser 
seguidos na seleção das máquinas agrícolas, segundo Pacheco (2000), são três:
1. Tamanho da área que você irá mecanizar.
2. Calcular as eficiências de campo (Ec) e as velocidades de trabalho de cada 
modelo de máquinas de acordo com as atividades a serem executadas.
3. O tempo de campo disponível para execução das operações - TC (horas):
a. Jornada diária da máquina no campo - JD (h/dia).
b. Número total de dias para execução das operações de campo - TD.
c. Número de dias perdidos - DP.
d. Número de dias de final de semana e feriados.
e. Número de dias perdidos devido ao clima.
Todos estes fatores são essenciais para que você, Caro estudante, consiga deter-
minar a capacidade produtiva das máquinas e das atividades. No entanto, 
muitas vezes, o agricultor, por falta de conhecimento, utiliza como parâmetro a 
capacidade produtiva que vem especificada nos próprios modelos das máqui-
nas, encontrada em rótulos e sites de vendas do produto.
O Quadro 2 apresenta um modelo de como você pode apresentar a especifi-
cação das máquinas e do equipamento que irá utilizar no seu empreendimento, 
independentemente se irá alugar ou comprar.
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IIIU N I D A D E110
FATORES DE PRODUÇÃO QUANTIDADE ESPECIFICAÇÃO PROCEDÊNCIA*
Trator de pneu    
Colheitadeira Unidades Função Próprio
Plantadeira Utilizadas Marca Irá comprar
Semeadoras Modelo Irá alugar
Pulverizadores Capacidade produ-
tiva 
Carreta agrícola Velocidade
Distribuidor de Ureia Largura dos itens 
ativos
Arados Tipo de combustível
Grades Capacidade do 
motor
Sulcadores  
Ensiladoras   
Roçadoras  
Rolo faca/destorroador  
Batedoras de cereais    
Motor estacionário    
Misturador de alimentos    
Triturador de milho    
Camionete adiesel    
Quadro 2 - Exemplo típico de especificação de máquinas e equipamentos / Fonte: a autora.
* Você deve especificar a quantidade de cada máquina e equipamento que serão 
necessários e se você já possui, se irá comprar o ativo fixo ou se irá alugar. Os 
ativos comprados entram como investimento; os alugados entram como despe-
sas operacionais, o valor do aluguel e a manutenção; e os próprios entram como 
despesas operacionais o gasto com manutenção.
a. Viabilidade Técnica da Compra de Máquinas e Equipamento Agrícolas
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Caro estudante, muitas vezes, dependendo da escala de produção e da frequência de 
uso das máquinas, vale mais a pena alugar (quando possível) do que investir na 
compra da mesma. No meio rural, é muito comum você alugar colheitadeira, 
semeadora, veículos automotivos, entre outros, devido ao alto valor do inves-
timento destes bens fixos. Assim, você deve verificar se existe uma viabilidade 
técnica que justifique a compra destes ativos. 
Neste sentido, antes de definir se irá comprar ou alugar, você deve fazer um 
planejamento das atividades que serão mecanizadas em um dado ano-safra. 
Para isto, primeiramente, você deve fazer um levantamento das principais ope-
rações mecânicas necessárias durante um ano agrícola e, a partir disto, criar 
um programa de trabalho para a execução de cada atividade (total de dias e 
rendimento em hectares/dia), que vai desde a implantação de áreas novas até o 
tratamento de culturas.
Baseado nestas informações, você pode dimensionar com maior precisão a 
quantidade de horas-máquina necessária para a realização das suas atividades.No entanto, deve-se levar em consideração alguns fatores que interferem na 
determinação dos dias úteis de trabalho: condições climáticas; dimensões, relevo 
e tipo de solo e o período apropriado de colheita.
Outro fator importante é em relação à mão - de - obra. Deve-se estabelecer 
para a equipe os dias da semana que serão trabalhados e o número de horas da 
jornada diária. 
É comum o aumento da jornada de trabalho para dois turnos de 8 horas ou 
três turnos de 6 horas, para otimizar o uso do maquinário e cumprir as metas 
estabelecidas. 
Assim, calculada a hora-máquina necessária para a realização de cada atividade 
e estabelecida a meta de hectares por dia a ser atingida, você pode dimensionar 
o maquinário agrícola necessário. É importante enfatizar que o maquinário deve 
trabalhar o máximo de horas possíveis para ser viável tecnicamente.
O Quadro 3 apresenta um modelo no qual você pode dimensionar com 
maior precisão a quantidade de horas-máquina necessária para a realização das 
suas atividades e verificar, baseado(a) nos custos da compra e do aluguel se vale 
ou não a pena comprar.
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IIIU N I D A D E112
Máquina  
Marca  
Modelo  
Ano  
ANÁLISE TÉCNICA ESPECIFICAÇÃO
Atividades que utilizarão a 
máquina
 
Área (ha) Área a ser colhida por atividade
Faixa de trabalho (m) Largura trabalhada pela máquina
Velocidade (km/h) Velocidade média da máquina
Eficiência (%) Quantidade efetiva de trabalho realizada por 
atividade
Rendimento operacional (h/ha) Horas trabalhadas por hectare
Área a trabalhar (ha) Área a ser colhida por atividade
Período de trabalho total (dias/
ano) 
Número de dias por ano em que o serviço 
será realizado
Dias efetivamente trabalháveis 
(dias)
Total das atividades
Horas de trabalho por dia (h) Horas da jornada de trabalho na realização do 
serviço
Capacidade operacional (h/ano) Quantidade de horas de trabalho que a má-
quina consegue atender
Área total de trabalho (ha) Área que será efetivamente trabalhada
Utilização anual (h) Número de horas para executar os serviços 
especificados
Equipamentos necessários 
(unidade)
Quantidade de máquinas necessárias para 
executar os serviços pretendidos
Equipamentos existentes (uni-
dade)
Quantidade de máquinas similares disponí-
veis na propriedade
Déficit (-) ou superávit (+) Quantidade de máquinas em falta ou em 
excesso disponíveis na propriedade
Valor da máquina nova Valor de mercado de uma máquina nova
Valor da máquina usada Valor de mercado de uma máquina usada
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Valor do aluguel da máquina 
(dia)
Total gasto com o aluguel da 
máquina
Valor do aluguel vezes o número de dias 
trabalhados (total de atividades/ano
Viabilidade técnica Parecer
Quadro 3 - Exemplo de viabilidade técnica na aquisição de equipamento / Fonte: adaptado de Apepa (2018, on-line)1.
b. Descrição da infraestrutura necessária à atividade do projeto 
Você deve apresentar, no projeto, toda a infraestrutura necessária à produção, 
como: edifícios industriais, barracões, benfeitorias e outros tipos de instalações 
adicionais destinadas ao projeto. Nele devem ser anexadas plantas, layouts e flu-
xogramas do processo produtivo.
A Tabela 2 apresenta um exemplo de como você pode descrever as construções 
e benfeitorias que serão utilizadas na fase de execução do projeto, especificando os 
itens que o empreendedor já possui e os que deverão ser construídos e investidos. 
ESPECIFICAÇÃO CARACTERÍSTICAS VA L O R 
(R$)
APROPRIAÇÃO* INVESTIMENTO**
Barracões 100 m2. $$$ % %
Casa alvenaria 90 m2. $$$ % %
Casa madeira 60 m2. $$$ % %
Galpão alve-
naria
400 m2. $$$ % %
Tulha 50 m2. $$$ % %
Outros     % %
TOTAL -  $$$  -  
Tabela 2 - Exemplo de especificação das construções e das benfeitorias / Fonte: a autora.
(*)Apropriação representa quanto dos m2 de cada item que o empreendedor já 
possui e que serão utilizados na atividade do projeto. Este dado é importante para 
fazer o rateio dos custos de manutenção, seguro e depreciação que serão apro-
priados pela atividade, ou seja, o quanto essa atividade utilizada das construções 
e benfeitorias tem que contribuir para manter essas instalações.
(**) Investimento representa quanto dos m2 de cada item que o empreendedor 
terá que investir para a atividade do projeto.
ESTUDO DE MERCADO E ENGENHARIA DO PROJETO
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IIIU N I D A D E114
 d) Cálculo da mão de obra empregada
A descrição da área a ser trabalhada e do capital humano a ser empregado nas 
atividades do projeto já foi estudado na Unidade 2 de nosso livro. No entanto, 
caro estudante, precisamos calcular o custo da mão - de - obra empregada. 
O valor da mão de obra compreende, além do salário base (piso da categoria 
na região da empresa), os encargos e benefícios. A Tabela 3 apresenta um exem-
plo de como fazer estes cálculos.
Por meio da Tabela 3, verificamos que um trabalhador rural, no regime de 
contrato de trabalho permanente, com salário base de R$ 1.200,00, quando inclu-
ímos os encargos, as provisões e os gastos com rescisão contratual, têm o seu 
custo aumentado em 45,59%, saindo, para a empresa, R$ 1.647,72 por mês ou 
R$ 7,92/ hora. Também podem ser acrescentados no custo os benefícios conce-
didos pela empresa, como: alimentação, transporte e auxílio moradia.
TRABALHADORES RURAIS
Itens Especificação Perma-
nente
Tempo-
rário
Contra-
to safra
Exem-
plo de 
perma-
nente
Salário nominal   1.200
Meses do ano Meses traba-
lhados.
12
Dias do mês Dias de traba-
lho.
26
Os itens de infraestrutura que o empreendedor terá que construir irá entrar 
na planilha de investimento. Entretanto, caso a sua propriedade já tenha es-
tas construções e benfeitorias, a sua manutenção entra nos custos fixos do 
projeto, rateados por atividades.
Fonte: a autora.
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TRABALHADORES RURAIS
Jornada (horas) Horas diárias 
de trabalho.
8
Salário (hora) Valor do salá-
rio por hora.
5,77
PROVISIONAMENTOS
Férias 1/12 salário 
nominal.
8.33% 8.33% 8.33% 99,96
Adicional de férias 1/12 de 1/3 
salário nomi-
nal.
2.78% 2.78% 2.78% 33,36
FGTS sobre adicional 
de férias
8% do adicio-
nal de férias.
0.22% 0.22% 0.22% 2,64
13º salário 1/12 salário 
nominal.
8.33% 8.33% 8.33% 100,00
FGTS sobre o 13o 
salário
8% do 13º 
salário.
0.67% 0.67% 0.67% 8,00
Encargos  
FGTS 8% sobre o 
salário nomi-
nal.
8% 8% 8% 96,00
Incra
0.2% sobre 
o salário 
nominal.
0.20% 0.20% 0.20% 2,40
Salário educação
2.5% sobre 
o salário 
nominal.
2.50% 2.50% 2.50% 30,00
Seguro acidente de 
trabalho
2% salário 
nominal. 2% 2% 2% 24,00
RESCISÃO CONTRATUAL
Aviso prévio 1/12 do salá-
rio nominal. 8% 0% 4.17% 50,00
INSS sobre aviso prévio
1/12 de 2.7% 
do salário 
nominal.
0.225% 0% 0.113% 1,36
ESTUDO DE MERCADO E ENGENHARIA DO PROJETO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIIU N I D A D E116
RESCISÃO CONTRATUAL
FGTS - multa rescisória
50% do FGTS 
(8%). 4% 0% 0% 0.00
TOTAL   45.59% 33.03% 37.31%
R$ 
1.647,72
TOTAL HORA
208 HORAS 
MENSAIS.
R$ 7,92 /
HORA
Tabela 3 - Custo do trabalhador rural / Fonte: adaptado de Conab (2010, on-line)2.
e. Planejamento das atividades do projeto
Outro item de extrema importância do projeto é a elaboração do Programa de 
Trabalho ou o Cronograma de Execução das Atividades. É importante o empre-
endedor conhecer todas as etapas do processo produtivo, para que possa planejar 
as etapas de contratação dos fatores de produção e compras dos insumos. 
Uma das formas de apresentar as atividades do projetoé por meio da elabo-
ração da Estrutura Analítica do Projeto (EAP), um organograma em que são 
especificados os componentes e as atividades necessárias à sua conclusão (PMBOK, 
2015). A Figura 1 apresenta um exemplo de EAP para o cultivo da soja.
Figura 1 - Estrutura analítica do cultivo da soja
Fonte: adaptado de Silva et al. (2010 apud Guiducci et al., 2012).
A partir da Estrutura Analítica do Projeto, você deve elaborar o cronograma 
físico das atividades, em que você irá descrever de forma sequencial as ativida-
des a serem desenvolvidas no projeto com a duração (dias/ meses) para cada 
etapa especificada. O Quadro 4 apresenta um exemplo para o cultivo de soja.
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ESPECIFICAÇÃO
UNI-
DADE
QUANTI-
DADE
(POR 
HECTARE)
NÚMERO 
DE 
REPETI-
ÇÕES
DATA 
DE 
INÍCIO
DATA 
DE
TÉR-
MINO
1. SISTEMATIZAÇÃO DOS SOLOS
Dessecação de herbicida 1 L 1.5 1
Distribuição de herbicida 
(mecânica)
Hm* 0.3 1
2. CORREÇÃO DO SOLO
Distribuição de calcário (me-
cânica)
hm 0.075 1
Calcário dolomítico T 0.5 1
3. PLANTIO
Sementes Kg 52 1
Fungicida Kg 0.14 1
Adubo T 0.25 1
Plantio/adubação mecânica hm 0.75 1
Inseticida L 0.025 1
Micronutrientes L 0.12 1
4. TRATOS CULTURAIS
Herbicida pós-emergente 1 L 1 1
Herbicida pós-emergente 2 L 1 1
Aplicação de herbicida (me-
cânica)
hm 0.3 1
Inseticida 1 L 0.08 2
Inseticida 2 Kg 0.7 1
Inseticida 3 L 0.6 1
Aplicação de inseticida (me-
cânica)
hm 0.3 3
RESCISÃO CONTRATUAL
FGTS - multa rescisória
50% do FGTS 
(8%). 4% 0% 0% 0.00
TOTAL   45.59% 33.03% 37.31%
R$ 
1.647,72
TOTAL HORA
208 HORAS 
MENSAIS.
R$ 7,92 /
HORA
Tabela 3 - Custo do trabalhador rural / Fonte: adaptado de Conab (2010, on-line)2.
e. Planejamento das atividades do projeto
Outro item de extrema importância do projeto é a elaboração do Programa de 
Trabalho ou o Cronograma de Execução das Atividades. É importante o empre-
endedor conhecer todas as etapas do processo produtivo, para que possa planejar 
as etapas de contratação dos fatores de produção e compras dos insumos. 
Uma das formas de apresentar as atividades do projeto é por meio da elabo-
ração da Estrutura Analítica do Projeto (EAP), um organograma em que são 
especificados os componentes e as atividades necessárias à sua conclusão (PMBOK, 
2015). A Figura 1 apresenta um exemplo de EAP para o cultivo da soja.
Figura 1 - Estrutura analítica do cultivo da soja
Fonte: adaptado de Silva et al. (2010 apud Guiducci et al., 2012).
A partir da Estrutura Analítica do Projeto, você deve elaborar o cronograma 
físico das atividades, em que você irá descrever de forma sequencial as ativida-
des a serem desenvolvidas no projeto com a duração (dias/ meses) para cada 
etapa especificada. O Quadro 4 apresenta um exemplo para o cultivo de soja.
ESTUDO DE MERCADO E ENGENHARIA DO PROJETO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIIU N I D A D E118
ESPECIFICAÇÃO
UNI-
DADE
QUANTI-
DADE
(POR 
HECTARE)
NÚMERO 
DE 
REPETI-
ÇÕES
DATA 
DE 
INÍCIO
DATA 
DE
TÉR-
MINO
4. TRATOS CULTURAIS
Fungicida 1 L 0.5 1
Fungicida 2 L 0.3 1
Aplicação de fungicida (me-
cânica)
hm 0.3 2
Espalhante adesivo L 0.4 1
5. COLHEITA
Colheita mecânica hm 
0.12 
1
Quadro 4 - Cronograma físico das atividades para o cultivo da soja / Fonte: adaptado de Guiducci et al. (2012).
*hm- hora máquina – prazo de execução da atividade
Caro estudante, o cronograma físico será utilizado novamente para a elabora-
ção das planilhas de custos do projeto, que é a próxima etapa que será estudada 
na Unidade 4.
A descrição das atividades a serem desenvolvidas no projeto pode ter seus 
prazos de execução mensurados em hora-máquina e hora-homem, ou em dias 
e meses, vai depender da característica das atividades para cada etapa especifi-
cada. Todas as etapas devem estar programadas ao longo do prazo de execução 
do projeto, indicando o início e o término de cada uma.
Considerações Finais
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119
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro estudante, nesta unidade, você pôde comprovar a importância da etapa de 
Estudo de Mercado do projeto. Você verificou que um bom estudo de mercado 
também passa por um planejamento, que existem etapas que devemos seguir 
e fatores que devemos estudar com mais profundidade. Um projeto, para ser 
aprovado, deve ter três tipos de viabilidade: a mercadológica, a técnica e a econô-
mico-financeira. O estudo de mercado nos dá a viabilidade mercadológica, pois 
é nele que definimos o tamanho do potencial de mercado para o nosso produto. 
Também foram apresentadas a você algumas técnicas de projeção de demanda, 
umas mais sofisticadas e outras mais simples, que são utilizadas para reduzir o 
risco de as projeções de demanda não se verificarem na realidade.
Também tratamos, nesta unidade, da fase de engenharia do projeto, que 
tem o objetivo de nos mostrar a viabilidade técnica dele, isto é, dada o poten-
cial de mercado, iremos definir o tamanho ou a escala mínima de produção de 
nosso empreendimento, que está diretamente relacionada à disponibilidade e à 
qualidade dos fatores de produção, da tecnologia utilizada e dos ganhos de pro-
dutividade. É nesta fase que serão selecionados e descritos toda a tecnologia e 
todo o processo produtivo do empreendimento. Aqui, serão levantados dados 
sobre os fatores de produção necessários (de posse ou não da empresa), bem 
como a quantidade e o preço dos fatores. 
Além disso, prezado(a) estudante, procurei apresentar uma metodologia de 
cálculo da viabilidade técnica da compra de máquinas e equipamento agrícolas, 
que são justificados pela escala de produção da área disponível. 
Após a definição de quanto produzir e da quantidade de cada fator de pro-
dução necessário, você deverá fazer uma levantamento dos custos e despesas de 
todas as atividades do projeto. Todavia este é um assunto que iremos tratar na 
próxima unidade do livro.
120 
1. Entre os objetivos da pesquisa de mercado, estão: a pesquisa de oportunidade 
de venda e a pesquisa de esforço de vendas. Ambas são utilizadas em todas as 
abordagens específicas de marketing para firmas produtivas e agroindustriais. 
Segundo Batalha e Silva (1995), geralmente, se realiza uma pesquisa de mer-
cado antes da definição do produto para estabelecer técnicas de menor custo 
de produção, e/ou no pós-venda (para saber da aceitação). As primeiras etapas 
da pesquisa de mercado são a caracterização do produto e a caracterização do 
mercado. Sobre estas fases, leia as afirmativas a seguir
I. As características químicas e mecânicas, assim como as normas reguladoras 
da utilização do produto, fazem parte da caracterização do produto.
II. A descrição do estágio atual do desenvolvimento do produto, bem como o 
seu ciclo de vida, fazem parte da fase de caracterização do mercado.
III. O comportamento do consumo histórico do produto nos últimos anos: 
como ele tem evoluído, se o mercado se expandiu nacionalmente e interna-
cionalmente, fazem parte da fase de caracterização do mercado.
IV. O comportamento dos preços dos produtos: padrão sazonal e tendência, 
faz parte da caracterização do produto.
a) I e II, apenas.
b) I e III, apenas.
c) II, III e IV, apenas.
d) I, II e III, apenas.
e) I, II, III e IV.
2. O estudo de mercado avalia os fatores do lado da demanda e os fatores do 
lado da oferta e que podem impactar tanto de forma positiva como negativa 
a viabilidade do projeto. Definido o produto a ser produzido ou o serviço a ser 
ofertado e analisado o seu mercado potencial, devemos, então, definir qual o 
tamanho da produção pretendida e seus custos. Para isto, é necessário realizar 
um estudo sobre o mercado de fatores de produção e sobre a concorrência. 
Sobre estasduas fases do estudo de mercado, leia as afirmativas:
I. É importante investigar a oferta local dos fatores de produção e os seus pre-
ços para a definição dos custos de produção e prazos de entrega.
II. A qualidade dos fatores de produção devem ser analisados, pois devem es-
tar de acordo com os requisitos do produto, isto é, com o padrão de qualida-
de definido para o produto.
121 
III. A identificação das empresas líderes de mercado, com suas respectivas lo-
calização e capacidade de produção, importantes para que a empresa possa 
estimar a sua fatia de mercado e definir a sua capacidade produtiva. 
IV. Analisar os produtos substitutos e seus preços é importante para que a em-
presa possa ter uma base na determinação do preço que irá praticar e iden-
tificar o tamanho da concorrência.
a) I e II, apenas.
b) I e III, apenas.
c) II, III e IV, apenas.
d) I, II e III, apenas.
e) I, II, III e IV.
3. A Previsão de Vendas é um prognóstico do volume de vendas futuras sob um 
determinado conjunto de condições, baseadas em premissas elaboradas na 
análise de mercado. Existem várias técnicas (qualitativas e quantitativas) que 
podem ser utilizadas para realizar a projeção de demanda. Sobre estas técnicas, 
assinale a alternativa correta:
a) A listagem de fatores é uma técnica quantitativa que consiste na construção 
de um banco de dados que contêm os fatores micro (preço, capacidade de 
produção) e macroeconômicos (taxa de juros, impostos, crédito) que po-
dem afetar as previsões de demanda da empresa.
b) O método de construção de cenários é uma técnica qualitativa que consiste 
em projetar a demanda futura a partir da demanda passada da empresa e/
ou do setor, incluindo a análise das sazonalidades das vendas e dos ciclos 
de vendas.
c) O método de séries temporais consiste em um modelo de simulação e leva 
em consideração as incertezas futuras, por trabalhar com três tipos de cená-
rios: pessimista, otimista e cenário base.
d) O método de séries temporais é uma técnica qualitativa que se baseia na hi-
pótese de que o futuro será uma continuação ou extrapolação do passado. 
e) A técnica causal, também conhecida como regressão linear simples e múlti-
pla, procura mostrar relações do tipo “causa e efeito” para explicar o compor-
tamento da variável de interesse.
122 
4. Existem alguns fatores que impedem uma empresa de entrar em um determi-
nado ramo de negócio que, na economia, chamamos de barreiras à entrada. 
Uma dessas barreiras é o fato de realmente não existir uma demanda suficien-
te que justifique a sua entrada neste ramo de atividade; outra é o fato de a 
demanda existir, mas, ao analisar a concorrência, se verifica que, para entrar 
neste negócio, o investimento é muito alto, visto que já é necessário começar 
produzindo em grande escala; outro fator é o da tecnologia para a produção 
do bem não estar disponível, ou de não ter disponíveis os fatores de produção 
necessários à produção. Todos estes fatores justificam a importância de realizar 
a pesquisa de mercado. Assim, sobre os fatores a serem analisados em uma 
pesquisa de mercado, leia as afirmativas
É correto o que se afirma em:
I. Uma forma de ter uma previsão da demanda é estudando o passado, por 
meio da análise do comportamento do consumo histórico do produto nos 
últimos anos, verificando como ele tem evoluído, se o mercado se expandiu 
nacionalmente e internacionalmente, qual a taxa de crescimento etc.
II. É importante analisar o comportamento dos preços dos produtos: padrão 
sazonal, tendência. 
III. A análise da capacidade de produção nacional e internacional do produto 
não é importante.
IV. É importante identificar qual é o perfil do consumidor: hábitos, cultura, nível 
de renda, sexo, faixa etária, setor produtivo, limite geográfico etc.
a) I e II, apenas.
b) II e IV, apenas.
c) I, II e IV, apenas.
d) I, II e III, apenas.
e) I, II, III e IV.
123 
5. Após a fase de estudo de mercado do projeto, onde identificamos a demanda 
potencial, devemos pesquisar a tecnologia que será empregada na produção, 
para definir a capacidade de produtiva do empreendimento. No caso de em-
preendimentos rurais, devemos definir a área que será destinada para o cultivo 
de determinada cultura ou pecuária e selecionar máquinas, equipamentos e 
infraestrutura necessários para a viabilidade técnica da produção. Esta fase é 
definida como Engenharia do Projeto, importante para elaboração das plani-
lhas de custos do investimento e de produção. Sobre esta fase, leia atentamen-
te as afirmações a seguir e assinale a alternativa correta sobre os aspectos que 
fazem parte desta fase:
a) Nesta fase é que será definida a localização do empreendimento e definidos 
os fornecedores de matéria-prima.
b) Nesta fase, você deve listar toda a máquina e todo o equipamento que serão 
utilizados na produção, não importando se serão alugados ou comprados, 
e deve-se identificar a capacidade operacional das máquinas e equipamen-
tos.
c) Você deve definir todos os insumos que deverão ser adquiridos e as maté-
rias-primas necessárias à produção.
d) Devem ser definidos a mão - de - obra necessária a cada atividade e os res-
pectivos turnos de trabalho, bem como o capital de giro necessário para dar 
início às atividades.
e) A análise dos custos operacionais e da capacidade vendida é feita na fase de 
engenharia do projeto. 
124 
VISÃO 2030: O FUTURO DA AGRICULTURA BRASILEIRA
A expansão da demanda mundial por água, alimentos e energia é fenômeno que ocorre 
há décadas, tendo se intensificado nos últimos anos, em decorrência do aumento popu-
lacional nos países em desenvolvimento, da maior longevidade, da intensa urbanização, 
do incremento da classe média, principalmente no Sudeste Asiático e das mudanças 
no comportamento dos consumidores. Projeta-se, como consequência desses fatores, o 
crescimento da demanda global por energia em 40% e por água em 50% e a necessida-
de de expansão da produção de alimentos em 35% até 2030.
Nesse contexto, a agricultura brasileira terá um papel protagonista. Nas últimas cinco 
décadas, o país passou de importador de alimentos para um dos mais importantes pro-
dutores e exportadores mundiais, alimentando aproximadamente 1,5 bilhão de pes-
soas no mundo. Os benefícios dessa condição possibilitam preços mais acessíveis aos 
consumidores, elevam a renda e a geração de empregos e impulsionam a participação 
da agricultura no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.
O crescimento da população e o processo de urbanização, somados à elevação da renda e 
ao incentivo à produção e ao consumo dos biocombustíveis, fizeram com que a demanda 
por alimentos e produtos agrícolas tivesse aumento considerável a partir da década de 
2000, com previsão de manutenção desse cenário nas próximas décadas. Projeta-se que, 
em 2025, os países em desenvolvimento serão responsáveis por 96% do consumo adicio-
nal de grãos e 88% de produtos de origem animal. Nos países e regiões com rendimentos 
individuais maiores – como Estados Unidos da América (EUA), Canadá e União Europeia 
(UE) –, há um movimento de substituição da carne bovina e de cordeiro pela de aves, fato 
que está associado, entre outros motivos, à crise da encefalopatia espongiforme bovina 
(doença da vaca louca) e à percepção de que as carnes brancas são mais saudáveis. Desta 
forma, entre as carnes, a de aves é aquela que apresenta maior expectativa de crescimento 
da demanda e, segundo projeções, deverá haver um incremento de 24% das importações 
por parte dos principais países compradores, com a estimativa de atingir mais de 13,3 
milhões de toneladas em 2026/2027. Outras projeções indicam que, em 2025, o comércio 
mundial de carnes deverá ser 22% maior do que no período base (2015).
O comércio mundial de soja deverá crescer 25% (36 milhões de toneladas) em 10 anos, e 
a China responderá por 85% desse aumento: e o de óleo de soja 27% (3,2 milhões de to-
neladas), sendo a Índia a principal responsável por esse crescimento. No caso do milho, 
as projeções indicamcrescimento de 18%, o que corresponde a 25 milhões de toneladas 
a mais no comércio mundial, que atingirá 168 milhões de toneladas em 2026/2027.
Fonte: Embrapa (2018, on-line).
REFERÊNCIAS
125
CASSAROTO FILHO, N.; KOPITTKE, B. H. Análise de Investimentos: matemática finan-
ceira, engenharia econômica, tomada de decisão, estratégia empresarial. 9. ed. São 
Paulo: Atlas, 2000.
EMBRAPA. Visão 2030: O Futuro da Agricultura Brasileira. Brasília: Embrapa, 2018. 
Disponível em: https://www.embrapa.br/documents/10180/9543845/Vis%-
C3%A3o+2030+-+o+futuro+-da+agricultura+brasileira/2a9a0f27-0ead-991a-8cb-
f-af8e89d62829. Acesso em: 12 jun. 2019. 
FIESP. Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. Pesquisa Nacional Fiesp/
IBOPE sobre o Perfil do Consumo de Alimentos no Brasil. 2010. 23 slides. Disponível 
em: http://www.abic.com.br/media/EST_PESQFood-Trendsl.pdf. Acesso em: 12 jun. 
2019.
GUIDUCCI, R. C. N.; LIMA FILHO, J. R.; MOTA, M. M. Viabilidade Econômica de Siste-
mas de Produção Agropecuários: Metodologia e Estudo de Casos. Brasília: Embrapa, 
2012.
HORNGREN, C. T.; SUNDEM, G. L.; STRATTON, W. Contabilidade Gerencial. 12. ed. São 
Paulo: Prentice Hall, 2004.
KUPFER, D.; HASENCLEVER, L. (orgs.). Economia Industrial: fundamentos teóricos e 
práticos no Brasil. Rio de Janeiro: Campus, 2002.
NEVES, M. F.; CHADDAD, F. R.; LAZZARINI, S. G. Gestão de negócios em alimentos. 
São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2000.
PACHECO, E. P. Seleção e custo operacional de máquinas agrícolas. Rio Branco: Em-
brapa Acre, 2000.
PMI - Project Management Institute. Um Guia do Conjunto de Conhecimentos em 
Gerenciamento de Projetos (Guia PMBOK). 5. ed. Newton Square: PMI, 2015.
WELSH, G. A. Orçamento Empresarial. Tradução de Antônio Zoratto Sanvicente. 4. 
ed. São Paulo: Atlas, 1983.
 REFERÊNCIA ON-LINE
1 Em: http://creditorural.apepa.com.br/html/projeto_investimento_agricultura_fa-
miliar.htm. Acesso em: 12 jun. 2019. 
2 Em: https://www.conab.gov.br/images/arquivos/informacoes_agricolas/meto-
dologia_custo_producao.pdf. Acesso em: 12 jun. 2019. 
MATERIAL COMPLEMENTAR
Projetos: Planejamento, Elaboração e Análise
Washington Martins e Samsão Woiler
Editora: Atlas
Sinopse: este livro trata de uma área pouco explorada pela 
literatura técnica disponível no país. A experiência acadêmica e 
profissional dos autores na área de projetos serviu de base para 
a escolha dos conceitos e modelos utilizados. São abordagens 
operacionais testadas na prática do ciclo do projeto. Em síntese, 
a obra aborda os tópicos: Estratégia e projetos; Estrutura e 
etapas de um projeto; Análise do mercado; Localização; Escala e 
aprendizagem; Recursos para o projeto; Critérios quantitativos 
de análise; Incerteza e risco; Processo de decisão e o projeto. 
O livro também apresenta exercícios de aplicação: análise do mercado, determinação do tamanho de 
uma fábrica e um exercício completo de elaboração e análise do projeto.
GABARITO
127
1. B.
2. E.
3. E.
4. C.
5. B.
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E IV
Professora Dra. Juliana Franco
INVESTIMENTOS E CUSTOS 
DO PROJETO RURAL 
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Apresentar a classificação dos custos do projeto de investimento.
 ■ Apresentar as planilhas de amortização.
 ■ Mostrar as principais planilhas financeiras do projeto.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Levantamento dos custos e despesas do projeto
 ■ Amortização e financiamento
 ■ Orçamento do projeto: planilhas financeiras do projeto
INTRODUÇÃO
Caro estudante, neste capítulo, eu irei abordar as fases do projeto que estão rela-
cionadas à viabilidade econômica e financeira do investimento.
Após a definição de quanto produzir e da quantidade de cada fator de pro-
dução necessário, você deverá fazer uma levantamento dos custos e despesas de 
todas as atividades do projeto. Apresentarei a você algumas formas de mensurar 
estes custos e despesas de uma forma geral e também para máquina e implemen-
tos agrícolas (custo da hora-máquina).
Nesta unidade, você irá aprender a diferença entre custo do investimento 
inicial, custos de produção e despesas operacionais. Todas estas definições repre-
sentam desembolsos ou saídas financeiras para o empreendedor, mas possuem 
características próprias que os diferenciam, que são importantes na realização 
dos cálculos dos indicadores financeiros de viabilidade do projeto. Assim, todo 
profissional que deseja trabalhar com projetos deve saber diferenciar o que é 
investimento, o que é despesa operacional e custo de produção, para não correr 
o risco de dar ao cliente um diagnóstico errado, visto que os indicadores de via-
bilidade são uma ferramenta para a tomada de decisão estratégica. 
Outra fase importante, que também será tratada neste capítulo, é o plano 
financeiro do projeto, em que você aprenderá a construir as planilhas financeiras 
necessárias ao cálculo de viabilidade econômica. Os principais demonstrativos 
que serão abordados são: projeções de receitas e produtividade, demonstrativo 
do resultado do exercício (apuração do lucro líquido) e demonstrativo de fluxo 
de caixa. O plano financeiro representa o esqueleto do projeto, visto que nele 
estão discriminados o valor dos investimentos necessários, os custos operacio-
nais da produção, a previsão de receitas e as análises de rentabilidade do projeto.
Boa leitura!
Introdução
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INVESTIMENTOS E CUSTOS DO PROJETO RURAL 
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IVU N I D A D E132
LEVANTAMENTO DOS CUSTOS E DESPESAS DO 
PROJETO
Caro estudante, para se efetuar uma análise econômica de um investimento, é 
necessário um levantamento dos custos e despesas do projeto. Estes custos se 
subdividem em: Custos do Investimento Inicial, Custos de Produção e Despesas 
Operacionais. Assim, nesta unidade, você irá aprender a diferenciar cada uma 
destas saídas de caixa e como mensurá-las. 
Em um projeto, você, inicialmente, deve fazer uma lista de todo o investi-
mento necessário para iniciar o seu empreendimento ou atividades. Mensurado o 
Investimento Inicial, você deve fazer o levantamento de quanto custa produzir o 
seu bem, ou seja, deve avaliar a quantidade e o preço de cada insumo que irá utilizar 
Levantamento dos Custos e Despesas do Projeto
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no processo produtivo. Feito isto, você deve mensurar as despesas operacionais do 
empreendimento, isto é, a quantidade de mão - de -obra que deverá ser contratada 
e o salário, os impostos incidentes (IR, IPI, ITRU, ICMS, etc.), o valor do leasing 
(aluguel de máquinas agrícolas), o valor do arrendamento da terra, entre outros. 
A seguir, apresentarei os principais custos que devem constar no projeto:
a. Custo do investimento inicial:
O valor do investimento inicial são todos os desembolsos financeiros realizados 
pelo empreendedor na compra de fatores de produção e de insumos para dar 
início às atividades da empresa. Os investimentos podem ser classificados em: 
investimentos pré-operacionais, fixo e de giro.
Os investimentos pré-operacionais constituem os gastos realizados com 
investigações prévias antes da implantação do projeto, como: o próprio estudo 
do projeto, os gastos com organização da empresa, gastos com patentes, direi-
tos autorais, licença ambiental, lavra do terreno, preparo do solo, entre outros.
Casarotto e Kopittke (1998) classificam o investimento em fixo e de giro:
 ■ Investimento fixo: é o conjunto de bens que não são objeto de transações 
correntes por parte da empresa. O valor monetário constitui o chamado 
capital fixo da empresa. 
 ■ Investimento de giro: é representado pelo capital de giro próprio 
necessário para a operação das atividadesda empresa de produção e 
distribuição de bens e serviços, constituindo o estoque de matérias-primas 
e componentes, e os recursos destinados a sustentar as vendas a prazo, para 
cobrir as despesas com aluguel, pró-labore, salários e encargos, telefone, 
luz, materiais diversos etc., que são bancados pelo empreendedor até o 
início do recebimento das vendas efetuadas.
INVESTIMENTOS E CUSTOS DO PROJETO RURAL 
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IVU N I D A D E134
Popularmente falando, é o dinheiro que você deve deixar no caixa da empresa 
para sustentar os seus gastos por um certo período de tempo, até que a empresa 
comece a ter um retorno financeiro. Também compreende o valor do estoque 
inicial das matérias-primas (sementes) e insumos agrícolas, necessários ao iní-
cio da produção. A Tabela 1 apresenta um exemplo de planilha de investimento.
INVESTIMENTO EM ATIVOS FIXOS VALOR NOVO VALOR USADO ANO
Terra (hectare)* $$$    
Trator de pneu $$$ $$$  
Colheitadeira $$$ $$$  
Plantadeira $$$ $$$  
Semeadoras $$$ $$$  
Pulverizadores $$$ $$$  
Carreta agrícola $$$ $$$  
Silos de armazenagem $$$ $$$  
Outros      
INVESTIMENTO PRÉ-OPERACIONAIS VALOR    
Despesas burocráticas $$$    
INVESTIMENTO CAPITAL DE GIRO VALOR    
Estoque inicial de sementes/mudas $$$    
Estoque inicial de insumos agrícolas $$$    
Rebanho inicialmente comprado $$$    
Capital disponível no caixa da empresa $$$    
Total $$$    
Tabela 1 – Exemplo de planilha de investimentos iniciais do projeto / Fonte: a autora.
* Valor da Terra - pode ser utilizado o valor de arrendamento, o valor de mer-
cado ou o valor histórico.
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b. Custos de produção 
Os custos de produção representam o pagamento dos fatores de produção e insu-
mos que estão diretamente relacionados à atividade produtiva da empresa, que 
podem ser fixos ou variáveis. Os custos fixos são aqueles que não variam com o 
aumento da quantidade produzida nas atividades agrícolas, podem ser: alimenta-
ção dos animais, despesas de arrendamento, parte da mão - de - obra contratada, 
entre outros. Já os custos variáveis variam com a quantidade produzida, sendo: 
adubos, combustíveis, sementes etc. A Tabela 2 mostra um exemplo de itens que 
fazem parte do custo de produção de uma atividade agrícola.
CUSTOS DE PRODUÇÃO UNID. QUANT. PREÇO VALOR
CUSTOS VARIÁVEIS
Insumos     $$$ $$$
Inseticidas Kg   $$$ $$$
Sementes/ mudas Kg   $$$ $$$
Herbicidas Kg   $$$ $$$
Fertilizantes Kg   $$$ $$$
Serviços*     $$$ $$$
Preparo do solo dia/h   $$$ $$$
Plantio e adubação dia/h   $$$ $$$
Colheita dia/h   $$$ $$$
Mão de obra temporária dia/h   $$$ $$$
Armazenamento dia/h   $$$ $$$
Outros     $$$ $$$
CUSTOS FIXOS        
Arrendamento Há $$$ $$$
Seguro agrícola Kg   $$$ $$$
INVESTIMENTOS E CUSTOS DO PROJETO RURAL 
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IVU N I D A D E136
CUSTOS DE PRODUÇÃO UNID. QUANT. PREÇO VALOR
CUSTOS VARIÁVEIS
Assistência técnica, manutenção dia/h   $$$ $$$
Mão de obra permanente dia/h   $$$ $$$
Leasing Hm $$$ $$$
Outros        
TOTAL     $$$ $$$
Tabela 2- Exemplo de apuração do custo de produção / Fonte: a autora.
* Está inclusa a mão - de - obra utilizada em cada um destes serviços.
c. Despesas operacionais
As despesas operacionais são denominadas de custos indiretos, isto é, são os gastos 
que incidem após o produto ter sido fabricado. Também podem ser fixas, como o 
valor da mão de obra administrativa, gasto com contador, seguro agrícola, juros e 
amortização de financiamento, depreciação; ou variáveis, como embalagens, frete e 
energia. A Tabela 3 apresenta um exemplo da apuração das despesas operacionais.
DESPESAS OPERACIONAIS VALOR TOTAL
Impostos $$$
Conservação de benfeitorias e carreadores $$$
Conservação de máquinas e equipamentos $$$
Gastos com transporte-frete $$$
Manutenção Anual da Família $$$
Energia elétrica e telefone $$$
Gastos com a Administração $$$
Comissões pagas aos empregados $$$
Salário anual + encargos $$$
Depreciação dos ativos fixos $$$
Gastos com Armazenamento $$$
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DESPESAS OPERACIONAIS VALOR TOTAL
Embalagens $$$
Outros $$$
Financiamento $$$
TOTAL $$$
Tabela 3 - Exemplo de despesas operacionais / Fonte: a autora.
Prezado estudante, como as despesas operacionais são referentes à empresa como 
um todo, devemos fazer o rateio desses custos sobre a linha de produção con-
siderada no projeto. Segundo Hoffmann et al. (1987), o rateio dos custos pode 
ser feito das seguintes formas:
 ■ Atribuir, a cada linha de exploração, um percentual dos custos que seja 
equivalente à distribuição percentual dos custos diretos de produção entre 
as várias linhas de exploração.
 ■ Fazer a distribuição dos custos de acordo com a receita bruta de cada 
linha de exploração.
 ■ Fazer a distribuição dos custos de acordo com a área de cada explora-
ção. No entanto, este método é recomendado no caso em que as linhas 
de exploração sejam semelhantes quanto ao uso de fatores de produção.
d. Custo operacional de máquinas agrícolas
Os custos operacionais de máquinas agrícolas devem ser calculados e inseridos 
nas planilhas de custo de produção. Segundo Pacheco (2000), estes custos são, 
normalmente, divididos em: custos fixos (CF) e custos variáveis (CV).
 ■ Custos Fixos (CF): Os custos fixos são aqueles que devem ser pagos inde-
pendentemente da máquina ser usada ou não. Assim, a partir do momento 
que você adquirir uma máquina agrícola, passa a onerá-la, mesmo que 
seja mantida inativa no galpão de máquinas. Segundo Pacheco (2000), 
a forma de remover o custo da máquina parada é por meio do aumento 
da frequência de sua utilização, reduzindo o quanto possível o tempo 
ocioso. Os custos fixos inerentes às máquinas agrícolas são: depreciação 
(D), juros (J), alojamento e seguros (AS).
INVESTIMENTOS E CUSTOS DO PROJETO RURAL 
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IVU N I D A D E138
Depreciação e Valor Residual:
Depreciação é o tratamento legal e tributário da perda do valor de um ativo de uma 
pessoa jurídica. O conceito depreciação que interessa para o cálculo de investimento 
é o contábil, que estabelece a dedução dos resultados anuais da empresa antes do 
cálculo do IR. Anualmente, o ativo terá um valor contábil diferente e decrescente. 
O método de depreciação adotado pela Receita Federal é o método linear, 
que será apresentado mais adiante, em que a depreciação anual é o resultado da 
divisão do valor do ativo fixo pelo seu prazo de vida útil ou da multiplicação do 
valor do ativo pela taxa anual de depreciação. 
Valor residual é o valor relevante de um ativo na data terminal do projeto, 
é igual ao preço de mercado do ativo ou o preço de sucata do ativo (ativos fixos) 
menos a soma das despesas decorrentes da venda (desmontagem, transporte, 
manutenção etc.) e do imposto sobre a venda decorrente dessa transação, que 
pode ser positivo ou negativo. Veja: 
(+) Valor contábil dos ativos fixos (valor dos ativos deduzidos da depreciação).
(+) Valor de venda dos ativos fixos.
(-) Despesas de venda dos ativos fixos.
(=) Ganho de capital.
(-)Tributação sobre a venda.
(=) VALOR RESIDUAL NA DATA TERMINAL DO PROJETO
Quadro 1 - Cálculo do valor residual na data terminal do projeto / Fonte: Lapponi (2000).
Caro estudante, a Tabela 4 apresenta a taxa de depreciação e de valor residual 
de alguns ativos agrícolas.
FATORES DE PRODUÇÃO VALOR 
RESIDUAL
VIDA ÚTIL HORAS/
ANOS
TAXA DE 
DEPRECIAÇÃO
Trator de pneu 20% 10.000 hs / 10 anos 10%
Colheitadeira 25%6.000 hs / 10 anos 10%
Plantadeira 10% 3.000 hs / 10 anos 10%
Semeadoras 10% 3.000 hs / 10 anos 10%
Levantamento dos Custos e Despesas do Projeto
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FATORES DE PRODUÇÃO VALOR 
RESIDUAL
VIDA ÚTIL HORAS/
ANOS
TAXA DE 
DEPRECIAÇÃO
Pulverizadores 10% 3.000 hs / 10 anos 10%
Carreta agrícola 20% 5.000 hs / 10 anos 10%
Distribuidor de ureia 10% 2.500 hs / 10 anos 10%
Arados 10% 3.000 hs / 10 anos 10%
Grades 10% 3.000 hs / 10 anos 10%
Sulcadores 10% 3.000 hs / 10 anos 10%
Ensiladoras 30% 2.500 hs / 10 anos 10%
Roçadoras 10% 2.500 hs / 10 anos 10%
Rolo faca/destorroador 10% 2.500 hs / 10 anos 10%
Batedoras de cereais 10% 3.000 hs / 10 anos 10%
Motor estacionário 20% 2.500 hs / 10 anos 10%
Misturador de alimentos 10% 15 anos 6,7%
Triturador de milho 10% 15 anos 6,7%
Camionete diesel 25% 15 anos 6,7%
Casas e galpões de 
madeira
30% 25 anos 4%
Casas e galpões de 
alvenaria
30% 35 anos 2,9%
Tabela 4 - Depreciação e valor residual de alguns ativos / Fonte: a autora.
 
Método de Depreciação Linear:
Existem vários métodos para calcular a depreciação, o mais simples é o Método 
de Depreciação Linear que, segundo Hirschfel (2000), é o de aceite geral pela 
Receita Federal. Consiste em dividir o valor original do bem pelo número de 
anos de vida útil descontado de seu valor residual. Veja a fórmula a seguir:
Dr
N
P R� �� �1 
Em que, 
Dr = depreciação periódica.
P = valor de aquisição do bem
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IVU N I D A D E140
N = número de períodos da vida útil contábil, ou seja, o número de perí-
odos em que um bem se deprecia.
R = valor residual ou de sucata do ativo.
Valor contábil após n anos de depreciação:
VC P n Drn � � �
Em que,
VCn = valor contábil do ativo após n anos de depreciação.
P = valor de aquisição do bem ou valor presente do bem.
n = período qualquer de depreciação.
Dr = depreciação periódica, descontado o valor residual.
Exemplo 1: seja um bem adquirido por R$100.000,00, com vida útil de 5 
anos e valor residual de 10% do valor de compra do bem (R$ 10.000,00).
Resolução:
VALOR DO 
BEM (P)
V I D A 
ÚTIL
TAXA DE 
DEPRECIAÇÃO 
(1/N)
VALOR DA 
DEPRECIAÇÃO
V A L O R 
RESIDUAL
V A L O R 
CONTÁBIL DO 
BEM
100.000,00 0 20%(100.000 
-10.000)
10.000,00 100.000,00
1 20% 18.000,00 82.000,00
2 20% 18.000,00 64.000,00
3 20% 18.000,00 46.000,00
4 20% 18.000,00 28.000,00
5 20% 18.000,00 10.000,00
Exemplo 2: suponha que você comprou um Trator de roda Massey Ferguson pelo 
valor de R$180.000,00 vida útil de 10 anos e valor residual de 20% do valor de 
compra do bem (R$ 10.000,00). Construa a Planilha de Depreciação:
Resolução:
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V A L O R 
DO BEM 
(P)
V I D A 
ÚTIL
TAXA DE 
DEPRECIAÇÃO 
(1/N)
VALOR DA 
DEPRECIAÇÃO
V A L O R 
RESIDUAL
V A L O R 
CONTÁBIL DO 
BEM
150.000 0   10% x 
(180.000 
-36.000)
36000 180.000
  1 10% 14.400   156.600
  2 10% 14.400   151.200
  3 10% 14.400   136.800
  4 10% 14.400   122.400
  5 10% 14.400   108.000
  6 10% 14.400   93.600
  7 10% 14.400   79.200
  8 10% 14.400   64.800
  9 10% 14.400   50.400
  10 10% 14.400   36.000
Observações importantes:
 ■ O período zero é a data de aquisição do bem, neste período, o valor de 
aquisição é exatamente igual o seu valor contábil, conforme vai passando 
os períodos de depreciação, o valor contábil do bem da data zero vai sendo 
deduzido do valor da depreciação.
 ■ O valor contábil do bem pode ser considerado o valor de sua revenda. 
Assim, se o horizonte de tempo do projeto for de 5 anos, e os bens tive-
rem uma depreciação de 10 anos, como do exemplo, iremos considerar 
o valor contábil do quinto ano de vida útil, no fluxo de caixa no projeto. 
Veremos como isto funciona em um exemplo mais adiante.
 ■ No último ano de vida útil do bem, o seu valor contábil deve ser exata-
mente o seu valor residual.
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Juros
Outro custo fixo são os Juros (J) sobre o capital investido na compra da máquina 
agrícola. Segundo Pacheco (2000), estes juros, normalmente, são de regime sim-
ples de capitalização e calculados sobre o capital médio investido, pela fórmula 
que segue:
J
P P
t
i�
�� ��
�
�
�
�
�
0 1,
Onde:
J = juros (R$/h.)
P = preço de aquisição (R$.)
i = juros ao ano (decimal).
t = tempo de uso por ano (horas/ano).
Exemplo: suponha que você comprou um trator de roda Massey Ferguson pelo 
valor de R$180.000,00, financiado pelo Finame do BNDES com taxa de 8% ano. 
Calcule os juros.
Resolução: 
J �
� � �� ��
�
�
�
�
�
�
�
�
180 000 0 1 180 000
1200
0 08 6 6
. , .
. ,
A máquina terá de custo com juros R$ 6,6 a hora, no ano, dará um custo de 
R$ 7.920,00, considerando que a máquina trabalhe 1200 horas por ano.
Outra forma de calcular os juros sobre o capital fixo (custo de oportunidade) é: 
J i VM� �
Em que,
i : é a taxa de juros.
VM : é o valor médio 
VI : é valor inicial ou de aquisição do bem.
VR : o valor residual ou de sucata do bem.
Exemplo: suponha que você comprou um trator de roda Massey Ferguson pelo 
valor de R$180.000,00, financiado pelo Finame do BNDES com taxa de 8% ano. 
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Calcule os Juros, cujo valor residual é de R$ 36.000. Calcule o custo com juros 
sobre esta máquina agrícola.
Resolução:
J x�
��
�
�
�
�
� �0 08 180 000 36 000
2
8 640. . . .
A máquina terá custo, com juros ao ano, de R$ 8.640, considerando que o trator 
trabalhe 1200 horas por ano, terá um custo por hora de R$ 7,20.
Alojamento e Seguros (AS) 
Com relação ao Alojamento e Seguros (AS) sobre as máquinas, Pacheco (2000) 
relata que não é muito comum, no Brasil, os agricultores fazerem o seguro de 
máquinas agrícolas. No entanto, isso deve ser levado em consideração no cálculo 
do custo operacional das máquinas, visto que, se o proprietário não contratar o 
seguro de uma seguradora, o risco da ocorrência de um sinistro é bancado por 
ele. Desta forma, o mais aconselhável é utilizar uma porcentagem do custo inicial 
para o cálculo do seguro, seja ele feito ou não em uma companhia seguradora.
Segundo Pacheco (2000), existe, na literatura, alguns valores sugeridos para o 
cálculo do alojamento e seguro de máquinas agrícola, os quais variam de 0,75% a 1% 
do custo inicial ao ano. No entanto, ele aconselha a utilização de uma taxa de 2% ao 
ano para os cálculos do custo com alojamento e seguro, conforme a fórmula a seguir:
AS i P
t
�
� 
Em que:
AS = alojamento mais seguro (R$/h).
P = preço de aquisição da máquina (R$).
t = tempo de uso (horas/ano).
i = taxa de alojamento e seguro anual.
Exemplo: vamos considerar o trator de roda Massey Ferguson, adquirido pelo 
valor de R$180.000,00, cujo tempo de uso por ano é de 1200 horas, com taxa de 
alojamento e seguro de 2% ano. Baseado nestas informações, vamos, agora, cal-
cular o custo/hora do alojamento e o seguro da máquina.
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IVU N I D A D E144
Resolução:
AS � �
�
0 02 180 000
1200
3, . 
A máquina terá de custo/hora, com alojamento e seguro, o valor de R$ 3/hora. 
Considerando que o trator trabalhe 1200 horas por ano, ele terá um custo anual 
de R$3.600.
Entretanto, convencionalmente, utiliza-se uma taxa de seguro da seguinte 
grandeza: 6% a.a. para automóveis; 0,6% a.a. para implementosagrícolas; 0,35% 
a.a. para construções e benfeitorias; 1,2% a.a. para trator e colheitadeira. 
Considerando o nosso exemplo do trator Massey Ferguson, este terá o seguinte 
custo fixo anual: 
Custo �xo = depre ç ã o + juro + alojamento e seguros 
Custo fixo = 14.400 + 7920 + 3.600 = 25.920
Custos Variáveis (CV)
Os custos variáveis das máquinas agrícolas são aqueles que variam conforme a 
quantidade de uso das máquinas. São eles: combustíveis (C), lubrificantes (L), 
reparos e manutenção (RM) e salário do operador das máquinas agrícolas (SM).
CV C L RM ST� � � � 
Combustíveis (C):
Com relação aos gastos com combustíveis (C), estes dependem de algumas 
variáveis, como: carga a que as máquinas são submetidas, horas trabalhadas e 
potência do motor. No entanto, você pode utilizar como parâmetro para o cál-
culo do consumo de combustível (óleo diesel), em torno de 0,25 a 0,30 litros por 
hora para cada “cv” (cavalo vapor) de potência exigida na barra de tração. Assim, 
o custo por hora gasto com combustível pode ser calculado por meio da fórmula:
C R h x( $ / ) ,� 0 25 PotBT x Preçoo do combustiveel (R$/litro) 
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Sendo,
PotBT � Potê em cv.ção 
Lubrificaníes (L):
Da. mesma forma que o gasto com combustível, a quantidade de lubrificantes 
(L) gastos por hora também depende do tipo e da potência da máquina agrícola, 
que pode ser obtida no manual do proprietário e na planilha de manutenção 
proposta pelo fabricante. Pacheco (2000) dá alguns exemplos para o período de 
substituição dos lubrificantes:
 ■ Óleo do motor => 200 horas.
 ■ Óleo da caixa de câmbio e diferencial => 750 horas.
 ■ Óleo da redução final => 750 horas.
 ■ Óleo do hidráulico => 750 a 1.000 horas.
 ■ Óleo da caixa de direção => 500 horas.
Pacheco (2000) afirma que o consumo efetivo de graxa só será conhecido com 
a experiência no decorrer do tempo, entretanto, pode-se estimá-lo conforme 
apresentado a seguir:
0,5 kg/10 horas = tratores.
0,3 kg/10 horas = implementos.
Reparos e manutenção (RM)
Com relação aos gastos com reparos e manutenção (RM) de máquinas agríco-
las, estes são: os gastos com componentes trocados a intervalos regulares, tais 
como filtros de ar, filtros de óleos lubrificantes, filtros de combustível, correias 
de polias etc. Para o cálculo de reparos e manutenção das máquinas agrícolas, 
podemos utilizar a seguinte fórmula:
Custo de RM(R$/hora)
Preço médi ç ã o % da vida út il
Horas trabalhadas durante a vida útil do bem
x 
A Tabela 5 apresenta os valores em porcentagem para a estimativa do custo ini-
cial e o cálculo dos custos de reparos e manutenção para vários tipos de máquinas 
agrícolas.
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Reprodução proibida. A
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IVU N I D A D E146
MÁQUINA PREÇO SU-
CATA
SUCATA VIDA HO-
RAS
DEPR. MANU-
TENÇÃO
MÉDIO % R$ ÚTIL H /ANO /HORA VIDA 
ÚTIL
R$/H
TRATOR < 70 CV 
( 65 X / MICRO 
BUSS )
55000 30% 16500 9000 900 4.3 75% 4.6
TRATOR < 70 CV 
/ 4R
64000 30% 19200 9000 900 5.0 75% 5.3
TRATOR 71 - 90 
CV ( 275 / 290- 
5600 4X2 / 5700 
4X2 )
65044 30% 19513 10000 1000 4.6 75% 4.9
TRATOR 71 - 90 
CV / 4R ( 5600 
4X4 / 5705 4X4 )
76578 30% 22973 10000 1000 5.4 75% 5.7
TRATOR 91 - 110 
CV / 4R ( 6300 
4X4 / 6405 4X4)
97086 30% 29126 10000 1000 6.8 75% 7.3
TRATOR 91 - 
110 CV / 4R C/ 
CONCHA ( 6600 
- 4 X 4 )
117594 30% 35278 10000 1000 8.2 100% 11.8
TRATOR 110 - 
120 CV / 4R ( 
6600 - 4 X 4 )
115993 30% 34798 10000 1000 8.1 100% 11.6
TRATOR 120 - 
140 CV / 4R (7505 
4X4)
145150 30% 43545 10000 1000 10.2 100% 14.5
COLHEITADEIRA 
SOJA 4 SACA 
PALHA
212709 30% 63813 4000 400 37.2 75% 39.9
COLHEITADEIRA 
SOJA 5 SACA 
PALHA - JD1450 
NOVA
252453 30% 75736 4000 400 44.2 75% 47.3
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COLHEITADEIRA 
SOJA 6 SACA 
PALHA
401187 30% 120356 4000 400 70.2 75% 75.2
COLHEITADEIRA 
SOJA AXIAL
605665 30% 181699 5000 500 84.8 75% 90.8
PLATAFORMA - 
COLHEITADEIRA 
MILHO 4 LINHAS
38361 30% 11508 3000 300 9.0 100% 12.8
PLATAFORMA - 
COLHEITADEIRA 
MILHO 5 LINHAS
44992 30% 13498 3000 300 10.5 100% 15.0
PLATAFORMA - 
COLHEITADEIRA 
MILHO 6 LINHAS 
- JD1450
51724 30% 15517 3000 300 12.1 100% 17.2
PLATORMA 
CEREAIS 16’
31662 30% 9499 3000 300 7.4 100% 10.6
PLATORMA 
CEREAIS 19’ - 
JD1450
39603 30% 11881 3000 300 9.2 100% 13.2
PLATORMA 
CEREAIS 25’
59372 30% 17812 3000 300 13.9 100% 19.8
RECOLHEDORA 
FEIJÃO (MIAC)
44100 20% 8820 1500 150 23.5 100% 29.4
VIRADOR DE 
FEIJÃO COMUM
7000 20%   5000 500 1.4 100% 1.4
GRADE PESADA 
16X24
10130 10% 1013 2000 200 4.6 70% 3.5
GRADE PESADA 
20X28
12250 10% 1225 2000 200 5.5 70% 4.3
Tabela 5 - Parâmetros para cálculo de custos com reparos e manutenção de máquinas agrícolas
Fonte: adaptado de Fholine Sistemas (planilha eletrônica).
Exemplo: vamos supor um trator de roda Massey Ferguson, adquirido pelo 
valor de R$180.000,00 com vida útil de utilização de 12.000 horas, cujo % de 
vida útil, que servirá para o cálculo da manutenção, é de 75% de seu valor ori-
ginal. Calcule o valor do custo de manutenção por hora.
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Resolução:
Custo de RM(R$/hora)
180 000 0 75
12 000
11 25
. ,
.
$ , /R hora
x
Salários do Tratorista (ST)
O salário dos operadores das máquinas mais encargos sociais e benefícios tam-
bém são computados no cálculo do custo operacional das máquinas. Segundo 
Pacheco (2000), o custo do operador da máquina agrícola pode ser calculado 
pela seguinte fórmula:
ST(R$/hora) salário mensal 13 horas de uso por ano/x
Salário Mensal = salário base + encargos sociais + benefícios (alimentação, 
transporte, moradia, outros).
Exemplo: suponha que queira calcular o custo do operador do Trator Massey 
Ferguson que você adquiriu para sua fazenda. Você sabe que este trator irá tra-
balhar, em média, 1200 horas por ano (em torno de 6 meses). Assim, este é o 
tempo de horas trabalhadas pelo operador do Trator. O salário médio mensal 
do tratorista é de R$ 1.600,00, os encargos sociais (20% de INSS e 8% de FGTS 
sobre o salário) e R$ 350,00 mensais de auxílio moradia e alimentação. Vamos 
supor que este tratorista é um empregado da fazenda e, quando não está ope-
rando o trator, está realizando outras atividades. Diante dessas informações, 
calcule o salário do Tratorista.
Resolução: 
Custo do Homem-hora:
Salário Base: 1600 
Encargos: 0,28 x (1600) = 448
Benefícios: 350
Salário Mensal: 1600 + 448 + 350 = 2398
Horas de uso da máquina por ano: 1200 horas
ST (R$/h) = (2398 x 13)/1200 = R$ 25,98/ hora
O Custo Hora do tratorista é de R$ 25,98/ hora
Assim o Custo da Hora-Máquina (HM) é dado pela fórmula:
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Custo da Hora-Máquina (HM) = CV combustíveis + lubrificantes + reparos e 
manutenção + salário )+ CF (depreciação, juros, alojamento e seguros).
Exemplo: a partir das informações a seguir, vamos calcular o custo da hora-má-
quina para o Trator Massey Ferguson:
Custo variável – Hora:
Combustíveis: 14 Litros/Hora, preço do litro do diesel R$ 3,51 (14 x 3,51) 
=R$49,15/hora
Lubrificantes: preço R$ 13,00 o Kg, o trator usa 0,05kg/hr = 0,05 x 13= R$ 
0,65/hora
Reparos e Manutenção: R$ 11,25
Salário: R$ 25,98
Custo Fixo-Hora:
Depreciação: (depreciação anual/horas trabalhada) =18.000/1200 = R$ 15,00
Juros: R$ 7,20
Alojamento e seguros: R$3,0
Custo da hora-máquina (HM) = 49 15 0 65 11 25 25 98 15 7, , , ,,, $ , /2 3 112 23R hora 
O que é mais viável economicamente para um produtor de soja: comprar 
uma plantadeira ou alugar?
INVESTIMENTOS E CUSTOS DO PROJETO RURAL 
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AMORTIZAÇÃO E FINANCIAMENTO
Caro estudante, após você ter feito o levantamento do custo do investimento ini-
cial do seu projeto, você deve fazer o levantamento da origem do capital financeiro 
necessário para a implantação do projeto. Existem duas fontes de recursos: capi-
tal próprio e capital de terceiros. O capital próprio é proveniente dos sócios do 
empreendimento, já o capital de terceiros é proveniente de linhas de financiamento 
disponíveis. Diante disto, devemos fazer uma pesquisa para descobrir quais são as 
linhas de crédito voltados para o setor agrícola e para a compra de máquinas e equi-
pamentos, os custos, os prazos, as garantias necessárias e, lógico, o valor das parcelas. 
Existem várias linhas de financiamento disponíveis no mercado, e no caso 
de empresas do setor rural, as principais linhas de financiamento são: Finame e 
Moderfrota para a compra de máquinas e equipamentos agrícolas, com juros em 
torno de 7,5 a 8,5 % ao ano em 2018, e crédito rural, que é uma linha de crédito 
subsidiada, com juros abaixo do mercado, a fim de estimular os investimentos no 
setor e, assim, garantir o custo de produção, comercialização e desenvolvimento 
de tecnologias. Outra linha importante é o Inovagro, com juros de 6% ano, des-
tinada a financiar investimentos, que visam a aumentar o nível tecnológico da 
AMORTIZAÇÃO E FINANCIAMENTO
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151
propriedade, bem como a implantação de sistemas computadorizados, estufas, 
agricultura de precisão e afins, melhoramentos genéticos, entre outros.
Atualmente, as taxas dos financiamentos rurais estão entre 5% e 7,5% ao 
ano. A tabela a seguir apresenta um exemplo de taxa de juros de algumas linhas 
de financiamentos de crédito rural:
FINALIDADE PLANO SAFRA
2017/18 (%A.A.)
PLANO SAFRA
2018/19 (%A.A.)
CUSTEIO
Pronamp 7,5 6,0
Demais produtores 8,5 7,0
INVESTIMENTO
Moderfrota 7,5 a 10,5 7,5 a 9,5
Programa ABC 7,5 5,25 a 6,0
Inovagro 6,5 6,0
Pronamp 7,5 6,0
Moderinfra 7,5 7,0
Moderagro 8,5 7,0
Prodecoop 8,5 7,0
Procap Agro TJLP + 3,7 TLP + 3,7
Repec- Renova Pecuária - 6,0
Tabela 6 – Taxa de juros pré-fixadas do crédito rural para a agricultura comercial – comparativo da safra 
2017/18 em relação à safra 2018/19 / Fonte: Ocepar (2018).
Assim, você deve especificar como pretende financiar o seu investimento. A 
Tabela 7 mostra como você pode especificar o capital financeiro para o projeto.
ESPECIFICAÇÃO VALOR- R$ PERCENTUAL
Capital próprio $$$ %
Capital de terceiros $$$ %
 - Finame, Moderfrota $$$
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rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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ESPECIFICAÇÃO VALOR- R$ PERCENTUAL
 - Crédito Rural, Inovagro $$$
 - Outros $$$
TOTAL $$$ 100 %
Tabela 7 - Relação de capital financeiro disponível para o empreendimento / Fonte: a autora.
Desta forma, caso você precise de financiamento, é necessário conhecer todas as 
linhas de crédito disponíveis para o seu tipo de negócio, as taxas de juros sobre 
o capital financeiro investido, o sistema de amortização estabelecido pela insti-
tuição financeira, período de carência, prazos e garantias exigidos pelo banco. 
Normalmente, o banco exige a elaboração de um projeto de investimento para 
poder analisar o risco de empréstimo.
Quando se contrai uma dívida, o devedor se compromete a devolver o capi-
tal emprestado acrescido dos juros, que é a remuneração do capital. Como a 
remuneração do capital depende do regime de juros adotados, geralmente, este 
regime é determinado pelo prazo em que o empréstimo é efetuado.
Com relação ao Crédito Rural, a forma de pagamento do financiamento é, 
normalmente, por prestações mensais, semestrais ou anuais, em geral, calculadas 
pelo Sistema de Amortizações Constantes (SAC), que se iniciam após o encerrado 
o período de carência. No período de carência somente são cobrados os juros. 
Diante disso, apresentarei a você como se calcula a amortização e os juros 
do financiamento pelo Sistema de Amortização Constante (SAC) e Pelo 
Sistema Price.
SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO CONSTANTE - SAC: 
Segundo Casarotto e Kopittke (2000), a principal característica do sistema SAC é que 
o valor das prestações ( )R é decrescente, e o valor das Amortizações ( )A são cons-
tantes. Assim, seu valor é obtido dividindo o valor do principal P (valor presente 
do financiamento) pelo número de prestações ( )n . Veja a sequência de cálculos: 
Primeiro Passo: você deve calcular a Amortização ( )A , que é a parcela da 
prestação do financiamento e não é acrescida de juros. É calculada pela fórmula: 
AMORTIZAÇÃO E FINANCIAMENTO
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A P
n
=
 
Em que,
P = valor do financiamento.
n =número de parcelas.
Segundo Passo: calcular o Saldo Devedor ( )SD , que é a parte da dívida 
que falta ser paga dado o pagamento de k amortizações ( )A , diminuindo line-
armente. É calculada da seguinte forma:
SD P A kn � � �� � 
Em que, 
SDn = saldo devedor do período n.
k =número de prestações pagas.
A = valor das amortizações.
P = valor do principal ou do empréstimo.
Terceiro Passo: calcular o Juro J� � embutido em cada prestação, por meio 
da seguinte fórmula:
J i SDn� � �1 
Em que,
i = taxa de juros.
SDn� �1 Saldo devedor do período anterior.
Quarto Passo: calcular o valor das Prestações, R� � que são as parcelas do 
financiamento propriamente dito. É calculado da seguinte forma: 
Prestação amortização R A Juros Jn n n
 
Em que, 
Rn = é a prestação do período . n 
An = é a amortização do período . n
Jn = é o juros do período . n
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Exemplo: suponha que você queira adquirir uma Trator John Deere, cujo preço à 
vista é de R$ 170.000,00, em 8 prestações anuais. Para isto, você faz um Moderfrota, 
cujo taxa de juro nominal é de 7,5% ao ano. Esta linha tem 1 ano de carência e 
8 anos para pagar. Nessas condições, construa a planilha de amortização e veri-
fique o total de juros pagos no final da transação, se não for realizado nenhum 
pagamento antecipado.  
Resolução: 
Planilha de Amortização pelo Sistema SAC
N SD A J R
0 170.000,00      
1 170.000,00   12.750,00 12.750,00
2 148.750,00 21.250,00 12.750,00 34.000,00
3 127.500,00 21.250,00 11.156,25 32.406,25
4 106.250,00 21.250,00 9.562,50 30.812,50
5 85.000,00 21.250,00 7.968,75 29.218,75
6 63.750,00 21.250,00 6.375,00 27.625,00
7 42.500,00 21.250,00 4.781,25 26.031,25
8 21.250,00 21.250,00 3.187,50 24.437,50
9 - 21.250,00 1.593,75 22.843,75
TOTAL 170.000,00 70.125,00 240.125,00
Algumas considerações:
 ■ O período (n) zero é a data de aquisição do financiamento.
 ■ O período (n) um representa a carência, período no qual é pago ape-
nas os juros, por causa disto, o Saldo Devedor, no final deste período, se 
mantém constante.
 ■ O valor total das Prestações Pagas será de R$ 240.125,00, sendo R$ 170.000 
o valor do Principal (soma das amortizações), e R$ 70.125,00 o total dos 
juros pagos.
AMORTIZAÇÃO E FINANCIAMENTO
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SISTEMA PRICE
Pelo Sistema Price, o financiamento é amortizado em prestações iguais e con-
secutivas, a partir do momento em que começam as amortizações. Como as 
prestações são iguais e consecutivas, durantecerto número de períodos, tais 
pagamentos podem ser calculados da seguinte maneira:
Primeiro Passo: você deve calcular o valor das Prestações R� � , por meio 
da fórmula das rendas imediatas. Veja: 
R P
i
i i
n
n� �
�� � ��
�
�
�
�� �
1 1
1
 
Em que,
P = valor presente do financiamento.
n = número de parcelas.
R = valor das prestações iguais e consecutivas.
i = taxa de juros anuais.
Fórmula da HP-12C
 Valor do Financiamento [CHS] [PV] 
 Número de parcelas [n] 
 Taxa de juros [i] 
 Prestações [PMT]
Exemplo: na compra do Trator John Deere, cujo preço à vista é de R$ 170.000,00, 
em 8 prestações anuais e juros de 7,5 % ao ano, o valor das Prestações iguais e 
consecutivas são: 
Pela HP-12C
 170.000 [CHS] [PV] 
 8 [n] 
 7,5 [i] 
 [PMT]: R$ 29.023,59
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Segundo Passo: calcular o Juro J� � embutido em cada prestação, por meio 
da seguinte fórmula:
J i SDn� � �1 
Em que,
i = taxa de juros.
SDn� �1 Saldo devedor do período anterior.
Terceiro Passo: calcular o valor da Amortização:
A R Jn n n� �
A amortização do período n é o valor da prestação menos os juros pagos 
no período.
Quarto Passo: calcular o Saldo Devedor (SD) por meio da seguinte forma:
SD SD An n n� � � ��1
Em que, 
SDn = saldo devedor do período n.
SDn� �1 saldo devedor do período anterior.
An = valor da amortização do período n.
Exemplo: suponha que você queira adquirir uma Trator John Deere, cujo preço à 
vista é de R$ 170.000,00, em 8 prestações anuais. Para isto, você faz um Moderfrota, 
cujo taxa de juro nominal é de 7,5% ao ano. Esta linha tem 1 ano de carência e 8 
anos para pagar. Construa a planilha de amortização pelo sistema Price e verifique 
o total de juros pagos no final da transação, se não for realizado nenhum resgate.  
Resolução:
Planilha de Amortização pelo Sistema Price
N SD A J R
0 170.000,00
1 170.000,00 12.750,00 12.750,00
2 153.726,00 16.273,59 12.750,00 29.023,59
3 136.232,00 17.494,11 11.529,48 29.023,59
AMORTIZAÇÃO E FINANCIAMENTO
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N SD A J R
4 117.426,00 18.806,17 10.217,42 29.023.59
5 97.209,00 20.216,63 8.806,96 29.023.59
6 75.477,00 21.732,88 7.290,71 29.023.59
7 52.114,00 23.362,85 5.660,75 29.023.59
8 26.999,00 25.115,06 3.908,53 29.023.59
9 0,0 26.998,69 2.024,90 29.023.59
TOTAL 170.000,00 R$ 74.938,75 232.188,75
Podemos verificar, no Sistema Price, que o custo do financiamento, que é o mon-
tante de juros pagos no final do período, é superior ao Sistema SAC, em torno 
de R$ 4.813,75 a mais.
Como dimensionar o projeto para obter os resultados esperados? Como sa-
ber se o projeto será lucrativo ou não? Como analisar o desempenho de um 
projeto?
Caro estudante, o material contido neste site é de responsabilidade da Ape-
pa - Associação Paranaense de Empresas de Planejamento Agropecuário. 
Neste site, você poderá baixar modelos de projetos de investimento rural, 
custeio agrícola e outros materiais auxiliares. Para saber mais acesse: 
<http://creditorural.apepa.com.br/html/projeto_investimento_agricultu-
ra_empresarial.htm>. 
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ORÇAMENTO DO PROJETO: PLANO FINANCEIRO
O plano financeiro, prezado estudante, é a parte que compõe a espinha da viabili-
dade dorsal do projeto. É nesta etapa que serão mensurados tudo o que foi escrito 
nas outras etapas do projeto, incluindo o valor dos investimentos necessários, 
os custos operacionais da produção, a previsão de receitas e as análises de ren-
tabilidade do projeto. Assim, o papel do plano financeiro é prever se os recursos 
disponíveis são suficientes para manter a empresa, bem como se o projeto é ren-
tável ou não, por meio de técnicas de análise de investimentos. Nesta etapa, você 
deve elaborar as seguintes planilhas financeiras: a Previsão de Receitas, oPlano 
de Contas do Projeto, a Demonstração do Resultado do Exercício do Projeto e 
o Fluxo de Caixa Projetado necessário aos cálculos de viabilidade.
Segundo Dornelas (2001), os principais demonstrativos a serem apresentados 
em um projeto de investimento são: Demonstrativo do Resultado do Exercício 
e Demonstrativo de Fluxo de Caixa, todos projetados com um horizonte de, no 
mínimo, 3 anos, e no caso do Fluxo de Caixa, este deve ser detalhado mensal-
mente. Vamos começar apresentando a você as projeções de receitas:
Orçamento do Projeto: Plano Financeiro
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159
a. Projeções de Receitas
A primeira demonstração financeira é a de projeções de receitas do projeto. Nela deve 
constar o preço unitário de venda, a quantidade vendida, a produtividade e a receita 
total. Os preços são projeções feitas com base em criterioso estudo de mercado. Estes 
preços devem refletir, tanto quanto possível, a escassez ou o excesso dos produtos no 
mercado. A Tabela 8 apresenta um exemplo de projeção de receita para a agricultura.
PRODUÇÃO ANO 1
Produtos Unida-
de
Quantida-
de
Valor 
Unitário
Área 
(Ha)
Produtividade* Valor 
R$/
Ano
Soja kg unidade $$$ Ha R$/ha $$$
Milho kg unidade $$$ Ha R$/ha $$$
Trigo kg unidade $$$ Ha R$/ha $$$
Milho safri-
nha
kg unidade $$$ Ha R$/ha $$$
Feijão kg unidade $$$ Ha R$/ha $$$
Total de 
Receita
  $$$
PRODUÇÃO ANO 2 
Produtos Unida-
de
Quantida-
de
Valor 
Unitário
Área 
(Ha)
Produtivi-
dade*
Valor
R$/Ano
Soja kg unidade $$$ Ha R$/ha $$$
Milho kg unidade $$$ Ha R$/ha $$$
Trigo kg unidade $$$ Ha R$/ha $$$
Milho safri-
nha
kg unidade $$$ Ha R$/ha $$$
Feijão kg unidade $$$ Ha R$/ha $$$
Total de 
Receita
      $$$
Tabela 8 - Exemplo de projeção de receita para a agricultura / Fonte: a autora.
*Produtividade = (quantidade/ ha)
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b. Elaboração do Plano de Contas e do Cronograma Físico – Financeiro 
do Projeto
O Plano de Contas do projeto ou Orçamento é onde iremos elaborar as proje-
ções de custos e despesas operacionais para o horizonte de tempo do projeto. 
Para a elaboração deste Plano de Contas, você deve utilizar as informações obti-
das sobre os custos e despesas na etapa anterior. Um exemplo estrutural de Plano 
de Contas está apresentado na Tabela 9. 
      ANO 1 A N O 
2 ...
OPERAÇÃO ESPECI-
FICAÇÃO*
UNIDADE QUANTIDADE V A L O R 
UNITÁRIO
VA LO R 
TOTAL
 
A.) CUSTO DE PRODUÇÃO
1. Sistema-
tização do 
solo
   Kg,
Tonela-
das.
hora/ho-
mem.
hora/má-
quina.
 Preço 
unitário.
 $$$  
Derruba 
mecânica...
         $$$  
2. Preparo 
do Solo
         $$$  
Aração con-
vencional...
         $$$  
3. Correção 
do solo
         $$$  
Distribuição 
manual do 
calcário....
         $$$  
4. Plantio          $$$  
Semente          $$$  
Orçamento do Projeto: Plano Financeiro
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      ANO 1 A N O 
2 ...
OPERAÇÃO ESPECI-
FICAÇÃO*
UNIDADE QUANTIDADE V A L O R 
UNITÁRIO
VA LO R 
TOTAL
 
A.) CUSTO DE PRODUÇÃO
Tratamento 
da semen-
te...
         $$$  
5. Tratos 
culturais
         $$$  
Aplicação 
mecânica 
de herbici-
da...
         $$$  
6. Colheita          $$$  
Colheita 
mecânica...
         $$$  
7. Mão de 
obra fami-
liar
         $$$  
Custo da 
mão de obra 
familiar$$$  
8. Manuten-
ção
         $$$  
Máquinas, 
equipa-
mentos...
         $$$  
B) Despesas 
operacio-
nais
           
9. Impostos 
e taxas
        $$$   
10. Mão de 
obra admi-
nistrativa
         $$$  
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      ANO 1 A N O 
2 ...
OPERAÇÃO ESPECI-
FICAÇÃO*
UNIDADE QUANTIDADE V A L O R 
UNITÁRIO
VA LO R 
TOTAL
 
A.) CUSTO DE PRODUÇÃO
11. Logís-
tica
         $$$  
12. Juros 
financia-
mento
         $$$  
13. Depre-
ciação...
         $$$  
TOTAL          $$$  
Tabela 9 - Exemplo simplificado de plano de contas para lavouras permanentes e temporárias
Fonte: adaptada de Guiducci (2012).
*Você deve descrever a máquina, o implemento agrícola, o tipo de mão de obra 
(familiar, permanente, temporária, especializada, não especializada), nome 
comercial dos insumos.
Outra planilha importante que deve constar no projeto é o cronograma físico 
financeiro do projeto, que tem como objetivo apresentar o sequenciamento 
das atividades do projeto, bem como a necessidade dos recursos físicos, capi-
tal humano, insumo e de recursos financeiros para a execução das atividades. 
Uma forma de fazer isto é dividir o projeto em etapas e apresentar o custo de 
realização de cada etapa em um determinado período do tempo. A Tabela 10 
apresenta um exemplo:
Orçamento do Projeto: Plano Financeiro
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Tabela 10 - Modelo de planilha de cronograma físico – financeiro do projeto / Fonte: a autora.
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c. Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)
Evidencia o lucro que a empresa teve ou deverá ter, apresentando de forma 
resumida, as receitas e despesas inerentes ao exercício em questão. Exemplo 
estrutural da DRE:
ITENS ANO - 0 ANO-1 ANO-2 ANO-3 ANO-4 ANO-5
ENTRADAS
Receita com a venda da Soja $$$ $$$ $$$ $$$ $$$
Receita com a venda do 
Milho
$$$ $$$ $$$ $$$ $$$
Receita com a venda do 
Trigo
$$$ $$$ $$$ $$$ $$$
Receita com a venda do 
Feijão
$$$ $$$ $$$ $$$ $$$
Valor Residual dos ativos 
fixos
          $$$
SAÍDAS
Total dos custos de produ-
ção
$$$ $$$ $$$ $$$ $$$
Total das despesas opera-
cionais
$$$ $$$ $$$ $$$ $$$
Impostos (IR e CSLL) $$$ $$$ $$$ $$$ $$$
Fluxo de Caixa Líquido $$$ $$$ $$$ $$$ $$$
 Tabela 11 - Demonstrativo Simplificado do Resultado do Exercício / Fonte: a autora.
c. Fluxo de Caixa
Elaboradas as planilhas de projeção de Receitas e Custos do Projeto, temos as 
informações necessárias para construir o Fluxo de Caixa Projetado, que serve 
para você mensurar as entradas e saídas da empresa, indicando a necessidade 
Orçamento do Projeto: Plano Financeiro
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ou não de recursos externos. Esta ferramenta é utilizada para análise da viabili-
dade. Um exemplo de fluxo de caixa anual pode ser visto na Tabela 12:
ITENS ANO 0 ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5
Total do Investimento          
Terra ($$$)
Obras Civis ($$$)
Máquinas e Equipamentos... ($$$)
ENTRADAS
Receita com a venda da Soja   $$$ $$$ $$$ $$$ $$$
Receita com a venda do Milho   $$$ $$$ $$$ $$$ $$$
Receita com a venda do Trigo   $$$ $$$ $$$ $$$ $$$
Receita com a venda do 
Feijão
  $$$ $$$ $$$ $$$ $$$
Valor Residual do Capital1           $$$
SAÍDAS
Total dos custos de produção   ($$$) ($$$) ($$$) ($$$) ($$$)
Total das despesas operacio-
nais
  ($$$) ($$$) ($$$) ($$$) ($$$)
Amortização ($$$) ($$$) ($$$) ($$$) ($$$)
Fluxo de Caixa Líquido   $$$ $$$ $$$ $$$ $$$
Tabela 12 - Exemplo de fluxo de caixa do projeto prospectado para 5 anos / Fonte: a autora.
1 Refere-se ao valor residual dos bens, que deverá ser lançado como entrada no 
fluxo de caixa no ano referente ao final da vida útil do bem.
Algumas considerações: 
 ■ O valor do fluxo de Caixa no ano-0 representa o valor do Investimento 
Inicial, como é uma saída de caixa, entra com valor negativo.
INVESTIMENTOS E CUSTOS DO PROJETO RURAL 
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IVU N I D A D E166
 ■ O ano-1 do projeto é o período no qual o empreendimento termina a etapa 
do investimento e começa as suas atividades obtendo receitas e despesas.
 ■ No último ano do projeto, você deve acrescentar às receitas o valor residual 
(valor contábil) dos ativos fixos do projeto que fazem parte do investi-
mento. Este valor é calculado na Planilha de Depreciação.
 ■ O Valor da Terra deve ser incluído no investimento inicial mesmo que o 
empreendedor já a tenha e pode tomar como base o valor de mercado da 
propriedade ou o valor do arrendamento. Todavia, se caso a terra não for 
de propriedade do empreendedor rural e se ele optar por alugar, o custo 
do arrendamento entra como custo de produção e não como investimento.
Considerações Finais
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro estudante, nesta unidade, foi abordada, de forma minuciosa, a parte finan-
ceira do projeto, que envolvem os levantamentos dos custos operacionais de 
máquinas agrícolas, previsão de receitas e elaboração dos orçamentos, que são 
necessários para os cálculos dos indicadores de viabilidade do projeto. Você 
aprendeu que existem custos que são fixos e variáveis, que existem custos que 
são diretos, chamados de custo de produção, e indiretos, conhecidos como des-
pesas operacionais. Saber a diferença entre estes custos é importante para realizar 
as análises financeiras e também para poder fazer previsões. 
Além disso, você aprendeu que é importante para o produtor rural saber cal-
cular o custo operacional das máquinas agrícolas, o qual deve ser inserido no 
orçamento, além de analisar a viabilidade econômica de sua aquisição. 
Você também aprendeu que existe um tipo de despesa operacional, que repre-
senta um desembolso econômico e não financeiro. Esta despesa é a depreciação, 
que representa a perda do valor de um bem, decorrente de seu uso, desgaste e 
defasagem tecnológica. Apesar de não representar um desembolso financeiro, 
isto é, uma saída de caixa, deve ser inserida no orçamento. 
Desta forma, nesta unidade, você aprendeu a metodologiade cálculo utili-
zada para mensurar a depreciação dos ativos físicos que serão adquiridos, bem 
como o cálculo de manutenção, cujos valores serão registrados como despesas 
operacionais das planilhas financeiras. 
Você também aprendeu as metodologias de cálculo da amortização de finan-
ciamentos, cujos valores devem constar nas planilhas financeiras, sendo deduzidos 
do lucro do negócio, caso o investimento seja realizado com capital de terceiros. 
Você aprendeu o Sistema Price, que se caracteriza por gerar prestações constan-
tes, e o Sistema SAC, cujo valor das prestações é decrescente ao longo do tempo. 
168 
1. O investimento inicial engloba todos os custos e despesas realizadas para o 
início das atividades da empresa. Envolve desde custos pré-operacionais aos 
recursos destinados à implantação de toda estrutura física do projeto, aos bens 
de capital necessários, estoque e capital de giro. Assim os investimentos po-
dem ser classificados em: investimento em ativos fixos, capital de giro e pré-
-operacionais. Diante disto, assinale a alternativa que represente um investi-
mento em capital de giro para o produtor rural:
a) A compra inicial de sementes e adubos representa um investimento pré-
-operacional.
b) A compra de um boi reprodutor ( Matriz) para um pecuarista representa um 
investimento em ativo fixo.
c) O gasto realizado com preparo do solo para o plantio é um investimento em 
ativo fixo.
d) A construção de silos de armazenagem é um investimento pré-operacional.
e) O gasto realizado com a elaboração do projeto de investimento é um inves-
timento em capital de giro.
2. No levantamento dos custos do projeto, devemos calcular os gastos com con-
servação ou manutenção dos ativos fixos para manter o bem de capital em con-
dições de uso. Encontre o custo de manutenção por hora de uma Batedora de 
Cereais ao longo de sua vida útil (3 mil horas), que corresponde a 30% do seu 
valor de compra de R$ 80.00,00 (veículo novo). Assinale a alternativa correta:
Fórmula: manutenção: 
M VN TM VU� � / 
Em que: 
VN = valor novo do ativo. 
TM = taxa de manutenção sobre a vida útil do ativo. 
VU = vida útil do ativo, ou quanto tempo demora para se depreciar totalmente.
a) R$ 7,00/hora.
b) R$ 12,00/hora.
c) R$ 10,00/hora.
d) R$ 8,00/hora.
e) R$ 9,00/hora.
169 
3. Para realizar a análise da viabilidade econômica dos projetos, é necessário ela-
borar as planilhas de custos do projeto. Estes custos são apresentados como: 
custos do investimento, custos de produção e despesas operacionais. Sobre a 
identificação destes custos e despesas, leias as afirmativas:
I. A compra de um trator para a lavoura é registrada como um custo de pro-
dução.
II. Os gastos iniciais com a compra de matéria-prima representam custos do 
investimento em capital de giro.
III. Os gastos com o pagamento de mão -de -obra para o plantio das sementes 
nas lavouras são considerados custos diretos de produção.
IV. O pagamento de frete é registrado como despesa operacional.
É correto o que se afirma em:
a) I e II, apenas.
b) III e IV , apenas.
c) II, III e IV, apenas.
d) I, II e III, apenas.
e) I, II, III e IV.
4. A etapa de Orçamento do projeto é onde são feitos os levantamentos do valor 
total do investimento a ser realizado e a prospecção dos custos e despesas 
operacionais ao longo da vida útil do projeto. Sobre este assunto, leia as afir-
mações:
I. Investimento em capital de giro é o conjunto de bens que não são objeto de 
transações correntes por parte da empresa. Seu valor monetário constitui o 
chamado capital fixo da empresa. 
II. Investimentos pré-operacionais constituem os gastos realizados com inves-
tigações prévias antes da implantação do projeto, como: o próprio estudo 
do projeto.
III. Despesas operacionais representam aqueles que ocorrem após a fabricação 
do produto, como gastos com administração, logística, seguros.
IV. Custos de produção são os que ocorrem na fabricação do produto como 
matéria-primas, mão -de -obra do processo produtivo.
170 
Leia as afirmações e assinale a alternativa correta: 
a) I, apenas.
b) II e III, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
5. Considere uma Colheitadeira adquirida por R$ 196.000,00 vida útil de 15 anos 
e valor residual de 10% do valor de compra do bem. Considerando o método 
de depreciação linear com valor residual, calcule o valor contábil do bem após 
2 períodos de depreciação anual e assinale a alternativa correta:
Fórmula:
Dr N P R� � �� �1 / 
Em que: 
N = período de vida útil do bem.
P = preço de aquisição do bem. 
R = valor residual.
Dr = depreciação com valor residual.
VCn P n Dr� � � �
VCn = valor contábil do bem no período n
n = período de depreciação já realizado
a) R$ 172.480.
b) R$ 170.000.
c) R$ 196.000.
d) R$ 190.000.
e) R$ 192.840.
171 
Análise de Investimentos para três projetos de produção de Soja e Milho na região de 
Umuarama - Paraná.
O presente artigo apresenta o estudo comparativo de retorno de investimentos em três 
áreas de terras arrendadas para pastagens, produção de soja e milho, de diferentes ta-
manhos (25, 50 e 100 ha), localizadas na região noroeste do Paraná, mais especificamen-
te no município de Umuarama.
No caso da produção de soja, foram considerados os seguintes itens para formação 
do custo fixo de produção: gastos com arrendamento, seguros, mão de obra indireta e 
energia com variação de acordo com o tamanho da propriedade (área em ha), que estão 
apresentados na Tabela a seguir:
DESCRIÇÃO 100 HA 50 HA 25 HA
ARRENDAMENTOS 29.148,80 14.574,40 7.287,20
SEGUROS 3.782,00 1.891,00 945,50
MÃO-DE-OBRA INDIRETA 12.000,00 12.000,00 12.000,00
ENERGIA 960,00 960,00 960.,00
TOTAL 45.890,80 29.475,40 21.217,70
Tabela 1 - Custos Fixos Anuais / Fonte: adaptada de Arieira et al. (2008).
Os valores da saca de soja de 60 Kg, a produtividade média e o custo variável médio es-
tão apresentados na Tabela 2 e correspondem aos valores previstos para o mês de julho 
de 2007, na comercialização da soja convencional. 
PRODUTO PRODUTIVIDADE
SACA/HA
VALOR POR SACA DE 60 
KG
CUSTO VARIÁVEL 
MÉDIO
SOJA 50 R$ 35,27 R$ 14,50
Tabela 2 - Produtividade (saca/há), valor estimado por saca de 60 kg e custo variável
Fonte: adaptada de Arieira et al. (2008).
Para o investimento inicial na produção de soja foram considerados os custos dos insu-
mos e os custos operacionais (hora-máquina), Tabela 3, e as variações ocorrem de acor-
do com o tamanho das terras arrendadas.
172 
DESCRIÇÃO ESP. QTD/HA PREÇO 25HA 50HA 100HA
CALCÁRIO T 0,06 80,00 120,00 240,00 480,00
HERBICIDA 
(GLYFOSATO)
L 2,9 11,00 855,50 1.711,00 3.422,00
HERBICIDA (AMINOL) L 0,50 13,00 162,50 325,00 650,00
SEMENTE Sc 1,20 48,00 1.440,00 2.880,00 5.720,00
TRATAMENTO DE 
SEMENTE (DEROSOL P)
L 0,11 35,00 96,25 192,50 385,00
TRATAMENTO DE 
SEMENTE (COMO)
L 0,17 95,00 403,75 807,50 1.615,00
ADUBO DE PLANTIO Sc 5,00 31,00 3.875,00 7.750,00 15.500,00
ADUBO DE COBERTURA Sc 1,03 33,00 849,75 1.699,50 3.399,00
HERBICIDA PRÉ- 
EMERGENTE
L 0,83 35,00 726,25 1.452,50 2.905,00
HERBICIDA PÓS- 
EMERGENTE
L 0,83 42,00 871,50 1.743,00 3.486,00
INSETICIDA L 1,00 16,00 400,00 800,00 1.600,00
FUNGICIDA L 0,50 131,00 1.637,50 3.275,00 6.550,00
TOTAL 11.438,00 22.876,00 45.712,00
Tabela 3 - Custos de Insumos para Produção de Soja / Fonte: adaptada de Arieira et al. (2008).
Fonte: Arieira (2008).
Material Complementar
MATERIAL COMPLEMENTAR
Análise de Investimentos e Capital de Giro - Conceitos 
e Aplicações
Luiz Guilherme Bron; José Eduardo Amato Balian
Editora: Saraiva
Sinopse: Análise de Investimentos e Capital de Giro - Conceitos e 
Aplicações está dividido em duas partes, abordando os principais 
conceitos para o entendimento do processo de análise: métodos 
para avaliação de investimentos e gestão de capital de giro. 
Direcionada às áreas de Administração e Economia, a obra serve 
como guia na tomada de decisões de onde e como investir, com 
base em ferramentas técnicas deanálise imprescindíveis para 
garantir o equilíbrio financeiro de empresas que visam ao sucesso a curto e longo prazo.
Gestão de Propriedade Rurais
Ronald D. Kay, Wiiliam M. Edwards, Patrícia A. Duffy
Editora: Saraiva
Sinopse: os estabelecimentos agropecuários, como qualquer 
outra empresa, precisam de uma boa gestão para sobreviver e 
prosperar. Seus gestores precisam estar atentos a novas tecnologias, 
tendências de mercado (interno e externo) e preferências do 
consumidor, além de conhecer as políticas e regras governamentais 
relativas a meio ambiente, subsídios e tributação. Para tanto, 
este livro trata da gestão de propriedades rurais, com conteúdo 
atualizado e bem distribuído entre os capítulos.
REFERÊNCIAS
ARIEIRA, J. O.; CODATO, J. M.; MATOS JUNIOR, M.; ARIEIRA, C. R. D.; FUSCO, J. P. A. 
Análise de Investimentos para Três Projetos De Produção de Soja e Milho na região 
de Umuarama - Paraná. In: CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ECONOMIA, 
ADMINISTRAÇÃO E SOCIOLOGIA RURAL, 46., 2008, Rio Branco. Anais... Rio Branco: 
Sober, 2008. Disponível em: http://www.sober.org.br/palestra/9/913.pdf. Acesso 
em: 12 jun. 2019. 
CASAROTTO FILHO, N.; KOPITTKE, B. H. Análise de Investimentos: matemática finan-
ceira, engenharia econômica, tomada de decisão, estratégia empresarial. 9. ed. São 
Paulo: Atlas, 2000.
DORNELAS, J. C. A. Empreendedorismo: Transformando Ideias em Negócios. Rio de 
Janeiro: Campus, 2001.
GUIDUCCI, R. C. N.; LIMA FILHO, J. R.; MOTA, M. M. Viabilidade Econômica de Siste-
mas de Produção Agropecuários: Metodologia e Estudo de Casos. Brasília: Embrapa, 
2012.
HIRSCHFELD, H. Engenharia Econômica: Análises de Custos. 7. ed. São Paulo: Atlas, 
2000.
HOFFMANN, R. et al. Administração da empresa agrícola. 5. ed. São Paulo: Pioneira, 
1987.
LAPPONI, J. C. Projetos de Investimento: Construção e Avaliação do Fluxo de Caixa. 
São Paulo: Lapponi, 2000.
OCEPAR. Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná. Plano Agrí-
cola e Pecuário 2018/2019. Análise Técnico-Econômica. Curitiba: Ocepar, 6 jun. 2018. 
10p. Disponível em: http://www.paranacooperativo.coop.br/ppc/images/Comuni-
cacao/2018/noticias/06/07/pap/pap_clique_aqui_07_06_2018.pdf. Acesso em: 12 
jun. 2019. 
PACHECO, E. P. Seleção e custo operacional de máquinas agrícolas. Rio Branco: Em-
brapa Acre, 2000. 21p. (Embrapa Acre. Documentos, 58).
GABARITO
175
1. B.
2. D.
3. C.
4. D.
5. A.
U
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E V
Professora Dra. Juliana Franco
ANÁLISE ECONÔMICO-
FINANCEIRA DO PROJETO E 
CRÉDITO RURAL
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Elaborar os Indicadores Econômico-Financeiros do Projeto.
 ■ Abordar as principais normas instituídas no Manual de Crédito Rural.
 ■ Apresentar o conceito de Crédito Rural e sua importância para o setor 
rural.
 ■ Introduzir as principais linhas de financiamento para o produtor rural.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Instrumentos de análise econômica financeira de investimentos
 ■ Crédito Rural e condições gerais para concessão do crédito
 ■ Operações de Crédito Rural
 ■ Sistema Nacional de Crédito Rural e principais linhas de 
financiamento
INTRODUÇÃO
Caro estudante, neste capítulo, eu irei abordar as fases do projeto que estão rela-
cionadas à viabilidade econômica e financeira do projeto e a captação de recursos 
para o seu financiamento.
Após a elaboração das planilhas financeiras do projeto, onde estão apresenta-
das as projeções de receitas, custos e de resultados para um horizonte de tempo de 
3 a 5 anos, chegou o momento de calcularmos os indicadores de viabilidade eco-
nômica-financeira do projeto, necessários para saber se ele é viável ou não. Estes 
indicadores objetivam mensurar e dar informações sobre: o tempo de retorno do 
investimento, escala mínima de produção, rentabilidade e lucratividade do projeto.
Sendo o projeto viável, devemos conhecer quais as linhas de financiamento 
disponíveis e mais apropriadas para o custeio do projeto. Desta forma, nesta 
unidade, nós falaremos sobre o funcionamento do crédito rural no Brasil, as 
condições gerais para a concessão, as operações existentes e o funcionamento 
do SNCR (Sistema Nacional de Crédito Rural). 
Diante disso, esta unidade foi desenvolvida baseada na legislação que regu-
lamenta o crédito rural no país, por meio do Manual de Crédito Rural - MCR, 
visto que é de grande importância o conhecimento das normas, a fim de dar as 
bases legais para a elaboração de projetos para diversos tipos de financiamentos. 
Compete ao Sistema Nacional de Crédito Rural - SNCR administrar os financia-
mentos sob as diretrizes da política de crédito estabelecida pelo Conselho Monetário 
Nacional, em consenso com a política de desenvolvimento agropecuário. Assim, é 
considerado crédito rural o suprimento de recursos financeiros por instituições do 
SNCR, com aplicação exclusiva nas finalidades e condições instituídas no MCR.
Portanto, o MCR é do documento que consolida as diversas normas que 
regulamentam o Crédito Rural no país. Assim, neste capítulo, você vai conhe-
cer, em linhas gerais, o funcionamento do crédito rural baseado no Manual do 
Crédito Rural (2018), que é editado pelo Banco Central do Brasil.
Introdução
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ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DO PROJETO E CRÉDITO RURAL
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
VU N I D A D E180
INSTRUMENTOS DE ANÁLISE ECONÔMICA - 
FINANCEIRA DE INVESTIMENTO
Caro estudante, chegou a hora de aprender como analisar o seu negócio, ou 
seja, como saber se o projeto é viável ou não. Nesta seção, irei apresentar a você 
as principais metodologias de avaliação e seleção de projetos. Estudaremos, a 
seguir, as seguintes metodologias:
a. Análise de Incerteza do Projeto: Ponto de Equilíbrio Operacional (PEO).
b. Produtividade Total dos Fatores.
c. Taxa de Retorno do Empreendedor.
d. Método do Valor Presente Líquido (VPL).
e. Método da Taxa Interna de Retorno (TIR).
f. Índice de Lucratividade – (ILL).
g. Período do Payback Simples e Payback Descontado (PPD).
h. Análise de Sensibilidade.
Instrumentos de Análise EconômicA - Financeira de Investimento
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181
a. Análise de Incerteza do Projeto: Ponto de Equilíbrio Operacional (PEO) 
É de extrema importância avaliar o grau de incerteza que envolve todos os projetos 
de investimento, o qual pode ser medido por meio da utilização de três instrumentos 
de análise: ponto de equilíbrio; análise de sensibilidade e análise de probabilidade.
O instrumento de análise das incertezas que será utilizado neste livro é o do 
ponto de equilíbrio, sendo definido por Buarque (1991) como o mínimo que uma 
empresa deve produzir e vender para funcionar autonomamente, ou seja, sem perdas. 
O ponto de equilíbrio indica a quantidade de produtos que devem ser fabrica-
dos ou o volume de receitas que devem ser obtidas pela empresa para cobrir todos 
os custos fixos (despesas operacionais) e variáveis (custo de produção) sem lucro 
ou prejuízo, podendo ser apresentado em unidades ou em valores monetários. 
É de grande utilidade, pois possibilita ao empresário saber em que momento 
seu empreendimento começa a obter lucro e, assim, torna-se uma importante 
ferramenta gerencial.
O ponto de equilíbrio pode ser calculado da seguinte forma:
PEO Q CF
Pu CVu
� � �
�
 
Em que, 
PEO = ponto de equilíbrio operacional (quantidade de produtos).
CF =Custo fixo total. 
CVu = Custo variável unitário.
Pu = Preços Unitários.
Para obter o PEO em valores de produtos, pode-se usar a seguinte fórmula:
PEO CF
CV
RT
�
��
�
�
�
�
�1
 
Em que, 
PEO = ponto de equilíbrio Operacional. 
CF = custo fixo. 
ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DO PROJETOE CRÉDITO RURAL
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
VU N I D A D E182
CVu = custo variável. 
RT = receita total ou bruta de vendas.
Para obter o PE em quantidades de produtos, basta dividir o resultado ante-
rior pelo preço de venda unitário do produto.
Exemplo: suponha que você é um produtor de trigo de Santa Catarina e produ-
ziu 7.800 sacas de trigo de 60 Kg em 65 alqueires de terra. Cada saca foi vendida 
pelo valor de R$ 33,00, e você obteve um Faturamento de R$ 199.000,00. Para 
produzir 7.800 sacas de trigo, você teve, de Custo e Despesas Variáveis, o valor de 
R$ 23,00 por saca, e de Custos e Despesas Fixas, o valor de R$ 8.800,00. A partir 
destas informações, vamos definir o Ponto de Equilíbrio da Produção de Trigo.
Resolução: 
PEO Q� � �
�
�
8 800
33 23
880.
Assim, você terá que vender, no mínimo, 880 sacas de trigo para pagar todos os 
custos fixos e variáveis, tendo um faturamento mínimo de (880 x 33) = R$ 29.040.
b. Produtividade Total dos Fatores
Segundo Guiducci et al. (2012), a produtividade total dos fatores (PTF) pode 
ser medida pela fórmula:
PTF RT
CT
= 
Em que,
RT = receita total.
CT = custo total.
Para que o sistema de produção se sustente, a PTF deve ser, no mínimo, 
igual a 1, e quanto maior o seu valor, maior é a rentabilidade do investimento.
Exemplo: dado que, para produzir 7.800 sacas de trigo de 60kg cada, custe R$ 
188.200,00, e dado que o preço de venda é de R$ 33,00 a saca, gerando uma 
receita bruta de R$ 257.400, calcule a PTF.
Instrumentos de Análise EconômicA - Financeira de Investimento
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Resolução: 
PTF = =
257 400
188 200
1 37.
.
, 
Assim, para cada R$ 1,00 de custos, a empresa terá R$ 1,37 de receita, lhe 
gerando uma sobra de R$ 0,37.
 c) Taxa de Retorno do Empreendedor
Uma forma de medir o retorno da atividade para o empresário rural é por meio 
do cálculo da Taxa de Retorno, que representa a proporção em que cada unidade 
monetária gasta da execução da produção resulta em lucro líquido ao empre-
endedor. Segundo Guiducci et al. (2012), a taxa de retorno pode ser calculada 
pela seguinte fórmula:
Taxa de retorno = íquido
custo total
 
Exemplo: no caso do exemplo anterior, para a produção de 7.800 sacas de trigo, 
vimos que o valor do custo total é de R$ 188.200,00 e da Receita Total, de R$ 
257.400. Diante dessas informações, calcule a taxa de retorno do empreendedor.
Resolução: 
íquido = Receita total Custo total
íquido = 2
�
557.400 188.200=69.200
Taxa de retorno = 69.200/188.200=0.3
�
6676 ou 36,76%
 
Assim, a taxa de retorno é de 36,76% sobre os gastos com a atividade.
d. Método do Valor Presente Líquido 
O Método do Valor Presente Líquido - VPL é um método de avaliação que tem como 
objetivo mostrar a contribuição do projeto de investimento no aumento do valor pre-
sente, ou seja, é o valor extra gerado pelo projeto depois de recuperar e remunerar 
o investimento a uma taxa de juros denominada de Taxa Mínima de Atratividade – 
TMA, a qual é denominada por Cassaroto Filho e Kopittke (2000, p. 23), como “a 
taxa de juros equivalente à rentabilidade das aplicações correntes e de pouco risco”.
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rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
VU N I D A D E184
A Taxa Mínima de Atratividade (TMA) é a taxa de juros equivalente à ren-
tabilidade das aplicações correntes e de pouco risco, sendo a taxa mínima de 
retorno aceitável pelo investidor. Pode ser definida como o custo do capital pró-
prio da empresa, que é a expectativa mínima de remuneração dos investidores.
A TMA taxa pode ser obtida perante o mercado financeiro ou em qualquer 
alternativa de investimento à disposição do investidor, configurando como um 
custo de oportunidade. Na prática, pode ser:
 ■ Taxa de juros do financiamento - custo do capital de terceiros.
 ■ Taxa oferecida pelo mercado para uma aplicação financeira.
 ■ Meta estratégica de crescimento da empresa.
 ■ Pode ser calculada pelo Método CAPM (Capital Asset Pricing Model). 
O Valor Presente Líquido tem como objetivo mostrar a contribuição do pro-
jeto de investimento no aumento do valor presente dos fluxos de caixa projetado 
pelo projeto e faz com que o investidor pense se deve investir ou não. 
De forma prática, o VPL é determinado a partir do somatório dos valores 
presentes dos fluxos de caixa, calculados a partir de uma taxa mínima de atra-
tividade (TMA) dada e de seu período de duração, ou seja, intervalo de tempo 
entre a data do investimento inicial e a data final do retorno do capital investido.
É importante ressaltar que os fluxos de caixas são estimados de acordo com 
o orçamento do projeto e podem ser positivos ou negativos, conforme a entrada 
e saída de caixa. 
Segue a apresentação do cálculo do VPL:
VPL F
k
F
k
F
k
INVn
n�
�� �
�
�� �
� �
�� �
�
�
�
�
�
�
�
�
�1
1
2
21 1 1
...
Em que: 
VPL = Valor presente líquido.
Fn = Fluxo de caixa ou lucro líquido no ano n.
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fe
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n = Vida útil do projeto em anos. 
k = Taxa de desconto do projeto, é a TMA.
INV = Investimento inicial.
Condição de aceite do projeto pelo VPL:
 ■ Se VPL> 0 , ACEITA O PROJETO, o valor alcançado no projeto pagará 
o investimento inicial e ainda gerará um extra, a taxa de retorno do inves-
timento é maior que a TMA.
 ■ Se VPL = 0, INDIFERENTE, o valor alcançado no projeto pagará apenas 
o investimento inicial , a taxa de retorno do investimento é igual a TMA.
 ■ Se VPL < 0 , REJEITA-SE O PROJETO, neste caso, o retorno do projeto 
será menor que o investimento inicial, ou seja, o valor obtido no projeto 
não pagará o investimento inicial, tornando o projeto inviável, a taxa de 
retorno do investimento é menor que a TMA (taxa de rentabilidade de 
uma alternativa de negócios).
 ■ Na avaliação de VÁRIAS ALTERNATIVAS DE PROJETOS, se escolhe 
o projeto com VPL mais elevado.
Exemplo: considere os projetos delineados a seguir para um TMA de 20% ao 
ano, verifique qual é o melhor projeto.
PROJETOS INVESTIMENTO LUCRO LÍQUIDO 
ANUAL
V A L O R 
RESIDUAL
V I D A 
ÚTIL
1 R$ 3.000.000 R$1.000.000 R$500.000 5
2 R$4.000.000 R$1.200.000 R$1.000.000 5
3 R$4.800.000 R$1.550.000 R$900.000 5
Projeto 1
VPL �
�� � ��
�
�
�
�� �
�
�� �
�1 000 000
1 0 2 1
0 2 1 0 2
500 000
1 0 2
3 0
5
5 5. .
,
, ,
.
,
. 000 000
191 550 92
.
. ,VPL �
 
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Projeto 2
VPL �
�� � ��
�
�
�
�� �
�
�� �
�1 200 000
1 0 2 1
0 2 1 0 2
1 000 000
1 0 2
4
5
5 5. .
,
, ,
. .
,
.. .
. ,
000 000
9 387 86VPL � �
Projeto 3
VPL �
�� � ��
�
�
�
�� �
�
�� �
�1 550 000
1 0 2 1
0 2 1 0 2
900 000
1 0 2
4 8
5
5 5. .
,
, ,
.
,
. 000 000
197 138 63
.
. ,VPL �
Conclusão
O melhor projeto é o terceiro, pois, além de remunerar o investimento a uma 
taxa de 20%, apresenta o maior VPL, e as receitas foram maiores que o custo em 
197.138,63. Já o projeto 2 é rejeitado, pois o projeto não atende a TMA do investidor.
Fórmula do VPL na calculadora HP12-C:
Valor do investimento CHS g CFo
Valor do Lucro líquido período 1 g CFj
Valor do Lucro líquido período 2 g CFj
Valor do Lucro líquido período n g CFj
TMA em % i
 f NPV 
Sendo NPV o valor do VPL
Fonte: a autora.
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VPL positivo significa LUCRO!
O cálculo do VPL também pode ser feito na planilha eletrônica do Excel, 
utilizando a função pagamento da seguinte forma:
� � � �VPL INVtaxa; valor 1; valor 2 
Em que,
taxa de desconto - TMA
valor = fluxos de caixa Líquido
INV= valor do investimento com sinal negativo
Exemplo: suponha uma atividade com o seguinte fluxo de caixa: investimento ini-
cial de R$ 200.000 e fluxos de rendimentos anuais de R$ 32.000 no ano-1, R$ 41.000 
no ano-2, R$ 40.000 no ano-3, R$ 39.000 no ano-4 e R$ 45.000 no ano-5. Possui 
uma TMA de 8% (tomando como base a taxa Selic). O VPL é facilmente calculado 
aplicando a função VPL da planilha eletrônica, conforme o indicado da Tabela 1.
Tabela 1 - Demonstração do cálculo do VPL / Fonte: a autora.
Solução: O projeto é inviável porque o valor do VPL <0
Assim, caro(a) aluno(a), verifica-se que a utilização do método do VPL para 
verificar a viabilidade do projeto tem suas vantagens e desvantagens. 
Em relação às vantagens, o método informa se o investimento aumentará o 
valor da empresa, pode-se somar os VPL de projetos individuais, podendo ser 
aplicado em qualquer fluxo de caixa. Todos os capitais do fluxo de caixa são inclu-
ídos nos cálculos e, por usar a TMA no cálculo do VPL, considera-se o valor do 
dinheiro no tempo e evidencia o risco das estimativas futuras do fluxo de caixa.
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VU N I D A D E188
Já as desvantagens aparecem quando, ao analisarmos o valor do investi-
mento, temos que conhecer a TMA, e nem sempre conhecemos o percentual 
atrativo para os investidores, e o método retorna um valor monetário e não uma 
taxa de juros. Por isso, fica difícil fazer comparações, sendo assim, não conclu-
sivo quando é aplicado a projetos alternativos. 
e. Método da Taxa Interna de Retorno
O Método da Taxa Interna de Retorno (TIR) indica qual a taxa percentual de 
retorno ao ano do investimento realizado, é também a taxa de juro (k) que 
zera o VPL do fluxo de caixa do investimento. Quando isso acorre, o valor pre-
sente dos futuros fluxo de caixa é exatamente igual ao investimento efetuado. 
Matematicamente, a TIR pode ser representada como se segue:
Fórmula:
 0
1 1 1
1
1
2
2� �
�� �
�
�� �
�
�� �
�
�
�
�
�
�
�
�
�VPL F
TIR
F
TIR
F
TIR
INVn
n... 
Ou
0
11
� � � �
�� ��
�VPL INV FC
TIR
n
n
i
n
Condição de aceite do projeto da TIR:
A condição para aceite de um projeto é de que a TIR seja superior a TMA do investi-
dor, visto que quando isto ocorre, o investimento será recuperado, remunerado com 
a taxa mínima requerido - TMA e gerará um lucro extra, igual ao VPL na data zero. 
Assim, depois de calculada a TIR, ela deve ser confrontada com a TMA exi-
gida. CONDIÇÃO DE ACEITE: TIR > TMA
De acordo com Cassaroto Filho e Kopittke (2000), se ao término dos cálcu-
los, a TIR > TMA o projeto é economicamente viável, indicando que há mais 
ganhos investindo-se no projeto do que na TMA. O contrário é verdadeiro, se a 
TIR <TMA, o investimento não é economicamente atrativo, pois seu retorno é 
ultrapassado pelo retorno e se TIR = TMA, o investimento está economicamente 
numa situação de indiferença, ou seja, tanto faz investir ou não.
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OBS: como é complicado isolar a TIR de todos os fluxos de caixa, é recomen-
dado encontrar pela Calculadora HP-12C ou por interpolação linear:
INTERPOLAÇÃO LINEAR: é uma regra de três composta, em que, pri-
meiramente, submetemos o fluxo de caixa à TMA pretendida pela empresa e 
encontramos o VPL. Se este VPL>0, então, submeteremos este mesmo fluxo de 
caixa a uma TMA maior que a primeira até encontramos um VPL<0, já que a 
TIR é a que o VPL=0. Daí fazemos uma regra de três.
Seja O Projeto 1 do exemplo anterior, a uma TMA 20%.
VPL �
�� � ��
�
�
�
�� �
�
�� �
�1 000 000
1 0 2 1
0 2 1 0 2
500 000
1 0 2
3 0
5
5 5. .
,
, ,
.
,
. 000 000
191 550 92
.
. ,VPL �
 
Se submetermos este mesmo projeto a uma TMA = 23% temos:
VPL �
�� � ��
�
�
�
�� �
�
�� �
1000 000
1 0 23 1
0 23 1 0 23
1500 000
1 0 23
4
4. .
,
, ,
.
,
55 3 000 000
19 926 414
�
� �
. .
. ,VPL
Por interpolação linear temos:
 0 2 0 23 191 550 92 18 926 414
0 2 191 550 92 0
, , . , . ,
, . ,
� � � � �� �
� � � �� �
�
TIR
00 03 191 550 92 210 477 33 0 2
5 746 52 210 477 3
, . , . , ,
. , . ,
� � � � � �� �
� �
TIR
33 0 2
0 0273 0 2
0 2273 100 22 73
� �� �
� � �
� � �
,
, ,
, , %
TIR
TIR
TIR
 
O cálculo da TIR também pode ser feito na planilha eletrônica do Excel, utili-
zando a função financeira da seguinte forma:
=TIR( valor 1; valor 2...)
Em que,
Valor 1 = valor do investimento com sinal negativo
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VU N I D A D E190
Valor 2...= valor dos fluxos de caixa Líquido
Exemplo: suponha uma atividade com o seguinte fluxo de caixa: investimento ini-
cial de R$ 100.000 e fluxos de rendimentos anuais de R$ 22.000 no ano-1, R$ 21.000 
no ano-2, R$ 20.000 no ano-3, R$ 19.000 no ano-4 e R$ 25.000 no ano-5. Possui 
uma TMA de 12% (tomando como base a taxa Selic). A TIR é facilmente calculado 
aplicando a função TIR da planilha eletrônica, conforme o indicado da Tabela 2.
 
Tabela 2 - Demonstração do cálculo da TIR / Fonte: a autora.
Solução: O projeto é inviável, porque o valor a TIR < TMA
f) Índice de Lucratividade Líquida - ILL
Um outro indicador interessante de viabilidade de projetos de investimento é o 
índice de lucratividade do projeto, que indica o retorno da empresa para cada uni-
dade monetária investida, ou seja, é o quanto o valor presente das receitas representa 
do valor presente das saídas de caixa. Para tanto, este indicador é descrito como:
ILL = V.P. entradas de caixa / V.P. saídas de caixa
Cálculo do VP: 
VP
i
VP
i
n
n
Entrada de caixa
Saídas de caixa
1
1
 
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ILL é medida relativa de Benefício x Custo
CONDIÇÃO DE ACEITE: O projeto é considerado rentável quando apresenta 
o ILL superior a um, pois representa geração de riqueza, ou seja, a cada R$ 1,00 
de despesas o projeto terá mais que R$ 1,00 de receitas.
A Taxa de Rentabilidade (TR), é medida em porcentagem do retorno do 
investimento dada por:
TR
VP
VP
%
Entrada de caixa
Saída de caixa
1 
CONDIÇÃO DE ACEITE: o valor da TR tem que ser superior a zero, para que 
o investimento seja considerado atraente.
Exemplo: vamos supor um projeto com as seguintes projeções de receitas e 
despesas, considerando uma TMA de 12% ano: 
ITENS ANO -1 ANO -2 ANO -3
Total de Entradas/Receitas 25.200 30.000 35.000
Como isolar a TIR de todos os fluxos de caixa é um método complicado, nes-
te sentido, é recomendado encontrar pela Calculadora HP-12C: 
Fórmula da TIR na calculadora HP12-C:
Valor do investimento CHS g CFo
Valor do Lucro líquido período 1 g CFj
Valor do Lucro líquido período 2 g CFj
Valor do Lucro líquido período n g CFj
TMA em % i
 f IRR 
Sendo IRR o valor da TIR
Fonte: a autora.
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VU N I D A D E192
ITENS ANO -1 ANO -2 ANO -3
Total de Saídas/ Custos e Despesas18.000 19.000 19.500
ILL      
Calculando o VP das entradas:
VPentradas �
�� �
�
�� �
�
�� �
25 200
1 0 12
30 000
1 0 12
35 000
1 0 121 2 3
.
,
.
,
.
,
��
�
�
�
�
�
�
�
�VPentradas 71 328 13. ,
 
Calculando o VP das saídas: 
VPentradas �
�� �
�
�� �
�
�� �
18 000
1 0 12
19 000
1 0 12
19 500
1 0 121 2 3
.
,
.
,
.
,
��
�
�
�
�
�
�
�
�VPentradas 45 097 83. ,
Cálculo do ILL:
ILL = =
71 328 13
45 097 83
1 58. ,
. ,
,
 
Solução: A cada R$ 1,00 investido tem-se R$ 1,58 de receita
Cálculo da TR :
ILL � � � � �
71 328 13
45 097 83
1 0 58 100 58. ,
. ,
, %
Solução: O projeto tem rentabilidade de 58%.
g. Período do Payback Simples e Payback Descontado (PPD)
Uma das avaliações de um projeto de investimento é determinar o tempo neces-
sário para recuperar o capital investido, a partir do fluxo de caixa estimado do 
projeto de investimento. O tempo necessário para recuperar o capital inves-
tido é denominado de Payback e o procedimento de avaliação como Método do 
Payback (LAPPONI, 2000).
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Pelo critério do Payback, quanto menor o período que o projeto leva para 
se pagar melhor. Se o período Payback for menor do que a vida útil do projeto, 
então o projeto é viável.
O critério do Payback Simples, simplesmente, conta quantos períodos de 
tempo – quantos meses ou anos, por exemplo – serão necessários para ressar-
cir os investidores dos custos do projeto, e utiliza os fluxos futuros de caixa. Já o 
Payback Descontado utiliza os fluxos futuros de caixa descontado no tempo por 
um TMA. Assim, utiliza o valor presente (VP) dos fluxos de caixa líquido, para 
compará-los a mesma data no tempo. 
Exemplo: Suponha que um projeto custe R$ 3.000 para ser implementado. Esse 
projeto tem uma vida útil de apenas 2 anos. Os resultados projetados são: obter 
um FCL de R$ 2.200,00 ao final do primeiro ano e outro FCL de R$ 2.420,00 ao 
final do segundo ano. Calcule o tempo de retorno do investimento pelo Payback 
Simples e pelo Payback Descontado, assumindo que a taxa apropriada para des-
conto dos fluxos de caixa seja de 10% ao ano.
Payback Simples:
PERÍODO SALDO DEVEDOR FCD
0 Investimento = 3000
1 (3000-2200)= 800* 2200
2 (800-2420)= -1620 2420
Payback 1 ano e 4 meses
*Para calcular o tempo em meses basta dividir o que falta pagar pelo FC e multiplicar 
pelos números de meses do ano, veja: 800/2420=0,33 x 12 = 3,9 meses ou 4 meses.
Payback Descontado:
Neste caso devemos, primeiro, calcular o valor presente dos fluxos futuros de 
caixa, veja:
FCD
FCD
1 2 200
1 0 1
2 000
2 2 420
1 0 1
2 000
1
2
�
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�
�� �
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.
 
ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DO PROJETO E CRÉDITO RURAL
Reprodução proibida. A
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VU N I D A D E194
Em que, 
FCD1 = valor presente do fluxo de caixa do primeiro período.
FCD2 = valor presente do fluxo de caixa do segundo período.
Cálculo do Payback Descontado:
PERÍODO SALDO DEVEDOR FCD
0 Investimento = 3000
1 (3000-2000)= 1000* 2000
2 (1000-2000)= -1000 2000
Payback ano e 6 meses
*Para calcular o tempo em meses, basta dividir o que falta pagar pelo FCD e 
multiplicar pelos números de meses do ano, veja: 1000/2000=0,5 x 12 = 6 meses.
Agora que você já sabe calcular os indicadores de análise de investimento, 
você pode dar o seu parecer sobre a viabilidade ou não dos projetos, levando 
sempre em consideração as condições de aceite e rejeição dos indicadores. Assim, 
você deve fazer um relatório justificando o seu parecer com base no resultados 
dos cálculos financeiros.
h. Análise de Sensibilidade
Uma das principais características do setor agropecuário é a instabilidade de 
preços ao longo do ano. Este fato pode impactar de forma positiva ou nega-
tiva a rentabilidade do produtor. Existem algumas ferramentas financeiras, que 
o ajudam a reduzir este problema, como o travamento de preços nos mercados 
futuros e opções, mas este assunto foge do escopo deste material.
Uma ferramenta importante para identificação do risco de variabilidade 
de preços e seus impactos na rentabilidade do negócio é a análise de sensibili-
dade, que segundo Guiducci et al (2012, p. 61) “permite identificar os limites 
em que o preço do produto pode variar sem comprometer a viabilidade eco-
nômica do sistema de produção”.
Para isto, são estabelecidos intervalos de variações de preços recebidos pelo 
produtor, que devem ser definidos de acordo com a realidade dos últimos anos 
e, posteriormente, se avalia o comportamento dos indicadores de eficiência 
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econômica e os relativos ao investimento, para cada nível de preços. A Tabela 3 
apresenta um modelo de como realizar a análise de sensibilidade:
ANÁLISE DE SENSIBILIDADE VARIAÇÕES NO NÍVEL DE PREÇOS
INDICADORES DE EFICIÊNCIA  -P2(%)*  -P1(%)  +P2(%)  +P1(%)
Lucro Líquido        
Renda da Família        
Ponto de Equilíbrio        
Produtividade Total dos Fatores        
Taxa de Retorno do Empreendedor        
ANÁLISE DE INVESTIMENTO        
Valor Presente Líquido        
Taxa Interna de Retorno        
Payback Descontado        
Índice de Lucratividade Líquida        
Taxa de Rentabilidade        
Tabela 3 - Exemplo de Análise de Sensibilidade / Fonte: adaptada de Guiducci et al. (2012).
*variações negativas, -P(%), e positivas de preços, +P(%).
Relatório Final 
O Relatório Final ocorre na última etapa de elaboração do projeto, quando vai 
ser feito o estudo crítico das informações contidas em todas as etapas do projeto, 
a fim de examinar se a proposta será capaz de atender à ideia ou ao problema 
originalmente identificado. Como sendo a análise final, o seu processo deverá 
ser o seguinte: 
a. Primeiramente, você deve estudar os antecedentes do projeto: verificar se 
as ideias ou problemas identificados são coerentes com a realidade eco-
nômica e financeira do empreendedor, da área que será utilizada para a 
produção e do país.
b. Você deve ler atentamente o diagnóstico a fim de observar o nível de apro-
fundamento dos dados e informações levantados e inserir informações 
faltantes, caso necessário.
ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DO PROJETO E CRÉDITO RURAL
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
VU N I D A D E196
c. Deve fazer uma pré-análise de todas as etapas de elaboração do projeto 
e verificar a coerência entre as etapas. 
d. Você deve avaliar os indicadores econômico-financeiros do Projeto e veri-
ficar os impactos de variações de preços na viabilidade do projeto por 
meio de análises de sensibilidade.
e. Por último, você irá elaborar o Relatório Final do Projeto que deve con-
ter as Informações técnicas, econômicas e financeiras do projeto, em uma 
linguagem simples, clara e prática, apresentando também as justificativas 
necessárias sobre as decisões e execuções programadas.
CRÉDITO RURAL E CONDIÇÕES GERAIS PARA 
CONCESSÃO DO CRÉDITO 
Caro estudante, neste item, nós iremos apontar as funções, as modalidades e 
operações, os beneficiários e as exigências para a contratação do crédito rural.
O Crédito Rural é uma provisão de recursos financeiros que busca estimular 
os investimentos rurais, favorecendo o setor, a fim de garantir o custo de produ-
ção, comercialização e desenvolvimento de tecnologias.
Segundo o Manual do Crédito Rural – MCR (BANCO DO BRASIL, 2018, 
on-line)1 os objetivos do crédito rural visama:
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 ■ Estimular os investimentos rurais para produção, extrativismo não pre-
datório, armazenamento, beneficiamento e industrialização dos produtos 
agropecuários, quando efetuado pelo produtor na sua propriedade rural, 
por suas cooperativas ou por pessoa física ou jurídica equiparada aos 
produtores. 
 ■ Favorecer o oportuno e adequado custeio da produção e a comercializa-
ção de produtos agropecuários. 
 ■ Fortalecer o setor rural. 
 ■ Incentivar a introdução de métodos racionais no sistema de produção, 
visando ao aumento da produtividade, à melhoria do padrão de vida das 
populações rurais e à adequada defesa do solo. 
 ■ Propiciar, através de crédito fundiário, a aquisição e regularização de 
terras pelos pequenos produtores, posseiros e arrendatários e trabalha-
dores rurais. 
 ■ Desenvolver atividades florestais e pesqueiras. 
 ■ Quando destinado a agricultor familiar ou empreendedor familiar rural, 
nos termos da Lei n. 11.326, de 24/7/2006, estimular a geração de renda 
e o melhor uso da mão-de-obra familiar, por meio do financiamento de 
atividades e serviços rurais agropecuários e não agropecuários, desde que 
desenvolvidos em estabelecimento rural ou áreas comunitárias próximas, 
inclusive o turismo rural, a produção de artesanato e assemelhados (Lei 
8.171 art 48 § 1º - redação dada pela Lei n. 11.718/2008).
Dessa forma, não é função do crédito rural financiar atividades deficitárias ou 
antieconômicas, como pagamento de dívidas, possibilitar a recuperação de capi-
tal investido, favorecer a retenção especulativas de bens, antecipar realizações 
Como dimensionar o projeto para obter os resultados esperados? Como sa-
ber se o projeto será lucrativo ou não? Como analisar o desempenho de um 
projeto?
ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DO PROJETO E CRÉDITO RURAL
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
VU N I D A D E198
de lucros presumíveis e amparar atividades sem caráter produtivo ou aplicações 
desnecessárias ou de mero lazer. 
Existem três modalidades de crédito rural: corrente, educativo e especial. O 
corrente é o fornecimento de recursos sem a concomitante prestação de assistência 
técnica em nível de empresa. Já o educativo é o suprimento de recursos conjugado 
com a prestação de assistência técnica, compreendendo a elaboração de projeto ou 
plano e a orientação ao produtor. Por último, tem-se o especial que é destinado às 
cooperativas de produtores rurais e a programas de colonização ou reforma agrária. 
Existem três operações de crédito rural, custeio, investimento e comerciali-
zação. O crédito para custeio busca atender as despesas do ciclo produtivo. Já o 
de Investimento é destinado para aplicação em bens e serviços que provoquem 
benefícios por mais de um ciclo de produção. Já a comercialização é para aten-
der as despesas de pós-produção.
O crédito rural pode ser solicitado por Produtor rural (pessoa física ou jurí-
dica), Cooperativa de produtores rurais, Pessoa física ou jurídica que, mesmo não 
sendo produtor rural: seja para custeio, agrícola, pecuário e de beneficiamento 
ou industrialização, das despesas normais de cada ciclo produtivo; investimento 
em bens ou serviços cujo aproveitamento se estenda por vários ciclos produti-
vos; e comercialização da produção.
Vale destacar que não são beneficiários do crédito rural, estrangeiros 
residentes no exterior, sindicatos rurais, parceiros caso o contrato de parce-
ria restringir o acesso de qualquer das partes ao financiamento. Além disso, é 
proibida a concessão de crédito rural por instituição financeira oficial ou de 
economia mista, para investimentos fixos.
Para a contratação do crédito rural, há exigências que variam de acordo com 
a instituição financeira escolhida. Em geral os bancos avaliam a idoneidade do 
tomador, a elaboração de projetos e a capacidade de pagamento do empréstimo. 
Dessa forma é necessário apresentar o cronograma financeiro do projeto, pois 
as parcelas do financiamento serão liberadas de acordo com as necessidades 
do empreendimento pré-estabelecidas no orçamento. Além disso, são exigidas 
garantias reais, que podem variar de instituição para instituição, que pode ser 
acertado entre financiador e financiado. 
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CONDIÇÕES GERAIS PARA A CONCESSÃO DO CRÉDITO RURAL
Para a concessão do crédito, é necessário que toda e qualquer instituição financeira 
analise e avalie os riscos envolvidos na execução de um projeto, e a capacidade 
de pagamento da dívida nas condições acertadas.
Para a liberação do crédito rural não é diferente, a instituição financeira 
utiliza-se do cadastro normal do cliente, que cabe a cooperativa repassadora 
elaborar a ficha cadastral. Essa ficha deve permanecer na agência operadora, 
a disposição da fiscalização do Banco Central do Brasil. Dessa forma, algumas 
exigências são fundamentais para a concessão do crédito rural (BANCO DO 
BRASIL , [2019], on-line)2:
 ■ Idoneidade do Tomador.
 ■ Apresentação de orçamento, plano ou projeto, salvo em operações de 
desconto.
 ■ Oportunidade, suficiência e adequação dos recursos.
 ■ Observância de cronograma de utilização e de reembolso.
 ■ Fiscalização pelo financiador. 
 ■ Liberação do crédito diretamente aos agricultores ou por intermédio de 
suas associações formais ou informais, ou organizações cooperativas.
 ■ Observância das recomendações e restrições do zoneamento agro eco-
lógico e do Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE). 
A concessão de crédito rural, o registro de seus instrumentos e a constituição e 
registro de suas garantias independem da exibição de documentos como (BANCO 
DO BRASIL, circular n° 1961, 1991, on-line)3: 
 ■ Certidão ou comprovante de quitação de obrigações previdenciárias 
ou fiscais, exceto nas hipóteses previstas no item seguinte e na legisla-
ção pertinente ao Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR);
 ■ Certidão negativa de multas por infringência do Código Florestal; 
 ■ Guia de quitação de contribuição sindical rural; e
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 ■ Certidão Negativa de Débito (CND), para o produtor rural que indus-
trializar seus produtos ou vendê-los diretamente ao consumidor final, 
ou a adquirente domiciliado no exterior.
As dívidas fiscais ou previdenciárias e as multas por infração do Código Florestal 
impedem o deferimento de crédito rural, se a repartição presente informar à ins-
tituição financeira o ajuizamento da cobrança. Entretanto a instituição financeira 
pode conceder crédito rural ao executado, mediante constituição de garantias 
bastantes à cobertura conjunta do débito em litígio e da dívida a contrair. 
Já se a cobrança judicial se referir à dívidas oriundas de contribuições ao 
INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), o financiamento 
só pode ser concedido se o executado depositar a quantia sob litígio em juízo.
ORÇAMENTO, PLANO E PROJETO 
Caro estudante, um orçamento é um plano financeiro estratégico de uma admi-
nistração para um período determinado, pois relaciona os recursos financeiros 
a serem empregados ao longo de um projeto. Dessa forma, iremos estudar nesta 
seção como deve ser realizado o mesmo, segundo as normas do MCR (2018).
Assim, de acordo com o MCR (BANCO DO BRASIL, 2010, on-line)4, o orça-
mento de aplicação dos recursos deve discriminar a espécie, o valor e a época 
de todas as despesas e inversões programadas. Para orçamento relativo a mais 
de um empreendimento ou ao custeio de lavouras diversas, exige-se que registre 
separadamente as despesas de cada uma, para levantamento analítico dos custos 
e controle das aplicações. Já para culturas consorciadas deve desdobrar as ver-
bas de cada uma, agrupandosomente os gastos comuns.
Em relação: 
[...] ao orçamento do custeio pecuário, o mesmo deve ser elaborado 
levando em consideração os cuidados especiais com uso de medica-
mentos, vitaminas, vacinas, antiparasitários, sais minerais e outros de-
fensivos necessários a preservação da saúde e qualidade dos rebanhos e 
ao aumento da produtividade(MCR, 2010, on-line)4. 
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Vale destacar que as despesas de transporte e frete de insumos também podem 
ser incorporadas ao orçamento, para fins de crédito. 
A necessidade de apresentação do plano ou projeto para a concessão do cré-
dito rural compete ao assessoramento técnico, examinar, de a complexidade e/
ou peculiaridades do empreendimento. O plano ou o projeto deve verificar a 
adequação do empreendimento às exigências de defesa do meio ambiente, além 
disso, estabelecer a duração da orientação técnica.
A instituição financeira deve exigir avaliação, vistoria prévia, medição de 
lavoura ou pastagem, exame de escrita, estudo de viabilidade, plano ou pro-
jeto sempre que julgar necessário. Entretanto ela não pode alterar o orçamento, 
plano ou projeto sem prévia anuência do responsável por sua elaboração, con-
tudo deve recusar o financiamento, quando, a seu juízo, não forem observadas 
a boa técnica bancária ou as normas aplicáveis ao caso. 
A ASSISTÊNCIA TÉCNICA 
A assistência técnica e extensão rural busca viabilizar soluções adequadas para 
os problemas de produção, gerencial, armazenamento, beneficiamento, indus-
trialização, comercialização, eletrificação, bem estar, consumo e preservação do 
meio ambiente. A assistência técnica e extensão rural compreendem:
 ■ Elaboração de plano ou projeto.
 ■ Orientação técnica ao nível de imóvel ou empresa. 
A contratação de serviços de assistência técnica cabe ao produtor decidir, salvo 
quando considerados indispensáveis pelo financiador ou quando exigidos em 
regulamento de operações com recursos oficiais. 
Além disso, o serviço deve ser prestado por profissionais habilitados junto ao 
Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea), Conselho 
Regional de Medicina Veterinária (CRMV) ou Conselho Regional de Biologia 
(CRB), mediante convênio com a instituição financeira ou com o mutuário, ou por 
órgãos de desenvolvimento setorial ou regional, nas respectivas áreas de atuação.
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Vale destacar que os serviços de assistência técnica não podem ser prestados 
por pessoas que exerça a atividade de produção ou venda de insumos utilizáveis 
na agropecuária e armazenagem, beneficiamento, industrialização de produtos, 
agropecuárias, exceto se forem de produção própria.
A exigência de habilitação profissional, junto ao conselho regional competente, 
não se aplica para as cooperativas, na prestação de assistência técnica a seus coo-
perados, aos produtos de sementes ou mudas fiscalizadas ou certificadas (pessoa 
física ou jurídica), na prestação de assistência técnica a seus cooperantes e à empresa 
integradora, no que se refere à prestação de assistência técnica a seus integrados. 
A assistência técnica e extensão rural são prestadas diretamente ao produtor, 
em norma no local de suas atividades, com a finalidade de orientá-lo na condução 
eficaz do empreendimento financiado. O prestador da orientação técnica deve for-
necer à instituição financeira laudo da visita ao imóvel, registrando pelo menos: 
 ■ Estágio da execução das obras e serviços.
 ■ Recomendações técnicas ministradas ao produtor.
 ■ Produção prevista.
 ■ Eventuais irregularidades. 
O mutuário tem liberdade de contratar diretamente o prestador de serviços ou 
substituir, caso ache necessário, em caso de elaboração do projeto ou para pres-
tação da orientação técnica. Todavia vale destacar que a instituição financeira 
se opuser, ou seja, pode impugnar a contratação do técnico ou empresa, caso 
haja restrições ou se não satisfazer as exigências legais.
Garantias
A garantia é de livre acordo entre o financiado e o financiado, que devem ajustá-
-las de acordo com a natureza e o prazo do crédito. As garantias de crédito rural 
podem constituir-se de (BCB, [2018], on-line)5: 
 ■ Penhor agrícola, pecuário, mercantil, florestal e cedular; 
 ■ Alienação fiduciária; 
 ■ Hipoteca comum ou cedular; 
 ■ Aval ou fiança;
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 ■ Seguro rural ou do amparo do Programa de Garantia da Atividade 
Agropecuária (Proagro); 
 ■ Proteção de preço futuro da commodity agropecuária, inclusive por 
meio de penhor de direitos, contratual ou cedular; e 
 ■ Outras que o Conselho Monetário Nacional admitir.
Podem ser ainda consideradas na garantia do crédito rural, no interesse do 
Governo do Distrito Federal, as vinculadas a contrato de arrendamento ou con-
cessão de uso de imóveis. 
É proibido ao mutuário alienar ou onerar os bens financiados, sem prévio 
consentimento do credor, que pode incluir na garantia, se achar conveniente. A 
garantia pode compor-se de bens pertencentes a terceiros, que devem assinar o 
instrumento de crédito como intervenientes - garantidores. As garantias reais 
valem entre as partes, independentemente de registro, com todos os direitos e 
privilégios, exceto a hipoteca comum. 
DESPESAS, UTILIZAÇÃO DO RECURSO E REEMBOLSO
Caro estudante, este item vai apontar as despesas que podem ser pagas com o 
recurso do financiamento, que em geral ocorrem na realização do projeto. Além 
disso, mostrará como pode ser utilizado o recurso e a forma de reembolso.
Despesa
Em relação ao crédito rural, as despesas que podem ser cobradas estão destaca-
das a seguir (BCB, [2019], on-line)5:
 ■ Remuneração financeira. 
 ■ Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, e sobre Operações 
relativas a Títulos e Valores Mobiliários (IOF). 
 ■ Custo de prestação de serviços.
 ■ Da Atividade Agropecuária (Proagro).
 ■ Prêmio do seguro rural, observadas as normas divulgadas pelo Conselho 
Nacional de Seguros Privados.
 ■ Sanções pecuniárias.
ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DO PROJETO E CRÉDITO RURAL
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 ■ Prêmio em contratos de opção de venda, do mesmo produto agropecu-
ário objeto do financiamento de custeio ou comercialização, em bolsas 
de mercadorias e futuros nacionais, e taxas e emolumentos referentes a 
essas operações de contratos de opção. 
Assim, nenhuma outra despesa pode ser exigida do mutuário, salvo o exato 
valor de gastos realizados à sua conta pela instituição financeira ou decorrente 
de expressas disposições legais. 
Utilização do Recurso
O crédito rural pode ser liberado diretamente ao mutuário de uma só vez ou em 
parcelas. Obrigatoriamente a utilização deve corresponder ao cronograma de 
aquisições e serviços. Os gastos já realizados com recursos próprios do mutuá-
rio também podem ser financiados, quando atestadas as condições, que os itens 
pertinentes constituam despesas que integrem o orçamento considerado para 
concessão do crédito, que os gastos tenham sido realizados após a apresentação 
da proposta ou, inexistindo esta, após a formalização do crédito. 
Vale destacar que também é aceito a liberação de parcelas referentes a ferti-
lizantes, corretivos, defensivos agrícolas ou sementes fiscalizadas ou certificadas, 
comprovadamente adquiridos até 180 dias antes da formalização do crédito e 
destinados à lavoura financiada. 
Para a comprovação do uso adequado dos recursos cabe ao produtor, reter 
os comprovantes de aplicaçãona aquisição de insumos e no pagamento de mão 
de obra, para apresentá-los ao financiador, quando solicitados, e entregar ao 
financiador, no prazo de 30 dias a contar da liberação, os documentos compro-
batórios da aquisição de veículos, máquinas e equipamentos. 
É importante que a aplicação dos recursos seja regular, pois os desvios de 
parcelas sujeitam o produtor a sua reposição, com sanções pecuniárias pactua-
das, contadas desde a data de sua liberação. 
Reembolso
O reembolso do crédito rural deve ser feito de uma só vez ou em parcelas, de acordo 
com os ciclos das produções financiadas. A instituição deve estabelecer o prazo e o 
cronograma em função da capacidade de pagamento do beneficiário, de forma que 
os vencimentos combinem com as épocas de obtenção dos rendimentos da atividade.
Caso se comprove a incapacidade de pagamento da dívida em consequência 
de dificuldade de comercialização dos produtos, frustração de safras, por fatores 
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adversos e eventuais ocorrências prejudiciais ao desenvolvimento das explora-
ções, é obrigação da instituição a prorrogação da dívida aos mesmos encargos 
financeiros antes condescendidos. Vale destacar que existem algumas exceções 
que podem ser consultadas mais a fundo no Manual de Crédito Rural.
OPERAÇÕES DE CRÉDITO RURAL
Caro estudante, nesta seção iremos conhecer os tipos de operações de crédito rural 
disponível no Brasil, importantes para o desenvolvimento e modernização do setor. 
De acordo com Fortuna (2002), o crédito rural é o suprimento de recursos 
financeiros para aplicação nas atividades agropecuárias, desenvolvidas por pro-
dutores rurais, com os seguintes objetivos:
 ■ Estimular os investimentos rurais, inclusive armazenamento, beneficia-
mento e industrialização de produtos agropecuários, quando efetuado 
pelo produtor na sua propriedade rural, por suas cooperativas ou por 
pessoas física ou jurídica equiparada aos produtores.
 ■ Favorecer o oportuno e adequado custeio da produção e a comercializa-
ção de produtos agropecuários.
ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DO PROJETO E CRÉDITO RURAL
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 ■ Fortalecer o setor rural, notadamente no que se refere a pequenos e médios 
produtores.
 ■ Incentivar a introdução de métodos racionais no sistema de produção, 
visando ao aumento da produtividade, à melhoria do padrão de vida das 
populações rurais e à adequada defesa do solo.
São três operações de crédito rural: custeio, investimento e comercialização. 
CUSTEIO
O crédito para custeio busca atender as despesas do ciclo produtivo, classifica-
-se como (BANCO DO BRASIL, Resolução n. 4, 2012):
 ■ Agrícola - Financia o ciclo produtivo de lavouras periódicas, da entres-
safra de lavouras permanentes ou da extração de produtos vegetais 
espontâneos ou cultivados, incluindo o beneficiamento primário da pro-
dução obtida e seu armazenamento no imóvel rural ou em cooperativa; 
 ■ Pecuário - Financia a aquisição de leitões, quando se tratar de empre-
endimento conduzido por suinocultor independente; e
 ■ Beneficiamento ou Industrialização - Financia o beneficiamento ou 
industrialização de produtos agropecuários. Vale destacar que não são 
consideradas exploração pecuária a apicultura, a avicultura, a piscicul-
tura, a sericicultura, a aqüicultura e a pesca artesanal.
Caro estudante, agora você deve procurar no Manual do crédito rural, no 
capítulo operações na seção créditos de custeio, e ver o montante de cré-
ditos de custeio para cada tomador. Para saber mais, acesse o link: http://
www.bcb.gov.br/?RED-PUBMANUAIS. 
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INVESTIMENTO
O crédito de investimento é destinado para a aplicação em bens e serviços que 
provoquem benefícios por mais de um ciclo de produção, são financiáveis inves-
timentos fixos e semifixos .
São considerados investimentos fixos (BANCO DO BRASIL, resolução nº 
3.137, 2003):
 ■ Construção ou reforma, ampliação de benfeitorias e instalações 
permanentes. 
 ■ Aquisição de máquinas e equipamentos de provável duração útil supe-
rior a 5 (cinco) anos. 
 ■ Obras de irrigação, açudagem, drenagem, proteção e recuperação do solo.
 ■ Desmatamento, destoca, florestamento e reflorestamento. 
 ■ Formação de lavouras permanentes.
 ■ Formação ou recuperação de pastagens.
 ■ Eletrificação e telefonia rural. 
Investimentos semifixos financiáveis (BANCO DO BRASIL, Resolução Nº 3.137, 
2003):
 ■ Aquisição de animais de pequeno, médio e grande porte, para criação, 
recriação, engorda ou serviço.
 ■ Instalações, máquinas e equipamentos de provável duração útil não 
superior a 5 (cinco) anos.
 ■ Aquisição de veículos, tratores, colheitadeiras, implementos, embarca-
ções e aeronaves.
 ■ Aquisição de equipamentos empregados na medição de lavouras. 
Caro estudante, agora você deve procurar no Manual do crédito rural, no 
capítulo operações na seção créditos de investimento, e ver mais detalha-
damente cada um desses itens citados a cima. Para saber mais acesse o link: 
http://www.bcb.gov.br/?RED-PUBMANUAIS. 
ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DO PROJETO E CRÉDITO RURAL
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COMERCIALIZAÇÃO
Os créditos de comercialização são para atender as despesas de pós-produção, 
ou seja, tem o objetivo de garantir ao produtor rural ou a suas cooperativas os 
recursos necessários à comercialização de seus produtos. Dessa forma o crédito 
de comercialização compreende: 
 ■ Pré-comercialização.
 ■ Desconto.
 ■ Empréstimos a cooperativas para adiantamentos a cooperados, por conta 
do preço de produtos entregues para venda.
 ■ Empréstimos do Governo Federal (EGF).
 ■ Linha Especial de Crédito (LEC), ao amparo dos Recursos Obrigatórios.
 ■ Linhas de crédito, ao amparo de recursos do Fundo de Defesa da Economia 
Cafeeira (Funcafé), destinadas ao financiamento da estocagem de café e 
ao Financiamento para Aquisição de Café (FAC).
 ■ Financiamento de proteção de preços e/ou prêmios de risco de equali-
zação de preços.
Sistema Nacional de Crédito Rural e Principais Linhas de Financiamento
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SISTEMA NACIONAL DE CRÉDITO RURAL E 
PRINCIPAIS LINHAS DE FINANCIAMENTO
Nesta seção, caro estudante, iremos aprender sobre o Sistema Nacional de Crédito 
Rural-SNCR e as principais linhas de financiamento. Compete ao SNCR admi-
nistrar os financiamentos, sob as diretrizes da política de crédito estabelecida 
pelo Conselho Monetário Nacional, em consenso com a política de desenvolvi-
mento agropecuário. É constituído de órgãos básicos, vinculados e articulados.
São órgãos básicos o Banco Central do Brasil, o Banco do Brasil S.A., o Banco 
da Amazônia S.A. e o Banco do Nordeste do Brasil S.A. Já os vinculados são o 
Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), agências de 
fomento, bancos estaduais, inclusive de desenvolvimento, bancos privados, Caixa 
Econômica Federal (CEF), cooperativa autorizadas a operar em crédito rural 
(SICRED E SICOOB) e sociedades de crédito, financiamento e investimento, e as 
instituições integrantes do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).
Vale destacar que o controle do SNCR é atribuído ao Banco Central do Brasil 
que dirige, coordena e fiscaliza o cumprimento das deliberações do Conselho 
Monetário Nacional, aplicáveis ao crédito rural.
ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DO PROJETO E CRÉDITO RURAL
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PRINCIPAIS LINHAS DE FINANCIAMENTO DO BANCO 
NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), fundado 
em 1952, é uma empresa pública federal que se destaca como principal instru-
mento de financiamento de longo prazo para a concretização de investimentos 
nos diversos setores da economia, destacando-se no apoio à agricultura, indús-
tria, comércio, serviços e infraestrutura. 
BNDES FINAME BK AQUISIÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO
As operações de financiamento do FINAME são realizadas por instituições finan-
ceiras credenciadas, que podem financiar a produção e a comercialização de 
máquinas, os implementos agrícolas e bens de informática e a automação des-
tinados à produção agropecuária, novos e de fabricação nacional, credenciados 
pelo BNDES (TELEMÁTICA, [2018], on-line)6. 
 ■ ABC-Brasil, AF-TO, AFEAM, AFESP, AFParana, Alfa BI, Alfa CFI.
 ■ Badesc, Banco do Brasil, Banco do Brasil Leasing, Bancoob, Bandes, 
Banese, Banestes,  Banrisul BM, Bansicredi, Basa,  BDMG, BES BI, 
Bicbanco, BNB, Bradesco BM, Bradesco Leasing, BRB BM, BRDE, BRP 
BM, BTG Pactual, BV LS.
 ■ Caixa Geral BR, Caixa RS, Caterpillar FI, CEF, Citibank BM, CNH 
BM, Cresol Baser, Cresol SC-RS.
 ■ Daycoval BM, Desenbahia, Deutsche BK, Dibens Leasing, Direção CFI, 
DLL BM.  
 ■ Fibra BM, Fidis BM, FINEP.  
 ■ Guanabara BM. 
 ■ HSBC BM.
http://www.badesc.gov.br
http://www.bb.com.br/appbb/portal/index.jsp
http://www.bdmg.mg.gov.br
http://www.bradesco.com.br/
http://www.brde.com.br
http://www.brp.com.br/
http://www.brp.com.br/
http://www.caixars.com.br/
http://www.caixa.gov.br/
http://www.cresol.com.br/site/
http://www.cresolcentral.com.br/
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 ■ Industrial BM, Indusval BM, Investe Rio, Itaú BBA, Itaú BM, Itaú Leasing, 
Itaucard.  
 ■ John Deere BM.
 ■ Mercedes BM, Mercedes Leasing, Moneo BM.
 ■ Pine BM, Porto Real.
 ■ Rabobank, Randon BM, Rendimento BM, Rodobens BM.
 ■ Safra BM, Santander BM, Scania BM, Standard BI. 
 ■ Tribanco BM.
 ■ Unibanco BM, Unicred PRMS. 
 ■ Volkswagen BM, Volvo BM, Votorantim BM. 
Vale destacar que as instituições devem seguir as formas de apoio:
 ■ Apoio Direto, a operação é realizada diretamente com o BNDES ou por 
meio de mandatário, com a apresentação da consulta prévia.
 ■ Apoio Indireto, a operação é realizada por meio da instituição financeira 
credenciada, podendo ser automático, não automático e via cartão BNDES.
 ■ Apoio Misto, a operação que combina as duas formas anteriores, direto 
e indireto não automático.
Caro estudante, que tal entrarmos no site do BNDES para conhecer mais so-
bre a sua fundação e evolução. Acesse: http://www.bndes.gov.br.
Fonte: a autora.
http://www.bancopine.com.br
http://www.rabobank.com.br/home/home.html
http://www.bancovolkswagen.com.br/
http://www.volvo.com.br/
ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DO PROJETO E CRÉDITO RURAL
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
VU N I D A D E212
Para as operações com valores acima de R$ 10 milhões, os investimentos só pode-
rão ser realizados por meio de apoio direto, indireto não automático ou misto. 
Já para as operações com valores até R$ 10 milhões, os investimentos serão rea-
lizados por meio do apoio indireto automático.
O BNDES Finame BK Aquisição e Comercialização é uma linha de crédito 
destinada ao financiamento para aquisição e comercialização de máquinas, equipa-
mentos, sistemas industriais, bens de informática e automação, ônibus, caminhões 
e aeronaves executivas. Quem pode solicitar:
1. Empresas sediadas no País;
2. Administração Pública;
3. Empresários individuais e microempreendedores;
4. Produtores rurais (pessoa física residente e domiciliada no País);
5. Transportadores autônomos de carga e pessoas físicas associadas a cooperativa 
de transporte rodoviário de cargas, ambos residentes e domiciliados no País;
6. Fundações, associações e cooperativas sediadas no País.
As condições financeiras dessa linha/programa podem variar conforme o porte 
do cliente. O BNDES classifica o porte do cliente como:
1. Microempresa - receita operacional bruta até R$ 360 mil;
2. Pequena empresa - receita operacional bruta maior que R$ 360 mil e 
menor ou igual a R$ 4,8 milhões;
3. Média Empresa - receita operacional bruta maior que R$ 4,8 milhões e 
menor ou igual a R$ 300 milhões;
4. Grande Empresa - receita operacional bruta maior que R$ 300 milhões.
CUSTO DO FINANCIAMENTO PARA A COMPRA DE BENS DE CAPITAL
Nas operações indiretas, a Taxa de juros é composta pelo Custo Financeiro, pela 
Taxa do BNDES e pela Taxa do Agente Financeiro. Entenda:
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Custo Financeiro ( TFB, TFBD, TJLP ou Selic) + 1,5% ao ano +taxa do do 
agente financeiro ( negociada entre a instituição e cliente).
CUSTO DO FINANCIAMENTO PARA A COMPRA DE ÔNIBUS E CAMINHÕES:
Para esta linha de financiamento o custo também será composto pelo Custo 
Financeiro, pela Taxa do BNDES e pela Taxa do Agente Financeiro, veja: 
Custo financeiro ( TFB, TFBD, TLP ou Selic ) + 1,15% ao ano ( micro, peque-
nas e médias empresas) ou 1,25% ao ano (grandes empresas) + taxa do agente 
financeiro ( negociada entre a instituição e o cliente). Os prazos de financiamento 
são de até 10 anos, com carência de até 2 anos. 
Com relação as garantias, as mesmas são negociadas entre a instituição finan-
ceira credenciada e o cliente.
Existe a possibilidade de utilização do BNDES FGI (Fundo Garantidor do 
Investimento) para complementar as garantias oferecidas pela empresa.
Itens financiados pela linha de crédito BNDES Finame -BK Aquisição e 
Comercialização:
 ■ Máquinas e equipamentos;
 ■ Sistemas industriais;
 ■ Componentes;
 ■ Bens de informática e de automação;
 ■ Ônibus, caminhões e aeronaves executivas;
 ■ Seguro do bem e seguro prestamista, quando contratados em conjunto 
com os referidos bens (apenas para MPMEs);
 ■ Capital de giro associado, para micro, pequenas e médias empresas (até 
30% do valor financiado).
Importante destacar que os bens devem ser cadastrados no Credenciamento de 
Fornecedores Informatizado (CFI) do BNDES.
ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DO PROJETO E CRÉDITO RURAL
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
VU N I D A D E214
O financiamento pode ser destinado à aquisição do bem pelo comprador ou 
à comercialização do bem pelo fabricante.
Além de suas Linhas de Financiamento, o BNDES proporciona também 
Programas que são voltados para um determinado segmento de atividade eco-
nômica. Possuem condições financeiras próprias, mas são operacionalizados em 
um ou mais produtos de financiamento do banco. Além disso, têm caráter transi-
tório, com uma dotação orçamentária limitada e um prazo de vigência definido. 
Seguem abaixo sete programas de financiamentos rurais com recursos do BNDES:
 ■ MODERAGRO - Programa de Modernização da Agricultura e 
Conservação de Recursos Naturais
O objetivo deste programa é apoiar o desenvolvimento da produção de espécies de fru-
tas com potencial de mercado e fomentar os setores da apicultura, aquicultura, pesca, 
avicultura, floricultura, horticultura, suinocultura, cunicultura, chinchilocultura, 
ovinocaprinocultura, ranicultura, sericicultura, pecuária leiteira, implementação de 
sistema de rastreabilidade bovina e bubalina e a defesa animal, e particularmente o 
Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose (PNCEBT).
As operações do MODERAGRO para produtores rurais e cooperativas serão 
realizadas por meio das instituições financeiras credenciadas, com taxade juros 
prefixada de 10,5% ao ano, e participação máxima do BNDES de até 100%. Os 
prazos de pagamento são até 120 meses ou até 10 anos com 2 anos de carência.
Os financiamentos têm limite de até R$ 880 mil, para empreendimento indi-
vidual por cliente, em cada uma das modalidades; podendo chegar a R$ 2,64 
Milhões por modalidade para empreendimento coletivo, respeitado o limite 
individual por participante e R$ 400 mil, por cliente, para aquisição de animais. 
 ■ MODERFROTA - Programa de Modernização da Frota de Tratores 
Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras 
O objetivo deste programa é Financiar a aquisição de tratores agrícolas e imple-
mentos associados, colheitadeiras e equipamentos para preparo, secagem e 
beneficiamento de café. As operações são realizadas por instituições financeiras 
http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Institucional/Apoio_Financeiro/Programas_e_Fundos/moderagro.html
http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Institucional/Apoio_Financeiro/Programas_e_Fundos/moderagro.html
http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Navegacao_Suplementar/Perfil/Instituicao_Financeira_Credenciada/instituicoes.html
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credenciadas ao BNDES, e os equipamentos somente serão financiados se esti-
verem incluídos no Cadastro de Fabricantes Informatizado – CFI e registrados 
na listagem disponibilizada como agrícolas.
As operações MODERFROTA, poderão ser realizadas por produtores rurais 
e suas cooperativas, cuja receita operacional bruta anual seja de até R$ 45 mil, a 
taxa de juros prefixada será de até 12,5% a.a, sendo a participação máxima do 
BNDES em até 85% do valor dos bens objeto do financiamento.
Já as operações MODERFROTA – PRONAMP poderão ser feitas por pro-
dutores rurais que se enquadrem como beneficiários do Programa Nacional de 
Apoio ao Médio Produtor Rural (PRONAMP), com taxa de juros de 10,% a.a e 
participação máxima do BNDES em até 100% do valor dos bens financiáveis.
Para empreendimento individual, o financiamento pode chegar até R$ 430 
mil por ano-safra e em todo o Sistema Nacional de Crédito Rural.
Para empreendimento coletivo chegasse até R$ 20 milhões, respeitado o 
limite individual de R$ 430 mil por participante.
Admite-se a concessão de mais de um financiamento para o mesmo cliente 
por Ano Agrícola, desde que a atividade assistida exija e que fique comprovada 
a capacidade de pagamento, e ainda, que o somatório dos valores concedidos 
não ultrapasse o limite de crédito estabelecido.
Os prazos de pagamento variam de acordo com a atividade, até 84 meses ou 
7 anos para equipamentos novos, com o pagamento da primeira prestação em 
até 14 meses após a contratação, como colheitadeiras, e colheitadeiras e sua pla-
taforma de corte, quando faturadas em conjunto, e até 72 meses para tratores, 
implementos e equipamentos para preparo, secagem e beneficiamento de café, 
e até 48 meses, para equipamentos usados.
 ■ MODERINFRA - Programa de Incentivo à Irrigação e à Armazenagem 
De acordo com a ABIMAQ (2010) os objetivos deste programa é:
[...] apoiar o desenvolvimento da agropecuária irrigada, susten-
tável econômica e ambientalmente, ampliar a capacidade de ar-
mazenamento das propriedades rurais e apoiar a fruticultura em 
regiões de clima temperado contra a incidência de granizo. 
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rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
VU N I D A D E216
As operações são realizadas por instituições financeiras credenciadas ao BNDES, e os 
beneficiários são os produtores rurais, pessoas físicas ou jurídicas e suas cooperativas.
No entanto esta linha de financiamento esta suspensa pelo BNDES desde 
o ano de 2020. 
 ■ PROCAP-AGRO - Programa de Capitalização de Cooperativas 
Agropecuárias 
O objetivo desse programa é causar a reestruturação ou a recuperação da composi-
ção patrimonial das cooperativas, singulares e centrais de produção agropecuária, 
agroindustrial, aquícola ou pesqueira, bem como o seu saneamento financeiro.
Os beneficiários podem ser produtores rurais, pessoas físicas ou jurídicas, 
associados a cooperativas de produção agropecuária, agroindustrial, aquícola 
ou pesqueira, e cooperativas, singulares e centrais, de produção agropecuária, 
agroindustrial, aquícola ou pesqueira. 
De acordo com informações do site do BNDES ([2018], on-line)7 , o finan-
ciamento pode ser realizado pelo apoio indireto automático, que financia até R$ 
10 milhões, e pelo apoio direto os financiamentos superiores a R$ 10 milhões. O 
custo do financiamento é uma taxa de juros prefixada de 11,5% a.a., sendo o prazo 
total da operação de até 6 anos, com até 2 anos de carência. Além disto, o pro-
dutor cooperado pode financiar o valor de até R$ 45 mil, independentemente de 
créditos obtidos em outros programas. As cooperativas podem financiar o valor 
de até R$ 65 milhões para integralização de suas quotas-parte, e R$ 65 milhões 
para financiamento de capital de giro. Este financiamento é independentemente 
de créditos obtidos com a integralização de quotas-parte, tanto dos cooperados 
na cooperativa singular, como da cooperativa singular em cooperativa central.
 ■ PRONAF - Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura 
Familiar
O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar – Pronaf, desti-
na-se ao financiamento de projetos, que gerem renda aos agricultores familiares 
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e assentados pelo programa nacional de reforma agrária. Os créditos podem ser 
concedidos de forma individual ou coletiva.
Além do Pronaf possuir as mais baixas taxas de juros dos financiamentos 
rurais do país, tem a menor taxa de inadimplência. Os créditos podem desti-
nar-se a custeio, investimento ou integralização de cotas-partes de agricultores 
familiares em cooperativas de produção. 
Os créditos de custeio são destinados para o financiamento das atividades 
agropecuárias, não agropecuárias e de beneficiamento ou industrialização de 
produção própria ou de terceiros agricultores familiares enquadrados no Pronaf.
Já os créditos de investimentos são para implantação, ampliação ou moderniza-
ção da infraestrutura de produção e serviços, agropecuários ou não-agropecuários, 
no estabelecimento rural ou em áreas comunitárias rurais próximas, de acordo 
com projetos específicos.
O Pronaf cotas-parte disponibiliza recursos para integralização de cotas-
partes dos agricultores familiares filiados a cooperativa de produção, capital de 
giro, custeio e investimento.
Além dessas linhas de créditos convencionais, o Pronaf dispõe de linhas 
específicas como:
1. Pronaf Custeio: Financiamento a itens de custeio relacionados à ativi-
dade agrícola ou pecuária desenvolvidas.
2. Pronaf Agroindústria: financiamento a agricultores e produtores rurais
familiares, pessoas físicas e jurídicas, e a cooperativas para investimento
em beneficiamento, armazenagem, processamento e comercialização
agrícola, extrativista, artesanal e de produtos florestais; e para apoio à
exploração de turismo rural.
3. Pronaf Mulher: financiamento à mulher agricultora integrante de uni-
dade familiar de produção enquadrada no Pronaf, independentemente
do estado civil.
4. Pronaf ABC+ Agroecologia: financiamento a agricultores e produtores
rurais familiares, pessoas físicas, para investimento em sistemas de pro-
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VU N I D A D E218
dução agroecológicos ou orgânicos, incluindo-se os custos relativosà 
implantação e manutenção do empreendimento.
5. Pronaf ABC+ Bioeconomia: financiamento a agricultores e produtores 
rurais familiares, pessoas físicas, para investimento na utilização de tec-
nologias de energia renovável, tecnologias ambientais, armazenamento 
hídrico, pequenos aproveitamentos hidroenergéticos, silvicultura e ado-
ção de práticas conservacionistas e de correção da acidez e fertilidade do 
solo, visando sua recuperação e melhoramento da capacidade produtiva.
6. Pronaf Mais Alimentos: financiamento a agricultores e produtores rurais 
familiares, pessoas físicas, para investimento em sua estrutura de pro-
dução e serviços, visando ao aumento de produtividade e à elevação da 
renda da família.
7. Pronaf Jovem: financiamento a agricultores e produtores rurais familia-
res, pessoas físicas, para investimento nas atividades de produção, desde 
que beneficiários sejam maiores de 16 anos e menores de 29 anos entre 
outros requisitos. 
8. Pronaf Microcrédito (Grupo “B”): financiamento a agricultores e produ-
tores rurais familiares, pessoas físicas, que tenham obtido renda bruta 
familiar de até R$ 23 mil, nos 12 meses de produção normal que ante-
cederam a solicitação da Declaração de Aptidão ao PRONAF (DAP).
9. Pronaf Cotas-Partes: financiamento para integralização de cotas-partes 
por beneficiários do Pronaf associados a cooperativas de produção rural; 
e aplicação pela cooperativa em capital de giro, custeio, investimento ou 
saneamento financeiro. 
Importante ressaltar que a taxa de juros dos financiamentos irá depender da 
linha de crédito específicada no Pronaf, cujos juros variam de 0,5% ao ano 
até 6% ao ano.
Para ter acesso ao Pronaf, o interessado deve procurar o sindicato rural ou a 
Emater para obtenção da Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP), que será emi-
tida de acordo com a renda e as atividades desenvolvidas, direcionando, assim, o 
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Por que não é função do crédito rural financiar atividades deficitárias e an-
tieconômicas? Qual a diferença entre modalidade de crédito e operações de 
crédito? Como as operações de créditos podem ser incluídas nas modalida-
des de crédito?
agricultor para as linhas de crédito específicas a que tem direito. Já para os bene-
ficiários da reforma agrária e do crédito fundiário, o agricultor deve procurar 
o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) ou a Unidade 
Técnica Estadual (UTE). 
 ■ PRODECOOP - Programa de Desenvolvimento Cooperativo para 
Agregação de Valor à Produção Agropecuária 
O objetivo deste programa é aumentar a competitividade do complexo agroindustrial 
das cooperativas brasileiras, por meio da modernização dos sistemas produtivos e de 
comercialização. Os clientes são os cooperados e cooperativas de produção agrope-
cuária para a integralização de cotas-partes vinculadas ao projeto a ser financiado.
O financiamento pode ser realizado pelo apoio indireto automático, que 
financia até R$ 10 milhões, e pelo apoio direto ou indireto não automático com 
financiamentos superiores a R$ 10 milhões. A taxa de juros é prefixada em 11,5% 
ao ano, e a participação máxima do BNDES é de 90%.
Segundo as informações disponibilizadas no site do BNDES ([2023], on-line)8 
a linha de financiamento do Prodecoop tem as seguintes características: 
 ■ O valor do financiamento pode chegar até R$ 150 milhões por cooperativa, 
em uma ou mais operações, independentemente do nível de faturamento 
bruto anual verificado no último exercício fiscal.
 ■ As operações acima de R$ 20 milhões serão operacionalizadas por meio 
de apoio direto ou indireto não automático.
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 ■ Admite-se a concessão de mais de um financiamento para a mesma coo-
perativa por Ano Agrícola, desde que seja comprovada a capacidade de 
pagamento do cliente, e não ultrapasse o limite de crédito estabelecido.
 ■ O prazo total de financiamento é de até 10 anos, incluída a carência de 
até 2 anos. 
 ■ Para capital de giro não associado ao projeto, a carência pode chegar até 
2 anos.
 ■ Renovagro – Programa de Financiamento a Sistemas de Produção 
Agropecuária Sustentáveis 
O objetivo deste programa é financiar projetos de investimento destinados às 
práticas que contribuam para a redução da emissão dos gases de efeito estufa 
oriundos das atividades agropecuárias.
Com a adoção de técnicas e sistemas de produção mais sustentáveis, é possí-
vel aumentar a produtividade, reduzir o desmatamento, conciliar a conservação 
de solo e de água, adequar as propriedades rurais à legislação ambiental, ampliar 
a área de florestas cultivadas e estimular a recuperação de áreas degradadas.
Segundo informações disponibilizadas no site do BDES (2023) a linha de 
financiamento Renovagro tem as seguintes características:
1. Taxa de juros prefixada de até 7% a.a. para as seguintes finalidades:
 ■ Recuperação de pastagens degradadas (RenovAgro Recuperação e 
Conversão); 
 ■ Adequação ou regularização das propriedades rurais frente à legislação 
ambiental, inclusive recuperação da reserva legal (RL), de áreas de pre-
servação permanente (APP) e áreas de uso restrito, recuperação de áreas 
degradas e implantação e melhoramento de planos de manejo florestal 
sustentável (Renovagro Ambiental)
2. Taxa de juros prefixada de até 8,5% a.a. para as demais finalidades.
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3. O valor máximo do financiamento é de R$ 5 milhões por cliente, por 
ano agrícola, e R$ 150 milhões para financiamento de empreendimento 
coletivo (observado o limite individual). No caso de financiamentos a 
cooperativas para repasse a cooperado, o limite se refere a cada coope-
rado beneficiado pelo financiamento. Também admite-se a concessão de 
mais de um financiamento para o mesmo cliente, por ano agrícola, res-
peitado o limite do programa, quando a atividade assistida requerer e 
ficar comprovada a capacidade de pagamento do cliente.
4. A participação do BNDES é de 100% dos itens financiáveis.
5. Os prazos de pagamento, bem como o período de carência variam de 
acordo com o tipo de projeto. O período de pagamento pode ser de 5 a 
12 anos e o de carência de 0 a 8 anos .
6. A garantia é de livre negociação entre a instituição financeira credenciada 
e a beneficiária do financiamento, observadas as normas pertinentes do 
Conselho Monetário Nacional.
Agora que você já aprendeu como desenvolver um projeto de investimento para 
o agronegócio, sabe onde buscar recursos e os tipos de linhas de financiamento, 
você está apto para colocar suas experiências em prática, pois a melhor forma 
de aprender é fazendo. Sempre lembrando que cada projeto envolve muita pes-
quisa para o levantamento de informações, visto que cada atividade rural possui 
características próprias e que você não precisa trabalhar sozinho, busque par-
ceiros experientes na atividade, objeto do projeto para te ajudar, principalmente 
na fase de engenharia do projeto, onde você irá descrever o processo produtivo.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade, caro estudante, procurei abordar as principais metodologias de 
análise de investimento, baseadas no valor presente dos fluxos de caixa líquido 
do projeto. Você aprendeu a calcular o Valor Presente Líquido do Projeto e ana-
lisar a sua condição de aceito; pelo método da Taxa Interna de Retorno, além de 
calcular a rentabilidadedo projeto e a compará-lo ao seu custo de oportunidade. 
Também abordamos como calcular o tempo de retorno do investimento e qual 
é a escala mínima de produção e venda para que o empreendimento, objeto do 
projeto, comece a dar lucro, sendo esta uma análise de risco do projeto conhecida 
como Ponto de Equilíbrio. Assim, ao analisar todos estes indicadores e suas condi-
ções de aceite e rejeição, você deverá dar o seu parecer se o projeto é viável ou não. 
Também introduzi ao conhecimento geral, sobre como é o funcionamento 
do sistema de crédito rural, que se deve ter para o início das atividades de ela-
boração de projetos para a busca de financiamento. Procurei apresentar de uma 
forma clara e simples os principais pontos do MCR, começando pela definição 
de crédito rural e suas finalidades e terminando por apresentar as linhas de finan-
ciamentos disponíveis no BNDES para diferentes agentes intermediadores, e os 
programas de crédito do governo federal, também disponibilizado pelo Banco 
nacional de Desenvolvimento, a instituições financeiras credenciadas. Dessa 
forma, cada projeto de financiamento tem características distintas, de acordo 
com a atividade e setor no qual está inserido, além disso, para a sua elaboração 
é importante estudar as normas das linhas de financiamentos e/ou programas 
do governo federal e das instituições financeiras credenciadas.
Assim, caro estudante, finalizamos o estudo de todas as etapas de um pro-
jeto e as informações necessárias, que devem ser levantadas e estudadas, para 
dar um parecer de viabilidade para cada etapa. Agora mãos à obra!
223 
1. É importante sabermos o tipo de projeto que iremos desenvolver, porque se o em-
presário não tiver condições de investir apenas com recursos próprios, devemos 
auxiliá-lo na busca por captação de recursos junto ao mercado financeiro, visto 
que, primeiro, não existe crédito disponível para tudo, por outro lado, existem li-
nhas específicas para determinados tipos de investimentos. No caso do agronegó-
cio brasileiro, o Crédito Rural é uma das principais linhas de financiamento, com 
juros subsidiados. Esta linha se torna uma importante ferramenta para o desenvol-
vimento do setor, visto que tem como objetivo estimular os investimentos rurais, 
favorecendo o setor, a fim de garantir o custo de produção, comercialização e de-
senvolvimento de tecnologias. Sobre o crédito rural, assinale a alternativa correta.
a) Os beneficiários do crédito rural podem ser: o produtor rural (pessoa física 
ou jurídica), cooperativa de produtores rurais e sindicatos rurais.
b) Um dos requisitos necessários para a contratação do crédito rural é a elabo-
ração do projeto e do seu cronograma físico-financeiro.
c) Com relação a utilização dos recursos, o crédito rural é sempre liberado de 
uma única vez na data de contratação do crédito.
d) Na contratação do crédito rural, não é necessário a apresentação de projeto, 
apenas necessita da elaboração do cronograma financeiro e apresentação 
das garantias.
e) Para a liberação do crédito rural a instituição financeira irá analisar a capa-
cidade de pagamento do tomador do empréstimo para avaliar o risco de 
inadimplência, no entanto, por ser um programa de incentivo ao pequeno 
produtor rural, que normalmente está endividado, este item não é levado 
em consideração.
2. Para a contratação de qualquer linha de crédito é necessário apresentar as 
documentações exigidas pela instituição financeira e as garantias necessárias, 
para que a instituição possa fazer uma análise de risco do empréstimo e to-
mar a decisão do quanto emprestar. Para o crédito rural não é diferente. Assim, 
sobre os documentos necessários e as garantias exigidas para a captação do 
Crédito Rural, leia as afirmativas e assinale a alternativa correta:
a) O crédito rural aceita como garantias o penhor agrícola, alienação fiduciária, hi-
poteca e os contratos a futuro para proteção do preço da commodity agrícola.
b) O crédito rural aceita como garantias o penhor agrícola, alienação fiduciária, 
hipoteca e as ações do empresário negociadas na bolsa de valores.
c) A idoneidade fiscal e previdenciária do tomador de empréstimo não é ne-
cessária, visto que o crédito rural faz parte de uma política do governo fe-
deral para ampliar os investimentos principalmente do pequeno produtor 
rural, incentivando a agricultura familiar.
224 
d) Não é necessário apresentar garantias reais para conseguir o crédito rural.
e) O crédito rural só aceita como garantia as projeções financeiras e os cálculos 
de viabilidade incluídos no projeto.
3. Após elaborado as planilhas financeiras do projeto e feito a sua prospecção para 
o período de vida útil do mesmo (3 a 5 anos por exemplo), temos as informações 
necessárias para construir os indicadores que medem a viabilidade econômica e 
financeira de um investimento e analisá-los. Os principais indicadores de análise 
são: O Valor Presente Líquido (VPL) e a Taxa Interna de Retorno (TIR). Sobre estes 
indicadores leia atentamente as afirmações abaixo e assinale a alternativa correta.
I. A TIR representa a rentabilidade do projeto que deve ser comparada com a 
rentabilidade de investimentos alternativos e de menor risco.
II. Quando o VPL é positivo a TIR é maior que a Taxa Mínima de Atratividade- 
TMA e o projeto é considerado viável.
III. Quando o VPL é positivo a TIR é menor que a Taxa Mínima de Atratividade- 
TMA e o projeto é considerado inviável.
IV. Quando o valor a TIR < TMA, significa que o investimento não conseguiu ser 
recuperado, sendo o projeto considerado inviável.
a) I e II, apenas.
b) II e III, apenas.
c) I, II e IV, apenas.
d) I, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
4. Outros indicadores importantes na análise de viabilidade dos projetos é o Índi-
ce de Lucratividade e o Tempo de Retorno do Investimento, que são utilizados 
de forma complementar a TIR e ao VPL, sendo mais uma ferramenta de análise 
para o produtor rural. Sobre estes indicadores leia as afirmativas abaixo e assi-
nale a alternativa correta:
a) O Índice de Lucratividade Líquida não leva em consideração os fluxos de 
caixa descontado, visto que é calculado a valores correntes.
b) Se o Índice de Lucratividade Líquida for superior a 1, isto significa que as 
despesas geradas pelo projeto são superiores às receitas geradas, assim o 
projeto não é considerado viável.
c) A condição de aceite do projeto pelo método do tempo de retorno do inves-
timento é que o tempo necessário para ressarcir os investidores dos custos 
do projeto não deve ser superior ao período de vida útil do projeto.
225 
d) O tempo de retorno do investimento indica a margem de lucratividade mí-
nima necessária para que o projeto seja viável.
e) Se o Índice de Lucratividade Líquida for inferior a 1, o projeto é considerado 
viável, visto que o valor presente das despesas serão menores que o valor 
presente das receitas geradas com a implantação do projeto.
5. Você quer abrir uma pequena indústria para produção de queijos e manteiga. 
Para isto, você desenvolveu um projeto para verificar a sua viabilidade. Após 
muita pesquisa, você levantou os seguintes dados: Investimento Inicial de R$ 
800.000, Lucros projetados ano 1- R$ 300.000, ano 2- R$ 320.000, ano 3- R$ 
400.000 e ano 4- R$ 500.000. Considerando uma TMA de 8%, este é um bom 
negócio? Você vai investir? Qual é o VPL deste investimento, se você abrir esta 
loja? Diante deste contexto, leia atentamente as afirmações sobre a viabilidade 
deste investimento e assinale a alternativa correta:
I. O VPL é de R$ 437.174,00 negativo. Assim, você não deveria investir, pois o 
VPL é negativo, indicando que o projeto dá prejuízo para o investidor em 
relação à alternativa de investimento.
II. O Valor Presente Líquido é de R$ 720.000. Assim, você deveria investir, pois 
o VPL é positivo, indicando que o projeto dá lucro para o investidor em rela-
ção à alternativa de investimento. 
III. Como o VPL é positivo isto significa que a TIR é superior a TMA
IV. Como o VPL é positivoisto significa que a TIR é menor que a TMA.
a) III, apenas.
b) I, II e IV, apenas.
c) I, II e IV, apenas.
d) I, II e III, apenas.
e) I, II, III e IV.
226 
CASO: INDÚSTRIA DE ÁGUA MINERAL
Um investidor decide construir uma indústria de envasamento de água mineral para a 
linha de produção de galões de 20l. Este investidor decide fazer um projeto para avaliar 
os custos do investimento e ver se este projeto é viável ou não. 
Dados do projeto:
a. Investimento inicial: R$ 1.000.000,00 (Ativos Fixos: R$ 500.000,00).
b. Os ativos Fixos possuem uma média de depreciação em torno de dez anos e 
valor residual em torno de 20% do seu valor inicial.
c. Do montante do investimento inicial, R$ 600.000,00 serão de capital próprio e R$ 
400.000,00 serão financiados no BNDES a um juros subsidiado de 5% ao ano. A amortiza-
ção será feita pelo sistema SAC, por meio de 5 parcelas anuais.
d. Lucros Brutos Anuais sem descontar a depreciação, e as parcelas do financiamen-
to, durante a vida útil do projeto são: Ano-1 R$ 500.000,00; Ano-2 R$ 700.000,00; Ano-3 R$ 
750.000,00; Ano-4 R$ 760.000,00; e Ano-5 R$ 790.000,00.
e. A vida útil do projeto é de 5 anos.
Para saber se o projeto é viável ou não, a partir das informações supracitadas, devemos 
construir o orçamento projetado do projeto para um período de 5 anos (tempo de vida 
útil do projeto) e fazer o cálculo dos indicadores de viabilidade. Para isto devemos seguir 
as seguintes passos ou etapas: 
Passo1: encontrar o valor da depreciação dos ativos fixos e o seu valor residual.
A partir do método de depreciação linear, construímos a seguinte planilha de deprecia-
ção:
DEPRECIAÇÃO MÉTODO LINEAR
VALOR DO 
BEM
VIDA 
ÚTIL
TAXA 
DEPRECIAÇÃO
DEPRECIAÇÃO VALOR 
RESIDUAL
VALOR 
CONTÁBIL
500,000.00 0 100,000.00 500,000.00
1 10% 40000 460,000.00
2 10% 40000 420,000.00
3 10% 40000 380,000.00
4 10% 40000 340,000.00
5 10% 40000 300,000.00
6 10% 40000 260,000.00
7 10% 40000 220,000.00
227 
DEPRECIAÇÃO MÉTODO LINEAR
VALOR DO 
BEM
VIDA 
ÚTIL
TAXA 
DEPRECIAÇÃO
DEPRECIAÇÃO VALOR 
RESIDUAL
VALOR 
CONTÁBIL
8 10% 40000 180,000.00
9 10% 40000 140,000.00
10 10% 40000 100,000.00
Tabela 4 - Planilha de Depreciação pelo Método Linear / Fonte: a autora.
Assim podemos verificar que a taxa de depreciação de 10% a.a o valor da depreciação 
anual é de R$ 40.000 e que após passado 5 anos o valor contábil dos ativos fixos é de R$ 
300.000,00
Passo 2: calcular o Valor das Prestações anuais do Financiamento, pelo sistema SAC.
Pelo sistema SAC conseguimos construir a seguinte planilha de Amortização:
DADOS DO FINANCIAMENTO
Financia-
mento
R$ 400,000.00
Taxa de 
juros anual
5%
Nº parcela 
anuais
5
Período 
carência
0
SAC
Passo 3 Passo 1 Passo 2 Passo 4
Saldo devedor Amortização Juros PM*
0 R$ 400,000.00
1 R$ 320,000.00 R$ 80,000.00 R$ 20,000.00 R$ 
100,000.00
2 R$ 240,000.00 R$ 80,000.00 R$ 16,000.00 R$ 96,000.00
3 R$ 160,000.00 R$ 80,000.00 R$ 12,000.00 R$ 92,000.00
228 
SAC
4 R$ 80,000.00 R$ 80,000.00 R$ 8,000.00 R$ 88,000.00
5 R$ 80,000.00 R$ 4,000.00 R$ 84,000.00
TOTAL R$ 400,000.00 R$ 60,000.00 R$ 460,000.00
Tabela 5 - Planilha de Amortização pelo Sistema SAC / Fonte: a autora.
Verificamos pela planilha que o valor das prestações (PMT) é decrescente no período de 
5 anos.
Passo 3: encontre o Fluxo de Caixa Líquido ou Lucro Líquido do Projeto para os 5 anos.
Com as informações do valor do Investimento, Lucro, Valor Residual, Depreciação e Par-
cela do Financiamento, conseguimos calcular o valor do Lucro ou Prejuízo para cada 
ano do projeto, que está apresentado na planilha a seguir. Lembrando que no Ano- 0 é 
o período da realização do investimento. 
FLUXO DE CAIXA DO PROJETO
Item Ano-0 Ano-1 Ano-2 Ano-3 Ano-4 Ano-5
Investi-
mento 
inicial
1,000,000.00
Entradas
Lucro bru-
to anual
500,000.00 700,000.00 750,000.00 760,000.00 790,000.00
Valor 
residual
300,000.00
Saídas
Deprecia-
ção
- 40,000.00 - 40,000.00 - 40,000.00 - 40,000.00 - 40,000.00
Parcela 
financia-
mento
-R$100,000.00 -R$96,000.00 -R$92,000.00 -R$88,000.00 -R$84,000.00
Lucro líqui-
do/Fluxo 
de caixa 
líquido
- 1,000,000.00 - 360,000.00 - 564,000.00 - 618,000.00 - 632,000.00 - 966,000.00
229 
FLUXO DE CAIXA DO PROJETO
TMA 15%
VPL 987,474.32
TIR 46%
Tabela 6 - Fluxo de Caixa Projetado do Projeto / Fonte: a autora.
OBS: o valor residual é o valor contábil dos ativos fixos após 5 anos de depreciação
Passo 7 - calcular o VPL e a TIR do projeto para uma TMA de 15% ano. 
De posse dos fluxos de caixa ou lucro líquido calculamos o VPL e a TIR que tiveram o 
seguinte resultado:
VPL = 987.474,32
TIR = 46%
O projeto após pagar o investidor pelo seu capital investido e remunerar a taxa de 15% 
a.a., gera um valor extra de R$ 987.474,32 e possui uma taxa de retorno de 46%. 
Passo 5: Calcule, o Tempo de retorno do Investimento pelo Método do Payback Descon-
tado para a TMA de 15% ano:
A planilha a seguir apresenta o cálculo do Payback:
  INVESTI. FCL FCD S A L D O 
DEVEDOR
P A Y B A C K 
DESCONTADO
Ano 0 1,000,000.00        
Ano 1   360000 R$ 313.043,48 686.956,52 Primeiro ano
Ano 2   564000 R$ 426.465,03 260.491,49 Segundo ano
Ano 3   618000 R$ 406.345,03 - 406.345,03 Terceiro ano
Ano 4   632000 R$ 361.348,05    
Ano 5   966000 R$ 480.272,73    
TMA 15%       2 anos e 8 meses
Tabela 7 - Cálculo do Tempo de Retorno do Investimento / Fonte: a autora.
 
Assim verifica-se que o investimento é pago em 2 anos e 8 meses.
230 
PARECER DO ESPECIALISTA: 
O projeto é considerado viável por causa dos seguintes fatores:
VPL > 0
TIR > TMA
O PAYBACK DESCONTADO (TEMPO DE RETORNO DE INVESTIMENTO) é inferior a 5 anos, 
que é a vida útil do projeto.
Fonte: a autora.
Material Complementar
MATERIAL COMPLEMENTAR
Agroperformance
Frederico Fonseca Lopes 
Editora: Atlas
Sinopse: esta é uma publicação preparada pelo Núcleo de Estudos e 
Projetos de Planejamento e Gestão Estratégica para Empreendimentos 
Agro, pertencente ao Markestrat (Centro de Pesquisas e Projetos em 
Marketing e Estratégia), que desenvolve métodos aplicados e soluções 
integradas de gestão do agronegócio. Podem ser aplicados em qualquer 
tipo de empreendimento agro, independentemente do porte, do nível 
tecnológico e da profissionalização.
REFERÊNCIAS
ABIMAQ. PROGRAMA ABC: Programa para Redução da Emissão de Gases de Efeito 
Estufa na Agricultura (Circular SUP/AOI nº 32/2018, de 29/06/18). 2018. Disponível 
em: http://www.abimaq.org.br/Arquivos/Html/DEFI/Dowloads/quadroresumoabc.
pdf. Acesso em: 12 jun. 2019.
ABIMAQ. MODERINFRA: Programa de Incentivo à Irrigação e à Armazenagem (Cir-
cular Seagri nº 27/2010 de 11/08/10). 2010. Disponível em: http://www.abimaq.org.
br/ceimaq/meta3/download/moderinfra.pdf. Acesso em: 12 jun. 2019.
BANCO DO BRASIL. Resolução Nº 4. Altera disposições do Manual de Crédito Rural 
(MCR). Disponível em: https://www.bcb.gov.br/pre/normativos/busca/download-
Normativo.asp?arquivo=/Lists/Normativos/Attachments/49147/Res_4106_v1_O.
pdf. Acesso em: 12 jun. 2019.
BANCO DO BRASIL. Resolução Nº 3.137. Dispõe sobre limite de financiamento 
de investimento dos recursos controlados do crédito rural. Disponível em: https://
www.bcb.gov.br/pre/normativos/busca/downloadNormativo.asp?arquivo=/Lists/
Normativos/Attachments/46528/Res_3137_v1_O.pdf. Acesso em: 12 jun. 2019.
BUARQUE, C. Avaliação Econômica de projetos. Rio de Janeiro: Campus, 1991.
CASSAROTO FILHO, N.; KOPITTKE, B. H. Análise de Investimentos: matemática fi-
nanceira, engenharia econômica, tomada de decisão, estratégia empresarial. 9. ed. 
São Paulo: Atlas, 2000.
FORTUNA, E. Mercado Financeiro: produtos e serviços. 15. ed. Rio de Janeiro: 
Qualitymark, 2002.
GUIDUCCI, R. C. N; LIMA FILHO, J. R.; MOTA, M. M. Viabilidade Econômica de Siste-
mas de Produção Agropecuários: Metodologia e Estudo de Casos. Brasília: Embra-
pa, 2012.
LAPPONI, J. C. Projetos de Investimento: Construção e Avaliação do Fluxo de Caixa. 
São Paulo: Lapponi Treinamento e Editora Ltda, 2000.
REFERÊNCIA ON-LINE
1 Em:https://www3.bcb.gov.br/mcr/completo. Acesso em: 12 jun. 2019.
2 Em: https://www3.bcb.gov.br/mcr/manual/09021771806f4863.htm?fullNa-
me=1%20-%20Disposi%C3%A7%C3%B5es%20Gerais. Acesso em: 12 jun. 
2019..
3 Em: https://www.bcb.gov.br/pre/normativos/circ/1991/pdf/circ_1961_v1_O.pdf. 
Acesso em: 12 jun. 2019.
REFERÊNCIAS
233
4 Em: http://atividaderural.com.br/artigos/5a38e59ba1823.pdf. Acesso em: 12 jun. 
2019.
5 Em: https://www.bcb.gov.br/conteudo/mdcr/Documents/definicoesCreditoRu-
ral.pdf. Acesso em: 12 jun. 2019.
6 Em: http://www.telematica.com.br/finame/. Acesso em: 12 jun. 2019.
7 Em: https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/financiamento/produto/
prodecoop. Acesso em: 03 nov. 2023.
8 Em: https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/financiamento/produto/
prodecoop. Acesso em: 12 jun. 2019.
REFERÊNCIAS
1. B.
2. A.
3. C.
4. C.
5. A.
Solução:
VPL = [VP1 + VP2 +VP3]– Custos do Investimento Inicial
VPL = [FC1/(1+i) 1 + FC2/(1+i) 2 + FC3/(1+i) 3]– Custo do Investimento Inicial
VPL = [(300.000/1,08) 1 + (320.000/1,08) 2 + (400.000/1,08) 3 + (500.000/1,08) 4] 
– 800.000 = R$ 437.174,00
CONCLUSÃO
235
Caro estudante, 
Neste livro procurei mostrar de forma simples e clara o que é empreender e 
planejar estrategicamente as diferentes fases de um projeto. Aprendemos que 
devemos começar analisando o ambiente econômico no qual nosso negócio 
está inserido, procurando identificar suas características e tendências.
Também aprendemos sobre a importância de um estudo de mercado bem feito 
e as metodologias utilizadas para fazer projeção de demanda e receita do pro-
jeto.
Saber calcular os custos e despesas do projeto e diferenciá-los é necessário para 
que consigamos fazer um orçamento projetado que consiga apresentar a re-
alidade financeira do projeto. Desta forma, este livro aborda esta temática na 
Unidade IV, onde também são apresentadas as principais planilhas financeiras 
do projeto.
Quando elaboramos um projeto devemos analisar os ganhos futuros que este 
trará para a empresa e compará-lo com a rentabilidade de outras alternativas 
de negócios ou investimentos, para identificar a sua viabilidade econômica – 
financeira. A melhor alternativa de investimento deve ser aquela que oferece a 
melhor relação entre custo e benefício (com risco aceitável).
Assim, neste livro, procurei apresentar as principais metodologias de análise de 
investimento, baseadas no valor presente dos fluxos de caixa líquido do projeto: 
VPL, TIR, ILL e Payback Descontado e análise de Ponto de Equilíbrio.
Sendo o projeto viável, o empreendedor deve ter conhecimento de onde buscar 
os recursos financeiros para a execução do projeto. O material também apre-
sentou as diferentes linhas de financiamento do Crédito Rural.
Portanto, caro(a) aluno(a), o sucesso de um projeto dependerá de um esforço 
empreendido em sua realização. Para isso, é necessário estudar e colocar em 
prática o que aprendeu na disciplina, pois cada projeto tem características dife-
rentes, exigindo um processo contínuo de estudo e aprendizagem.
ANOTAÇÕES
ANOTAÇÕES
237
ANOTAÇÕES
ANOTAÇÕES
239
ANOTAÇÕES
	_3whwml4
	_2xcytpi
	_1ci93xb
	_d0j4lobeovv7
	_qsh70q
	_8t52p2hhhg46
	UNIDADE I
	Empreendedorismo e características do setor agrário
	Introdução
	Empreendedorismo e Projetos
	Conceito, Finalidade e Tipos de Projetos
	Especificidades do Setor Agrário 
	CONSIDERAÇÕES FINAIS 
	UNIDADE II
	FASES DA ELABORAÇÃO DE PROJETOS
	Introdução
	Etapas de um Projeto
	Instrumentos de Planejamento
	Mapa Modelo de Negócios (Business Model Canvas) 
	Considerações finais
	UNIDADE III
	ESTUDO DE MERCADO E ENGENHARIA DO PROJETO
	Introdução
	O Estudo e Análise de Mercado
	Projeção de Demanda e Receita do Projeto
	Engenharia do Projeto
	Considerações Finais
	UNIDADE IV
	INVESTIMENTOS E CUSTOS DO PROJETO RURAL 
	Introdução
	Levantamento dos Custos e Despesas do Projeto
	Amoritazação e Financiamento
	Orçamento do Projeto: Plano Financeiro
	Considerações Finais
	UNIDADE V
	ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DO PROJETO E CRÉDITO RURAL
	Introdução
	Instrumentos de Análise EconômicA - Financeira de Investimento
	Crédito Rural e Condições Gerais Para Concessão do Crédito 
	Operações de Crédito Rural
	Sistema Nacional de Crédito Rural e Principais Linhas de Financiamento
	Botão 1: 
	Forms - Unicesumatr 1:

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