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Brucelose Bovina

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DOENÇAS INFECCIOSAS 
24/08/22 
Brucelose Bovina
Zoonose, causada pela Brucella abortus 
Acomete principalmente espécies bovinas e bubalinas, causa aborto 
Perdas pecuária: aborto, repetição de cio, bezerros fracos, custos de reposição, diminuição na produção de leite, perda de peso, 
redução de tempo de vida produtiva, limitação da comercialização de animais 
Muitos prejuízos econômicos 
Programa nacional de controle e erradicação de Brucelose 
• Aborto 10 a 50% 
• Infertilidade até 20% 
• Queda na produção de carne 10 a 15% 
• Queda na produção de leite 10 a 24% - causada pelos atrasos de concepção e abortamento 
 
➢ Doença de caráter silencioso, caráter subagudo e crônico, animais não demonstram sinais típicos, rebanho parece não ter nada 
e quando descobre a doença já foi causado muito prejuízo. 
➢ Doença de comportamento endêmico, níveis dentro dos valores esperados. Só apresenta comportamento epidêmico quando 
chega na propriedade (comparação com Covid-19). 
 
Infecção humana: mal-estar, calafrio, sudorese, cansaço, fraqueza, febre, mialgia, anorexia, perda de peso, artralgia. Orquite com dor testicular, dor 
ocular e alterações visuais, linfoadenomegalia, espleno e hepatomegalia. 
 
Sinônimos (não utilizados): febre ondulante, febre do mediterrâneo 
 
Brucelas lisas: B. abortus, suis, melitensis, maris 
Brucelas rugosas: B. ovis, canis, neotomae 
 
➢ A Brucela abortus acomete PREFERENCIALMENTE BOVINOS. Não é específica, pode acometer equinos. 
Equinos: B. abortus, suis 
Cães: B. canis, abortus, suis 
Suínos: B. suis, abortus, ovis 
 
8 biovares, importante 1 e 2. A partir do biotipo 1 → vacina B19 
 
Epidemiologia
Áreas livres: norte da Europa, Canadá, Austrália, Nova Zelândia 
Áreas controladas: EUA (Bisão reservatório da Brucelose, mantém no ambiente) 
Ilha, cercados por água, fácil de cercar fronteira 
Programa nacional de controle e erradicação de Brucelose 
 
Suscetibilidade: doença condicionada a idade, e o que importa é a maturidade sexual, enquanto esses animais são sexualmente 
imaturos, considera-se esses animais muito pouco susceptíveis. Quando os animais atingem a maturidade sexual são altamente 
susceptíveis a Brucelose. Os sexos são igualmente acometidos. 
Fonte de infecção: fêmea bovina prenha infectada 
No parto/aborto uma quantidade grande bactérias é eliminada para o ambiente, contamina pastos, instalações, comedouro, ra-
ção. O animal que entrar em contato com esses fômites vai se infectar. 
Macho/touro: importância epidemiológica 0. O sêmen é depositado no interior da vagina, ph inviabiliza o desenvolvimento do 
microrganismo (em condições naturais). Em inseminação artificial tem perigo. 
Vias de eliminação: produtos do abortamento (feto, placenta, líquido amniótico), corrimento vaginal e urina (15 a 30 dias após 
aborto ou parto normal), leite, fezes do recém-nascido (7 dias a 6 semanas) 
Fezes: bezerro mama o colostro 
Via de exposição: via oral, via conjuntival (dose mínima infectante menor, importância nos sistemas intensivos), infecção congênita 
(10-20% dos animais infectados) 
Principais portas de entrada: digestiva e conjuntival 
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Alguns desses animais podem se tornar permanentemente infectados (PI). 
Fêmea PI infectada por via congênita, mas testa negativo para os testes de rotina (falso negativo), só positiva na primeira gestação 
pela quantidade de microrganismos se multiplicando 
Fêmea infectada no primeiro parto elimina quantidade absurda de bactérias e diminui nos partos subsequentes, porém não exclui 
a importância como fonte de infecção 
Transmissão: 
• Intra rebanhos: dentro do mesmo rebanho 
Nível de vacinação: rebanhos vacinados é difícil bactéria circular 
Tamanho do rebanho interfere, quanto maior, maior a dificuldade de estabelecer níveis sanitário, maior chance de erro, de 
troca 
Quanto maior a densidade, maior risco de infecção 
Uso de maternidades e piquetes de parição isola fêmeas quando for parir 
• Inter rebanhos: entre diferentes rebanhos 
Para a brucelose infectar outro rebanho precisa haver introdução de principalmente fêmeas de reprodução. 
Quanto maior a frequência de substituição dessas fêmeas, maior a chance de infecção. 
Proximidade de rebanhos infectados. 
Aves de rapina/urubu: importância epidemiologia pequena 
 
Patogenia
Replicação das bactérias nos gânglios linfáticos regionais → bactérias caem na corrente circulatória → período de bacteremia 
(curto, 2 semanas) → sistema reticulo endotelial (fígado, baço, linfonodo) 
Parasita intracelular facultativo, não são destruídas por fagocitose, quando estabelece bacteremia se disseminam ou livre ou den-
tro de neutrófilos e macrófagos na circulação sanguínea. 
Se essa fêmea se tornar prenha, feto começa se desenvolver e no útero é produzido um açúcar, eritritol, Brucelas tem tropismo por 
ele. À medida que produzido, bactérias saem do sistema reticulo endotelial e migram para o núcleo, começam a se replicar na 
região entre carúncula e cotilédone (fixação do útero). Quanto mais eritritol, maior tropismo, maior migração de bactérias, maiores 
as lesões. 
Aborto no terço final de gestação (maior quantidade de microrganismo). 
Eventos epidemiológico mais importantes → parto e aborto 
Causa aborto, outros problemas reprodutivos e está associado a endometrite difusa 
Bactérias voltam no sistema reticulo endotelial aguardando uma nova gestação 
Fêmeas → linfonodos mamários, pélvicos, faríngeos 
Machos → epididimite e orquite, inflamação da vesícula seminal 
Animais de forma geral → bursite, artrite, poliartrite, tenossinovite, abscessos cutâneos 
 
Sinais clínicos
Exemplo: 
100 fêmeas 
Primeira gestação: taxa de aborto em 50-60% 
Segunda gestação: taxa de aborto em 20-30% 
Terceira gestação: taxa de aborto em 5-10% 
Quarta: 0 
 
Formação de tecido fibroso: minimizar lesão tecidual, deslocamento das estruturas. 
A partir dessa quarta gestação o tecido fibroso ocasiona uma retenção placentária, que tende a ser cada vez maior. 
Retenção placentária → infecção ascendente, bactérias podem se instalar no(s) corno(s) uterino(s), quando ela ciclar não ocorre 
fertilização (ambiente não saudável). Isso vai ocasionar uma repetição de cio. Animal pode se tornar infértil. 
 
 
Diagnóstico
(Obrigatoriamente) Microbiológico: pega material biológico e manda para laboratório. É uma técnica definitiva, demora, possui 
risco de contaminação (zoonose). 
Material biológico: feto, placenta, líquido amniótico. 
Bactéria fica na corrente sanguínea por 2 semanas, não mandar sangue. 
Sorológico: rápido, barato, fácil de fazer e interpretar, padronizado, falso positivo e falso negativo. 
Pode apresentar falso positivo por conta da vacinação, ou ele está doente. Falso negativo por conta do período de incubação da 
doença. 
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Diagnostico indireto da brucelose – soro: 
1) Prova do antígeno acidificado tamponado (AAT): prova de triagem → muito sensível, qualquer alteração é apontada, autori-
zada somente para médicos veterinários credenciados 
2) Teste do 2-Mercaptoetanol (2-ME): prova confirmatória, realizada somente por laboratórios credenciados, detecta IgG. Pode 
dar inconclusiva. 
3) Teste de fixação de complemento: utilizada quando a 2) da inconclusiva, e caso de importação/exportação de animais 
4) Teste do anel em leite (Ring teste) 
 
Resposta humoral de animais infectados: 
Bovino infectado → produção de IgM (imunoglobulina da fase aguda) → alguns dias depois → IgG (imunoglobulina da fase crônica) 
Bovino vacinado → produção de IgM (imunoglobulina da fase aguda), depois cai → alguns dias depois → IgG (imunoglobulina da 
fase crônica), depois cai 
 
Vacina e sorologia:
Autorizada em fêmeas bovinas de 3-8 meses 
Se vacinar essa fêmea na idade correta, obrigatoriamente, esse título de anticorpos caiu 
A sorologia de uma fêmea vacinada é autorizada a partir dos 24 meses. 
Se for feita a sorologia a partir dos 24 meses e for detectado título de anticorpos, foi umainfecção natural e não decorrente da 
vacina. 
 
Interpretação do teste do Me para fêmeas com idade igual ou superior a 24 meses, vacinadas entre 3-8 meses: 
Teste de soroaglutinação lenta Prova do 2 Me Interpretação 
≤ 50 < 25 Negativo 
≥ 100 < 25 Inconclusivo 
≥ 25 ≥ 25 Positivo 
 
Inconclusivo → fixação de complemento ou repete o teste. Se repetiu e der inconclusivo novamente, abate do animal. 
Proibido vacinação do macho, por não ser importante epidemiologicamente e a vacinação causar problemas reprodutivos. 
Fêmeas no periparto (15 dias antes ou depois) → sorologia perde efeito, queda da imunidade fisiológica 
Vacinação obrigatória para toda fêmea bovina 3-8 meses. 
 
Vacina B19: 
Vacina atenuada, dose única, reduzida virulência, estável, 70% de proteção, 7 anos, não tem ação curativa, persistência de anticor-
pos (cuidado com os prazos). 
O contato com essa vacina pode transmitir Brucelose para os humanos, principal forma de transmissão. 
Pode ser delegada a vacinação. 
Animais marcados pela sigla V na face. 
Vacinação com luvas, protetor de rosto, jaleco. 
Aspiração da vacina forma micro gotículas que podem causar uma infecção conjuntival no ser humano. 
 
Controle: 
3 frentes de trabalho: 
Cuidado quanto as fontes de infecção: descarte de animais, quarentena para fêmeas que abortam ou parem, quarentena para 
animais que participam de feiras/exposições 
Vias de transmissão: restringir tráfego, programa de higiene e desinfecção, manter pastagens baixas, risco na ingestão de alimen-
tos.

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